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Patricia Souza dos Santos Bromatologia e Tecnologia dos Alimentos Métodos de conservação de alimentos IBMR, Rio de Janeiro/RJ 2020.1 PORQUÊ SURGIU? Impedir a atuação de elementos promotores de alteração; Exemplos: bactérias, fungos, leveduras, ação enzimática etc. Aumentar a vida útil; Manutenção das características sensoriais; Manutenção do valor nutritivo; Manutenção das características químicas. CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS ❑ Calor 1) Pasteurização 2) Esterilização 3) Tindalização 4) Branqueamento 5) Apertização 6) Desidratação ➢ Dessecação ou secagem natural ➢ Defumação ➢ Desidratação industrial ➢ Concentração de produtos alimentícios CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS ✓ Tem como fundamento os efeitos destrutivos das altas temperaturas sobre os microrganismos. ✓ O calor desnatura as proteínas e inativa as enzimas necessárias ao metabolismo microbiano, destruindo desta forma parte ou toda flora bacteriana. ✓ O calor não possui efeito residual, isto é, depois de terminada a sua ação, pode ocorrer a “recontaminação” do produto. CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS - CALOR É o tratamento térmico, usualmente, aplicado no processamento de vegetais, com o objetivo principal de inativar enzimas, fixar cor e reduzir a carga microbiana. ✓ Promove o amaciamento dos tecidos vegetais, facilitando o envase, e remove ar dos espaços intercelulares. ✓ Propicia um cozimento parcial do tecido vegetal, tornando a membrana celular mais permeável à passagem de vapor de água, resultando, no caso de secagem posterior, em taxas mais elevadas de secagem e melhora da textura do produto acabado. Após serem submetidos ao branqueamento, os vegetais devem ser, necessariamente, resfriados o mais rápido possível! CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PELO CALOR - BRANQUEAMENTO CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PELO CALOR - BRANQUEAMENTO CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PELO CALOR - BRANQUEAMENTO A pasteurização é um tratamento térmico relativamente suave que utiliza temperaturas inferiores a 100 ºC, cujo objetivo principal é a destruição de microrganismos patogênicos associados ao alimento em questão. Microrganismos patogênicos são mesófilos, isto é, têm o seu ótimo de atuação em torno dos 36ºC, não resistindo a temperaturas superiores a 60ºC. Tipos de pasteurização: Pasteurização lenta: utiliza-se temperatura baixa por longo período de tempo (65ºC por 30 minutos). O processo é mais conhecido pela sigla em inglês: LTLT, que significa “Low Temperature, Long Time”. CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PELO CALOR - PASTEURIZAÇÃO PASTEURIZAÇÃO RÁPIDA: aplica-se temperatura alta e tempo curto (75ºC durante 15 a 20 segundos). Na língua inglesa a sigla é HSTS – “High Temperature, Short Time”. No caso do leite, a legislação brasileira permite a aplicação dos dois processos: pasteurização rápida, realizada a temperaturas entre 72 e 75°C, e pasteurização lenta, entre 62 e 65°C. ULTRAPASTEURIZAÇÃO: temperaturas muito altas, que vão de 130ºC a 150ºC, durante 3 a 5 segundos. O método é geralmente denominado por UHT, que corresponde a “Ultra High Temperature”, ou longa vida. CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PELO CALOR - PASTEURIZAÇÃO CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PELO CALOR - PASTEURIZAÇÃO ❑ Criada pelo físico inglês John Tyndall. Após o acondicionamento em recipiente fechado, o produto é submetido ao tratamento térmico. ✓Dependendo de cada produto e do rigor térmico desejado, as temperaturas variam de 60 a 90 ºC, durante alguns minutos. ✓As células bacterianas que se encontram na forma vegetativa são destruídas, porém os esporos sobrevivem. ✓Depois do resfriamento, os esporos entram em processo de germinação e depois de 24 horas a operação é repetida. CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PELO CALOR - TINDALIZAÇÃO Esse processo foi inventado por um confeiteiro parisiense, Nicolas Appert, que em 1795 ganhou o prêmio de 12.000 francos em um concurso proposto pelo imperador Napoleão. A invenção consistia em um método para conservar alimentos acondicionando os produtos elaborados em jarros hermeticamente fechados com rolhas e, então, aplicação do calor por meio de banho- maria por um determinado período de tempo. CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PELO CALOR - APERTIZAÇÃO Consiste na destruição completa dos microrganismos. Em alimentos apertizados (enlatados), a esterilização nunca é absoluta e, por isso, os termos “comercialmente estéril”, ou “estéril” são comumente utilizados. ❑ Esterilização comercial O alimento teve sua população de microrganismos reduzida para um limite seguro, o que não implica numa destruição absoluta de todos os microrganismos, como o termo "esterilização" sugere. Define-se um microrganismo patogênico alvo, e o alimento é processado de forma que a probabilidade de sobrevivência desse microrganismo seja inferior a um dado valor que se admita como seguro. Em geral, o tratamento aplicado reduz em 12 vezes a população inicial. A maior parte dos alimentos enlatados é comercialmente estéril, tendo uma vida de prateleira de pelo menos dois anos. CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PELO CALOR - ESTERILIZAÇÃO Uma das principais causas da deterioração de alimentos frescos e processados é a quantidade de água livre neles presentes. A diminuição da atividade de água de legumes, frutas e hortaliças pode ser obtida por intermédio das técnicas de desidratação, com consequente redução de peso, maior estabilidade e menor custo de estocagem dos produtos. Industrialmente a desidratação é definida como secagem (retirada de água) pelo calor produzido artificialmente sob condições de temperatura, umidade e corrente de ar, cuidadosamente, controladas. CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PELO CALOR - DESIDRATAÇÃO ❑ Desidratação osmótica Consiste na remoção de água do alimento por efeito da pressão osmótica, quando o alimento fica imerso em uma solução concentrada de sais ou açúcares. Em consequência dos gradientes de concentração entre alimento e solução osmótica, são estabelecidos dois fluxos em contracorrente através das paredes celulares: um fluxo de água do alimento para o exterior e um fluxo de soluto no sentido oposto. CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PELO CALOR - DESIDRATAÇÃO ❑ CONSERVAÇÃO PELO USO DO AÇÚCAR Exemplo: Produtos de frutas “São os produtos elaborados a partir de fruta(s), inteira(s) ou em parte(s) e ou semente(s), obtidos por secagem e ou desidratação e ou laminação e ou cocção e ou fermentação e ou concentração e ou congelamento e ou outros processos tecnológicos considerados seguros para a produção de alimentos. Podem ser apresentados com ou sem líquido de cobertura e adicionados de açúcar, sal, tempero, especiaria e ou outro ingrediente desde que não descaracterize o produto. Podem ser recobertos”. Resolução ANVISA RDC nº272, de 22 de setembro de 2005. CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PELO CALOR - DESIDRATAÇÃO ❑ CONSERVAÇÃO PELO USO DO SAL Este processo é aplicado na conservação por salga ou salmoura de peixes (bacalhau, anchovas), carnes (pertences para feijoada, charque) ou vegetais (chucrute). Apesar da eficiente preservação dos produtos sob o ponto de vista microbiológico, a salga não evita a degradação química. CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PELO CALOR - DESIDRATAÇÃO A defumação dos alimentos é realizada pela impregnação de essências aromáticas que se desprendem da combustão lenta da madeira (eucalipto, ipê, pau-ferro, jabuticabeira, goiabeira, jacarandá, aroeira e paraju). São mais de 200 substâncias formadas durante o processo, como hidrocarbonetos, substâncias orgânicas, fenóis, benzóis e ácidos alifáticos, que atuam nos alimentos desenvolvendo cor e sabor típicos, inibindo o desenvolvimento de bactérias, evitando o ranço e promovendo a conservação dos produtos. A composição da fumaça e, portanto, o seu efeito, depende dos seguintes fatores: • Temperatura de queima; • Presença de ar; • Tipo e quantidade de madeira queimada em relação ao tempo e • Distância do produto à fonte de fumaça. CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PELO CALOR - DEFUMAÇÃO• Instalação de chapas de aço (para refletir fortemente o calor) com vários andares ou torre feita de alvenaria). • Fumaça fornecida por serragem ou aparas de madeira. • Temperaturas: 70 a 100ºC. • Tempos: -Linguiças: 3 a 4 h (até atingir 65 a 70°C). -Mortadela: 9 a 13 h (até atingir 70 a 80°C). CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PELO CALOR – DEFUMAÇÃO QUENTE • Sabor agradável; • Proteção contra microrganismos; • Evita ação microbiana; • O sal e a secagem aumenta o tempo de prateleira; • Retarda a oxidação de gorduras. DEFUMAÇÃO QUENTE - VANTAGENS • Utilização: Conservas e embutidos cozidos; • Câmaras de alvenaria, tipo torre com vários andares; • Temperatura da fumaça: 18oC; • Pescado até 40oC; • Combustão de serragem; • Duração 1 a 4 dias. DEFUMAÇÃO A FRIO • Na tentativa de coibir a produção de elementos cancerígenos (benzopireno e fenantreno – derivados da combustão da lignina acima de 350ºC) a indústria de alimentos desenvolveu a “fumaça líquida”. • Obtida da destilação fracionada da fumaça, que é tratada com água para a separação do benzopireno e fenantreno (solúveis) obtendo-se assim a fumaça líquida. • Disponível no mercado, a fumaça líquida é utilizada como uma opção de: - Fácil utilização e disponibilidade no mercado; - Evita a presença de substâncias desagradáveis; - Acentua as características sensoriais; - Acelera o processo de defumação. DEFUMAÇÃO – FUMAÇA LÍQUIDA (SMOKE FLAVOR) *International Agency for Research on Cancer DEFUMAÇÃO – RISCOS PARA SAÚDE DEFUMAÇÃO – RISCOS PARA SAÚDE DEFUMAÇÃO – RISCOS PARA SAÚDE O frio é um dos métodos mais utilizados para a conservação dos alimentos, sejam alimentos de origem animal, ou vegetal, porque inibe ou retarda a multiplicação dos microrganismos, além de retardar, também, as reações químicas e enzimáticas. CONSERVAÇÃO PELO FRIO Processo de redução de temperatura de uma substância dentro de um espaço fechado. A aplicação do processo de refrigeração a uma grande variedade de produtos, atendendo aos princípios de conveniência, praticidade e alimentação saudável, permite sua conservação e oferta a custos adequados. Cadeia de frios: um sistema de resfriamento que controla a temperatura à qual o produto é exposto, desde a colheita ou logo após o abate do animal, até o consumo final. Ela pode ser entendida como uma rede de cooperação entre produtor, atacadista e consumidor, em que o produto deve ser manipulado. CONSERVAÇÃO PELO FRIO - REFRIGERAÇÃO CONSERVAÇÃO PELO FRIO O congelamento paralisa a atividade dos microrganismos interrompendo os processos vitais, naturais ou de degeneração dos alimentos, e estes permanecem em estado de suspensão até o descongelamento. A escolha da temperatura de armazenamento depende principalmente do aspecto econômico e do tipo de produto. Na prática, as temperaturas mais usadas estão no intervalo entre -10ºC a -40ºC. CONSERVAÇÃO PELO FRIO - CONGELAMENTO ❑ Congelamento com uso de ar sem movimento Os produtos ficam na câmara até o congelamento. O tempo necessário para o congelamento depende da temperatura da câmara, da qualidade do alimento, da temperatura inicial do alimento (ao entrar na câmara) e do tipo, tamanho e forma do produto a congelar. É um método barato, porém, muito lento. É o tipo encontrado nas geladeiras domésticas, onde a temperatura final varia de -10ºC a -20ºC. O tempo de congelamento pode levar horas. ❑ Congelamento com ar forçado Nesse processo são instalados ventiladores na câmara de congelamento. O ar, bastante frio, movimenta-se à alta velocidade, produzindo um congelamento relativamente rápido. Este sistema de ar insuflado pode ocorrer dentro de uma câmara, em um túnel ou oposta ao movimento do produto. Uma das desvantagens é a possibilidade de ocorrência de desidratação. CONSERVAÇÃO PELO FRIO - CONGELAMENTO ❑ Congelamento contínuo em leito fluidizado Os alimentos são congelados individualmente em túneis tipo IQF (Individually Quick Frozen). O equipamento consiste num túnel com uma esteira perfurada, sobre a qual flutuam os produtos, impulsionados pelo ar frio. De maneira geral, dependendo do tamanho do produto e da temperatura do ar, o tempo de congelamento varia entre 3 a 8 minutos. A refrigeração é do tipo mecânica, com o ar resfriado em torno -30 a -40 oC. CONSERVAÇÃO PELO FRIO - CONGELAMENTO ❑Congelamento por contato indireto É realizado colocando-se o alimento em contato com uma placa resfriada por uma substância refrigerante. Existem também outros sistemas de congelamento por contato indireto, como os que utilizam os trocadores de calor de superfície raspada, que congelam substâncias líquidas ou purês muito rapidamente. CONSERVAÇÃO PELO FRIO - CONGELAMENTO REFRIGERAÇÃO CONGELAMENTO Temperatura de conservação 0 até 10oC -10 a -45oC Qualidade de conservação Conservação das qualidades originais. Manutenção da qualidade sensorial. Efeito Atraso da multiplicação microbiana e enzimática. Suspensão total do crescimento microbiano e retardamento e suspensão da atividade enzimática. REFRIGERAÇÃO X CONGELAMENTO É um processo de desidratação de produtos em condições de pressão e temperatura tais que a água, previamente congelada, passa do estado sólido direto para o estado gasoso (sublimação). • Empregada para a conservação de vários alimentos. • Processamento misto em que se associam o congelamento e a desidratação. • Requer aparelho especial e a vácuo. • O primeiro estágio da liofilização é congelar o alimento. • Seguido de sublimação do gelo à vácuo. CONSERVAÇÃO PELO FRIO - LIOFILIZAÇÃO • Alimento congelado a - 40 ºC; • Colocado na câmara a vácuo; • Calor por contato em placas ou bandejas que aquecerão o produto; • Água sublima (sólido direto para gasoso, sem passar para o estado líquido); • Tempo de duração: 15-30h; • Umidade final: 1 a 2%; • Embalagem hermética. Diagrama de fases da água mostrando a sublimação do gelo. CONSERVAÇÃO PELO FRIO - LIOFILIZAÇÃO CONSERVAÇÃO PELO FRIO - LIOFILIZAÇÃO Alimento Antes Depois Banana 32 kg 1 kg Espinafre 32 kg 1 kg CONSERVAÇÃO PELO FRIO - LIOFILIZAÇÃO • Reconstituição, após reidratação; • Redução: -das perdas vitamínicas e de constituintes voláteis; -da desnaturação proteica -da deformação na superfície do produto • Capacidade digestiva se torna mais elevada; • Reidratação fácil; • Pela ausência de oxigênio, impede a ação de microrganismos aeróbicos; • Pela eliminação de água, a ação enzimática é inibida; • Leves e não necessitam de refrigeração. LIOFILIZAÇÃO - VANTAGENS • Alto custo (preço de equipamento, manutenção, e tempo de processamento (10 horas); • O produto, após reconstituição, perde peso e volume, se comparado ao original; • Tendência a degradações oxidativas se não embalados corretamente; • A aceleração do processo pode influenciar na qualidade do produto final. LIOFILIZAÇÃO - DESVANTAGENS Trata-se de um método físico de conservação comparável à pasteurização térmica, ao congelamento ou enlatamento, capaz de prolongar a vida-de-prateleira de frutas, legumes, carnes, milho, leite, café e ervas medicinais, etc. Preserva a qualidade sem alterar o sabor, a aparência ou o aroma dos alimentos e não apresenta qualquer risco de contaminação por radiação, pois em nenhum momento os produtos a serem preservados entram em contato direto com a fonte de irradiação. IRRADIAÇÃO DOS ALIMENTOS A grande vantagem do processo é a eliminação de agentes patogênicos e outros microrganismos que deterioram os alimentos, podendo ser empregado, ainda, para eliminar insetos e retardar o processo germinativo em produtos vegetais. O alimento a ser irradiado é tratado por raios gama, originados do Cobalto 60, em uma instalação conhecida como irradiador. Durante o processo, a energia gama, uma radiação eletromagnética de comprimento de onda muito curto semelhante à ultravioleta, luz visível, infravermelho, micro- ondas ou ondas de rádio usadas na comunicação,penetra no alimento causando pequenas mudanças moleculares que também ocorrem no ato de cozinhar, enlatar ou congelar. IRRADIAÇÃO DOS ALIMENTOS IRRADIAÇÃO DOS ALIMENTOS CONSERVAÇÃO PELO EMPREGO DE ADITIVOS ALIMENTARES “Aditivo alimentar é todo e qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos sem o propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento (Portaria SVS/MS 540, de 27/10/97).” “A definição não inclui os contaminantes ou substâncias nutritivas que sejam incorporadas ao alimento para manter ou melhorar suas propriedades nutricionais.” A eficiência dos agentes químicos depende de vários fatores, entre eles o tipo da substância química, a concentração de uso, a temperatura e o tempo de armazenamento do alimento, as espécies de microrganismos presentes no meio, além das características intrínsecas do alimento (pH, atividade de água, composição química, etc.). *INS (International Numbering System) ou Sistema Internacional de Numeração de Aditivos Alimentares. Este sistema foi elaborado pelo Comitê do Codex sobre Aditivos Alimentares e Contaminantes de Alimentos (CCFAC) para estabelecer um sistema numérico internacional de identificação dos aditivos alimentares nas listas de ingredientes como alternativa à declaração do nome específico do aditivo. CONSERVAÇÃO PELO EMPREGO DE ADITIVOS QUÍMICOS No Brasil, a indústria deve seguir a legislação do Ministério da Saúde/ANVISA. Que estabelece as condições gerais e fatores essenciais de qualidade dos aditivos químicos empregados na produção de alimentos (e bebidas). Para que um aditivo alimentar ou coadjuvante de tecnologia seja aprovado no Brasil são consideradas referências internacionalmente reconhecidas, como o Codex Alimentarius, a União Europeia e, de forma complementar, a U.S. Food and Drug Administration – FDA. Esse critério é estabelecido pela legislação brasileira – Portaria SVS/MS n. 540/1997 – e pelo MERCOSUL – GMC/RES. N° 52/98. ADITIVOS ALIMENTARES - REGULAMENTAÇÃO -Lei nº 986, de 21 de outubro de 1969 (DOU 21/10/1969 ); Alterado pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 23 de agosto de 2001 CAPÍTULO IV Dos Aditivos Art. 24 - Só será permitido o emprego de aditivo intencional, quando: I - comprovada a sua inocuidade; II - previamente aprovado pela Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos; III - não induzir o consumidor a erro ou confusão; IV - utilizado no limite permitido. § 1 - A Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos estabelecerá o tipo de alimento, ao qual poderá ser incorporado, o respectivo limite máximo de adição e o código de identificação de que trata o item VI, do Art.11. § 2 - Os aditivos aprovados ficarão sujeitos à revisão periódica, podendo o seu emprego ser proibido desde que nova concepção científica ou tecnológica modifique convicção anterior quanto a sua inocuidade ou limites de tolerância. CONSERVAÇÃO PELO EMPREGO DE ADITIVOS ALIMENTARES -Lei nº 986, de 21 de outubro de 1969 (DOU 21/10/1969 ); Alterado pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 23 de agosto de 2001 § 3 - A permissão do emprego de novos aditivos dependerá da demonstração das razões de ordem tecnológica que o justifiquem e da comprovação da sua inocuidade documentada, com literatura técnica e científica idônea, ou cuja tradição de emprego seja reconhecida pela Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos. Dos Aditivos Art. 25 - No interesse da saúde pública poderão ser estabelecidos limites residuais para os contaminantes presentes no alimento, desde que: I - considerados toxicologicamente toleráveis; II - empregada uma adequada tecnologia de fabricação do alimento. Art. 26 - A Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos regulará o emprego de substâncias, materiais, artigos, equipamentos ou utensílios, suscetíveis de cederem ou transmitirem resíduos para os alimentos. Art. 27 - Por motivos de ordem tecnológica e outros julgados procedentes, mediante prévia autorização do órgão competente, será permitido expor à venda alimento adicionado de aditivo não previsto no padrão de identidade e qualidade do alimento, por prazo não excedente de 1 (um) ano. Parágrafo único. O aditivo empregado será expressamente mencionado na rotulagem do alimento. Quais são os aditivos alimentares que podem ser utilizados nos alimentos? A legislação brasileira sobre aditivos alimentares é positiva e estabelece que um aditivo somente pode ser utilizado pela indústria alimentícia quando estiver explicitamente definido em legislação específica para a categoria de alimentos correspondente, com as respectivas funções e limites. Não consta na legislação www.anvisa.gov.br > Alimentos > Legislação > Aditivos alimentares e Coadjuvantes de Tecnologia “Substância que confere, intensifica ou restaura a cor de um alimento.” (Portaria SVS/MS 540, de 27/10/97) Classificação dos corantes: • Corante orgânico natural • Corante orgânico sintético artificial. • Corante orgânico sintético idêntico ao natural. • Corante inorgânico ADITIVOS ALIMENTARES - CORANTES ADITIVOS ALIMENTARES - CORANTES TARTRAZINA ANTOCIANINAS ADITIVOS ALIMENTARES - EDULCORANTES “Substância diferente dos açúcares que confere sabor doce ao alimento.” (Portaria SVS/MS 540, de 27/10/97) Eles podem ser usados em substituição total ou parcial do açúcar. Os edulcorantes têm poder adoçante muito superior ao da sacarose. Os mais utilizados são: sacarina, ciclamato, aspartame e steviosídeo. E D U L C O R A N T E S NATURAIS ARTIFICIAIS ADITIVOS ALIMENTARES - CONSERVANTES “Substância que impede ou retarda a alteração dos alimentos provocada por microrganismos ou enzimas (Portaria SVS/MS 540, de 27/10/97).” Ácido benzoico: utilizado no controle de fungos e leveduras. Gases - epóxidos Óxido de etileno Utilizados com a finalidade de reduzir a população microbiológica e a infestação de insetos. ADITIVOS ALIMENTARES - ANTIOXIDANTES “Substância que retarda o aparecimento de alteração oxidativa no alimento (Portaria SVS/MS 540, de 27/10/97).” Butil- hidroxianisol Butil-hidroxitolueno Compostos fenólicos Ác. Ascórbico http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:L-Ascorbic_acid.svg ADITIVOS ALIMENTARES - EMULSIFICANTES “Substância que torna possível a formação ou manutenção de uma mistura uniforme de duas ou mais fases imiscíveis no alimento (Portaria SVS/MS 540, de 27/10/97).” Podem ser naturais, como a lecitina, ou sintéticos, produzidos a partir de monoglicerídeos de glicerol. Lecitina ADITIVOS ALIMENTARES - ESTABILIZANTES “Substância que torna possível a manutenção de uma dispersão uniforme de duas ou mais substâncias imiscíveis em um alimento (Portaria SVS/MS 540, de 27/10/97).” Este é o maior grupo de aditivos, muitos dos quais são substâncias naturais. Goma Guar Ác. Cítrico ADITIVOS ALIMENTARES - ESPESSANTES “Substância que aumenta a viscosidade de um alimento (Portaria SVS/MS 540, de 27/10/97).” Os mais usados são carboximetilcelulose (CMC) e a goma xantana. É um derivado sintético da celulose, obtido através do tratamento da celulose com hidróxido de sódio e monocloroacetato de sódio. Produzida pela fermentação da bactéria Xanthomonas campestris. ADITIVOS ALIMENTARES - GELEIFICANTES “Substância que confere textura através da formação de um gel (Portaria SVS/MS 540, de 27/10/97).” Alguns geleificantes utilizados em alimentos são: •Gelatina, • Alginato de sódio, • Alginato de cálcio, • Agar, •Carragena •Pectina Alginato de sódio ADITIVOS ALIMENTARES - ANTIUMECTANTES “Substância que protege os alimentos da perda de umidade em ambiente de baixa umidade relativa ou que facilita a dissolução de uma substância seca em meio aquoso (Portaria SVS/MS 540, de 27/10/97).”São alguns antiumectantes: Carbonato de cálcio, carbonato de magnésio, fosfato tricálcico, citrato de ferro amonical, silicato de cálcio, ferrocianeto de sódio, alumínio silicato de sódio, dióxido de silício. Silicatos: combinações de sílica com outros minerais Carbonato de cálcio ADITIVOS ALIMENTARES - AROMATIZANTES “Substância ou mistura de substâncias com propriedades aromáticas e/ou sápidas, capazes de conferir ou reforçar o aroma e/ou sabor dos alimentos (Portaria SVS/MS 540, de 27/10/97).” Há 4 tipos permitidos pela legislação brasileira: – Essências naturais. – Essências artificiais. – Extrato vegetal aromático. – Flavorizante quimicamente definido. É um termo que deriva do latim fervere (ferver), decorrente do aparecimento de bolhas ocasionado pela produção de dióxido de carbono resultante da ação de microrganismos (leveduras ou bactérias) sobre o material orgânico. Microrganismos diferentes correspondem a fermentações diferentes (VICENZI, 2011). MÉTODOS BIOLÓGICOS DE CONSERVAÇÃO - FERMENTAÇÃO São definidos como aqueles alimentos sujeitos à ação de microrganismos ou enzimas, para que mudanças bioquímicas desejáveis causem modificações significativas nos mesmos. A fermentação é um processo de preservação relativamente eficiente, de baixa energia, que aumenta a vida do produto e reduz a necessidade de refrigeração ou outras operações de energia intensiva para a preservação dos alimentos. Exemplos: -origem animal: embutidos e presuntos. -origem vegetal, Ocidentais: chucrute, picles, azeitonas, café, cacau, chá Orientais: shoyu, misó, tempeh, kimchi, etc. Africanos: gari, kokonteoulafun, agbelima, togwa, kenkey, etc. ALIMENTOS FERMENTADOS ▪ Massas fermentadas (pão, panetone); ▪ Carnes fermentadas (salame, linguiça); ▪ Bebidas fermentadas (cerveja, vinho); ▪ Bebidas destiladas (conhaque, aguardente); ▪ Leite fermentado (iogurte, queijo); ▪ Enzimas (proteases, amilases, glicose oxidase); ▪ Condimentos (vinagre, glutamato); ▪ Aminoácidos (lisina, ácido glutâmico); ▪ Polissacarídeos (dextrano) (VICENZI, 2011). FERMENTAÇÃO – ÁREAS DE APLICAÇÃO NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS TIPOS DE FERMENTAÇÃO LÁCTICA • Lactobacilos produzem ácido lático. ALCÓOLICA • Realizada por fungos anaeróbios facultativos. • O produto final é o etanol. ACÉTICA • Oxidação parcial do etanol, gerando ácido acético. • Realizada pela acetobactérias. TIPOS DE FERMENTAÇÃO EXERCÍCIO QUAIS MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO SÃO UTILIZADOS NOS EXEMPLOS ABAIXO?
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