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09/08/2019 - Apresentação da unidade curricular e do contrato pedagógico - cadeias produtivas e tecnologia de produtos de origem animal 16/08/2019 - Inspeção e a vigilância sanitária: função e formas de trabalho Quais áreas e suas divisões? Federal MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Inspeção de alimentos). Inspeção - atribuição exclusiva do Médico Veterinário desde 1968. Exemplo: Indústria, frigoríficos, laticínios, abatedouros, fábricas de bebidas, fábricas de frios e mel. Inspeção de todas as fábricas de produtos de origem animal e fábricas de bebidas. Fábricas/Produtos de Origem Animal: carne, leite, ovos, pescado e mel; Bebidas: refrigerantes, cachaça, sucos, cerveja, água de coco, etc; Saúde Pública: controle de zoonoses; Sanidade Animal: defesa sanitária animal; Controle Zootécnico: idade abate, abate de fêmeas; Questões comerciais: importação e exportação, fraudes, classificação e padronização de produtos. ABATE CLANDESTINO Problema de saúde pública: exposição da população a produtos potencialmente nocivos à saúde; Problema social: irregularidades trabalhistas, insalubridade; Problema ambiental: descarte de resíduos no ambiente contaminando mananciais; resíduos de carcaças (ex.: pulmão contaminado com tuberculose são dados aos cães, pois não tem controle, contaminando o ambiente por onde os animais irão pastar). Problema fiscal: isenção tributária, pois muitas pessoas não pagam impostos. Estima-se que 20 a 40% da carne produzida são provenientes de abate clandestino. Locais com abate clandestino e produtos de origem animal sem procedência geram multas e apreensão dos produtos e equipamentos. Para não ter esse problema, o ideal é que se compre carne embalada a vácuo, porém essas carnes são vendidas em peças inteiras, nesse caso, o consumidor tem que procurar comprar em locais confiáveis, com um bom controle de qualidade. Quando a vigilância vai a um estabelecimento e verifica alguma coisa fora do controle, tal como um produto vencido, ou produto sem identificação, um ralo quebrado, é deixado lá uma notificação para o recolhimento do produto ou notificação para a devida correção do ralo quebrado. O dono do estabelecimento tem 10 dias para se defender ou apresentar uma defesa. Este não é o prazo para adequação, a adequação tem de ser imediata, ou seja, se o produto está vencido deve ser jogado fora na hora ou a vigilância sanitária faz o recolhimento, e se o ralo estiver quebrado, no dia seguinte tem que ser consertado, portanto, o prazo de 10 dias é para defesa. SIF – Serviço de Inspeção Federal - Também faz a inspeção de produtos de origem animal. Abatedouro; Leite. O médico veterinário fica no abatedouro inspecionando carcaça de animais, no laticínio verificando se o leite está dentro das normalidades - carimbo do SIF. Seja na fabricação de mel, fábrica de pescados, de mortadela, linguiça, queijo, etc, o médico veterinário que atuará no SIF. DEFESA SANITÁRIA: Trabalha com os animais vivos controlando doenças. Suponhamos que ouve uma suspeita de um bovino com febre aftosa em uma propriedade no Mato Grosso do Sul, quem irá determinar que essa propriedade será interditada, constatando que realmente tem um foco de febre aftosa é o médico veterinário da Defesa Sanitária, e todos os animais da propriedade terão que ser abatidos e enterrados em valas profundas com cal. • Prevenção e o controle de doenças animais; • Fisc. da produção e comercialização de produtos veterinários – animais de produção, animais abatidos/enterrados em valas, profundidade de valas, cal, interdição de propriedade; • Fisc. da produção e comercialização de alimentação animal. • Migração – ração para alimentação natural: *local adequado. LANAGRO: Analisa as amostras encaminhadas pelos médicos veterinários do SIF ou da Defesa Sanitária. Ele dá apoio e suporte laboratorial quando tem alguma suspeita de contaminação ou doença na carcaça, por exemplo, o médico veterinário manda para o Lanagro amostras, e este órgão faz toda a análise desse material. Apoio laboratorial às ações de vigilância, controle e fiscalização. VIGIAGRO: Faz a fiscalização de trânsito e transporte, tanto de animais como Produtos de Origem Animal. É o Vigiagro que emite, por exemplo, o GTA (guia de trânsito animal), que é a autorização para se transportar um animal. Se o proprietário tem um cavalo de competição e vai levá-lo para uma competição, ele não pode simplesmente transportá-lo livremente, sem documentação, para isso é necessário autorização do Vigiagro - GTA. • Fiscalização do trânsito de animais e seus produtos. • Exterior/Pets, fiscalização e emissão de guia de trânsito animal - GTA, suínos para abate, prova para enduro com cavalos, atestado de vacinas, exame anemia infecciosa equina. Além dessas 4 grandes áreas, o ministério da agricultura também realiza a fiscalização de produtos, por exemplo: O empresário quer começar a produzir shampoo, condicionador, produtos higiênicos e medicamentos e vacinas, quem regulamenta essa área é o MAPA, o MAPA que verifica tudo, até mesmo se o rótulo está adequado, assim como alimentação dos animais: rações, petiscos, etc. O empresário pode até produzir a alimentação, porém, seguindo as normas do MAPA. MINISTÉRIO DA SAÚDE Vigilância Sanitária NÃO faz a inspeção de fábricas de produtos de origem animal e bebidas e SIM a vigilância de Produtos de Origem Vegetal: palmito, arroz, óleo de soja, óleo de milho, molho de tomate, fábricas de bolo, feijão, farinhas, etc; Inspeção do COMÉRCIO de alimentos: seja de Produto de Origem Vegetal, seja de Produto de Origem Animal PROGRAMAS SANITÁRIOS DEFESA • Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa; • Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovina; • Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros e Outras Encefalopatias; • Programa Nacional de Sanidade Suína; • Programa Nacional de Sanidade Avícola; • Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos; • Programa Nacional de Sanidade dos Animais Aquáticos; • Programa Nacional de Sanidade dos Caprinos e Ovinos; • Plano Nacional de Controle de Resíduos. Importante ler os programas de defesa sanitária do ministério da agricultura, caso queira prestar concurso no mesmo. Zoonose → Pertence ao Ministério da Saúde. Faz a erradicação das doenças contagiosas. DIPOA → Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal Por que é importante a inspeção de alimento? Questão da saúde pública: controlar as doenças vinculadas em alimentos e zoonoses que podem ser vinculadas nesses alimentos e garantir o bem-estar nessa questão. HISTÓRICO 1934: Criação do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal - SIPOA, subordinado ao Depto. Nacional de Produção Animal. Antes, não era obrigatório que o alimento passasse por inspeção. 1950: Lei 1283 aprova o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal – RIISPOA. Lei 1.283 de 18/12/1950 Institui a obrigatoriedade da I.I.S.P.O.A.; Principal Legislação na área de Inspeção de Produtos de Origem Animal, tornou-se obrigatório a inspeção de produtos de origem animal. Aprova o RIISPOA: código sanitário com mais de 900 artigos – produção, embalagem, rotulagem, transporte e comercialização; A competência p/ efetuar a Inspeção Sanitária era do Ministério da Agricultura; Era previsto a realização de convênios com as Secretarias Estaduais de Agricultura para a realização da inspeção. 1950 – foi determinado que a inspeção de POA fosse de responsabilidade do MAPA (Governo Federal) + Estados (Secretária Estadual de Agricultura): o Governo já pensando que o MAPA não daria conta de fazer a inspeção de POA de todas as indústrias, faz uma parceria para inspeção dos alimentos com o órgão Estadual. Responsabilidade da Inspeção A Secretaria Estadual da Agricultura não tinha estrutura para atenderessa demanda que lhe foi passada, as fábricas que ficaram a cargo das secretarias estaduais não eram de boa qualidade e o órgão teve diversos problemas, assim o ministério da agricultura passou a receber uma alta demanda de denúncias de irregularidades pelas secretarias estaduais. Em 1971 o MAPA acaba com essa parceria e resolve tomar para ele a responsabilidade da inspeção de POA. 1971: Promulgada a Lei 5.760 de 03/12/1971 conhecida como “Lei da Federalização” extingue o serviço de inspeção estadual e municipal, concentrando-o apenas nas mãos do Governo Federal. Mesmo com a criação da Lei da Federalização, a qualidade das indústrias começa a cair novamente. 1978: Criação do Laboratório Nacional de Referência Animal – LANARA. 18 anos depois, em 1989, o MAPA repassa a responsabilidade das inspeções das fábricas aos Estados e Municípios. 1989: Lei 7889 de 23/11/1989 – devolve aos Estados e Municípios a responsabilidade da inspeção em suas respectivas áreas reeditando a Lei 1.283. Responsabilidade da Inspeção Secretária Municipal de Agricultura – Município Secretaria Estadual de Agricultura – Intermunicipal Objetivo do MAPA Compromisso com o Consumidor Brasileiro: Inocuidade e Combate à Fraude Econômica; Expectativa da sociedade: Qualidade. Quais órgãos fazem inspeção de alimentos no Brasil, e como é dividida a tarefa de inspeção de alimentos entre esses órgãos? MAPA - Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (recebe diversas denúncias sobre a Secretaria Estadual de Saúde) – ANVISA Agricultura → área vegetal (essa área não gera emprego para os médicos veterinários). Pecuária → área animal (essa área sim gera muitos empregos). Secretaria Federal de Agricultura Federal: inspeciona as fábricas grandes no qual sua produção é bem maior e vende para vários estados e até mesmo exportam seus alimentos O selo recebe o nome de SIF. • Fábricas grandes/exportação • S.I.F. Secretaria Estadual de Agricultura Estadual: inspeciona as fábricas um pouco maiores, com uma produção maior, onde começam a vender para os municípios vizinhos dentro do seu próprio estado, ou seja, se é SP só pode ser vendido no estado de SP. O selo recebe o nome de SIE, porem esse E é substituído pela sigla do estado, exemplo: São Paulo (selo SISP), Rio de Janeiro (selo SIRJ). • Fábricas um pouco maiores • S.I.E. ex.: SISP/SP Secretaria Municipal de Agricultura Municipal: Município (secretaria municipal de agricultura) → inspecionar as fábricas de POA que são menores, fábricas pequenas familiares que tenham produção pequena, que só comercializam o seu próprio produto, dentro do município que é fabricado. Exemplo → eu sou dona de uma fábrica pequena familiar de queijo herdada pelo meu pai com uma pequena escala de produção, e vendo os queijos para os mercados da região, do município, serei inspecionada pela secretaria municipal da agricultura, e o selo recebe o nome de SIM. • Fábricas pequenas, dentro do município • S.I.M. Ministério da saúde: assim, como a agricultura que tem o SIF, a Defesa Sanitária, Lanagro, Vigiagro, o Ministério da Saúde tem diversas tarefas, como: •Vigilância Sanitária; •Centro de Controle de Zoonoses; •Vigilância Serológica. Ministério da Saúde Federal Secretaria Estadual de Saúde Estadual Secretaria Municipal de Saúde Municipal 1988 – Criação do SUS (Sistema Único de Saúde – Constituição Federal); *pergunta que sempre cai em concurso; *Na constituição federal está escrito: “saúde é um direito de todos e um dever do estado”. *antes da Lei, só os que tinham direito à saúde, eram os que tinham registro em carteira. *INAMPS - Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social, atualmente SUS. *Atualmente, todos que tem ou não a carteira assinada, tem o direito de ser atendido pelo SUS. A Constituição Federal filia o SUS, mas ela não diz como o mesmo irá funcionar, essas regras de como o SUS funcionará surge 2 anos depois com a Lei: 8080 - Lei que regulamenta o SUS (estudar a Lei 8080 para prestar concurso). A Lei 8080 diz que o SUS vai funcionar de forma descentralizada, que significa “cada município que cuide da sua população”, ou seja, a saúde fica a cargo do município. Quando não se tem a especialidade médica que um indivíduo necessita em determinado setor, esta pessoa é encaminhada para outro município, porém, o básico: pediatria, clínico geral, ginecologia, - todos os municípios do Brasil devem ter, isso desde 1990. 1990 – Extinto INAMP/Atualmente INSS. Regras do SUS. Lei 8.080. SUS descentralizado da Federação – fica a cargo dos Municípios. Vigilância Sanitária: a vigilância também é descentralizada – cada município possui sua vigilância. Inspeção de produtos de origem vegetal (não envolvendo produtos de origem animal) e todo o comércio de alimentos dentro de seu território. Centro de Vigilância Sanitária – no Estado. ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Federal. A Vigilância Sanitária tem que inspecionar todas as fábricas de Produtos de Origem Vegetal ou de outros produtos que NÂO sejam de origem animal ou bebidas e comércio de alimentos que estejam em seu território. Ex.: uma fábrica de palmito instalada no município de Viradouro quem inspeciona é a vigilância sanitária de Viradouro. Uma fábrica de molho de tomate instalada no município de Mogi das Cruzes, quem inspeciona é a vigilância sanitária de Mogi das Cruzes. Um bar, um restaurante, uma lanchonete, uma padaria, um sacolão, uma sorveteria, vendedor de coxinha - quem inspeciona é a vigilância sanitária do município. Existe uma infinidade de coisas que a vigilância pode fazer. O nome do órgão de vigilância sanitária no estado é CVS (centro de vigilância sanitária). O nome do órgão de vigilância sanitária federal é ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O CVS e a ANVISA têm o papel mais de coordenação, eles criam leis, programas, fazem treinamentos nos representantes dos Estados – sobre uma nova Lei; e os funcionário do Estado fazem treinamento com os funcionários da vigilância sanitária do Município, e a vigilância sanitária do Município – aplica na prática. A inspeção é feita pela Vigilância Sanitária Municipal, o CVS; a ANVISA tem um papel mais de coordenação, embora estejam aptos, obviamente para fazer inspeção – o que não é rotineiro (só fazem se ocorrer um problema/B.O. muito grande). No MAPA só quem atua são os Médicos Veterinários, já na Vigilância Sanitária, além, dos Médicos Veterinários, outros profissionais também atuam. Responder: como se organizar nas esferas Federal, Estadual e Municipal os serviços de Inspeção de Alimentos no Brasil? No âmbito da Agricultura e Saúde. 23/08/2019 - As principais doenças transmitidas por alimentos/Enfermidades veiculadas por alimentos (EVA) Alimentos NÃO são totalmente isentos de PERIGO para a saúde – podem se tornar impróprios para o consumo por microrganismos, seus metabólitos e contaminantes não microbianos – Enfermidades Veiculadas por Alimentos. É importante a higienização na manipulação dos alimentos, não adianta estar numa quantidade adequada, ser um alimento nutritivo se ele foi manipulado em situações inadequadas. Característica do agente etiológico: ex.: se conhecermos que o agente é destruído pelo calor, o profissional poderá eliminá-lo com altas temperaturas. Não se preocupar com características que serão utilizadas no laboratório: gram negativa, bacilo, etc. Importante: agente resistente ao calor, frio, pH, sal, nitrato ou nitrito; temperatura em que o organismo se multiplica; se formador de esporo ou não. Conhecimento em doenças bacterianas, esporo bacteriano, produz resistência; melhor se a doença não for bacteriana, pois é a bactéria que produz toxina. Procurar as características da toxina; se o microrganismo se multiplica em anaerobiose ou aerobiose; o seu período de incubação,por ex.: do momento em que é ingerido o alimento, até o momento em que o indivíduo adoece; quais são os sinais clínicos da doença; quais são os alimentos envolvidos de acordo com a característica do agente, quais são os alimentos preferenciais para determinadas doenças; como se dá a prevenção e o controle. Qual a importância do alimento? Fornecer nutrição, vitalidade, estrutura e energia. Os alimentos estão relacionados à saúde, objetivo de manter a vida e saúde. O alimento também pode ser o veículo para determinadas doenças. 3 categorias: Classificação dos microrganismos relacionados à saúde: 1) microrganismos úteis ou benéficos – são os bons, desejáveis: lactobacilos (iogurte), leveduras (vinho e cerveja), fermento biológico (bolos, pães); 2) deteriorantes – são os que estragam, deterioram os alimentos (ex.: pão, tomate embolorado), ingestão de alimento com sabor, odor ou textura alterados – não causam doenças; o indivíduo só adoece se tiver microrganismo “deteriorante patogênico”. *apesar do microrganismo não causar doença, se está deteriorado recebeu condição adequada para o microrganismo agir no alimento. Pode inclusive, ter multiplicação de microrganismo patogênico. Descartar todo o alimento, não só a “pontinha” deteriorada. 3) microrganismos patogênicos (não alteram os alimentos, sabor, odor e textura normais) – causam doenças. *tomar cuidado, escolher com cautela os alimentos. Características: •Quadro clínico gastrointestinal; •Curto período de incubação (PI) em média de 12 a 24 h; geralmente "autolimitante", normalmente o indivíduo se cura sozinho, mas tem coisas que fogem da regra e demora mais tempo. Algumas pessoas adoecem de forma mais branda e outras de forma mais grave, porém, depende primeiro do microrganismo ingerido (tem mø mais brando: Staphylo; e mø mais grave: Clostridium botulinum). Segundo: como o indivíduo está de saúde/imunidade, e como está sua microbiota (a microbiota de nosso intestino é bem completa e nos ajuda na defesa de mø patogênicos). *Antibióticos detonam a microbiota intestinal. É importante saber a quantidade, e quando o mø é ingerido. Quanto mais se ingere do alimento contaminado, mais mø também é ingerido, por isso, é sempre bom comer um pouco de cada, pois se o alimento estiver contaminado, terá mais chance de se livrar de intoxicações. Doenças de curto período de incubação: 30 min a 36h, nem sempre o ser humano se lembrará do que comeu nos dias anteriores; doenças autoimunes. Pode ocorrer óbito, mesmo sendo subestimado pelas pessoas. Gravidade e risco: • microrganismo: ex.: staphylococcus (leve), clostridium (grave); • indivíduo: microbiota intestinal, comer pedaços mais frios ou mais quentes dos alimentos; • dose ingerida: quanto mais comeu, mais chance de adoecer. Temperatura de multiplicação: Termófilo Mesófilo Psicrófilo Calor Ambiente Frio + 40°C 20 – 40°C 0° a 20°C Botulismo (Clostridium botulinum – identificado de A a G): O que causa a doença é a toxina produzida pelo Clostridium. Características: anaeróbio (ambiente sem O2), pH elevado > ou = 4,5, formador de esporos (mais resistente). Gram positivo, 37°C – mesófilo, temperatura mais próxima do ambiente. Em temperaturas de refrigeração a bactéria não se multiplica. Período de incubação: 12 a 36 horas, podendo chegar em até 8 dias (o que não é mais comum). Usualmente período de incubação curto. Sensível a Nitrito e Nitrato (aditivo que impede o crescimento do Clostridium – porém, os aditivos são carcinogênicos). Toxina termolábil/termosensível: 80°C. É inativada em 100°C por 10 a 30 minutos. Contaminação: solo, água, lodo, intestino dos animais – ex.: carne de frango, falta de higiene no abate, rompimento de intestino. Contaminação no momento do abate, falha, não teve o descarte correto. Se estiver em formato de esporos, ela não se multiplicará e não produzirá toxinas. As bactérias guardam as proteínas nos esporos, formando “escudos resistentes”. Indivíduo comeu esporo – cai em estômago ácido – segue para o intestino (lá encontra ingredientes: água, ambiente em anaerobiose e microbiota) – o intestino é um péssimo competidor para o Clostridium, pois, o ácido láctico do intestino derruba o pH). Não sairá da forma de esporos, e a eliminação dos mesmos ocorrerá através das fezes. Anaeróbio → se multiplica sem a presença do O2. Sabendo que a bactéria não gosta de O2 iremos encontrar o Clostridium botulinum em alimentos embalados a vácuo, palmitos em conserva, embutidos, carnes de peças inteiras que não possuem O2, tortas com recheio em cima (nestas tortas a massa com recheio por cima, cria um ambiente em anaerobiose). Formador de esporo → quando a bactéria percebe que a população está ficando hostil, ela forma um escudo, uma capsula de proteínas extremamente resistente a várias coisas. Tem esporos que ficam resistentes, por vários anos (3,4,5 anos). Não conseguimos eliminar essa bactéria facilmente em casa (somente em alguns processos como, por exemplo, o leite UHT e carnes enlatadas). Durante a forma de esporo o mø não se multiplica, não produz toxinas, não faz nada, é como se estivesse hibernando. Se comer uma torta com esporo, o mesmo será eliminado pelas fezes, pois, nosso estomago é ácido e o Clostridium botulinum não tem afinidade por ambiente ácido. Ele só se multiplica em pH > ou = 4,5, enquanto está no estômago percebe que o ambiente é muito ácido e continua como esporo, porém, chega no intestino, encontra nutrientes - água, anaerobiose, etc. e também a microbiota intestinal, mas, o Clostridium botulinum é um péssimo competidor com o intestino e continua na forma de esporo. A microbiota intestinal consome açúcar e produz ácido láctico, tornando assim o ambiente acidificado, o Clostridium botulinum, além de perceber o ambiente acidificado e ter que competir com a microbiota acha melhor não sair da forma de esporos pelas fezes. Mesófilo → prefere a temperatura mais próxima do ambiente para poder se multiplicar. O Clostridium botulinum produz a toxina enquanto se multiplica. Se o ambiente estiver hostil como, por exemplo, na geladeira ele não se multiplicará e não produzirá a toxina, assim não existe o surgimento da doença. Botulismo infantil/intestinal: intestino de crianças até 2 anos não está 100% com a microbiota ativa, a não atividade total desta microbiota, faz com que crianças fiquem mais suscetíveis. Associada ao mel – hostil para o organismo, não tem proteína, pobre nutricionalmente, pouca água, Clostridium ficará na forma de esporo – atinge o intestino da criança/não tem 100% da microbiota. Uma criança de até 2 anos come um esporo que chegará ao estômago ácido, e depois, ao intestino que possui nutrientes, água e anaerobiose, com pouca competição e sem acidificação, com isso o Clostridium sai da forma de esporos e passa a produzir a toxina no intestino da criança. É uma forma de botulismo que chamamos de botulismo infantil ou botulismo intestinal. O botulismo intestinal ou infantil pode ocorrer em adulto também, caso o adulto esteja fazendo antibioticoterapia e ingere o esporo, o Clostridium botulinum chegará ao seu intestino e sairá na forma de esporos produzindo a toxina, sua microbiota está comprometida devido ao uso de antibióticos. Se o adulto for saudável, e apresenta intoxicação pelo Clostridium é porque comeu o alimento já com a toxina produzida. O mel é um dos principais causador do botulismo infantil. Mel: 80% açúcar, 20% água. Toxinas termolábeis, sensíveis ao calor – destruídas pelo aquecimento. Fervura em 80 a 100° por 10 a 30 minutos. As indústrias acidificam a água da conserva do palmito para evitar a contaminação. Botulismo clássico ou alimentar (+comum): adultos comem as toxinas nos alimentos; Botulismo de lesão: ex.: indivíduo tem alguma ferida, foi pescar (água contaminada com os esporos) anaerobiose (ambienteadequado), a ferida é contaminada pelo microrganismo que cai em corrente sanguínea. Sinais clínicos: 1º gastrointestinal – enjoo, vômitos, diarreia, naúseas; 2º quadro neurológico – paralisia dos músculos, visão dupla, visão turva, falta de ar, dificuldade de engolir/deglutir, dificuldade para falar, andar, dificuldade de respiração. Pode levar a óbito por parada respiratória, paralisia do diafragma, bloqueio da junção neuromuscular. Cuidados: UTI, soro antitoxina para a toxina que está na corrente sanguínea. A toxina que já causou toda a paralisia e bloqueio da junção neuromuscular não tem mais solução – manter a pessoa em ventilação mecânica, alimentação enteral, sob cuidados intensivos. Leva-se até 6 meses para eliminação de toxina do organismo. *Rugas – botox (toxina botulínica) paralisia dos músculos faciais. (reaplicar a cada 6 meses, justamente porque o organismo demora até 6 meses para a eliminação da toxina). *Botox também utilizado para bruxismo, sudorese. O alimento direciona para a investigação da doença. Conservas: usualmente de preparação caseira, pois não chega em temperaturas, higiene, etc. Letalidade: 50% a 60% dos alimentos envolvidos: enlatados (anaeróbios), alimentos embalados a vácuo, embutidos (carnes), queijos, conservas, não gosta do mel - mas sobrevive nele. Controle: ferver os alimentos, verificar a procedência, aquecer alimentos – tortas, refrigerar (não se multiplica), não deixar o alimento em temperatura ambiente, acidificar a conserva em pH 4,5 pelo menos (somente na indústria), cuidados com palmito clandestino – fervura por 10 a 30 minutos). Intoxicação estafilocócica (Staphylococcus aureus – Toxina de A a F.): Características: anaeróbio facultativo (tanto faz ter ou não O2), pH ótimo – produção de toxinas em pH entre 5,2 a 9,0. Gram positivo, agrupamento em formato de cachos de uva, não formador de esporos (mais fácil de eliminar, mais sensível a desinfetantes e produtos de limpeza), 10° a 46°C – mesófilo - temperatura mais próxima do ambiente, durante a multiplicação ele libera a toxina. Tolerância a sal (multiplica-se com facilidade em meios salinos), mais resistente de todas as bactérias patogênicas. Período de incubação curto: 30 minutos depois, o indivíduo já está com náuseas e vômito. Toxina termoresistente, extremamente estável ao calor - mesmo que você aqueça o alimento, você destrói a bactéria e não a toxina. Tratamento a 100°C por 30 minutos. Tem que destruir a bactéria, antes dela se multiplicar. Ex.: Leite – se houver contaminação e liberação de toxina, a toxina contamina o leite (necessário pasteurização e refrigeração do leite). Pastel de feira: fica quase o dia todo em temperatura ambiente, o comerciante frita o pastel, elimina a bactéria, porém, não elimina a toxina. Contaminação: Embaixo das unhas, mãos, garganta, nariz, ferimentos, (humanos) – o Staphylo não pode parar no alimento, se multiplicar e produzir a toxina. Deve-se manter as práticas adequadas de higiene (unhas sempre curtas e lavadas). Carnes (vacas com mastite) e produtos derivados de bovinos, peixes, suínos, aves e ovos, sopas, cremes e recheios que levam ovos, produtos lácteos (leite) e derivados, molhos, batatas, atum e patês, bolos de festas. Queijo Minas Frescal (quanto mais furado, mais bactéria - coliformes fecais – pega o leite da vaca sem pasteurização). Sinais clínicos: Náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarreias (menor frequência), dores de cabeça, quadro sem febre. Controle: controle de temperatura dos alimentos envolvidos, rigorosa higiene (lavagem de unhas e mãos, manter unhas devidamente cortadas) do local de manipulação dos alimentos e treinamento dos colaboradores. Refrigeração sempre (não se multiplica em refrigeração), aquecer como ressalva, mas não matará a toxina, refrigeração e pasteurização do leite, evitar alimentos de origem clandestina. Cozimento imediato pós manipulação para não dar condição de multiplicação do microrganismo. 30/08/2019 - Doenças transmitidas por alimentos Intoxicação por Bacillus cereus (Bacillus cereus – Toxina Emética e Diarreica): Bacilo em formato de bastonete. Características: Gram positivo, anaeróbio facultativo (prefere o O2, mas também se multiplica sem O2). pH ótimo: 6,0 a 7,0. Produção de toxina 2,0 e 11,0. Formador de esporos, mesófilo - temperatura mais próxima do ambiente. Forma diarreica: produzida durante o crescimento bacteriano, termolábil (destruída pelo calor, uma vez produzida, conseguimos eliminar pelo aquecimento) – 55°C por 20 minutos. Instável em pH inferior a 4,0 e superior a 11,0. Período de incubação: 8 a 16 horas. Menos frequente. Mais eclética, leite, vegetais, pudim, sorvete, carne. Forma emética: produzida durante a fase estacionária, termoresistente (extremamente resistente ao calor - 126°C por 90 minutos, uma vez produzida, não conseguimos eliminar), pH extremos e a digestão enzimática. Maior frequência. Sem perda da estabilidade entre pH de 2,0 e 11. Período de incubação: 30 minutos a 6 horas. Arroz e cereais. Contaminação: No próprio ambiente doméstico, solo, água, ventanias, arroz crú (se mantém em formato de esporos), arroz cozido (bactéria vai suportar), mesas, dentro de pias, superfícies de manipulação, utensílios, ambiente hospitalar. Comum em cereais. Frio: sorvete contaminado – a contaminação ocorreu na matéria prima, no leite e produziu a toxina, pois em temperaturas baixas a bactéria não se multiplica. Calor: pudim contaminado – o alimento passou pelo calor, foi assado, a toxina foi destruída pelo calor, mas, a bactéria não foi destruída, pois, ela é termoresistente. Após a finalização do pudim e colocação em temperatura ambiente - a toxina pode ser destruída, porém, a bactéria não, e esta voltará a produzir toxinas. Contaminação na origem, na plantação. Síndrome diarreica: a toxina é destruída com cocção. Síndrome emética. Arroz cru – a bactéria continua na forma de esporo, após o cozimento (água), a bactéria começa a produzir toxina. Sinais clínicos: Forma diarreica: Diarreia, náuseas, vômitos, cólicas abdominais intensas, dores de cabeça, pode ter necrose intestinal com presença de sangue. Pode levar a óbito. Forma emética: Náuseas, vômitos. Melhora em torno de 24h, sem complicações maiores. Para diferenciar do Staphylos: verificar o alimento incriminado. Controle: refrigeração do alimento (para as duas formas), aquecimento do alimento (no caso da forma diarreica). Higiene dos alimentos, higiene do ambiente. Salmonelose (Salmonella spp.): Infecção O agente é a própria Salmonella (aqui não é toxina). Características: Gram negativo, anaeróbio facultativo (prefere o O2, mas também se multiplica sem O2). pH ótimo: 6,5 a 7,5. Multiplicação entre 7°C e 46°C. Não formador de esporos (bactéria não muito resistente a calor, desinfetantes), mesófilo - temperatura mais próxima do ambiente. Termolábil, destruída pelo calor. Oxidase negativo, redutores de nitrito e nitrato, não são exigentes e se multiplicam em diversas condições ambientais externas aos seres vivos. Período de incubação média de 12 a 36h, com sintomas de 1 a 4 dias. Os sintomas podem se manifestar 6h após a ingestão do alimento contaminado ou em até 72h. Em 4 horas o alimento contaminado pode transformar-se em infectante. Contaminação: bactéria que tem tropismo por aves (na carne e nos ovos), atinge a circulação e a musculatura das mesmas, passa para outras aves com maior facilidade, em aves contaminadas ocorre a postura da gema já infecciosa com a Salmonella, mas, na maior parte das vezes, não acontece nada com a ave (hospedeiro). Répteis: bastante comum, porém, como os répteis não estão tão presentes na alimentação dos humanos, não corremos muito risco. Mamíferos: suínos – importante a retirada da cabeça do restante da carcaça, muito comum a presença da Salmonellana cabeça. As granjas de aves possuem um complexo sistema de controle e prevenção contra a Salmonella. Limpeza, desinfecção e vazio sanitário. Todos aqueles que tem alto teor de umidade e alta porcentagem de proteína, como produtos lácteos (leite e queijos cremosos), ovos (pudins, gemadas, licores de ovos e maionese), carne (de bovinos, suínos e aves). Surtos: pescados, presença de patógeno em produtos cárneos crus, incluindo os de frango, é resultado de uma contaminação cruzada nas plantas industriais. Carne malpassada ou crua, leite e ovos crus, ou seja, alimentos de origem animal contaminados com fezes de animais. Salada (procedência de solo contaminado com fezes). O ser humano pode carregar o agente por até 6 meses e transmitir a Salmonella através das fezes. Sinais clínicos: 1° febre tifoide (salmonella typhi) – mais grave; óbito numa proporção bem menor do que acontecia antigamente - corrimento sanguinolento nasal e fezes com sangue; 2° febre entérica (salmonella paratyphi) – média; 3° salmonelose (salmonella enterica) – mais branda, porém, muito comum no mundo inteiro. * enteritidis – mais comum, que causa a salmonelose. Atinge facilmente indivíduos imunossuprimidos. Diarreia (primeiro e maior sintoma), cólicas abdominais, mal-estar, prostração, calafrio, febre (comum em crianças), cefaleia (dor de cabeça), dores no corpo, náuseas e vômitos. Letalidade: de cada 1000 doentes, 1 a 2 morrem, porém, se pensar que a doença tem alta incidência, estes números são preocupantes. Controle: não aconselhável o congelamento/resfriamento, pois, só impede a sua multiplicação, o frio não elimina a bactéria, tem que aquecer e cozinhar os alimentos, principalmente ovos. Recomenda-se a refrigeração para não ocorrer a multiplicação. Sempre o aquecimento de carne e ovos. Preferência por ovos pasteurizados. Ovo: vantagem que fique refrigerado, porém, não existe Lei que obrigue os estabelecimentos a mantê-los em refrigeração. Estrutura que se auto protege, célula embrionária, clara (pH 9 – hostil para a bactéria), fatores antimicrobianos naturais, proteínas que destroem paredes bacterianas. Sem refrigeração e ocorreu contaminação pela Salmonella, fazer a fritura ou o cozimento ao consumir e a bactéria será eliminada. Tratamento dos efluentes e dejetos de origem animal, higiene no abate, pasteurização do leite, manipulação adequada de alimentos, conservação e cocção em temperaturas corretas. Consumir alimentos devidamente higienizados e cozidos/assados e manter a higiene pessoal. Listeriose (Listeria monocytogenes): Infecção Período de incubação: 1 dia a 1 semana. C Características: Gram positivo, anaeróbio facultativo (prefere o O2, mas também se multiplica sem O2), não produz esporos, pH ótimo: 6,0 a 7,0. Produção de toxina em pH 2,0 e 11,0. Se multiplica em atividade de água mais baixa que outras bactérias patogênicas. Em 25°C são móveis (saltos) e 35°C são imóveis, a principal característica é a capacidade de se multiplicar na temperatura de refrigeração sem muita exigência nutricional, em carne é resistente ao tratamento com conservantes de nitrito e nitrato (resiste em 120ppm), além de Cl.de sódio, sal - (3%). Não resiste ao calor. Se multiplica em temperaturas de refrigeração de 2° a 44°C, tropismo por refrigeração, apesar de ser classificada como bactéria mesófila. Muito habilidosa para se manter em ambiente, tem a presença de Biofilme: os biofilmes são comunidades biológicas com um elevado grau de organização (escudo feito da própria matéria orgânica nas superfícies, ex.: uma mesa onde é manipulado o alimento, bactéria retira os alimentos da superfície para formar um escudo), onde as bactérias formam comunidades estruturadas, coordenadas e funcionais. Estas comunidades biológicas encontram-se embebidas em matrizes poliméricas produzidas por elas próprias. Produtos lácteos, carnes com nitrito de sódio, mortadelas e embutidos (possuem nitrosamina, que são compostos químicos cancerígenos, estes são liberados ao serem aquecidos, então, não seria bom comê-los sem o devido aquecimento e destruição da bactéria). Colocar o limão nos alimentos como ostras, até pode ser eficiente, porém, tem que ser utilizado limão em grande quantidade. Contaminação: presente no intestino de animais e humanos (insetos, repteis, peixes, monogástricos, poligástricos), leite cru ou não pasteurizado, sorvetes e queijos, produtos cárneos ou termoprocessados de diversas origens (evisceração bovina, ovina, caprina, suína ou de aves), peixes crus, embutidos e defumados (ex.: mortadela e linguiça), preparados a partir de carne crua fermentada. Além disso, produtos de origem vegetal, marinha e refeições preparadas, alimentos refrigerados prontos para consumo e peixes refrigerados. Falha de higiene dos manipuladores. Leite pasteurizado (mesmo sensível ao calor, a Listeria pode se multiplicar através dos biofilmes formados em equipamentos – o ideal é ocorrer a higienização). Pias, ralos, cozinhas, dentro de geladeiras, utensílios e equipamentos. Sinais clínicos: Grupos de risco (podem vir a óbito): idosos, crianças, indivíduos imunossuprimidos e gestantes. Gestante: septicemia neonatal, parto pré-maturo, aborto no segundo ou terceiro trimestre da gestação, morte neonatal ou nascimento de criança gravemente doente (infecção uterina e da cérvix); Recém-nascidos: podem contrair pela mãe ou por crianças infectadas nos berçários. Nos demais indivíduos da população, a listeriose manifesta-se pela meningite (ou meningoencefalite), encefalite ou septicemia. O início se associa a uma forte gripe: febre persistente e alterações gastrointestinais, calafrios, dores musculares, com enjoo, vômito e diarreia. Nos casos mais graves (listeriose invasiva), pode ocorrer sepse, aborto e meningite – se chegar neste estágio provável óbito (70% dos casos). *em adultos saudáveis não causa a doença, se causar: febre moderada, diarreia, mal-estar. Muitos adultos nem adoecem, muitos comem e eliminam rapidamente, sem apresentar a doença. Controle: aquecimento em temperatura máxima, desinfetar em intervalos regulares os equipamentos de fatiar, vitrines e mesas; higiene dos manipuladores dos alimentos, controle de pragas com tela, refrigeração (apesar da bactéria ter tropismo por temperaturas baixas), verificar procedência dos alimentos. Escherichia coli (Bacterium coli commune): Infecção Características: coliforme fecal, presente nas fezes e intestino, Gram negativo, anaeróbio facultativo (prefere o O2, mas também se multiplica sem O2). Se desenvolve entre 7°C e 46°C, não apresenta termoresistência sendo destruída em 60°C. Não formador de esporos, mesófilo - temperatura mais próxima do ambiente. Termolábil, destruída pelo calor. Período de incubação: 3 a 9 dias. EPEC (enteropatogênica, acomete recém-nascidos e lactantes) 36 horas (17 a 72h); ETEC (enterotoxigênica, diarreia infantil e dos viajantes) 8 a 44horas; EHEC (enterohemorágica, bastante gravidade crianças e idosos) 4 dias após a ingestão; EIEC (enteroinvasora) apenas 11h. Teste de patogenicidade: negativo, no intestino – ok. Teste de patogenicidade: negativo ou positivo nos alimentos – não ok. É capaz de resistir por longo tempo em temperaturas de refrigeração, pode se multiplicar em pH 4,4 (desde que haja mais fatores intrínsecos e extrínsecos atuando), as cepas são sensíveis a radiação clorada e radiação gama. pH ótimo: depende do ácido. 4,5: ácido clorídrico; 5,4: ácido láctico. EHEC pode evoluir para: Síndrome urêmica hemolítica. Contaminação: sempre contaminação por fezes de seres humanos e animais, água contaminada com despejos de esgoto (principal fonte de transmissão do agente na natureza) - saneamentos deficientes, alimentos expostos a qualquer contaminação fecal (por meio da água ou manipuladores infectados), contaminação de carcaça no abate,carne bovina moída (hambúrguer) ou malpassada é o maior causador de surtos. Leites e sucos de frutas não pasteurizados, queijo curado. Sinais clínicos: Depende da CEPA e da virulência, bem como a idade e imunidade dos pacientes. EPEC: grande quantidade de muco, febre, náuseas dores abdominais, vômitos, cefaleia e arrepio; ETEC: diarreia aquosa, febrícula, cólicas abdominais, mal-estar, náuseas; *Pode causar cólera e desidratação; EHEC: colite hemorrágica caracteriza-se por diarreia com grande quantidade de sangue/ diarreia profusa – “diarreia água de arroz”, dor abdominal intensa, vômitos, quadro febril; comprometimento/falecimento renal; prostração. EIEC: diarreia profusa ou desinteria, cólicas abdominais, arrepios, febre e mialgia. Controle: higiene dos manipuladores e utensílios, cocção adequada, aquecimento dos alimentos, alimentos bem passados e refrigeração (impedimento da multiplicação). 06/09/2019 - Inspeção e a vigilância sanitária: função e formas de trabalho Investigação Epidemiológica de surto por contaminação alimentar (Problematização) 13/09/2019 - Inspeção do Leite Leite Pasteurizado Tratamento térmico em temperatura mais amena, que mantém/emprega as características sensoriais. É o emprego do calor, com o fim de destruir totalmente microrganismos patogênicos sem alteração sensível da constituição física e do equilíbrio químico do leite, sem prejuízo dos seus elementos bioquímicos e de suas propriedades organolépticas normais. Não elimina 100% os microrganismos, sobrando os lactobacilos que se multiplicam e podem “azedar” o leite. 72 a 75C° por 15 a 20 seg - Processo HTST (High Temperature Short Time) Antes: temperatura não ultrapassava 100°C, 62 a 65°C por 30 min. Processo LTLT (Low Temperature Long Time) Maior preservação do leite e questão sensorial. Manter em refrigeração, com validade menor (10 a 15 dias – menor comodidade para o consumidor). *tanto o leite Pasteurizado, quanto o Leite UHT, não são os mais adequados para o consumo de bebês humanos. Processo UAT/UHT Vida útil maior, armazenado em temperatura ambiente, também perde nutrientes. Leite homogeneizado que foi submetido, durante 2 a 4 segundos, a uma temperatura de 130°C, mediante um processo térmico de fluxo contínuo, imediatamente resfriado a uma temperatura inferior a 32°C e envasado sob condições assépticas em embalagens estéreis e hermeticamente fechadas. UHT – década de 90. UHT – não precisa de refrigeração. Em processo UHT, se perde mais vitaminas e proteínas, o sabor se torna mais alterado, as proteínas ficam desnaturadas e o açúcar mais caramelizado. Dois sistemas: –Esterilização direta: contato direto do produto com o calor; –Esterilização indireta: vaporização do produto em meio aquecido por vapor. O leite é um alimento mais alérgeno, o organismo do mamífero produz lactase no intestino frequentemente, esta enzima quebra o açúcar do leite (lactose – dissacarídeo), na intolerância à lactose, o intestino não consegue mais quebrar a molécula de lactose. História do Leite no Brasil. Leite UHT – surge na década de 90, todos os leites eram pasteurizados – A, B ou C, porém, pasteurizados. Entra o Leite UHT – o consumo de Leite A permanece inalterado, o consumo de B (que é um pouco maior que A) também permanece inalterado. Nada se alterou, mesmo entrando no mercado um leite mais “seguro”. O consumo do Leite C era muito maior do que dos outros leites – em torno de 90%. Com a entrada do Leite UHT, ocorre a queda do Leite C. Por que o consumo do Leite A e B não se alteraram? R: consumidor de A e B é fiel ao produto. Consome os determinados Leites, por gostar, mesmo que o Leite UHT desse mais praticidade ou “segurança”. Leite C era muito mais barato, consumidores de baixa renda. O consumidor visava preço e não totalmente a qualidade. Antes o Leite Pasteurizado tinha validade de 3 dias, e não 10 como atualmente. Consumo de UHT subiu além do C. Quem são as pessoas que não consumiam A, B ou C, mas, passaram a consumir o leite UHT – pessoas das regiões do norte e nordeste, que não tinham total acesso ao leite fluído. Somente acesso ao leite em pó, ou leites de cabra. No norte e nordeste não tinha uma concentração considerável de indústrias leiteiras. A – melhor qualidade → limite baixo de 10.000 bactérias (produzido em propriedade chamada “granja leiteira”), as vacas são ordenhadas, já tem uma usina dentro da granja, não tem mistura com nenhuma outra propriedade rural, pasteurização e envase; B – qualidade intermediária → produzido numa propriedade rural, transportado para um laticínio que mistura o Leite de vários produtores. Antes de 2002, tinha o limite de 300.000 bactérias, atualmente 100.000; C – menor qualidade (+consumido no Brasil) → produzido numa propriedade rural, transportado para um laticínio que mistura o Leite de vários produtores. Até 2002 não tinha limite de bactérias. O MAPA decide que o Leite C precisa ter um limite de bactérias, e também que não dá para ter leites com qualidades: boa, média e ruim. No ano de 2002, surge pelo MAPA a instrução normativa 51/2002, que estabelece limites para a carga bacteriana total do leite cru tipo C. O MAPA estava mirando melhorar a qualidade do leite brasileiro para atingir os objetivos de exportação. Leite C - instituição de limite para contagem de bactérias: CPP (contagem padrão em placas/contagem bacteriana): 1.000.000/UFC; obrigatoriedade da refrigeração; e limite de CCS (contagem de células somáticas) → 1.000.000. Em 2002, os leites A e B já tinham limites, mas ocorreu ainda mais a redução de limites de CPP para os leites A e B, com o objetivo de proporcionar maior qualidade. Os três tipos até então, não tinham limite de Contagem de Células Somáticas (CCS). Prazos de adequação: MAPA deu um prazo de três anos, de julho de 2002 até julho de 2005. Objetivo: 1.000.000 para CPP e 1.000.000 para CCS. MAPA pede mais um limite em julho de 2005, que ao chegarem em 1.000.000 de CPP e CCS, reduzissem para 750.000 de CPP e CCS. Atingir em julho de 2008. Em julho de 2008, mais um prazo e objetivo são definidos: 100.000 CPP e 400.000 CCS até julho de 2011. Julho de 2011 – estende o prazo por mais 6 meses. Até que em dezembro de 2011, o objetivo alcançado foi de 750.000 CPP e 750.000 CCS. META Jul/2005 Jul/2008 Jul/2011 Dez/2011 Bactérias → 1.000.000 750.000 100.000 750.000 Células Somáticas→ 1.000.000 750.000 400.000 750.000 Em dezembro de 2011, o MAPA estabelece IN62/2011 → CONTROLE DE MASTITE IN7/2016 – 2 anos 2012 2014 2016 600.000 400.000 100.000 600.000 500.000 400.000 2018 76 IN77/2018 → CPP alto/máx. → leite limite 900.000 CPP 78 enviar 1x mês amostra do leite Amostra entre 100.000 e 900.000 CPP: recebe advertência; 900.000 ou mais: não pode comercializar/descarte; três resultados consecutivos de amostra entre 100.000 e 900.000 - proibição total do comércio para os laticínios. Revisão a cada 2 anos. A obrigatoriedade era acabar com o leite C, fazer com que o leite C se incorporasse ao leite B. O objetivo era que o leite brasileiro se tornasse um leite com os limites de CPP e CCS europeu. Apesar de atingirmos as máximas em exportação, não aconteceu a incorporação do leite C ao B, então com a IN de 2011, o leite C deixou de existir e passou a se chamar leite cru refrigerado. Nosso leite se tornou passível de exportação e como consequência os brasileiros passaram a beber um leite melhor. Após as IN 76/77 e 78 2018 Leite A: leite cru refrigerado, depois - pasteurizado tipo A. Leite B: pasteurizado tipo TOP, depois – não existe mais. Leite C: leite cru refrigerado, depois - padronizado pasteurizado. O que o produtor deve fazer para reduzir a carga bacteriana/CPP do leite? Higiene de mãos e tetos, limpeza do ambiente e equipamentos, fazer testede mastite, pré e pós dipping. O maior problema na redução da carga bacteriana foi a adequação às novas regras de higiene e manejo manipuladores. O que o produtor deve fazer para reduzir a carga de células somáticas/CCS do leite? Controle de mastite, além de lavar as mãos, higienizar os testos, ter local específico para ordenha, teste de caneca do fundo preto, entre outros... Com qual leite fazemos o UHT? Padronizado pasteurizado, antigo leite C. IN 51/2002 – trouxe a obrigatoriedade de manter a refrigeração do leite: ➔ Tanques comunitários: tanque + propriedade que se juntam e colocam o leite no mesmo tanque; dividem custo de instalação e manutenção, funcionários e energia; ➔ Em tanques comunitários, antes de colocar o leite no tanque, deve-se coletar amostra individual de cada leite (pH, resíduo de antibiótico e mede a temperatura 7°C – 10°C) – o caminhão é refrigerado e com compartimento (não ocorre a mistura); → as bactérias acidificam o pH, produzem ácido láctico, o ideal é que o pH esteja em 6,5 – 6,3 → vaca com mastite produz leite alcalino – pH aumentado (mastite – aumento de PH). Tem resíduo de antibiótico – ocorre o descarte de 100% do leite → SNAP Muitas vezes, na mistura do leite o “problema” desaparece, mas, nas amostras individuais reaparece. Entrou na indústria, lá ocorrerão outros testes, após a conclusão dos testes, o leite já é comercializado. Diariamente as amostras são analisadas, se tiver algum leite com CCS aumentadas/alterações, a indústria não pagará pelo leite ou o laticínio receberá menos. Se o problema for grave o suficiente para comprometer todo o leite, o leite inteiro será descartado e os outros produtores também não receberão pelo leite. 20/09/2019 – Inspeção de ovos Ovo é um alimento de origem animal, podendo ser de diversas espécies animais, incluindo aves, répteis, anfíbios e peixes. São consumidos pelos humanos ao longo de milhares de anos. Ovos de aves e répteis consistem basicamente em casca do ovo, clara do ovo e da gema. A gema é o folículo – o óvulo da ave. Ovo: célula embrionária onde se desenvolve o embrião – alimento rico em nutrientes, fácil de preparação, fácil de armazenar. Relatos de que o ovo em pó fazia parte da cesta básica de soldados na segunda guerra mundial - 1945. O ovo em pó tinha uma grande aceitação, o ovo fazia sucesso, porém, a sopa em pó não fazia. Ovo rico em colesterol? O fato do ovo ser rico em colesterol não afirma que eleva o colesterol do indivíduo. Redução do consumo de ovos nos EUA em 50% - 1980. Estudos foram dirigidos e mesmo assim, a população tinha pavor de comer ovo. Fonte mais completa de vitaminas e minerais: 7g proteína, colesterol 200mg, substância lecitina (fosfolipídio que impede a absorção do colesterol no intestino), ferro, fósforo. Prevenção de osteoporose - rico em vitamina D; prevenção de degeneração macular; rico em antioxidante e colina; ajuda no desenvolvimento do cérebro do bebê; ajuda na produção de vitamina A; redução das chances de câncer de mama; em nutrientes, só perde para o leite materno (humano). Alimento de fácil digestão, valor calórico baixo – 76kcal. Consumo de 1 a 4 ovos por dia. (muitos artigos publicados sobre a quantidade de ovos ideal para consumo). Redução de colesterol: praticar atividade física, tentar a redução do estresse, fazer a ingestão de ômega 3, preferência em consumir ovos cozidos e mexidos/omelete (evitar ovos fritos). Preservação dos nutrientes: realizar a cozedura com gema endurecida – questões de segurança (evitar contaminação por Salmonella). Cuidados para manter a gema e o ovo integro, para preservação dos nutrientes. Ovos: sem problemas de sazonalidade. Tem ovos o ano inteiro. Em média: R$ 0,54 por ovo, custo baixo. China – 37% EUA – 7,5% Índia – 6 % México – 4% Japão – 3,9% Rússia – 3,6% 7º lugar: Brasil – produção de ovos no Mundo. 1995/1996: 100 ovos por ano. 1997: 83 ovos ao ano. Temos condições de aumentar a produção: terra, água, clima, grãos para alimentação das aves, porém, não temos consumo/demanda pela população. Formação do ovo: início dentro do ovário, formação dos folículos em diversas fases de desenvolvimento. O óvulo que está maduro é liberado através do ovário/estigma e captado pelo infundíbulo. Do infundíbulo ele segue para o magno e istmo, até finalmente chegar no útero e ser liberado pela cloaca. Casca: Casca propriamente dita: proteção (dentro tem um embrião em desenvolvimento); deposição de cristais de carbonato de cálcio; função de proteger sem prejudicar o embrião; não “mata” o embrião, pois, tem estrutura porosa que permite trocas gasosas – os poros possuem diâmetro suficiente para a entrada de microrganismos; *o que determina a coloração da casca: pigmentos da própria raça da ave. *ovos de casca vermelha e branca: mesmo conteúdo interno, se tiver mais pigmento na ração, a ave botará ovo com a coloração vermelha e a gema com uma coloração mais forte (parecido com ovos de galinha caipira. Casca vermelha custa mais caro? Sim, porém, não quer dizer que ovo tem maior qualidade que os ovos de casca branca. Raças brancas/raças leves – custo de produção menor. Raças mais escuras (marrom)/raças pesadas – custo de produção maior. Cutícula: camada que penetra nos poros, impedindo a entrada de microrganismos – formada por mucoproteínas e polissacarídeos; envolve toda a casca, fica externamente; *a cutícula desaparece em 1 semana após a postura, naturalmente se altera e desaparece por completo; *na lavagem do ovo, ocorre a destruição da cutícula e na maioria das granjas já acontece a destruição da cutícula com lavagem, algumas granjas substituem por óleo mineral (ideal lavar somente antes do consumo). Membrana da casca: pele abaixo da casca, serve de suporte para os cristais de carbonato de cálcio se depositarem na formação de casca; possui duas lâminas (interna e externa); **Câmara de ar: formada por choque térmico na postura do ovo, espaço entre as membranas interna e externa da casca. Esse espaço é preenchido por ar logo após a postura do ovo, em consequência da formação de vácuo provocado pelo gradiente de temperatura do corpo da ave (40°C) e o meio ambiente. Ovo novo, câmara de ar pequena (afunda). Ovo velho, câmara de ar grande (flutua). Ovo recém posto: afunda e deita; 1 semana: começa a levantar – ângulo 45°; 2 a 3 semanas: já fica em pé – ângulo 90°; 4 semanas: ovo flutua. • Melhor armazenamento: parte interna da geladeira, evitar armazenar na porta da geladeira; • Ovos para escolha no restaurante – ovos cozidos com gema centralizada; • Gema com coloração mais forte: adição de pigmentos na ração. Clara (composta de 3 camadas, mas visualização de apenas 2 camadas): camada interna e externa (liquefeita), média (viscosa); contém proteína ovomucina na camada média, o que faz esta camada ficar viscosa: glicoproteína resistente ao calor, de consistência semelhante à geleia, é responsável pelo espessamento da clara, esta ficará mais liquefeita com a passagem do tempo, com o envelhecimento normal do ovo e não será mais possível diferenciar as camadas. *se quebrar o ovo e não conseguir identificar as camadas (todas as camadas ficarão liquefeitas), o ovo estará velho. 1 semana – ainda tem visualização de camadas; 2 a 3 semanas – não tem visualização de camadas. Formada basicamente de água e proteína, também ajuda na nutrição do embrião, fornecendo compostos nitrogenados. Função específica da clara: alimento, estabilização da gema no centro do ovo para manter a posição do embrião de forma correta. Principal função: proteção mecânica da gema, pois a gema não pode manter contato com a casca. *meio hostil para microrganismos, tem pH alcalino – pH 8,8 a 9,0; *proteínas com ação antimicrobiana;*proteínas que se ligam no Ferro, Cobre e Zinco, *proteínas que destrói a parede das bactérias gram-positivas. Camada média mantém a estrutura centralizada: Calaza/Chalaza, são cordões que ligam a camada viscosa/média à gema para manter a gema centralizada. Camada média liquefeita, a gema descentraliza (ovo velho). Gema: rica em proteína; possui disco germinativo com alo ao redor; latebra (mantém o equilíbrio ao disco); vitelo nutritivo (nutre o embrião); membrana vitelínica (pele da gema que mantém a gema em formato circular); *ovo novo: membrana vitelínica mais firme, ovo velho: membrana vitelínica mais fraca; *ovo que quebra com facilidade é mais velho; *gema mais centralizada e alta, ovo novo, gema mais espalhada e baixa, ovo velho. Ovo industrializado: ou está líquido ou em pó. Vantagens da pasteurização: vendidos em caixinhas tipo UHT (20 ovos), garrafinhas. Validade maior, melhor armazenamento, reduz custos e perdas de ovos estragados, indústria pode comprar com os ingredientes adicionais de acordo com a formulação necessária para a sua própria produção. Ideal para cremes, gemadas, maionese, clara em neve para marshmallow, sobremesas. Ovo em pó: validade 6 meses. Ovo em caixa: maior validade. 1ª etapa: postura, da granja o ovo é transportado em caminhão baú (não refrigerado) em transporte noturno. Normalmente as indústrias possuem granjas próprias. Recebido na indústria, será manipulado com empilhadeiras e carrinhos com rodas. Ocorre a retirada das bandejas de papelão, na esteira ocorre a lavagem dos ovos e na água tem a presença de sanitizantes aprovados pelo MS. Sanitizante permitido: cloro, ácido peracético, sanitizante proibido: iodo. Após a lavagem em jatos de água, ocorre a ovoscopia (incidência de luz para visibilidade de ovo saudável ou não: embrião, pintinho, extravasamento de sangue, tamanho da câmara de ar, gema centralizada ou não, rachaduras de casca). Funcionário verifica se tem qualquer anormalidade, se houver: descarte do ovo. Os ovos seguem para a quebra e separação através de um equipamento que afunila os ovos, os acomodando. Uma cesta composta por duas garras que seguram o ovo e martelo que abrem as cascas, em tanques diferentes tem a separação de gema e clara. O funcionário pode optar por uma terceira esteira com tanque de ovo integral. Um quarto tanque pode existir, por exemplo: fabricação de panetone. Ovo em peneira: estrutura líquida. No tanque é que acontece a mistura de ingredientes de acordo com as exigências do empresário. Uma pá faz a mistura do ovo + adicionais. Do tanque o ovo vai para a pasteurização, ovo pode ficar no tanque por no máximo: 72h entre 2°C e 5°C. Segue para pasteurização: tem que diminuir temperatura para 60°C por 3,5m. Só pasteurização de clara: 56,7°C por 3,5m Só pasteurização de gema: 61°C por 3,5 m Por que é diferente a temperatura de pasteurização para clara e gema? Gema tem gordura que funciona como isolante térmico, dificulta a troca de calor. Produção de leite em pó: ciclone de ar 200°C, a água evapora e o líquido vira pó. Equipamento: spray-dry (faz a evaporação). Embalagem: mesmo equipamento da embalagem de leite. Embalagem de 20kg, variadas, bag´s de 0,5kg/1kg, garrafinhas de 750ml/5kg/10kg. Validade Em pó: temperatura ambiente – 6 meses; Líquido resfriado: 2 a 5°C – 7 dias. Congelado: -12°C – 6 meses. 27/09/2019 – Avaliação N1 04/10/2019 – Inspeção técnica de bares e restaurantes (Prática em outros locais de atuação) – Sem Aula 11/10/2019 – Doenças transmitidas por alimentos 2 Yersiniose: Doença causada pela bactéria: Yersinia enterocolitica (agente etiológico). Bactéria não tão conhecida, porém, temos outra mais comum chamada Yersinia Peste, que no passado causou muitas doenças e mortes. A Yersinia Peste é transmitida pela pulga que pica o rato (que tem a bactéria); a pulga pica o humano e este contrai a bactéria, adquirindo a Peste Bubônica. Não envolve a transmissão via alimento, somente pela picada da pulga. A doença que envolve alimentos é a Yersinia enterocolitica. Característica ↓ Yersinia enterocolitica: • Bacilo Gram –; • Anaeróbico facultativo psicotrópico = (se multiplica em temperaturas baixas); • Bactéria não produtora de esporos (por não ser produtora de esporos é sensível ao calor). Essa bactéria prefere temperaturas mais frias, onde se multiplica numa temperatura de -1,3°C até – 43°C. Onde encontramos a Yersinia? Encontrada principalmente em suínos. Fica na laringe do animal sem causar problema nenhum. Porém, se no momento do abate houver falha de manejo com as facas, pode ter contaminação da laringe até toda a carcaça. A transmissão da bactéria não ocorre só via alimento, ocorre também pelo contato direto com animais. Importante redobrar a atenção. Em relação ao quadro clÍnico? • Período de incubação: 24 a 36 h; • A Yersinia acomete a região ílio cecal, com linfadenite, Ileíte, dor abdominal intensa que chega a confundir com apendicite aguda, dores de cabeça, mal-estar, anorexia, náuseas, vômitos e diarreia. Esse quadro também pode estar presente na apendice, deve-se realizar diagnóstico diferencial para identificação de apendicite. • Além do quadro intestinal, a bactéria yersinia pode acometer o sistema circulatório e causar infecções extra intestinais. Pode parar em articulações levando a quadro de artrite, glomerulonefrite, endocardite, agrava o quadro de Lupos e ainda, se o indivíduo tiver gastroenterite, esta pode permanecer por vários meses. Alimento envolvido: • Carne de porco: principal alimento, porém, não é o único, pois outros animais também podem carregar a yersínia: leite cru (pasteurizado elimina a bactéria). Controle: Manejo na criação dos suínos: • Diminuir a densidade animal, não deixando muitos animais próximos ao outro; • Limpar/higienizar os comedouros e bebedouros; • Manter a higiene pessoal para não contrair a bactéria. O manejo adequado evita a disseminação da bactéria. Em relação ao alimento: • Refrigeração não funciona bem, mas calor sim. É importante consumir a carne bem passada e consumir o leite pasteurizado. Vibrio parahaemolyticus: Bactéria mais conhecida: Vibrio Cólera (agente etiológico). Característica: ▪ Bacilo Gram –; ▪ Formato de vibrião, anaeróbico facultativo, halófilo (afinidade por sal) – encontrado mais em água do mar, animais e produtos de origem marinha; ▪ Não produtora de esporos; • Se multiplica em temperatura de 5 a 42°C; • Mesófilo: temperatura melhor para sua multiplicação - a partir de 15°C (ideal 37°C); • Sensível ao calor, portanto coma peixes bem passados; • Sensível à desidratação; • Sensível ao frio, onde se pode congelar o peixe e eliminar uma boa parte do Vibrio. Quadro clínico: • Período de incubação em média de 4 a 96h; • Quadro que não chama muita atenção; • Diarreia; • Náuseas; • Dor abdominal; • Algumas vezes vômito e febre. Quadro que não sugere muita coisa. Geralmente é auto limitante, não recomendamos tratamento, exceto se estiver muito ruim. Importante: Pode causar infecções extra intestinais, e infecções nos olhos e feridas abertas, caso o indivíduo nade em água contaminada do mar. Se o peixe estiver em água contaminada, naturalmente ele terá uma carga da bactéria. Suponhamos que seja uma carga de 10 ao quadrado = 100, ele só causa a doença se a carga bacteriana chegar em 10 a quinta ou 10 a sétima. 100.000 até 10 milhões de unidades formadoras de colônias por grama. O peixe que ficar exposto (feira em condições de temperatura ambiente), possibilita a multiplicação dessas bactérias alcançando esses valores e causando a doença. A ostra na água contaminada tem uma carga de bactérias maior ainda, pois ela filtra e concentra na carne alguns vírus, sujidades e bactérias. Se for retirada da água e em seguida consumida,o indivíduo adoece. Alimentos envolvidos: • Produtos de origem marinha; • Peixes (especialmente o cru, principalmente moluscos, ostras, mariscos). Controle: • Calor/alta temperatura; • Refrigeração funciona muito bem, mesmo tirando o peixe contaminado da água. Se o mantivermos em consumo refrigerado, não adoecemos; • Congelamento - melhor ainda, pois chega a eliminar a bactéria. Campilobacteriose: bactéria chamada Campylobacter (agente etiológico). 3 espécies de importância nos alimentos Campylobacter ↓ • Jejuni; • Coli; • Lari. A campylobacter causa doença reprodutiva em bovinos, mas com outra nomenclatura de campylobater, o que nos interessa em alimentos são: Jejuni – Coli – Lari. Característica: • Bacilo Gram –; • Microaerófilo (gosta de pouco O2); • Não produtor de esporos; • Cresce numa temperatura bem restrita de 30° a 47°C; • Sensível à desidratação, sal, acidez, congelamento; • Sensível ao calor; *Se desenvolve muito mal fora do hospedeiro. Onde encontramos Campylobacter? Trato gástrico intestinal dos animais, especialmente em aves e suínos. Contaminação ↓ Contato direto com animais pode levar a infecção no ser humano. • Período de incubação em média de 2 a 5 dias, mas pode chegar até 10 dias; • A dose infectante é baixa, basta comer pouco para se infectar (diferente da vibro parahaemolyticus que tem que comer muito alimento contaminado com a bactéria); • Causa enterocolite. Quadro clínico ↓ • Diarreia: entre 2 a 3 dias, ocorre a recuperação; • Dor abdominal; • Febre baixa; • Mal estar; • Prostração; • Pode acorrer vômito. O indivíduo que ingeriu mais alimento contaminado, pode ter evolução de febre alta, com presença de sangue nas fezes, nesse caso recomendamos o tratamento com antibioticoterapia. Alimentos envolvidos: • Carne de frango; • Carne de porco; • Leite cru. Controle ↓ • Calor resolve bem: mesmo assando o frango, não devemos mantê-lo por muito tempo na tábua onde foi preparado; • Refrigeração funciona muito. Desinteria bacilar → desinteria é uma diarreia acompanhada de muco e sangue, quadro mais grave. Causada por uma bactéria chamada Shigella (agente etiológico), infecção que invade as células e também produz uma toxina conhecida por Toxina de Shiga, pode ocorrer quadros convulsivos. Características: • Bacilo Gram –; • Anaeróbico facultativo; • Não produtor de esporos; • Mesófilo - depende de uma temperatura próxima ao ambiente para se multiplicar. Distribuição: Encontramos a Shigella no próprio ser humano, principalmente nas fezes. Podemos ter a bactéria Shigella de forma assintomática, carrega a bactéria sem perceber e não manifestar nada. Pode ser transmitido de pessoas para outras pessoas pela urina ou fezes. Tem gente que têm sintomas de forma banda, outros não têm nada, outros de forma grave de desinteria. Existem muitos surtos sem envolver alimentos, o que acontece em creches (contaminação oral- fecal), por exemplo. Quadro clínico: Período de incubação de 1 a 7 dias, em média 4 dias. Alimentos envolvidos: • Não tem um alimento específico, pois a transmissão ocorre por humanos. Já teve surtos de transmissão pelo feijão, batata, peixe, frango – por falta de higiene dos manipuladores. Controle: • Práticas adequadas de higiene. Clostridium perfringens (agente etiológico): Essa doença é uma Toxinfecção. Come o alimento com a bactéria, ela produz e libera a toxina no intestino e não no estômago. Diferente, comparada pelo botulismo, estafilococos e bacilos cereus, nesses o indivíduo ingere a toxina produzida no alimento, onde a bactéria se multiplica produz a toxina, mas não terá problema, pois as toxinas são sensíveis a acidez do estômago. Já com a Clostridium perfringens, a doença ocorre porque a toxina será produzida no intestino. Característica: • Bacilo Gram +; • Anaeróbio (precisa de ambiente sem O2); • Produtor de esporos, embora algumas cepas de Clostridium perfringens podem ser eliminadas com o calor (não tão simples assim); • Multiplica-se em temperatura de 30 a 50°C. Distribuição: Encontramos o Clostridium perfringens no ambiente: • Solo; • Água; • Trato gastrointestinal do humano e de animais. Quadro clínico: • O tipo A é o mais comum e o mais brando → causa um quadro clínico geral e mais comum; como diarreia, mal-estar, anorexia, dor abdominal, não tem muita complicação e melhora em torno de 24h. • O tipo C é o menos comum, e o mais grave de todos → causa um quadro que chamamos de Enterite Necrótica, ou seja, necrose no intestino, semelhante ao Bacillus cereus. Consequentemente dores abdominais intensas, diarreia muitas vezes sanguinolenta, e por vezes leva a óbito. Alimentos envolvidos: Bem parecido com o Clostridium botulinum, tropismo pelas mesmas coisas, tais como: • Anaerobiose; • Embutidos; • Enlatados; • Conservas; • Carnes em grandes pedaços; • Queijos em grandes pedaços; • Patês. Controle: • Refrigeração impede que a bactéria se multiplique; • O calor até eliminaria algumas cepas, mas teria que ser uma temperatura muito alta. Os restaurantes que trabalham com balcão self-service devem manter a temperatura das bandejas acima de 60°C, impedindo assim a multiplicação da bactéria; • Higiene sempre. 18/10/2019 – Inspeção ante mortem e post-mortem Vídeo apresentado em sala: RIISPOA – Art. 90. É obrigatória a realização do exame ante mortem dos animais destinados ao abate por servidor competente do SIF. Revisão do procedimento da inspeção ante mortem/Principais aspectos desta atividade: auxílio na tomada de decisões e na execução dos trabalhos dos estabelecimentos. EXAME OBRIGATÓRIO, avaliação documental, do comportamento e aspecto do animal, sintomas de doença de interesse para as áreas de saúde pública e saúde animal, é de responsabilidade a inspeção antes do abate de todos os animais e esta compreende o exame clínico, o abate de emergência a necropsia ou outros procedimentos com o fim de diagnosticar e determinar a destinação dos animais sempre aplicando as ações de saúde animal. Principais objetivos da inspeção ante mortem: fornecer subsídios para a inspeção post mortem e a correlação dos achados antes e após o abate dos animais, evitar contaminação nas linhas de abate, separar os animais que possam levar riscos de contaminação das instalações e equipamentos, como: abcessos, secreções. Detectar doenças que não apresentem lesões visíveis na inspeção post mortem (como o sistema nervoso), detectar o uso recente de medicamentos, partos recentes, gestação avançada que impeçam o abate normal do animal. Quantificar doenças infecto contagiosas e zoonoses obrigatórias e atender as exigências para o abate humanitário. Tem o objetivo de garantir ao consumidor final um produto de qualidade e a destinação dos animais. O médico veterinário que faz essa inspeção é concursado pelo MAPA, sem vínculo com o abate, podendo tomar decisões em segurança alimentar. Todas as etapas do procedimento, são registradas em planilhas específicas de forma clara e objetiva, durante a execução de cada atividade, para preservar e confrontar as informações. Portanto, todos os registros devem ser anotados: datas, horários e assinaturas. As informações desta etapa são registradas na papeleta modelo nº1, a primeira etapa é a avaliação documental, neste momento, registramos o GTA: documento obrigatório que acompanha os animais em trânsito. Importante conferir a autenticidade, número da GTA, procedência, destino, número de animais, sexo e finalidade. Atenção: no campo observação pode conter informações sobre eventuais restrições sanitárias, além de notificações obrigatórias, entre outros. Após a conferência da documentação que acompanha os animais, ocorre a avaliação visual para determinar as condições sanitárias dos animais: animais estão caídos, mortos ou debilitados? (avaliação deveráser realizada no menor tempo possível, após a chegada dos animais). Ocorre então o descarregamento, e depois a visualização é repetida momentos antes do abate: inspeção. Ficha de curral e informações sobre lote de animais fornecidos pela empresa e escala de abate em mãos, observar os animais em conjunto, comportamento individual, observar animais parados e em movimento (sem excitá-los), observar atentamente a pele, superfícies, cobertura muscular, articulações e aberturas naturais. Após a avaliação dos animais, estes podem ter 4 destinos: 1. Os animais em condições adequadas seguirão para o abate normal – após o período de descanso e jejum regulamentado; 2. Os animais com fraturas ou lesões que impossibilitem a locomoção do animal por conta própria, serão destinados ao abate de emergência imediata (abate prioritário dos animais incapacitados de locomoção, acidentados, contundidos, que não apresente alteração de temperatura ou sintomas que o excluam regularmente do abate comum) - animal corretamente identificado com etiqueta plástica ou metálica tipo 6 *o registro dos achados é anotado em papeleta nº2 (registro do abate de emergência); 3. Na existência de animais suspeitos de doenças infectocontagiosas ou não, deverão ser destinados ao curral de observação – lá ocorrerá o exame clínico individual com o animal devidamente contido (observação, palpação, termometria, auscultação e outras técnicas semiológicas) – emergência imediata para os animais considerados doentes, após o exame ou para aqueles que apresentem lesões que impossibilitem o abate normal junto com o lote. Caso o animal seja portador de doença infectocontagiosa, o serviço de saúde animal deverá ser formalmente comunicado e deverão ser tomadas as medidas necessárias, como: isolamento, colheita de material para diagnóstico complementar, dentre outros. Dependendo da enfermidade, o lote inteiro deverá ser abatido. Animais com gestação avançada, partos recentes ou com suspeita de uso de medicamentos devem ser retirados do abate, respeitando os procedimentos de bem- estar animal. *O abate dos animais com suspeita de doenças infecto contagiosas deve ser feito normalmente após o abate dos animais saudáveis. 4. Na existência de animais mortos, estes deverão ser encaminhados para o departamento de necrópsia. Atenção para a segurança no manuseio e técnicas do procedimento para que não ocorra a contaminação dos manipuladores, do local e os equipamentos deverão estar devidamente identificados. Pode ser realizada colheita de material suspeito para análise. Inspeção post mortem Só se inicia depois que os animais entram na sala de abate, este exame consiste num conjunto de técnicas e procedimentos realizados na carcaça e órgãos dos animais abatidos. Para a realização do procedimento: utilizar a visão, tato e olfato. Sempre objetivar detectar anormalidades que possam restringir ou impossibilitar o consumo das carnes e miúdos, estes exames são realizados em locais estratégicos, linha de inspeção e DIF. As linhas de inspeção são identificadas através de letras do alfabeto, conforme o órgão ou a carcaça examinada, sempre seguindo o fluxo normal do abate. Para o sucesso e eficiência durante a inspeção post mortem, é de suma importância ter uma boa comunicação entre a linha de inspeção e o DIF. Esta comunicação normalmente se dá através de alarmes sonoros, ou sistema de marcação de chapinhas entre as duas. Outro ponto importante que contribui para uma boa inspeção é a fase preparatória dos órgãos e carcaças que serão examinadas – esta fase é realizada pelos manipuladores na empresa. As partes que serão alvo do exame, deverão estar de forma integra e sem desconfigurações que possam contribuir com a ineficiência do exame. Professora: Características da Inspeção Ante Mortem e Inspeção Post Mortem Ante mortem: animais vivos. Destino: abate. Inspeção visual ante mortem: Médico Veterinário concursado pelo MAPA (não tem vínculo com o abatedouro). Como o veterinário faz a inspeção? Ex.: carga com 50 bovinos – exame visual geral (coletivo). O caminhão encosta, desembarcam os animais e o médico veterinário os inspeciona e os observa visualmente ¨EXAME VISUAL GERAL” (coletivamente), se no desembarque tem um animal que por algum motivo chame a atenção do médico veterinário (ex. animal abatido, dispneico ou claudicando), o mesmo o separa e realiza o ¨ EXAME VISUAL INDIVIDUAL¨. Além do exame dos animais, ocorre a avaliação documental – faz parte da inspeção ante mortem, a conferência dos documentos - GTA e Boletim Sanitário. GTA: Guia de Trânsito Animal – documento que autoriza o transporte dos animais da propriedade ao abatedouro, emitido pelo Órgão Estadual da Agricultura - quando um proprietário vai mandar um animal para o abate ele tem que ir até o Órgão Estadual da Agricultura e informar quantos animais existem na propriedade, apresentar documentação referente a esses animais, e para cada espécie de animal, eles solicitam uma documentação diferente, ex. bovino: vacinação de febre aftosa, equino: exame de anemia infecciosa equina. Boletim Sanitário: documento que apresenta o histórico dos animais, emitido pelo médico veterinário da propriedade que informa: • Quantos animais tem na propriedade? • Quantos são machos, quantos são fêmeas? • Se tem fêmeas gestantes (quanto tempo de gestação ela está)? • Se tem fêmeas com parto recente (quanto tempo)? • Se tem animal doente (qual o possível diagnóstico), podem fazer testes como por ex. de brucelose, tuberculose, se receberam algum tipo de medicamento, qual foi o medicamento e última dose, e se tem animal positivo para alguma doença. • Que horas os animais embarcaram para o transporte e que horas foi suspensa a alimentação? • Vacinas obrigatórias desses animais? Sendo combinado o transporte dos animais, ocorre a chegada no abatedouro entre o médico veterinário e o proprietário da empresa. SOMENTE O MÉDICO VETERINÁRIO TEM AUTONOMIA PARA A ENTRADA DESSES ANIMAIS NA PROPRIEDADE, MEDIANTE A ANÁLISE DA DOCUMENTAÇÃO A Inspeção ante mortem é feita em 2 momentos: além da inspeção na chegada dos animais, também ocorre uma outra inspeção, feita após o descanso. Bovinos: 24 horas, suínos: 6 a 8 horas - antes de ir para o abate. Para aves, como não tem descanso, vai direto para o abate, é realizada somente uma inspeção. Post mortem: após a morte, inspeção de carcaças e vísceras – decisão se essa carne vai ou não para o consumo (humano). Inspeção realizada por ¨agente fiscal¨ (não fornece diagnóstico) que ajuda o médico veterinário, esse agente também é concursado pelo SIF, um funcionário público que não tem vínculo com o abatedouro, ele não necessita ser um médico veterinário, é um cargo nível médio e sua função é ver se as vísceras, órgãos e partes estão normais ou não, não precisa dar diagnóstico. EXAME INDIVIDUAL: inspeção de todas as carcaças em si e de todas as vísceras. O que está “esquisito/fora do comum”, o agente separa em uma área chamada DIF. O médico veterinário avalia as condições da carcaça e fornece o diagnóstico. Tem aproximadamente um médico para 10, 20 ou até 30 agentes. A inspeção post mortem acontece: após a evisceração, ̈ ao longo da evisceração” vai ocorrendo a retirada das partes do animal e inspecionando). A inspeção post-mortem é dividida em: Linhas de Inspeção: = A1, A, B, C, D, E, F, G, H, I: A1 – (inspeção da glândula mamária): essa linha é a 1ª, retira-se a glândula mamária para evitar a contaminação com leite ou com pus de mastite; A – (inspeção das patas e lábios): patas e lábios, juntos? sim, pois existem as doenças vesiculares, como a febre aftosa, que se manifesta em patas e lábios; B – (inspeção conjunto cabeça e língua): desarticulação de cabeça e língua; C – (cronologia dentária): estimativa da idade do animal; D – (vísceras abdominais, menos fígado, trato gastrointestinal, pâncreas, bexiga, útero): abertura
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