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FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO Jessica Lemos Pinheiro Fisioterapeuta Especialista em Atenção Básica e Saúde da Família Mestranda em Gestão de Sistemas de Saúde 1º AULA Introdução a Fisiologia do Envelhecimento Definição de Fisiologia Fisiologia vem do grego physis = natureza e logos = palavra ou estudo é o ramo da biologia que estuda as múltiplas funções mecânicas, físicas e bioquímicas nos seres vivos. Sinteticamente, a fisiologia estuda o funcionamento do organismo. Do ponto de vista Fisiológico . . . O envelhecimento consiste num gradual declínio de todas as estruturas e funções fisiológicas, que estão predefinidas pelo nosso relógio biológico. Outras definições de envelhecimento O envelhecimento é um "processo de diminuição orgânica e funcional, não decorrente de doença, e que acontece inevitavelmente com o passar do tempo. Considera-se o envelhecimento como um fenômeno natural, mas que geralmente apresenta um aumento da fragilidade e vulnerabilidade, devido à influência dos agravos à saúde e do estilo de vida. O envelhecimento pode ser dividido em três dimensões: biológica, cronológica e social. (ERMINDA, 1999) “ Um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio-ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte.” Outras definições de envelhecimento Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), 2018. “o corpo vai envelhecendo, os nervos, os ossos né, tem problemas... eu tenho problemas de pressão” (O. P. S., 78 anos) “eu acho que é quando fica doente” (O. S., 68 anos) “é a doença, é a falta de família, com o tempo a gente envelhece, não tem família, fica num asilo esperando que um ou outro vai lá dá uma palavrinha alegre” (O. S., 68 anos) “...conheço tanta gente aqui em Itajaí. Conheci pequeninos (...) hoje já tem neto até, já é uma coisa que a gente, se a gente morre cedo não vê, mas se morre mais tarde acompanha...” (A. J. A., 73 anos) “Eu sei que tô envelhecendo pela data” (A. J. A., 73 anos) “A gente nunca se sente velho, mesmo, eu nunca senti” (O. S., 68 anos) Ploner, KS. O significado de envelhecer para homens e mulheres. Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2008. Percepções do envelhecimento Senescência Abrange todas as alterações que ocorrem no organismo humano no decorrer o tempo e que não configuram doenças. São, portanto, as alterações decorrentes de processos fisiológicos do envelhecimento. Entre os exemplos de senescência temos: - O aparecimento de cabelos brancos ou a queda deles; - A perda de flexibilidade da pele e o aparecimento de rugas; - A redução da estatura e a perda de massa muscular. São fatores que não provocam o encurtamento da vida. Brasil. Ministério da Saúde. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Cadernos de Atenção Básica, Brasília, n. 19, 2006. Senilidade É definida como as condições que acometem o indivíduo no decorrer da vida devido a mecanismos fisiopatológicos. São alterações decorrentes de doenças crônicas (hipertensão, diabetes, insuficiência renal e cardíaca, doença pulmonar crônica dentre outras), de interferências ambientais e de medicamentos e que podem comprometer a funcionalidade e a qualidade de vida das pessoas. Brasil. Ministério da Saúde. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Cadernos de Atenção Básica, Brasília, n. 19, 2006. 5 Is da Geriatria Iatrogenia “Doenças ou complicações iatrogênicas, são aquelas decorrentes da intervenção do médico e/ou da equipe, seja esta intervenção certa ou errada, mas da qual resultam consequências prejudiciais para a saúde do paciente.” Exemplos: - Erro médico; - Negligência; - Efeitos secundários a tratamentos; - Efeitos colaterais de medicações (Carvalho-Filho e et, al., 1996) Instabilidade Postural/Quedas “IDOSO CAIDOR” Instabilidade Postural/Quedas AVALIAÇÃO MULTIPROFISSIONAL Incapacidade de se deslocar sem o auxílio de outra pessoa, com finalidade de atender às necessidades da vida diária. Pode o paciente estar restrito a uma poltrona ou ao leito. Imobilidade FATORES PREDISPONENTES - Osteoartrose; - Doenças reumáticas; - Sequelas de fraturas; - DPOC, ICC e AVC - Desnutrição e Desidratação; - Parkinson; - Demência; - Depressão. POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS - Depressão; - Confusão mental; - Hipotensão e constipação intestinal; - Incontinência e Infecção Urinária; - Trombose Venosa e embolia pulmonar; - Pneumonia e broncoaspiração; - Úlcera de pressão; - Atrofia muscular – Sarcopenia; ORIENTAÇÕES PREVENTIVAS - Mudança de decúbito a cada 2h; - Atenção ao posicionamento; - Colchão de água e caixa de ovo; - Óleos e hidratantes; - Curativos apropriados; - Diálogo com os familiares; QUEIXAS DE MEMÓRIA - 30% dos idosos em geral; - 75% dos idosos internados. Fatores que interferem na memória: - Idade; - Ansiedade; - Estresse; - Isolamento; - Psicofármacos. Insuficiência Cerebral DEPRESSÃO Sinais de alerta para depressão no idoso: - Queixas somáticas desproporcionais aos achados dos exames clínico e complementares; - Alterações do comportamento e da conduta; - Perda da capacidade funcional; - Distúrbio de memória; - Dor crônica; - Reação anormal ao luto; - Mudanças na vida social; - Institucionalização; - Etilismo de início recente. DEMÊNCIAS Tipos de demências - Alzheimer; - Demência Vascular; - Demência Fronto temporal; - Demência dos Corpos de Levy; - Demência na Doença de Parkinson. Insuficiência Cerebral DELIRIUM É uma síndrome neurocomportamental, causada pelo comprometimento transitório da atividade cerebral, obrigatoriamente em função de distúrbios sistêmicos. O prejuízo cognitivo decorre da quebra da homeostase /bom funcionamento do cérebro e da desorganização da atividade neural. FUNÇÕES COGNITIVAS ALTERADAS Linguagem Atenção Imaginação Compreensão Concentração Memória Raciocínio Julgamento Afetividade Percepção Incontinências Incontinência de esforço: associada a atividades que envolvam aumento da pressão intra-abdominal como tossir, espirrar ou pegar em objetos pesados. Incontinência de urgência: a pessoa sente uma vontade súbita e intensa para ir à casa de banho; Incontinência mista: há uma mistura de incontinência de esforço com incontinência de urgência; Incontinência por extravasamento: ocorre quando a bexiga está muito cheia e a pressão é maior do que a resistência uretral. INCONTINÊNCIA URINÁRIA INCONTINÊNCIA FECAL Processo de envelhecimento: módulo 203: manual do estudante. Escola Superior de Ciências da Saúde, 2011. Recapitulando . . . Me encontre . . . @reabilitaja https://m.youtube.com/channel/UC4QjiCvyj1nCJpgkqAZ4q4g Reabilita Já Reabilita Já https://m.youtube.com/channel/UC4QjiCvyj1nCJpgkqAZ4q4g OBRIGADA E ATÉ A PRÓXIMA AULA! O conteúdo desse curso foi oferecido pelo Centro Educacional Sete de Setembro em parceria com a Professora Jessica Lemos Pinheiro. FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO Jessica Lemos Pinheiro Fisioterapeuta Especialista em Atenção Básica e Saúde da Família Mestranda em Gestão de Sistemas de Saúde 2º AULA ASPECTOS FISIOLÓGICOS BÁSICOS DO ENVELHECIMENTO O nosso organismo apresenta 4 tipos de idades: • A idade cronológica (calendária) está relacionada com a data de nascimento. • A idade biológica (individual) é revelada pelo organismo, de acordo com as condições teciduais, quando comparadas aos valores normativos. • A idade psicológica é demonstrada por aspectos como desempenho, maturação mental e soma de experiências. • A idade social está relacionada com a estrutura organizacional de cada sociedade. O sujeito pode variar de jovem a velho em diferentes sociedades. Patologia A Patologia (derivado do grego pathos: sofrimento, doença; logus: ciência, estudo) é o estudo das alterações estruturais e funcionais das células, dos tecidos e dos órgãos que estão ou podem estar sujeitos a doenças. Pelo uso de técnicas microbiológicas, imunológicas e exames moleculares, a patologia tenta explicar as razões e a localização dos sinais e sintomas manifestos pelos pacientes, enquanto fornece uma base para os cuidados clínicos. Patologia • Tradicionalmente, a patologia é dividida em: Patologia geral: Está envolvida com as reações básicas das células e tecidos a estímulos anormais provocados pelas doenças. Patologia especial: Examina as respostas específicas de órgãos e tecidos a estímulos mais ou menos definidos. A patologia engloba áreas diferentes como: 1) Etiologia: estuda as causa das doenças. 2) Patogenia: é o processo do estímulo inicial até a expressão morfológica da doença. 3) Alterações morfológicas: alterações estruturais em células e tecidos características da doença. 4) Fisiopatologia: Estuda os distúrbios funcionais e significado clínico. A natureza das alterações morfológicas e sua distribuição nos diferentes tecidos. Pode determinar as características clínicas, o curso e também o prognóstico da doença. HOMEOSTASE • A homeostase é a capacidade dos sistemas biológicos de permanecerem em estado de equilíbrio mesmo em condições de constante alteração do meio externo. • Essa capacidade ocorre por meio dos processos fisiológicos que atuam de maneira coordenada no nosso corpo e que impedem as variações do organismo. • Podemos citar o controle da temperatura, pressão arterial e a frequência cardíaca. FUNÇÃO ENDÓCRINA O sistema endócrino é composto por um grupo de glândulas e órgãos que regulam e controlam várias funções do organismo por meio da produção e secreção de hormônios. • Alteração nos receptores de insulina –intolerância à glicose. • Baixa do hormônio melatonina – regula o sono; • Baixa de hormônio paratireoidiano, especialmente em mulheres, causando a diminuição da vitamina D e a baixa absorção de cálcio – osteoporose; • Disfunção hepática – diminuição no metabolismo de medicamentos; • Baixa de hormônios sexuais. • Nas mulheres, o declínio da concentração de estrogênio dá origem à menopausa. Nos homens, em geral ocorre uma redução gradativa da concentração de testosterona. SISTEMA IMUNÓLOGICO Pereira SRM In: Freitas EV, PyL (Org). Tratado de geriatria e gerontologia. Cap14 –Fisiologia do Envelhecimento. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. IMUNOSENESCÊNCIA • O sistema imunológico vai perdendo a sua capacidade de distinguir o que é próprio do que não é próprio do corpo (ou seja, de identificar antígenos estranhos). Os distúrbios autoimunes tornam-se mais frequentes. • Macrófagos destroem bactérias, células cancerígenas e outros antígenos mais lentamente. • Células T respondem mais lentamente aos antígenos (que lembram dos antígenos anteriormente encontrados). • Existem menos glóbulos brancos - O organismo é menos capaz de reconhecer e de se defender antígenos. • Menor quantidade de proteínas de complemento em resposta às infecções bacterianas. INFECÇÕES https://www.msdmanuals.com/pt/casa/doenças-imunológicas/biologia-do-sistema-imunológico/imunidade-inata#v778656_pt https://www.msdmanuals.com/pt/casa/doenças-imunológicas/biologia-do-sistema-imunológico/imunidade-adquirida#v778750_pt https://www.msdmanuals.com/pt/casa/doenças-imunológicas/biologia-do-sistema-imunológico/considerações-gerais-sobre-o-sistema-imunológico#v778514_pt https://www.msdmanuals.com/pt/casa/doenças-imunológicas/biologia-do-sistema-imunológico/imunidade-inata#v778702_pt FUNÇÃO NEUROLÓGICA Parte da cognição pode sofrer certa deterioração nas pessoas idosas saudáveis, como a velocidade do processamento cognitivo, menor destreza para executar movimentos finos e problemas com a memória recente. (Vander Zee, 2015). Pereira SRM In: Freitas EV, PyL (Org). Tratado de geriatria e gerontologia. Cap14 –Fisiologia do Envelhecimento. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017 • Diminuição de água intra e extracelular – diminuição de massa cerebral. • Menor número de neurônios e sinapses. • Maior prevalência de demências. • Declínio de algumas funções cognitivas. • Processamento de informação mais lento. • Redução do número de neurotransmissores (acetilcolina e dopamina). • Redução da velocidade de condução nervosa (alteração nos reflexos). FUNÇÃO CARDÍACA • O miocárdio sofre degeneração muscular com substituição de células miocárdicas por tecido fibroso. • Acúmulo de gordura nos átrios e septo interventricular. • No pericárdio e endocárdio, ocorre aumento do colágeno. • Modificações que são decorrentes do desgaste progressivo e da perda de elasticidade e maior rigidez nas paredes arteriais. Isso provoca aumento da calcificação das artérias e propicia o desenvolvimento de arteriosclerose. • Aumento progressivo da PA; • Redução da FC e DC. Pereira SRM In: Freitas EV, PyL (Org). Tratado de geriatria e gerontologia. Cap14 –Fisiologia do Envelhecimento. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. FUNÇÃO CARDÍACA FUNÇÃO RESPIRATÓRIA • Diminuição da complacência pulmonar; • Diminuição de superfície de troca gasosa; • Diminuição do surfactante pulmonar - atelectasias; • Clearance mucociliar diminuído -acúmulo de secreção; • Diminuição do reflexo da tosse. Pereira SRM In: Freitas EV, PyL (Org). Tratado de geriatria e gerontologia. Cap14 –Fisiologia do Envelhecimento. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. SUSCEPTIBILIDADE À PNEUMONIA FUNÇÃO RENAL • Perda progressiva de massa renal; • Diminuição da capacidade renal, estando os idosos mais propensos à hiponatremia (sódio) e à hipopotassemia (potássio); • Poliúria – urinar mais vezes e a noite. • O volume máximo de urina que a bexiga pode conter diminui. • A capacidade de uma pessoa em retardar a micção após a primeira sensação de necessidade de urinar também diminui. Pereira SRM In: Freitas EV, PyL (Org). Tratado de geriatria e gerontologia. Cap14 –Fisiologia do Envelhecimento. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. SISTEMA HEMATOLÓGICO Pereira SRM In: Freitas EV, PyL (Org). Tratado de geriatria e gerontologia. Cap14 –Fisiologia do Envelhecimento. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. • Diminuição da hemoglobina e hematócrito - anemia; • Diminuição do número de hemácias; • Alterações nos fatores de coagulação estado pró-coagulante, importante fator de risco para trombose venosa profunda. INCONTINÊNCIA URINÁRIA NÃO É NORMAL! Pereira SRM In: Freitas EV, PyL (Org). Tratado de geriatria e gerontologia. Cap14 –Fisiologia do Envelhecimento. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. A frequência e a importância do evento estão associadas às repercussões emocionais e sociais. Muitas causas são reversíveis – delírio, restrição de mobilidade, retenção urinária, infecção e efeito medicamentoso. SEXUALIDADE Pereira SRM In: Freitas EV, PyL (Org). Tratado de geriatria e gerontologia. Cap14 –Fisiologia do Envelhecimento. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. - 74% dos homens e 56% das mulheres casadas mantêm vida sexual ativa após os 60 anos. - Alterações fisiológicas na genitália feminina e masculina; - Baixa hormonal (especialmente nas mulheres); - Redimensionamento da sexualidade e atividade sexual. Infecções Sexualmente Transmissíveis - IST • Segundo o Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2017, foram registrados 2.217 casos de aids no Brasil, em 2016, entre pessoas com 60 anos de idade ou mais. “Existe ainda uma educação repressora e preconceito da sociedade e dos próprios idosos quanto à atividade sexual.” • Outro ponto importante são as doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, alterações no nível de colesterol e doenças nos rins, que são mais comuns em idosos. • É preciso ainda ficar atento a doenças secundárias, como insuficiência renal, perda óssea, problemas cardiovasculares e no fígado, alterações metabólicas e declínio cognitivo. Mas a principal causa de morte relacionada à infecção é a tuberculose, responsável por mais de um terço dos óbitos. http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2017/boletim-epidemiologico-hivaids-2017 https://drauziovarella.uol.com.br/entrevistas-2/tuberculose-2/ Agentes Farmacológicos • O uso racional de agentes farmacológicos deve ser estimulado, principalmente aos idosos. • Sabemos que o consumo de medicamentos são essenciais para uma melhora qualidade de vida de pessoas portadoras de doenças, entretanto, a vulnerabilidade biológica dos idosos é conhecida, estudada e divulgada, e o consumo de medicamentos realizados por eles devem ser utilizados de maneira segura e consciente. DIFICULDADE DE ADESÃO COMPROMETIMENTO DA FUNÇÃO RENAL E HEPÁTICA POLIFÁRMACIA EFEITOS COLATERAIS/REDUÇÃO DO EFEITO CLÍNICO COMORBIDADES Me encontre . . . @reabilitaja https://m.youtube.com/channel/UC4QjiCvyj1nCJpgkqAZ4q4g Reabilita Já Reabilita Já https://m.youtube.com/channel/UC4QjiCvyj1nCJpgkqAZ4q4g OBRIGADA E ATÉ A PRÓXIMA AULA! O conteúdo desse curso foi oferecido pelo Centro Educacional Sete de Setembro em parceria com a Professora Jessica Lemos Pinheiro. FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO Jessica Lemos Pinheiro Fisioterapeuta Especialista em Atenção Básica e Saúde da Família Mestranda em Gestão de Sistemas de Saúde 3º AULA ASPECTOS FISIOLÓGICOS BÁSICOS DO ENVELHECIMENTO PESO E ALTURA • Diminuição da altura em aproximadamente 1 cm por década (encurtamento dos discos vertebrais, enrijecimento das articulações e cifose dorsal); • Acúmulo de gordura e redução de massa magra – obesidade sarcopênica; • Aumento do tecido gorduroso (distribuição centrípeta); • Redução do peso dos órgãos; • Redução do peso total a partir dos 65 anos. Pereira SRM In: Freitas EV, PyL (Org). Tratado de geriatria e gerontologia. Cap14 –Fisiologia do Envelhecimento. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. Perda muscular acelerada, chegando a 30%, por década, aos 70 anos e, praticamente a metade aos 80 anos. Essa redução ocorre tanto em número quanto no volume das fibras (especialmente o m. esquelético). MUSCULATURA A atividade física, independentemente da idade, aumenta a força e a velocidade muscular, além de prevenir perda óssea, quedas, hospitalizações e melhorar a função articular. Pereira SRM In: Freitas EV, PyL (Org). Tratado de geriatria e gerontologia. Cap14 –Fisiologia do Envelhecimento. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. MARCHA, POSTURA E EQUILÍBRIO • Há redução na amplitude dos movimentos, tendendo a modificar a marcha, passos mais curtos e mais lentos com tendência a arrastar os pés. • A base de sustentação se amplia e o centro de gravidade corporal tende a se adiantar, em busca de maior equilíbrio. Pereira SRM In: Freitas EV, PyL (Org). Tratado de geriatria e gerontologia. Cap14 –Fisiologia do Envelhecimento. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017 QUEDA! DISTRIBUIÇÃO (%) DOS IDOSOS SEGUNDO DOENÇAS CRÔNICAS REFERIDAS. SÃO PAULO, ESTUDO SABE, 2015-2017. DISTRIBUIÇÃO (%) DOS IDOSOS SEGUNDO OUTRAS CONDIÇÕES DE SAÚDE. SÃO PAULO, ESTUDO SABE, 2015-2017. SONO E REPOUSO As queixas de insônia, sonolência diurna, despertares durante a noite e sono pouco reparador são frequentes. • Acordam fácil e demoram a adormecer; • Dormem menos horas por dia – menor gasto de energia; • Sono entrecortado; • Sonolência durante o dia; • Cansaço e mau humor; • Diminuição da memória, cefaleia e até depressão. Pereira SRM In: Freitas EV, PyL (Org). Tratado de geriatria e gerontologia. Cap14 –Fisiologia do Envelhecimento. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017 PELE •Lentificação na renovação epidérmica; •Diminuição do número de fibras elásticas e colágenas; •Diminuição na vascularização; •Diminuição na lubrificação; •Diminuição de tecido subcutâneo; •Hipertrofia das células de pigmentação –púrpura senil. Pereira SRM In: Freitas EV, PyL (Org). Tratado de geriatria e gerontologia. Cap14 –Fisiologia do Envelhecimento. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. OLHOS A flacidez das pálpebras superiores leva a uma limitação do campo visual lateral, podendo a pessoa não ver objetos ao seu lado, não ver um veículo se aproximar ao atravessar a rua, aumentando o risco de sofrer acidentes. • Surgimento do arco senil - halo senil; • Opacidade do cristalino - catarata; • Redução da secreção lacrimal - olho seco. Pereira SRM In: Freitas EV, PyL (Org). Tratado de geriatria e gerontologia. Cap14 –Fisiologia do Envelhecimento. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. OUVIDO E NARIZ • Espessamento do tímpano; • Degeneração do ouvido interno; • Diminuição da capacidade auditiva – cerume; • Dificuldade em ouvir sons mais agudos; • Diminuição da capacidade olfativa; • Dificuldade para sentir novos odores. Pereira SRM In: Freitas EV, PyL (Org). Tratado de geriatria e gerontologia. Cap14 –Fisiologia do Envelhecimento. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. • Perda de dentes (cáries, doença periodontal e desmineralização óssea); • Retração gengival; • Redução da saliva –boca seca; • Alterações no paladar; • Diminuição da força de mastigação; • Disfagia orofaríngea –perda do tônus e motricidade muscular. CAVIDADE ORAL Pereira SRM In: Freitas EV, PyL (Org). Tratado de geriatria e gerontologia. Cap14 –Fisiologia do Envelhecimento. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. • Com a idade, a capacidade do revestimento do estômago de resistir a lesões diminui, o que, por sua vez, pode aumentar o risco de ter úlceras e sangramentos digestivo. • Além disso, conforme a idade avança, o estomâgo não consegue acomodar a mesma quantidade de alimentos (por causa da redução da elasticidade) e a velocidade na qual o estômago se esvazia e transporta os alimentos. • Alterações na absorção de nutrientes e medicamentos; ESTOMÂGO Pereira SRM In: Freitas EV, PyL (Org). Tratado de geriatria e gerontologia. Cap14 –Fisiologia do Envelhecimento. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. . • Atrofia da mucosa –diminuição das vilosidades; • Menor absorção de nutrientes e vitaminas (especialmente Vitamina D e Ferro); • Lentificação do trânsito intestinal –constipação; • Predisposição a divertículos; • Maior susceptibilidade a lesões e sangramentos digestivos. • A diminuição do tônus e da força do esfíncter anal, associada a menor complacência retal, aumenta a chance de incontinência fecal nas pessoas idosas, sendo as mulheres mais predispostas que os homens. INTESTINO Pereira SRM In: Freitas EV, PyL (Org). Tratado de geriatria e gerontologia. Cap14 –Fisiologia do Envelhecimento. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. ERROS QUE DEVEM SER EVITADOS • Considerar que todas as alterações que ocorrem com a pessoa idosa sejam decorrentes de seu envelhecimento natural; • Tratar o envelhecimento natural como doença. Brasil. Ministério da Saúde. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Cadernos de Atenção Básica, Brasília, n. 19, 2006. • Em menos de 50 anos, o Brasil passou de um perfil de morbimortalidade por predomínio de doenças infectocontagiosas para o predomínio de doenças crônico- degenerativas e incapacitantes. Dados Epidemiológicos Dados Epidemiológicos • Os dados são referentes aos óbitos ocorridos no ano de 2000 e 2005 que estão disponíveis no site do DATASUS (www.datasus.gov.br). • Os grupos de causas estão atribuídos à Classificação Internacional de Doenças – 10ª revisão (CID-10), que destacam o ranking para as cinco principais causas de mortalidade de pessoas acima de 60 anos ou mais de idade: - As doenças do aparelho circulatório; - As neoplasias (tumores); - Os sintomas, sinais e achados anormais em exames clínicos e laboratoriais; - As doenças do aparelho respiratório; - As doenças endócrinas nutricionais e metabólicas. http://www.datasus.gov.br/ ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL Envelhecimento saudável é o processo de desenvolvimento e manutenção da capacidade funcional que permite o bem-estar em idade avançada. INDEPENDÊNCIA AUTONOMIA Contribuir para que, apesar das progressivas limitações que possam ocorrer, elas possam redescobrir possibilidades de viver sua própria vida com a máxima qualidade possível. Brasil. Ministério da Saúde. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Cadernos de Atenção Básica, Brasília, n. 19, 2006. Me encontre . . . @reabilitaja https://m.youtube.com/channel/UC4QjiCvyj1nCJpgkqAZ4q4g Reabilita Já Reabilita Já https://m.youtube.com/channel/UC4QjiCvyj1nCJpgkqAZ4q4g OBRIGADA E ATÉ A PRÓXIMA AULA! O conteúdo desse curso foi oferecido pelo Centro Educacional Sete de Setembro em parceria com a Professora Jessica Lemos Pinheiro. FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO Jessica Lemos Pinheiro Fisioterapeuta Especialista em Atenção Básica e Saúde da Família Mestranda em Gestão de Sistemas de Saúde 4º AULA ENVELHECIMENTO ATIVO POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO (LEI Nº 8.842, DE 4 DE JANEIRO DE 1994). Dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. A Política Nacional do Idoso tem por objetivo assegurar os direitos sociais do idoso, criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade. A Lei dispõe sobre os princípios, diretrizes, organização, ações governamentais e disposições gerais que deverão orientar a Política. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define o idoso como aquele indivíduo com 60 anos de idade ou mais, limite este válido apenas para os países em desenvolvimento, como o Brasil, pois nos países desenvolvidos admite-se um ponto de corte de 65 anos de idade. ESTATUTO DO IDOSO (LEI Nº 10,741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003). PORTARIA Nº 2.528 DE 19 DE OUTUBRO DE 2006. Aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. IMPORTANTE! COMPROMISSO NACIONAL PARA O ENVELHECIMENTO ATIVO (Decreto nº 8114, de 30 de setembro de 2013). Estabelece o Compromisso Nacional para o Envelhecimento Ativo e institui Comissão Interministerial para monitorar e avaliar ações em seu âmbito e promover a articulação de órgãos e entidades públicos envolvidos em sua implementação. O objetivo é conjugar esforços da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, em colaboração com a sociedade civil, para valorização, promoção e defesa dos direitos da pessoa idosa. O que é “Envelhecimento Ativo”? “Envelhecimento ativo é o processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas.” A palavra “ativo” refere-se: QUESTÕES SOCIAIS ECONÔMICAS CULTURAIS ESPIRITUAIS CIVIS E não somente à capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho. INTEGRALIDADE Fonte: Envelhecimento ativo: uma política de saúde / Organização Mundial de Saúde. O envelhecimento ativo aplica-se tanto a indivíduos quanto a grupos populacionais. Permite que as pessoas percebam o seu potencial para o bem- estar físico, social e mental ao longo do curso da vida, e que essas pessoas participem da sociedade de acordo com suas necessidades, desejos e capacidades; E ao mesmo tempo, propicia proteção, segurança e cuidados adequados, quando necessários. Política Nacional De Saúde Da Pessoa Idosa (Portaria MS/GM n° 2528, de 20 de outubro de 2006). Direciona medidas coletivas e individuais de saúde para população idosa em consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, a fim de promover a recuperação, a autonomia e a independência dos idosos. Fonte: Envelhecimento ativo: uma política de saúde / Organização Mundial de Saúde. Determinantes do Envelhecimento Ativo Fonte: Envelhecimento ativo: uma política de saúde / Organização Mundial de Saúde. A capacidade funcional aumenta durante a infância e atinge seu máximo nos primeiros anos da vida adulta, entrando em declínio em seguida. A velocidade do declínio, no entanto, é fortemente determinada por fatores relacionados ao estilo de vida na vida adulta, assim como por fatores externos e ambientais. O declínio pode ser tão acentuado que resulte em uma deficiência prematura. Contudo, a aceleração no declínio pode sofrer influências em qualquer idade através de medidas individuais e públicas. Fonte: Envelhecimento ativo: uma política de saúde / Organização Mundial de Saúde. Manutenção da Capacidade Funcional durante a Vida Pilares do Envelhecimento Ativo Saúde Aprendizagem ao longo da Vida Participação Segurança/Proteção ENVELHECIMENTO ATIVO: Um Marco Político em Resposta à Revolução da Longevidade / Centro Internacional de Longevidade Brasil. 2015. Pilar 1 – Saúde • O Envelhecimento Ativo adota a meta de melhorar a saúde da população e de reduzir as desigualdades de saúde para que se possa alcançar um pleno potencial de saúde ao longo da vida. • É um recurso para a vida cotidiana. É uma “dimensão importante de qualidade de vida que se precisa alcançar não somente por meio dos serviços de saúde, mas também garantindo segurança e aprendizagem”, através de “paz, abrigo, educação, alimento, renda, estabilidade ecossistêmica, recursos sustentáveis, justiça social e igualdade.” “Saúde é “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afeções e enfermidades.” ENVELHECIMENTO ATIVO: Um Marco Político em Resposta à Revolução da Longevidade / Centro Internacional de Longevidade Brasil. 2015. Pilar 2. Aprendizagem ao Longo da Vida • A aprendizagem ao longo da vida é importante não somente para a empregabilidade, mas também para favorecer o bem- estar. É um pilar que sustenta todos os outros pilares do Envelhecimento Ativo. Nos instrumentaliza para permanecer saudáveis, relevantes e engajados na sociedade. APRENDIZAGEM FORMAL A aquisição de conhecimento de forma estruturada com o objetivo de obter certificado ou diploma -, se concentra, tradicionalmente, nas primeiras décadas de vida. APRENDIZAGEM INFORMAL Grande parte do desenvolvimento de habilidades adicionais acontece em situações informais, por meio de atividades planejadas como oficinas, cursos de curta duração e seminários. A aprendizagem informal ou experiencial ocorre em todas as idades no cotidiano - em casa, no trabalho e nas atividades de lazer. ENVELHECIMENTO ATIVO: Um Marco Político em Resposta à Revolução da Longevidade / Centro Internacional de Longevidade Brasil. 2015. Pilar 3. Participação Participação é muito mais do que simplesmente ter um trabalho remunerado. Significa engajamento em qualquer causa social, cívica, recreativa, cultural, intelectual ou espiritual que dê significado à vida e promova um sentimento de realização e de pertencimento. “Participar” sustenta a saúde positiva, por favorecer o engajamento e a fluência de experiências que podem ser intrinsecamente satisfatórias, conferindo um sentimento de ter propósito na vida e constituindo oportunidades para relações sociais positivas. ENVELHECIMENTO ATIVO: Um Marco Político em Resposta à Revolução da Longevidade / Centro Internacional de Longevidade Brasil. 2015. Pilar 4. Segurança/Proteção • A segurança é a mais fundamental das necessidades humanas. Na ausência dela, não podemos desenvolver plenamente nosso potencial nem envelhecer ativamente. NO NÍVEL DO RISCO INDIVIDUAL: - Insegurança Alimentar; - Violência domestica; - Segurança de renda; - Segurança cultural. NO NÍVEL SOCIAL: - Conflitos; - Efeitos das mudanças climáticas; - Desastres naturais; - Epidemias; - Crime organizado e o tráfico de pessoas; - Violência, o abuso e a discriminação interpessoal; - Declínio econômico e financeiro repentino e/ou prolongado. ENVELHECIMENTO ATIVO: Um Marco Político em Resposta à Revolução da Longevidade / Centro Internacional de Longevidade Brasil. 2015. ENVELHECIMENTO ATIVO: Um Marco Político em Resposta à Revolução da Longevidade / Centro Internacional de Longevidade Brasil. 2015. Serviços e Programas Públicos • ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA – ESF; • NÚCLEO AMPLIADO À SAUDE DA FAMÍLIA - NASF; • UNIDADE DE REFÊRENCIA SAÚDE DO IDOSO – URSI; • PROGRAMA ACOMPANHANTE DE IDOSOS – PAI; • CENTRO DE CONVIVÊNCIA PARA IDOSOS; • INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA. Dia Nacional do Idoso (lei nº 11.433, de 28 de dezembro de 2006). Determina que os órgãos públicos responsáveis pela coordenação e implementação da Política Nacional do Idoso fiquem incumbidos de promover a realização e divulgação de eventos que valorizem a pessoa do idoso na sociedade. No dia 15 de junho de 2006 foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa. Datas Importantes Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. Recapitulando . . . • Os Idosos precisam estar inseridos em atividades de proteção, promoção e recuperação da saúde; • Com atividades e atendimentos que poderão ser realizados individualmente ou coletivamente; • E os serviços e políticas públicas devem sempre priorizar ações com a Equipe Multidisciplinar, com intuito de comtemplar a integralidade de cada individuo. Reflexão . . . Qual seria a sua idade se você não soubesse quantos anos você tem? Confúcio Me encontre . . . @reabilitaja https://m.youtube.com/channel/UC4QjiCvyj1nCJpgkqAZ4q4g Reabilita Já Reabilita Já https://m.youtube.com/channel/UC4QjiCvyj1nCJpgkqAZ4q4g OBRIGADA E ATÉ A PRÓXIMA AULA! O conteúdo desse curso foi oferecido pelo Centro Educacional Sete de Setembro em parceria com a Professora Jessica Lemos Pinheiro.
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