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Cálculo Diferencial e Integral III Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Carlos Henrique de Jesus Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Integrais Múltiplas: Integral Tripla • Introdução • Integrais Triplas • Propriedades das Integrais Triplas • Mudança de Coordenadas • Coordenadas Cilíndricas • Coordenadas Esféricas · Introduzir o conceito de integral tripla de funções de três variáveis; · Apresentar o teorema de Fubini para o cálculo de integrais triplas como integrais iteradas; · Trabalhar a mudança de variáveis em coordenadas cilíndricas e esféricas; · Apresentar diversidade de exemplos e aplicações de integrais triplas. OBJETIVO DE APRENDIZADO Integrais Múltiplas: Integral Tripla Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Tripla Introdução Para que seja possível calcularmos volumes de sólidos mais complexos dos quais estamos acostumados à visualização no dia a dia, necessitamos do conhecimento das integrais triplas. Aplicamos as integrais triplas em cálculo de massa, centro de massa ou momentos de inércia de um sólido. Assim, nesta Unidade, os conceitos de integral simples serão estendidos para integrais triplas. Integrais Triplas O procedimento utilizado para definir integrais triplas é análogo ao empregado em integrais duplas. Assim, considere uma função f de três variáveis que é contínua sobre uma região sólida e limitada Q do espaço cartesiano. Então, cobre-se Q por uma rede de cubos, formando uma partição interna que contém todos os cubos que estejam, inteiramente, contidos em Q, tal como indica a seguinte Figura: Figura 1. Fonte: Larson e Edwards, 2010 O volume do i-ésimo cubo é ΔVi = ΔxiΔyiΔzi. A norma ||Δ|| da partição é a medida do comprimento da maior diagonal dos n cubos da partição. Em cada cubo, elege-se um ponto (xi, vi, zi) e se forma a soma de Riemann: f x y z Vi i i i n i, , .( )∆ = ∑ 1 Figura 2 Fonte: Larson e Edwards, 2010 8 9 Tomando o limite, quando ||Δ|| → 0, chegamos à seguinte definição: Definição 1: Se f é uma função contínua sobre uma região sólida limitada Q, então a integral tripla de f sobre Q se define como f f Vi i n Q (x,y,z) dV lim (x ,y ,z ) .i i i= → = ∑∫∫∫ || ||∆ ∆0 1 Sempre que este limite exista. O volume da região sólida Q é dado por: V Q dV Q ( ) = ∫∫∫ . As figuras a seguir ilustram a aproximação do volume de uma região sólida, encontrando a soma dos volumes de prismas retangulares representativos da partição que, no limite da soma de Riemann, tendem ao valor exato do volume desse sólido. Figura 3 Fonte: Larson e Edwards, 2010 Propriedades das Integrais Triplas São análogas às propriedades das integrais duplas: I. k (x,y,z) dV k (x,y,z) dV;f f QQ = ∫∫∫∫∫∫ II. [ (x,y,z) g(x,y,z)]dV (x,y,z) dV g(x,y,z) dV;f f QQQ ± = ± ∫∫∫∫∫∫∫∫∫ III. f f f QQQ (x,y,z) dV (x,y,z) dV (x,y,z) dV.= + ∫∫∫∫∫∫∫∫∫ 21 Na terceira propriedade, Q é a reunião de duas sub-regiões sólidas que não se sobrepõem, Q1 e Q2. Se a região sólida Q é simples, a integral tripla pode ser calculada com integrais iteradas, utilizando-se as seis possíveis ordens de integração: 9 UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Tripla dxdydz, dxdzdy, dydxdz, dydzdx, dzdxdy, dzdydx Segue a versão do teorema de Fubini para integrais triplas: Teorema: Se f é contínua em uma região sólida Q, assim definida: a < x < b, h1(x) < y < h2(x) e g1(x,y) < z < g2(x,y). Onde g1, g2, h1, h2 são funções contínuas. Então: f x y z dV f x y z dV g x y g x y h x h x a b Q ( , , ) ( , , ) ( , ) ( , ) ( ) ( ) = ∫∫∫∫∫∫ 2 2 1 2 Exemplo 1: Calcule se Q = {(x,y,z) ∈ R3 : -1 < x < 1, 3 < y < 4, 0 < z < 2}: Resolução: Colocaremos os limites de integração e a integral tripla de forma iterada: f x y z dV f x y z dV g x y g x y h x h x a b Q ( , , ) ( , , ) ( , ) ( , ) ( ) ( ) = ∫∫∫∫∫∫ 2 2 1 2 xy yz dx dy dz x x y y z z 2 3 1 1 3 4 0 2 +( ) =− = = = = = ∫∫∫ . . x y xyz dy dz y y z z 2 2 3 1 1 3 4 0 2 2 + −= = = = ∫∫ . 1 2 1 1 2 1 2 2 3 2 2 3 3 4 0 y yz y yz dy dz y y z z + − − − = = = ∫ ( ) . == ∫ 2 y yz y yz dy dz y y z z 2 3 2 3 3 4 0 2 2 2 + − + = = = = ∫∫ . 2 3 3 4 0 2 yz dy dz y y z z = = = = ∫∫ . 2 2 2 3 3 4 0 2 2 3 3 4 0 2y z dz y z dz z z z z ⇒ ( ) ⇒= = = = ∫ ∫. . 4 3 16 92 3 2 3 0 2 3 3 0 2 z z dz z z dz z z z z −( ) ⇒ −( ) ⇒= = = = ∫ ∫. . 7 3 0 2 z dz z z . = = ∫ 7 4 7 2 4 7 0 4 7 16 4 28 4 0 2 4 4z ⇒ − ⇒ ⇒ . . . . 10 11 Importante! Agora é a sua vez! Tente calcular a integral tripla a seguir e note que como apenas invertemos a ordem dos limites de integração, o resultado deve ser o mesmo, ou seja, a consequência dessa “nova” integral tripla é 28, concorda? xy yz dy dz dx y y z z x x 2 3 3 4 0 2 1 1 +( ) = = = = =− = ∫∫∫ . . Refl ita Exemplo 2: Calcule o volume do sólido limitado pelos paraboloides z = x2 + y2 e z = 8 - x2 - y2. Resolução: Inicialmente, calcularemos a interseção das superfícies: z x y z x y x y x y x y x y = − − = + ⇒ + = − − ⇒ + = ⇒ + = 8 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 8 2 8 4{ ( ) . Logo, a interseção dos paraboloides é a circunferência x2 + y2 = 4, situada no plano x = 4; vejamos: Figura 4 Fonte: uff.br Podemos, então, descrever o sólido W por: W = {(x,y,z) ∈ R3 : (x,y) ∈ Dxy e x 2 + y2 < z < 8 - x2 - y2}. Onde Dxy é o disco x 2 + y2 < 4. E como V W dVW( ) = ∫∫∫ , temos que: V W dz dxdy z x y x y D x y x y Dxy x ( ) = = ] + − − + − − ∫∫∫ 2 2 2 2 2 2 2 28 8 yy xy dxdy x y dxdy D∫∫ ∫∫= − + 8 2 2 2( ) . Como se vê, recaímos em uma integral dupla. Agora, para calcular a integral dupla é conveniente passarmos às coordena- das polares. 11 UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Tripla Daí, como x2 + y2 = r2 e para cobrir o disco temos 0 2 0 2 ≤ ≤ ≤ ≤{ θ πr , portanto: V W r rdrd r rdr r rdr Dx ( ) [ ] ( ) ( )8 2 0 2 2 8 22 2 0 2 2 0 2 0 2 − = − = −∫ ∫∫θ π π yy r r r r u ∫∫∫ ∫= − = − = − =28 2 2 4 1 2 2 16 8 163 2 4 0 2 0 2 π π π π ν( ) ( ) . . Analogamente ao que fizemos na integração dupla, restringimos a atenção a funções contínuas a certos tipos de região sólida, fechadas e limitadas, conforme estabelecemos os limites de integração das integrais iteradas. Região sólida simples E tipo I: Figura 5 Fonte: Stewart, 2012 Neste caso, E = {(x,y,z) ∈ R3 : (x,y) ∈ D,u1(x,y) < z < u2(x,y), em que D é a projeção de E sobre o plano XY. Observe que o limite superior do sólido E é a superfície de equação z = u2(x,y) e o limite inferior de E é a superfície de equação z = u1(x,y). Neste caso, temos: f x y z dV f x y z dz dA u x y u x y DE ( , , ) ( , , ) . ( , ) ( , ) = ∫∫∫∫∫∫ 1 2 . Em particular, se a região plana D é do tipo I – para a integração dupla –, temos que: Figura 6 Fonte: Stewart, 2012 E = {(x,y,z ∈ R3 : a < x < b, g1(x) < y < g2 (x), u1(x,y) < z < u2(x,y)}. 12 13 E a integral tripla fica: f x y z dV f x y z dzdydx u x y u x y g x g x a b E ( , , ) ( , , ) . ( , ) ( , ) ( ) ( ) = ∫∫∫∫∫ 1 2 1 2 ∫∫ Por outro lado, se a região plana D é do tipo II – para integração dupla –, temos: Figura 7 Fonte: Stewart, 2012 E = {(x,y,z) ∈ R3 : c < y < d, h1(y) < x < h2 (y), u1(x,y) < z < u2(x,y)}. E a integral tripla fica: f x y z dV f x y z dzdydx u x y u x y h y h y c d E ( , , ) ( , , ) . ( , ) ( , ) ( ) ( ) = ∫∫∫∫∫ 1 2 1 2 ∫∫ Região sólida simples E tipo II: E = {(x,y,z) ∈ R3 : (y,z) ∈ D, u1 (y,z) < x < u2 (y,z)} Figura 8 Fonte: Stewart, 2012 Neste caso, a integração tripla fica da seguinte forma: f x y z dV f x y z dx dA u y z u x y DE ( , , ) ( , , ) ( , ) ( , ) = ∫∫∫∫∫∫ 1 2 Onde a região plana D é a projeção de E sobre o plano YZ. Igualmente neste caso, D pode ser do tipo I ou II para a integração dupla. Região sólida simples E tipo III: . 13 UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Tripla Onde a região plana D é a projeção de E sobre o plano XZ. Figura 9 Fonte: Stewart, 2012 Neste caso, a integração tripla fica como: f x y z dV f x y z dy dA u y u x z DE ( , , ) ( , , ) ( ,z) ( , ) = ∫∫∫∫∫∫ 1 2 . Da mesma forma, a região D pode ser do tipo I ou II para a integração dupla. Exemplo 3: Calcular a integral iterada de x z dVE 2 2+∫∫∫ , se E é o sólido limitado pelo paraboloide y - x2 + z2 e o plano y = 4. Resolução: O sólido E pode ser visto na Figura a seguir. Se considerarmos como uma região sólida do tipo I, então é necessário ponderar a sua projeção DI sobre o plano XY, que é a região parabólica indicada em tal Figura. Figura 10 Fonte: Stewart. 2012 Observe que a interseção do paraboloide y - x2 + x2 e o plano z = 0 correspondem à parábola y - x2. De y - x2 + x2 obtemos z y x= ± − 2 , de modo que a superfície-limite inferior de E é z y x= − − 2 e a superfície superior é z y x= − 2 . Assim, a descrição de E como uma região do tipo I é: 14 15 E x y z x x y y x z y x= ∈ − ≤ ≤ ≤ ≤ − − ≤ ≤ −{ }( , , ) : , ,R3 2 2 22 2 4 . E obtemos: x z dV x z dzdydx E y x y x x 2 2 2 2 2 4 2 2 2 2 + = +∫∫ ∫∫∫ − − − − . Ocorre que tal expressão, embora correta, é muito difícil de calcular. Desse modo, consideraremos E como uma região sólida do tipo III, pois, dessa forma, a projeção D2 sobre o plano XZ é o disco x 2 + z2 < 4, tal como indica a próxima Figura: D� 0 Z -2 2 x� + z� = � x Figura 11 Fonte: Stewart, 2012 Então, a fronteira esquerda de E é o paraboloide y = x2 + z2 e a fronteira à direita é o plano y = 4; tal que se tomarmos u1(x,z) = x 2 + z2 e u2(x,z) = 4, a equação da integral tripla se tornará: x z dV x x dy dA x z x z d E x zD D 2 2 2 24 2 2 2 2 2 2 3 3 4+ = + = − −( ) +∫∫∫ ∫∫∫ ∫∫+ AA. Mesmo que possamos escrever 4 2 2 2 2 4 4 2 2 2 2 − −( ) + − − − − ∫∫ x z x z dzdxx x , ainda assim é mais fácil, neste momento, trabalhar em coordenadas polares, tal como fizemos em Exemplo anterior. x z dV x z x z dA r r rdrdq d E D p2 2 2 2 2 2 2 0 2 0 2 4 4 3 + = ( ) + = ( ) = ∫∫∫ ∫∫ ∫∫- - - qq r r dr p r r pp 4 2 4 3 5 128 15 2 4 0 2 2 2 3 5 0 2 - - .( ) = =∫∫ 15 UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Tripla Importante! O passo mais difícil para o cálculo de integrais triplas é estabelecer uma expressão para a região de integração. Vale lembrar que os limites de integração na integral interna contêm, no máximo, duas variáveis; os limites de integração na integral do meio contêm, no máximo, uma variável; e os limites de integração da integral externa contêm constantes, apenas. Importante! Exemplo 4: Expressar a integral iterada f x y z dzdydx yx , ,( )∫∫∫ 000 1 2 como uma integral tripla, explicitando o sólido E, e depois a reescrever como integral iterada, em outra ordem, integrando primeiro em relação a x, depois a z e, por fim, a y. Resolução: Podemos escrever f x y z dzdydx f x y z dV yx E , , , ,( ) = ( )∫∫∫ ∫∫∫000 1 2 , onde: E = {(x,y,z) ∈ R3 : 0 < x < 1, 0 < y < x2, 0 < z < y} Esta descrição de E nos possibilita indicar as projeções sobre os três planos coordenados, como se segue: 1. Plano XY: D1 = {(x,y) : 0 < 1, 0 < y < x 2} x y y y x, : ,( ) ≤ ≤ ≤ ≤{ }0 1 1 ; 2. Plano YZ: D2 = {(x,y) : 0 < y < 1, 0 < z < y}; 3. Plano XZ: D3 = {(x,y) : 0 < y < 1, 0 < z < x 2}. Assim, podemos representar as projeções de E nos planos coordenados, vejamos: 0 1 y = x� z = y x y z z y x z = x� 0 11 10 D�D�D� 1 Figura 12 Fonte: Stewart, 2012 Como resultado de esboçar as projeções, podemos delinear o sólido E como se vê na seguinte Figura: 16 17 x = 1 0 x y z 1 1 y = z = y x� Figura 13 Fonte: Stewart, 2012 Daí, vemos se tratar de um sólido limitado pelos planos z = 0, x = 1, y = z e o cilindro parabólico y - r2 ou x = y . Se integrarmos primeiro com respeito a x, depois a z e, por fim, a y, usaremos a descrição alternativa do sólido E = {(x,y,z) : 0 < x < 1, 0 < z < y, y < x < 1}. Portanto: f x y z dV f x y z dxdzdy y y E , , , , .( ) = ( )∫∫∫∫∫∫ 1 00 1 Mudança de Coordenadas Seja W uma região do espaço e x,y e x as seguintes funções: x,y,z : W* → R. Onde x = x(u,v,w), y = y (u, v, w) e z = z(u,v,w) são funções contínuas e com derivadas parciais contínuas em um paralelepípedo aberto R tal que W ⊂ R. Essas três funções determinam uma transformação do espaço UVW no espaço XYZ. De fato, T : W* → R3 é tal que T(u,v,w) = (x(u,v,w), y(u,v,w), z(u,v,w)). A transformação T, que é injetora, pode também ser representada para todo (u,v,w) ∈ W* por: x x u v w y y u v w z z u v w = ( ) = ( ) = ( ) , , , , , , . 17 UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Tripla O determinante jacobiano de T é denotado e definido por: ∂ ∂ = ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ (x,y,z) (u,v,w) x u x v x w y u y v y w z u z v z w Onde as derivadas parciais são calculadas no ponto . Teorema: Sejam W e W* regiões elementares no espaço, T uma transformação linear de classe C1 e injetora em W*; suponha que T(W*) = W Então, para toda função integrável f sobre W, temos: f x y z dxdydw f u v w x y z u v w dudvdw WW , , , , , , , , . *( ) = ( ) ∂ ( ) ∂ ( )∫∫∫∫∫∫ Onde f(u,v,w) = f(x(u,v,w), y(u,v,w), z(u,v,w)) e ∂ ( ) ∂ ( ) x y z u v w , , , , é o valor absoluto do determinante jacobiano. Coordenadas Cilíndricas Se P = (x,y,z) é um ponto do espaço XYZ, suas coordenadas cilíndricas são (r,q,z), onde (r,q) são coordenadas polares da projeção de P no plano XY e definidas por: x r y r sen z z = = cos - . θ θ Ou, explicitamente, r x y= +2 2 z = z e: θ π π = > + < + arctg y x sex y arctg y z sex arctg y x sex , , , , 0 0 2 >> < 0 0ey . 18 19 Se x = 0, então θ π = 2 quando y > 0 e θ π = 3 2 quando y < 0. Se x = y = 0, q não é definido. (x, y, z) (x, y, 0) rθ Figura 14 Fonte: Vilches e Corrêa, 2005 Tal transformação é injetora no subconjunto: r z r z, , : , , .θ θ θ π> < +{ }∈ −∞ ∞( )0 20 0 E o jacobiano dessa transformação é: ∂ ( ) ∂ ( ) = x y z r z r , , , , . θ Nesse sistema de coordenadas, a região sólida mais simples é um bloco cilíndrico determinado por: r1 < r < r2, q1 < q < q2, z1 < z < z2, conforme podemos ver nesta figura: Figura 15 Fonte: Larson e Edwards, 2010 Para expressar uma integral tripla por meio das coordenadas cilíndricas, seja E a região sólida cuja projeção D sobre o plano XY pode ser escrita em coordenadas polares. Então: E x y z x y R h x y z h x y D r g = ( ) ∈ ( ) ∈ ( ) ≤ ≤ ( ){ } = ( ) ≤ ≤ , , : , , , , , : , 3 1 2 1 2 1θ θ θ θ θθ θ( ) ≤ ≤ ( ){ }r g2 . 19 UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Tripla E a integral tripla, com o uso do jacobiano de mudança de variáveis, torna-se: f x y z dV f r r z E h r r h r r , , cos , , cos , cos , ( ) = ( )∫∫∫ ( ) θ θθ θ θ sen sen sen 1 2 θθ θ θ θ θ θ ( ) ( ) ( ) ∫∫∫ g g rdzdrd 1 2 1 2 . Exemplo 5: Determinar o volume do sólido limitado por: z x y= − −1 2 2 e z x y+ = +1 2 2 . Resolução: Vemos que a região sólida W é dada por: W x y z x y D x y z x y= ( ) ∈ ( ) ∈ + − ≤ ≤ − +{ }, , : , , .3 2 2 2 21 1 Onde D, no plano XY é limitada por x2 + y2 = 1, tal como indica esta Figura: Figura 16 Fonte: Vilches e Corrêa, 2005 Usando coordenadas cilíndricas, temos que o novo sólido é definido por: W r z r r z r* , , : , , .= ( ) ∈ ≤ ≤ ≤ ≤ − ≤ ≤ −{ }θ θ π3 20 1 0 2 1 1 Logo, o volume é dado pela integral tripla que pode ser resolvida pelas integrais iteradas como se segue: V W dxdydz rdrd dz rdz d r r W ( ) = = = − − ∫∫∫∫ θ θ π 1 1 0 2 0 1 2 ∫∫∫∫∫∫ ∫ ∫= = − − −( ) − W r r dr r z d r r r d] 1 1 0 2 2 0 2 2 1 1 π π θ θθ π π = − − −( ) = − − −( ) ∫∫ ∫ 0 1 0 1 2 0 1 2 0 2 1 1 2 1 1 dr r r r dr r r dr r dr 11 0 1 ∫∫ . 20 21 Contudo, r dr r r−( ) = − ] = −∫ 1 2 1 20 1 2 0 1 e r r dr1 2 0 1 −∫ podemos resolver usando a substituição s r ds rdr rdr ds= − ⇒ = − ⇒ = −1 2 1 2 2 . r r dr sds s V W a 1 2 1 2 1 2 2 3 1 2 2 3 1 30 1 1 0 2 1 0− = − = − = − − = ( ) ∫ ∫ ] == − − = =2 1 3 1 2 2 5 6 5 3 π π π u v. . Coordenadas Esféricas Seja P(x,y,z) um ponto no espaço XYZ; suas coordenadas esféricas são (p,q,f) onde r é a distância do ponto P à origem, q é o ângulo formado pelo eixo positivo X e o segmento de reta que liga (0,0,0) a (x,y,0) e f é o ângulo formado pelo eixo positivo Z e o segmento de reta que liga P à origem – lembre-se de que o sentido positivo de medida de ângulo é anti-horário. Então: x y z = ( ) ( ) = ( ) ( ) = ( ) ρ θ φ ρ θ φ ρ φ cos cos . sen sen sen Onde: ρ θ π= + + > ≤ ≤x y z2 2 2 0 0 2, o que define uma região no espaço rqf Confira a seguinte Figura: θ Φ (x, y, 0) (x, y, z) Figura 17 Fonte: Vilches e Corrêa, 2005 21 UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Tripla E o jacobiano dessa transformação é: ∂ ( ) ∂ ( ) = − ( )x y z, , , ,ρ θ φ ρ φ2sen Importante! Verifique você mesmo tal resultado por meio das derivadas parciais da transformação e do determinante jacobiano. Importante! A representação da partição de Riemann pode ser visualizada na seguinte Figura: Figura 18 Fonte: Larson e Edwards, 2010 Nesse sistema de coordenadas, a região mais simples é um bloco esférico determinado por: ρ θ φ ρ ρ ρ θ θ θ φ φ φ, , : , ,( ) ≤ ≤ ≤ ≤ ≤ ≤{ }1 1 1 2 1 2 Onde: r1 > 0, q2 - q1 < 2p e 0 < f1 < f2 < p, tal como mostra a Figura anterior. Daí: f x y z dV f r x y z d d d W W , , , , , , , , . *( ) = ( ) ∂ ( ) ∂ ( )∫∫∫ ∫∫∫ θ φ ρ θ φ ρ θ φ E a integral tripla, com o uso do jacobiano de mudança de variáveis, tornando-se: f x y z dV f sen sen sen W , , cos , , cos( ) = ( )∫∫∫∫∫∫ ρ φ θ ρ φ θ ρ φρ ρ φ φ θ θ 1 2 1 2 1 2 ρρ φ ρ φ θ2sen d d d . Essa fórmula pode se modificar para empregar diferentes ordens de integração e se generalizar a regiões com limites e cotas variáveis. Como as integrais triplas em coordenadas cilíndricas, as integrais triplas em coordenadas esféricas são calculadas por meio de integrais iteradas. Da mesma forma, podemos visualizar uma ordem determinada de integração, contemplando a integral iterada em termos dos três movimentos de varredura, cada um dos quais agregando uma dimensão do sólido. Por exemplo: 22 23 ρ φ ρ φ θ ππ 2 0 3 0 4 0 2 sen d d d . − ∫∫∫ Que pode ser ilustrado na seguinte Figura: Figura 19 Fonte: Larson e Edwards, 2010 Exemplo 6: Encontre o volume do sólido limitado superiormente pelo cone z x y= +2 2 e inferiormente pela esfera x2 + y2 + z2 = z, conforme a Figura a seguir: Figura 20 Fonte: Stewart, 2012 Resolução: Pelas informações das superfícies limitantes do sólido, usaremos coordenadas esféricas. Para tal, devemos transformar as equações cartesianas em esféricas. Observe a esfera ainda em coordenadas cartesianas: x y z z x y z z x y z2 2 2 2 2 2 2 2 2 0 1 2 1 4 + + = ⇒ + + − = ⇒ + + − = . Portanto, a esfera passa pela origem, tem centro 0 0 1 2 , e raio 1 2 . Mas a equação da esfera em coordenadas esféricas é: r2 = rcosf ⇒ r = cosf. A equação do cone pode ser escrita em coordenadas esféricas como: ρ φ ρ φ θ ρ φ θ ρ φcos cos cos .= ( ) ( ) + ( ) ( ) =2 2 2 2 2 2sen sen sen 23 UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Tripla Logo, ρ φ ρ φ φ φ φ π cos cos= ⇒ = ⇒ =sen sen 4 . Portanto, a descrição do sólido é: W = ( ) ≤ ≤ ≤ ≤ ≤ ≤ ρ θ φ θ π φ π ρ φ, , : , , cos0 2 0 4 0 Então, o volume do sólido W é: Podemos usar a substituição u = cosf ⇒ du = -senfdf. Portanto: V W dV sen d d d sen( ) = = = ∫∫∫∫ ρ φ ρ φ θ φ ρ φ π πφ π 2 3 0 0 4 0 2 00 4 3 ]cos cos 00 2 0 4 0 2 3 3 0 41 3 2 3 π π π π φ θ θ φ φ π φ φ φ ∫∫∫∫ ∫∫= ( ) = ( ) W d d d sen d sen dcos cos∫∫ . Exemplo 7: As mudanças de variáveis podem ser de outra ordem, no sentido de encontrar uma substituição que facilite a integração e seja possível usar o jacobiano da transformação. Vejamos este caso de integração dupla: Calcule a integral e dAx y x y R +( ) −( )∫∫ em que a região R é trapezoidal com vértices (1,0), (2,0), (0,-2), (0,-1). Como não é fácil integrar a função e(x+y)(x-y) faremos uma mudança de variáveis, a qual sugerida pela forma da função. u = x + y v = x - y. Tais equações definem uma transformação T-1 do plano XY no plano UV. A transformação (inversa) T do plano UV no plano XY é: x u v y u v= +( ) = −( )1 2 1 2 . E o determinante jacobiano se torna, então: ∂ ( ) ∂ ( ) = ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ = − = − x y u v x u x v y u y v , , . 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 24 25 Para encontrar a região S no plano UV correspondente à região R no plano XY, note-se que os lados de R estão sobre as retas: y = 0, x - y = 2 x = 0 x - y = 1. Dessa forma, as equações das retas no plano UV são: u = v v = 2 u = -v v = 1. Assim, a região S é também trapezoidal com vértices (1,1), (2,2), (-2,2) (-1,1) e pode ser descrita por: S = {(u,v) : 1 < v < 2, -v < u < v}. Figura 21 Fonte: Stewart, 2012 E a integral se torna: e dA e x y u v dudv e x y x y R u v S u v v v +( ) −( ) − ∫∫ ∫∫ ∫ = ∂ ( ) ∂ ( ) = / / / , , 1 211 2 1 2 1 1 21 2 1 2 1 2 ∫ ∫ ∫= = −( ) = − =− = −dudv ve dv e e vdv e e u v u v u v/ −− − −( ) = −( ) = −( )1 2 1 2 1 1 2 1 2 3 2 3 4 v e e e e . 25 UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Tripla Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Introdução às Integrais Triplas, Aula 1 Omatematico.com – professor Grings – introdução às integrais triplas, aula 1, disponível em: <https://youtu.be/492T9meZLdA> https://youtu.be/492T9meZLdA Aplicações da Integral Tripla Univesp – Cálculo III – aula 7 – aplicações da integral tripla,disponível em: <https:// youtu.be/YRRT33hmlYg> https://youtu.be/YRRT33hmlYg Me Salva! ITT01 – Integral Tripla – Introdução Me Salva! ITT01 – integral tripla – introdução, disponível em: <https://youtu.be/ XFGEsZoKvJA> https://youtu.be/XFGEsZoKvJA Fugindo da DP – Integrais Triplas – Cálculo III # 8 (Aplicações) Fugindo da DP – integrais triplas – Cálculo III # 8 (aplicações), disponível em: <https://youtu.be/PvvmHKUccXY> https://youtu.be/PvvmHKUccXY Me passa aí – Cálculo III – Como Resolver uma Integral Tripla Me passa aí – Cálculo III – como resolver uma integral tripla, disponível em: <https://youtu.be/v-WDA73bhjE> https://youtu.be/v-WDA73bhjE Matemática sem Mistérios – Integral Tripla, Parte 1 Matemática sem mistérios – integral tripla, parte 1, disponível em: <https://youtu. be/QN3MYYjdMaA> https://youtu.be/QN3MYYjdMaA Livros Cálculo - Volume 2 Ademais, leia o capítulo 15 (p. 422-467) do livro Cálculo, volume 2, de George B. Thomas Junior, publicado em São Paulo pela Editora Addison Wesley, em 2004. 26 27 Referências ANTON, H.; BIVENS, I.; DAVIS, S. Cálculo. v. 2. 8. ed. Porto Alegre, RS: Bookman, 2007. BARBONI, A.; PAULETTE, W. Fundamentos de Matemática: cálculo e análise: cálculo diferencial e integral. Rio de Janeiro: LTC, 2007. BOULOS, P.; ABUD, Z. I. Cálculo diferencial e integral. 2. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2002. BUFFONI, S. S. O. Cálculo vetorial aplicado. v. 1. Rio de Janeiro: Câmara Brasileira de Jovens Escritores, 2004. FLEMMING, D. M.; GONCALVES, M. B. Cálculo: funções, limite, derivação, integração. 6. ed. São Paulo: Makron Books do Brasil, 2007. LARSON, R.; EDWARDS, B. H. Cálculo 2 de varias variables. 9. ed. Santa Fe, México: McGraw-Hill/Interamericana, 2010. LEITHOLD, L. O cálculo com Geometria Analítica. 3. ed. São Paulo: Harbra, 1994. SIMMONS, G. F. Cálculo com Geometria Analítica. v. 1. São Paulo: Pearson Makron Books, 2010. STEWART, J. Cálculo de varias variables. Transcendentes tempranas. 7. ed. Santa Fe, México: Cengage Learning Editores, 2012. SWOKOWSKI, E. W. Cálculo com Geometria Analítica. 2. ed. São Paulo: Makron Books do Brasil, 1995. 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