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Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos Parte 1

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Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
1
Professora Adriana Marques da Silva 
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
2
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
3
SUMÁRIO
Diagnóstico e Estadiamento 5
Tipos de Tumor 5
Processos de Alterações do Crescimento Celular 6
Hiperplasia 6
Hipertrofia	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 6
Atrofia	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 6
Metaplasia 7
Displasia 7
Anaplasia 8
Neoplasia 8
Classificação	das	Neoplasias	 	 	 	 	 	 	 	 	 10
Grau 11
Diagnóstico 12
História e Exame Físico 12
Exames Laboratoriais 12
Aspiração	da	Medula	Óssea	 	 	 	 	 	 	 	 	 13
Marcadores Tumorais 13
Exames	de	Imagem,	Medicina	Nuclear,	Ultrassonografia	e	Endoscópicos	 	 	 	 16
Radiologia Convencional 16
Tomografia	Computadorizada	 	 	 	 	 	 	 	 	 18
Ressonância Nuclear Magnética 19
Ultrassonografia	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 20
Medicina Nuclear 21
Exames Endoscópicos 23
Biópsia 23
Implicações para o Enfermeiro 24
Estadiamento 24
Estadiamento clínico 27
Estadiamento cirúrgico 28
Estadiamento patológico 28
Referências 28
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
4
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
5
Diagnóstico e Estadiamento
O	diagnóstico	é	a	 identificação	da	neoplasia	em	um	indivíduo	com	sintomas.	Além	da	confirmação	da	neoplasia,	
envolve	a	confirmação	do	tipo	de	tecido.	É	fundamental	para	a	determinação	do	tratamento,	e	posteriormente,	deve	
ser	realizado	o	estadiamento,	que	é	a	verificação	da	extensão	da	doença.	A	sequência	do	diagnóstico	e	estadiamento	é	
apresentada	na	Figura	1	a	seguir.	
A	escolha	do	tratamento	depende	do	tipo	de	tecido	do	tumor,	da	sua	agressividade	celular,	da	extensão	da	doença	
(estadiamento),	e	das	condições	clínicas	do	paciente.
Figura	1	–	Sequência	da	investigação	de	diagnóstico	e	estadiamento.	A	partir	dos	sinais	e	sintomas,	a	neoplasia	é	diagnosticada,	ocorre	a	confirmação	
do	tumor	pela	biópsia,	depois	ocorre	o	estadiamento	(que	determina	a	extensão	da	doença),	e	partir	daí	se	determina	o	tratamento	a	ser	realizado.	
 
O	diagnóstico	é	um	processo	que	deve	considerar	os	sinais	e	sintomas	que	o	paciente	apresenta;	o	estado	clínico	do	
paciente e sua capacidade em tolerar procedimentos invasivos, pois isto determina a escolha dos exames a serem 
solicitados;		o	objetivo	do	tratamento;	as	características	biológicas	da	neoplasia;	e	a	disponibilidade	de	equipamentos.	
Todas	estas	situações	irão	determinar	a	escolha	do	médico	em	relação	a	que	exame	deverá	ser	solicitado,	e	como	a	
investigação	será	conduzida.	
Antes	de	apresentarmos	a	investigação	diagnóstica,	apresentaremos	as	características	anatomo-patológicas.	
Tipos de Tumor
A	escolha	do	tipo	de	tratamento	a	ser	realizado	depende	do	tipo	de	tumor	que	o	paciente	possui.	Assim,	a	determi-
nação	do	tipo	histológico	e	das	características	anatomo-patológicas	(ou	seja,	das	características	do	tecido	tumoral,	e	
das	características	da	célula	e	de	sua	agressividade),	irão	auxiliar	o	médico	na	escolha	do	tratamento.	Isto	é	realizado	
durante	o	processo	de	diagnóstico	através	da	realização	da	biópsia.	
O	processo	de	biópsia	será	discutido	no	capítulo	de	diagnóstico,	mas	agora	iremos	apresentar	algumas	definições	
sobre	os	tipos	de	tumor	e	suas	classificações	para	que	seja	possível	compreender	o	processo	de	diagnóstico.	
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
6
fonte:	http://farm8.staticflickr.com/7171/6641170765_e44cd95d77.jpg
O	câncer	é	um	processo	no	qual	ocorre	um	desiquilíbrio	
na	proliferação	celular.	Porém,	também	há	vários	processos	
biológicos	que	possuem	como	base	a	proliferação	celular,	
e	o	patologista	deve	identificar	estes	processos	para	não	
cometer	erros	de	diagnóstico.
Processos de Alterações do Crescimento 
Celular
Hiperplasia
Processos	regenerativos	e	hiperplásicos	podem	simular	
neoplasias.	A	hiperplasia	é	o	aumento	no	número	de	células	
de	um	tecido	ou	órgão,	cujas	células	guardam	a	capacidade	
de	se	dividirem	frente	a	um	estímulo	que	é	definido.	
A principal diferença entre a hiperplasia e a neoplasia 
está	no	controle	da	proliferação	celular,	porque	na	hiperpla-
sia	há	um	estímulo,	que	é	definido.	Se	o	estímulo	é	retira-
do,	a	proliferação	celular	é	interrompida,	e	a	divisão	celular	
volta	ao	normal.	
Na	hiperplasia,	as	células	não	tem	defeitos	no	conteúdo	
genético	que	são	transmitidos	às	células	das	gerações	se-
guintes.	
A	 hiperplasia	 pode	 ser	 fisiológica,	 como	 a	 que	 ocorre	
no desenvolvimento puberal da mama ou no endométrio 
durante	a	gravidez;	ou	patológica	como	a	que	ocorre	na	
próstata,	chamada	de	hiperplasia	prostática	benigna.	
As	hiperplasias	denominadas	hiperplasias	atípicas	são	
alterações	que	devem	chamar	atenção,	pois	são	alterações	
próximas	a	neoplasia.
Hipertrofia
É	o	aumento	do	tamanho	celular	que	leva	a	uma	au-
mento	do	volume	do	órgão.	Na	hipertrofia	ocorre	a	síntese	
de	elementos	estruturais	nas	células.	
Geralmente é acompanhada de hiperplasia, e também 
pode	 ser	 fisiológica	 (como	a	gravidez),	 ou	patológica	 (a	
hipertrofia	consequência	da	insuficiência	cardíaca	conges-
tiva).
Figura	2	–	Diferença	entre	Hipertrofia	–	aumento	no	tamanho	das	
células	-	,	e	Hiperplasia	–	aumento	no	número	das	células.	
(fontes:	 http://minasbodybuilding.blogspot.com.br/2013/01/hipertrofia-
vs-hiperplasia.html)
Atrofia
É	 a	 diminuição	 do	 tamanho	 da	 célula	 pela	 perda	 de	
elementos	 intracelulares	 levando	 a	 redução	 do	 tamanho	
de	um	órgão.	 Pode	 ser	 fisiológica,	 como	a	 involução	de	
estruturas	embrionárias,	por	exemplo	o	timo;	ou	patoló-
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
7
gica,	com	múltiplas	causas,	como	perda	de	inervação,	compressão.	Na	atrofia	ocorre	a	redução	das	funções,	mas	não	
representa	a	morte	celular.	
Metaplasia
É	uma	alteração	reversível	na	qual	um	tipo	de	tecido	é	substituído	por	outro	tecido.	É	uma	alteração	adaptativa,	que	
ocorre	uma	reprogramação	de	célula-tronco,	frente	a	agressão,	por	exemplo	à	carcinógenos.	
Como	exemplos,	temos	substituição	do	epitélio	colunar	em	epitélio	malphigiano,	que	é	mais	resistente.	Isto	ocorre	
no	trato	respiratório,	frente	a	agressão	aos	carcinógenos	do	cigarro.	Esta	substituição	também	ocorre	na	região	entre	a	
endocérvice	e	ectocérvice	no	colo	de	útero	(esta	região	é	onde	ocorre	a	maior	parte	dos	tumores	de	colo	de	útero).	O	
Esôfago	de	Barrett	é	uma	metaplasia,	onde	o	epitélio	pluriestratificado	é	substituído	por	epitélio	colunar.	
Figura	3	–	Esquemas	das	fases	de	metaplasia	escamosa	do	epitélio	cilíndrico	do	cólo	de	útero/	A)	epitélio	cilíndrico	normal;	B)	Hiperplasia	de	células	
subcilíndricas;	C)	Metaplasia	escamosa	imatura;	D)	Metaplasia	escamosa	madura.
 
(Fonte:	http://escuela.med.puc.cl/publ/patologiageneral/patol_089.html)
Displasia
A	displasia	é	uma	lesão	pré-neoplásica.	É	uma	resposta	adaptativa	reversível,	que	tem	como	característica	a	alteração	
do	tamanho,	forma,	e	organização	dos	elementos	celulares	de	um	tecido	que	é	metaplásico	ou	hiperplásico.	
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
8
Tem como características o aumento da atividade 
mitótica	(ou	seja,	há	um	aumento	no	número	de	mi-
toses,	o	que	significa	que	há	um	aumento	na	divisão	
celular);	hipercromasia	nuclear	(o	núcleo	se	torna	muito	
corado,	o	que	indica	aumento	na	atividade	celular);	ple-
omorfismo	celular	(as	células	apresentam	formas	dife-
rentes);	e	alteração	arquitetural	(as	células	apresentam	
alterações na estrutura do citoplasma e da membrana 
celular).	
O	diagnóstico	é	baseado	na	avaliação	do	arranjo	da	
arquitetura	das	células	e	de	quanto	o	tecido	está	de-
senvolvido:	maturação	das	células,	índice	proliferativo	
(mitoses)	e	atipias	(alterações	celulares).	
A	displasia	éo	extremo	da	adaptação	celular,	é	está	associada	com	a	proliferação	celular	exagerada.	É	graduada	de	
acordo	com	o	grau	de	alteração	celular.
Anaplasia
Anaplasia	significa	“sem	forma”.	É	uma	mudança	irreversível	na	qual	as	estruturas	das	células	adultas	regridem	para	
as	células	primitivas.	É	na	verdade	uma	das	características	do	câncer.	As	células	anaplásicas	perdem	a	capacidade	de	
serem	especialistas	(células	normais	são	especialistas,	pois	exercem	funções	específicas	no	corpo).
Neoplasia
Neoplasia	significa	literalmente	“novo	crescimento”.	As	células	neoplásicas	são	transformadas	porque	continuam	a	
se	dividir.	As	neoplasias	apresentam	autonomia	em	relação	aos	sinais	externos	do	ambiente,	e	aumentam	de	tamanho	
de	maneira	independente	do	ambiente.	No	entanto,	a	sua	autonomia	não	é	completa.	Algumas	neoplasias	necessitam	
de	suporte	endócrinos,	e	todas	as	neoplasias	dependem	do	hospedeiro	para	os	nutrientes,	e	para	o	suporte	sanguíneo.	
Também	é	comum	utilizar	o	termo	tumor,	que	é	sinônimo	de	neoplasia.	As	neoplasias	são	divididas	entre	benignas	e	
malignas	de	acordo	com	o	julgamento	do	patologista	considerando	as	caraterísticas	da	célula.	
Um	tumor	é	benigno	quando	as	características	microscópicas	e	também	macroscópicas	são	consideradas	inocentes,	e	
o	tratamento	é	realizado	por	cirurgia,	apenas.	Já	os	tumores	malignos,	chamados	de	cânceres,	palavra	derivada	do	Latim	
–	caranguejo,	porque	eles	aderem	a	qualquer	parte	de	forma	obstinada,	de	forma	igual	ao	comportamento	do	caranguejo,	
além	das	terminações	do	animal,	que	se	assemelham	a	estrutura	da	célula	neoplásica.		As	neoplasias	malignas	são	tumo-
res	que	invadem	e	destroem	estruturas	adjacentes,	e	podem	se	espalhar	para	locais	distantes	(causando	metástases),	o	
que	leva	à	morte.	
Acredita-se	que	as	neoplasias	apresentam	passos,	nos	quais	há	uma	progressão,	desde	o	tecido	normal	até	o	câncer	
invasivo.	A	Figura	1	apresenta	os	passos	das	neoplasias.	Em	vermelho	estão	os	eventos	que	ocorrem	no	desenvolvimento	
do	câncer	invasivo,	e	em	preto	os	eventos	que	ocorrem	para	o	desenvolvimento	das	metástases.
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
9
Passos das Neoplasias
Normal Metaplasia Displasia
Carcinoma
in situ 
Carcinoma
invasivo Metástase
Penetração dos vasos
Sobrevivência na circulação
Parada
Saída dos vasos
Crescimento e angiogênese
Metástase clínica
Figura	4	–	Passos	no	desenvolvimento	das	neoplasias.	Em	vermelho	estão	eventos	que	ocorrem	no	desenvolvimento	do	câncer	invasivo,	e	em	preto	
os	eventos	que	ocorrem	no	desenvolvimento	das	metástases.	
O	carcinoma	in	situ,	é	um	câncer	que	não	invadiu	a	lâmina	basal,	que	sustenta	o	tecido,	e	que,	portanto,	não	tem	
chance	de	causar	metástase.	No	entanto,	tem	alta	capacidade	de	invasão	local,	e	se	não	for	removido,	progride	para	o	
câncer	invasivo.
Figura	5	–	Passos	da	progressão	do	câncer	de	colo	de	útero.	Tecido	normal,	displasia	leve,	moderadas	e	
graves.	E	câncer	in	situ.	Observe	que	há	uma	progressiva	desorganização	das	células.	
(Fonte http://www.policlinicatachira.com.ve/sitio/p_neoplasia_cervical_intraepitelial.html)
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
10
Classificação das Neoplasias
A	classificação	das	neoplasias	tem	relação	com	a	forma	do	tumor,	e	o	termo	técnico	está	relacionado	a	diversos	
conceitos.	Uma	vez	decidido	que	se	trata	de	uma	neoplasia,	é	necessário	dizer	se	é	um	tumor	benigno	ou	maligno.	
Nem	sempre	é	possível	determinar	a	diferença	entre	as	neoplasias	benignas	ou	malignas.	Existem	várias	característi-
cas	que	são	usadas	para	fazer	este	diagnóstico:	diferença	no	tecido,	presença	de	anaplasia,	velocidade	de	crescimento,	
capacidade	de	invasão	local,	e	desenvolvimento	de	metástases.	
As	neoplasias	benignas	são	muito	parecidas	com	o	tecido	normal	de	origem.	Apresentam	limites	claros,	e	podem	ter	
uma	cápsula,	e	não	apresentam	a	capacidade	de	invadir	os	tecidos	vizinhos,	e	também	não	tem	a	capacidade	de	causar	
metástases.	O		Quadro	1	apresenta	as	diferenças	entre	as	neoplasias	benignas	e	malignas.
Quadro	1	–	Diferenças	entre	neoplasias	benignas	e	malignas.	
Característica Neoplasia Benigna Neoplasia Maligna
Diferenciação	e	anaplasia Bem diferenciada, semelhante ao tecido de origem
Graus	variáveis	de	diferenciação	
com anaplasia presente, 
organização	do	tecido	anormal
Velocidade de crescimento
Progressiva	e	lenta;	pode	ficar	sem	
alteração	ou	até	apresentar	regressão;	
apresenta	poucas	mitoses	e	são	normais
Imprevisível,	podendo	ser	rápida,	
muitas mitoses e alteradas
Invasão	local
É	compacto	e	com	limites	bem	definidos,	
e	não	invade	os	tecidos	vizinhos,	
apresenta	cápsula	em	muitas	ocasiões
Apresenta	um	padrão	de	infiltração,	e	
com	invasão	dos	tecidos	vizinhos;	pode	
apresentar um crescimento expansivo
Metástases Ausentes Podem	estar	presentes;	e	quando	presentes	é	característica	definitiva	de	neoplasia	maligna
 
As	 neoplasias	 recebem	 nomes,	 geralmente,	 com	 o	 nome	 da	 célula,	 tecido	 ou	 órgão,	 com	 o	 sufixo	 adequado:	
leiomioma	 (tumor	 benigno	 de	 músculo	 liso),	 leiomiossarcoma	 (tumor	 maligno	 de	 músculo	 liso);	 adenoma	 (tumor	
benigno	que	reproduz	tecido	glandular),	adenocarcinoma	(tumor	maligno	que	reproduz	tecido	glandular).	
O	 nome	 do	 tumor	 pode	 ter	 ainda	 elementos	 que	 indicam	 características	 da	 lesão,	 por	 exemplo,	 o	 “carcinoma	
epidermóide”,	indica	uma	neoplasia	epitelial	maligna	que	tem	diferenciação	semelhante	à	epiderme.	Algumas	vezes,	o	
nome	indica	o	aspecto	microscópico	da	lesão:	o	termo	“papilífero”	indica	um	tumor	com	crescimento	vegetante,	tais	
como	o	carcinoma	urotelial	papilífero.	
O	termo	“cisto”	está	associado	à	neoplasias	originadas	de	células	epiteliais	com	capacidade	de	produzir	uma	cápsula	
fibrosa	(cistoadenoma	ou	cistoadenocarcinoma	de	ovário).	
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
11
O	Quadro	2	apresenta	a	Nomenclarutura	dos	tumores.	O	Quadro	não	inclui	todos	os	tumores,	porque	existem	mais	
de	800	tipos	classificados.
Quadro	2	–	Nomenclatura	dos	tumores.
Célula/Tecido Neoplasia Benigna Neoplasia Maligna
Tumores de Origem Epitelial
Epitélio	Pluriestratificado Papiloma Carcinoma epidermóide
Epitélio Glandular Adenoma Adenocarcinoma
Epitélio Transicional (urotelial) Papiloma urotelial Carcinoma urotelial
Ductos biliares Adenoma de ductos biliares Colangiocarcinoma
Hepatócitos Adenoma	hepático Hepatocarcinoma
Tumores	de	Origem	Mesenquimal
Fibroblasto Fibroma Fibrossarcoma
Adipócitos Lipoma Lipossarcoma
Cartilagem Condroma Condrossarcoma
Músculo liso Leiomioma Leiomiossarcoma
Músculo estriado Rabdomioma Rabdomiossarcoma
Vasos sanguíneos Hemangioma Angiossarcoma
Vasos	linfáticos Linfangioma Linfangiossarcoma
Mesotélio Mesotelioma benigno Mesotelioma maligno
Tecidos linfoides Não	há	tumores	benignos Linfomas, leucemias
Outros
Melanócitos Nevos melanocíticos Melanoma
Células nervosas Ganglioneuroma Neuroblastoma
Células Germinativas Teratoma Maduro Germinoma
Grau
Além	do	tipo	de	tecido,	diversas	características	do	tumor	devem	ser	consideradas	na	determinação	do	diagnóstico.	
Uma	delas	é	o	“grau”,	que	categoriza	o	quão	próximo	é	a	aparência	do	tumor	em	relação	do	tecido	normal.	
O	patologista	avalia	a	lesão	com	o	microscópio,	e	compara	com	o	tecido	normal,	e	então	atribui	um	grau	histológico	
ou	grau	de	1	a	4.	
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
12
O	grau	pode	ser	classificado	em:
• G1:	Bem-diferenciado;
• G2:	Moderadamente	diferenciado;
• G3:	Pouco	diferenciado;
• G4:	Indiferenciado.
Alguns	 tumores	 não	 apresentam	 gradação	 de	 quatro	
níveis,	apresentando	dois	ou	três	níveis.	Em	alguns	tumo-
res,	por	exemplo,	os	graus	3	e	4	são	combinados	em	um	
grau	(G3-4).
Um tumor bem diferenciado é mais semelhante ao te-
cido	normal,	 e	é	menos	agressivo	que	um	 tumor	pouco	
diferenciado,	que	é	mais	agressivo,	e	tem	um	prognóstico	
ruim.
O patologista pode também designar um grau nuclear 
do tumor, baseado no tamanho e forma do núcleo, assim 
como	das	células	queestão	dividindo.	O	núcleo	é	avaliado	
quando	ao	aumento,	irregularidade	das	bordas,	variedade	
das	formas,	mudanças	na	aparência	interna,	e	genética.	
Diagnóstico
Os testes diagnósticos diferem dos testes de rastrea-
mento	porque	a	proposta	é	confirmar	que	uma	pessoa	tem	
uma	condição.	No	caso	de	um	exame	para	diagnóstico,	a	
pessoa	já	possui	um	sintoma,	diferente	de	um	exame	para	
rastreamento,	no	qual	o	indivíduo	ainda	não	possui	sinto-
ma	algum.		Os	objetivos	do	diagnóstico	são:	determinar	a	
localização	do	tumor	primário,	o	tipo	de	tecido	de	origem,	
e	as	características	celulares	da	neoplasia.	Com	base	nes-
tas informações é possível determinar os procedimentos 
necessários	para	o	estadiamento,	e	como	consequência	o	
tratamento	é	determinado.
A abordagem para o diagnóstico depende de diversos 
fatores:	sinais	e	sintomas	apresentados;	estado	clínico	do	
paciente, e capacidade em tolerar procedimentos inva-
sivos;	 objetivo	 do	 tratamento	 frente	 ao	 diagnóstico;	 ca-
racterísticas	biológicas	da	neoplasia;	e	disponibilidade	de	
equipamentos	para	diagnóstico.	Há	quatro	 componentes	
do	diagnóstico:	a	anamnese	e	exame	físico;	exames	com-
plementares	e	biópsia.
História e Exame Físico
A história médica anterior, os sinais e sintomas apre-
sentados, e o exame físico fornecem dados importantes 
para	o	diagnóstico	da	neoplasia.	É	necessário	identificar	os	
dados	 demográficos	 (idade,	 sexo,	 procedência);	 hábitos	
de	vida	(dieta,	tabagismo,	uso	de	álcool);	queixa	principal	
(sintomas,	início,	duração,	fatores	agravantes);	ananmese	
espontânea	(problemas	gerais	apresentados);	e	finalmen-
te,	ananmese	dirigida	de	acordo	com	as	queixas.	O	exame	
físico	é	geral,	e	posteriomente	loco-regional	para	a	identi-
ficação	de	características	do	tumor,	tais	como	localização,	
tamanho,	limites,	consistências	e	áreas	de	drenagem.	
Exames Laboratoriais
Exames	 laboratoriais	 são	 utilizados	 para	 confirmar	 o	
diagnóstico;	monitorar	o	funcionamento	de	órgãos	que	po-
dem ser alterados pela presença da neoplasia e tratamento, 
a	progressão	da	doença,	e	a	resposta	ao	tratamento.	A	aná-
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
13
lise	 do	 hemograma	 pode	 indicar	mudanças	 inespecíficas,	
tais	 como	 anemia,	 leucopenia	 ou	 leucocitose.	Da	mesma	
forma,	a	neoplasia	pode	alterar	a	composição	bioquímica,	
que	de	forma	indireta	pode	contribuir	para	o	diagnóstico.
fonte:	https://www.twu.ca/about/news/
general/2009/biotech-beccarobertson-5.jpg
O	hemograma	completo	é	um	procedimento	que	exa-
mina toda a contagem de células brancas (leucócitos), as-
sim como a contagem das células vermelhas (eritrócitos) e 
plaquetas	(trombócitos).	Este	exame	pode	indicar	o	estado	
clínico do paciente, especialmente durante o curso do tra-
tamento.	Anormalidades	podem	indicar	anemia	(redução	
no	 número	 de	 células	 vermelhas),	 infeção	 (aumento	 no	
número de células brancas), ou sangramento anormal (re-
dução	na	contagem	de	plaquetas).	Enquanto	o	hemogra-
ma	nem	sempre	é	utilizado	para	fazer	diagnóstico,	pode	
ser	utilizado	para	excluir	outras	doenças,	e	também	para	
avaliar como o câncer e o tratamento afeta as células do 
corpo.		O	Quadro	3	apresenta	os	valores	de	referência	do	
hemograma.
Quadro	3	–	Valor	de	referencia	do	Hemograma.
Tipo de Célula Contagem Normal (por mm3)
Leucócitos 4.300-10.800
Eritrócitos 4.2-5.9	milhão
Plaquetas 150.000-400.000
 
Outros	exame	laboratorial	solicitado	é	o	painel	bioquí-
mico,	que	avalia	a	função	renal,	hepática,	e	cardíaca.	Es-
tes	exames	não	apenas	avaliam	o	estado	dos	órgãos,	mas	
também	determinam	o	quanto	o	câncer	afetou	a	saúde	do	
paciente.	
Aspiração da Medula Óssea
Para	a	avaliação	da	medula	óssea	é	necessária	a	remo-
ção	de	uma	pequena	amostra	da	medula	óssea	através	de	
aspiração,	agulha	de	biópsia	ou	cirurgia	aberta.	As	células	
do	sangue	estão	presentes	na	medula	óssea	em	diversos	
níveis	de	maturação.	A	avaliação	da	medula	óssea	está	indi-
cada para o diagnóstico de neoplasias, tais como leucemias, 
mieloma	múltiplo;	e	também	pode	ser	utilizada	monitorar	
a	resposta	da	medula	óssea	ao	tratamento	antineoplásico.
A	aspiração	da	medula	óssea	não	é	 isenta	de	 riscos,	
podem	ocorrer	infecção,	trauma	e	sangramento.	Pacientes	
com	distúrbios	de	coagulação	devem	ser	cuidadosamente	
avaliados	antes	do	procedimento,	com	avaliação	dos	riscos	
e	benefícios,	em	razão	do	elevado	risco	de	complicações.
Antes do procedimento os sinais vitais devem ser avalia-
dos.	O	paciente	deve	ser	posicicionado,	e	orientado	quan-
to	às	sensações	físicas	durante	o	procedimento.	
Ao	final	do	procedimento,	o	enfermeiro	deve	estabele-
cer	 as	 seguintes	 intervenções:	monitorar	 os	 sinais	 vitais;	
orientar	repouso	no	leito,	por	pelo	menos,	30	minutos	após	
o	procedimento;		avaliar	o	local	da	punção	da	cada	10	ou	
15	minutos	quanto	ao	sangramento;	aplicar	uma	bolsa	de	
gelo	no	local	da	punção	para	aliviar	o	desconforto	e	prevenir	
sangramento;	avaliar	o	local	da	punção	quanto	à	sinais	de	
infecção;	administrar	analgésicos	para	reduzir	a	dor.
Marcadores Tumorais
Os	marcadores	tumorais	são	definidos	como	substâncias	
produzidas	pelas	células	malignas	ou	benignas	em	resposta	
ao	câncer.	Podem	ser	detectados	pela	avaliação	de	fluidos	
corpóreos	ou	tecidos.	Os	marcadores	tumorais	podem	ser	
usados para:
• Identificação	e	detecção	das	neoplasias;
• Monitoramento		da	doença;
• Avaliação	dos	protocolos	de	tratamento.
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
14
Para	o	monitoramento	da	doença	e	avaliação	dos	protocolos	de	tratamento,	os	marcadores	tumorais	são	usados	da	
seguintes	forma:	eles	são	medidos	antes	do	tratamento	e	depois,	e	é	realizada	uma	comparação;	no	caso	de	aumento,	
se	pode	sugerir	que	a	doença	progrediu.	
O	Quadro	4	a	seguir,	apresenta	exames	laboratoriais	e	achados	possíveis,	assim	como	as	neoplasias	associadas.	
Quadro	4	–	Exames	laboratoriais,	achados	e	possíveis	neoplasias	associadas.
Tipo de Exame Neoplasias Associadas
Ácido	5-hidroxi-
indolacético (5HIAA)
O aumento pode estar associado ao tumor carcinóide
Ácido vanililmandélico (VMA) Aumentado em neuroblastoma
Alfa-feto	proteína	(AFP)
O	aumento	pode	indicar	câncer	não-seminomatoso	do	testículo;	
coriocarcinoma;	teratoblastoma	gononal	em	crianças;	câncer	de	
pâncreas,	cólon,	pulmão,	estômago,	vias	biliares,	hepático.
Antígeno de carcinoma de 
céulas escamosas (SCC)
O	aumento	pode	indicar	carcinoma	de	cabeça	e	pescoço;	colo	de	útero;	esôfago;	e	pulmão
Antígeno de superfície 
de linfóticos B e T
Leucemia	linfoblástica;	linfomas
Antígeno	próstatico-
específico	(PSA)
O	aumento	está	associado	ao	câncer	de	próstata
Aspiração	da	Medula	Óssea
Alterações podem indicar leucemias, linfomas, mielomas, 
e	invasão	da	medula	óssea	por	carcinomas,
Antígeno Carboidrato 
125 (CA125)
Câncer	de	ovário	(epitelial),	pâncreas,	mama,	cólon,	pulmão,	e	fígado
Antígeno Carboidrato 
15-3	(CA	15-3)	
Câncer de mama
Antígeno Carboidrato 
19-9	(CA	19-9)
Câncer cólon, estômago, e pâncreas
Antígeno Carboidrato 
27.29	(CA	27.29)
Câncer de mama
Antígeno Carboidrato 
72-4	(CA	72-4)
Câncer de mama
Beta-2	microglobulina Elevada no linfoma e mieloma
Calcitonina Câncer	medular	da	tireóide,	pulmão,	mama	e	tumores	carcinóides
Catecolaminas Neuroblastoma e feocromocitoma
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
15
Catepsina D Câncer de mama
Antígeno	carcinoembrionário	
(CEA)
Câncer	colorretal,	mama	e	pulmão,	estômago,	pâncreas
Creatina	quinase-BB	(CK-BB) Câncer	de	mama,	cólon,	ovário,	próstata,	e	pulmão	pequenas	células
Coloração	ácido	
periódico-Schiff	(PAS)
A	positividade	pode	indicar	leucemia	granulocítica	aguda;	
leucemia	linfoblástica	aguda;	linfomas.
Desidrogenase	lática	(LDH) O	aumento	está	pode	ocorrer	em	leucemias;	linfomas;	seminomas;	carcinomas	metastáticos.	
DU-PAN-2 Câncer de pâncreas
Eletroforese de proteínas 
(urina	–	Bence	Jones;	
sérica –imunoglobulinas)
Alterada	no	mieloma	e	linfoma.	
Enolase	neurônio-específica	(NSE)
Câncer	de	pulmão	“oat	cell”;	tumores	neuroendócrinos;	
neuroblastoma;	melanoma;	carcinoma	medular	da	tireóide
Fosfatase	ácido	
prostática	(PAP)
Tumores	metastáticos	da	próstata,	mieloma	e	pulmão;	sarcoma	osteogênico
Fosfatase alcalina Sarcomas,	metástase	por	carcinoma
Fosfatase alcalina 
leucocitária	(LAP)
A	elevação	nos	níveis	está	associada	com	leucemia	
mielocítica	crônica;	linfoma;	mieloma	mútiplo.	
A	redução	está	associada	a	leucemia	mielocítica	aguda;	
leucemia	monocítica	aguda;	leucemia	granulocítica	crônica
Fosfatase alcalina 
placentária	(PLAP)
Seminoma;	tumores	de	ovário,	útero	e	pulmão
Galactosiltranferase (GTIII) Cânceer de pâncreas
Gonodatrofina	coriônica	
humana (b-hCG)
Elevada	em	tumores	trofoblásticos;	tumores	de	testículo;	produção	
ectópica	no	câncer	de	estômago,	pâncreas,	pulmão,	cólon	e	fígado
Hemograma
Leucocitoses	podem	indicar	leucemias;	leucopenias	podem	ocorrer	
nas	neoplasias.	A	linfocitose	pode	estar	associada	a	leucemias,	linfomas,	
mielomas.	A	trombocitose	está	presente	nas	leucemias	(crônicas);	e	
a	trombocitopenia	está	associada	às	neoplasias	hematológicas.
Hormônio 
adrenocorticotrópico 
(ACTH)
Elevado	em	tumores	de	pulmão,	próstata,	gastrointestinal	e	neuroendócrinos
Hormônio antidiurético 
(ADH)
Pode	estar	aumentado	em	adenocarcinomas;	e	
no	câncer	de	pulmão	pequenas	células
Hormônio paratireóide 
(PTH)
O aumento pode ocorrer no hiperparatireoidismo ectópico no câncer 
de	rim,	pulmão	(células	escamosas),	pâncreas,	ovário	e	mieloma
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
16
Imunoglobulina linfócitos B Linfomas;	mieloma	múltiplo
Tempo de sangramento
O prolongamento no tempo de sangramento é observado na 
doença	de	Hodgkin;	leucemias;	linfomas;	mieloma	múltplo
Tireoglobulina O	aumento	na	tireoglobulina	está	associado	ao	câncer	de	tireóide
Exames de Imagem, Medicina Nuclear, Ultrassonografia e Endoscópicos
Tambem	são	utilizados	exames	de	imagem,	medicina	nuclear,	e	endoscópicos,	que	podem	determinar	a	localização	
do	tumor,	e	guiar	a	realização	da	biópsia.	Muitos	destes	exames	também	são	utilizados	para	o	estadiamento.
Os	exames	de	imagem	permitem	a	visualização	das	estruturas	internas	do	corpo.	Os	exames	de	imagem	são	úteis	
na	confirmação	da	massa	tumoral,	localização	de	massas	para	a	biópsia,	e	avaliação	da	extensão	da	doença.	O	exame	
é	selecionado	de	acordo	com	a	capacidade	em	detectar	lesões,	e	também	nos	riscos	associados	ao	exame.
Radiologia Convencional
Antes	dos	desenvolvimento	de	sistema	de	imagem	que	são	mais	sofisticados,	os	médicos	tinham	como	ferramentas	
o	exame	clínico,	a	cirurgia	e	o	Raio-X.	
O	Raio-X	é	um	exame	não	invasivo,	mas	a	radiação	penetra	no	corpo	do	paciente.	É	útil	em	tecidos	que	são	densos,	
tais	como	o	osso,	porém	órgãos	de	partes	moles	não	são	vistos	com	clareza.	
Assim,	para	que		o	Raio-X	possa	ser	utilizado,	é	necessário	associar	com	outras	técnicas	de	imagem	para	ver	os	
órgãos	internos.	O	primeiro	método	é	detectar	como	a	energia	é	alterada	e	passa	pelos	tecidos	com	diferentes	densi-
dades.	
O	segundo	método	está	relacionado	com	uma	molécula	radioativa,	chamada	de	radiofármaco	ou	radiotraçador,	que	
tem	a	tendência	de	acumular	em	tecidos	anormais,	e	que	pode	ser	detectada	no	corpo.	A	energia	é	detectada	pelo	com-
putador	em	uma	imagem	que	pode	ser	analisada.	
No	Raio-X	tradicional,	feixe	de	Raio-X	em	forma	de	cone	passa	em	uma	área	do	corpo,	tal	como	tórax.	No	método	
tradicional	de	detecção	de	radiação,	um	filme	é	colocado	no	lado	oposto	a	fonte	de	Raio-X.	Quando	o	Raio-X	atinge	a	área	
do	filme,	uma	fonte	de	luz	é	produzida,	e	expõe	o	filme.	
A	quantidade	de	luz	gerada	em	uma	área	é	proporcional	a	quantidade	de	radiação	que	recebe.	Tecidos	densos,	tais	
como	o	osso,	aparece	como	uma	sombra	de	luz	cinza	ao	Raio-X	porque	bloqueiam	a	passagem	da	luz	do	Raio-X	no	
filme.	
Tecidos	moles	e	outros	órgãos	aparecem	em	uma	variedade	de	luz	cinza	em	áreas	com	uma	quantidade	variável	de	
ar,	tais	como,	pulmões	ou	cólon,	que	aparecem	negros,	por	conta	da	grande	quantidade	de	radiação	que	pode	passar	
por	eles.	A	Figura	6	apresenta	um	Raio	X	normal	de	mão,	com	estrutura	óssea.
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
17
Figura	6	–	Raio-X	do	osso,	com	as	áreas	em	cinza,	nas	quais	ocorreu	a	
passagem	da	 radiação	 no	 filme.	 (Fonte:	 http://renandiagnosticoporimagem.
blogspot.com.br/2010/09/descoberta-do-raio-x.html)
A	 Figura	 7	 apresenta	 o	 Raio-X	 do	 Tórax,	 no	 qual	 a	
estrutura	do	pulmão,	que	é	densa	aparece	negra.	
Figura	7	–	Raio-X	do	pulmão.	(Fonte:	http://saude.ig.com.br/
minhasaude/exames/raio+x+radiografia/ref1237829935074.html)
O	Raio-X	digital	é	um	método	alternativo	que	utiliza	um	
sensor	conectado	a	um	computador	para	detectar	a	radiação.	
A	quantidade	de	 radiação	 é	 interpretada	pelo	 computador	
para	gerar	as	imagens,	de	forma	similar	ao	Raio-X	tradicional.	
A	 radiografia	 digital	 tem	 diversas	 vantagens	 no	 método	
tradicional:	a	obtenção	da	imagem	ocorre	mais	rapidamente,	
pois	não	há	processo	químico;	há	menor	radiação,	quando	
comparada	 ao	 Raio-X	 tradicional;	 a	 manipulação	 digital	
permite	a	obtenção	da	melhor	imagem;	os	arquivos	podem	
ser	armazenados	digitalmente	e	transferidos.
A	radiologia	convencional	é	usada	para	a	caracterização	
de	lesões	nos	ossos;	para	a	identificação	de	infecções	(como	
pneumonias,	por	exemplo);	controle	de	procedimentos	tais	
como	derrame	pleural,	confirmação	de	cateteres	e	sondas;	
acompanhamentos	 de	 neoplasias	 primárias	 e	 metástases,	
assim	como	diagnóstico	e	avaliação	de	neoplasias	do	tubo	
digestivo,	utilizando	os	exames	contrastado.
Os	exames	contratados	são	realizados	com	bário	ou	iodo.	
A	escolha	do	contraste	depende	do	tipo	de	exame	e	o	que	
se	pretende	avaliar.	A	mucosa	do	 tubo	digestivo	é	melhor	
avaliada	com	bário,	porém	quando	há	suspeita	de	fístula	é	
melhor	usar	o	iodo,	pelo	risco	de	mediastinite	e	peritonite.	
A	EED	(seriografia	esôfago-estômago	–duodeno)	estuda	
todo	o	tubo	digestivo	e	é	útil	no	pós-operatório	para	avaliar	
a	 ausência	 de	 fístulas,	 permitindo	 a	 liberação	 da	 dieta	 do	
paciente	com	segurança.	
O	trânsito	intestinal	é	realizado	para	verificar	o	diagnóstico	
de	lesões	e	realizar	o	diagnóstico	de	obstrução.	Geralmente	
é	realizado	com	bário.	
O	enema	opaco	é	realizado	para	a	detecção	de	 lesões,	
fístulas,	 e	 no	 planejamento	 na	 reconstrução	 intestinal.	
Consiste	 na	 introdução	 de	 contraste	 e	 posteriormente	 ar	
(resultando	então	no	duplo	contraste)	por	meio	do	ânus,	por	
via	retrógrada	até	o	intestino	delgado.
A	urografia	excretora	é	realizada	por	meio	da	introdução	
de	iodo	por	via	endovenosa	para	avaliação	da	anatomia	do	
sistema	 urinário.	 Com	 isto	 pode	 ser	 avaliada	 obstrução,	
dilatação,	ou	estenose.	
A	mamografia	é	a	radiografia	das	mamas,	e	tem	finalida-
des	não	só	de	rastreamento,	mas	também	de	diagnóstico.	
A	mamografia	segue	padrões	de	qualidade	que	são	rígidos	
e	pré-estabelecidos,	e	envolve	técnicos	treinados,	além	de	
material	e	equipamento	adequado.	No	Brasil,	é	a	Portaria		
número 453 do Ministério da Saúde, publicada em 1998, 
que	estabelece	os	padrões	de	qualidade	em	mamografia.	
A	mamografia	para	ser	adequada	deve	ter	as	incidências	
crânio-caudal,	e	médio-lateral	oblíqua,	e	devem	ser	analisa-
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
18
das	como	imagem	especular,	examinando	as	mamas	quan-
do	à	simetria.	Além	disso,	deve	ser	utilizado	uma	lente	de	
aumento,	para	examinar	os	pequenos	detalhes.	
As	pacientes	que	fizeram	cirurgias	estéticas	(mamoplas-
tia)	e	 implantes,	é	necessário	o	deslocamento	da	prótese	
pelo	técnico,	com	incidências	extras,	para	retirada	do	mate-
rial	do	campo,	com	exposição	do	tecido.	
A paciente sempre deve ser orientada a levar a mamo-
grafia	anterior	para	comparação.	
O	laudo	possui	um	padrão	que	é	elaborado	de	acordo	
com o American College of Radiology, e é chamado de BI-
-RADS	(Breast	Imaging	Reporting	and	Data	System),e	deve	
conter as seguintes informações: densidade da mama, des-
crição	do	que	foi	encontrado,	compração	dos	exames	an-
teriores,	e	uma	classificação	em	uma	das	sete	categorias	
a seguir:
• BI-RADS	0:	Inconclusiva	–	necessidade	de	avalia-
ção	radiológica	adicional	e/ou	mamografias	prévias	
para	comparação	(especificar	qual	seria	a	comple-
mentação	necessária);
• BI-RADS	1:	Negativa	–	nenhum	achado	significativo	
presente, e portanto a mulher deve continuar com 
o	seguimento	de	rotina	recomendado	pelo	médico;	
• BI-RADS	2:	Achado	benigno	–	achados	comuns	da	
fisiologia da mulher (cistos simples, linfonodo in-
tramamário,	fibroadenomas,	etc)	e	a	paciente	deve	
continuar	com	o	acompanhamento	de	rotina;
• BI-RADS	3:	Provavelmente	benigno	–	os	achados	
incluídos	nesta	categoria	são	massas	circunscritas,	
densidades	 simétricas	 no	 parênquima	 sem	 asso-
ciação	 com	 área	 palpável,	 agrupamentos	 de	mi-
crocalcificação	 regulares,	 de	 forma	 arredondada,	
e	aspecto	homogêneo.	Neste	tipo	de	resultado,	a	
chance	de	câncer	é	menor	que	2%,	assim	é	sugeri-
do	a	repetição	do	exame	seis	meses	depois;
• BI-RADS	4:	Anormalmente	suspeita	–	os	achados	
desta	categoria	variam	entre	3%	a	94%	de	pro-
babilidade de ser câncer e devem ser investigados 
com	estudo	anátomo-patológico;
• BI-RADS	5:	Altamente	sugestivo	de	câncer	–	pro-
babilidade	maior	que	95%	de	câncer	deve	ser	re-
alizada	biópsia	destas	lesões;
• BI-RADS	6:	Câncer	comprovado	por	estudo	aná-
tomo-patológico	–	esta	categoria	é	utilizada	para	
paciente	em	tratamento	com	quimioterapia	neo-
adjuvante,	 para	 avaliação	 de	 resposta	 ao	 trata-
mento.
A	mamografia	permite	a	orientação	de	biópsias	percu-
tâneas por estereotaxia (biópsia guiada por agulhas) de 
imagem	só	caracterizadas	neste	método,	como	por	exem-
plo,	microcalcificações,	além	da	localização	pré-operatória	
dessas	imagens,	por	meio	do	método	de	fio,	ROLL	(Radio-
guided	Occult	Lesion	Localization)	e	linfonodo	sentinela.
Tomografia Computadorizada
A	 Tomografia	 Computadorizada	 é	 um	 procedimento	
que	leva	o	Raio-X	digital	ao	próximo	nível.	A	técnica	usa	o	
procedimento	de	Raio-X	para	produzir	imagens	múltiplas,	
detalhadas	de	estruturas	do	corpo.	(A	Figura	8	apresenta	
o	cone	da	radiação)	
O	tomógrafo	rotacional	360	graus	no	paciente	emitindo	
um	cone	triangular	de	Raio-X	que	passa	pelos	planos	do	
corpo.	Um	detector	 de	 radiação	 é	 posicionado	 oposto	 a	
fonte	de	Raio-X	enquanto	realiza	a	rotação	do	paciente.	
(A	Figura	9	apresenta	a	estrutura	do	tomógrafo).	O	re-
sultado é uma série de imagens da mesma parte do corpo, 
cada	uma	com	um	ângulo	levemente	diferentes.	
O computador reúne as imagens para criar um plano 
detalhado	do	corpo.	O	processo	resulta	em	imagens	3-D.	
Uma	Tomograma	leva	5-30	minutos	a	depender	da	área	do	
corpo	que	deve	ser	examinada.	
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
19
Figura	 8	 –	 Comparação	 do	 tomógrafo	 tradicional	 (A);	 e	 do	 tomógrafo	
de	feixe	cônico	(B)	com	a	fonte	e	o	detector	de	Raio-X.	(Fonte:	http://
clinicadimaf.blogspot.com.br/2009/06/avaliacao-radiografica-em.html)
Figura	9	–	Estrutura	do	equipamento	do	tomógrafo.	
(Fonte:	http://www.sabereletronica.com.br/secoes/leitura/263)
O	paciente	deve	ficar	em	uma	mesa	de	exame,	em	um	
arco	que	contém	a	fonte	para	o	exame.	
É	possível	fazer	tomografias	contrastadas,	que	permi-
tem	a	discriminação	de	tecidos	menos	densos	em	órgãos	
maiores	e	vasos,	assim	como	tumores.	O	médico	também	
pode	rodar	imagens	3-D	em	todas	as	direções,	e	ajudar	na	
obtenção	do	tamanho	e	localização	do	tamanho.	
A	tomografia	também	é	utilizada	para	ajudar	na	loca-
lização	de	tumores	para	a	obtenção	de	material	para	bi-
ópsias	 (biópsias	 guiadas	 pela	 tomografia).	 A	 tomografia	
é o método de escolha para o estadiamento e acompa-
nhamento de linfomas, neoplasias de cabeça e pescoço, 
pulmão,	mediastino,	fígado,	pâncreas,	rins,	bexiga,	e	tubo	
digestivo.	Tem	papel	auxiliar	no	estadiamento	de	neopla-
sias	uterinas,	ovarianas	e	de	próstata.	
A	tomografia	tem	papel	na	determinação	do	tamanho	
do	tumor,	porque	as	medidas	são	usadas	na	prática	clínica	
para	avaliar	a	resposta,	além	do	planejamento	nas	amplas	
ressecções	 de	 lesões,	 viabilizando	a	 chance	 cirúrgica	 de	
cura	de	forma	que	o	tecido	seja	suficiente	para	manuten-
ção	da	função.
Também	é	o	método	padrão	para	o	planejamento	da	
radioterapia, pois tem grande habilidade no delineamento 
do	tumor,	e	sua	relação	com	as	estruturas	adjacentes,	per-
mitindo	o	planejamento	de	modo	tridimensional.	
É	usada	para	guiar	biópsias	pulmonares,	ósseas,	hepá-
ticas,	pancreáticas,	renais,	adrenais.	É	usada	para	guiar	a	
drenagem	de	coleções	nos	pacientes	no	pós-operatório,	e	
para	a	colocação	de	drenos	ou	cateteres	para	desobstru-
ção	de	alguns	órgão	comprimido.	
Também	há	a	colonografia	virtual,	chamada	de	colono-
grafia	por	tomografia	computadorizada	(CTC).	A	indicação	
é avaliar os seguimentos do intestino em pacientes nos 
quais	a	progressão	do	colonoscópio	não	é	possível	por	le-
sões	que	causam	estenose.	Também	é	usada	em	pacien-
tes	que	recusam	a	colonoscopia.	
Ressonância Nuclear Magnética
Outra	 técnica	 utilizada	 é	 a	 ressonância	 nuclear	mag-
nética	(RNM)	que	utiliza	um	campo	magnético	e	ondas	de	
rádio	(no	lugar	de	radiação	Raio-X)	para	produzir	figuras	
de	órgãos	e	estruturas	internas	do	corpo.	
Durante	o	procedimento,	o	paciente	fica	em	uma	mesa	
que	desliza	em	um	espaço	tubular	que	fica	cercado	por	um	
forte	ímã.	A	RNM	emite	pulsos	de	ondas	de	rádio,	uma	for-
ma	de	energia,	que	são	absorvidas	pelo	núcleo	de	certos	
átomos	do	corpo.	
Os	átomos	liberam	energia	na	forma	de	diferentes	on-
das	de	rádio	que	são	registras	em	um	detector.	Um	com-
putador	 registra	 estas	 ondas	 que	 rádio	 e	 constrói	 uma	
imagem	dos	tecidos	do	corpo.	A	RNM	é	superior	ao	Raio-X	
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
20
e	a	Tomografia,	e	produz	imagens	claras	e	mais	detalha-
das	de	tecidos	moles,	e	permitem	a	detecção	de	pequenas	
alterações,	e	mudanças	de	estruturas	do	corpo.	
O uso do meio de contraste paramagnético aumenta 
a	 capacidade	 de	 detecção	 dos	 tumores.	 O	 agente	mais	
usado é o gadolíndeo, usado como marcador da barreira 
hematoencefálica,	e	com	grande	valor	na	capacidade	de	
diferenciar	 entre	 tumores	 e	 edemas.	Os	 riscos	 e	 efeitos	
colaterais	do	gadolíneo	são	mínimos	quando	comparados	
aos	meios	 de	 contraste	 iodado	 utilizados	 na	 tomografia	
computadorizada.	 Este	 tipo	 de	 exame	 é	 bastante	 usado	
para obter imagens de tecidos moles, tais como, múscu-
los, tendões, cérebro, coluna, tórax, abdome, pélvis, útero, 
ovário,	próstata,	vasos	sanguíneos,	e	até	a	medula	óssea.	
A	Figura	10	apresenta	uma	ressonância	magnética	de	
crânio.
Figura	10	–	Ressonância	magnética	do	crânio.	
(Fonte: http://www.famerp.br/projis/grp25/ressonancia2.html)
Existem algumas desvantagens na RNM: o paciente 
pode ter claustrofobia, pois o tubo é bem apertado onde 
o	paciente	deve	ficar	durante	a	realização	do	exame;	é	um	
exame	mais	 caro	 quando	 comprado	 aos	 outros	 testes;	 a	
disponibilidade	do	equipamento	não	é	mesma.
Não	há	riscos	associados	com	a	RNM.	O	campo	mag-
nético,	pode	criar	uma	situação	perigosa	se	há	metal	pró-
ximo	ao	corpo.	Por	exemplo,	um	marcapasso	pode	falhar,		
ou próteses de metais podem mover se posicionadas no 
corpo.	Assim	é	 importante	 incluir	questionários	antes	do	
procedimento.	
Ultrassonografia
É	 um	 exame	 som	 de	 alta-frequência	 para	 ver	 tecidos	
e	órgãos	no	corpo.	A	máquina	de	ultrassom	usa	um	pro-
be	que	produz	ondas	de	som,	e	quando	o	som	é	colocado	
contra	o	corpo,	a	onda	sonora	caminha	no	tecido	até	que	é	
refletida	ao	atingir	um	tecido	ou	osso	que	reflete,	causan-
do	um	eco.	O	computador	converte	as	ondas	refletidas	em	
uma	imagem	em	branco	e	preto.	A	frequência	do	som	irá	
determinar	o	quanto	irá	penetrar	nos	tecidos.
É	um	procedimento	seguro	e	sem	dor,	e	é	escolhidopara	
órgãos	moles	ou	aqueles	que	são	preenchidos	com	líquidos.	
Este	exame	pode	ser	usado	para	verificar	uma	variedade	de	
tecidos	(tais	como,	reto,	próstata	e	mama).	Tem	três	papéis	
em	particular:	detecção	de	lesões	ou	massas,	definição	da	
natureza	da	lesão	e	estimativa	da	extensão	da	extensão	da	
lesão.	
Apesar	de	um	grande	número	de	órgãos	serem	avalia-
dos	pela	USG	com	boa	sensibilidade,	a	exatidão	é	limitada	
em	alguns	órgãos.	Órgãos	 superficiais	 como	 tireóide,	pa-
ratiróide,	mama,	testículos,	e	vasos	periféricos	são	melhor	
avaliados	do	que	órgãos	de	localização	profunda.	
No	entanto,	tumor	no	fígado,	árvore	biliar,	vesícula	biliar,	
pâncreas,	baço,	rins,	próstata,	ovários	e	bexiga	podem	ser	
avaliados	com	boa	sensibilidade	pela	USG.	A	USG	mamá-
ria	diagnóstica	e	 intervencionista	 tem	grande	participação	
como	exame	complementar	à	mamografia	e	à	clínica.
	É	um	método	cada	vez	mais	utilizado	para	guiar	bióp-
sias.	Para		o	paciente	oncológico	com	alguma	complicação,	
o	USG	é	bastante	utilizado,	porque	pode	 ser	utilizado	na	
beira	do	leito.	É	possível	usar	o	USG	para	o	diagnóstico	de	
coleções	neoplásicas	e	infecciosas,	diagnóstico	de	trombose	
venosa	 profunda,	 e	 até	 para	 a	 implantação	 de	 cateteres	
centrais	de	implantação	periférica.	
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
21
Medicina Nuclear
A	Medicina	Nuclear	é	uma	modalidade	de	diagnóstico	por	imagem	e	de	terapia.	Seu	princípio	está	na	detecção	da	
distribuição	biológica	de	substâncias	farmacológicas	que	estão	ligadas	isótopos	radioativos	(radiofarmácos).	As	imagens	
de	distribuição	são	adquiridas	com	um	equipamento	denominado	gama-câmara.	Os	exames	de	medicina	nuclear	con-
sistem	na	obtenção	de	imagens	a	partir	da	ingestão	ou	administração	endovenosa	de	composto	radioisótopos.	
Estes	exames	se	apoiam	no	fato	que	o	metabolismo	anormal	dos	tumores	é	capaz	de	captar	os	radioisotópos	con-
jugados	a	moléculas	de	glicose.	Entre	as	diversas	aplicações	atuais	no	diagnóstico	estão	a	avaliação	das	metástases	
ósseas;	linfomas;	tumores	da	tireóide;	e	tumores	neuroendócrinos.	A	Tomografia	por	Emissão	de	Positron	(PET),	ou	
PET	Scan	é	um	exame	que	avalia	a	capacidade	metabólica	dos	tecidos	para	verificar	a	existência	de	tecido	neoplásico.	
O	PET	scan	é	geralmente	classificado	como	uma	forma	de	medicina	nuclear	porque	analisa	a	fisiologia	ou	atividade	
bioquímica,	e	não	a	anatomia	do	corpo.	Os	scans	nucleares	usam	moléculas	radioativas	conhecidas	como	traçadores	
que	se	acumulam	em	áreas	do	corpo,	criando	pontos	“quentes”	ou	“frios”	de	imagem	no	computador,	a	depender	da	
captação	do	tecido.	(Figura	11	mecanismo	do	PET)
Figura	11	–	Mecanismo	do	PET	–	Positron	Emission	Tomography.	
(Fonte: http://vefir.mh.is/emjul/efni/nemverk/nemverkv09/SPG/eldsneyti.htm)
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
22
Uma	das	características	que	diferencia	a	célula	maligna	da	célula	normal	é	sua	taxa	metabólica	mais	alta,	em	razão	
de	sua	taxa	de	crescimento	mais	elevada.	Antes	do	PET,	o	paciente	recebe	um	injeção	de	uma	forma	radioativa	de	
glicose,	a	fonte	de	energia	preferida	das	células.	As	células	neoplásicas	necessitam	de	quantidades	de	glicose	maior	do	
que	as	células	normais	para	satisfazer	suas	altas	necessidades	de	energia,	e	desta	forma	captam	a	glicose.	
Na	medida	que	o	PET	passa	no	corpo,	a	radioatividade	é	liberada	do	açúcar.	O	computador	reúne	a	informação	e	cria	
uma	imagem	que	indica	a	localização	onde	a	glicose	está	acumulada.	(Figura	12	é	a	fusão	entre	a	RNM)
Figura	12	–	PET	com	fusão	da	Imagem	da	RNM.
(Fonte: http://www.medical.siemens.com/webapp/wcs/stores/servlet/PSGenericDis
play?storeId=10001&langId=-1&catalogId=-1&pageId=87048)
Atualmente,	o	PET-CT	é	usado	em	diversas	situações	como	no	estadiamento,	avaliação	de	resposta	e	seguimento	
de	carcinomas	de	mama,	colorretais,	de	pâncreas,	nos	hepatomas	e	tumores	estromais	(GIST);	tumores	de	cabeça	e	
pescoço,	melanomas,	linfomas,	neoplasias	endócrinas,	e	musculoesqueléticas.
As	moléculas	traçadoras	podem	ser	ligadas	podem	ser	ligadas	a	anticorpos,	que	são	proteínas	que	tem	a	habilidade	
de	estar	presentes	na	membrana	de	certas	células	neoplásicas.	
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
23
Exames Endoscópicos
A	endoscopia	é	um	método	para	visualizar	diretamente	
as	estruturas	internas	das	vísceras.	O	endoscópio	é	forma-
do	por	um	cabo	de	fibra	ótica	com	luz	em	sua	ponta,	e	que	
transmite	imagens	que	podem	ser	registradas.	
O	 endoscópio	 permite	 inspeção	 visual,	 remoção	 de	
tecido	 para	 biópsia,	 aspiração	 para	 exame	 citológico,	 e	
estadiamento	da	extensão	da	doença.	Os	procedimentos	
endoscópicos	 são	 nomeados	 de	 acordo	 com	a	 estrutura	
visualizada.
Biópsia
A biópsia é um aspecto fundamental no diagnóstico, 
uma	vez	que	a	identificação	do	tipo	histológico,	é	um	com-
ponente	na	determinação	do	tratamento.
Depois	 que	 a	 biópsia	 é	 removida,	 é	 colocada	 em	 um	
frasco	com	líquido	para	preservar	o	tecido	e	encaminhada	
para	análise	ao	patologista.	
Antes	da	análise,	o	espécime	é	processado,	e	observado	
no	microscópio	para	avaliar	quanto	as	características	celu-
lares.	
As biópsias podem ser obtidas de diferentes formas, 
o	 que	 vai	 depender	 da	 localização	 do	 tumor,	 tamanho	 e	
condições	do	paciente.	Os	tipos	de	biópsias	são	descritas	
a seguir:
• Biópsia	por	agulha	(chamada	por	PAAF	–	Punção	
Aspirativa	por	Agulha	Fina):	uma	agulha	fina	(21-
22)	é	inserida	em	uma	massa	palpável	–	pode	ser	
usada	para	 fluidos	ou	células;	é	um	procedimen-
to	 simples,	 ambulatorial;	 e	 depende	 da	 citologia	
das	células	para	diagnóstico;	pode	ser	empregada	
como	primeiro	método;	sua	acurácia	depende	da	
amostra obtida, preparo da espécie, e especialida-
de	do	patologista;	erros	na	amostra	ou	diagnóstico	
exige	 outras	 intervenções;	 é	 usada	 para	 nódulos	
tireoideanos,	linfonodos;
• Core Biósia: uma agulha grossa é inserida e um 
pedaço de tecido é obtida, neste tipo de biópsia, 
mais	tecido	é	obtido	do	que	a	agulha	fina;	ocorre	
maior	 trauma	 tecidual	 que	 a	 agulha	 fina,	 porém	
com	menor	 contaminação;	 é	 combinada	 com	 ra-
diologia	intervencionista	em	massas	não	palpáveis
• 	Biópsia	Incisional:		é	realizada	uma	incisão	e	um	
pedaço de tumor é obtido, usada para tumores 
maiores	(maiores	que	3cm),	nos	casos	nos	quais	
é	 necessário	 tratamento	 adicional	 para	 remoção	
do	tumor,	e	pode	ser	usada	quando	a	previsão	de	
tratamento	 adjuvante,	 ou	 é	 necessária	 resseção	
ampla;	não	fornece	informações	sobre	a	margem	
do tumor
• Biópsia	Excisional:	é	a	 remoção	de	 todo	o	 tumor	
com	algum	tecido	adicional	para	obtenção	de	mar-
gens	livres;	é	realizada	para	tumores	acessíveis	e	
menores	de	3cm	nos	quais	a	cirurgia	é	definitiva;	
o uso limitado se o tumor é muito grande ou se o 
defeito	estético	é	inaceitável
• Biópsia	Endoscópica:	ocorre	a	visualização	do	tu-
mor através do endoscópio, nesta biópsia um 
pedaço (incisional) ou tudo o tumor é removido 
(excisional);	é	utilizada	comumente	para	tumores	
do	trato	gastrintestinal,	trato	gênito-urinário,	e	pul-
monares;	neste	tipo	de	biópsia	pode	ocorrer	per-
furação,	 	 e	 hemorragia;	 evita	 trauma	 cirúrgico	 e		
também	a	cirurgia	aberta;
• Biópsia	Laparoscópica:	visualização	do	tumor	por	es-
copia, o espécime pode ser obtido por uma variedade 
de técnicas (incisional, excisional, lavado peritoneal), é 
também	útil	no	estadiamento;	ocorre	risco	de	perfu-
ração,	hemorragia	e	outras	complicações	pós-opera-
tórios;	esta	biópsia	evita	o	trauma	da	cirurgia	aberta;
• Biópsia	 aberta:	 neste	 tipo	 de	 biópsia	 é	 realizada	
uma cirurgia exploratória ou definitiva para obten-
ção	do	diagnóstico	primário;	é	 realizada	a	 remo-
ção	da	doença	e	de	massas	visíveis	ou	palpáveis;	
permite	o	 acesso	ao	 tumor	e	órgãos	adjacentes,	
pode	 ser	 usada	em	 lesões	no	pâncreas.	Durante		
a	biópsia	cirúrgica	um	ou	mais	linfonodos	da	área	
drenada	de	um	tumor	é	removido.	Uma	biópsia	dolinfonodo	ou	dissecção	é	realizada	para	determinar	
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
24
se	há	células	neoplásicas	do	tumor	que	atingiram	o	
linfonodo,	e	migraram	para	o	tecido	linfático.	
• Citologia	se	refere	ao	estudo	da	estrutura,	função	
e	patologia	das	células.	Os	métodos	citológicos	são	
utilizados	 como	 procedimento	 de	 rastreamento	
para	a	detecção	de	lesões	pré-malignas	ou	malig-
nas.	Nos	métodos	citológicos,	após	a	obtenção	do	
material,	o	material	é	colocado	em	lâminas,	e	são	
corados	 por	 diversos	 métodos	 para	 visualização	
no	 microscópio.	 As	 amostras	 para	 exame	 citoló-
gico podem ser obtidas através de esfregaços ou 
obtenção	de	fluidos	(urina,	fluido	cerebroespinhal,	
peritoneal,	pericárdico,	pleural).
Implicações para o Enfermeiro
O	enfermeiro	é	parte	da	equipe	multidisciplinar,	e	parti-
cipa	do	processo	de	diagnóstico	e	estadiamento.		O	período	
entre o aparecimento dos sintomas, a suspeita da neoplasia 
e	a	confirmação	do	diagnóstico	é	variável,	e	este	período	
pode	ser	fonte	de	angústia	para	o	paciente	e	família.	
Desta forma, o enfermeiro deve estabelecer interven-
ções	para	 reduzir	o	estresse	neste	período.	O	paciente	e	
família	devem	ser	orientados	sobre	os	objetivos	dos	proce-
dimentos, os possíveis desconfortos advindos dos testes, e 
o	tempo	necessário	para	a	divulgação	dos	resultados.
Nas unidades de diagnóstico, o enfermeiro atua como 
gerenciador	da	unidade,	organizando	o	atendimento,	e	es-
tabelece	protocolos	para	preparo	para	os	exames.	
Também atua como educador ao preparar paciente e 
família	para	os	procedimentos,	orientando	quanto	ao	prepa-
ro,	descrevendo	as	sensações	físicas	e	desconfortos	que	o	
paciente pode sentir durante os procedimentos, e relatando 
os	resultados	esperados	e	limitações	dos	exames.	
Durante	a	realização	dos	exames,	o	enfermeiro	deve	re-
conhecer o potencial para complicações, tais como, reações 
ao	contraste,	sangramento,	perfurações,	e	dor.		O	enfermei-
ro	também	avalia	a	necessidade	de	sedação	de	um	paciente	
antes	da	realização	do	exame,	e	orienta	a	equipe	quanto	
aos	cuidados	frente	aos	exames.
Estadiamento
O	estadiamento	é	caracterização	da	extensão	da	neo-
plasia.		E	possui	diversas	finalidades	que	são	mostradas	a	
seguir.
O	estadiamento	é	fundamental	para	a	indicação	e	o	pla-
nejamento	do	melhor	tratamento.	Com	a	determinação	do	
estadiamento, é possível oferecer o tratamento mais ade-
quado	de	acordo	com	o	que	está	estabelecido	na	evidência	
científica.	
Com o sistema TNM é possível agrupar os pacientes em 
estádios	clínicos,	e	com	isso,	uniformizar	as	informações.	Os	
pacientes	que	são	classificados	no	mesmo	estádio	apresen-
tam	o	prognóstico	igual.
O	estadiamento	também	permite	realizar	o	prognóstico,	
ou	seja,	fazer	uma	estimativa	do	tempo	de	sobrevida.	Esta	
indicação	é	importante	para	se	estabelecer	um	programa	de	
tratamento,	e	também	para	o	seguimento.	
Para	os	casos	que	são	considerados	localizados	(chama-
dos	de	estádios	clínicos	I	e	II),	o	tratamento	será	diferente	
dos casos considerados mais avançados (chamados de es-
tádios	clínicos	III	e	IV).	
No primeiro caso, como o prognóstico geralmente é me-
lhor,	 	 é	 realizada	o	 tratamento	 localizado	 (com	cirurgia	 e	
radioterapia),	e	o	tratamento	sistêmico	é	realizado	quando	
necessário.	Nos	 casos	mais	 avançados,	 o	 tratamento	 é	 a	
forma	preferencial	de	quimioterapia.	
Para	avaliar	os	resultados	de	pesquisa	entre	os	centros,	
é	 necessário	 que	 sejam	 comparados	 os	 casos	 parecidos.	
O	estadiamento	ajuda	a	estabelecer	um	padrão	de	condu-
ta	mais	adequado	nos	casos	baseados	nas	experiências	e	
evidências	da	 literatura.	Para	que	a	 troca	de	 informações	
entre	as	 instituições	seja	eficiente	é	essencial	a	descrição	
do	estadiamento	dos	pacientes	tratados.
O	estadiamento	também	contribui	para	a	realização	das	
pesquisas,	que	são	importantes	para	o	progresso	da	onco-
logia.	
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
25
Para	fazer	o	estadiamento	é	importante	conhecer	a	his-
tória natural do tumor, seu comportamento biológico, assim 
como	a	sua	via	de	disseminação.	
Os tumores sólidos tem a capacidade de invadir os teci-
dos	vizinhos.	O	tumor	pode	se	espalhar	por	diversas	vias:
• continuidade:	quando	se	espalham	por	extensão	
local, como exemplo um tumor de esôfago invade 
o	cárdia;
• contiguidade:	quando	o	 tumor	 invade	estruturas	
vizinhas,	como	por	exemplo,	o	tumor	de	reto	in-
vade	a	próstata	ou	bexiga;
• implantes (via trancelômica): via peritoneal, como 
por	exemplo,	tumor	de	ovário	que	invade	o	peri-
toneo;
• via	 linfática:	 é	 a	 principal	 via	 de	 disseminação,	
que	atinge	os	linfonodos	regionais;
• via	hematogênica:	via	de	disseminação	pelos	ca-
pilares	(órgãos	à	distância).
Os	 sarcomas	 por	 exemplo,	 são	 tumores	 que	 se	 pro-
pagam	por	via	hematogênica,	e	causam	metástases	pul-
monares,	 sendo	a	 tomografia	 computadorizada	de	 tórax	
usada	para	avaliação	pulmonar.	
O	 estadiamento	 considera	 três	 aspectos:	 o	 tamanho	
ou	 extensão	 do	 tumor	 primário	 (chamado	 estádio	 T);	 a	
presença	ou	ausência	de	células	neoplásicas	para	os	 lin-
fonodos	regionais	(chamado	estádio	N);	e	a	presença	ou	
ausência	de	metástases	(chamado	estádio	M).
O estadiamento segue o princípio da história natural da 
doença.	De	acordo	com	a	história	natural	da	doença,	um	
tumor	 cresce,	 depois	 ganha	 a	 circulação	 e	 pode	 invadir	
linfonodos,	e	depois	passa	a	invadir	outros	órgãos.	Assim	
segue o sentido:
Tumor>Linfonodo>Metástase
O primeiro item é o T (Tumor), e como foi mencionado 
anteriormente,	se	avalia	tamanho	ou	extensão.	Para	cada	
localização	há	uma	 classificação,	mas	 como	 regra	 geral,	
quanto	 maior	 o	 T,	 maior	 é	 a	 extensão	 ou	 tamanho	 do	
tumor, e portanto, maior a chance do tumor apresentar 
invasão	dos	linfonodos.	
O	que	não	significa	que	um	tumor	pequeno	não	apre-
senta	invasão	linfonodal,	uma	vez	que	características	bio-
lógicas	são	consideradas	também.	
O	Quadro	5	apresenta	a	classificação	T	do	sistema	TNM.
Quadro	5	–	Classificação	T	do	sistema	TNM.	
Sigla Descrição
Tx O	tumor	primário	não	pode	ser	avaliado
T0 Não	há	evidências	do	tumor	primário
Tis Tumor in situ
T1-T4 Extensão/invasão	do	tumor
O	Tx	se	refere	a	um	tumor	que	não	pode	ser	primário.	
Isto	 significa	 que	 não	 foi	 possível	 avaliar	 o	 tamanho	 ou	
extensão	do	tumor.	
Um	exemplo,	é	um	paciente	que	chega	a	um	hospital,	
quando	já	foi	operado	em	outro	local,	e	não	se	tem	infor-
mação	sobre	o	tumor	anteriormente.	
T0	se	refere	a	um	tumor	no	qual	não	há	evidência.	Ge-
ralmente	se	aplica	a	casos	nos	quais	se	fez	tratamento	e	
o	tumor	sumiu	após	uma	quimioterapia.	Tis	é	o	carcinoma	
in	situ.	
Em	seguida	temos	o	estadiamento	N	(de	linfoNodo).	O	
N	representa	a	avaliação	dos	linfonodos,	que	podem	estar	
ou	não	comprometidos	pela	neoplasia.	
Da	mesma	forma,	quanto	maior	o	N,	maior	é	chance	
presença	de	metástases.	O	Quadro	6	apresenta	o	estádio	
N.	
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
26
Quadro	6	–	Estádio	N	do	Sistema	TNM.
Estádio N Descrição
Nx Os	linfonodos	regionais	não	podem	ser	avaliados
N0	 Não	há	linfonodos	regionais	comprometidos	pela	neoplasia
N1-N3 Linfonodos regionais comprometidos pela neoplasia
 
Da	mesma	forma,	o	Nx	representa	que	os	linfonodos	não	podem	ser	avaliados.	Aqui	diferente	do	estádio	T,	no	está-
dio	N,	o	N0	representa	que	não	há	linfonodos	comprometidos	pela	neoplasia.	O	N1-N3	significa	que	há	a	presença	de	
linfonodos	presentes	pela	neoplasia.		A	depender	do	tumor,	o	N	vai	até	N2.	
Finalmente,	o	M	representa	a	avaliação	das	metástases,	que	podem	estar	ausentes	ou	presente.	O	Quadro	7	a	seguir	
representa	o	estádio	M	do	sistema	TNM.	
Quadro	7	–	Estádio	M	do	Sistema	TNM.
Estádio M Descrição 
Mx Metástases	não	podem	ser	avaliadas
M0 Não	há	evidências	de	metástases
M1 Presença	de	metástases
O	estadiamento	TNM	é	então	agrupado	nos	estadiamento	clínicos	que	variamde	acordo	com	o	tipo	de	tumor.	O	
Quadro	8	a	seguir	apresenta	o	estadiamento	do	câncer	de	cólon.	
Quadro	8	–	Agrupamento	por	Estádio	(TNM)	do	câncer	colorretal	de	acordo	com	o	AJCC.	
Estágio T N M
0 Tis N0 M0
I
T1
T2
N0
N0
M0
M0
IIA T3 N0 M0
IIB T4a N0 M0
IIC T4b N0 M0
IIIA
T1-T2
T1
N1/N1c
N2a
M0
M0
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
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IIIA
T3-T4a
T2-T3
T1-T2
N1-N1c
N2a
N2b
M0
M0
M0
IIIC
T4a
T3-T4a
T4b
N2a
N2b
N1-N2
M0
M0
M0
IVA Qualquer	T Qualquer	N M1a
IVB Qualquer	T Qualquer	N M1b
Este	é	um	exemplo,	porque	para	cada	tumor,	o	agrupamento	muda.	Mas	de	forma	geral,	o	estádio	0	se	refere	aos	
tumores	in	situ	(tumores	que	não	ultrapassaram	a	lâmina	basal);	os	tumores	com	estádio	I	são	chamados	de	tumores	
precoces;	os	tumores	estádio	II	são	estádio	localmente	avançado;	os	tumores	estádio	III	apresentam	linfonodos	positi-
vos,	ou	são	localmente	avançados;	e	os	tumores	estádio	IV	são	tumores	metastáticos.	
O	estadiamento	é	realizado	considerando	a	história	natural	da	doença,	ou	seja,	como	ocorre	o	padrão	de	dissemina-
ção	local	do	tumor,	e	como	ocorre	a	disseminação	à	distância,	ou	seja,	quais	são	os	sítios	preferenciais	de	metástases.		
Desta	forma,	os	exames	laboratoriais,	de	imagem,	medicina	nuclear	e	endoscópicos	são	escolhidos	de	acordo	com	as	
limitações	dos	exames,	e	a	história	natural	da	doença.
O	estadiamento	pode	ser	realizado	em	diversas	fases	da	doença,	e	a	depender	da	fase	em	que	é	realizado,	recebe	
uma sigla:
• cTNM	–	estadiamento	clínico,	realizado	a	partir	dos	dados	obtidos	através	do	exame	clínico	e	de	métodos	diag-
nósticos	não	invasivos	realizados	antes	do	início	do	tratamento;	
• sTNM	–	estadiamento	cirúrgico;	realizado	durante	o	ato	operatório;
• pTNM	–	estadiamento	patológico;	realizado	a	partir	do	exame	anatomopatológico,	é	a	informação	mais	precisa	
a	cerca	da	extensão	do	tumor,	e	do	comprometimento	dos	linfonodos;
• rTNM	–	estadiamento	realizado	após	a	recorrência;
• aTNM	–	estadiamento	realizado	durante	a	necrópsia.
Estadiamento clínico
O	estadiamento	clínico	leva	em	conta	dados	sobre	a	história	e	exame	físico,	mas	muitas	vezes	utiliza-se	de	métodos	
complementares de diagnósticos, como endoscopias (endoscopias digestiva alta, broncoscopia, cistoscopia), e métodos 
de	imagem	para	a	avaliação	do	caso.	
Aspectos da prevenção do Câncer e Diagnósticos 
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Estadiamento cirúrgico
Para muitos tumores sólidos o estadiamento cirúrgico 
é	importante	para	avaliação	da	disseminação	da	doença,	
fornecendo	informação	de	sua	extensão.
O	câncer	de	ovário	é	um	exemplo	de	como	a	 lapara-
tomia pode fornecer dados para o estadiamento, onde o 
inventário	da	cavidade,	realizado	durante	a	cirurgia,	com	a	
realização	de	biópsias	peritoniais,	análise	citológica	da	as-
cite ou lavados peritoniais, além do tratamento cirúrgico, 
permite	a	avaliação	da	extensão	da	doença.	
Estadiamento patológico
É	a	principal	forma	de	estadiamento,	e	realizada	pelo	
patologista.	É	 realizada	a	 caracterização	do	 tamanho	do	
tumor,	 sua	 relação	 das	 estruturas	 que	 estão	 infiltradas	
pelo tumor, presença de comprometimento do tumor nos 
linfonodos,	nos	vasos	sanguíneos,	e	invasão	perineural.	
Todas	estas	informações	são	importantes	para	ajudar	a	
traçar	um	plano	de	tratamento	adjuvante	(depois	da	cirur-
gia)	e	também	para	determinar	o	prognóstico.	
Nas	cirurgias	onde	os	 linfonodos	são	retirados,	quan-
to	maior	o	número	de	linfonodos	que	são	retirados,	mais	
linfonodos	estão	disponíveis	para	avaliação	do	patologista	
para	determinar	a	amostra	do	N.	
Para	muitos	tumores	há	uma	recomendação	de	um	nú-
mero	mínimo	de	linfonodos	que	devem	ser	removidos	para	
o	estadiamento	correto.	Nas	cirurgias	de	cólon,	por	exem-
plo,	 é	necessário	o	exame,	de	no	mínimo	12	 linfonodos	
para	que	a	avaliação	seja	correta.		
Referências
Eggert	 J.	Cancer	Basics.	Pittisburg,	Oncology	Nursing	
Society,	2010.	
Lopes	 A;	 Chammas	 R;	 Iyeyasu	 H.	 Oncologia	 para	 a	
Graduação.	3.ed.	São	Paulo,	Lemar,	2013.	
Omerod	 KF.	 Diagnostic	 evaluation,	 classification,	 and	
staging.	In:	Yarbro	CH,	Frogge	MH,	Goodman	M	(editores).	
Cancer	 nursing:	 principles	 and	 practice.	 6.ed.	 Boston,	
Jones	and	Bartlett,	2005.

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