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Beatriz Marinelli 7ºtermo Síndrome Nefrótica →Objetivos: ▪ Reconhecer a síndrome nefrótica; ▪ Identificar a fisiopatologia da síndrome; ▪ Entender as principais glomerulonefrites associadas à síndrome nefrótica. →Classificação glomerulopatias • Etiologia: primária ou secundária a uma doença • Complemento: complemento normal ou complemento baixo – ativação imunológica • Histopatologia: de acordo com os achados na biopsia • Forma de apresentação: ▪ Anormalidade urinária assintomática: ▪ Proteinúria não nefrótica e/ou hematúria microscóica ▪ Síndrome nefrítica → Glomerunolefrite pós estreptocócica; → Glomerulopatia por Iga; → Nefrite lúpica; → Glomerulonefrite membrano-proliferativa 1 e 2; → Purpura de Henoch Schonlein. ▪ Síndrome nefrótica → Glomerulonefrite de lesões mínimas; → Glomerulosclerose segmentar e focal; → Glomerulonefrite membranosa; → Glomerulonefrite membrano proliferativa 1; → Amiloidose; → Nefropatia diabética. ▪ Síndrome nefrítica/nefrótica (mista) ▪ Glomerulonefrite rapidamente progressiva ▪ Glomerulonefrite crônica Síndrome Nefrótica →Urina Espumosa No tratamento dessa síndrome, um dos controles é colher todo dia a urina, e de acordo com a cor que dá na fita podemos ver se ele está melhorando ou não. Há a formação de espuma densa que fica sobre o liquido, que persiste mesmo depois que você tira. No consultório médico pedimos para observar. Beatriz Marinelli 7ºtermo →Forma de apresentação da doença (critérios de diagnóstico) • Proteinúria maciça no adulto maior que 3,5 g; • Proteinúria na criança maior que 50 mg (kg/dia) • Edema bipalpebral na face do paciente que dilata as narinas; • Hipoalbuminemia; • Hiperlipidemia. A hipertensão não entra nos critérios, por ser secundária a doença. O paciente pode apresentar também edema mole depressivo, bilateral simétrico, não é quente. É possível observar com a pressão feita com dedos. →Barreira glomerular Barreira especializada nos rins que consiste de endotélio capilar fenestrado, membrana basal glomerular e epitélio glomerular (PODÓCITOS). A barreira evita que macromoléculas atravessem essa barreira. Se ocorre perda de proteína significa que algo está acontecendo para que essa proteína não fique no glomérulo. Os motivos que levam a perda proteica são: • Dano estrutural; • Depleção de cargas negativas; • Hipertensão glomerular. http://decs.bvs.br/cgi-bin/wxis1660.exe/decsserver/?IsisScript=../cgi-bin/decsserver/decsserver.xis&previous_page=homepage&task=exact_term&interface_language=p&search_language=p&search_exp=Endot%E9lio%20Vascular http://decs.bvs.br/cgi-bin/wxis1660.exe/decsserver/?IsisScript=../cgi-bin/decsserver/decsserver.xis&previous_page=homepage&task=exact_term&interface_language=p&search_language=p&search_exp=Membrana%20Basal%20Glomerular http://decs.bvs.br/cgi-bin/wxis1660.exe/decsserver/?IsisScript=../cgi-bin/decsserver/decsserver.xis&previous_page=homepage&task=exact_term&interface_language=p&search_language=p&search_exp=Membrana%20Basal%20Glomerular http://decs.bvs.br/cgi-bin/wxis1660.exe/decsserver/?IsisScript=../cgi-bin/decsserver/decsserver.xis&previous_page=homepage&task=exact_term&interface_language=p&search_language=p&search_exp=Epit%E9lio http://decs.bvs.br/cgi-bin/wxis1660.exe/decsserver/?IsisScript=../cgi-bin/decsserver/decsserver.xis&previous_page=homepage&task=exact_term&interface_language=p&search_language=p&search_exp=Pod%F3citos Beatriz Marinelli 7ºtermo →Porque o edema é formado Teoria de Underfilling: Existe uma teoria reducionista em que o paciente perde albumina, reduzindo pressão oncótica, levando a formação de edema. Na síndrome nefrótica, ocorre a perda de proteinúria, essencialmente albumina, responsável pela formação da pressão oncótica. Com a albumina baixa, ocorre a perda do liquido para o 3º espaço, levando a uma tendência a hipovolemia, ativando assim o SRAA promovendo o edema osmótico. Teoria do Overfilling: observou-se que junto com a perda proteica o paciente já tem uma retenção primária de sódio, com isso ele tem tendência a hipovolemia levando o aumento da pressão, fazendo assim o edema pressórico. O edema da síndrome nefrotica é a associação do edema osmótico com edema pressórico, levando um edema persistente e visível. →Efeitos de deficiência proteica na SNO O paciente não perde apenas albumina, mas também outras proteínas importantes levando alguns sintomas secundários a síndrome nefrotica, tais como: Beatriz Marinelli 7ºtermo Legenda: a transferrina é uma proteína responsável pelo transporte de ferro para dentro das hemácias. Logo, quando há deficiência dessa proteína leva a uma anemia microcítica. A globulina lig de tiroxina, hormônio transportador da tireoide, levando ao hipotireoidismo pela redução de hormônios da tireoide. A perda da Antitrombina III e outros inibidores da coagulação levam a trombose. A perda do fator B ou sistema alternativo do complemento e imonoglobina G levam o aumento de infecções. - Pela proteinúria temos um aumento da proteína tubular, albuminúria. Essa hipoalbuminuria leva a diminuição da pressão oncótica e aumento da síntese hepática de proteínas que levarão a formação de edemas. A proteinúria leva a outras consequências: observar a tabela acima. →Principais complicações: • Tromboembolismo • Infecções ( cutâneas, pneumonias e peritonites) • Aterogênese ( síntese aumentada hepática VLDL, LDL ) • Lesão renal aguda →Tratamento: Medidas Gerais 1) Dieta hipossódica, normoproteica e hipolipídica – se comer mais proteína ele perde mais. 2) Expansão do volume plasmático com albumina (benefícios variáveis)- 3) Uso de diuréticos (cautela na redução do peso) - EV, para o paciente melhorar o edema. Temos que ter cautela, uma vez que o liquido está no 3 espaço, podendo levara uma LRA por desidratação, por não estar dentro do vaso o liquido. Beatriz Marinelli 7ºtermo 4) Uso de antilipemiantes é controverso – não causa benefício direto. 5) Não há indicação de uso de profilático de anticoagulantes -risco de sangramento. 6) 6)Vacinação – evita infecções. Medidas específicas: • Se o paciente tiver uma glomerulopatias secundárias, como diabetes e lúpus por exemplo, deve-se tratar a doença secundária, isso é, tratar a causa. • Se paciente tiver uma glomerulopatia primária, ou seja, se originou nos rins, tratar com imunossupressores e corticoides. →Glomerulonefrite de lesão mínima (GLM) Na microscopia óptica não conseguimos observar alterações nessa síndrome nefrotica. Com advento da microscopia eletrônica for possível observar os podócitos em retração, esticado ao máximo, retraídos, levando a abertura de poros na membrana. Passagem de proteínas por essa retração. • Faixa etária: crianças e adolescentes, 70% masculino – raça branca; • Quadro clássico de síndrome nefrótica pura – paciente não tem hematúria; • 10% apresenta HAS e hematúria microscópica ( nefrótica-nefrítica); • Perda seletiva de albumina, podendo estar associada a doenças que acompanham como a linfoma de Hodgkin, HIV, Sifilis; • Boa resposta ao corticoide, mas associa a recidivas frequentes • Não faz biópsia renal em crianças com sindrome nefrótica inicialmente – já que se sabe, pela incidência, que é GLM. Nos adultos faz biopsia para descobrir a causa. Beatriz Marinelli 7ºtermo Fisiopatolotologia: • Filtro glomerular→cargas negativas: membrana basal, camadas endoteliais e epiteliais. • Depleção do poliânio glomerular: proteinúria predominantemente de albumina. Há uma depleção de todas as cargas negativas do glomérulo, ou seja, não existe uma seletividade levando a formação de lesões do mesmo tamanho por todo glomérulo. Na glomerulonefrite de lesões mínimas existe a retração podocitaria que explica a perda de proteína de maneira geral. Existe ainda as cargas negativas que estãopresentes no filtro glomerular, tanto na membrana basal, camadas endoteliais e epitélio, levando a uma depleção generalizada conhecida como poliânio glomerular. Com essa depleção generalizada teremos a proteinúria que é predominantemente de albumina por ser de carga negativa. Tratamento: • PREDNISONA 1 MG/ Kg / dia adulto e 60 mg/m² criança por 4 semanas. • O paciente vai utilizar de 4 a 6 semanas de corticoterapia em dose máxima e após programa-se a retirada progressiva até 3 meses. – pelo uso de corticoide o paciente pode melhorar o edema da doença mas pode começar a ter o edema de Cushing. Não pode tirar de uma vez para não levar a insuficiência adrenal. • Usar antihelmíntico antes (evitar verminoses disseminadas) – Ivermectina. • Imunização contra haemophilus e S. pneumoniae e receber penicilina oral preventivamente nas recidivas • Quando fazer biópsia renal em crianças? Apenas nos que não respondedores ao tratamento. • Quando fazer biópsia em adultos? Sempre, se a causa da proteinúria não for conhecida. Tratamento GLM- resposta: • Evoluem num curso de remissão e recorrência em toda a infância -até os 18 anos é raro aquele que fica sem a recorrência. • Se a recidiva ocorrer durante a redução do corticoide: paciente corticoide dependente -não consegue ficar sem o corticoide em 2 máxima. • Se a recidiva for maior que 3 vezes ao ano: pacientes recidivantes frequentes. • Se permanecerem proteinúricos apesar de um curso de corticoide: pacientes resistentes ao corticoide; • Usar ciclosposrina nos pacientes que não respondem. – resistente e corticoide dependente. Beatriz Marinelli 7ºtermo →Glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) O glomérulo com GESF apresenta parte do glomérulo poupado e a outra parte com lesões (lesões segmentares). Encontra glomérulos normais e afetados (focais). A GESF tem predominância de lesões no hilo do glomérulo, poupando as periferias. Na imunofluorescência teremos deposito de IgM e C3 e na microscopia eletrônica temos alterações podocitarias. • Afeta adulto jovem, predominância leve no sexo masculino e negros -18- 35 anos • Ocorre mutações nas proteínas estruturais do podócito – o podócito da GESF tem proteínas chamadas podocina e alfa actinina 4 que sofreram mutações diminuindo a superfície do podócito; • Causas: primária (95%) origina no rim ou secundária a uma doença de base( 5%); • É assintomática em 60% na etiologia primária! (PERIGO!) – uma vez por ano fazer a creatinina e urina 1 (18-35 anos). Quando apresenta sintomas o paciente já tem doença renal crônica; • Diagnóstico: biópsia renal. • Em geral progride para Doença renal crônica (DRC) – doença perigosa; • Sinais de mau prognóstico: hipertensão, hematúria e fibrose intersticial à biópsia -quando paciente tem esses sintomas eles costumam a evoluir mau. • Atenção a GESF do HIV (forma secundária): GESF colapsante – evolui rapidamente a perda da função renal; Tratamento: • A GESF não sofre remissão espontânea – se não tratar ela evolui; Beatriz Marinelli 7ºtermo • Inibidores da ECA ou BRA (Bloqueador do receptor de angiotensina) – para barrar proteinúria; • Corticóides 8 semanas 1 mg/Kg/ dia ou 2 mg/Kg/dia alternados até 6 a oito meses com dose regressiva; • Ciclosporina ou ciclofosfamida (6 a 12 meses); • Eficácia do tratamento: 60%. Existem fatores relacionados a má evolução. (prot maciça, creat elevada, raça negra, fibrose intersticial); • Efeitos colaterais do tratamento: síndrome de cushing, infecções, nefrotoxicidade levando a IR. →Glomerulopatia Membranosa Na Glomerulopatia membranosa vemos a perca do espaço de Bowman pelo espessamento da parede do glomérulo de forma geral. Na imunofluorescência vemos o deposito de complexo imune subepiteliais. • 2ª causa de s. nefrótica em adultos – primeira é a GESF. • 70% pacientes tem o antígeno HLA classe II DR3 – paciente já nasce com essa predisposição; • Basicamente há ativação do complemento com formação de complexo Imune de ataque no lado epitelial com os anticorpos circulantes; • Mais comuns em homens brancos, acima de 50 anos. 80 % dos casos apresentam-se com proteinúria nefrótica; Beatriz Marinelli 7ºtermo • Pode haver hematúria microscópica e HAS. • Trombose venosa renal é a complicação mais comum desta doença -há perda de fatores da coagulação; • Pacientes acima de 60 anos tem que investigar causas sistêmicas e/ou neoplasias; • 1/3 apresenta remissão espontânea, 1/3 proteinúria persistente, 1/3 evolui para DRC terminal em 5-10 anos. Tratamento: • Quando é considerada baixo risco ou o risco de tratar é elevado, opta-se por medidas inespecíficas: inibidor de IECA, controle rigoroso de PA, obesidade, vícios, etc; • Aguardar 6 meses do diagnóstico, iniciar o tratamento se a proteinuria persistir acima de 4 g/dia ou se não tiver diminuído mais de 50%; • Formas graves: corticóides e imunossupressores • Esquema de Ponticelli ( pulsos bimestrais de corticoide EV, seguido de corticoide oral 0,5 mg/kg/dia alternando com ciclofosfamida); • Fatores de mau prognóstico: homens, idade avançada, HAS e persistência da proteinúria. →Principais síndromes nefróticas secundárias • Glomerulopatia diabética • Glomerulopatia do lúpus • Glomerulopatia das vasculites • Mieloma múltiplo • HIV
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