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Antibioticoterapia Dr. Rômulo José Soares Bezerra, PhD romulo@ioc.fiocruz.br Niterói RJ 07/10/2017 Princípios da Terapia Antimicrobiana Terminologia Quimioterapia: Tratamento de doenças por meio de substâncias químicas denominados quimioterápicos; utilizada na terapia contra microrganismos patógenos; terapia contra o câncer. Antibiótico: Substância química com capacidade de inibir o crescimento ou replicação ou ainda matar outro microrganismo em baixas concentrações. Terminologia Bacterioestático: inibe a multiplicação de uma bactéria (efeito reversível); Bactericida: exerce efeito letal nas bactérias (dano irreversível). Outros: fungistático e fungicida / virustático e virucida. A quimioterapia pode ser dividida em 3 fases: 1ª Fase - uso empírico: - coalhada mofada pelos chineses para furúnculo; - óleo de chaulmoogra pelos hindus para hanseníase; - quenopólio pelos astecas para vermes intestinais; - mercúrio por Paracelsus para sífilis; - casca de cinchona para febre A quimioterapia pode ser dividida em 3 fases: 2ª Fase – Fase de Ehrlich: - Sec. XIX descoberta que micróbrios causa de muitas doenças; - Se corantes coram específicos eles poderiam ser seletivamente tóxicos (“balas mágicas”); - Testes com azul de metileno, tripano vermelho e outros corantes; - Desenvolveu drogas para doença do sono e sífilis; - Criou o termo quimioterapia (uso de drogas de natureza química para enfraquecer o microrganismo. Histórico A quimioterapia pode ser dividida em 3 fases: 3ª Fase – Quimioterapia Moderna: - Iniciada por Domagk (1935) prontosil (corante sulfonamídico) para infecção piogênica; - Viu que atividade não era da porção corante e sim da para- aminobenzossulfonamida; - 1938 primeira sulfonamida foi lançada. Histórico Antibiose - Descoberto por Pasteur (1877); - Redução crescimento de antraz por bactérias aerófilas; Histórico Penicilina - Descoberto por Fleming (1929); - Substância produzuzida pelo fungo Penicillium capaz de matar Staphylococcus em cultura; - Incapacidade de purificar a molécular. Histórico Penicilina - Chain e Florey continuaram pesquisas e em 1941 a penicilina foi aplicada na clínica; Estreptomicina - Waksman (1941) descoberta de antibiótico a partir de fungos actinomicetos; Outros antibióticos oriundos do mesmo grupo de fungos: tetraciclina, clorafenicol, eritromicina, e outros, rendendo prêmio Nobel aos cientistas envolvidos Espectro antimicrobiano (antibacteriano) Relacionado com a amplitude do antibiótico: Espectro estreito: atinge apenas um pequeno número de bactérias; Ex: só mata gram-positivos. Espectro ampliado/amplo: atinge uma gama de bactérias; Ex: mata gram-positivos e gram-negativos, e até outros patógenos. Terminologia CMI x CMB CMI: concentração mínima inibitória CMB: concentração mínima bactericida Determinam o regime posológico Classificação dos Antibióticos Quanto a estrutura química: 1. Sulfonamidas e drogas relacionadas; 2. Diaminopiridinas; 3. Quinolonas; 4. Betalactâmicos; 5. Tetraciclinas; 6. Aminoglcosídeos; 7. Derivado nitrobenzênico; 8. Macrolídios; 9. Polipeptídios; 10.Glicopeptídios; 11. Oxozolidona; 12.Nitrofurânicos; 13.Nitroimidazóis; 14.Derivados ácido nicotínico; 15.Poliênicos; 16.Derivados azólicos; 17.Outros Classificação dos Antibióticos Quanto ao mecanismo de ação 1. Inibem a síntese da parede celular bacteriana; 2. Provocam vazamento através da membrana celular; 3. Inibem a síntese proteíca; 4. Provacam leitura incorreta do mRNA; 5. Inibem a DNA girase; 6. Interferem com a função do DNA; 7. Interferem com a função do RNA; 8. Interferem com metabolismo; 9. Tipo de organismo alvo: 1. Antibacterianos; 2. Antifúngicos; 3. Antivirais; 4. Antiprotozoários; 5. Anti-helmínticos Associações de Antibióticos - Casos de infecções graves (sem diagnóstico); - Infecções mistas; - Redução da dose potencialmente tóxica; - Evitar aparecer resistência bacteriana; - Conseguir efeito sinérgico. Associações de Antibióticos Associações de Antibióticos Problemas Devido ao Uso 1) Interação Medicamentosa: - Farmacocinética; - Farmacodinâmica. 2) Toxicidade: - Reações alérgicas; - Efeitos adversos associados ao uso oral; - Superinfecção; - Nefrotoxicidade e insuficiência renal; Posologia; Duração; Interação medicamentosa; Idade; Função renal e hepática Betalactâmicos: Penicilinas, Carbapenêmicos e Cefalosporinas Beta-Lactâmicos Beta-lactâmicos Tem como característica o anél beta-lactâmico, responsável por seus efeitos Penicilinas, amoxicilina, ampicilina, oxacilina... Cefalosporinas: cefalexina, ceflacor, cefixima... Imepenem, meropenemAztreonam Beta-lactâmicos – Mecanismo de Ação (transpeptidase) Beta-lactâmicos – Mecanismo de Ação 300 mOsm 1000 mOsm Penicilina 300 mOsm 1000 mOsm H2O 300 mOsm 300 mOsm lise Efeito bactericida Beta-lactâmicos – Mecanismo de Resistência Beta-lactâmicos – Mecanismo de Resistência penicilina Modificação da enzima Impermeabilidade Síntese Alternativa da Parede celular Beta lactamases Beta-lactâmicos – Mecanismo de Resistência Betalactamases Associação: clavulanato Resistência natural: organismos sem parede celular: Mycoplasma pneumoniae Rickettsias sp organismos gram negativos Penicilinas Penicilinas - Grupo de antibióticos mais utilizados Naturais Semi-sintéticas - Menor tempo de duração - Sensibilidade a acidez estomacal - Sensibilidade à betalactamase - Espectro estreito de ação - Alergenicidade Representante Espectro antibacteriano Penicilina G e Penicilina V Cocos Gram-positivos e Gram-negativos aeróbios, anaeróbios (cocos e bacilos) da cavidade bucal, espiroquetas Ampicilina e Amoxicilina Mais ampliado incluindo bacilos gram- negativos aeróbios Amoxicilina/ácido clavulânico Aumenta espectro de ação amoxicilina Oxacilina, Cloxacilina, Dicloxacilina (resistente a penicilinase) Principalmente estafilococos Carbenicilina, tarcacilina, Piperacilina Enterobacterias e pseudomonas (*penicilina G = benzilpenicilina) Penicilinas Grupo 1: Penicilinas sensíveis à lactamases Ex: Benzopenicilina e Penicilina G Grupo2: Penicilinas que resistem à lactamases Ex: meticiclina, nafcilina, cloxacilina Grupo 3: Penicilinas de espectro aumentado Ex: ampicilina, amoxicilina, bacampicilina, ciclacilina Grupo 4: Penicilinas antipseudomonas Ex: carbenicilina, ticarcilina, azlocilina, piperacilina Classificação Penicilinas Farmacocinética Nil = não absorvível Penicilinas Fármaco Dose Via Intervalo Penicilina G (cristalina) A: 20-24 milhões UI C: 25-300mil UI/Kg/dia IV Contínua Penicilina G (procaína) A: 300.000 UI C: 25 – 50mil UI/Kg/dia IM 12-24 h Penicilina G (benzatina) A: 1.2 milhões UI C: 600.000 UI IM 28 dias Penicilina V A: 400-800 mil UI (250-500mg) C: 25-100 mil UI (15-65 mg/kg/dia) VO 6 Ampicilina A: 1g C: 100-200/ kg/dia IV IM 4-6h Amoxicilina A: 500-1000mg C: 20-40 mg/Kg/ dia VO 8h Amoxicilina/ clavulanato A: 500/125 mg 875/125mg C: 125/125 mg VO 8h 12h Exemplos de Esquemas Terapêuticos Cristalpen® Despacilina® Bezentacil® Pen-Ve-Oral® Amplacilina® Unasyn® Amoxil® Novocilina® Clavulin® Novomox® Penicilinas Interações e Contra-indicação - Pacientes alérgicos a penicilinas; - Pacientes fazendo uso de bacteriostáticos (clorafenicol, tetraciclina, eritromicina, clindamicina); - Doses altas de carbenicilina aumentam efeitos do metotrexato (tratamento câncer); - Alguns contraceptivos orais perdem eficácia; - Junto com alopurinol, aumento chance de surgir exantemas; - Atenolol tem biodisponibilidade reduzida quando na presença de ampicilina; - Associação com ácido clavulânico (monobactâmico) que apresenta atividade anti betalactamases (inibição suicida) protegendo assim a degradação de outra penicilina (amoxicilinae ticarcilina); Penicilinas Clav + Amox Penicilinas Clav + Amox Penicilinas Clav + Amox Penicilinas Efeitos Adversos 1) Hipersensibilidade - Ocorre na taxa de 1 a 10% dos pacientes (0,02% de morte); - Reações cutâneas até choque anafilático (urticária, angioedema, asma, edema de laringe, rinite, dermatite de contato, prurido, eritema, eosinofilia, hipotensão e raramente morte) - Reações alérgicas podem ocorrer mesmo nunca tendo entrado em contato com o antibiótico (outras fontes: fungo e leite); - Teste para diagnosticar hipersensibilidade a penicilina: injeção intradérmica Penicilinas Efeitos Adversos 2) Outras reações adversas I.M.: dor e inflamação; I.V.: tromboflebite; Oral: irritação GI, vômito, azia, diarréia; Penicilina G em alta dose: hipercalemia, arritimia, parada cardíaca; Hipernatremia nos sais dissódicos em pacientes renais, cardíacos ou que apresentem dificuldade de excretar sódio; Alteração da flora normal (superinfecção). Cefalosporinas Cefalosporinas Geral: - O mecanismo de ação similar das penicilinas; - Pode ser utilizado por aqueles que apresentem alergia as penicilina, exceto os que desenvolvem reações alérgicas graves; - Pode ser utilizadas por gestantes, nas impossibilidade do uso de penicilinas (é excretada no leite, pode sensibilizar o lactente); - São classificadas em gerações Cefalosporinas Classificação: de acordo com espectro de ação 1ª Geração: atuam preferentemente em cocos gram-positivos e apresentam pouca atividade frente aos gram-negativos. Ex: cefalexina (Keflex®) (1cx 8cp (1g) – 40 reais) 2ª Geração: apresentam atividade em bacilos gram-negativos ainda mantendo alguma atividade diante de cocos gram-positivos. Ex: cefaclor (1 cx 10 caps (500 mg) – 65 reais) 3ª Geração: muito eficazes contra bacilos gram-negativos, apresentando menor atividade contra cocos gram-positivos quando comparados aos representantes de primeira e segunda gerações. Ex: Cefotaxima (1 g sol. Inj 1fr – 37 reais) 4ª Geração: apresentam amplo espectro de atividade, atuando contra bacilos gram-negativos e cocos gram-positivos. Tem maior estabilidade perante as betalactamases. Ex: Cefpiroma (100mg sol inj 1fr – 100 reais) Cefalosporinas Cefalosporinas Farmacocinética Cefalosporinas Efeitos Adversos - Irritação no local da aplicação; - dor local (im) e flebite no uso prolongado (iv); - mal-estar epigástrico, náusea, diarréia no uso oral; - Reações alérgicas em 5% dos casos; - Reação alérgica cruzada com pacientes hipersensibilizados a penicilinas (5- 16%); - Leucopenia e trombocitopenia reversível; - Nefrotoxicidade para cefaloridina. - Cefamandol, cefoperazona e moxolactama tem efeito similar ao dissufiram quando usados com álcool. Carbapenêmico Imipeném + Cilastatina Infecções hospitalares graves causadas por bactérias Gram positivas e Gram negativas aeróbias e anaeróbias, incluindo infecções causadas por Pseudomonas e Acinetobacter sp Imipeném – metabolizado rapidamente pela enzima dihidropeptidase renal Imipeném + Cilastatina Interações: - Aumento de efeito/toxicidade: probenecida, antibióticos betalactâmicos; - A administração concomitante com ganciclovir pode provocar convulsões generalizadas; - O uso de imipeném com ciclosporina resulta em aumento dos níveis de ciclosporina e desenvolvimento de agitação, confusão e tremores. Antibióticos Inibidores de Síntese Proteica: Aminoglicosídeos, Macrolídeos, Tetraciclinas, Cloranfenicol, Clindamicina e Linezolida 1. Aminoglicosídeos Geral Grupo de antibióticos em sua maioria derivados de microrganismos (Streptomyces e Micromonospora), existindo composto semissintéticos; Relevância em diversas infecções bacterianas consideradas graves; Eficácia contrasta com seu principal efeito adverso (surdez); São bacteriostáticos e bactericidas; Exemplos: gentamicina, amicacina, estreptomicina, neomicina. Química - Famílias dos aminoglicosídeos; (estreptomicina) Família Membros Estreptomicina Estreptomicina Canamicina Canamicina B Amicacina Tobramicina Dibecacina Gentamicina Gentamicina Sisomicina Netilmicina Isepamicina Neomicina Neomicina Paromomicina Espectinomicina (aminociclitol sem glicosídeo) anel aminociclitol Farmacocinética - Vias: iv; im; tópico - Absorção oral é baixa; - Aplicação tópica tem baixa absorção em pele inflamada, mas a absorção é alta quando há lesões graves (maior toxicidade); - Baixa ligação com proteínas plasmáticas e alta hidrossolubilidade; - Em situações de edema (ascite) o volume de distribuição aumenta; - As concentrações nos rins podem perdurar por até 200h. Farmacodinâmica AG Bomba de próton Porina AG ribossomo - Inibe a síntese; - Leitura incorreta do mRNA; - Ruptura dos polissomos Bacteriostático (bactericida) ↓pH Resistência bacteriana Mecanismos: - alteração da captação do fármaco (mutação); - síntese de proteínas modificadoras (acetilases) (principal mecanismo); - mudanças nos sítios de ligação nos ribossomos (mutação). AG Enzima modificadora Fosfotransferase Nucleotidiltransferase Acetiltransferase AG-modificado Perda da capacidade de interagir com o ribossomo Origundos de plasmídios e transposons Toxicidade - Lesão renal: - Ototoxicidade: - Bloqueio neuromuscular: nefrotoxicidade : 7 casos em cada 2000 pacientes Diuréticos de alça aumentam efeitos tóxicos Ruídos e perda de audição Vertigem e perda do equilíbrio Surdez pode ser irreversível •Interação com receptores de Ach ; •Observado em altas doses pode causa paralisia respiratória; •Efeito aumentado na presença de bloqueadores de cálcio Toxicidade Neomicina x JNK x HSP Morte Celular Toxicidade K – canamicina P/S – penicilina/estreptomicina G - gentamicina Neuropharmacology Volume 49, Issue 5, October 2005, Pages 627-637 http://www.sciencedirect.com/science/journal/00283908 http://www.sciencedirect.com/science?_ob=PublicationURL&_hubEid=1-s2.0-S0028390805X04968&_cid=271069&_pubType=JL&view=c&_auth=y&_acct=C000037858&_version=1&_urlVersion=0&_userid=687336&md5=d8202e7179ae415bbec9a3d7db979107 Indicações Clínicas - Infecções por gram-negativos - Suspeita de sepse - Resistência a outros antibióticos - Associação com b-lactâmicos para gram-positivos (efeito bactericida sinérgico) Esquema de Administração CMI = concentração mínima inibitória - Dose inicial depende de função renal - Entretanto o pico sérico depende do volume de distribuição e deve ser feito correção para pacientes com obesidade Esquema de Administração Dose Única - Menor toxicidade - Alta concentração é mais eficaz Não deve ser utilizado em: - Insuficência renal moderada a grave; - Queimadura graves (edema); - Ascite; - Fibrose cística (infecção por P. aeruginosa, associação com b-lactâmicos) - Diálise; - Neonatos/crianças (clearance renal é reduzido, que aumenta a meia-vida) - Gestantes; - Infecções por P. aeruginosa em pacientes neutropênicos; - Endocardite (associação de penicilina G com gentamicina em paciente com função renal normal); - Infecção por micobactérias; - Em tratamentos superiores à 7 dias; Formas farmacêuticas brasileiras Estreptomicina - frasco-ampola com 1g de sulfato de estreptomicina (i.v.) Gentamicina - Diprogenta® : bisnaga com 30g de creme ou pomada dermatológica - Garamicina Ingetável adulto® : amploa de 60-280mg (i.v. ou i.m) - Garamicina Ingetável pediátrico® : amploa de 20-40mg (i.v. ou i.m) - Garamicina Creme®: bisnaga com 30g – dermatológica - Garasone® : frasco 10mL contendo gentamicina + betametasona (oftalmo) - Gentacort® : frasco 5mL gentamicina + betametasona (oftalmo) - Quadriderm® : bisnaga 20g creme gentamicina+betametasona, tolnaftato+cloquinol (dermato) Tobramicina - Tobradex®: frasco 5mL contendo tobramicina + dextametasona (colírio) - Tobradex®: bisnaga 3.5g de pomada olftalmica - Tobramicina ® : frasco 5mL com solução oftalmica - Tobramicina® : bisnaga com3.5g pomada oftalmica 2. Macrolídeos Geral - Pertencem a esse grupo a Eritromicina, Azitromicina e Claritromicina; - Tem como característica a presença de um anel lactônico ligado a um ou mais desoxiaçúcares Eritromicina Azitromicina Claritromicina - 1952 : Streptomyces erythreus Farmacocinética Farmacodinâmica Bactericida Bacteriostático Resistência aos Macrolídeos Resistência aos Macrolídeos Resistência: - Associada a bombas de efluxo; - Alteração do ribossomo; - Bacilos gram-negativos: associado a composição da membrana; - Diversas bactérias que desenvolvem resistência aos macrolídeos transferem material para outras bactérias Toxicidade Contra-indicações Eritromicina: - Pode potencializar efeitos anticoagulantes da varfarina; - Interfere com o metabolismo de P450: potencializa efeitos da carbamazepina, ciclosporina, digoxina, corticosteróides, teofilina e outros Azitromicina: - Antiácido reduz sua absorção; - Não deve ser utilizado por menores de 16 anos, gestantes e mulheres lactantes; Claritromicina: - Interação com diversos fármacos (vide Rename 2010) 3. Tetraciclinas Tetraciclinas Antibióticos de amplo espectro: - Gram-positivos; - Gram-negativos; - Bactérias aeróbicas; - Espiroquetas; - Micoplasma; - Riquétsias; - Clamídias - alguns protozoários Nas concentrações terapêuticas é bacteriostático Divididos em: - Ação Rápida - Ação Intermediária - Ação Longa Tetraciclinas – Química Tetraciclinas – Preparações e doses de tetraciclinas Tetraciclinas – Mecanismo de Ação - Ligação a subunidade 30S do ribossomo, impedindo a ação da RNA aminoacil transferase - Impede a ligação de novos aminoácidos a cadeia polipeptídica Tetraciclinas – Sensibilidade e Resistência - Pneumococos e Haemophilus influenza, sensíveis, sendo a base para tratamento de sinusite e complicações da bronquite crônica; - Geralmente pneumococos resistentes a penicilinas são resistentes à tetraciclinas; - Gonococos são sensíveis, sendo as tetraciciclinas utilizadas em infecções urinárias; - Pseudomonas pseudodomallei, Brucela sp e Vibrio cholearae são sensíveis; - Atividade contra bactérias anaeróbias somente na associação com neomicina; - A resistência está associada principalmente a bactérias que não possuem transporte ativo do fármaco, acompanhado por aumento de expulsão do antibiótico Tetraciclinas – Farmacocinética - Absorção ocorre no início do intestino delgado 500mg de tetraciclina alcança concentração plasmática de 4mg/mL 500mg (i.v.) alcança concentração plasmática de 8mg/mL -Administração simultânea com diversas substâncias dificultam sua absorção: - cálcio, magnésio, alumínio, ferro, complexos vitamínicos, bicarbonato de sódio; -Carbamazepina, barbitúrico aumentam metabolismo - Tetraciclina diminui ação de contraceptívos e aumenta dos anticoagulantes orais Tetraciclinas – Efeitos Adversos - Urticária; - Pigmentação amarelada nos dentes (80% dos pacientes) permanente, não sendo aconselhado uso por gestante e crianças até 8 anos; - Distúrbios do TGI, que pode ser reduzido com alimentos, porém podendo esses diminuírem a absorção; - Podem agravar a insuficência renal, podendo ocorrer diabetes insípido pela demociclina (efeito que pode ser utilizado no excesso de ADH); - Miociclina pode causa distúrbios como vertigens, perda de equilíbrio e zumbido. 4. Cloranfenicol Clorafenicol – Mecanismo de Ação Ação bacteriostática - Inibidor ribossomal reversível, impedindo etapa da peptidiltransferase Clorafenicol – Farmacocinética e Resistência - Boa absorção oral, - Suspensão insípida de palmitato de clorafenicol; - Meia-vida do clorafenicol é de 4horas; Resistência: - Impermeabilidade da bactéria ao fármaco; - Produção de acetiltransferase; Clorafenicol – Efeitos adversos e Interação medicamentosa - depressão da medula óssea; - síndrome do bebe cinzento, decorrente do baixo metabolismo hepático em recém- nascidos em conjugar o clorafenicol Sintômas: distensão abdominal, vômito, flacidez, hipotermia, pigmentação acinzentada, colapso circulatório e morte - Distúrbios TGI e neurite óptica causando diminuição -da acuidade visual; Interações: - Aumenta meia-vida da tolbutamida, fenitoína e ciclofosfamida; - Pode antagonizar a ação bactericida de aminoglicosídeo, penicilinas e cefalosporinas 5. Clindamicina Clindamicina - Derivado da lincomicina, produzida por Streptomyces lincolnensis; - Mecanismo de ação identico ao da eritromicina; - Resistência a clindamicina confere resistência cruzada aos macrolídeos, Mecanismos: mutação ribossomo, inativação enzimática Estreptococos, estafilococos e pneumococos são sensíveis; Gram-negativas aeróbias são naturalmente resistentes; Efeitos adversos: diarréia, náusea, erupções cutâneas, diminuição função hepática e neutropenia. - a diarréia pode ser fator risco na infecção por Clostridium difficile 6. Linezolida Linezolida - é uma oxazolidinona, classe de antibióticos sintéticos; - utilizada principalmente para tratar pneumonia hospitalar e doenças de pele; - atua impedindo a formação do complexo ribossômico, ligando-se na partícula 23S da subunidade 50S; - não gera resistência cruzada, sendo o único mecanismo de resistência, mutação na partícula 23S; - principal efeito adverso: trombocitopenia reversível; - Meia-vida de 4-6h e 100 biodisponível por via oral; Antibióticos Antimetabólitos e outros: Sulfonamidas, Trimetropina, Fluoroquinolona, Vancomicina, Polimixinas e Anti-septicos Sulfonamidas e Trimetropina-Sulfametoxazol Sulfonamidas - Um dos primeiros grupos de agentes utilizados para tratar infecções bacterianas; - Sulfonamida ou sulfa é um termo genérico para derivados da para- aminobenzossulfonamida; - Prontozil descoberto em 1935 com atividade quimioterápica, e posteriormente verificou-se que ele originava a sulfonamida. 1,2,4-TRIAMINOBENZENO Sulfonamidas - Penicilina + surgimento de resistência reduziu seu uso; - Trimetropima + sulfametoxasol – ampliação do uso das sulfas; - Além da ação antibacteriana deu origem a outras classes farmacológicas: - diuréticos tiazídicos; - sulfoniluréias (hipoglicemiante); - inibidores da anidrase carbônica. Sulfonamidas Farmacocinética Administração Adm. Oral: - promover níveis séricos adequados - promover ação local com sulfas de baixa absorção Adm. Parenteral: - na forma de sais sódicos - usado quando a via oral não é possível - quando se quer efeito imediato Adm. Retal: - absorção de 15-30% usado excepcionalmente para infecções das porções finais do intestino Adm. Tópica: - conjuntiva, canal auditivo e mucosa vaginal; - tratamento de queimaduras; - podem ser inativadas na presença de pus e serosidade Sulfonamidas Farmacocinética Absorção - Exceto as de baixa absorção (sulfaganidina e ftalilsulfatiazol) todas tem boa absorção oral, de 70-100%; - relacionada com coeficiente de partição, pH e ionização; Distribuição - por todos tecidos e líquidos; - interação com proteínas plasmática (principalmente albumina); - atinge o liquor (facilitado por meningite); Sulfonamidas Farmacocinética Biotransformação - eliminadas por três formas: - Inalteradas; - Conjugadas ao ácido glicurônico; - Conjugadas ao grupo acetil (acetilação) Sulfonamidas Farmacocinética Eliminação - principalmente na urina; - na urina ácida podem precipitar (cristalúria) - na urina alcalina reduz cristalúria, mas aumenta excreção; Sulfonamidas Farmacodinâmica Espectro - Streptococcus pyogenes; - S. pneumoniae; - E. coli; - Klebsiella pneumoniae; - Haemophilus influenza; - H. ducryi; - Nocardia asteroides; - Toxoplasma gondii; - Actinomyces; - Chlamydia trachomatis - Plasmodium falciparum (sulfadoxina+pirimetamina) antiprotozoário Sulfonamidas Química - Derivados da sulfanilamida - por substituição do átomo de hidrogênio do grupo sulfamil; Atividade antibacteriana Sulfonamidas FarmacodinâmicaMecanismo de Ação - são bacteriostáticas; - são análogos estruturais do ácido p-aminobenzóico (PABA), competem pela mesma enzima (di- hidropteroato sintetase); - é um antimetabólito; - impede formação de ácido fólico essencial para síntese de timidina, adenina, guanina e alguns aa. Sulfonamidas Farmacodinâmica Resistência - Decorrente de: a) alteração da di-hidropteroato sintetase; b) aumento da capacidade de inativação do fármaco; c) desenvolvimento de via metabólica alternativa; - Mecanismos: a) Mutações; b) Seleção de cepas resistentes; c) Transferência por meio de plasmídios Sulfonamidas Indicações Clínicas - Infecções do trato urinário causadas por E. coli; - Na toxoplasmose; - Nas infecções por Chlamydia; - Na profilaxia da febre reumática em pacientes alérgicos a penicilina; Sulfonamidas Interações Medicamentosas - Capacidade de deslocar outros fármacos de proteínas plasmátias; Ex: anticoagulantes cumarínicos, barbitúricos e metotrexato - Acentuada hipoglicemia quando co-administrado com tolbutamida; - Pode formar precipitados na presença de metamina; - Evitar uso com PABA ou anestésicos locais derivados (benzocaína, procaína e tetracaína), que antagonizam as sulfonamidas. Sulfonamidas Toxicidade - Alterações do SNC: dor de cabeça, letargia, depressão, tontura, zumbido, vertigem, psicose, neurite, ataxia e convulsões; - hipersensibilidade; - Síndrome de Stevens-Johnson (fatal em 25% dos pacientes suscetíveis); - alterações de células sanguíneas; - Nefrotoxicidade: oligúria, anúria e cristalúria; - Icterícia no feto e recém-nascido; - Anorexia, vômito, náusea e diarréia. Trimetropina-Sulfametoxazol - Fármacos que atuam em sinergismo sobre a síntese de ácido fólico; - Também denominado co-trimoxazol (Bactrim®); - A sulfametoxazol é uma sulfonamida; - A trimetropina é uma diaminopirimidina; Trimetropina George H Hitchings Nobel 1988 Trimetropina-Sulfametoxazol Trimetropina - Ação contra gram-positivas e gram-negativas; - Enterobactérias apresentam diversidade geográfica quanto a sensibilidade; Associação - Sensibilidade de 50-95% das cepas de: Staphylococcus aureus Staphylococcus epidermis S. pyogenes E. coli Proteus mirabilis P. morganii e espécies de Salmonela, Shigella Enterobacter Pseudomonas Trimetropina-Sulfametoxazol Trimetropina Mecanismo de Ação - Inibe a enzima dihidrofolato reductase; - A associação tem efeito sinérgico na inibição da síntese de ácido tetrahidrofólico; - Altamente seletivo pela redutase de Microorganismos; Trimetropina-Sulfametoxazol Sinergismo da Associação Efeito sobre a viabilidade de E. coli Trimetropina (0,04 mg/L) Sulfametoxazol (100 mg/L) Trimetropina (0,04 mg/L) + Sulfametoxazol (0,8 mg/L) ∆ Sulfametoxazol (1,6 mg/L) Sulfametoxazol (3,2 mg/L) A melhor relação é de 1:20 (Trimetropina:Sulfametoxazol) Trimetropina-Sulfametoxazol Resistência - Associado a obteção de um plasmídio que codifica uma di-hidrofolato redutase modificada; - Desenvolvimento de resistência em S. aureus e Enterobacterias tem sido problemáticos no tratamento dessas infecções em pacientes com AIDS; Trimetropina-Sulfametoxazol Farmacocinética - A absorção por via oral de trimetropina é mais rápida que da sulfametoxazol; - Concentração sanguínea máxima ocorre em 2 e 4 h respectivamente para trimetropina e sulfametoxazol; - Possuem meia-vida similar em torno de 10h; - Para se obter a relação 1:20 geralmente é administrado 800mg de sulfametoxazol e 160 mg de trimetropina 2xdia; - 65 % da sulfametoxazol e 40% da trimetropina liga-se a proteínas plasmáticas; Trimetropina-Sulfametoxazol Reações Adversas - Pode causa megablastose, leucopenia e trombocitopenia em indivíduos com carência de folato; - Apresentam os efeitos de hipersensibilidade tipícos das sulfonamidas (entretanto com incidência 3x maior na associação); - Náusea e vômito; - Alterações do SNC causadas pela sulfametoxazol (cefaléia, depressão, alucinação); Trimetropina-Sulfametoxazol Aplicações Clínicas - Infecções do trato urinário inferior (aguda, crônicas e recorrentes); - Pode ser utilizado no tratamento de prostatite bacteriana; - Infecções do trato respiratório: bronquite, sinusite e otite média, causadas por H. influenza, S. pneumoniae. (não deve ser utilizado na faringite estreptococica; - Infecções gastrointestinais por Shigella resistênte a ampicilina; - Infecção de Pneumocystis carinii em pacientes com AIDS Fluoroquinolonas Fluoroquinolonas – Química e Classificação Primeira Geração: Ácido Nalidíxico Ácido Oxolínico Cinoxacino Segunda Geração: Norfloxacino Enoxacino Ciprofloxacino Lomefloxacino Ofloxacino Fleroxacino Pefloxacino Rufloxacino Terceira Geração: Levofloxacino Esparfloxacino Grepafloxacino Quarta Geração: Trovafloxacino Clinafloxacino Gatifloxacino Moxifloxacino Fluoroquinolonas – Farmacocinética - Todas quinolonas fluoradas tem rápida absorção por via oral; - Com biodisponibilidade superior a 80%; - Alimentos retardam absorção; - Antiácidos, bloqueadores H2 e outros que retardam o esvaziamento gástrico ou peristaltismo diminuem absorção; Fluoroquinolonas – Mecanismo de Ação - Bloqueio da síntese de DNA, sendo bactericida Fluoroquinolonas – Resistência Fluoroquinolonas – Indicações Clínicas - Infecções do trato urinário e próstata: Staphylococcus, Escherichia coli, Pseudomonas auriginosa; - Doenças sexualmente transmissíveis: Neisseria, Chlamydia, Treponema; - Infecções do trato respiratório: Streptococcus pneumoniae, H. influenza, Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumoniae, Staphylococcus aureus; - Infecções gastrointestinais: E. coli, Salmonella typhi, Shigella sp, Vibrio cholerae, Aeromonas sp, Yersinia enterocolítica; - Infecções dermatológicas e de tecidos moles: Streptococcus pyogenes, E. coli, P. aeruginosa, Klebsiella pneumoniae, Enterobacter sp, Proteus sp; - Infecções ósseas e articulares: P. aeruginosa, S. aureus; Fluoroquinolonas – Efeitos Adversos - Alterações do TGI (3 – 6%); - Efeitos SNC (0,9-11%): tonturas, cefaleia, agitação, insonia, sonolência, ansiedade ou depressão, alterações do paladar, olfato, confusão mental, alucinação, convulsão e psicose; - Fotofobia e alterações na percepção de cores e alteração na acomodação; - Reações de hipersensibilidade (0,2-2,2%); - Toxicidade hepática principalmente com cinoxacino; - Alterações do hematócrito (<1%): leucopenia, trombocitopenia, eosinofilia e depressão medular; - Lesões articulares nos tratamentos prolongados; - Na urina neutra ou alcalina, norfloxacino e ciprofloxacino forma cristais renais e nefrotoxicidade; Fluoroquinolonas – Contra-indicação - Não deve ser administrado em grávidas, crianças e mulheres amamentando devido a possibilidade de erosão de cartilagem; - Pessoas com hipersensibilidade; - ácido nalidíxico não deve ser usado em pacientes com história de disturbios convulsivos, psicose, parkinsonismo e esquizofrenia; - Deve ser tomado cuidado em pacientes com doença hepática, arterioesclerose cerebral e insuficiência renal Outros Antibióticos Antissépticos no Tratamento de Infecções Urinárias Metenamina (Sepurin) - em água se de compõe para formar formaldeído Relacionado com o pH -90% de decomposição só ocorre após 3h; - Absorvida por via oral, porém ocorre inativação de 10 a 30% pelo suco gástrico; - Não deve ser utilizado em pacientes com insuficiência renal; pH 7,4 não há decomposição pH 6,0 6% se decompõe pH 5,0 20% se decompõe Antissépticos no Tratamento de Infecções Urinárias Nitrofurantoína - Após absorção é rapidamente excretado na urina (meia vida de 0,3- 1h); - Enzimas bacterianas reduzem o composto gerando intermediários altamente reativos que lesan o DNA; - Atividade sobre várias cepas: E. coli, Proteus, Pseudomonas, Enterobacter e Klebsiella; - Utilizado no tratamento de recorrência de infecção do trato urinário, porém seu uso vem diminuindo devidoa resistência e melhor eficácia das fluoroquinolonas. Vancomicina - É um glicopeptídeo derivado do Streptomyces orientalis com ação bactericida de espectro estreito; - Tratamento de infecções por Staphylococcus aureus em pacientes hospitalizados e em estado grave; - Tratamento de colite pseudomembranosa grave provocada por Clostridium difficile; - Uso cauteloso devido ao surgimento de enterococos e Staphylococcus aureus resistentes a vancomicina. Vancomicina - Farmacocinética - Administração i.v. por 60 min; - Administração rápida provoca reações anafilactóides; - Pode precipitar com heparina não devo ser administradas pelo mesmo sistema iv; - Excretada principalmente por filtração glomerular; - Meia-vida de 6-8horas em pacientes com função renal normal; - Atinge o liquor somente em pacientes com meningite; Vancomicina – Mecanismo de Ação - Tripla ação: - Interfere com a formação da parede bacteriana impedindo ligação entre os peptídeoglicanos; - Inibe a síntese de RNA; - Altera a permeabilidade da membrana plasmática da bactéria - Ação bactericida e devido a diferentes mecanismo é de difícil resistência Vancomicina – Efeitos Adversos - Preparações parenterais e purificadas tem boa tolerância; - Pode haver nefrotoxicidade e ototoxicidade com aminoglicosídios; - Síndrome do homem vermelho associada liberação de histamina pela hiperosmolaridade; (uso com anti-histaminico pode reduzir esses efeitos.) - Pode ocorrer neutropenia no uso prolongado; Polimixinas - Compreende um grupo de antibióticos produzidos pelo Bacillus polymyxa; - Polimixina B e E (ou colistina). - Usada na forma de sultado ou metanosulfato para via parenteral; - A meia-vida da poli B é de 6h, podendo se acumular podendo o nível sanguíneo duplicar em uma semana; - Já a colistina tem meia-vida de 1,5-2,7h; - Acúmula no: fígado, rim, coração, cérebro, músculos, pulmões O mecanismo de ação se dá pelo aumento da permeabilidade da membrana. Polimixinas – Sensibilidade e Resistência - São ativas contra bacilos entéricos (exceto espécies Proteus); - Gram-negativas: H. influzenza, B. pertussis, salmonelas, shigelas; - Neissérias são resistentes; - É raro o desenvolvimento de resistência em bactérias sensíveis; - Pode haver aumento da atividade quando associadas à sulfas ou trimetropina; - Potencia ação de fungicidas como anfotericina B; - Pode vir associado a Bacitracina (antibiótico que interfere com a síntese da parede bacteriana assim como a membrana plasmática), para uso tópico. ANTIMICOBACTERIANOS • Infecções micobacterianas : • Tuberculose - Mycobacterium tuberculose. • Hanseníase - Mycobacterium leprae. • Características : • Doenças crônicas necessitam tratamento prolongado ; microorganismo fagocitado pode sobreviver no interior dos macrófagos; resistência . ANTIMICOBACTERIANOS • Fármacos para tratamento da tuberculose: • isoniazida • rifampicina • streptomicina • etambutol • pirazinamida • quinolonas • cicloserina ISONIAZIDA Sintetizada a partir do ácido nicotínico, é o mais importante fármaco para o tratamento da tuberculose. ➢mec. de ação : pró-droga que se converte a um metabólito ativo por ação da catalase das micobactérias; sua ação primária é inibir a síntese de elementos formadores da parede celular da bactéria. ISONIAZIDA ➢farmacocinética : absorção oral prejudicada por anti- ácidos; pico plasmático 1-2h. ; ampla distribuição no organismo, ; atravessa barreiras ; biotransformada no fígado; bimodal ; eliminação urinária. efeitos adversos : erupções cutâneas, febre, neurite periférica , reações hematológicas, hepatite, artrite e interações (iMAO) ISONIAZIDA ➢indicações terapêuticas : tratar infecções ativas com uso intermitente exige outros agentes associados , na profilaxia uso isolado ; administração em conjunto com piridoxina (B6) evita neuropatia periférica. RIFAMPICINA • Derivado semi-sintético da Amycolaptosis mediterranei, um dos mais ativos agentes antituberculose. ➢mec. de ação : inibe a RNA polimerase da micobactéria, formando um complexo ( droga-enzima ) que impede a formação da cadeia peptídica. Em altas doses pode inibir a síntese de RNA em mamíferos. RIFAMPICINA ➢farmacocinética : administração oral com pico plasmático em 2-4h.; ciclo entero- hepático sofre deacetilação com metabólito ativo e pouco reabsorvido; distribuição ampla, inclusive atravessa barreiras (LCR) ; eliminação nas fezes e na urina. RIFAMPICINA ➢efeitos adversos : são raros, pode ocorrer febre, náusea, vômito e erupções ; não deve ser utilizada em indivíduos hepatopatas. ➢indicações terapêuticas ; em associação com isoniazida para tuberculose e isoladamente na profilaxia da meningite meningocóccica ou por H. influenziae. ETAMBUTOL • É um composto solúvel em água e estável ao calor. ➢mec. de ação : inibem a atividade da arabinosil transferase na síntese da parede das micobactérias. ➢farmacocinética : absorção oral com pico de concentração de 2h.; t ½ de 3 à 4h. Eliminada por filtração glomerular e secreção tubular ETAMBUTOL ➢efeitos adversos : diminuição da acuidade visual , aumento de urato sanguíneo, reações cutâneas , dores estomacais. ➢indicações terapêuticas : para o tratamento da tuberculose em associação a isoniazida ; não é recomendada para crianças . PIRAZINAMIDA • É um composto sintético análogo a nicotinamida. ➢mec. de ação : atividade bactericida em pH ácido, útil pois a bactéria habita o interior de fagosomas ácidos no macrófago. • Inibe a sintase I que forma ácidos graxos bacterianos. PIRAZINAMIDA ➢farmacocinética : absorção oral com ampla distribuição pelo organismo e barreiras ; pico plasmático bifásico ( 2hs. e 8hs.) ; T ½ 10hs. ; eliminação por filtração glomerular. ➢efeitos adversos : efeito hepatotóxico sugere controle sistemático; inibe excreção de uratos ; artralgias, náusea e vômitos. ➢indicações terapêuticas : principalmente para o esquema de terapia múltipla rápida (6 meses) . CICLOSERINA • Antibiótico de largo espectro produzido pela Streptococcus orchidaceus.Atualmente produzida por síntese orgânica. ➢mec. de ação : é um análogo da D-alanina , e impede a síntese da parede do microcos e outras bactérias. ➢farmacocinética : absorção oral com pico de concentração de 3 à 4h., distribuição ampla e eliminação “in natura” pela urina. CICLOSERINA ➢efeitos adversos : sonolência, tremores, confusão mental ,irritabilidade...etc. ,que desaparecem com a retirada do tratamento. • Não deve ser administrada a pacientes depressivos ou epilépticos nem associada ao álcool. ➢indicações terapêuticas : somente para indivíduos resistentes aos outros fármacos. PROFILAXIA DA TUBERCULOSE • Tratamento da infecção latente previne a progressão para doença ativa • Expostos simplesmente ; tuberculina+ ; pacientes imunossuprimidos ; história de tuberculose anterior ; contato íntimo : • isoniazida : 6 meses reduzem risco em 65% rifampicina : 4 meses rifampicina + pirazinamida : 2 meses TRATAMENTO DA HANSENÍASE • Fármacos: • dapsona • rifampicina ( tratamento da tuberculose ) • clofazimina • a lepra do tipo tuberculóide possue poucos bacilos e é tratada durante 6 meses com dapsona e rifampicina , enquanto a lepra lepromatosa , multibacilar é tratada pelo menos por 2 anos com os dois anteriores e mais clofazimina. DAPSONA ➢mec. ação : quimicamente relacionada com as sulfonamidas, inibe a síntese de folato. ➢farmacocinética : boa absorção oral ; distribuição por todo organismo; acumula-se nos ríns e fígado; t ½ 24 a 48h ; ciclo entero-hepático ; eliminação na urina sob forma acetilada. DAPSONA ➢efeitos adversos : metemoglobinemia , anemia ,vômitos, dermatite e neuropatia. ➢indicações terapêuticas : para ambos os tipos de lepra; evitar resistência associando a outros fármacos . CLOFAZIMINA ➢mec. ação : possui também atividade antiinflamatória ; parece atuar sobre DNA. ➢farmacocinética: absorção oral, acumula –se no organismo especialmente no sistema mononuclear fagocitário; T ½ pode atingir 8 semanas. ➢efeitos adversos : coloração na pele e na urina ; náusea, vertigem , cefaléia e alterações gastrintestinais Antibioticoterapia em Gestantes • Categoria A → medicamentos adequadamente estudados em humanos, que não revelam problemas no primeiro trimestre de gravidez e não há evidências de problemas nos segundo e terceiro trimestres. • Categoria B → medicamentos sem estudos adequados em humanos, mas que a experiência em animais não demonstrou riscos OU medicamentos com efeitos adversos em animais, mas que, quando estudados em humanos, não demonstram riscos. • Categoria C → medicamentos sem estudos adequados em humanos, mas que a experiência em animais demonstrou riscos para o feto. Nestes casos, potenciais efeitos benéficos do tratamento podem ser maiores que os riscos, justificando o seu uso na gestação em situações específicas. • Categoria D → medicamentos com estudos adequados em humanos que demonstram evidências de risco para o feto. Só devem ser indicados na gravidez nos casos de doenças graves para as quais não se possa utilizar drogas mais seguras. • Categoria X → medicamentos com estudos adequados em humanos que demonstram anormalidades no feto. Não usar em hipótese alguma durante a gravidez. Classificação dos Antibióticos Para o uso na Gravidez FDA Amicacina – Categoria D Amoxicilina – Categoria B Amoxicilina + ácido clavulânico – Categoria B Azitromicina – Categoria B Cefalotina – Categoria B Cefazolina – Categoria B Ceftriaxona – Categoria B Cefuroxima – Categoria B Ciprofloxacino – Categoria C Claritromicina – Categoria C Clindamicina – Categoria B Cloranfenicol – Categoria C Doxiciclina – Categoria D Eritromicina – Categoria B Estreptomicina – Categoria D Fosfomicina – Categoria B Gentamicina – Categoria D Levofloxacina – Categoria C Metronidazol – Categoria B* * O metronidazol é contraindicado (categoria X) no primeiro trimestre. A partir do segundo trimestre, ele pode ser usado nas grávidas. Minociclina – Categoria D Neomicina – Categoria D Nitrofurantoína – Categoria B* * A nitrofurantoína é contraindicada (categoria X) a partir da 38ª semana de gestação, pois está relacionada a uma elevado risco de anemia hemolítica no recém-nascido. Norfloxacina – Categoria C Ofloxacina – Categoria C Oxacilina – Categoria B Penicilina benzatina – Categoria B Penicilina V – Categoria B Piperacilina + Tazobactam – Categoria B Primaquina – Categoria C Rifampicina – Categoria C Sulfametoxazol + trimetoprim – Categoria D* *Em situações especiais, como no tratamento do Pneumocystis jirovecii, na profilaxia da encefalite por toxoplasmose e no tratamento da febre Q, o Sulfametoxazol + trimetoprim pode ser prescrito nas grávidas. Tetraciclina – Categoria D Tobramicina – Categoria D Vancomicina – Categoria B Antivirais Vírus Constituição: RNA ou DNA + envoltório protéico (capsídio) Terapia: dividida em 03 grupos gerais: • virucidas inativam diretamente os vírus intactos • antivirais inibem a replicação viral a nível celular • imunomoduladores modificam a resposta do hospedeiro às infecções Vírus : elemento genético não-celular que utiliza célula para replicar-se; Constituídos por ácidos nucléicos; DNA vírus (Aujezky e papilomavirus); RNA vírus (aftosa, Newcastle e influenza); Revestimento protéico (capsídeo); Alguns com revestimento lipoprotéico envolvendo o capsídeo; Adsorção na célula hospedeiro Penetração e desencapsulação do vírus Ligação do RNA mensageiro viral ao ribossomo do hospedeiro Síntese de enzimas, RNA/DNA e proteínas estruturais virais Produção de subunidades virais Liberação de partículas vírais Fig. 01: Esquema das fases de infecção viral na célula do hospedeiro(Spinosa &Górniak) Fármacos anti HIV O HIV é um retrovírus dividido em 02 tipos: HIV1 e HIV2. Ambos depletam os linfócitos T CD4, levando a continuada destruição do sistema imune infecções e neoplasias oportunistas. O tratamento da AIDS teve início em 1987 com a Zidovudina O tratamento do HIV depende dos seguintes fatores: • compreensão da replicação viral • potência antiviral • farmacocinética e toxicidade dos fármacos • interações das drogas usadas em associações Objetivo da terapia antiviral evitar e, possivelmente reverter a deteriorização imunológica, evitar infecções oportunistas e outras morbidades prolongar a sobrevivência Mecanismos de ação: -Inibidores da transcriptase reversa -Inibidores nucleosídios da transcriptase reversa -Inibidores não-nucleosídeos da transcriptase reversa -Inibidores da protease Terapia utilizada: combinações de anti HIVs Conhecida como TERAPIA ANTI RETROVIRAL ALTAMENTE ATIVA (HAART) 2 INIBIDORES NUCLEOSÍDIOS DA TRANSCRIPTASE REVERSA + 1 INIBIDOR NÃO-NUCLEOSÍDIO DA TRANSCRIPTASE REVERSA OU 1 OU 2 INIBIDORES DA PROTEASE HAART Inibe replicação do RNA do vírus, reduzindo sua presença no plasma humano a concentrações mínimas, prolongando a sobrevida do paciente Fármacos anti HIV Vírus reduzido nas concentrações plasmáticas permanece latente nas células T do paciente e torna a se manifestar caso o tratamento seja interrompido. O tratamento é válido enquanto o vírus ainda não apresentou uma nova forma resultado de mutação Replicação viral: A transcriptase reversa transcreve as cadeias do RNA infectante em moléculas complementares e DNA que se integram no DNA hospedeiro O vírus RNA penetra na célula a enzima faz uma cópia de DNA a partir do RNA viral. A dupla hélice do DNA viral é integrada pela integrase ao DNA da célula hospedeira ocorre então a transcrição do DNA pela RNA polimerase em gde número de moléculas RNA virais idênticas ao genoma infectante original. Esses RNA sofrem tradução, formando o capsídeo e as proteínas das novas pratículas virais INIBIDORES NUCLEOSÍDIOS DA TRANSCRIPTASE REVERSA Mecanismos de ação: Anti-HIV Fosforilação torna a droga ativa 5’-trifosfato Trifosfatos endógenos Transcriptase reversa formação do DNA pró-viral Célula viral perfeita VÍRUS HIV fosforilação Elevada afinidade pela transcriptase reversa viral e compete com os trifosfatos endógenos do hospedeiro Os trifosfatos dos fármacos são incorporados na cadeia de DNA viral, provocando o término prematuro da cadeia. Não forma DNA pró-viral X FÁRMACOS INIBIDORES NUCLEOSÍDICOS DA TRANSCRIPTASE REVERSA •Zidovudina (AZT) •Didanosina (ddI) •Zalcitabina (ddC) •Lamivudina (3TC) •Estavudina (d4T) •Abacavir (ABC) EFEITOS ADVERSOS ZIDOVUDINA •Distúrbios TGI •Insônia •Febre •Cefaléia •Confusão mental •Ansiedade •Depressão DIDANOSINA •Dor •Perda sensorial nos pés •Cefaléias •Distúrbios TGI •Insônia • Pancreatite •Depressão ZALCITABINA •Neuropatia •Distúrbio TGI •Cefaléia •Úlceras bucais •Edemas • Pancreatite •Mal estar geral LAMIVUDINA •Poucos •Cefaléias •Distúrbios TGI ABACAVIR •Hipersensibilidade exagerada •Distúrbios TGI RESISTÊNCIA AOS ANTI-HIV -Devido as mutações da transcriptase reversa do vírus podem surgir cepas resistentes e o uso prolongado dos anti-HIV podem deixar de responder adequadamente a terapia. -Alguns indivíduos desde o início do tratamento não respondem bem ao tratamento com AZT, isso é verificado em pacientes contaminados com vírus já mutantes e resistentes. -AZT deixa de fosforilar adequadamente e, com isso, o vírus passa a utilizar trifosfato endógeno e por conseqüência produz células virais sadias elevando suas concentrações no plasma agravando o quadro clínico do paciente. INIBIDORES NÃO-NUCLEOSÍDIOS DA TRANSCRIPTASE REVERSA Mecanismos de ação: são inibidores não competitivos da transcriptase reversa Nao necessitam de fosforilação p/ se tornarem ativos, provocam inibição alostérica da enzima Vírus HIV fosforilação Anti-HIV Trifosfato endógeno Transcriptase reversa formação do DNA pró-viral Célulaviral perfeita Não forma DNA pró-viral X FÁRMACOS INIBIDORES NÃO NUCLEOSÍDICOS DA TRANSCRIPTASE REVERSA •Nevirapina (NVP) Efeitos indesejáveis Síndrome de Stevens-Johnson (exantemaque apresenta erupção maculo-papular eritematosa) Hepatite Cefaléia Febre letargia •Efavirenz (EFZ) Efeitos indesejáveis Leves Tontura Confusão mental Disforia Distúrbios TGI INIBIDORES DA PROTEASE VIRAL Mecanismos de ação: bloqueiam a clivagem necessária das poliproteínas inertes, causando a produção de partículas virais defeituosas e imaturas Vírus fosforilação Trifosfato endógeno formação do DNA pró-viral Transcrição do pró-vírus RNAm do pró-vírus Tradução do RNAm do pró-vírus em 2 poliproteínas inertes Proteases do vírus Proteínas estruturais e funcionais Novos Vírions Anti-HIV X FÁRMACOS INIBIDORES DA PROTEASE Saquinavir (SQV) Nelfinavir (NFV) Indinavir (IDV) Ritonavir (RTV) Amprenavir (AMP) EFEITOS INDESEJÁVEIS DOS INIBIDORES DAS PROTEASES -Inibição do P450 - Distúrbios do TGI - Anomalias metabólicas (resistência a insulina) - Redistribuição da gordura (lipodistrofia-”giba de búfalo”) - Desenvolvimento de cálculos renais - Parestesias em torno da boca, mão e pés - Erupções cutâneas - Síndrome de Stevens-Johnson Lipodistrofia perda de gordura da pele, mais aparente nos braços, pernas, nádegas e rosto, resultando em enfraquecimento da face, atrofiamento das nádegas e veias aparentes nas pernas e braços. http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.agenciaaids.com.br/news_imagens/lipodistrofia.jpg&imgrefurl=http://www.agenciaaids.com.br/noticias-resultado.asp%3FCodigo%3D3339&h=201&w=200&sz=17&hl=pt-BR&start=3&sig2=UfVZLrk4IkJ8_HJc-iBZkw&um=1&tbnid=wQXVihCqp-WgwM:&tbnh=104&tbnw=103&ei=CwgtRuDWOISkhgSDt6yaDw&prev=/images%3Fq%3Dlipodistrofia%26ndsp%3D20%26svnum%3D10%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN OUTROS FÁRMACOS ANTIVIRAIS Inibidores da DNA polimerase Aciclovir Alta especificidade pelo vírus do herpes simples e varicela-zoster. Para exercer sua ação é convertido em trifosfato de aciclovir, que inbe a síntese do DNA viral, por inibição competitiva da DNA polimerase viral Mecanismo de ação aciclovir Timidina quinase viral Monofosfato Quinases da cél hospedeira Trifosfato (oriundo do aciclovir) DNA polimerase viral Cadeia de nucleotídeos do vírus inibe interrompendo X Uso profilático do aciclovir - Em pacientes que serão submetidos a quimio ou radioterapia de modo a evitar uma possível manifestação do vírus do herpes que está na forma latente. - Pacientes com recidivas de manifestações herpéticas Fármacos semelhantes -Valaciclovir (pró-farmaco do aciclovir) -Fanciclovir (metabolizado a penciclovir-forma ativa) Ganciclovir Tratamento exclusivo do citomegalovírus devido efeitos adversos (depressão da medula óssea, carcinogenicidade) MEDICAMENTOS QUE ATUAM NA INTERAÇÃO VÍRUS-MEMBRANA CELULAR ✓ Gamaglobulinas( Armoglobulina®, Gama- globulina®, Gama-venina®, Hepatec®); ✓ Amantadina (Mantidan®) e Rimantadina (Flumadine); • Gamaglobulinas • Previnir infecções; • Impede entrada partícula viral na célula do hospedeiro; • Efeito protetor de 2-3 semanas; • Hepatite B; • Herpes; • Raiva. Inibição da penetração ou da fixação nas células do hospedeiro AMANTADINA: bloqueia a fusão da membrana viral com a membrana do hospedeiro Uso: vírus influenza ZANAMIVIR: impede o brotamento de novos vírus a partir das células infectadas IMUNOMODULADORES ✓ Interferon (Betaferon, Rodoferon A, Intron A, Rebif, Wellferon); ✓ Levamisol (Ascaridil). Interferon ✓Célula que já foi infectada uma vez, na próxima produz uma substância que interfere na replicação do segundo; ✓ Emprego limitado custo produção elevado; ✓ Inibem tradução RNAm viral, estimulam a atividade citotóxica e fagocítica; ✓ Produzidos por linfócitos, macrófagos, fibroblastos e outras células; ✓ Três tipos : , b e ( mais utilizado); ✓ Papiloma, herpes, hepatite, afecções aparelho respiratório e alguns tipos de cânceres. Antifúngicos Grupos farmacológicos •Antifúngicos poliênicos –Anfotericina B – desoxicolato e em formulações lipídicas –Nistatina •Antifúngicos não-poliênicos –Griseofulvina Grupos farmacológicos • Nucleosídeos pirimidínicos –Fluocitosina • Azóis (imidazóis e triazóis) –Cetoconazol –Itraconazol –Fluconazol –Voriconazol • Caspofungina Lancet Infect Dis 2:550-563;2002 Anfotericina B • Antibiótico poliênico S.nodosus • Pó liofilizado • Pouco solúvel • Associada ao desoxicolato – solubilização Anfotericina B • Espectro - Candida, Cryptococcus, Histoplasma, Coccidioides, Paracoccidiodes, Sporothrix, Fusarium, Blastomyces, Aspergillus, Penicillium, Mucor e Rhizopus • Mecanismo de ação – Alvo - ergosterol - aumento de permeabilidade – Lesão oxidativa • Mecanismo de resistência – alteração quantitativa e qualitativa do ergosterol Anfotericina B - farmacocinética • Absorção oral <5% • Via de administração – IV • [plasmática] pico 1.2-2,0ug/ml -50mg IV • Meia vida de eliminação – 15 dias • Ligação à beta-lipoproteínas – 91-95% • Metabolismo –Desconhecido • Excreção urinária diária – 3% Anfotericina B - farmacocinética • Distribuição – Vd - 4 litros/kg – Fígado, baço, rins, pulmão – [LCR] – 2 a 4% da [plasmática] • Não se altera na insuficiência renal e em hepatopatias • Não é removida pela hemodiálise Anfotericina B – Uso • IV • Diluída em soro glicosado • 0,1mg/ml da solução • Infusão lenta em 4 horas • Sem proteção contra a luz • Dose inicial 0,25mg/kg, até 1,0 mg/kg • Pode ser prescrita na gravidez Anfotericina – prevenção da toxicidade • Hidratação adequada • Reposição de K+ e Mg++ • Aplicação em dias alternados • Eritropoietina • Transfusão Anfotericina B – formulações lipídicas • Lipossomal (Ambisome) – lipossomas – [sérica] semelhante e menor toxicidade (vesícula) • ABCD (Amphocil) – dispersão coloidal – [sérica] baixa e menor toxicidade (disco) • ABLC (Abelcet) – complexo lipídico – [sérica] baixa e menor toxicidade (fita) • AB associada ao Intralipid® - sem evidência científica que sustente esta prática Nistatina • Tetraeno produzido por S. noursei • Mecanismo de ação =Anfo B Nistatina • Não se absorve VO • Recomendações de uso • Espectro e indicação: candidíase cutânea e de mucosas Griseofulvina • Antibiótico produzido por Penicillium griseofulvum • Micro-cristais – ultramicronizada • Fungistático que atua inibindo o fuso mitótico • Não se descrevem mecanismos de resistência Griseofulvina – farmacocinética • O,5 g - [sérica] pico de 1 ug/ml em 4h • Ultramicronizada melhora a absorção • Biodisponibilidade variável • Metabolismo hepático • Meia-vida plasmática – 1 dia • Excreção renal • Acúmulo em precursores dos queratinócitos Griseofulvina - Uso • Tratamento oral de dermatófitos • 10-15 mg/kg em crianças • 500 mg a 1 g em adultos em duas tomadas • Duração dependendo do local da infecção • Evitar uso na gravidez Griseofulvina - toxicidade • Náusea, vômitos e cefaléia • Neurite periférica, letargia, confusão, fadiga, síncope, vertigem, visão embaçada, edema macular transitório • Hepática • Hematológica – citopenias • Renal – albuminúria e cilindrúria • Fotossensibilidade Griseofulvina - interações • Indução do sistema microssomal –Diminui a [sérica] de warfarina –Reduz a ação dos anticoncepcionais orais • O fenobarbital diminui os níveis de griseofulvina Fluocitosina • Pirimidina fluorada análoga de citosina • Espectro – Cryptococcus, Candida e os agentes da cromomicose • Desenvolvimento de resistência durante o tratamento • Uso em associação com Anfotericina B Fluocitosina – mecanismo de ação Desaminase de citosina 5-FU5-fluocitosina UMP-pirofosforilase 5-FUMP5-FUDP5-FUTP Redutase de ribonucleotídeo 5-FdUMP RNA dUMP dTMP Timidilato-sintetase deoxyuridine monophosphate deoxyuridine monophosphate https://en.wikipedia.org/wiki/Deoxyuridine_monophosphatehttps://en.wikipedia.org/wiki/Deoxyuridine_monophosphate Fluocitosina - farmacocinética •Via oral •Biodisponibilidade > 80% •Ligação à proteínas 4% •Vd – 0,6-0,7 l/ kg •Meia-vida – 3-6 h Fluocitosina - farmacocinética • Excreção inalterada na urina >75% • [sérica]pico desejável 50-100 ug/ml • Eliminada por hemodiálise e diálise peritoneal • [LCR] > 75% da [plasmática] Fluocitosina – uso e toxicidade • Comprimidos de 500 mg • 100-150mg/kg/d divididos em 4 tomadas • Combinada com Anfo B exceto na cromomicose • Leucopenia, anemia e trombocitopenia • Rash, náusea, vômitos, diarréia, cefaléia e enterocolite grave • 5% com TGO e TGP elevadas Exantema também é sinônimo de rash cutâneo, que pode ser causado em decorrência do uso de alguns medicamentos (reação adversa). O rash tem aspecto avermelhado e pode se elevar na pele Azóis • Compostos sintéticos N N N N N Imidazóis Triazóis Azóis- características comuns • Via oral e toxicidade baixa • Inibição da 14-alfa-desmetilase • Inibidores do Citocromo P450 • Resistência – diminuição da [ ] intracelular, aumento ou alteração da 14-alfa-desmetilase • Espectro – Candida, Cryptococcus, Histoplasma, Paracoccidiodes, dermatófitos, Coccidioides, Sporotrichum e Blastomyces Azóis – farmacocinética Prop. Cetoconazol Itraconazol Fluconazol Biodisp. oral 75% >70% 80% Ligação protéica 99% 99% 11% Vd–l/kg - - 0,7-0,8 [plasm] pico ug/ml 1,5-3,1 200mg VO 0,2-0,4 200mg VO 10,2 200mg VO T.pico 1-4h 4-5h 2-4h Azóis – farmacocinética Prop. Cetoconazol Itraconazol Fluconazol T1/2 7-10 h 24-42 h 22-31 h % inalt. Urina 2-4% <1% 80% Remoção DP Não ? ? Remoção H Não Não Sim [LCR] <10% <1% >70% Cetoconazol- uso • VO e tópico • Absorção oral retardada pelos alimentos • Requer pH ácido • Dose – 200 a 400 mg/d • Indicações -Candidíase oral e vaginal e micoses superficiais, micoses profundas como segunda ou terceira escolha • Contra-indicado na gravidez e na lactação Cetoconazol – toxicidade • Náusea, vômitos, dor abdominal, anorexia • Prurido e rash • TGO e TGP elevadas em 2-10% • Hepatite sintomática • Insuficiência adrenal • Perda da libido, impotência, ginecomastia, irregularidades menstruais • Cefaléia, febre, calafrios e fotofobia Itraconazol – uso • VO – cápsulas de 100 mg • Absorção oral em meio ácido aumentada pelos alimentos • Dose – 200 a 400 mg/d • Indicações – micoses superficiais, Histoplasmose, Paracoccidiodomicose Esporotricose, Coccidiodomicose, Aspergilose (combinado com anfotericina B) e Candidíase oral ou vaginal Itraconazol - toxicidade • Náusea e vômitos • Prurido e rash • TGO e TGP elevadas (<1-7%) • Hepatite sintomática (rara) • Cefaléia e tontura • Alterações endócrinas muito raras • Hipopotassemia com doses elevadas Fluconazol - uso • VO e IV • Comprimidos de 50,100 e 200 mg • Ampolas de 200 mg • Indicações – Criptococose e Candidíase Fluconazol – toxicidade •Náusea e vômitos •Rash, Stevens-Johnson • TGO e TGP elevadas (<1-5%) •Hepatite sintomática (rara) •Cefaléia e convulsões Azóis – interações – diminuição da [plasmática] do azol Importante Potencial Diminuição abs. Antiácidos Ceto e Itra Bloq. H2 Ceto e Itra Sucralfato Ceto Aumento metab. Isoniazida Ceto Fenitoína Ceto e Itra Rifampicina Ceto e Itra Fluco Azóis – interações – aumento da [plasmática] de outras drogas Droga Importante Potencial Ciclosporina Ceto Itra e Fluco Digoxina Itra Fenitoína Ceto e Fluco Itra Tolbutamida Ceto, Itra e Fluco Terfenadina Ceto e Itra Astemizol Ceto e Itra Warfarina Ceto, Itra e Fluco Paracoccidioidomicose • Três drogas com eficácia comprovada – Trimetoprim-sulfametoxazol – Itraconazol – Anfotericina B • Opção depende de: – Gravidade da doença – Custo – Toxicidade Problemas e novas drogas • Candida krusei, Candida glabrata, Aspergillus, Candida lusitaniae • Voriconazol - derivado do fluconazol, ativo contra Candida e Aspergillus e outros fungos. Uso oral e IV • Caspofungina – pneumocandina semi-sintética, inibidora da glucana-sintetase, ativa contra Candida e Aspergillus. Uso IV Lancet Infect Dis 2:550-563;2002 Lancet Infect Dis 2:550-563;2002 ESTUDO DE CASOS 1) Paciente A.C, 30 anos, dá entrada no hospital devido a uma infecção causada por Clamydia e lhe é receitado TETRACICLINA VO, 6,625-12,5 mg/kg, 6/6h. Porém por ser uma droga que apresenta caráter ácido, lhe causa grande ardência epigástrica e por isso é pedido leite ou um antiácido. O seu pedido é negado, por quê? R = A tetraciclina apresenta caráter ácido e o leite ou um antiácido, caráter básico. Dessa forma iria haver uma interação entre ambos, ocorrendo assim a ionização da tetraciclina diminuindo a sua absorção pois os medicamentos só são absorvidos na sua forma não ionizada, além da formação de compostos insolúveis (quelatos). O uso do leite pode ser permitido entre 1-3 h após sua administração e o antiácido deve ser evitado. 2) Paciente alérgica a penicilina faz automedicação da TETRACICLINA (fármaco de caráter ácido) de forma abusiva para o tratamento da Sífilis ocorrendo assim uma intoxicação que a levou ao hospital com hipersensibilidade e super infecção. O que pode ser feito? R = Deve ser administrado um antiácido para ionizar a urina e dessa forma haver a eliminação do medicamento pela urina de forma mais rápida e uma menor absorção. 3) Paciente M.S, 25 anos, apresentando quadro de sinusite inicia o tratamento com AMOXILINA, VO, 875 mg, 12-12 h; porém por ser época de festa, ela pergunta ao médico se pode fazer uso de bebida alcoólica durante o fim de semana pois ouve falar que “corta o efeito” . Isso é verdade? R = A ingestão de álcool quando de “forma leve” torna-se indutor enzimático aumentando o metabolismo do fármaco e dessa forma a eliminação torna-se mais rápida podendo não ocorrer a sua atuação eficaz. Quando a ingestão de álcool é alta, torna-se um inibidor enzimático diminuindo assim a biotransformação, isso pode ser ruim pois o medicamento ficará mais tempo no organismo podendo ocorrer efeitos adversos como convulsões, diarreia, disfunção hepática, entre outras. Por isso não é recomendado o uso de medicamentos associados ao álcool. 4) Para o tratamento de uma paciente com tuberculose pulmonar, um dos medicamentos receitados foi a RIFAMPICINA, VO, com dose única. Ao ser apresentadas as interações medicamentosas, foi frisado bastante a necessidade de se utilizar outros tipos de prevenção sexual além da pílula anticoncepcional. Qual a relação entre um medicamento para tuberculose e a possibilidade de gravidez? R = A Rifampicina é uma droga que atua como agente indutor de alguns medicamentos como os anticoncepcionais, pois aumenta a biotransformação desse fármaco e dessa forma há uma redução da concentração plasmática, dessa forma a eliminação torna-se mais rápida levando a diminuição da eficácia dos anticoncepcionais, logo há a possibilidade de ocorrer uma gravidez indesejada.
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