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COZINHA MEDITERRÂNEA ESPANHA A culinária espanhola é parte da culinária mediterrânea, embora com características próprias. A culinária espanhola utiliza muita batata, arroz, especiarias variadas e muitos legumes. Outro produto muito apreciado na Espanha é o vinho, que acompanha as refeições principais. Internacionalmente conhecida, a paella, (um prato de arroz, frutos do mar, galinha e embutidos, dentre várias composições) é o prato mais conhecido e o jamón (presunto) uma das principais iguarias. Tortilla Española Batatas Bravas Fritada espanhola com batata Tal como ocorre na maior parte dos países já estudados, a culinária da Espanha varia bastante de uma região a outra, no entanto, existem algumas características comuns, entre as quais se pode destacar: O uso de azeite como gordura culinária por excelência, tanto cru como em preparações. O uso do azeite até princípios do século XX era pouco habitual e o uso de gorduras animais, sobretudo a banha de porco, era mais comum. A utilização do refogado (sofrito) como operação inicial na preparação de muitos pratos e o emprego do alho e da cebola como principais condimentos. O hábito de acompanhar as refeições com vinho. O pão como acompanhamento da maioria das refeições. O grande consumo de saladas, sobretudo no verão. Sobremesas (Postre) compostas por uma peça de fruta ou algum produto lácteo, como o queijo. Os doces, como tartes ou pasteles são geralmente reservados para dias especiais ou festas. Hogaza Isolado (pão Espanhol) Pasteles e postres españoles Dentre a enorme variedade de receitas que compõem a cozinha espanhola, algumas podem ser consideradas comuns a todo ou quase todo o território, embora algumas tenham uma origem conhecida e continuem a ser associadas a determinados lugares. Podemos citar como exemplos a tortilla de patata (omelete de batata), o gazpacho (uma sopa fria de vegetais), a paella (originária de Valência e, por isso, em Portugal, por exemplo, é normalmente chamada “arroz à valenciana”, embora existam muitas variantes de uma região a outra), os pistos (uma espécie de ratatouille), as migas, os embutidos (jamón serrano, chorizo, morcilla) e os quesos. As migas (ou migas de pastor) são um prato típico e são confeccionadas à base de pão refogado (mas também existem migas de batata), podendo ter acompanhamentos muito variados e misturados no recipiente do refogado: torresmo, ovos, chouriço e pimentões fritos, sardinhas, pepino, etc. Há ainda migas doces, que podem incluir melão, uvas ou chocolate. Jamón Ibérico Pata Negra Chouriço Espanhol (chorizo español) – Embutido de carne e gordura de porco, temperado com páprica defumada (doce ou picante) e curado. Morcilla española é um embutido de sangue de porco. No Brasil é chamado de chouriço de sangue. São muito abundantes os pratos à base de grãos (garbanzos [grão-de-bico], lentejas [lentilhas], judias [feijão]), os cocidos (cozidos) e os potajes (sopas de grãos e verduras), embora com variações regionais importantes, sem esquecer o pão, que tem numerosas formas de fabricação, com variedades muito distintas em cada região. Talvez onde mais coincidem as distintas regiões seja nas sobremesas e doces: o flan (pudim de ovos), as natillas (uma espécie de creme brulée), o arroz con leche (arroz-doce), as torrijas (rabanadas), as magdalenas (madeleines) e os churros são alguns dos mais representativos. CHURROS Nas diversas regiões da Espanha que fazem divisa com o Mediterrâneo, temos a Galiza, e a cozinha galega baseia-se na qualidade dos seus produtos frescos. As especialidades mais importantes são preparadas com peixe e mariscos, por exemplo, o polbo á feira, também conhecido como polvo à galega, típico das feiras e romarias, é polvo cozido, cortado em pedaços e temperado com azeite e pimentão). Outros pratos representativos são o caldo galego, um guiso de feijão, verduras e carne, o Lacón con grelos (Lacón é a perna dianteira do porco curada (presunto), mas sem defumação, servida cozida com nabo greleiro e batatas) e as empanadas (carnes, peixe, marisco, etc). Entre os queijos, o queso de tetilla, o queso de San Simón, defumado, e o de Arzúa, todos eles com denominação de origem controlada. Entre os doces destacam-se a Tarta Santiago (farinha de amêndoas e ovos) e as filloas (crepes doces ou salgados, estes últimos podem levar sangue de porco, na época da matança). Polvo à Galega (polbo à feira) Tarta Santiago Nas Astúrias e Cantábria consome-se grande quantidade de peixe e mariscos, mas o seu prato mais característico é a fabada asturiana (uma feijoada à base de fabe-alubias [feijões brancos grandes], carne de porco, morcilla, cebola e chorizo, muito apropriado para os dias de inverno). As fabes con amasueles ou almejas (feijão branco com mariscos) e o pote asturiano (outro tipo de feijoada) encontram-se entre os pratos típicos. Entre os doces, destacam-se as “fiyueles, freisuelos ou frixuelus” (crepes), típicos do Carnaval. O Cabrales é um queijo de leite de vaca, de odor e sabor fortes. A sidra (fermentado de maçã) é a bebida regional. No que diz respeito ao pão, podem ser destacados o bollu preñáu, recheado com chouriço, e a boroña (broa de milho). Nos embutidos, destaca-se o chosco de Tinéu. Fabes con amasueles ou fabes con almejas Bollu preñáu - pão com chouriço. Além de chouriço, pode ser também recheado com toucinho. É precisamente deste recheio que deriva o seu nome preñáu, que significa “grávido”. Como em todo o norte de Espanha, o peixe é uma característica da culinária da Cantábria: a sardinha, a anchova, as lulas, ali chamadas rabas, se preparam de distintas maneiras. O salmão com sidra é uma das receitas de peixe características da região. A marmite, a panela de ferro que os pescadores levavam no barco, dá o nome a vários tipos de caldeirada. No entanto, também são típicos os guisados fortes, como o cocido montañés e o cocido lebaniego, o primeiro com feijão, o segundo com grão-de-bico, ambos preparados com o compango (as carnes provenientes do matacíu del chon, ou a “matança do porco”). Cocido Lebaniego Cocido Montañés Na sua doçaria temos que mencionar os sobaos (bolos com grande quantidade de ovos e manteiga, além de licores e outros aromatizantes) e as quesadas pasiegos (da região de los Valles Pasiegos, onde nasce o rio Pas), la leche frita (uma espécie de bolo frito, de farinha com leite e açúcar). Entre as bebidas, destaca-se o orujo (aguardente) e a sidra. Entre os queijos , podem mencionar-se os quesucos de Liébana, Nata de Cantabria e o picón Bejes- Tresviso. Quesadas Pasiegos La Leche Frita A cozinha basca está baseada nos molho e nos assados na brasa. Os pratos mais característicos são os guisados de pescado, sobretudo de bacalhau e merluza preparados em salsa verde (que se faz dourando cebola finamente picada, acrescentando em seguida farinha de rosca, vinho branco e salsinha fresca picada, peneirado), al pil-pil (emulsão de azeite e bacalhau) ou à vizcaína (à base de tomate e pimentão, assados). O marmitako é o prato típico dos pescadores e é preparado com atum, bonito, batatas e pimentão, acompanhado por um bom txacoli (vinho branco de sabor ácido). Idiazábal, um município basco, deu seu nome a um queijo branco e cremoso, ahumado (defumado). Entre as bebidas típicas, contam-se o vinho Rioja Alavesa e a sidra guipuzcoana. Bacalao en salsa verde con espárragos Marmitako de atum e bonito Na culinária da Andaluzia destaca-se o pescaíto frito (peixes pequenos ou cortados em pequenos pedaços, envoltos em farinha de chícharo e fritos), o jamón serrano, o gazpacho, o salmorejo (uma sopa fria de vegetais, como o gaspacho, mas na forma de creme) e o flamenquín (filetes de lombo de porco enrolados recheados e empanados) cordobeses, a pringá (uma pasta de carnes diversas cozida em fogo lento, paracomer como aperitivos), o rabo de toro (típico da cidade de Córdoba), o jamón de Jabugo, as aceitunas aliñás temperadas, a alboronía (outra variante do ratatouille, de origem árabe), os gurumelo (o cogumelo Amanita ponderosa) e a poleá (mingau de farinha). Rabo de toro ou, no Brasil: Rabada Na culinária da Catalunha destacam- se o suquet (um molho de peixe), os platos del mar i muntanya, a escudella (cozido catalão), os calçots (cebolas macias assadas na lenha), o pão com tomate (pa amb tomàquet), o alioli, o fuet de Vic, os azeites de Arbequina, e os vinhos do Priorato, o Penedés, o Costers del Segre, o Alella e outros. Plato del mar i muntanya Escudella (cozido catalão): Macarrão, grão-de-bico, frango, embutidos... Pode ser apresentado, também, tudo em uma só preparação. O pão com tomate (pa amb tomàquet) O fuet de Vic: Embutido de carne de porco condimentada e curada. Na Comunidade Valenciana temos os produtos do campo, da pesca e dos animais de granja, os arrozes em geral e a paella, em particular, (sem esquecer a fideuá [uma variante da “paella” com massa. O nome vem de “fideo”, que significa macarrão] nem o arroz a banda), os langostins de Vinaroz, os vinhos de Utiel-Requena, Alicante e Valencia, os embutidos de Requena e Utiel, os doces, como o turrón, as peladillas de Casinos e o licor de café de Alcoy, os chocolates de Alicante, o arnadí e a horchata de chufa. A Paella surgiu como alimento dos camponeses, nos séculos XV e XVI, quando saíam para o trabalho rural, levando arroz, azeite de oliva e sal, além do recipiente para cozinhar: uma panela redonda com alças, ampla e rasa chamada de “Paellera”. Esse formato facilitava mexer o arroz e seus componentes durante o preparo, proporcionando um cozimento por igual. Eles incorporavam à receita do prato os ingredientes que encontravam, tais como, carne de caça, sobretudo de lebre e de pato, legumes da estação e açafrão (nobre especiaria) retirada das flores, dando o colorido amarelado ao arroz. Passado algum tempo, a Paella difundiu-se e alcançou o litoral, e daí foram acrescentados os frutos do mar: camarões, lulas, vôngoles, mexilhões, lagostins e polvo. Surgiram a “paella marinera”, feita com peixe e frutos do mar; a “paella mista”, à base de peixe, frutos do mar e carnes e a “paella negra”, com tinta de lula (tradicionalmente com frutos do mar). Paella Valenciana Marinera Paella Negra Paella mista: Frutos do mar, frango, linguiças OBRIGADO!
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