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TGD, Altas Habilidades, Superdotação e AEE W B A 0 2 16 _ V 1. 1 2/167 TGD, Altas Habilidades, Superdotação e AEE Autora: Maressa Crespo Como citar este documento: CRESPO, Maressa. TGD, Altas Habilidades, Superdotação e AEE. Valinhos, Kroton: 2016. Sumário Apresentação da Disciplina 04 Unidade 1: A CID-10 e o DSM-IV. Classificação Internacional de Doenças. Manual de Diagnóstico e Estatística da Perturbações Mentais. Transtornos Globais do Desenvolvimento. Condutas típicas. Possíveis determinantes das condutas típicas. Caracterização dos transtornos globais do desen- volvimento. Autismo, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância, TGD sem outra es- pecificação. O espectro autista. 05 Unidade 2: A atuação do professor junto aos estudantes com transtorno globais do desenvolvi- mento. Metodologias e estratégias para o atendimento do estudante com TGD 27 Unidade 3: O desenvolvimento da cognição social de alunos com TGD na escola. O trabalho em sala de aula. O registro escolar 47 2/274 3/1673 Unidade 4: O atendimento educacional especializado (AEE). A utilização das tecnologias assisti- vas como ferramentas no processo de ensino aprendizagem 67 Unidade 5: Caracterização das altas habilidades/ superdotação. Necessidades cognitivas, sociais e emocionais dos estudantes com altas habilidades 88 Unidade 6: A formação do professor para altas habilidades/superdotação. A sala de aula regular as metodologias e estratégias do atendimento pedagógico para os estudantes com altas habilida- des/superdotação 108 Unidade 7: O atendimento educacional especializado e o aluno com altas habilidades. Programas de enriquecimento educativo para alunos com altas habilidades/superdotação 128 Unidade 8: Tecnologias assistivas como ferramentas do processo de ensino aprendizagem. Moda- lidades e programas educacionais para alunos com altas habilidades 147 TGD, Altas Habilidades, Superdotação e AEE Autora: Maressa Crespo Como citar este documento: CRESPO, Maressa. TGD, Altas Habilidades, Superdotação e AEE. Valinhos, Kroton: 2016. 4/167 Apresentação da Disciplina Proporcionar conhecimentos nas áreas da educação inclusiva e dos transtornos glo- bais do desenvolvimento. Autismo. Síndro- me de Rett. Transtorno de Asperger, trans- torno desintegrativo da infância, transtor- no global do desenvolvimento sem outra especificação. O espectro autista. Caracte- rização do estudante com altas habilidades ou superdotação. Identificação e avaliação de alunos com altas habilidades e super- dotação. Identificação precoce. Programas de enriquecimento educativos para alunos com altas habilidades e superdotação. Tendo em vista a necessidade de expandir nossos conhecimentos diante das diversas situações de necessidades educativas es- peciais, a presente disciplina busca oferecer subsídios ao aluno para se aprofundar nes- ses conhecimentos e dar continuidade aos estudos com a base para futuras pesquisas. 5/167 Unidade 1 A CID-10 e o DSM-IV. Classificação Internacional de Doenças. Manual de Diagnóstico e Estatística da Perturbações Mentais. Transtornos Globais do Desenvolvimento. Condutas típicas. Possíveis determinantes das condutas típicas. Caracterização dos transtornos globais do desenvolvimen- to. Autismo, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância, TGD sem outra especifica- ção. O espectro autista. Objetivos 1. Conhecer o tratamento dado às TGDs pela CID-10 e o DSM-IV, bem como sua definição e prognósticos. Conhecer e entender como são tratados pela visão médica. 2. Compreender como é feito o diagnóstico e quais critérios são utilizados para sua determi- nação. 3. Conhecer as diferenças e semelhanças existentes entre os TGDs, síndromes de Asperger, Síndrome de Rett e autismo. Unidade 1 • A CID-10 e o DSM-IV. Classificação Internacional de Doenças. Manual de Diagnóstico e Estatística da Perturbações Mentais. Transtornos Globais do Desenvolvimento. Condutas típicas. Possíveis determinantes das condutas típicas... 6/167 Introdução Os transtornos globais do desenvolvimen- to (TGD) têm sido estudados desde 1943, quando Leo Kanner definiu esse enigma como sendo um desvio do desenvolvimento normal humano. Apesar de muitos investi- mentos na área e muitas pesquisas, ainda hoje a origem dos TGDs continua desco- nhecida, contudo as características mar- cantes dessa situação precisam sempre ser revistas e estudadas para não confundirmos com outras situações bastante parecidas. Infelizmente, não existe cura para o autismo e os demais TGDs, mas os médicos, terapeu- tas, pais e professores podem ajudar essas crianças a ultrapassar ou a ajustarem-se al- gumas dificuldades. Quanto mais cedo for diagnosticada a criança, e mais cedo come- çar as terapias, melhores serão as respostas e os ajustes desse indivíduo na sociedade. Sendo assim, a criança pequena está mui- to mais aberta, sensível e responde melhor a qualquer estimulação por parte de outras pessoas e do ambiente. De acordo com as definições diagnósticas da DSM-IV da Associação Americana de Psi- quiatria e o Código Internacional de Doen- ças CID-10 da Organização Mundial de Saú- de, existem três dimensões dos TGDs, ainda aquelas oferecidas por Kanner em 1943: • Qualidade nas relações sociais; • Alterações da comunicação e da lin- guagem; • Falta de flexibilidade mental e com- portamental. Unidade 1 • A CID-10 e o DSM-IV. Classificação Internacional de Doenças. Manual de Diagnóstico e Estatística da Perturbações Mentais. Transtornos Globais do Desenvolvimento. Condutas típicas. Possíveis determinantes das condutas típicas... 7/167 Essas dimensões não podem ser usadas como fundamentos rígidos no diagnóstico clínico. Antes, devem ser analisadas tam- bém a observação rigorosa das condutas das crianças e uma interpretação sensível de seu significado. De acordo com o CID-10, os transtornos glo- bais do desenvolvimento estão organizados oficialmente, segundo a legislação brasilei- ra em 8 transtornos dentro dos TGDs: F84.0 Autismo infantil. F84.1 Autismo atípico. F84.2 Síndrome de Rett. F84.3 Outro transtorno desinte- grativo da infância. F84.4 Transtorno com hipercinesia associado a retardo mental e a mo- vimentos estereotipados. F84.5 Síndrome de Asperge. F84.8 Outros transtornos globais do desenvolvimento. F84.9 Transtornos globais não es- pecificados do desenvolvimento. Esses transtornos foram classificados jun- tos porque causam de algum modo, distúr- bios no desenvolvimento, ou seja, o desen- volvimento ocorre de um jeito diferente do esperado para crianças da mesma idade, e todos afetam com intensidade diferentes a comunicação, interação social e imagina- Unidade 1 • A CID-10 e o DSM-IV. Classificação Internacional de Doenças. Manual de Diagnóstico e Estatística da Perturbações Mentais. Transtornos Globais do Desenvolvimento. Condutas típicas. Possíveis determinantes das condutas típicas... 8/167 ção/abstração, que seria a inflexibilidade mental e comportamental. Para saber mais O autismo, pelo CID, está dentro dos transtor- nos globais do desenvolvimento, mais conhecida como CID F84. É como se fosse um grupo gran- de (os TGDs – transtornos globais do desenvolvi- mento) e os subgrupos (autismo, Rett, Asperger, TID SOE). Disponível em: <https://nadjafave- ro.wordpress.com/2013/06/05/dsm-v-e- -tea/>. Acesso em: 13 dez. 2106. 1. O autismo O DSM-IV da Associação Americana de Psi- quiatria diferencia o autismo (que equiva- le à síndrome de Kanner) e o transtorno de Asperger, como: no autismo, 75% dos casos apresentam atraso mental; no Asperger, não implica limitações ou alterações formais da linguagem (mas sim outras alterações prag- máticas e prosódicas), e é acompanhado de quoeficiente intelectual normal. • Não demonstra interesse em relacio- nar-se com outras pessoas. • Age como se não escutasse, algumas vezes; • Tem pouco ou quase nenhum contato visual com outras pessoas; • A fala é usada com dificuldade, ou podenão ser usada; • Tem dificuldade em compreender o https://nadjafavero.wordpress.com/2013/06/05/dsm-v-e-tea/ https://nadjafavero.wordpress.com/2013/06/05/dsm-v-e-tea/ https://nadjafavero.wordpress.com/2013/06/05/dsm-v-e-tea/ Unidade 1 • A CID-10 e o DSM-IV. Classificação Internacional de Doenças. Manual de Diagnóstico e Estatística da Perturbações Mentais. Transtornos Globais do Desenvolvimento. Condutas típicas. Possíveis determinantes das condutas típicas... 9/167 que lhe é dito e também de se fazer compreender; • Podem apresentar a repetição de pa- lavras ou frases no lugar de uma lin- guagem comum (ecolalia); • Movimentos repetitivos podem apa- recer também (estereotipias); • As pessoas podem ser usadas como meio para se alcançar o que quer; • Colo, afago e outros tipos de contato físico podem ser evitados; • Pode apresentar muita resistência quanto à mudança em sua rotina; • Prefere ficar sozinho. • Pode se apegar a determinados obje- tos; • Crises de agressividade ou autoagres- sividade podem aparecer. No autismo, raramente as características são únicas, havendo uma gama de carac- terísticas aceitas como universais e especí- ficas. Dos sintomas comportamentais, po- dem apresentar hiperatividade, baixo limiar de atenção, impulsividade, agressividade, condutas autolesivas, respostas estranhas a estímulos sensoriais. Patamares elevados à dor, hipersensibilidade aos sons, as luzes e odores, reação não agradável ao toque e fascinação por certos estímulos, além de alterações na conduta alimentar e no sono, falta de respostas a perigos reais e, no ex- tremo oposto, extremo terror motivado por estímulos que não são perigosos. Unidade 1 • A CID-10 e o DSM-IV. Classificação Internacional de Doenças. Manual de Diagnóstico e Estatística da Perturbações Mentais. Transtornos Globais do Desenvolvimento. Condutas típicas. Possíveis determinantes das condutas típicas... 10/167 Link No link a seguir, um pequeno vídeo resume as características, causas e tratamentos do autismo. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=yG7zV2vHFdo>. Acesso em: 13 dez. 2016. Existem também as condutas típicas, como público-alvo da educação especial, definido pelo MEC, nos parâmetros de adaptações curriculares, como: Manifestações de comportamentos típicos de síndromes e quadros psico- lógicos, neurológicos ou psiquiátricos que ocasionam atrasos no desen- volvimento e prejuízos no relacionamento social, em grau que requeira atendimento educacional especializado. (BRASIL, 1999). Os determinantes nas condutas típicas implicam os prejuízos nas trocas sociais e na aquisição de conhecimentos acadêmicos. Podemos dizer que, dentro das condutas típicas, encontramos diferentes síndromes e transtornos como o autismo, a síndrome de Rett, Asperger, TGDs sem ou- tra especificação e outros transtornos desintegrativos da infância, com perdas e condutas bem https://www.youtube.com/watch?v=yG7zV2vHFdo Unidade 1 • A CID-10 e o DSM-IV. Classificação Internacional de Doenças. Manual de Diagnóstico e Estatística da Perturbações Mentais. Transtornos Globais do Desenvolvimento. Condutas típicas. Possíveis determinantes das condutas típicas... 11/167 semelhantes umas das outras. Portanto, dentro das definições dos TGDs, tanto no CID-10 como no DSM-IV encontra- mos a necessidade de observação rigorosa e diagnósticos clínicos a partir das análises dessas observações e não apenas na frieza de compatibilidade aos critérios traçados. É necessário um olhar multidisciplinar e de profissionais capacitados para observar tais características e assim chegar a um diag- nóstico. Lembrando que essas caracterís- ticas se manifestam antes dos 3 anos de idade, e, quanto antes o diagnóstico clíni- co acontecer, melhor será a resposta dessa criança às terapias. Dentro dos oito tipos de TGDs apresentados no CID-10, podemos dizer que as caracte- rísticas comuns a eles são: • Prejuízos relacionais; • Alterações da comunicação e da lin- guagem; • Falta de flexibilidade mental e com- portamental; • Perdas na linguagem expressiva e re- ceptiva; • Problemas com competências sociais e adaptativas; • Atraso nos controles esfincterianos; • Perda de destreza motora; • Desinteresse por jogos e atividades lúdicas, e/ou que exijam a imaginação. Unidade 1 • A CID-10 e o DSM-IV. Classificação Internacional de Doenças. Manual de Diagnóstico e Estatística da Perturbações Mentais. Transtornos Globais do Desenvolvimento. Condutas típicas. Possíveis determinantes das condutas típicas... 12/167 2. Síndromes e outros casos den- tro dos TGDs Dentro dos TGDs, encontramos outras síndromes, entre elas a síndrome de Rett (CID-10) ou transtorno de Rett (DSM-IV) e a Síndrome de Asperger, por exemplo, po- rém também vamos falar aqui dos outros transtornos desintegrativos da infância e o autismo a típico, que aparecem no mesmo grupo dos TGDs e são citados nas diretrizes curriculares da educação especial como pú- blico-alvo dessa modalidade de ensino. A síndrome de Rett pode ser definida como a alteração evolutiva que ocorre entre os 6 aos 18 meses de vida de meninas (por en- volver uma mutação genética no cromos- somo X), causando retardo mental grave ou profundo. • Ausência de atividade funcional com as mãos, estereótipos de “lavar” ou “retroceder”; • Isolamento; • Atraso no desenvolvimento da mar- cha, evoluindo para uma atrofia dos membros; • Microcefalia progressiva (cabeça cres- ce em ritmo menor que o corpo); • Ausência de relação com objetos. A síndrome de Asperger para alguns pes- quisadores possui uma incidência maior em meninos, os quais podem ser considerados autistas com características específicas, entre elas: Unidade 1 • A CID-10 e o DSM-IV. Classificação Internacional de Doenças. Manual de Diagnóstico e Estatística da Perturbações Mentais. Transtornos Globais do Desenvolvimento. Condutas típicas. Possíveis determinantes das condutas típicas... 13/167 • Nível intelectual e linguístico elevado; • Capacidade linguística formal extra- ordinária em alguns casos, porém, com uma estrutura estranha, lingua- gem pragmática, com pouca ou qua- se nenhuma entonação; • Uma “inteligência impessoal e fria”, frequentemente em campos restritos. Existem ainda os casos diagnosticados como transtorno desintegrativo da infância ou síndrome de Heller, ou ainda como psi- cose regressiva. Pouco conhecidos, esses casos apresen- tam consequências na perda da capaci- dade previamente adquiridas pela criança (regressão), que ocorre entre 2 e 10 anos, comprovando-se que houve claramente competências adquiridas. Para comprovar o diagnóstico, deve haver perdas em duas ou mais dessas cinco áreas: • Linguagem expressiva e receptiva; • Competências sociais e adaptativa; • Controle de esfíncteres vesicais e/ou anais; • Habilidade de jogo simbólico; • Destrezas motoras. Podem aparecer também fenômenos de delírios e alucinações semelhantes da es- quizofrenia. No caso dos TGD sem outra especificação ou autismo atípico, o DSM-IV reconhece que existem situações que não se encaixam nos outros quadros apresentados até aqui. Unidade 1 • A CID-10 e o DSM-IV. Classificação Internacional de Doenças. Manual de Diagnóstico e Estatística da Perturbações Mentais. Transtornos Globais do Desenvolvimento. Condutas típicas. Possíveis determinantes das condutas típicas... 14/167 Dessa forma, é possível concluir que exis- te uma grande heterogeneidade de pes- soas com este diagnóstico, pois o autismo se apresenta de forma muito diferente, de- pendendo da idade, do nível intelectual e da gravidade do quadro. Assim, precisamos recorrer ao conceito de espectro autista para permitir categorizar melhor essas pessoas. O espectro autista, ou o transtorno do espectro autista – TEA, considera o autismo não como um modo de “ser” definido, mas como um contínuo no qual existem alterações de menor ou maior grau em algumas das doze dimensões que caracterizam esses transtornos: • Qualitativo dasrelações sociais; • Capacidade de referência conjunta (ação, atenção e preocupação con- juntas); • Capacidades intersubjetivas e menta- listas (compartilhar o mundo); • Funções comunicativas; • Qualitativos da linguagem compre- ensiva; • Competência de antecipação; • Flexibilidade mental e comportamen- tal; • Sentido da atividade própria; • Imaginação e capacidades de ficção; • Imitação; • Suspensão (capacidades de criar sig- nificantes) Unidade 1 • A CID-10 e o DSM-IV. Classificação Internacional de Doenças. Manual de Diagnóstico e Estatística da Perturbações Mentais. Transtornos Globais do Desenvolvimento. Condutas típicas. Possíveis determinantes das condutas típicas... 15/167 No ambiente escolar, essas situações são claramente identificáveis e os relatórios pedagógicos detalhados são fundamentais para os médicos fechar o diagnóstico. No link a seguir, o Dr. Drauzio Varella dá dicas de como observar os primeiros sinais logo nos primeiros anos de vida da criança. Para saber mais Bebês que, ao mamar, são incapazes de fixar o olhar nos olhos da mãe podem sofrer de um dos distúrbios atualmente classificados como autismo. Em sua definição mais ampla, essa condição afeta uma em cada 150 crianças. Descrito pela primeira vez em 1943, o autismo é marcado pela dificuldade de comunica- ção, de estabelecer interações sociais e por comportamentos monótonos e repetitivos. Disponível em: <https://drauziovarella.com.br/crianca-2/os-autistas-e-as-sinapses/>. Acesso em: 13 dez. 2016. Ainda pouco se sabe sobre os transtornos aqui apresentados e percebe-se que é necessário mui- to investimento em pesquisas para conhecermos melhor o funcionamento de crianças com esses transtornos, que tanto nos intrigam, e estão presentes em nossas escolas. É possível perceber a variedade de possibilidades de diagnóstico nas situações referidas como TGDs e que podem se manifestar de diferentes formas. O diagnóstico precoce é a única esperança de melhora nos quadros. https://drauziovarella.com.br/crianca-2/os-autistas-e-as-sinapses/ Unidade 1 • A CID-10 e o DSM-IV. Classificação Internacional de Doenças. Manual de Diagnóstico e Estatística da Perturbações Mentais. Transtornos Globais do Desenvolvimento. Condutas típicas. Possíveis determinantes das condutas típicas... 16/167 Glossário Prosódicas: relativo à boa pronúncia de palavras. Inflexibilidade mental: incapacidade de mudar de opinião, de elaborar definições e redefinições. Autolesivas: causar lesões, machucar ou prejudicar a si mesmo. Pragmáticas: a capacidade de compreender a intenção do locutor é chamada de competência pragmática. A pragmática está além da construção da frase, estudado na sintaxe, ou do seu sig- nificado, estudado pela semântica. A pragmática estuda essencialmente os objetivos da comu- nicação. Questão reflexão ? para 17/167 Diante do exposto, é possível o professor em sala de aula ajudar no diagnóstico dos TGDs? Como seria essa ajuda? E, no tratamento, o professor é importante? 18/167 Considerações Finais • Os TGDs são estudados desde 1943, por Leo Kanner, e ainda hoje usamos para caracterizá- los as três dimensões por ele estabelecidas: as qualidades das relações sociais, alterações na comunicação e na linguagem e falta de flexibilidade mental e comportamental; • De causas desconhecidas, os TGDs precisam de muita observação para receberem o diagnóstico, e é através da análise de comportamento dessas crianças por uma equipe multidisciplinar que o diagnóstico é fechado, sendo que, quanto mais cedo isso acontecer, melhor. O ideal é que seja antes dos 3 anos de vida; • Encontramos várias síndromes nos quadros dos TGDs como: Asperger, Rett, autismo e o transtorno desintegrativo da infância. Na classificação internacional de doenças – CID-10, eles estão agrupados por apresentarem características comuns; • Por existir uma grande heterogeneidade e diferentes formas de se manifestar, o autismo tem sido tratado como um espectro, o TEA, que procura abranger diferentes graus cognitivos, intensidade de estereotipias e diferentes manifestações de alteração na linguagem. Unidade 1 • A CID-10 e o DSM-IV. Classificação Internacional de Doenças. Manual de Diagnóstico e Estatística da Perturbações Mentais. Transtornos Globais do Desenvolvimento. Condutas típicas. Possíveis determinantes das condutas típicas... 19/167 Referências ASSUMPÇÃO, F.B. Jr. Transtornos Invasivos do Desenvolvimento Infantil. São Paulo: Lemos, 1997. BRASIL. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em: 15 out. 2016. BRASIL. Lei nº 13.146 de 6 de julho de 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm>. Acesso em: 16 out. 2016. Brasil (1999). Adaptações Curriculares. Brasília: MEC / SEF / SEESP. CAMARGOS Jr., Walter et al. Transtornos Invasivos do Desenvolvimento: 3º Milênio. Brasília: CORDE, 2002. CASTANEDO, Celedonio. Autismo infantil: avaliação e intervenção psicopedagógica. In: GONZÁLEZ, Eugênio (coord.). Necessidades educacionais específicas. Porto Alegre: Artmed, 2007, p. 220-237. GAUDERER, E. C. Autismo e Outros Atrasos do Desenvolvimento – Uma atualização para os que atuam na área: do especialista aos pais. Brasília: SARVIER, 1985. http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm Unidade 1 • A CID-10 e o DSM-IV. Classificação Internacional de Doenças. Manual de Diagnóstico e Estatística da Perturbações Mentais. Transtornos Globais do Desenvolvimento. Condutas típicas. Possíveis determinantes das condutas típicas... 20/167 RIVIÈRE, Angel. O autismo e os transtornos globais do desenvolvimento. In: COLL, César; MARCHESI, Alvaro; PALACIOS, Jesus (Orgs.). Desenvolvimento psicológico e educação. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. p.234-254. 3v. SCHWARTZMAN, José Salomão, Autismo Infantil. Síndrome de Asperger. Brasília: CORDE, 2001. SPROVIERI, Maria Helena S. A integração da pessoa deficiente. In: A integração de pessoas com deficiência: Contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon; 1997. WILLIAMS, Chris; WRIGHT, Barry. Convivendo com autismo e síndrome de Asperger. Estratégias práticas para pais e profissionais. São Paulo: M. Books, 2008. UNESCO. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Tradução de Edilson Alkmim da Cunha. Brasília: CORDE, 1997. Referências 21/167 1. Os TGDs têm suas principais características definidas na alternativa: a) Qualidade da relação, alteração da comunicação e da linguagem e falta de flexibilidade mental e comportamental. b) Qualidade da comunicação, alteração na memória e agressividade. c) Qualidade na aprendizagem, defasagem na interação social, falta de organização e elaboração mental. d) Prejuízo na comunicação, déficit na memória, falta de flexibilidade mental e comportamental. e) Prejuízo na aprendizagem escolar, alteração na comunicação e perda de memória comportamental. Questão 1 22/167 2. Para se diagnosticar uma criança com autismo, é necessário observar: a) Rigorosamente os critérios apresentados na CID-10; b) A conduta da criança em uma interpretação fina de seu significado, levando em conta os critérios da CID-10; c) Apenas os relatos daqueles que convivem com a criança, professores e pais; d) A forma como as pessoas enxergam essa criança; e) Os critérios do DSM-IV rigorosamente. Questão 2 23/167 3. As síndromes que são encontradas nos quadros de TGDs são: a) West, Down e TEA. b) Down, Willians e autismo. c) Asperger, Rett e autismo. d) West, Willians e autismo. e) Asperger, West e TEA. Questão 3 24/167 4. O TEA é a maneira mais abrangente de entender o autismo e apresenta manifestações em algumas das doze dimensões que aparecem na alter- nativa: a) Funções comunicativas.Qualitativos da linguagem compreensiva. Competência de antecipação. Flexibilidade mental e comportamental. b) Funções comunicativas. Controle esfincteriano. Domínio da lateralidade definido. Comportamento adequado à faixa etária. c) Qualitativos da linguagem compreensiva. Comportamento adequado à faixa etária. Flexibilidade mental e comportamental. d) Flexibilidade mental e comportamental. Controle esfincteriano. Domínio da lateralidade definido. Funções adaptativas. e) Competência de antecipação. Controle esfincteriano. Domínio da lateralidade definido. Comportamento adequado à faixa etária. Questão 4 25/167 5. Os relatórios pedagógicos contribuem para o diagnóstico do TEA, pois: a) É na escola que a criança apresentará as dificuldades diante das habilidades da aprendiza- gem formal que definem se ela possui ao não um quadro de TEA; b) Só na escola a criança age de forma diferenciada e terá os estranhamentos que possibilitam o diagnóstico; c) O professor observa o aprendizado e a capacidade da criança criar e interagir assim ele pode dizer com precisão sobre o seu desenvolvimento; d) O professor vai dizer exatamente o que a criança consegue aprender e em que momentos ela precisa de ajuda; e) O professor consegue observar a criança em vários momentos diferentes e ter clareza das áreas que se apresentam com baixo desenvolvimento, ou desenvolvimento em ritmo dife- rente. Questão 5 26/167 Gabarito 1. Resposta: A. Relacionamentos dificultados, comunica- ção com alterações significativas e inflexi- bilidade mental e comportamental. 2. Resposta: B. Observar tanto a conduta como os critérios da CID-10, sempre com rigor e cuidado. 3. Resposta: C. Essas síndromes estão agrupadas por apre- sentarem características em comum, As- perger, Rett e autismo. 4. Resposta: A. Funções comunicativas. Qualitativos da lin- guagem compreensiva. Competência de antecipação. Flexibilidade mental e com- portamental. 5. Resposta: E. O professor consegue observar o aluno em momentos diferentes e perceber as diferen- ças de comportamento, principal indicativo do TEA. 27/167 Unidade 2 A atuação do professor junto aos estudantes com transtorno globais do desenvolvimento. Meto- dologias e estratégias para o atendimento do estudante com TGD Objetivos 1. Entender que a atuação do professor é fundamental no pro- cesso de inclusão e para um bom resultado das terapias em conjunto. 2. O conhecimento das características auxilia o professor a desenvolver alternativas na escola com foco na socialização das crianças com TGDs. 3. Compreender que as estratégias inclusivas podem e devem ser desenvolvidas com apoio e envolvendo todos os agentes envolvidos no processo educacional. Unidade 2 • A atuação do professor junto aos estudantes com transtorno globais do desenvolvimento. Metodologias e estra- tégias para o atendimento do estudante com TGD 28/167 Introdução Com os avanços de pesquisas na área da ciência, ocorreram mudanças no enfoque geral do autismo, e a principal delas é con- siderar o autismo dentro de um enfoque evolutivo, como um transtorno do desen- volvimento, mas com evoluções e aprendi- zados. É muito importante e significativo entender que o autismo possui um leque imenso de diferentes manifestações e, consequente- mente, apresentará diferentes respostas aos estímulos a ele apresentado. Dessa forma, se o professor acreditar que o autista terá aprendizado, fica mais fácil para pensar nas intervenções significativas, havendo dois critérios importantes quando pensamos na escolarização de alunos au- tistas: 1. Diversidade 2. Personalização Ou seja, a educação precisa de ambientes ricos e diversos, com possibilidades de mu- danças e estratégias específicas. Sistemas de ensino homogêneos e processos de en- sino-aprendizagem com modelos padrões são incapazes de atender às necessidades das crianças cujo modo de desenvolvimen- to se afasta do padrão de “normalidade”. A enorme diversidade indica que é necessá- ria uma avaliação específica e concreta de cada caso para indicar as soluções educati- vas adequadas. O mero rótulo de autismo não define por si mesmo um critério de escolarização. É pre- ciso analisar cada caso com cuidado e dar Unidade 2 • A atuação do professor junto aos estudantes com transtorno globais do desenvolvimento. Metodologias e estra- tégias para o atendimento do estudante com TGD 29/167 oportunidades, fazer tentativas, antes de negar a escolarização, ou indicar a escolari- zação especial. Existem alguns critérios que podemos ana- lisar na criança com TGD e na escola para tomarmos uma decisão sobre que tipo de escolarização. Porque com essas crianças a priori todas as opções de escolarização devem ser consideradas válidas (escola re- gular, escola especial só para autistas ou escola especial mista). Nenhuma decisão também precisa ser definitiva, uma vez que esperamos evolução do quadro da criança. Assim, alguns fatores são importantes ana- lisarmos para decidir o melhor ambiente de escolarização. Fatores que devem ser analisados na criança: 1. Capacidade intelectual. 2. Nível comunicativo e linguístico. 3. Alterações de conduta. 4. Grau de flexibilidade cognitiva e com- portamental. 5. Nível de desenvolvimento social: é um critério importantíssimo. Fatores que devem ser analisados na es- cola: 1. Dê preferência a escolas de pequeno porte e número baixo de alunos por sala. 2. Escolas estruturadas, com materiais Unidade 2 • A atuação do professor junto aos estudantes com transtorno globais do desenvolvimento. Metodologias e estra- tégias para o atendimento do estudante com TGD 30/167 didáticos flexíveis e acessíveis. 3. Professores com compromisso que aceitem e entendam as necessidades dessas crianças. 4. Recursos complementares: professo- res de educação especial, psicopeda- gogos, psicólogos, orientadores tera- pêuticos etc. 5. Orientação às demais crianças, preo- cupando-se com o apoio e as relações de todos. 6. O professor tem de estar aberto a es- tabelecer vínculos afetivos. A profes- sora comprometida com esse fator pode criar fortes laços afetivos com a criança e exercer uma influência enor- me em seu desenvolvimento. 7. E imprescindível que o professor re- ceba orientação de especialistas, pois com frequência há um sentimento de fracasso, ansiedade e impotência. 8. A colaboração da família também é fundamental para o sucesso dessa criança. Portanto, ao pensarmos na educação esco- lar da criança autista, é preciso considerar o direto à escolarização, no ensino regular, obrigatória por lei, e as possibilidades de ensino personalizado ofertado pelas esco- las especiais. A decisão final fica na respon- sabilidade da família. No link a seguir, apre- sentamos a discussão feita sobre a escola- rização de autistas em um artigo, no qual se pode perceber a dificuldade do tema e as necessidades de se pensar nessas situações. Unidade 2 • A atuação do professor junto aos estudantes com transtorno globais do desenvolvimento. Metodologias e estra- tégias para o atendimento do estudante com TGD 31/167 Link <https://www.portaleducacao.com.br/pe- dagogia/artigos/55632/autismo-e-educa- cao-escolar-orientacao-para-atendimento- -a-alunos-autistas> 1. Metodologias e estratégias es- pecíficas Todas as crianças são diferentes e têm ne- cessidades diferentes. Os transtornos glo- bais do desenvolvimento geram compro- metimentos em diversas áreas do funcio- namento, sendo a mais marcante o atraso na aquisição da oralidade. Aprender a se comunicar é um primeiro pas- so fundamental para o desenvolvimento de qualquer criança, e sabemos que aprender a falar pode ser complicado para as crianças autistas, contudo não é impossível. Muitos autistas, quando pequenos, percebem me- lhor as palavras quando as veem, por isso os terapeutas os ensinam a comunicar-se com a ajuda de imagens ou mesmo com lin- guagem gestual (não confundir com a lín- gua gestual dos surdos – Libras; aqui fala- mosmesmo de gestos, alguns mais simples, como o apontar). Esses métodos os ajudam a aprender outras coisas, e muitos acabam mesmo por aprender a falar. A preocupa- ção com a comunicação e linguagem dos autistas são as primordiais, pois as crianças que não se comunicam têm a tendência de https://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/55632/autismo-e-educacao-escolar-orientacao-para-atendimento-a-alunos-autistas https://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/55632/autismo-e-educacao-escolar-orientacao-para-atendimento-a-alunos-autistas https://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/55632/autismo-e-educacao-escolar-orientacao-para-atendimento-a-alunos-autistas https://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/55632/autismo-e-educacao-escolar-orientacao-para-atendimento-a-alunos-autistas Unidade 2 • A atuação do professor junto aos estudantes com transtorno globais do desenvolvimento. Metodologias e estra- tégias para o atendimento do estudante com TGD 32/167 se tornarem mais agressivas com outros e consigo. No vídeo a seguir, temos um exem- plo de inclusão escolar da criança com au- tismo. Observe que é na escola que esse processo precisa iniciar. Disponível em: <ht- tps://www.youtube.com/watch?v=hwD5_ rfr8bE>. Acesso em: 28 nov. 2016. Os principais métodos alternativos se pre- ocupam em estabelecer uma comunicação efetiva, utilizando inclusive códigos, por imagens símbolos e não apenas palavras e sinais manuais. O método mais conhecido é TEACCH, em seguida vem o PECS e o ABA. TEACCH: em português, significa tratamen- to e educação para autistas e crianças com déficits relacionados à comunicação. Pro- fessores, terapeutas e pais podem utilizar esse método. PECS: sistema de comunicação por troca de figuras. Professores, terapeutas e pais po- dem utilizar esse método. ABA: análise comportamental aplicada ao autismo. Só terapeutas podem aplicar e uti- lizar. Esses métodos são considerados compor- tamentalistas e sofrem críticas por não se trabalhar a espontaneidade da criança. Al- guns, inclusive, dizem que tais métodos ro- botizam a criança autista. O ideal seria trabalhar com métodos com- portamentais em conjunto com métodos de desenvolvimento cognitivo. De maneira mais geral, o método ABA é o que mais de- senvolve a cognição e comportamentos es- pontâneos, portanto seria o mais completo, https://www.youtube.com/watch?v=hwD5_rfr8bE https://www.youtube.com/watch?v=hwD5_rfr8bE https://www.youtube.com/watch?v=hwD5_rfr8bE Unidade 2 • A atuação do professor junto aos estudantes com transtorno globais do desenvolvimento. Metodologias e estra- tégias para o atendimento do estudante com TGD 33/167 segundo alguns estudiosos. Crianças com autismo possuem caracterís- ticas muito peculiares. Em resumo, deve- mos observar nos métodos educativos os seguintes princípios: 1. Ser estruturado e baseado nas modi- ficações de condutas (comportamen- tais). 2. Ser evolutivo e adaptado às caracte- rísticas pessoais dos alunos. 3. Ser funcional e com uma definição ex- plícita de sistemas para a generaliza- ção. 4. Envolver a família e a comunidade. 5. Ser intensivo e precoce. É fundamental para crianças em idade pré- -escolar os contextos educacionais e trata- mentos individualizados várias horas ao dia – de 30 a 40 horas semanais, para termos um prognóstico de longo prazo do quadro. Agora, a escolarização oferece oportunida- des de relações sociais e trocas com seus pares etários, o que incentivará as compe- tências sociais das crianças. Portanto, na educação infantil, o apoio deve ser permanente para as situações em gru- po e a família deve recorrer ao máximo de tratamentos individualizados para auxiliar essa criança, fora da escola, em ambientes terapêuticos. Nas primeiras fases do ensino fundamental, existe uma tendência a utilizar os processos de aprendizagem sem erro, uma vez que os Unidade 2 • A atuação do professor junto aos estudantes com transtorno globais do desenvolvimento. Metodologias e estra- tégias para o atendimento do estudante com TGD 34/167 processos por tentativa e erro diminuem a motivação e aumentam as alterações de conduta. É quando o professor apresenta baixo desafio, ou desafio nenhum. As alter- nativas dadas ao aluno são sempre as que estarão corretas. Sempre é apresentada al- ternativa para que o aluno consiga e queira passar para outras etapas, e essa alternati- va é usada para motivar a criança a perma- necer no espaço escolar e querer aprender novas regras. A falta de motivação em alunos autistas é, em muitos casos, o maior e mais difícil pro- blema que o professor irá enfrentar. O pro- fessor deve procurar sempre o interesse do aluno para partir desse interesse e explorar suas habilidades. O principal foco da inter- venção educativa encontra-se na comuni- cação e nas relações que esse aluno conse- gue estabelecer com os colegas. Para saber mais No artigo do link a seguir, é possível verificar a ne- cessidade de se pensar na inclusão dessas crian- ças com cuidado e buscando novas estratégias e metodologias para se ter sucesso no processo de escolarização: <http://www.editorarealize. com.br/revistas/fiped/trabalhos/Trabalho_ Comunicacao_oral_idinscrito_1695_ee- 8a90ab371b8e7be05bf467184f1ded.pdf>. Acesso em: 13 dez. 2016. http://www.editorarealize.com.br/revistas/fiped/trabalhos/Trabalho_Comunicacao_oral_idinscrito_1695_ee8a90ab371b8e7be05bf467184f1ded.pdf http://www.editorarealize.com.br/revistas/fiped/trabalhos/Trabalho_Comunicacao_oral_idinscrito_1695_ee8a90ab371b8e7be05bf467184f1ded.pdf http://www.editorarealize.com.br/revistas/fiped/trabalhos/Trabalho_Comunicacao_oral_idinscrito_1695_ee8a90ab371b8e7be05bf467184f1ded.pdf http://www.editorarealize.com.br/revistas/fiped/trabalhos/Trabalho_Comunicacao_oral_idinscrito_1695_ee8a90ab371b8e7be05bf467184f1ded.pdf Unidade 2 • A atuação do professor junto aos estudantes com transtorno globais do desenvolvimento. Metodologias e estra- tégias para o atendimento do estudante com TGD 35/167 Buscar sempre apoio dos profissionais que atendem essa criança para desenvolver um trabalho em equipe é tarefa do professor, que não pode atuar sozinho na educação dessas crianças. Unidade 2 • A atuação do professor junto aos estudantes com transtorno globais do desenvolvimento. Metodologias e estra- tégias para o atendimento do estudante com TGD 36/167 Glossário Comportamentalistas: é o conjunto das teorias psicológicas que postulam o comportamento como o mais adequado objeto de estudo da Psicologia. Tais teorias psicológicas, ou ao menos parte delas, influenciaram a fundação da comportamentologia (behaviorology), ciência indepen- dente da psicologia. Peculiares: peculiar significa característico, especial, algo que é próprio de uma pessoa ou coisa. Em alguns casos, a palavra peculiar pode ter um sentido depreciativo, sendo usada como um si- nônimo de estranho, esquisito ou invulgar. Prognóstico: é conhecimento ou juízo antecipado, prévio, acerca da duração, da evolução e do eventual termo de uma doença ou quadro clínico sob seu cuidado ou orientação. https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a Questão reflexão ? para 37/167 Quais ações nos ajudam a facilitar o processo de inclu- são escolar da criança autista? O que cabe à gestão? E aos professores? 38/167 Considerações Finais • O autismo precisa ser visto pelo professor; principalmente, com um enfoque evolutivo, essa visão dará condições de se trabalhar com as intervenções ade- quadas e investir pesado logo no início do desenvolvimento infantil; • É muito importante e significativo entender que o autismo possui um leque imenso de diferentes manifestações e, consequentemente, apresentará dife- rentes respostas aos estímulos a ele apresentado; • Todas as crianças são diferentes e têm necessidades diferentes. Os transtornos globais do desenvolvimento geram comprometimentos em diversas áreas do funcionamento, sendo a mais marcante o atrasona aquisição da oralidade, por isso os métodos educacionais focam na comunicação alternativa; • Os diferentes métodos educacionais para o autista precisam ser utilizados sem- pre em conjunto com os profissionais e com a família; o processo educacional só terá sucesso se todos trabalharem juntos para estabelecer uma comunicação efetiva. Unidade 2 • A atuação do professor junto aos estudantes com transtorno globais do desenvolvimento. Metodologias e estra- tégias para o atendimento do estudante com TGD 39/167 Referências ASSUMPÇÃO, F.B. Jr. Transtornos Invasivos do Desenvolvimento Infantil. São Paulo: Lemos, 1997. BRASIL. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ar- quivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em: 15 out. 2016. BRASIL. Lei nº 13.146 de 6 de julho de 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci- vil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm>. Acesso em: 16 out. 2016. Brasil (1999). Adaptações Curriculares. Brasília: MEC / SEF / SEESP. CAMARGOS Jr., Walter et al. Transtornos Invasivos do Desenvolvimento: 3º Milênio. Brasília: CORDE, 2002. CASTANEDO, Celedonio. Autismo infantil: avaliação e intervenção psicopedagógica. In: GON- ZÁLEZ, Eugênio (coord.). Necessidades educacionais específicas. Porto Alegre: Artmed, 2007, p. 220-237. GAUDERER, E. C. Autismo e Outros Atrasos do Desenvolvimento – Uma atualização para os que atuam na área: do especialista aos pais. Brasília: SARVIER, 1985. http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm Unidade 2 • A atuação do professor junto aos estudantes com transtorno globais do desenvolvimento. Metodologias e estra- tégias para o atendimento do estudante com TGD 40/167 RIVIÈRE, Angel. O autismo e os transtornos globais do desenvolvimento. In: COLL, César; MAR- CHESI, Alvaro; PALACIOS, Jesus (Orgs.). Desenvolvimento psicológico e educação. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. p.234-254. 3v. SCHWARTZMAN, José Salomão, Autismo Infantil. Síndrome de Asperger. Brasília: CORDE, 2001. SPROVIERI, Maria Helena S. A integração da pessoa deficiente. In: A integração de pessoas com deficiência: Contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon; 1997. WILLIAMS, Chris; WRIGHT, Barry. Convivendo com autismo e síndrome de Asperger. Estraté- gias práticas para pais e profissionais. São Paulo: M. Books, 2008. UNESCO. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Tradução de Edilson Alkmim da Cunha. Brasília: CORDE, 1997. Referências 41/167 1. A principal mudança no olhar para o autismo hoje está: a) No tratamento educacional inclusivo e nas intervenções didáticas; b) No diagnóstico multidisciplinar; c) Na classificação da CID-10; d) No comportamento social inadequado; e) No enfoque evolutivo, no olhar para as possibilidades de avanços. Questão 1 42/167 2. Dois critérios são importantes quando pensamos na escolarização do au- tista. São eles: Questão 2 a) Avaliação e intervenção. b) Diversidade e personalização. c) Estimulação e comunicação. d) Comunicação e personalização. e) Intervenção e diversidade. 43/167 3. O autismo possui uma grande variedade de manifestações, portanto: Questão 3 a) Os métodos devem ser seguidos rigorosamente; b) Nenhum estímulo produzirá efeitos positivos; c) Todos reagirão da mesma forma aos mesmos estímulos; d) Apresentará diferentes respostas aos estímulos apresentados; e) Diversificar os métodos é tolice, pois cada um reage diferente. 44/167 4. Os diferentes métodos educacionais precisam ser utilizados sempre da se- guinte forma: Questão 4 a) Apenas no ambiente escolar, pois é quem está habilitado para isso. b) Em conjunto com a família. c) Sempre no ambiente escolar e quando possível por terapeutas. d) Rigorosamente com orientação dos terapeutas. e) Em conjunto com a família, terapeutas e educadores. 45/167 5. Um dos problemas mais difíceis que o professor enfrenta na educação de alunos com autismo é: Questão 5 a) A falta de motivação e interesse para as habilidades acadêmicas; b) A mudança de rotina; c) O comportamento agressivo; d) A falha na comunicação; e) O alto número de alunos em sala. 46/167 Gabarito 1. Resposta: E. Enfoque evolutivo com olhar para as possi- bilidades de avanços; não é uma condição estática! 2. Resposta: B. Diversidade e personalização, sistemas ho- mogêneos e padronizados desfavorecem a escolarização do autista. 3. Resposta: D. Apresentará diferentes respostas aos estí- mulos apresentados. 4. Resposta: E. Em conjunto com a família, terapeutas e educadores. 5. Resposta: A. A falta de motivação e interesse do aluno autista com relação às habilidades acadê- micas. 47/167 Unidade 3 O desenvolvimento da cognição social de alunos com TGD na escola. O trabalho em sala de aula. O registro escolar. Objetivos 1. Compreender as finalidades dos métodos edu- cacionais no trabalho com autistas, principal- mente no ambiente escolar. 2. Reconhecer a importância do trabalho educa- cional para o pleno desenvolvimento da pes- soa com TGD, valorizando a atuação docente com esse público. 3. Conhecer as diferentes formas de desenvol- ver um processo de ensino aprendizagem com esse público. Unidade 3 • O desenvolvimento da cognição social de alunos com TGD na escola. O trabalho em sala de aula. O registro escolar 48/167 Introdução Nesta aula, vamos falar sobre a aprendizagem social, a cognição social e as vantagens em se aprender com o outro, com o grupo e em interações. Para isso, vamos definir primeiro alguns ter- mos importantes, como cognição e neurocognição, lembrando que a neurologia tem contribuí- do muito para a educação compreender o funcionamento das áreas mais utilizadas no momento da aprendizagem. Para saber mais A neuropsicologia é dividida em duas áreas hierarquicamente organizadas: neurocognição (também de- nominada cognição básica) e a cognição social. No link a seguir, o artigo apresenta uma explicação mais detalhada sobre a neuropsicologia: <http://www.infoescola.com/neurologia/neuropsicologia/>. Acesso em: 13 dez. 2016. Neurocognição: aplica-se às funções cognitivas básicas (atenção, memória, funções executivas). Estuda cada uma dessas funções individualmente porque elas utilizam sistemas de processa- mento semi-independentes. Já a cognição social aplica-se ao estudo da adequação do comportamento ao ambiente. Refere- -se, portanto, à habilidade de identificação, manipulação e adequação do comportamento de http://www.infoescola.com/neurologia/neuropsicologia/ Unidade 3 • O desenvolvimento da cognição social de alunos com TGD na escola. O trabalho em sala de aula. O registro escolar 49/167 acordo com informações socialmente re- levantes detectadas e processadas em de- terminado contexto ambiental. Em poucas palavras, a cognição social modula o com- portamento. Nesse sentido, a inclusão, a educação es- pecial, na perspectiva da educação para to- dos, facilita a educação da cognição social, isso porque ela reivindica o direito de todos aprenderem juntos. O aluno TDG ou TEA necessita de um olhar específico para o desenvolvimento da cog- nição social, uma vez que essa é a área mais afetada e é a área de grandes aprendizados. A escola é o primeiro ambiente social exter- no à família e que exige adaptação de con- dutas, internalização de regras e aceitação de habilidades diferentes. Num linguajar pedagógico, podemos até dizer que o desenvolvimento da cognição social é o que chamamos de socialização das crianças, mas, se pensarmos no conhe- cimento psicológico, essa é uma ação mais profunda e muito maior. As habilidades de convivência, tolerância, respeito, controle do corpo, ansiedade e controle de respos- tas impulsivas são aprendidas no contexto escolar por ser esse o melhor lugar para se aprender tais habilidades.Precisamos de um professor que entenda e valorize as habilidades sociais e os conheci- mentos desenvolvidos por meio das trocas relacionais dos alunos. Se o professor souber trabalhar as ques- tões sociais com todas as crianças da sala, a criança autista com certeza se beneficiará Unidade 3 • O desenvolvimento da cognição social de alunos com TGD na escola. O trabalho em sala de aula. O registro escolar 50/167 de um ambiente inclusivo. Comportamentos humanos de cooperação e altruísmo são essenciais para convivên- cia em grupo. Em alunos com o transtorno do espectro autista, esses comportamentos são praticamente inexistentes, daí a neces- sidade de se trabalhar com eles. Para crianças com autismo, o trabalho com a cognição social engloba a estimulação, o canal de comunicação eficaz e a relação funcional dessa comunicação em grupos. Essa não é uma tarefa fácil, por isso os pais ficam com tantas dúvidas ao colocar a criança em escola regular. É preciso consi- derar todas as possibilidades e a flexibilida- de de algumas escolhas, sempre pensando no melhor para cada criança com TGD. 1. A Escolarização das Crianças com Autismo. A legislação vigente (Lei nº 13.146 de 6 de Julho de 2015) diz que a escola regular deve ser a primeira alternativa, devendo ser sempre considerada pela família como primordial. Mas sabemos de muitas crian- ças que não conseguem adaptar-se a esse ambiente coletivo. Por isso, é preciso res- peito e compreensão dos limites de cada um. Existem crianças autistas que ganham o direito de estudarem em casa em ambien- tes terapêuticos e escolas especiais. Assista ao vídeo sobre essa lei e entenda melhor do que estamos falando. Disponível em: <ht- tps://www.youtube.com/watch?v=z0L3JQ- BIW7U>. Acesso em: 28 nov. 2016. https://www.youtube.com/watch?v=z0L3JQBIW7U https://www.youtube.com/watch?v=z0L3JQBIW7U https://www.youtube.com/watch?v=z0L3JQBIW7U Unidade 3 • O desenvolvimento da cognição social de alunos com TGD na escola. O trabalho em sala de aula. O registro escolar 51/167 Para saber mais Para conhecer a Lei Brasileira de Inclusão da Pes- soa com Deficiência na íntegra, acesse o link: <www.senado.leg.br/atividade/rotinas/ma- teria/getPDF.asp?t=169153&tp=1>. Disponí- vel em: 14 dez. 2016. Porém, essa não precisa ser uma decisão definitiva. Se entendemos o TGD como uma condição evolutiva na qual o indivíduo pode aprender e desenvolver, então devemos considerar as possibilidades de mudanças. Mesmo sabendo que as mudanças são situações difíceis de se processar, pois eles gostam bastante de rotina e agenda e, em alguns acasos, até entram em crise quando alteramos sua rotina, precisamos colocá- los em situação de confronto naquilo que possuem dificuldade. Respeitando seus limites, temos de oferecer sempre uma situação de quebra de rotina e novas agendas para que eles tentem ao menos assimilar as mudanças. A dificuldade não pode ser um motivo para que nunca sejam trabalhadas as mudanças com eles, afinal a vida sempre vai nos oferecer mudanças. Portanto, trabalhar a cognição social na escola não é tarefa fácil, mas é nesse ambiente complexo que mais teremos recursos para se trabalhar com o desenvolvimento cognitivo social desse aluno. http://www.senado.leg.br/atividade/rotinas/materia/getPDF.asp?t=169153&tp=1 http://www.senado.leg.br/atividade/rotinas/materia/getPDF.asp?t=169153&tp=1 Unidade 3 • O desenvolvimento da cognição social de alunos com TGD na escola. O trabalho em sala de aula. O registro escolar 52/167 2. O Trabalho com TGD em Sala de Aula. A prática da educação especial visa auxiliar aos professores nessa tarefa da inclusão, e o papel do atendimento educacional especializado – AEE é fundamental nesse processo. Toda criança com autismo, independente da opção escolar (se especial ou regular), requer atenção específica e individualizada a seus problemas de comunicação e linguagem e a suas dificuldades de relacionamento social. Também se deve considerar a necessidade de um sistema de apoio e de estruturação da escola que abraçará essa criança. O MEC prevê um sistema de apoio, em suas orientações de adaptações curriculares, e as classifica como: O SISTEMA DE APOIO 1. Elementos necessários (família recursos físicos, atitudes, valores, decisões políticas, recursos técnicos, programas e serviços). 2. Intensidade do apoio oferecido (Intermitente, limitado, extensivo, pervasivo). 3. Estrutura física do prédio escolar. 4. Diferentes modalidades de apoio (relativos ao número de alunos, à quantidade de horas na escola, ao projeto pedagógico, aos contextos de Unidade 3 • O desenvolvimento da cognição social de alunos com TGD na escola. O trabalho em sala de aula. O registro escolar 53/167 ensino aprendizagem). O “cuidador”, profissional conhecido como acompanhante dos alunos deficientes nas escolas regulares, é previsto dentro da necessidade de um apoio. A legislação tomou cuidado de especificar melhor o papel desse importante colaborador da escolarização, em nossa última versão aprovada em 6 de julho de 2015. Sempre precisamos atentar para as questões de que a criança é de responsabilidade do professor regente da sala e não do cuidador, portanto, os cuidados pedagógicos e as intervenções específicas devem ser feitas pelo professor responsável pela educação do grupo sala. Em alguns momentos, o cuidador pode auxiliar na intervenção pedagógica, porém com supervisão e orientação do professor. O cuidador deve estar atento para questões de higiene, alimentação, autonomia, contenção em momentos de crise, cuidados com perigo e pode até se responsabilizar pelos registros, ou como escriba ou como coletor de informações com filmagens e fotos das respostas. O aluno com autismo apresenta frequentemente uma aversão a registros gráficos. E também pouca destreza na coordenação motora fina e na coordenação óculo-manual. Por isso, trabalhos que o aluno pode realizar sem registro gráfico ou com outras formas de registro facilitam sua inclusão escolar, assim como atividades concretas com objetos que proporcionem Unidade 3 • O desenvolvimento da cognição social de alunos com TGD na escola. O trabalho em sala de aula. O registro escolar 54/167 exploração real ajudam na construção de conhecimento. Outro recurso bastante utilizado nas escolas com autista incluído é o recurso tecnológico do computador. Alunos autistas têm conseguido comunicar-se e expressar-se pelo computador, mesmo que de maneira rudimentar a princípio. Oferecer esse recurso aos alunos com certa frequência é muito benéfico aos alunos com TGD. A agenda como alternativa de atividade também é um recurso interessante e que o professor pode explorar. Nela, a criança registra com colagem de figuras ou símbolos fatos importante acontecidos no dia, e semanalmente podem ser repetidos ou recordados, estimulando a memória, oralidade, sequência lógica e a coordenação motora. Dependendo da criança, ela se beneficiará com a rotina exposta em gravura, imagens e símbolos e, após o término do dia, a retomada na agenda dos acontecimentos. O trabalho em sala de aula com crianças com TGD deve ser visto como possível, desde que haja investimento em recursos, apoio e capacitação docente. É importante frisar que não existe inclusão sem investimento alto em educação. E os investimentos passam desde recursos tecnológicos, formação continuada, adaptação e adequação de materiais pedagógicos e modificação arquitetônica até o adequado controle do público-alvo Unidade 3 • O desenvolvimento da cognição social de alunos com TGD na escola. O trabalho em sala de aula. O registro escolar 55/167 para melhor distribuição das verbas. Adaptar a rotina, a estratégia, o registro desse aluno, o conteúdo e a avaliação, entre outros, é o desafio da inclusão com autista. Sempre que necessário retome seus objetivos, reveja suas práticas e não tenha medo de mudar as estratégias. Lembre-se queo autista precisa achar um canal de comunicação para expressar seus pensamentos. Esse canal pode ser você enquanto professor. Link No vídeo a seguir, apresenta-se uma situação real de inclusão de alunos autistas em uma escolar re- gular. Vale a pena assistir. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=qAb-tOVOICc>. Acesso em: 14 dez. 2016. https://www.youtube.com/watch?v=qAb-tOVOICc Unidade 3 • O desenvolvimento da cognição social de alunos com TGD na escola. O trabalho em sala de aula. O registro escolar 56/167 Glossário Hierarquicamente: é uma palavra derivada de hierarquia. Ordem que existe de forma a priori- zar um membro, poderes, categorias, patentes e/ou dignidades de suas organizações. Qualquer classificação que tenha como base as relações entre superiores e dependentes. Manipulação: manipulado vem do verbo manipular. O mesmo que: aviado, engendrado, forjado, manejado, manufaturado. Intermitente: significa dizer que essa coisa cessa e recomeça por intervalos, que se manifesta com intermitências, que não é contínua, que tem interrupções. Pervasivo: que se infiltra, que penetra; espalhado, difuso; penetrante. https://www.dicio.com.br/hierarquia/ Questão reflexão ? para 57/167 Como podemos contribuir para a inclusão escolar da criança com autismo, na prática? Quais estratégias po- dem ser úteis na adaptação curricular? 58/167 Considerações Finais • A cognição social é uma das áreas mais importantes a serem trabalhadas com TGDs, pois é o maior obstáculo encontrado por essas crianças no momento da inclusão. A escola é o ambien- te que mais favorece essa estimulação; • O recomendado pelo MEC é que todas as crianças, mesmo as com autismo, sejam matricula- das em escola regular, mas essa não é uma decisão irrevogável, nem definitiva; a família des- sas crianças tem o direito de escolha, respeitando as necessidades da criança com autismo; • O autista precisa ser trabalhado em suas necessidades, ou seja, na socialização, na mudança de rotina e na comunicação, sempre respeitando seu limite e conquistando a confiança da criança para auxiliá-la a superar seus limites; • Para se efetivar o ideal de inclusão, é necessário um investimento alto na educação, que prevê recursos tecnológicos, apoio e formação adequada aos docentes. A escola inclusiva só é pos- sível com muito investimento e com um olhar humanizado para as práticas educativas. Unidade 3 • O desenvolvimento da cognição social de alunos com TGD na escola. O trabalho em sala de aula. O registro escolar 59/167 Referências ASSUMPÇÃO, F.B. Jr. Transtornos Invasivos do Desenvolvimento Infantil. São Paulo: Lemos, 1997. BRASIL. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ar- quivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em: 15 out. 2016. BRASIL. Lei nº 13.146 de 6 de julho de 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci- vil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm>. Acesso em: 16 out. 2016. Brasil (1999). Adaptações Curriculares. Brasília: MEC / SEF / SEESP. CAMARGOS Jr., Walter et al. Transtornos Invasivos do Desenvolvimento: 3º Milênio. Brasília: CORDE, 2002. CASTANEDO, Celedonio. Autismo infantil: avaliação e intervenção psicopedagógica. In: GON- ZÁLEZ, Eugênio (coord.). Necessidades educacionais específicas. Porto Alegre: Artmed, 2007, p. 220-237. GAUDERER, E. C. Autismo e Outros Atrasos do Desenvolvimento – Uma atualização para os que atuam na área: do especialista aos pais. Brasília: SARVIER, 1985. http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm Unidade 3 • O desenvolvimento da cognição social de alunos com TGD na escola. O trabalho em sala de aula. O registro escolar 60/167 RIVIÈRE, Angel. O autismo e os transtornos globais do desenvolvimento. In: COLL, César; MAR- CHESI, Alvaro; PALACIOS, Jesus (Orgs.). Desenvolvimento psicológico e educação. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. p.234-254. 3v. SCHWARTZMAN, José Salomão, Autismo Infantil. Síndrome de Asperger. Brasília: CORDE, 2001. SPROVIERI, Maria Helena S. A integração da pessoa deficiente. In: A integração de pessoas com deficiência: Contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon; 1997. WILLIAMS, Chris; WRIGHT, Barry. Convivendo com autismo e síndrome de Asperger. Estraté- gias práticas para pais e profissionais. São Paulo: M. Books, 2008. UNESCO. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Tradução de Edilson Alkmim da Cunha. Brasília: CORDE, 1997. Referências 61/167 1. A cognição social é entendida como: a) A primeira habilidade a ser desenvolvida nos seres humanos e diz respeito ao aprendizado coletivo; b) Habilidade de identificação, manipulação e adequação do comportamento de acordo com informações socialmente relevantes; c) Habilidade de raciocínio lógico, memorização e comunicação nos primeiros anos de vida; d) Habilidade que deve ser tratada como responsabilidade exclusiva da escola; e) Habilidade adquirida na família e que a criança ao entrar para a escola já domina. Questão 1 62/167 2. A intensidade do apoio recomendado pelo MEC define-se em: a) Opcional, limitado, extensivo e intermitente; b) Intermitente, necessário, qualitativo e pervasivo; c) Necessário, opcional, relativo e qualitativo; d) Intermitente, limitado, extensivo e pervasivo; e) Necessário, limitado, pervasivo e opcional. Questão 2 63/167 3. A escolha da escolarização no ensino regular das crianças com autismo deve ser: a) Uma decisão da família; b) Uma obrigação do governo; c) Uma recomendação do mec; d) Uma obrigação da comunidade; e) Uma opção da escola após avaliação. Questão 3 64/167 4. A alternativa que apresenta as estratégias adequadas à inclusão de autista no ensino regular são: a) Atividades com desenhos e ilustrações das rotinas. b) Atividades sem registro gráfico, que proporcionem exploração concreta do objeto de estudo. c) Atividades motoras que envolvam habilidade óculo-manual. d) Atividades de destreza e desenvolvimento da motricidade fina. e) Atividades de registro de rotina e que envolvam a capacidade óculo-manual. Questão 4 65/167 5. O cuidador é visto, segundo a legislação, como: a) Uma estratégia pedagógica necessária à inclusão; b) Um direito de todos os alunos com TGDs independente das avalições dos especialistas; c) Uma obrigação do governo no processo de escolarização; d) Um recurso à inclusão necessário em todos os casos; e) Um apoio que poderá ser solicitado quando necessário, porém não é obrigatório em todos os casos. Questão 5 66/167 Gabarito 1. Resposta: B. Habilidade de identificação, manipulação e adequação do comportamento de acordo com informações socialmente relevantes. 2. Resposta: D. Intensidade: intermitente, limitado, exten- sivo e pervasivo. 3. Resposta: A. Uma decisão da família, embora a recomen- dação seja pelo ensino regular. 4. Resposta: B. Atividades adequadas são aquelas que não exigem registro e em que o aluno possa ex- plorar o objeto do conhecimento no concre- to. 5. Resposta: E. O cuidador é um apoio que não é necessário em todos os casos. 67/167 Unidade 4 O atendimento educacional especializado (AEE). A utilização das tecnologias assistivas como ferramentas no processo de ensino aprendizagem. Objetivos 1. Compreender o papel da educação especial na escola, bem como a contribuição que os pro- fessores de AEE podem oferecer para a inclu- são das crianças com deficiência. 2. Reconhecer nas tecnologias assistivas uma importante ferramenta para aprendizagem, avaliação e real inclusão do aluno com TGD. 3. Valorizar o processo ensino aprendizagem di- ferenciado das crianças com TGD e reconhecer a possibilidade de avanços e aprendizagens nessas crianças. Unidade 4 • O atendimento educacional especializado (AEE). A utilização das tecnologias assistivascomo ferramentas no processo de ensino aprendizagem 68/167 Introdução A legislação brasileira de Educação aprova- da em 1996 (LDB nº 9.394) trouxe modifi- cações na organização da educação espe- cial, porém a perspectiva de educação in- clusiva, ou seja, realmente educação para todos, fica mais forte no final da década de 1990, início dos anos 2000, com o ideal que considera que a inclusão escolar possui as seguintes características: 1. Desafia a necessidade mudança. 2. Estimula a flexibilidade das relações e recursos. 3. Estimula o trabalho em equipe. 4. É de responsabilidade de todos os envolvidos direta e indiretamente no processo educativo. O MEC sugere a organização da educação Para saber mais Para entender um pouco mais sobre a história da educação especial, acesse o link a seguir: <http://www.todospelaeducacao.org. br/reportagens-tpe/31129/conheca-o- historico-da-legislacao-sobre-inclusao/>. Acesso em: 14 dez. 2016. especial a partir de 2009 nos moldes do atendimento educacional especializado – AEE, que prevê um atendimento individua- lizado e especializado para as crianças com deficiência que frequentam o ensino regu- lar, devidamente matriculada respeitando o ano ciclo, no contraturno. http://www.todospelaeducacao.org.br/reportagens-tpe/31129/conheca-o-historico-da-legislacao-sobre-inclusao/ http://www.todospelaeducacao.org.br/reportagens-tpe/31129/conheca-o-historico-da-legislacao-sobre-inclusao/ http://www.todospelaeducacao.org.br/reportagens-tpe/31129/conheca-o-historico-da-legislacao-sobre-inclusao/ Unidade 4 • O atendimento educacional especializado (AEE). A utilização das tecnologias assistivas como ferramentas no processo de ensino aprendizagem 69/167 Numa perspectiva de educação inclusiva, o AEE propõe a atuação de professores es- pecialistas nas escolas regulares para dar apoio à inclusão e aos professores que re- cebem esses alunos, visto que esse proces- so é complexo e exige apoio específico. A escola, numa perspectiva inclusiva, pres- supõe os professores especialistas atuando no contraturno escolar com a criança e no turno com os professores. Dessa forma, po- demos dizer que a escola inclusiva, de acor- do com a atual legislação, é aquela: • Onde todos os alunos devem apren- der juntos, independentemente das deficiências, dificuldades, diferen- ças ou necessidades específicas que apresentem; • Em que a diversidade deve ser encara- da como um fator de enriquecimento e de desenvolvimento; • Que visa assegurar o acesso da crian- ça, adolescente ou adulto à educação, sua permanência com qualidade; • Que procura remover barreiras de acessibilidade, detectar os problemas e buscar soluções; • Que deve adotar práticas pedagógi- cas, referenciadas na valorização das potencialidades humanas, na coope- ração, na aceitação das diferenças, no respeito à singularidade de cada um; • Que deve ser a contraposição à ló- gica de um modelo de intervenção centrado nas deficiências, restrições e Unidade 4 • O atendimento educacional especializado (AEE). A utilização das tecnologias assistivas como ferramentas no processo de ensino aprendizagem 70/167 incapacidades. Assim, o AEE é um suporte para o professor atender adequadamente às crianças com deficiência e respeitando a individualidade de cada um se preocupar em oferecer atividades que todos pos- sam participar. Contudo, deve ficar claro que garantir o acesso e o sucesso desses alunos é tarefa de todos os envolvidos no processo educacional, para que a escola se torne realmente inclusiva. 1. Atuação do AEE A partir da perspectiva da educação inclusiva, a atuação do atendimento educacional especia- lizado passou a ser esclarecida por legislação, principalmente no quesito de determinar o públi- co-alvo e os recursos disponíveis para investimentos nessa área. Unidade 4 • O atendimento educacional especializado (AEE). A utilização das tecnologias assistivas como ferramentas no processo de ensino aprendizagem 71/167 ESCLARECIMENTOS ALUNOS PÚBLICO-ALVO Norma Federal – NOTA TÉCNICA Nº. 04 /2014/MEC/SECADI/DPEE Data: 23 de janeiro de 2014. Assunto: Orientação quanto a documentos comprobatórios de alunos no Censo Escolar. “... A exigência de diagnóstico clínico dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades/ superdotação, para declará-lo, no Censo Escolar, público-alvo da educação especial [...] denotaria imposição de barreiras ao seu acesso aos sistemas de ensino, configurando-se em discriminação e cerceamento de direito [...]” Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=15898-nott04-secadi- dpee-23012014&Itemid=30192>. Acesso em: 14 dez. 2016. Lembrando que, para Vygotsky (apud SPROVIERI, 1991): “O desenvolvimento cognitivo do aluno se dá por meio da interação social, ou seja, de sua inte- ração com outros indivíduos e com o meio”. Portanto, a aprendizagem é uma experiência social, http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=15898-nott04-secadi-dpee-23012014&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=15898-nott04-secadi-dpee-23012014&Itemid=30192 Unidade 4 • O atendimento educacional especializado (AEE). A utilização das tecnologias assistivas como ferramentas no processo de ensino aprendizagem 72/167 mediada pela utilização de instrumentos e signos, de acordo com os conceitos utiliza- dos pelo próprio autor. Se a aprendizagem é uma experiência social mediada pela interação entre a linguagem e ação, para ocorrer a aprendizagem a inte- ração social deve acontecer dentro da zona de desenvolvimento proximal (ZDP), que seria a distância existente entre aquilo que o sujeito já sabe, seu conhecimento real, e aquilo que o sujeito possui potencialidade para aprender, seu conhecimento potencial. Dessa forma, a aprendizagem ocorre no in- tervalo da ZDP, que é o que chamamos de conhecimento real, aquele que o sujeito é capaz de aplicar sozinho, e o potencial que é aquele que ele necessita do auxílio de ou- tros para aplicar. O AEE deve auxiliar o professor a pensar individualmente quais as necessidades de auxílio cada criança com deficiência precisa para desenvolver a aprendizagem, ou seja, o AEE auxilia o professor na tarefa das adap- tações curriculares. Adaptação curricular nada mais é que o conjunto de ajustes e modificações que se efetuam na educação básica para melho- rar a resposta dos alunos com necessida- des educativas especiais – NEE em conjunto com o grupo classe e respeitando a diversi- dade escolar. Unidade 4 • O atendimento educacional especializado (AEE). A utilização das tecnologias assistivas como ferramentas no processo de ensino aprendizagem 73/167 Para saber mais No vídeo a seguir, temos uma breve explicação do que é e como pensar nas adaptações curriculares. Dis- ponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Yg5tAfVJ7gQ>. Acesso em: 14 dez. 2016. Portanto, adaptações curriculares são modificações realizadas: • No planejamento; • Nos objetivos da escola; • Nos conteúdos; • Nas atividades; • Nas estratégias de aplicação desse conteúdo e da avaliação; • No currículo como um todo ou em um aspecto dele. O professor de AEE deve atuar auxiliando o professor regente de sala, sempre pensan- do nas adaptações necessárias e refletindo sobre as capacidades do aluno. Assim, ele pode: • Sugerir modificações na rotina e nas práticas coletivas; • Confeccionar ou solicitar material pedagógico específico para cada aluno; • Analisar a necessidade e o tipo de https://www.youtube.com/watch?v=Yg5tAfVJ7gQ Unidade 4 • O atendimento educacional especializado (AEE). A utilização das tecnologias assistivas como ferramentas no processo de ensino aprendizagem 74/167 apoio necessário; • Acompanhar a família nas necessidades de apoio terapêutico; • Apoiar o professor em suas intervenções em sala de aula. Tais modificações promovidas no currícu- lo, pelo professor,visam sempre permitir e promover a participação produtiva dos alunos que apresentam necessidades edu- cativas especiais no processo de ensino e aprendizagem na escola regular, juntamen- te com seus parceiros da mesma faixa etá- ria. A implementação das adaptações curricu- lares encontra-se no âmbito de responsa- bilidade e de ação exclusivos do professor, não exigindo autorização, nem dependen- do de ação de qualquer outra instância su- perior, nas áreas política, administrativa, e/ ou técnica. Portanto, fica claro que o professor é o gran- de mediador da aprendizagem, a peça-cha- ve para promover o aprendizado dos alunos, ou seja, são as suas intervenções pedagógi- cas que dirigem e orientam o aprendizado. 2. Tecnologias assistivas Qualquer produto, instrumento, estratégia ou serviço e prática utilizado por pessoa com deficiência e pessoas idosas, especial- mente produzido ou geralmente disponível para prevenir, compensar, aliviar ou neu- tralizar uma deficiência, incapacidade ou desvantagem e melhorar a autonomia e a Unidade 4 • O atendimento educacional especializado (AEE). A utilização das tecnologias assistivas como ferramentas no processo de ensino aprendizagem 75/167 qualidade de vida dos indivíduos, pode ser considerado uma tecnologia assistiva. No trabalho com autistas, os métodos de comunicação TEACCH, PECS e ABA buscam autonomia do autista, podendo ser consi- derados tecnologias assistivas, pois buscam melhorar uma defasagem na comunicação. Contudo, o autista se beneficiará de todas as estratégias e recursos que possam auxi- liar sua acessibilidade e independência no mundo e isso é tarefa da educação, como apoio da educação especial. Os recursos necessários à utilização e apli- cação dos métodos de comunicação são considerados apoio à inclusão, pois sem eles não é possível pensar a escola para os autistas. Além dos métodos de comunicação, exis- tem as tecnologias assistivas para autistas relacionadas ao ambiente de realidade vir- tual (RV), que vão favorecer o desenvolvi- mento da cognição social, e a adequação autista nas trocas de rotina. A realidade virtual já utilizada em várias ou- tras áreas do conhecimento amplia as pos- sibilidades terapêuticas das abordagens tradicionais. Através de um ambiente virtu- al integrado para a reabilitação cognitiva, terapeutas buscam estratégias aplicadas a diferentes tipos de desordens cognitivas. O autismo, como já foi dito, possui uma defa- sagem muito grande no desenvolvimento cognitivo social e os ambientes virtuais aju- dam com mudanças de rotinas, possibilida- des de abstração e estimulam a imaginação. Unidade 4 • O atendimento educacional especializado (AEE). A utilização das tecnologias assistivas como ferramentas no processo de ensino aprendizagem 76/167 Para saber mais No vídeo a seguir, temos um exemplo do uso da tecnologia assistiva com o apoio do ambiente vir- tual para autistas em aulas de música. Disponí- vel em: <https://www.youtube.com/watch?- v=sHwlsHh4OZ0>. Acesso em: 14 dez. 2016. Em autistas, a capacidade de imaginar e/ ou deduzir comportamentos adequados por leitura corporal ou por compreensão da realidade é extremamente complicada. Em um ambiente no qual podemos criar diver- sas possibilidades e explorar novas formas de comunicação, estaremos ampliando a capacidade cognitiva dessa criança. Não podemos dizer que as tecnologias as- sistivas sejam um pré-requisito para a esco- larização de alunos com TGDs, pois a inclu- são não possui pré-requisitos, sendo uma ideologia que deve estar presente na edu- cação como um todo sem esperarmos re- torno imediato, uma vez que o investimento que é feito hoje na educação inclusiva nos trará retorno a longo prazo. Mas essas estratégias são recursos impor- tantes na inclusão de todas as crianças com deficiência. As tecnologias estão presentes na nossa vida e precisam ser incorporadas pela escola naturalmente. À medida que conseguimos beneficiar alunos com defici- ência ou não, a tecnologia passa a ser ma- terial escolar de uso obrigatório. https://www.youtube.com/watch?v=sHwlsHh4OZ0 https://www.youtube.com/watch?v=sHwlsHh4OZ0 Unidade 4 • O atendimento educacional especializado (AEE). A utilização das tecnologias assistivas como ferramentas no processo de ensino aprendizagem 77/167 Glossário Perspectiva: modo através do qual alguma coisa é representada ou vista. Modo como se concebe ou se analisa uma situação específica; ponto de vista. Tudo o que se consegue ver ao longe; aqui- lo que os olhos alcançam desde um certo lugar; panorama. Reabilitação cognitiva: habilitar, dar capacidade e/ou condições de desenvolvimento cognitivo ao indivíduo que foi privado de desenvolvimento normal. Acessibilidade: as condições e possibilidades de alcance para utilização, com segurança e auto- nomia. Questão reflexão ? para 78/167 A inclusão das crianças com TGDs no ensino regular é possível? Quais maiores entraves para se efetivar esse processo realmente? 79/167 Considerações Finais • A educação especial na perspectiva da educação inclusiva prevê atendimento escolar para as crianças com TGDs preferencialmente no ensino regular com direito ao atendi- mento educacional especializado (AEE) em sala de recursos no contraturno; • Dentro da perspectiva de educação inclusiva, o AEE deve auxiliar o professor nas modi- ficações e adaptações necessárias para garantir a acessibilidade e o sucesso escolar de TODAS as crianças, inclusive as com deficiência ou TGDs; • Adaptação curricular é tarefa do professor regente de sala com apoio do professor es- pecialista e de toda a comunidade escolar pensando na efetivação da inclusão desses alunos; • As tecnologias assistivas ajudam nas adaptações necessárias e funcionam como apoio à escolarização das crianças com deficiência. É muito importante o investimento de re- cursos financeiros para que as tecnologias cheguem a todas as crianças que realmente precisem. Unidade 4 • O atendimento educacional especializado (AEE). A utilização das tecnologias assistivas como ferramentas no processo de ensino aprendizagem 80/167 Referências ASSUMPÇÃO, F.B. Jr. Transtornos Invasivos do Desenvolvimento Infantil. São Paulo: Lemos, 1997. BRASIL. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ar- quivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em: 15 out. 2016. BRASIL. Lei nº 13.146 de 6 de julho de 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci- vil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm>. Acesso em: 16 out. 2016. Brasil (1999). Adaptações Curriculares. Brasília: MEC / SEF / SEESP. CAMARGOS Jr., Walter et al. Transtornos Invasivos do Desenvolvimento: 3º Milênio. Brasília: CORDE, 2002. CASTANEDO, Celedonio. Autismo infantil: avaliação e intervenção psicopedagógica. In: GON- ZÁLEZ, Eugênio (coord.). Necessidades educacionais específicas. Porto Alegre: Artmed, 2007, p. 220-237. GAUDERER, E. C. Autismo e Outros Atrasos do Desenvolvimento – Uma atualização para os que atuam na área: do especialista aos pais. Brasília: SARVIER, 1985. http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm Unidade 4 • O atendimento educacional especializado (AEE). A utilização das tecnologias assistivas como ferramentas no processo de ensino aprendizagem 81/167 RIVIÈRE, Angel. O autismo e os transtornos globais do desenvolvimento. In: COLL, César; MAR- CHESI, Alvaro; PALACIOS, Jesus (Orgs.). Desenvolvimento psicológico e educação. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. p.234-254. 3v. SCHWARTZMAN, José Salomão, Autismo Infantil. Síndrome de Asperger. Brasília: CORDE, 2001. SPROVIERI, Maria Helena S. A integração da pessoa deficiente. In: A integração de pessoas com deficiência: Contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon; 1997. WILLIAMS, Chris; WRIGHT, Barry. Convivendo com autismo
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