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DOENÇAS DOS PRÉ-ESTÔMAGOS E ESTÔMAGOS DOS RUMINANTES 03/09/2020 - Lembrar sempre que o estômago verdadeiro dos ruminantes é o abomaso (porque tem secreção de ácido clorídrico, nos recém-nascido a secreção de renina - Rúmen, retículo, omaso são pré-estômagos; REVISÃO Sempre lembrar do caminho do que acontece com o alimento: O alimento é ingerido, passando pelo rúmen, retículo, o alimento é regurgitado para ser remastigado (lembrar que tem as gls. Salivares secretando soluções tampões como bicarbonato e uréia), depois este alimento volta para o retículo e vai para o omaso, abomaso, seguindo para os outros segmentos intestinais. RÚMEN – REVISÃO ANATÔMICA - Se olharmos de uma vista esquerda, conseguimos observar cranial o retículo (mucosa em formato de favos de mel; favorece a penetração de corpos estranhos). Posteriormente fica o rúmen que tem algumas ranhuras/ gomos/ é particionado. - Vista esquerda observa-se : rúmen, retículo e abomaso (não visto se olhado pelo lado esquerdo); - Vista direita: observamos a entrada do cárdia, o retículo, o abomaso, o omaso, e toda segmentação do rúmen em várias câmaras. - Corte longitudinal no rúmen: olhando do lado esquerdo, tem a entrada do rúmen, retículo com a mucosa um pouco diferente, e algumas câmaras dentro do rúmen. - Saco dorsal do rúmen; - Pilares dividem os rúmens; os pilares formam os sacos; e estes pilares não se encostam uns com os outros; - Saco ventral do rúmen; - Saco cranial (próxima ao retículo); - Sacos cegos (saco cego caudo dorsal, saco cego caudo ventral); *Lembrar é importante, pois o rúmen possui uma estratificação, onde tem o som gasoso em cima, depois partículas grossas de capim que é considerado sólido, depois embaixo a parte pastosa líquida, e um sedimento mais sólido no fundo; E este alimento não fica parado, e é importante lembrar destes sacos porque quando o rúmen se movimenta, vai haver movimentação de todo conteúdo dentro do rúmen. E os sacos cegos são geralmente os locais onde encontramos corpos estranhos, pois não tem tanta movimentação nestes locais. - E o que divide os sacos são os pilares do rúmen (dobras do lado direito e esquerdo, e elas não se comunicam). - Pilar coronário dorsal; - Pilar coronário ventral; - Pilar acessório do rúmen; - Pilar longitudinal do rúmen; - Além disso, tem a região da entrada do óstio – chamada óstio reticulo omasal (entrada do retículo para o omaso); - E a região de transição do retículo para o rúmen é a prega reticulo ruminal. - O rúmen não se contrai em sua totalidade, e o retículo sim; GLÂNDULAS SALIVARES × Parótida, mandibular e sublingual × Possuem bicarbonato e fosfato × Fluidifica ingesta facilitando a deglutição × Contém nitrogênio e uréia Reciclagem da uréia - Lembrar que essas glândulas salivares produzem tampões e também produzem uréia, são uma ótima fonte de reciclagem de uréia para esses animais. - A ureia é uma fonte de alimentação barata para esses animais, e além disso, o objetivo também é a fluidificação destes alimentos; - O animal que produz mais saliva é aquele que consome menos concentrado, e quanto mais volumoso ele consome mais saliva irá produzir; Pois o concentrado, não tem necessidade de ser remastigado, e a produção de saliva na boca é muito menor; - A saliva é uma ótima fonte de reciclagem da uréia; RÚMEN × Bovinos – 150-200 l de volume × Pequenos ruminantes – 15 l de volume × Ele é uma grande câmara fermentativa dos ruminantes – quem realiza essa fermentação são os microrganismos; ruminantes são altamente dependentes da fermentação bacteriana e por outros microrganismos. × Local do início da fermentação/ digestão × Composto por papilas × Ruminam 8 horas por dia - Dentro do rúmen é onde começa ocorrer a digestão, e um pouco de absorção, no entanto, não é muito grande; × Ruminação produz saliva × Rúmen possui distribuição do conteúdo em camadas – estratificação; × Contrações do rúmen – misturar conteúdo possibilitando a digestão de bactérias; × Primeira onda de contração rumenal × Segunda onda de contração rumenal - O movimento de abrir e fechar a boca além de produzir um estimulo do nervo vago (inerva o rúmen e região da boca) que além de estimular a motilidade intestinal, estimula a produção de saliva; MOVIMENTOS RUMENAIS Motilidade rumeno-reticular: Primeiro ciclo primário – mistura: × Contração reticular bifásica × Contração sacos dorsal e ventral × Ejeção omaso Segundo ciclo secundário – eructação: × Contração ruminal - Estratificação: gás, fibra grossa, e pastoso (fibra fina mais liquido); sedimento no fundo; - O primeiro ciclo primário é o mais importante porque é ele que vai fazer a mistura de todo conteúdo. E como ocorre esse primeiro momento de contração ruminal: o alimento entra, começa a primeira onda de contração reticular e ela é bifásica (porque no primeiro momento este reticulo fecha o cardia, se contrai até a metade e o alimento vai para o omaso – segue abomaso e intestino; e depois o reticulo volta ao seu local normal); - O reticulo voltando ao seu local normal faz uma segunda contração em sua totalidade, e joga o alimento que esta dentro do retículo para dentro do rúmen, e tem uma contração sinérgica dos sacos dorsal e ventral, e uma contração cranial caudal do saco ventral. O rúmen vai contraindo e o alimento circulando, facilitando a digestão bacteriana. E no final dessa contração tem a regurgitação do alimento; - Há uma produção continua de gás; - Qual o gás em maior quantidade dentro do rúmen? Metano; eructação; - A segunda onda – eructação, se da pela contração dos sacos cegos (dorso caudal e ventro caudal), que começa contrair o rúmen de trás para frente, eliminando somente o gás na região do cárdia; - Não necessariamente ocorre uma onda primária e uma secundária; depende da alimentação do animal, como ele esta e até a idade; geralmente a cada dois ciclos primários, existe um ciclo secundário; *Lembrar: no final da primeira onda este animal regurgita para ruminar novamente; Estratificação: REVISÃO Rúmen – Digestão × Fermentação rumenal depende de ambiente anaeróbio × Produção CO2 e H20 × PH entre 5,7 – 6,8 (ideal de funcionamento do rúmen, um ph ácido); × Fermentação por bactérias (28 tipos) + protozoários × Fermentação produz glicose para as bactérias × Via glicolítica ou Embden-Meyerhof × Produz 2 piruvatos que são transformados em 2 ATP e 2NADH - O alimento quando chega no complexo rúmen-reticulo ele tem gás, e este O2 que entra dentro do rúmen é transformado em CO2 e H20 (bactérias especificas que trabalham em anaerobiose, e vão consumir o O2, transformando-o o ambiente em anaeróbico); - O ruminante aproveita o substrato das bactérias e as próprias bactérias mortas; - A fermentação bacteriana produz glicose e ácidos graxos voláteis; - A via glicolítica que produz glicose, e o ruminante quebra essa glicose, produz dois piruvatos que são transformados em 2 ATP e 2 NADH; × ATP utilizada para manutenção das bactérias ruminais × Bactérias produzem ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) 50-70% mantença × Acético, propiônico e butírico, na proporção de 7:2:1 – 50-70% demanda energética × Bactérias são decompostas e se transformam em alimento – ptn × Microrganismos precisam – amônia – reabsorção da uréia × Uréia na alimentação - O ruminante utiliza os ácidos graxos voláteis de cadeia curta, que são a produção de 50- 70% da energia do que o ruminante vai consumir para manutenção de todos seus sistemas; *Lembrar: quando este animal consome mais concentrado, ou tem uma dieta com a presença do concentrado em grandes quantidades, esta proporção de ácidos graxos voláteis, de acético pra propionico muda, havendo maior produção de ácido propionico. E quanto maior volumoso, mais ac. Acético o animal vai produzir; proporção normalé mais acético que propiônico; - As bactérias digeridas também são uma fonte proteica; - E a ureia que é originária da saliva também é fonte proteica; - Os microrganismos também precisam de amônia, que é proveniente da quebra da uréia da saliva, causando também reabsorção; Microrganismos: × 10^10 – 10^11 bactérias e 10^5 – 10^6 protozoários/ml de conteúdo ruminal × Carboidratos estruturais: celulolíticos, hemicelulolítico, pectinolíticos; × Ureolíticos (uréia em NH3) × Lipolíticos - lipideos × Amilolíticos - amido × Proteolíticos - proteinas × Produtores de metano (CH4) e produtores de amônia; - Temos dentro destes microrganismos alguns que vão digerir carboidratos estruturais – originários do capim, da parte mais volumosa; - Tem os que digerem uréia proveniente da saliva ou da alimentação; A uréia proveniente da boca dos animais entra, ela é decomposta em amônia (NH3) + gás carbônico (CO2) dentro do rúmen (bactérias produzem glicose e ácidos graxos voláteis); A amônia dentro do rúmen, ela se liga ao CO2, é levada ao fígado, e é retransformada em uréia, que volta para a corrente sanguínea, que é levada para as glândulas salivares para ser reabsorvida. *Uréia é uma fonte proteica muito barata utilizada em períodos de seca; - Outra via é usar os carboidratos estruturais (celulose, hemicelulose e o amido), e a nível ruminal as bactérias quebram estas estruturas, transformam em glicose, produzindo os ácidos graxos de cadeia curta (acético, propiônico e butírico). - Lembrar que esses animais produzem bem mais acido acético. E o ac acético quando produzido no rúmen for absorvido e chegar ao fígado, ele vai ser quebrado, mas uma grande parte vai passar, ou seja, entrar e sair como ácido acético. Outra porção vai ser quebrada em corpos cetônicos, e isto gera energia, glicose (os corpos cetônicos são um residuo de glicose através dessa quebra); Da mesma forma tem a quebra do ácido butirico também em corpos cetônicos, um pouco do ácido cai na corrente sanguínea, outro tanto para a urina, e ocorre que o animal exala este odor cetônico. E o ácido propiônico é o ácido que é quebrado em glicose, produzindo ácidos graxos, então é uma quebra vantajosa; Lembrar do amido que será absorvido a nivel intestinal ( no intestino delgado, no intestino grosso destes animais ), e este amido retorna para a corrente sanguínea como aminoácidos, e vão ser utilizados para manutenção dos musculos, para crescimento, hipertrofia e alguns outros tecidos, para o tecido adiposo. Os ruminantes também conseguem estocar esta glicose na forma de tecido adiposo, podendo utilizar outro dia, quebrando o lipidio atraves da glicolise, transformando –a em glicose. E na glândula mamária também, pensando nas fêmeas , pois tem acumulo de tecido adiposo nas gls mamárias, e produção de um dos principais produtos que é o leite. - Lembrar que as bacterias estao em renovação constante, e elas possuem um ciclo de vida muito curto. Então elas morrem e também servem como fonte de aminoácido/ fonte proteica; RÚMEN Recém nascido: × Pré-estômago pequeno e afuncional × Dieta de apenas colostro × Possuem goteira esofágica onde alimento vai direto ao abomaso × Abomaso não secreta pepsinogênio - Os recem nascido possuem uma fase de pré ruminante e depois uma fase que eles já são considerados ruminantes. Até os 14-15 dias de idade eles são considerados pré- ruminantes, porque neste periodo o rumen destes animais é afuncional, e isto ocorre porque os animais possuem a goteira esofágica. Quando o animal estica o pescoço que é uma posição natural de amamentação, abre a goteira esofágica, que é um compartimento que liga o esofago ao abomaso. O leite tem que ir direto para o abomaso porque o rumen não tem enzimas e não tem bacterias suficientes para conseguir digerir este leite. Se imaginarmos o trato gastrointestinal do recém nascido, ele é teoricamente estéril e eles são totalmente dependentes da digestão quimica, e esta digestão ocorre dentro do abomaso; por isto a necessidadedo leite ser injetado diretamente no abomaso; - Falha na hora da amamentação e o leite ir para o rúmen: o leite ira ficar fermentando produzindo gás, vai gerar um desconforto abdominal, cólica, e este leite estraga dentro do rúmen, e quando ele passar para o omaso e abomaso ele não vai ser absorvido, pois não tera mais nada para absorver, e vai ser diretamente excretado. - Quando este leite vai para o rúmen, a isto se da o nome de sindrome do coagulador, porque se observa nas fezes/ diarreia do animal grumos de leite. - Isto também pode acontecer em animais que precisam de uma sondagem esofagica; - A digestão é exclusivamente quimica neste primeiro momento, e não tem secreção de pepsinogenio pelo abomaso; Pré ruminante: × Alimenta-se de leite × Segunda semana começa experimentar alimentos sólidos – por imitar os animais adultos, é bom estar contaminado com fezes do ambiente, para colonizar o trato gastrointestinal × Sucção libera saliva com esterase (hidrólise lipídica do leite) × Digestão no abomaso por renina (faz coágulo) e ácido clorídrico × Soro vai para intestino delgado para absorção de proteínas - No abomaso há a produção de renina que facilita a absorção do leite; Fase transicional: × Ingestão progressiva de alimento sólido × Rúmen atinge tamanho adulto × Composição da microflora rumenal por ingestão × Estômagos de tamanho adulto × Pepsinogênio substitui renina no abomaso - Ao se alimentarem de alimento seco começa colonização bacteriana, o rumen se desenvolve até na fase de desmame. Na fase de desmame com 7,9-10 meses, estes animais tem que ter o rúmen completamente funcional, independente da amamentação. Espera-se que o animal conclua a fase transicional. O rumen cresce de tamanho conforme estes animais vão ficando adultos, até por volta dos dois anos. Essa colonização bacteriana ruminal é ideal quando os animais tiverem pastejando. A longo prazo a renina é deixada de produzir no abomaso porque não é mais necessário digerir o leite, e ela é trocada pelo pepsinogênio que digere parte protéica que chega ate o abomaso. - Ingerir concentrado e leite estimula os animais desenvolverem o rúmen mais rápido;
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