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Aposentadoria por Invalidez 2020-convertido

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Aposentadoria por Invalidez: Guia Completo e 
Atualizado 2019 
O que é a aposentadoria por invalidez? 
Todo cidadão brasileiro que seja acometido por moléstias, síndromes congênitas, 
adquiridas ou doenças incapacitantes faz jus à aposentadoria por invalidez. 
O mesmo se aplica aos que venham a sofrer acidente que o incapacitem para o 
trabalho, seja a ocorrência registrada no ambiente laboral ou não. 
Dessa forma, podemos definir a aposentadoria por invalidez como um benefício 
concedido pelo governo federal, conforme os princípios do estado de bem-estar 
social. 
No Brasil, os pagamentos são realizados em um sistema similar ao de fundos de 
pensão. 
Assim, os segurados considerados inválidos recebem seus benefícios graças às 
contribuições das pessoas que compõem a População Economicamente Ativa 
(PEA). 
Esse é um tema bastante atual, inclusive. 
Você já deve ter lido ou assistido a reportagens cujo foco é a Reforma da 
Previdência Social. 
Trata-se de uma proposta de readequação do regime previdenciário no Brasil, cujas 
mudanças demográficas estão tornando cada vez mais difícil manter a 
sustentabilidade do modelo atual. 
A população está envelhecendo, o que significa que, a cada ano, menos pessoas 
poderão contribuir para suprir os cofres do INSS. Portanto, se faz necessária uma 
reforma, para que, no futuro, as aposentadorias continuem a ser pagas. 
Entre os diversos pontos desse processo reformatório, estão os critérios para 
concessão e manutenção de aposentadorias por invalidez. 
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Assim, pode-se dizer que estamos em um momento histórico e decisivo. 
Se aprovada nos atuais termos, a proposta ainda em tramitação tende a provocar 
mudanças profundas, o que inclui o estabelecimento de novos critérios para 
concessão de benefícios. 
Ou seja, quem tem direito hoje, pode ser que não venha a ter mais. 
Como veremos mais à frente, o pente-fino da aposentadoria por invalidez prevê o 
corte de centenas de milhares de benefícios pagos. Dessa forma, o governo espera 
economizar bilhões de reais dos cofres públicos. 
Quem tem direito à aposentadoria por invalidez? 
Em uma definição generalista, a aposentadoria por invalidez deve ser concedida a 
pessoas que sejam ou venham a ficar permanentemente inválidas para o trabalho 
ou de exercer qualquer outro tipo de profissão. 
Dessa forma, compreende-se que, enquanto o motivo da invalidez persistir, o 
beneficiário continuará a fazer jus ao pagamento do benefício. 
É por isso que o INSS realiza perícias regulares, de acordo com regras próprias, 
para atestar se, de fato, o aposentado não tem condições de exercer quaisquer 
profissões. 
Não por acaso, o auxílio-doença é considerado uma espécie de “pré-
aposentadoria” por invalidez. 
Trata-se de um benefício pago temporariamente, em virtude de lesões ou 
problemas de saúde que incapacitem o trabalhador por um determinado período de 
tempo. 
Em alguns casos, o problema de saúde torna-se crônico, ou seja, pode ser 
considerado como incurável e, dessa forma, levar o trabalhador ao estado de 
inválido. 
Se assim for constatado pela junta médica designada para avaliar o caso, então, é 
concedida a aposentadoria por incapacitação física ou mental. 
https://www.desmistificando.com.br/auxilio-doenca/
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É por isso também que, em determinadas situações, o benefício pode até deixar de 
ser pago. 
Caso o trabalhador venha a se recuperar do mal que o levou a se tornar incapaz, 
então, ele deve deixar de receber os pagamentos. 
Como se pode perceber, nem todos podem ser beneficiados com o pagamento 
mensal de uma aposentadoria em virtude de problemas de saúde. 
Assim sendo, cabe ao governo determinar as regras e requisitos necessários para 
que um trabalhador possa ser classificado como inválido em caráter permanente. 
Quais doenças dão direito à aposentadoria por invalidez? 
Esta é a grande questão que desafia os peritos da Previdência Social e os próprios 
trabalhadores. 
Afinal, não existe uma lista definitiva ou que seja atualizada de tempos em tempos, 
com as doenças que motivam a aposentadoria por invalidez. 
Em se tratando de determinar quem pode e quem não pode, cada caso é um caso. 
Por isso, vale destacar o que diz o artigo 42 da Lei 8.213/91, que dispõe sobre os 
planos de ´benefícios da Previdência Social e dá outras providências: 
“Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a 
carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-
doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício 
de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto 
permanecer nesta condição. 
§ 1º A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da 
condição de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da 
Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar 
de médico de sua confiança.” 
Contudo, há uma lista de moléstias que, por serem incapacitantes em função das 
limitações que causam, estão incluídas em relação de doenças que dispensam 
carência. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm
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É o que diz a Instrução Normativa Nº 77, publicada pelo INSS em 21 de janeiro 
de 2015. 
Isso significa que, para portadores desses males, a concessão será imediata, desde 
que comprovada, sem que para isso precise de tempo mínimo de contribuição e 
outros requisitos. 
São elas: 
• Tuberculose ativa 
• Hanseníase 
• Alienação mental 
• Neoplasia maligna 
• Cegueira 
• Paralisia irreversível e incapacitante 
• Cardiopatia grave 
• Doença de Parkinson 
• Espondiloartrose anquilosante 
• Nefropatia grave 
• Estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante) 
• Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS 
• Contaminação por radiação com base em conclusão da medicina especializada 
• Hepatopatia grave. 
Requisitos para a aposentadoria por invalidez 
Caso o trabalhador não seja portador de nenhuma das moléstias acima, então, deve 
se enquadrar nos requisitos exigidos para poder receber o benefício. 
Portanto, é dever do segurado comprovar que é definitivamente incapaz para 
realizar toda e qualquer atividade da qual extraia a sua subsistência. 
Além disso, também deve demonstrar que cumpriu o prazo de carência de 12 
contribuições mensais. 
Em outras palavras, deve comprovar que já pagou sua contribuição à Previdência 
Social pelo período mínimo de um ano, 
As exceções são os trabalhadores que sofram acidentes que provoquem 
incapacidade geral ou permanente. 
http://sislex.previdencia.gov.br/paginas/38/inss-pres/2015/77.htm
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Também ficam dispensados de comprovar que passaram pela carência aqueles que, 
após começar a contribuir para o Regime Geral da Previdência Social (RGPS), 
vierem a sofrer de alguma das doenças previstas em portaria interministerial. 
Nesse caso, é necessário comprovar que a doença ou deficiência não existia 
quando começou a contribuir para o INSS. E, se já existir, é preciso comprovar 
que houve piora no período em que esteve ativo. 
Também há exceções para esses casos, por exemplo, quando o trabalhador passa a 
contribuir para Previdência Social e já existe a lesão, sem que ela apresente 
sintomas. 
Um exemplo disso é a Doenças de Chagas, que pode permanecer assintomática 
por toda uma vida. 
Como podemos ver, são muitas regras, condições e pré-requisitos, o que sugere ao 
contribuinte se valer de um especialista em Direito Previdenciário para garantir o 
acesso ao benefício. 
Seja como for, em geral, um dos aspectos não muda, que é o tempo mínimo de um 
ano de contribuição para a previdência. 
Se a doença não estiver na relação da IN 77/15, então, obrigatoriamente, o 
trabalhador deverá ter cumprido essa exigência, salvo nas exceções previstas em 
lei. 
Como fica o contrato de trabalho na aposentadoria por invalidez? 
Além da Lei 8.213/1991 e da regulamentação pelo Decreto 3.048/1999, aaposentadoria por invalidez também tem regras previstas pelo artigo 475 da CLT, 
a Consolidação das Leis Trabalhistas. 
Dessa forma, existe amparo legal para que a relação de trabalho seja interrompida 
por qualquer doença ou acidente que torne o trabalhador incapaz. 
Leia mais sobre auxílio-acidente aqui 
Nesse sentido, o artigo 475 é bastante claro. Observe: 
https://www.desmistificando.com.br/direito-previdenciario-guia-completo/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3048.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm
https://www.desmistificando.com.br/auxilio-acidente/
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“O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu contrato de 
trabalho durante prazo fixado pelas leis de previdência social para a efetivação 
do benefício.” 
Caso venha a recuperar a saúde, tornando-se apto novamente para o trabalho, o 
mesmo artigo determina, em seus parágrafos 1 e 2, que o trabalhador pode voltar 
ao posto que ocupava ou ser indenizado. 
Veja o que diz o texto: 
“§ 1º – Recuperando o empregado a capacidade para o trabalho e sendo a 
aposentadoria cancelada, ser-lhe-á assegurado o direito à função que ocupava ao 
tempo da aposentadoria, facultado, porém, ao empregador, o direito de indenizá-
lo por rescisão do contrato de trabalho, nos termos do art. 477 e 478, salvo na 
hipótese de ser ele portador de estabilidade, quando a indenização deverá ser 
paga na forma do art. 497. 
§ 2º – Se o empregador houver admitido substituto para o aposentado, poderá 
rescindir, com este, o respectivo contrato de trabalho, sem indenização, desde que 
tenha havido ciência da interinidade ao ser celebrado o contrato.” 
Quanto tempo dura a aposentadoria por invalidez? 
Como destacamos no início, a aposentadoria por invalidez é concedida em casos 
nos quais o trabalhador venha a comprovar que está definitivamente inválido. 
Portanto, o pagamento do benefício perdura por toda a vida, cessando em 
definitivo após o falecimento. 
Caso o beneficiário deixe dependentes, cônjuges e filhos, por exemplo, podem vir 
a receber pensão, desde que comprovem que não recebem outro benefício 
previdenciário. 
Assim, a aposentadoria por invalidez dura enquanto seu titular estiver vivo, 
transformando-se em pensão após a morte. 
Com as possíveis mudanças propostas pelo atual governo brasileiro, o que pode 
mudar são as regras para revisão de benefícios. 
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Esse é o ponto principal da MP 871, que revisará aposentadorias, Benefícios de 
Prestação Continuada (BPC) e até concessões de auxílio-reclusão. 
A propósito, esse é um aspecto controverso e alvo de debates em toda a sociedade. 
Afinal, se um benefício é concedido em virtude de invalidez permanente, não faria 
sentido revisar as condições necessárias para tanto. 
Trataremos desse tema com mais detalhes ainda neste artigo, no tópico em que 
destacaremos o chamado Pente Fino da aposentadoria por invalidez. 
Posso demitir um funcionário aposentado por invalidez? 
Como vimos no tópico sobre o contrato de trabalho, a lei é bastante clara com 
relação à sua manutenção enquanto o trabalhador estiver afastado por invalidez. 
Está prevista a suspensão do referido contrato, o que significa que ele não pode ser 
encerrado enquanto assim estiver. 
Ou seja, não é permitido demitir um funcionário, mas seu contrato é suspenso. Na 
prática, deixa de ter validade enquanto a suspensão persistir. 
Esse é um direito explícito, inclusive, pelo artigo 471. 
Nele, a lei expressa que ao empregado afastado são garantidos os mesmos direitos 
e benefícios de que usufruía antes da doença ou acidente. 
Quanto tempo demora um processo previdenciário por invalidez? 
A duração de um processo para requerer aposentadoria por invalidez dependerá de 
uma série de fatores. 
O primeiro e mais importante é o tipo de moléstia ou sequelas que um possível 
acidente ou doença tenha deixado. 
Quanto mais complexo de diagnosticar o mal e relacioná-lo com uma condição 
incapacitante, mais tempo leva para que um processo seja concluído. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv871.htm
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Também deve ser considerada a possibilidade de um processo administrativo em 
que o pedido tenha sido negado seguir para a esfera judicial. 
De qualquer forma, na parte administrativa, são basicamente três etapas a serem 
seguidas: 
• Agendamento em um posto do INSS 
• Apresentação de documentos 
• Conclusão do processo. 
Considerando essas etapas, o tempo médio para conclusão de um pedido de 
aposentadoria por invalidez leva cerca de 9 meses. 
Isto é, se todos os trâmites sigam seu curso normal e esperado. 
Como calcular o valor da aposentadoria por invalidez? 
Para saber quanto será recebido a título de aposentadoria por invalidez é 
necessário, primeiro, considerar o tempo de contribuição, já que há hoje dois 
critérios distintivos. 
Um deles é válido para quem se afiliou ao INSS depois da alteração do texto da 
lei, em 29 de novembro de 1999, chamada de regra geral. 
O outro, portanto, considera todos que se afiliaram antes dessa data – logo, 
enquadrados na regra transitória. 
A diferença básica fica por conta do patamar mínimo sobre a média aritmética das 
maiores contribuições somadas. 
Para os que já contribuiam antes de 1999, o valor da aposentadoria será de, no 
mínimo, 80% de todo o período. 
Já os que vieram depois, o percentual de 80% é fixo, cujo resultado será 
multiplicado pelo fator previdenciário. 
Veja dois exemplos: 
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Regra Geral 
Um trabalhador que conta 300 meses de recolhimentos efetivos, desde 29/11/1999 
80% do período contributivo = 240 
Sendo assim, o sistema fará a soma dos 240 maiores salários encontrados e dividirá 
por 240. 
Regra transitória 
Um trabalhador que conta 450 meses de recolhimentos efetivos, desde 01/07/1994 
80% do período contributivo = 360 
Sendo assim, o sistema fará a soma dos 360 maiores salários encontrados e dividirá 
por 360. 
O que é o Pente Fino da Aposentadoria por Invalidez 
A Medida Provisória 871 deixa clara a sua intenção de servir ao combate a 
irregularidades em benefícios previdenciários. 
Ela está em tramitação em regime de urgência no Congresso Nacional e, se 
aprovada, instituirá dois programas: 
• Programa Especial para Análise de Benefícios com Indícios de Irregularidade 
• Programa de Revisão de Benefícios por Incapacidade. 
Assim, depois de entrar em vigor, aposentados por invalidez que tiverem entre 55 
e 59 anos deverão se submeter a perícias médicas a cada 6 meses. 
Esse intervalo, a propósito, se aplicará a todos os outros beneficiários. 
De qualquer forma, estarão isentos de revisão os maiores de 60 anos, que 
continuarão a receber seus pagamentos normalmente. 
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No Pente Fino, serão revistos, ainda, todos os benefícios a título de auxílio-
reclusão e os Benefícios de Prestação Continuada. 
Os BPCs consistem em pagamentos mensais de um salário mínimo para idosos ou 
deficientes que não tenham como se sustentar e não contam com ajuda de 
familiares. 
O que é o acréscimo de 25% e quem tem direito? 
Atualmente, o governo concede benefícios extras, dependendo da condição do 
aposentado. 
Assim, prevê o artigo 45, da Lei 8.213/91. 
O texto estabelece que todo aposentado que necessitar de auxílio de um terceiro 
deverá receber um abono de 25% do valor total recebido. 
Isso inclui, ainda, o 13º salário. 
Principais perguntas sobre a aposentadoria por invalidez 
Veja agora algumas das dúvidas mais recorrentes, encontradas em fóruns virtuais, 
sobre processos de revisão de aposentadoria por invalidez. 
1. Beneficiários de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez são 
obrigados a procurar o INSS para marcar algum procedimento? 
A convocação acontece por meio de carta. 
Depois do recebimento de correspondência, o beneficiário tem cinco dias úteis 
para marcar a perícia, o que deve ser feito exclusivamente pelo número 135. 
2. Todos terão seus benefícios revistos? 
Quemrecebe aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença há mais de dois anos 
sem ter passado por avaliação médica nesse período deverá ser chamado para a 
fazer perícia. 
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3. De que forma o INSS convocará para a revisão? 
Todos os avisos são feitos por carta, portanto, não é necessário procurar o INSS. 
4. Se o chamado do INSS não for atendido, o que acontece? 
Depois de receber a carta de convocação, o beneficiário terá 5 dias para fazer a 
marcação da perícia. Se não fizer, terá o benefício suspenso até regularizar a 
situação. 
Vale destacar que, se bloqueado o benefício, são concedidos mais 60 dias para 
agendamento da perícia, o que libera automaticamente o pagamento. 
Contudo, caso os 60 dias sejam extrapolados, o INSS fará o cancelamento do 
benefício. 
Conclusão 
Apresentamos neste artigo um guia sobre a aposentadoria por invalidez o Brasil. 
Você conferiu informações sobre a concessão do benefício, requisitos e 
repercussões no contrato de trabalho. 
Este é um tema em evidência, sobretudo a partir da apresentação da MP 871, que 
sinaliza de que o governo pretende endurecer os critérios, aumentando a 
periodicidade das revisões e cancelando benefícios considerados irregulares. 
Para os beneficiários do INSS, hoje aposentados por invalidez ou com processos 
tramitando, a recomendação é manter-se informado.

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