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cap_3_(67-94)

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CAPÍTULO 3
MEDIAÇÃO E INTERAÇÃO EM AMBIENTES 
VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
  Diferenciar mediação e mediatização.
  Compreender o que é interação e interatividade na EAD.
  Criar estratégias que possibilitem a interação entre tutor e aluno(s).
  Compreender como ocorre a interação e a mediação em processos de ensino e 
 aprendizagem a distância.
D8 - 68
 Tutoria na Educação a Distância
D8 - 69
MEDIAÇÃO E INTERAÇÃO EM AMBIENTES 
VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM 
69
 Capítulo 3 
CONTEXTUALIZAÇÃO
Certamente, ao ler todos os materiais deste curso a distância, bem como 
outras referências indicadas pelos tutores e colegas na área da EAD, você se 
deparou com os termos: mediação; mediatização; interação; interatividade. 
Não é raro entrarmos em uma loja de eletroeletrônicos, livrarias ou em 
uma loja de fi lmes e games e ouvir do vendedor: este produto é interativo. Ou 
mesmo quando você assiste a uma propaganda na TV ou lê uma notícia ou 
um folder de uma universidade e instituição de ensino, por exemplo, no qual se 
afi rma que a mediação será feita por um professor. 
No nosso dia a dia estas palavras já são comuns, mas você sabe qual a 
diferença entre cada uma delas? Suas principais características e como são 
colocadas em prática na EAD?
Neste capítulo, você vai estudar cada um dos conceitos mencionados 
anteriormente, de acordo com diversos autores e qual sua relação na ação 
tutorial.
Você vai perceber que há na literatura uma infi nidade de conceitos 
e características para cada um deles e, em muitos casos, interação e 
interatividade são tratados como sinônimos, bem como mediação e 
mediatização. 
MEDIATIZAÇÃO E MEDIAÇÃO NA EAD
Nesta parte desse caderno de estudos, você vai compreender como 
ocorre a mediação e a mediatização na relação tutor e aluno na EAD. Além 
disso, vai conhecer e entender os conceitos discutidos pelos principais autores 
que pesquisam e estudam estes assuntos.
Não é nossa intenção apresentar a defi nição considerada a mais “correta” 
para cada um dos termos, entretanto, queremos que você tenha contato com 
vários posicionamentos, a fi m de que construa seus próprios argumentos, 
consiga diferenciá-los e relacioná-los à EAD e à ação do tutor, mas é essencial 
que, ao fi nal deste capítulo, você possa saber ao menos diferenciá-los e se 
posicionar quando questionado sobre eles. 
D8 - 70
 Tutoria na Educação a Distância
A mediatização
Quantas vezes você falou as expressões mediação e 
mediatização ao longo deste curso de pós-graduação? Ao falar 
estas expressões, você tem a real noção e o conhecimento 
científi co sobre seus signifi cados e impactos na EAD? Como os 
tutores colocam em prática tais conceitos? São essenciais e 
importantes em cursos a distância? Se você sabe o signifi cado 
destes conceitos na EAD ou mesmo se não sabe, inicie agora 
mesmo a leitura deste capítulo, pois os conhecimentos e conceitos 
aqui desenvolvidos são necessários para que entenda a atuação 
do tutor na EAD. 
Mediatização, que vem do verbo mediatizar, signifi ca codifi car as 
mensagens pedagógicas, traduzindo-as sob diversas formas, segundo o meio 
técnico escolhido, respeitando as características técnicas e as peculiaridades 
de discurso do meio técnico. (BLANDIN apud BELLONI, 2003).
Ainda, complementando o conceito apresentado antes, mediatizar signifi ca 
escolher, para um dado contexto e situação de comunicação, o modo mais 
efi caz de assegurá-la: selecionar o médium mais adequado a esse fi m e em 
função deste, conceber e elaborar o discurso que constitui a forma de revestir 
a substância do tema ou matéria a transmitir. (ROCHA-TRINDADE, 1988 apud 
BELLONI, 2003). 
Para a autora, mediatizar signifi ca produzir e elaborar conteúdos 
educativos que, de alguma forma, serão transmitidos e enviados aos alunos 
através das mídias, tais como, vídeo, áudio, internet etc.
Azevedo (2000) afi rma que seguramente podemos falar de uma EAD antes 
e depois da internet. Pela internet temos três possibilidades de comunicação 
reunidas numa só mídia: um-para-muitos, um-para-um e, sobretudo, muitos-
para-muitos. Mas não podemos esquecer que apenas a tecnologia, por 
mais sofi sticada que seja, não dá conta sozinha de resolver os problemas 
educacionais. 
Mediatização, que vem 
do verbo mediatizar, 
signifi ca codifi car 
as mensagens 
pedagógicas, 
traduzindo-as sob 
diversas formas, 
segundo o meio 
técnico escolhido, 
respeitando as 
características técnicas 
e as peculiaridades 
de discurso do meio 
técnico. (BLANDIN apud 
BELLONI, 2003).
D8 - 71
MEDIAÇÃO E INTERAÇÃO EM AMBIENTES 
VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM 
71
 Capítulo 3 
Ainda de acordo com Belloni (1999, p. 54, grifo nosso):
[...] as NTIC oferecem possibilidades inéditas de interação 
mediatizada (professor/aluno; estudante/estudante) e de 
interatividade com materiais de boa qualidade e grande 
variedade. As técnicas de interação mediatizada criadas 
pelas redes telemáticas (e-mail, lista de discussão, fórum, 
webs, sites etc.) apresentam grandes vantagens, pois 
permitem combinar a fl exibilidade da interação humana 
(com relação à rigidez dos programas informáticos, por mais 
interativos que sejam) com a independência no tempo e 
no espaço, sem por isso perder em velocidade. 
De acordo com Cruz (2007, p. 29), “utilizar as mídias como ferramentas 
pedagógicas signifi ca “mediatizar” as mensagens educativas, ou seja, 
adequar e traduzir o conteúdo educacional de acordo com as “regras da arte”, 
as características técnicas e as peculiaridades do discurso do meio técnico 
escolhido.” 
A autora complementa afi rmando que estes modos de aprendizagem 
mediatizados se constituem em um novo campo de saber e de atuação tanto 
do professor quanto do aluno. 
Isso teria como consequência, por um lado, capacitar 
tecnicamente professores e alunos (em termos de 
equipamentos e linguagem) para que conseguissem produzir 
seus próprios materiais midiáticos e, por outro lado, capacitá-
los a saber como descobrir e utilizar outros materiais 
produzidos nas mais diversas fontes. (CRUZ, 2007, p. 30).
Na educação a distância, segundo Belloni (2003, p. 54):
pela própria dinâmica do processo, a interação entre alunos 
e professores é indireta e tem de ser mediatizada por uma 
combinação dos mais adequados suportes técnicos de 
comunicação, e o que torna esta modalidade de educação 
nem mais dependente da mediatização que a educação 
convencional, de onde decorre a grande importância dos 
meios tecnológicos.
Com certeza você se lembra o que estudamos sobre o fato de o professor 
ser um facilitador, que procura auxiliar cada aluno para que este consiga 
avançar no processo de aprender. Este professor atuará frente a um novo 
tipo de estudante, mais autônomo, mais motivado que aquele do ensino 
convencional. E, pelo que temos visto, a mudança mais signifi cativa deve 
ocorrer na ação docente, ou seja, no tutor.
Para que isso ocorra, não podemos esquecer a necessidade de 
mudanças na formação de professores, que não deve ignorar a importância 
das tecnologias para a formulação de novas propostas de ensinar e aprender.
D8 - 72
 Tutoria na Educação a Distância
As mudanças na educação dependem, em primeiro lugar, de 
termos educadores maduros intelectual e emocionalmente, 
pessoas curiosas, entusiasmadas, abertas, que saibam 
motivar e dialogar. Pessoas com as quais valha a pena entrar 
em contato, porque desse contato saímos enriquecidos. O 
desafi o imposto aos docentes é mudar o eixo do ensinar 
para optar pelos caminhos que levem ao aprender. Na 
realidade, torna-se essencial que professores e alunos 
estejam num permanente processo de aprender a aprender. 
(MORAN, 2000, p. 73).
Dessa forma, “saber ‘mediatizar’ será uma das competências mais 
importantes e indispensáveis à concepção e realização de qualquer ação de 
EAD”. (BELLONI, 1999,p. 57).
Percebemos em nossa prática como tutoras de cursos de graduação e 
pós-graduação o quanto é importante que o professor tenha esta competência 
e este feeling, pois, atualmente, o elenco de recursos e mídias para a utilização 
em processos de ensino e aprendizagem a distância cresce a cada dia.
A MEDIAÇÃO
A mediação pedagógica consiste em um conjunto de procedimentos 
realizados na criação de materiais educativos, que objetivam uma educação 
baseada na comunicação e que tenha como fundamento o diálogo. Segundo 
Gutiérrez e Prieto (1994, p.62), ela é “o tratamento de conteúdos e das 
formas de expressão dos diferentes temas, a fi m de tornar possível o ato 
educativo dentro do horizonte de uma educação concebida como participação, 
criatividade, expressividade e relacionalidade”. Dessa forma, possui três 
dimensões: o tratamento com base no tema, com base na aprendizagem e, 
por fi m, com base na forma. Em cada um dos três tratamentos, existem ações 
específi cas que devem ser observadas na criação e na produção de materiais 
didáticos. (GUTIÉRREZ; PRIETO, 1994).
 Gutiérrez e Prieto (1994, p. 62) descrevem a mediação dissociando-a do 
ambiente no qual ocorre e vinculando-a muito mais à quebra dos paradigmas 
tradicionais:
A mediação pedagógica parte de uma concepção 
radicalmente oposta aos sistemas de instrução baseados na 
primazia do ensino como mera transferência de informação. 
Entendemos por mediação pedagógica o tratamento de 
conteúdos e das formas de expressão dos diferentes temas, 
a fi m de tornar possível o ato educativo dentro do horizonte 
de uma educação concebida como participação, criatividade, 
expressividade e relacionalidade.
A mediação pedagógica 
consiste em um conjunto 
de procedimentos 
realizados na criação 
de materiais educativos, 
que objetivam uma 
educação baseada na 
comunicação e que 
tenha como fundamento 
o diálogo. 
D8 - 73
MEDIAÇÃO E INTERAÇÃO EM AMBIENTES 
VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM 
73
 Capítulo 3 
Para Masetto (2000), deve-se entender mediação pedagógica como a 
atitude, o comportamento do professor que se coloca como um facilitador, 
incentivador ou motivador da aprendizagem, que se apresenta com a 
disposição de ser uma ponte entre o aprendiz e sua aprendizagem – não uma 
ponte estática, mas uma ponte “rolante”, que ativamente colabora para que o 
aprendiz chegue aos seus objetivos. Masetto (2000, p. 132) ainda sugere a 
“mediação pedagógica como fundamento para que se realize signifi cativamente 
o processo de aprendizagem a distância”. 
De acordo com Mallmann (2008), a mediação é um conceito cheio de 
indeterminações e desdobramentos. Para compreendê-lo, a autora aborda 
quatro signifi cados complementares e interligados: translação (tradução) de 
objetivos; composição; obscurecimento reversível; delegação.
Vamos expor a seguir, de forma resumida, como Mallmann (2008) aborda 
e descreve os quatro diferentes tipos de mediação:
• Translação (tradução) de objetivos: de acordo com a autora, os 
mediadores são sempre defi nidos a partir daquilo que podem fazer e pelas 
interferências que provocam nas ações dos outros numa rede. Em EAD, o 
material didático não age por si só, não tem “vontade” própria. O professor, 
por sua vez, potencializa sua ação docente primeiro ao elaborar o material 
e depois ao implementá-lo. O trabalho do professor no processo ensino 
e aprendizagem se modifi ca quando elabora e utiliza materiais didáticos. 
A mediação pedagógica é potencializada à medida que os humanos 
(professores, tutores, estudantes, designers de mediação) e não-humanos 
(mediadores pedagógicos impressos e hipermidiáticos) estão aliados, 
formando coletivos em torno dos objetivos que pretendem ser alcançados 
no processo de ensino e aprendizagem. Em EAD, os professores “falam” 
com os estudantes pela mediação dos materiais didáticos. Os materiais 
participam da rede de interação que se estabelece entre professores, 
tutores e estudantes. 
• Composição: aqui se fala em composição da ação. Os agentes um e 
dois que se transformam no terceiro agente, praticando coletivamente 
a ação. Não é somente um agente não-humano, mas diversos agentes 
não-humanos que oferecem aos humanos novas possibilidades, 
compondo novos objetivos, potencializando a ação. Um processo ensino 
e aprendizagem a distância não se faz somente com professores, tutores 
e estudantes. Os materiais didáticos, as tecnologias de informação e 
comunicação são importantes aliados. 
• Obscurecimento reversível: em diversas situações de ensino e 
aprendizagem os não-humanos sequer são percebidos. Participam das 
ações, mas são tratados como se fossem invisíveis na medida em que tudo 
D8 - 74
 Tutoria na Educação a Distância
transcorre no curso do tempo e do espaço, planejados com antecedência. 
A autora dá um exemplo de uma videoconferência. Tudo transcorre 
tranquilamente até que a vídeo dá algum problema no áudio, na imagem 
etc., então ela passa a ser percebida. Podemos citar outro exemplo para 
deixar mais claro este conceito: quando alunos e tutores estão realizando 
um chat e nenhum problema tecnológico ocorre, eles nem percebem que 
estão interagindo e conversando via esta tecnologia, mas quando ocorre 
algum problema na rede, por exemplo, ai sim a ferramenta se torna visível.
• Delegação: a autora explica que os não-humanos delegam novas 
funções para os humanos e vice-versa. Os Ambientes Virtuais de Ensino-
Aprendizagem (AVEA) disponibilizam uma série de ferramentas que 
permitem o planejamento de estratégias de delegação no processo de 
aprendizagem dos estudantes. Atividades de avaliação em hipertextos, 
tarefas, lições ou edições colaborativas implicam condutas diferenciadas. 
À medida que os próprios materiais apresentam orientações que instigam 
os estudantes a organizarem seus ritmos de estudos, não é necessário que 
o professor ou o tutor fi quem permanentemente de vigília, sinalizando os 
percursos aos estudantes. Ou seja, neste caso, a autora nos explica que 
os não-humanos também interagem conosco quando realizamos alguma 
ação elaborada por um humano, mas, neste momento, elencada por um 
não-humano. 
Para Franciosi, Medeiros e Colla (2003), a ação do professor – como 
mediador – é transitiva e visa colocar o pensamento do grupo em movimento; 
propor situações e atividades de conhecimento; provocar situações em que 
os interesses possam emergir; dispor objetos/elementos/situações; propor 
condições para acesso a novos elementos, possibilitando a elaboração 
de respostas aos problemas; interagir com o sujeito; construir e percorrer 
caminhos, favorecendo a reconstrução das relações existentes entre o grupo e 
o objeto de conhecimento.
Valente (2003) afi rma que a educação a distância só se concretiza com 
o alcance de um verdadeiro processo de comunicação, por meio de uma 
efetiva mediação pedagógica, que garanta a superação da unidirecionalidade, 
a modifi cação da relação emissão/recepção, gerando uma relação dialógica 
e possibilitando a co-criação do conhecimento. Ultrapassando o simples 
colocar de materiais instrucionais à disposição do aluno distante, exigindo o 
atendimento pedagógico, superador da distância e que promova a essencial 
relação professor-aluno, por meios e estratégias institucionalmente garantidos. 
Você conheceu e estudou até aqui as principais diferenças entre mediação 
e mediatização e as suas relações com o trabalho do tutor. Percebeu que na 
literatura há uma infi nidade de signifi cados para mediação e mediatização, 
mas que o mais aceito é aquele que compreende a mediação como relações 
sociais e de aprendizagem de dois ou mais sujeitos, sendo que a mediatização 
Valente (2003) afi rma 
que a educação 
a distância só se 
concretiza com 
o alcance de um 
verdadeiro processo 
de comunicação, 
por meio de uma 
efetiva mediação 
pedagógica, que 
garanta a superação 
da unidirecionalidade, 
a modifi cação da 
relação emissão/
recepção, gerando 
uma relação dialógica 
e possibilitando 
aco-criação do 
conhecimento.
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MEDIAÇÃO E INTERAÇÃO EM AMBIENTES 
VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM 
75
 Capítulo 3 
é a relação do sujeito com a tecnologia, que poderá, por meio dela, realizar 
mediações. 
Ao ler alguns conceitos e concepções apresentadas sobre mediação e 
mediatização, chegou o momento de você realizar uma atividade de pesquisa 
e síntese sobre o que estudou até aqui, mas antes anote as indicações de 
leitura sobre o tema discutido até este momento no capítulo 3. 
ANDERSON, T.; ELLOUMI, F. Theory and Practice of Online 
Learning. Athabasca University. ISBN: 0-919737-59-5. Basta 
acessar: http://cde.athabascau.ca/online_book/pdf/TPOL_book.pdf 
GUTIÉRREZ, F.; PRIETO, D. A mediação pedagógica: educação 
a distância alternativa. Campinas: Papirus, 1994.
SILVA, M. Educação online. São Paulo: Loyola, 2003.
Atividade de Estudos: 
1) Faça uma pesquisa na internet, dando prioridade a sites de 
instituições confi áveis, buscando dois conceitos de MEDIAÇÃO 
e dois conceitos de MEDIATIZAÇÃO diferentes daqueles 
apresentados neste capítulo. Transcreva os quatro conceitos 
que você pesquisou no espaço a seguir. Não se esqueça de 
inserir a fonte em que a pesquisa foi realizada.
Agora responda os seguintes questionamentos:
• Os conceitos pesquisados fazem referencia à EAD? De que 
maneira o fazem?
• Quais as palavras-chave identifi cadas nos conceitos? 
• Existem relações nas palavras-chave dos conceitos de 
mediação e mediatização? Identifi que-as.
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
D8 - 76
 Tutoria na Educação a Distância
2) Depois de realizar a pesquisa e responder as questões 
anteriores, chegou o momento de você sistematizar o “seu” 
conceito de MEDIAÇÃO e MEDIATIZAÇÃO e apontar as 
divergências e convergências entre eles.
MEDIAÇÃO MEDIATIZAÇÃO
A INTERAÇÃO E A INTERATIVIDADE NA EAD
Agora você vai estudar e compreender o que é interação e interatividade 
e como estes dois conceitos estão relacionados ao trabalho do tutor em 
processos de ensino e aprendizagem a distância.
Atividade de Estudos: 
Antes de iniciar a leitura, é importante pensar o que você sabe 
sobre interação e interatividade na EAD e qual a relação destes 
conceitos com a ação do tutor. Anote suas considerações no espaço 
a seguir. Ao fi nal da leitura deste capítulo e da realização de todas 
as atividades, retorne ao que você escreveu neste espaço e faça 
as complementações e revisões que você considerar pertinentes. 
Assim, você estará comprovando que este capítulo foi signifi cativo 
para a sua aprendizagem.
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
D8 - 77
MEDIAÇÃO E INTERAÇÃO EM AMBIENTES 
VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM 
77
 Capítulo 3 
a) A interação
O dicionário Aurélio (2004, p. 1117) defi ne interação como “uma ação que 
se exerce mutuamente entre duas ou mais coisas, ou duas ou mais pessoas”. 
Já interatividade é defi nida como a “capacidade (de um equipamento ou 
sistema de comunicação ou sistema de computação, etc.) de interagir ou 
permitir a interação”. A obra também sugere que o termo interatividade está 
relacionado a interativo que é a capacidade de um “recurso, meio, ou processo 
de comunicação permitir ao receptor interagir ativamente com o emissor”. 
(FERREIRA, 2004, p. 1117). 
Encontramos na literatura vários conceitos sobre interação e interatividade. 
No entanto é importante ressaltar que a interação é inerente ao seres humanos 
e ocorre quase sempre quando duas ou mais pessoas se comunicam. Já a 
interatividade tem relação com as Tecnologias de Informação e Comunicação 
(TICs) e ocorre quando duas ou mais pessoas interagem tendo como mediador 
alguma interface tecnológica. 
Wagner (1994, 1997 apud MATTAR, 2009) vem ao encontro da 
distinção apresentada anteriormente quando afi rma que a interação envolve 
o comportamento e as trocas entre indivíduos e grupos, desde que eles se 
infl uenciem e haja trocas e ações recíprocas. A interatividade envolveria os 
atributos das tecnologias atuais, principalmente, aquelas usadas na EAD. Ou 
seja, a interação está relacionada às pessoas e a interatividade à tecnologia e 
aos seus canais de comunicação.
O conceito de interação vem de longe. Na física, refere-se ao 
comportamento de partículas cujo movimento é alterado pelo movimento de 
outras partículas. Em sociologia e psicologia social a premissa é: nenhuma 
ação humana ou social existe separada da interação. O conceito de interação 
social foi usado pelos interacionistas a partir do início do século XX. Designa a 
infl uência recíproca dos atos de pessoas ou grupos. Um desdobramento dessa 
corrente é o interacionismo simbólico que estudou a interação entre indivíduos 
e instituições no sentido de verifi car como são coagidos por elas e de como 
buscam transcender essa coação. (SILVA, 2000).
O conceito de interatividade é recente. Pode ter surgido no fi nal dos anos 
70 e início da década de 80 no contexto das novas tecnologias de informação. 
Um dado que permite esta afi rmação é a ausência do termo nos dicionários de 
informática até meados dos anos 80. Ainda está por ser feita a genealogia do 
termo. (SILVA, 1998).
A interação é inerente 
ao seres humanos e 
ocorre quase sempre 
quando duas ou mais 
pessoas se comunicam. 
Já a interatividade 
tem relação com 
as Tecnologias 
de Informação e 
Comunicação (TICs) e 
ocorre quando duas ou 
mais pessoas interagem 
tendo como mediador 
alguma interface 
tecnológica.
A interação é a ação 
recíproca entre sujeitos 
e pode ser mediatizada 
por diferentes meios, 
a interatividade pode 
ser entendida de 
duas maneiras: a 
primeira signifi ca a 
potencialidade técnica 
oferecida por algum 
meio tecnológico, e a 
segunda compreende 
a atividade humana 
de usar e agir sobre a 
máquina, bem como 
a modifi cação que a 
máquina pode permitir 
ao usuário. (BELLONI, 
1999).
D8 - 78
 Tutoria na Educação a Distância
Interação e interatividade são termos sociológicos com signifi cados 
diferentes, mas que se complementam. A interação é a ação recíproca 
entre sujeitos e pode ser mediatizada por diferentes meios, enquanto a 
interatividade pode ser entendida de duas maneiras: a primeira signifi ca a 
potencialidade técnica oferecida por algum meio tecnológico, como jogos, CDs 
e ambientes virtuais de aprendizagem, e a segunda compreende a atividade 
humana de usar e agir sobre a máquina, bem como a modifi cação que a 
máquina pode permitir ao usuário. (BELLONI, 1999).
De acordo com Belloni (2003), uma das características principais das 
tecnologias é justamente a interatividade, que passa a ser uma característica 
técnica, que possibilita ao usuário interagir com uma máquina. A autora 
esclarece com muita propriedade a diferença entre os conceitos de interação 
e interatividade. Para Belloni (2003, p. 58), interação signifi ca a ação recíproca 
entre dois ou mais atores onde ocorre a intersubjetividade, ou seja, o encontro 
de dois ou mais sujeitos, “que pode ser direta ou indireta – mediatizada por 
algum veículo técnico de comunicação, por exemplo, carta, telefone e através 
do AVAs.” Conforme mencionado anteriormente, a interatividade vem sendo 
usada indiscriminadamente e com dois sentidos: “de um lado a potencialidade 
técnica oferecida por determinado meio (por exemplo, CDs de consulta, 
hipertextos em geral, ou jogos informatizados) e, de outros, a atividade 
humana, do usuário, de agir sobre a máquina, e de receber em troca uma 
‘retroação’ da máquina sobre ele.” (BELLONI, 2003, p. 58).
Para Primo (2003, p.62) existem dois tipos de interação: a interação 
mútua, caracterizada por relações interdependentes e processos de 
negociação, em que cada interagente participa da construção inventiva e 
cooperada da relação, afetando-se mutuamente. Já a interação reativa é 
limitada por relações determinísticas de estímulo e resposta.
Preocupados com o papel da interação na modalidade a distância e com a 
falta de precisão com que o termo é usado, Moore e Kearsley (2007) propõem 
que a interação seja classifi cada em três tipos, conforme a comunicação seja 
unidirecional ou bidirecional:
• Interação aprendiz-conteúdo: é uma característica da própria atividade 
educativa, pois a interação com conteúdos ou objetos de estudo resulta 
em mudanças na compreensão, nas perspectivas e na estrutura cognitiva 
e mental dos estudantes. Propostas de educação a distância que tenham 
base na comunicação unidirecional oferecem apenas este tipo de interação.
• Interação aprendiz-tutor: o tutor ajuda o aluno a manter-se motivado e 
interessado nos estudos, avalia o progresso da aprendizagem, aconselha 
e oferece o suporte necessário ao progresso dos estudos. Este tipo de 
interação, no entanto, requer um alto grau de autonomia do estudante e o 
atendimento tende a ser individual.
A interação é a ação 
recíproca entre sujeitos 
e pode ser mediatizada 
por diferentes meios, 
a interatividade pode 
ser entendida de 
duas maneiras: a 
primeira signifi ca a 
potencialidade técnica 
oferecida por algum 
meio tecnológico, e a 
segunda compreende 
a atividade humana 
de usar e agir sobre a 
máquina, bem como 
a modifi cação que a 
máquina pode permitir 
ao usuário. (BELLONI, 
1999).
D8 - 79
MEDIAÇÃO E INTERAÇÃO EM AMBIENTES 
VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM 
79
 Capítulo 3 
• Interação aprendiz-aprendiz: este tipo de interação vem crescendo 
desde os anos 1990, com o desenvolvimento da telemática, pode ocorrer 
com ou sem a presença do tutor e tem se mostrado uma fonte rica de 
aprendizagem.
Indo ao encontro destes conceitos, apresentaremos a seguir uma síntese 
sobre os diversos tipos de interação apresentados por Mattar (2009, p. 116-
118). Vamos dar maior ênfase àquele tipo de interação que, de alguma forma, 
envolve o tutor e o aluno na EAD.
• Aluno/professor: a interação síncrona ou assíncrona entre aluno e 
professor fornece motivação e feedback, além de auxiliar o aprendizado 
dos alunos. Yacci (2000 apud MATTAR, 2009) afi rma que o retorno do 
professor a uma dúvida que o aluno expõe é uma condição necessária 
para ocorrer a interação. No entanto, há um efeito negativo do feedback 
do professor quando este não o encaminha no timing certo para o aluno. 
Quando demora muito para o aluno, em geral, o seu objetivo perdeu a 
importância para o aluno. 
Muitas instituições que realizam cursos a distância estabelecem um 
prazo limite para que o tutor forneça aos alunos o feedback das dúvidas e, 
ainda, realize a correção das atividades ou participe dos fóruns propostos para a 
disciplina. Em geral, os prazos para sanar as dúvidas postadas nos EVAs são de 
24h a 48h e a correção das atividades de 3 a 7 dias após a postagem do aluno. 
O tempo de correção das atividades pode variar conforme a 
política da instituição.
• Aluno/conteúdo: o autor aponta que, com a utilização da internet, passou 
a ser possível disponibilizar para os alunos áudio, vídeo, realidade virtual, 
imagens etc., sendo que o aluno pode interagir com estes recursos no 
momento em que está estudando os conteúdos do seu curso. Assim, ele 
interage com os conteúdos de diversas maneiras. 
No caso da interação aluno/conteúdo, você leu anteriormente que o 
aluno interage com os conteúdos, mas cabe ao tutor potencializar esta 
interação, orientando os alunos para o conhecimento e a interação destes 
recursos. Sabemos que atualmente muitos conteúdos estão disponíveis na 
internet, com diversos formatos, lógicas e concepções e, neste caso, o tutor 
orienta seus alunos sobre estas armadilhas, ou seja, nem sempre o que está 
D8 - 80
 Tutoria na Educação a Distância
disponível na rede é científi co e confi ável. Como sites confi áveis, podemos 
destacar os inúmeros repositórios de objetos de aprendizagem disponíveis na 
internet atualmente, bem como site de repositórios de periódicos científi cos, 
administrados por instituições de renome nacional e internacional.
• Aluno/aluno: segundo Mattar (2009), a interação pode ocorrer de forma 
síncrona e assíncrona, caracterizando o que é denominado na literatura 
como aprendizagem colaborativa e cooperativa. Este tipo de interação 
desenvolve o senso crítico e a capacidade de trabalhar em grupo, 
desenvolvendo no aluno a sensação de pertencer a uma comunidade 
virtual. 
Nos cursos de graduação e pós-graduação, temos acompanhado o 
quanto a interação aluno/aluno é importante, mas ao mesmo tempo difícil de 
ocorrer. A maioria dos alunos tem difi culdade para trabalhar em grupos na 
EAD. Geralmente, quando a disciplina termina é que os alunos conseguem 
se organizar para realizar as atividades em grupo. No entanto, percebemos 
que quando o aluno expõe suas atividades, mesmo que não obrigatórias, ou 
seja, apenas em caráter de autoavaliação, elas passam a ser muito visitadas e 
comentadas pelos colegas.
• Professor/professor: a internet tem possibilitado aos professores as 
trocas de experiências e casos de sucesso na tutoria. Este tipo de interação 
ocorre em seminários, congressos, semanas de capacitação ou mesmo 
presencialmente.
Sabemos que no presencial a interação e o contato entre os professores 
ocorrem geralmente na “sala dos professores” e nos corredores das 
universidades. Na EAD, de acordo com o modelo da instituição, este contato 
passa a não mais existir porque, na maioria das vezes, o tutor não precisa 
cumprir hora na instituição, com exceção de alguns modelos de tutoria 
presenciais. No entanto, sabemos que existem instituições, como, por exemplo, 
a Uniasselvi, onde o tutor deve cumprir horários regulares na instituição e 
participar de capacitações frequentes. 
Um dos principais desafi os das instituições que promovem cursos a 
distância é possibilitar mais interação entre os professores de um mesmo 
curso. Mesmo que não seja presencial, pode-se pensar em criar uma turma 
no ambiente virtual de aprendizagem, neste caso, formando uma comunidade 
virtual para discutir e trocar ideias sobre os acontecimentos e experiências de 
cada professor.
• Professor/conteúdo: para Mattar (2009), o desenvolvimento de conteúdos 
por tutores está ocorrendo cada vez mais. Mas, nos casos em que isso 
não é possível, cabe ao tutor a elaboração de objetos de aprendizagem, 
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MEDIAÇÃO E INTERAÇÃO EM AMBIENTES 
VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM 
81
 Capítulo 3 
a proposta de atividades diferentes, adicionando textos complementares, 
sugerindo mudanças nos materiais e nos materiais do curso etc.
Um exemplo é o desenvolvimento de objetos de aprendizagem pelos 
tutores, como, pequenos vídeos, áudios, Powerpoint com animações, vídeos 
e áudio etc. Ao perceber que os alunos estão tendo alguma difi culdade no 
entendimento de algum conteúdo ou atividade da disciplina, o tutor poderá 
fazer estes objetos de aprendizagem e inclusive voltar a utilizá-los em outras 
turmas da mesma disciplina. Um exemplo de software que o tutor poderá 
utilizar e de fácil manuseio é o Camtasia Studio. Ele permite a captura do que 
se passa na tela do computador com áudio, a captura de vídeo, de áudio e a 
edição destes recursos, bem como a opção de salvá-los com várias extensões, 
como mp3, mp4, avi, mov, wmv etc.
• Conteúdo/conteúdo: segundo o autor, este é um dos tipos de interação 
mais complexos. Alguns programas hoje são adaptativos, autônomos 
e utilizam inteligência artifi cial. Leitores de feeds e RSS são recursos já 
utilizados por muitos alunos e tutores na EAD. 
Os Feeds, de modo geral, invertem o sentido da navegação, 
em outras palavras, são os sites que vão até você.Feeds também 
são conhecidos como RSS. Esta sigla signifi ca Rich Site Sumary 
ou Really Simple Syndication, é um formato que admite distribuir o 
conteúdo do site de forma padronizada e permite que ele seja lido 
em diversos leitores RSS. 
Fonte: http://www.baixaki.com.br/info/252-o-que-sao-feeds-.htm 
Assista ao vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=6yLU0EFA 
Jw4 para conhecer em detalhes esta nova ferramenta da internet.
• Aluno/interface: neste tipo de interação, o aluno interage com a 
tecnologia, já que utiliza a tecnologia para interagir com o conteúdo, com 
os colegas e com o tutor. O aluno tem muito a aprender nesta interação e 
acaba desenvolvendo uma competência de entendimento e manipulação 
da tecnologia que é altamente desejada pelo mercado de trabalho. Ai está 
o grande desafi o do design instrucional no planejamento deste ambiente, 
que precisa possibilitar ao aluno a aprendizagem desejada e objetivada.
D8 - 82
 Tutoria na Educação a Distância
• Autointeração: de acordo com Mattar (2009), este tipo de interação 
ocorre quando o aluno conversa consigo mesmo sobre os conteúdos que 
está estudando. É, grosso modo, o próprio processo de aprendizagem. 
Segundo o autor, a atividade de resumo e de síntese é um exemplo de 
autointeração, pois o aluno está revendo seus conhecimentos sobre 
aqueles assuntos.
O comentário de Mattar (2009) coincide com a orientação 
proposta no caderno de Educação a Distância e Métodos de 
Autoaprendizagem: portanto, fazer resumos, sínteses e mapas 
conceituais é essencial para que você possa acompanhar e avaliar 
sua aprendizagem.
• Interação vicária: a interação vicária é a interação silenciosa em que o 
aluno observa os debates e o que está se passando através do ambiente 
virtual de aprendizagem da sua disciplina, sem deles participar. Ele lê 
as interações de outros colegas e dos colegas com o tutor, mas não faz 
nenhum comentário ou participa ativamente. Nesse sentido, “é possível 
falar de um interagente vicário e em um processo de aprendizagem vicário”. 
(MATTAR, 2009, p. 117). Este tipo de interação é muito complexa e difícil 
para o tutor diagnosticar. Pois na EAD o tutor “enxerga” a participação 
dos alunos, se ele está ativo no curso, fazendo suas leituras e entende o 
conteúdo quando participa das discussões, faz perguntas, ou seja, aparece 
e se faz “presente” no virtual. Cabe ao tutor uma grande sensibilidade 
nestes casos para, através de ferramentas de “controle” e administração do 
tempo de permanência do aluno conectado, que ferramentas que acessou 
e o desempenho nas atividades, perceber que o aluno está aprendendo 
e alcançando os objetivos propostos, mesmo que não esteja participando 
ativamente das discussões. 
Wagner (1997 apud MATTAR, 2009, p. 117) propõe outra classifi cação 
das interações possíveis em EAD, não através dos agentes que interagem, 
mas sim através dos objetivos pretendidos. “A interação deve ter diferentes 
objetivos, como participação, comunicação, feedback, elaboração, controle/
autorregulação, motivação, negociação, constituição de grupos, descoberta, 
exploração, clarifi cação e fechamento.”
McIsaac e Gunawardena (1996) explicam como ocorrerá a interação 
através da comunicação na educação a distância. Segundo os autores, 
existem quatro situações: no mesmo tempo e lugar; no mesmo tempo e 
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MEDIAÇÃO E INTERAÇÃO EM AMBIENTES 
VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM 
83
 Capítulo 3 
lugares diferentes, em tempos diferentes e no mesmo lugar, em tempos e 
lugares diferentes. A seguir, apresentamos as explicações que caracterizam 
cada dessas interações.
• Mesmo tempo e lugar: é a interação mais comum, face a face. Muitas 
vezes, certos objetivos, na educação a distância, só conseguem ser 
cumpridos se as atividades forem realizadas face a face. Certas instituições 
de educação a distância propõem encontros presenciais ocasionais, durante 
o curso, como forma de melhorar a interação entre professor e aluno.
Como exemplo deste tipo de interação, podemos citar os momentos de 
encontros presenciais para aplicação de provas, apresentação de trabalhos 
e os pólos presenciais que estão sendo impostos pelo MEC para todas as 
instituições que pretendem atuar na EAD. Muitas vezes, nestes pólos 
presenciais o professor fi ca à disposição do aluno para sanar aquelas dúvidas 
que não foram possíveis de sanar por outros recursos.
• Mesmo tempo e lugares diferentes: neste caso, existem dois tipos 
principais de interação. Uma é a interação que ocorre quando o aluno e 
o professor estão separados geografi camente, mas interagem um com 
o outro simultaneamente. Um exemplo disto é a videoconferência, que 
permite a transmissão de áudio e vídeo, pela rede de computadores e/
ou via satélite, possibilitando a interatividade no momento em que a 
transmissão ocorre. Outros exemplos são a teleconferência, o chat, listas 
de discussão e o rádio.
Este é um dos principais tipos de interação que ocorre em processos de 
ensino e aprendizagem. Neste tipo de interação se encontram as ferramentas 
síncronas. Síncrono quer dizer mesmo tempo e mesmo lugar, simultâneo. 
• Tempos diferentes e no mesmo lugar: este tipo de interação ocorre 
principalmente em laboratórios, bibliotecas e centros de estudos. Muitas 
vezes, experimentos são desenvolvidos individualmente ou em grupo no 
mesmo laboratório, o qual os alunos utilizam em momentos diferentes. 
São lugares também usados para encontros entre alunos e professores de 
cursos a distância.
Geralmente, os cursos de ensino a distância não pressupõem a utilização 
de laboratórios físicos, apenas virtuais e, neste caso, este exemplo cabe para 
explicar o tipo de interação anteriormente descrito. 
• Tempos e lugares diferentes: as tecnologias que oferecem este tipo 
de recurso, normalmente, materiais impressos, as fi tas de vídeo e 
audiocassetes, que transmitem informação unidirecionada e também 
aquelas que oferecem interação entre o professor e o aluno, e entre grupos 
de alunos. 
Síncrono quer dizer 
mesmo tempo e mesmo 
lugar, simultâneo.
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 Tutoria na Educação a Distância
O tipo de interação anteriormente é aquele que caracteriza a maioria dos 
cursos a distância no Brasil. Temos, como exemplo, os fóruns de discussão, os 
blogs, as listas de discussão e toda uma gama de ferramentas que compõem 
os chamados ambientes virtuais de aprendizagem.
Atividade de Estudos: 
1) Neste momento, você já pensou como ocorre a interação no seu 
curso? De que tipo ela é? Quais são as principais características 
que a compõem? Pense nisso e aproveite o espaço a seguir 
para registrar suas refl exões.
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2) Você estudou neste capítulo o que é interação e qual a 
sua relação com as atividades e funções do tutor e a prática 
pedagógica na EAD. Leia as palavras-chave a seguir e selecione 
pelo menos quatro das oito apresentadas. 
Interação Prática pedagógica Conteúdo Interface
Aluno Tecnologias Tutor Internet
Agora, escreva um texto sobre o tema: A interação na prática 
do tutor na EAD. Não se esqueça de atribuir um título ao texto 
elaborado. Você deve fazer alusão, sob a forma de citação, a pelo 
menos uma ideia de outros autores que discutem e falam sobre 
este assunto (aproveite a internet para realizar suas pesquisas). 
No fi nal, insira as referências. Não esqueça: tanto as citações 
quanto as referências devem seguir as regras da ABNT.
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b) A interatividade
O termo “interatividade” surgiu, de acordo com Silva (2000), no contexto 
das críticas aos meios e tecnologias de comunicação unidirecionais, que teve 
início na década de 70 e hoje está em pleno uso. A palavra foi inventada pelos 
críticos das mídias de massa e as novas TICs, passando a ser amplamente 
utilizada pela informática. (MATTAR, 2009).
Entretanto, alguns o utilizam como sinônimo de interação, outros como 
um caso específi co de interação, a interação digital. Para outros, ainda, 
interatividade signifi ca simplesmente uma “troca”, um conceito muito superfi cial 
para todo o campo de signifi cação que abrange. Num primeiro momento, é 
necessário, portanto, compararmos e/ou distinguirmos interatividade de 
interação.
Para Lemos (2009), interatividade é um caso específi co de interação, a 
interatividade digital, compreendida como um tipo de relação tecnossocial, ou 
seja, como um diálogo entre homem e máquina, através de interfaces gráfi cas, 
em tempo real. 
Em sua defi nição mais geral, a interatividade é a possibilidade de intervir 
no dispositivo tecnológico e/ou no ambiente informático. (PERAYA, 2002, p. 
43). 
Para Lévy (1999, p. 82), “a interatividade assinala muito mais um 
problema, a necessidade de um novo trabalho de observação, de concepção 
e de avaliação dos modos de comunicação do que uma característica simples 
e unívoca atribuível a um sistema específi co”, não se limitando, portanto, às 
tecnologias digitais. 
Mattar (2009, p. 112) destaca um elemento bem importante nesta discussão 
e diferenciação de interação e interatividade. Segundo o autor, mesmo que o 
nascimento das duas palavras seja distante um do outro, muitas vezes, são 
usadas como sinônimas. O que prova isso é que “quando ocorre interação ou 
quando ocorre interatividade, usamos o mesmo adjetivo: interativo”. 
Para Silva (1998, p. 29), a interatividade está na “disposição ou 
predisposição para mais interação, para uma hiper-interação, para 
bidirecionalidade - fusão emissão-recepção, para participação e intervenção”. 
Portanto, não é apenas um ato de troca, nem se limita à interação digital. 
Interatividade é a abertura para mais e mais comunicação, mais e mais trocas, 
mais e mais participação.
O termo “interatividade” 
surgiu, de acordo 
com Silva (2000), no 
contexto das críticas 
aos meios e tecnologias 
de comunicação 
unidirecionais, que teve 
início na década de 70 e 
hoje está em pleno uso. 
Em sua defi nição mais 
geral, a interatividade 
é a possibilidade de 
intervir no dispositivo 
tecnológico e/ou no 
ambiente informático. 
(PERAYA, 2002, p. 43). 
Portanto, não é apenas 
um ato de troca, nem 
se limita à interação 
digital. Interatividade é 
a abertura para mais e 
mais comunicação, mais 
e mais trocas, mais e 
mais participação.
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 Capítulo 3 
O autor avisa que os conceitos a seguir não são mutuamente excludentes, 
mas que podem ser combinados para a disponibilização de transações 
“instrucionais” mais compreensivas e envolventes. Apresentamos a taxonomia 
de Sims (2009):
Taxonomia: Taxonomia (do Grego verbo τασσε�ν ou tassein 
= "para classifi car" e νόμος ou nomos = lei, ciência, administrar), foi 
uma vez, a ciência de classifi car organismos vivos (alfa taxonomia). 
Mais tarde a palavra foi aplicada em um sentido mais abrangente, 
podendo aplicar-se a uma das duas, classifi cação de coisas ou 
aos princípios subjacentes da classifi cação. Quase tudo - objetos 
animados, inanimados, lugares e eventos - pode ser classifi cado 
de acordo com algum esquema taxonômico. Disponível em: <http://
pt.wikipedia.org/wiki/Taxonomia>. Acesso em: 20 nov. 2009.
• Interatividade do objeto – refere-se aos programas em que objetos (como 
botões) podem ser ativados pelo mouse. As ações disparadas podem 
variar dependendo dos conteúdos e objetos anteriores.
• Interatividade linear – programas em que o aluno pode se movimentar 
para frente ou para trás em uma sequência linear predeterminada de 
material “instrucional” (recurso chamado de “virador de página eletrônico”). 
O controle do aluno é limitado, não se permite que ele crie novas 
sequências e não se oferece feedback às ações do aluno.
• Interatividade hierárquica – oferece ao aluno um conjunto defi nido de 
opções em que um curso específi co pode ser selecionado. A confi guração 
mais conhecida desse tipo é o chamado menu. Porém, logo após ter 
selecionado a opção de seu interesse, o aluno cai em uma interação linear 
e quando termina a sequência, volta ao menu original.
• Interatividade de suporte – trata-se da capacidade do sistema de dar 
suporte ao aluno desde um simples módulo de ajuda (help) até um tutorial 
de maior complexidade. Essa ajuda pode ser “sensitiva ao contexto”, isto 
é, dá suporte específi co sobre as ações presentes do aluno em dado 
momento.
• Interatividade de atualização – considerada pelo autor como uma das 
mais poderosas, refere-se às circunstâncias do “diálogo” entre aluno e o 
conteúdo gerado pelo computador. O aplicativo gera problemas (a partir 
de um banco de dados ou em função da performance do aluno) que o 
D8 - 88
 Tutoria na Educação a Distância
estudante deve responder. Sua resposta será avaliada pelo programa 
que gerará uma atualização ou feedback. Esse tipo de “interatividade” 
pode variar desde o formato simples de pergunta/resposta até respostas 
condicionais(se/então) que envolvem inteligência artifi cial. Quanto mais 
as atualizações do sistema forem baseadas nas respostas do aluno, mais 
individualizadas elas parecerão.
• Interatividade de construção – é uma extensão da classe anterior, em 
que o ambiente “instrucional” requer que o aluno manipule certos objetos 
para que alcance certos objetivos. A lição avançará para o próximo estágio 
somente se o aluno conseguir resolver a montagem necessária.
• Interatividade refl etida – em muitas situações de teste (do tipo pergunta/
resposta), por mais que se computem respostas possíveis, ainda é comum 
aparecerem alunos com outras respostas corretas. Mas, como o sistema 
desconhece aquele input, o considera errado. Para prevenir isso, este tipo 
de “interatividade” grava cada resposta dos “usuários” e permite ao aluno 
comparar sua resposta com as dos outros colegas, bem como as respostas 
de experts no assunto. Assim, o aluno pode refl etir e julgar se sua resposta 
foi adequada.
• Interatividade de simulação – aqui, o aluno também se torna o 
operador do curso, já que as escolhas individuais tomadas determinam a 
sequência do “treinamento”. Por exemplo, ligando uma série específi ca de 
interruptores para fazer uma linha de produção funcionar, determinam a 
próxima sequência ou atualização.
• Interatividade de hiperlinks – o aluno tem a sua disposição uma grande 
quantidade de informações, podendo navegar como quiser nesse “banco 
de conhecimento”. Ele pode resolver certos problemas a partir da correta 
navegação pelo “labirinto” de informações. Um maior esforço da equipe de 
produção é necessário na defi nição, manutenção e integração apropriada 
de links que garantam que todas as relações sejam acessíveis. Se algumas 
relações (links) que o aluno deseja disparar estão ausentes ou inoperantes, 
ele pode se sentir desmotivado.
• Interatividade contextual não-imersiva – este conceito combina e 
estende os outros níveis num completo ambiente virtual de “treinamento”. 
Nesta modalidade, o aluno pode agir em um ambiente similar ao contexto 
real de trabalho. Isso impede que o estudante fi que apenas movendo-se 
passivamente através de sequências de conteúdo.
• Interatividade virtual imersiva – o aluno é projetado em um mundo 
virtual gerado por computador, o qual responde ao movimento e às ações 
individuais. Sims (2009) sugere que essa é a forma mais avançada de 
“interatividade”.
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MEDIAÇÃO E INTERAÇÃO EM AMBIENTES 
VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM 
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 Capítulo 3 
Enfi m, diante do cenário descrito, Silva (2000, p. 9) indica três reações 
frequentes ao termo “interatividade”:
A primeira é aquela que vê mera aplicação oportunista de um 
termo “da moda” para signifi car velhas coisas como diálogo 
e comunicação. Para a segunda reação, interatividade tem a 
ver com ideologia, com publicidade, estratégia de marketing, 
fabricação de adesão, produção de opinião pública, aquilo 
que legitima a expansão globalizada do novo poderio tecno-
industrial baseado na informática. E fazem parte da terceira 
reação os que dizem jamais se iludir com a interatividade 
homem computador, pois, acreditam que, por trás de uma 
aparente inocência da tecnologia “amigável”, “soft”, o que 
há é rivalidade e dominação da técnica promovendo a 
regressão do homem à condição da máquina.
Primo (2003) rejeita o conceito de interatividade. Em suas pesquisas e 
publicações, o autor adota apenas o termo interação. Para ele, não interessa a 
simples interação com a máquina, mas sim a interação entre seres humanos, 
que pode ser mediada pelas tecnologias. 
Braga e Calazans (2001) afi rmam ser necessário ultrapassar os níveis 
simplifi cadores do termo “interativo”, superar a visão simplista valorativa, 
evitar que o conceito se caracterize como atributo substancial de uns meios 
e de outros não. Reduzem a interatividade a dois níveis relacionados ao 
computador:
Diálógico (e-mails, chats): os usuários enviam mensagens entre si.
Homem/máquina: selecionam e comandam processos e percursos.
Como o objetivo de superar esta limitação, Braga e Calazans (2001) 
descrevem os tipos de interação que eles consideram as importantes:
Conversacionais (presencial; face a face).
 Mediadas dialógicas.
Diferidas e/ou difusas, que se referem a interações em torno de mensagens 
(proposições, produtos, textos, discursos) diferidas no tempo e no espaço.
Lemos (2009) compreende que interatividade é nada mais do que uma 
nova forma de interação técnica, de característica eletrônico-digital, e que se 
diferencia da interação analógica que caracteriza a mídia tradicional. O autor 
delimita o estudo da interatividade como uma ação dialógica entre homem e 
  
  
  
  
  
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 Tutoria na Educação a Distância
técnica. Para ele, a interação homem-técnica é uma atividade tecnossocial 
que esteve sempre presente na civilização humana. Por outro lado, pensa que 
o que se vê hoje com as tecnologias digitais não é a criação da interatividade 
propriamente dita, mas sim de processos baseados em manipulações de 
informações binárias.
Finalmente, conclui que a interatividade se situa em três níveis não 
excludentes: técnico “analógico-mecânico”, técnico “eletrônico-digital” 
e social (ou, como sugere, simplesmente interação). Sendo assim, a 
interatividade digital seria um tipo de relação tecnossocial. Seria um diálogo, 
uma conversação entre homens e máquinas, em tempo real, localizadas 
em uma zona de contato, zonas de negociação, as interfaces gráfi cas. A 
relação deixaria de ser passiva ou representativa, passando a ser ativa e 
permitindo, inclusive, a relação inteligente entre máquinas inteligentes sem 
a mediação humana.
Você deve ter percebido, ao ler este capítulo, o quanto os termos e 
conceitos estudados são complexos e ainda merecem estudos e pesquisas. 
Ainda não há unanimidade em relação a muitos deles, mas, independente 
disso, é importante que tenha compreendido qual o impacto deles na relação 
tutor e aluno. 
Realize a atividade a seguir para fechar e fi nalizar os estudos deste 
capítulo. Não desanime, descanse um pouco, pare e refl ita consigo mesmo, 
com seu tutor e seus colegas e parta logo em seguida para os estudos do 
último capítulo, que vai trazer algumas dicas e orientações sobre a prática 
tutorial. Curioso? Então vamos lá!
Atividade de Estudos: 
Chegamos ao fi nal do capítulo que tratou e discutiu a mediação, 
a mediatização, a interação e a interatividade na EAD e suas 
relações na prática tutorial. 
Agora, imagine a seguinte situação: você é um profi ssional que 
atua há muitos anos na EAD e foi convidado por uma instituição 
de nível superior que possui dez mil alunos no ensino presencial 
e pretende iniciar suas atividades de EAD no próximo ano. Esta 
instituição vai ofertar pelo menos três cursos de ensino superior e 
três de pós-graduação. Os componentes básicos da metodologia 
desta instituição serão: tutor, aluno, avaliação presencial, avaliação 
a distância, encontros presenciais, caderno de estudos e ambiente 
virtual de aprendizagem. 
Você deve ter percebido, 
ao ler este capítulo, 
o quanto os termos e 
conceitos estudados 
são complexos e ainda 
merecem estudos e 
pesquisas. Ainda não 
há unanimidade em 
relação a muitos deles, 
mas, independente 
disso, é importante que 
tenha compreendido 
qual o impacto deles na 
relação tutor e aluno. 
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MEDIAÇÃO E INTERAÇÃO EM AMBIENTES 
VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM 
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 Capítulo 3 
Sua tarefa nesta instituição será a de enumerar as funções e 
atuações deste tutor na EAD e descrever como será a mediação 
e a interação deste tutor através do ambiente virtual de 
aprendizagem. Sendo assim, anote a seguir de que forma 
ocorrerá a mediação e as interações do tutor com seus alunos 
nesta instituição. 
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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Depois de ler as defi nições de interação, mediação, mediatização e 
interatividade na EAD você conseguiu compreender estes conceitos e fazer as 
relações de como cada um deles se apresentam na relação entre o tutor e sua 
prática pedagógica? 
Você deve ter percebido o quanto cada um dos conceitos são confundidos 
e, muitas vezes, pensados como sinônimos. Como ainda não existe 
unanimidade sobre eles (e quem diz que deve haver?) neste momento chegou 
a sua vez de sistematizar e sintetizar o que estudou até este momento. Caso 
seja necessário, retome as leituras, atividades e anotações que você realizou 
ao estudar este capítulo. Pense nas principais características de cada um dos 
conceitos apresentados e qual a sua relação com a prática tutorial. Vamos lá!
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 Tutoria na Educação a Distância
Mediação:
Mediatização:
Interação:
Interatividade:
 
Esperamos que sua aprendizagem até aqui tenha sido signifi cativa e 
que os conceitos estudados tenham modifi cado de alguma forma o seu 
entendimento sobre a atuação do tutor e quais são os elementos presentes e 
que integram a prática tutorial no que diz respeito à interação e à mediação na 
EAD.
Lembramos que você tem à disposição todas as referências utilizadas 
para a elaboração deste capítulo e que ao mesmo tempo elas servem para 
você como um grande SAIBA MAIS sobre o assunto.
No próximo capítulo, você vai conhecer e praticar algumas dicas, 
sugestões e orientações para uma boa e signifi cativa atuação do tutor na EAD. 
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MEDIAÇÃO E INTERAÇÃO EM AMBIENTES 
VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM 
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 Capítulo 3 
Então arregace as mangas e prepare-se para mais conhecimentos sobre este 
campo tão importante da EAD: a prática do tutor!
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, Wilson. Panorama Atual da Educação a Distância no Brasil. 
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