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REUMATLOGIA – AULA 3 – P1 Dr. Laila Poubel – 19/02/2020 – Resumo da aula Lucas Ribeiro – Guilherme Neves – Anderson Bastos INTRODUÇÃO: A partir de agora a gente vai começar a falar das coisas mais interessantes, a gente vai começar a falar de doença autoimune. De agora para frente a gente vai ver as coisas ligadas a imunidade. ARTRITE REUMATÓIDE (AR): Lembrando do que a gente já falou na primeira aula, isso aqui é a evolução da doença se ela não for tratada, a gente tem uma articulação que está normal e vai inflamando até sequelar e anquilosar... e a gente quer tratar para que isso não aconteça. Então, definindo, o que é essa artrite reumatoide? Ela vai ser uma doença que não vai pegar só articulação, é também uma doença sistêmica, então ela vai estar acontecendo no corpo inteiro, ela é crônica e progressiva. Então, se a gente não der remédio e não fizer que essa inflamação pare, ela cronicamente só vai ficar evoluindo, de forma a levar a uma sequela e até uma coisa irreversível. Ela vai acometer então a membrana sinovial (sinovite), fazendo artrite (sinovite), se manifestando pelos sinais da inflamação (calor, rubor, edema, dor), ela pode levar também a destruição do osso (faz erosões nos ossos), e vai levar a deformidades típicas. A gente tem uma AR que pode ser inicial, no primeiro ano de doença é onde a gente chama ela de AR inicial. Sendo também chamada de AR muito inicial quando ela tem até 12 semanas, e inicial tardia quando tem de 12 semanas a 12 meses. É aqui que a gente vê nossa maior janela de oportunidade, é aqui que a gente deveria começar todo tratamento, pelo menos na AR inicial, para que a gente consiga combater essa inflamação antes que algo mais severo aconteça no organismo. Falando um pouco de números... até 1% da população branca pode ser afetada (adultos), as mulheres vão ser mais acometidas cerca de 3:1 (tem toda uma questão hormonal), surge mais entre a 4ª e 6ª década de vida (mas nada impede de surgir em outras idades), e a prevalência é de 2 a 10 vezes maior em parentes de 1º grau (é para a gente lembrar que a auto imunidade vem de uma veia genética). A reumato é uma especialidade que a gente não sabe muito como as coisas acontecem, mas a gente sabe tudo que acontece depois para chegar aquela clínica. Então, a etiologia é desconhecia, mas a patogênese pode ser multifatorial, a gente sabe que múltiplos fatores podem estar envolvidos para a pessoa que já é geneticamente predisposta fazer acontecer e fazer com que o sistema imunológico dela comece a trabalhar produzindo autoanticorpos. Então, de uma faze que seja pré-articular (quando a AR existe, mas não está dando nem dor articular), desde essa fase vai haver perda da auto tolerância, e consequente auto imunidade, que a gente vai ativar os linfócitos e vai formar os autoanticorpos. O que é essa auto tolerância? “A tolerância imunológica é definida como a não responsividade a um antígeno, e nós temos antígenos próprios, e essa auto tolerância é a tolerância a esses nossos próprios antígenos, a partir do momento que aconteça essa perda da auto tolerância a gente vai ter a auto imunidade, gerando as doenças auto imunes. Então, a partir do momento que a gente vai ter esse motivo para ter inflamação, vão sendo recrutados para a membrana sinovial vários tipos celulares (macrófagos, células B e T, célula dendrítica), e a permanência dessas células aqui faz com que haja uma inflamação crônica e a permanência dessa inflamação crônica vai gerar a destruição da cartilagem e do osso. Geneticamente a gente explica até 15% das AR, e alguns genes estão associados a doença, como os genes não HLA (PTPN22 e o CTLA4). Além do sexo feminino, existe também um HLA que predispõem a presença dessa doença, que o HLA-DRB1, alguns alelos nele contém uma sequência chamada Epítopo Compartilhado, lá na região 70-74mais ou menos, a gente um REUMATLOGIA – AULA 3 – P1 Dr. Laila Poubel – 19/02/2020 – Resumo da aula Lucas Ribeiro – Guilherme Neves – Anderson Bastos pedaço que podemos determinar que é anti gênico, ele pode se ligar a superfície celular, esse é o Epítopo Compartilhado... se você tem essa sequência de aminoácidos você é mais susceptível a ter AR, a sua AR tendencialmente pode ser mais grave também. A presença de dois alelos susceptíveis em uma pessoa, confere a ela uma maior tendência a desenvolver AR e um pior prognóstico (uma AR que já vai ter erosão desde muito cedo na doença e quanto mais). O tabagismo é indiscutível em relação a AR, a pessoa que fuma tem cerca de 20 vezes mais chance de desenvolver AR, porque o cigarro ajuda a fazer a citrulinização, que nada mais é do que a troca dos aminoácidos de Arginina por Citrulina através da enzima (*PAD 4) que vai fazer essa troca. Por isso é só pensar, a pessoa já tem uma perda da auto tolerância e ainda troca os aminoácidos de lugar, logo a gente vai ter reações contra essa proteínas que estão Citrulinadas. É aí que vai aparecer no exame de sangue uma coisa chamada Anti-CCP... e isso é o que mais precocemente vai aparecer na AR e vai ser o mais específico. Obs.: a citrulinização é um reação que troca os aminoácidos arginina na cadeia por citrulina, formando proteínas Citrulinadas. O nosso corpo vai reagir contra essas proteínas e para isso forma o Anti-CCP, que atua contra essas proteínas. E é isso que a gente vai conseguir achar no exame de sangue, o Anti-CCP. EXAME DE SANGUE PARA PESQUISA DE ANTI-CCP É O MAIS ESPECÍFIO E MAIS PRECOCE PARA ARTRITE REUMATÓIDE. Obs.: não é só o cigarro que faz isso, tanto que pessoas que não fumam também desenvolvem, ele é uma das coisas que ajuda, mas não é a única coisa. A gente caracteriza essa doença pelo seguinte, nós estamos falando de uma inflamação da sinóvia (sinovite), vai hiperplasiar e aumentar a vascularidade, e vai formar o Pannus... essa sinóvia vai ficando gordinha, inchada, edematosa e vai hiperplasiando (cheio de célula inflamatória dentro), isso aumenta o fluxo sanguíneo (neoangiogenese – gera calor) e por fim forma esse Pannus (nada mais é do que um tecido de granulação recobrindo a cartilagem e o osso, e nesse tecido existem enzimas que invadem o osso e é aí que começam as erosões e a destruição desse osso). Nessa sinóvia então vai ter um monte de infiltração de leucócito, imunossupressão de moléculas de adesão, enzimas proteolíticas e um monte de interleucinas, os linfócitos B vão atuar apresentando os antígenos fazendo com que haja a produção de auto anticorpos. DIAGNÓSTICO: A gente os critérios classificatórios. Agora além da clínica, a gente tem que pedir exames laboratoriais e imagens. Quais são as manifestações clínicas? Por estarmos falando de doenças que podem ser sistêmicas, qualquer sintoma sistêmico (tipo febre, fadiga, mal estar, mialgia) no começo são muito comuns. Os sintomas podem estar ligados não só a articulação, como extra articulação – então, vamos ter os sintomas articulares e os extra articulares. O que vai estar acontecendo nessa articulação? A gente vai falar de poli artrite (4 articulações ou mais), geralmente é isso que vai chegar na reumatologia. O que a gente pergunta muito no ambulatório é se tem rigidez matinal, se acordou travadinho (acontece muito pois é uma dor inflamatória); O acometimento inicial é o seguinte: interfalangena proximal -> metacarpo falangeanas -> punhos -> pés; É uma doença de pequenas articulações, então ela prefere muito as articulações pequenas, mas é claro que no decorrer da doença ela vai pegar em algum momento uma grande articulação (cotovelo, joelho). E com a cronicidade, ela pode ainda atingir outras articulações como ATM (temporo mandibular) e coluna cervical. REUMATLOGIA – AULA 3 – P1 Dr. Laila Poubel – 19/02/2020 – Resumo da aula Lucas Ribeiro – Guilherme Neves – Anderson Bastos E aí, aquilo que a gente já começou a falar na primeira, paraque a gente e possa lembrar como é uma mão reumatoide. Os lugares de dor são punho, metacarpo e interfalangianas proximais, ela polpa as interfalangianas distais. Uma mão acometida já a um tempo vai começar a apresentar um punho alargado (inchado), atrofia da musculatura interóssea (está doendo, não usa, atrofia), vai tendo um desvio ulnar dos dedos, e as deformidades típicas. Isso aqui é um dedo em Boutonniere, na interfalangiana distal está acontecendo uma hiperextensão, a interfalangiana proximal está fazendo uma flexão. Agora, no pescoço de cisne é o contrário, vai haver uma hiperextensão da proximal e uma flexão da distal. O polegar na mão reumatoide parecendo um “Z” (também é comum), desvio ulnar dos dedos, atrofia dos enterócitos, tudo isso é interessante saber sobre a mão. E o mesmo que ocorre na mão, também está acontecendo no pé, o pé dá uma desabada, fica mais plano, os dedos vão se desviando lateralmente (dedo em martelo). E aí vem o que a gente falou, se a gente olhar o pescoço, o ligamento transverso do Atlas impede o deslizamento de C1 sobre C2, se a gente começa a ter artrite ali, esse ligamento começa a ficar inflamado, perder a competência e simplesmente o deslizamento ocorre, acontece então uma tetraplegia nesse paciente. Então, obviamente se você suspeita de um AR nessa região cervical, você já deve colocar logo um colar cervical. Isso é a luxação atlanto-axial. O que pode acontecer extra articular? O paciente pode ter a presença de nódulos reumatoides, sorologias positivas em altos títulos (fator reumatoide, Anti-CCP), e é uma doença muito mais poli articular. A presença de nódulos reumatoides significa um pior prognóstico para esse paciente. O olho pode estar seco, pode ter esclerite, pode ter escleromalácia, episclerite... perceba como é difícil perceber isso, quem vai conseguir ver é o oftalmologista, que vai usar aparelhos para ver qual a camada acometida. Se isso não for tratado pode evoluir formando escleromalácia, que pode perfurar a qualquer momento e a gente perde a visão ou até mesmo perde o globo ocular (dependendo da situação). No pulmão pode acontecer muita coisa, quando acometido a mortalidade aumenta em 20%, nele pode ocorrer pneumopatia, pneumonite intersticial, presença de nódulos, derrame pleural exsudativo, fibrose intersticial. E aí lembrando, que nas provas de residência, na análise do líquido pleural, a glicose aqui é muito baixa -> derrame pleural da AR, a glicose é muito baixa, ele é um exsudato e pode até se achar fator reumatoide no líquido. REUMATLOGIA – AULA 3 – P1 Dr. Laila Poubel – 19/02/2020 – Resumo da aula Lucas Ribeiro – Guilherme Neves – Anderson Bastos No pulmão, podemos ter nódulos - podemos ter uma pneumonite em organização (POC) que são várias áreas de consolidação que as vezes podem até mudar de lugar - pode ter também a presença de vidro fosco principalmente periférico (Nisic*) e fala a favor de atividade de doença - e podemos ter também uma fibrose, que é quando o vidro fosco já virou fibrose (já não tem muito o que fazer pois não existe inflamação ativa, só resquícios do que já foi), é aqui que se formam os favos de mel, é o Faveolamento. No coração nós podemos ver pericardite, miocardite, defeitos na condução (alguma arritmia). Vamos lembrar sempre que a causa cardíaca é a principal causa de morte desses paciente, seja IAM, doença coronária... ou seja, é um fator de risco independente e significativo você ter uma artrite reumatoide (assim como é o lúpus por exemplo). Tem que saber isso, se tem AR, tem mais chance de infartar. O SNC pode sofrer com uma subluxação da cervical (ter um desvio e até ficar tetraplégico), pode aparecer nódulos. Na pele podemos ter sinal de Renault, vasculite (necrose por conta de vasculite). Hematologicamente, pode ter a síndrome de Felty, que dá leucopenia, linfonodomegalia, esplenomegalia. E lembrar também que existe amiloidose renal... qualquer doença que te inflame a vida inteira pode gerar amiloidose no seu rim... isso vai acontecer mais nas doenças reumatológicas do que nas pessoas sem doença. LABORATÓRIO: Os agentes de fase aguda, que o fígado vai estar produzindo, vão ser por exemplo VHS e PCR (que vão estar aumentados quando houver atividade da doença). Lembrar também dos anticorpos específicos para essa doença, que é o Fator Reumatoide e o Anti-CCP. Como já foi dito, o Fator Reumatoide nada mais é do que uma IgM dirigida contra a porção FC de uma IgG, e ela em autos títulos vai gerar mais deformidade, mais erosão – assim como o Anti- CCP, se o título é mais auto a doença é pior. Lembra sempre, o Anti-CCP é mais precoce e mais específico (95% de especificidade), falou no Anti-CCP é falar em AR. Lembrar sempre que a gente não trata exame, o valor desse exame (positivo ou negativo), vai ser dentro de um paciente que tem uma clínica compatível, que pode ter um RX alterado ou não... caso ele tenha esses marcadores alterado e a sorologia, aí a gente faz o diagnóstico e trata... mas a gente nunca trata de acordo com o valor do exame. O RX -> o que eu preciso saber de RX de AR? Eu preciso ver um aumento das partes moles, preciso ver uma simetria (e uma coisa que acontece simetricamente na maioria das vezes – dois punhos, dois joelhos), e as deformidades típicas (dedo em pescoço de cisne, desvio ulnar, e entre outros). O marco principal dessa doença é a erosão (buracos no tecido ósseo – é o Pannus destruído a articulação). A diminuição do espaço articular também vai ser vista na imagem (nem sempre vai ser simétrico). Existe uma outra coisa ainda, chamada de osteopenia justa articular, quando você faz um RX normal da mão você vê que ele é mais pretinho perto das articulações, na AR (e outras doenças inflamatórias) esse pretinho é um pouco mais acentuados, a isso a gente dá o nome de osteopenia justa articular. Os cistos ósseos também são presentes no RX. Lembra que a gente falou da USG e que nela a gente conseguir ver os vasos que estão sendo feitos (angiogênese). (*imagem do USG), aqui é uma imagem da metacarpo e da interfalangiana, a gente vê tipo uma “calcinha pretinha”, isso é a sinóvia e está normal, o power Dopple está normal (PD1). Agora a segunda imagem tem uma sinóvia muito maior, tem muito mais power doppler acontecendo dentro dela (PD2). CRITÉRIOS CLASSIFICATÓRIOS: Na AR nós temos esses critérios, que usamos muito para fazer trabalho científico. O ACR (colégio americano de reumatologia) fez um critério em 2010, ele é muito usado para diagnóstico precoce, você soma os pontos e se der um resultado maior que 6 quer dizer positivo para AR. REUMATLOGIA – AULA 3 – P1 Dr. Laila Poubel – 19/02/2020 – Resumo da aula Lucas Ribeiro – Guilherme Neves – Anderson Bastos Isso é o que a gente precisa lembrar para fazer esse tipo de diagnóstico, é importante entender isso (é mais importante entender do que decorar). Lá no ambulatório a gente vai fazer algus índices de atividade (vamos fazer para o lúpus, para AR). O índice da AR é DAS28, em que a gente vai avaliar 28 articulações, colocar isso em uma tabela (o que está inchado, o que está com dor), e a gente vai dar um número para o paciente. Isso é para a gente falar o seguinte, por exemplo, “está acima de 5.1, então está em alta atividade; será que esse paciente não precisa trocar de medicação?”... isso é uma coisa que eu não preciso de índice para ver, mas que a gente tem que saber para todo mundo no mundo falar a mesma língua. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: E obviamente que a gente vai falar de diagnóstico diferencial de artrite, o que causa artrite? Hipotireoidismo – Gota – HIV – Gonorreia Então, tudo que causa artrite é diagnóstico diferencial para artrite reumatoide. (dar uma olhada nos slides, tem muitos exemplos lá). FATOR DE PIOR PROGNÓSTICO: O que a gente passou a aula toda falando, o que é fatorde pior prognóstico para esse paciente? É fumar, ter o epítopo compartilhado, é ser do sexo feminino, presença de fator reumatoide ANTI-CCP em altos título. Tudo isso faz com que a doença seja mais agressiva. TRATAMENTO: Para falar de tratamento de AR, é preciso falar o nome de uma droga, que vai ser o padrão, é o que vai mudar a vida desses pacientes – é o METOTREXATO (MTX). Essa droga mudou a vida de todo mundo e elevou muito a expectativa/qualidade de vida desses pacientes. Chegou um paciente, você pode fazer um corticoide em baixas doses, um analgésico comum, um anti inflamatório, não tem problema nenhum... tudo isso pode ser REUMATLOGIA – AULA 3 – P1 Dr. Laila Poubel – 19/02/2020 – Resumo da aula Lucas Ribeiro – Guilherme Neves – Anderson Bastos associado ao MTX quando você fizer o diagnóstico (no começo o MTX leva umas semanas para fazer o efeito). Então, se a pessoa usar o MTX por 3 meses e não fizer efeito (não deu certo), ou você troca ou associa. Você vai associar com mais um DIMARD (droga modificadora do curso da doença) – o Metotrexato é um DIMARD, a Leflunamida também é. Se mesmo com a associação, depois de mais 3 meses, não tiver dado certo, a gente pode passar para o biológico (são caras), que vão atuar no início da inflamação – são os Anti TNF, Anti Interleucina. O que precisa saber é o MTX, vai ser usado em outras doenças também, e é o grande foco do tratamento. O MTX é um Antimetabólito Antifólico, ela vai comer ácido fólico, ela compete com a enzima (DHFR), levando a uma inibição da síntese de DNA. Por isso você precisa repor ácido fólico. Então, isso vai acabar sendo como uma quimioterapia, fechando o ciclo celular e acabando com o DNA. A gente vai poder o usar o MTX em várias doenças, como vasculite, espôndilo, lúpus, AR. Tem apresentações de via oral, subcutânea e intramuscular. É excretado pelos rins. E a dose é semanal. O início de ação pode ser em até 6 semanas. Pode ter efeitos colaterais como náuseas, vômitos, diarreia, alopecia. E pode ter efeitos tóxico mais graves, hepáticos, hematológicos e pulmonares. As contra indicações são IRC, hepatopatas, etilistas, leucopênico, plaquetopênico, mielodisplasia. “NUNCA USAR EM GRÁVIDAS -> PORQUE É TERATOGENICO PARA CARAMBA” Por isso tem que educar a paciente, falar de contracepção, por que se ela engravidar tomando o MTX vai dar ruim, muito ruim. Outra coisa importante no tratamento é a fisioterapia, o paciente não pode ficar parado para não deixar o movimento daquela articulação se perder. CASIN: Uma menina, 29 anos, se referia que a 3 meses sente dor em pés, mão e punhos (artralgia), associado a edema, calor, rubor. “Já podemos falar que é uma artrite. Mas qual artrite? Vamos ver.” Ela refere incapacidade funcional naquelas articulações afetadas. “Quando a gente inflama a articulação, o movimento vai ser doloroso, por vezes o paciente vai parando de fazer o movimento.” Ela fazia o uso de anti inflamatórios, que melhoravam, mas a dor voltava quando acabava a medicação. No exame físico viu-se artrite na metacarpo falangeanas, tinha nas interfalangianas proximais, nos punhos. Na história familiar a mãe tinha lúpus e tireoidite de Hashimoto. A impressão diagnóstica é AR (pegou pequenas articulações – pé, mão, punho – é mulher, jovem). A gente pode solicitar no exame de sangue um, Fator reumatoide, VHS, PCR, Anti-CCP. De imagem pediríamos RX. A gente precisa nesse primeiro momento excluir algumas coisas (pois pode ou não ser reumatológico). Então, a gente precisa falar de sorologia de hepatite B e C (anti HBS, anti HBC, HBS AG), HIV (anti HIV 1 e anti HIV 2), VDRL, TSH, T4 livre. A gente precisa fazer isso para todo mundo, é preciso excluir que tem esses diagnósticos juntos permeados a AR. Hoje, na nossa região, devido a epidemia de chicungunha a gente pede exame também, para saber se teve ou não. A conduta nesse momento vai ser analgesia, pode usar, dipirona, pode usar um corticoide em baixas doses, pode usar anti inflamatório, pode usar pomada e gelo.
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