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Antibioticoterapia CRF-RJ 2017

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Antibioticoterapia
Dr. Rômulo José Soares Bezerra, PhD
romulo@ioc.fiocruz.br
Niterói
RJ
07/10/2017
Princípios da Terapia
Antimicrobiana
Terminologia
Quimioterapia:
Tratamento de doenças por meio de substâncias químicas denominados
quimioterápicos;
 utilizada na terapia contra microrganismos patógenos;
 terapia contra o câncer.
Antibiótico:
 Substância química com capacidade de inibir o crescimento ou replicação
ou ainda matar outro microrganismo em baixas concentrações.
Terminologia
Bacterioestático: inibe a multiplicação de uma bactéria (efeito reversível);
Bactericida: exerce efeito letal nas bactérias (dano irreversível).
Outros: fungistático e fungicida / virustático e virucida.
A quimioterapia pode ser dividida em 3 fases:
1ª Fase - uso empírico:
- coalhada mofada pelos chineses para furúnculo;
- óleo de chaulmoogra pelos hindus para hanseníase;
- quenopólio pelos astecas para vermes intestinais;
- mercúrio por Paracelsus para sífilis;
- casca de cinchona para febre
A quimioterapia pode ser dividida em 3 fases:
2ª Fase – Fase de Ehrlich:
- Sec. XIX descoberta que micróbrios causa de muitas doenças;
- Se corantes coram específicos  eles poderiam ser seletivamente
tóxicos (“balas mágicas”);
- Testes com azul de metileno, tripano vermelho e outros corantes;
- Desenvolveu drogas para doença do sono e sífilis;
- Criou o termo quimioterapia (uso de drogas de natureza química
para enfraquecer o microrganismo.
Histórico
A quimioterapia pode ser dividida em 3 fases:
3ª Fase – Quimioterapia Moderna:
- Iniciada por Domagk (1935)  prontosil (corante sulfonamídico)
para infecção piogênica;
- Viu que atividade não era da porção corante e sim da para-
aminobenzossulfonamida;
- 1938 primeira sulfonamida foi lançada.
Histórico
Antibiose
- Descoberto por Pasteur (1877);
- Redução crescimento de antraz por bactérias aerófilas;
Histórico
Penicilina
- Descoberto por Fleming (1929);
- Substância produzuzida pelo fungo Penicillium capaz de matar
Staphylococcus em cultura;
- Incapacidade de purificar a molécular.
Histórico
Penicilina
- Chain e Florey continuaram pesquisas e em 1941 a penicilina
foi aplicada na clínica;
Estreptomicina
- Waksman (1941) descoberta de antibiótico a partir de fungos
actinomicetos;
 Outros antibióticos oriundos do mesmo grupo de fungos: tetraciclina,
clorafenicol, eritromicina, e outros, rendendo prêmio Nobel aos cientistas
envolvidos
Espectro antimicrobiano (antibacteriano)
Relacionado com a amplitude do antibiótico:
 Espectro estreito: atinge apenas um pequeno número de bactérias;
Ex: só mata gram-positivos.
 Espectro ampliado/amplo: atinge uma gama de bactérias;
Ex: mata gram-positivos e gram-negativos, e até outros
patógenos.
Terminologia
CMI x CMB
CMI: concentração mínima inibitória
CMB: concentração mínima bactericida
Determinam o regime posológico
Classificação dos Antibióticos
Quanto a estrutura química:
1. Sulfonamidas e drogas relacionadas;
2. Diaminopiridinas;
3. Quinolonas;
4. Betalactâmicos;
5. Tetraciclinas;
6. Aminoglcosídeos;
7. Derivado nitrobenzênico;
8. Macrolídios;
9. Polipeptídios;
10.Glicopeptídios;
11. Oxozolidona;
12.Nitrofurânicos;
13.Nitroimidazóis;
14.Derivados ácido nicotínico;
15.Poliênicos;
16.Derivados azólicos;
17.Outros
Classificação dos Antibióticos
Quanto ao mecanismo de ação
1. Inibem a síntese da parede celular bacteriana;
2. Provocam vazamento através da membrana 
celular;
3. Inibem a síntese proteíca;
4. Provacam leitura incorreta do mRNA;
5. Inibem a DNA girase;
6. Interferem com a função 
do DNA;
7. Interferem com a função 
do RNA;
8. Interferem com 
metabolismo;
9. Tipo de organismo alvo:
1. Antibacterianos;
2. Antifúngicos;
3. Antivirais;
4. Antiprotozoários;
5. Anti-helmínticos
Associações de Antibióticos
- Casos de infecções graves (sem diagnóstico);
- Infecções mistas;
- Redução da dose potencialmente tóxica;
- Evitar aparecer resistência bacteriana;
- Conseguir efeito sinérgico.
Associações de Antibióticos
Associações de Antibióticos
Problemas Devido ao Uso
1) Interação Medicamentosa:
- Farmacocinética;
- Farmacodinâmica.
2) Toxicidade:
- Reações alérgicas;
- Efeitos adversos associados ao uso oral;
- Superinfecção;
- Nefrotoxicidade e insuficiência renal;
Posologia;
Duração;
Interação medicamentosa;
Idade;
Função renal e hepática
Betalactâmicos:
Penicilinas, Carbapenêmicos 
e Cefalosporinas
Beta-Lactâmicos
Beta-lactâmicos
Tem como característica o anél beta-lactâmico, responsável por seus efeitos
Penicilinas, amoxicilina, 
ampicilina, oxacilina...
Cefalosporinas: 
cefalexina, ceflacor, 
cefixima...
Imepenem, meropenemAztreonam
Beta-lactâmicos – Mecanismo de Ação 
(transpeptidase)
Beta-lactâmicos – Mecanismo de Ação 
300 mOsm
1000 mOsm
Penicilina
300 mOsm
1000 mOsm
H2O
300 mOsm
300 mOsm
lise
Efeito bactericida
Beta-lactâmicos – Mecanismo de Resistência 
Beta-lactâmicos – Mecanismo de Resistência 
penicilina
Modificação 
da enzima
Impermeabilidade
Síntese 
Alternativa da
Parede celular
Beta lactamases
Beta-lactâmicos – Mecanismo de Resistência 
Betalactamases
Associação: clavulanato
Resistência natural: organismos sem parede celular: Mycoplasma pneumoniae
Rickettsias sp
organismos gram negativos
Penicilinas
Penicilinas 
- Grupo de antibióticos mais utilizados
Naturais 
Semi-sintéticas
- Menor tempo de duração
- Sensibilidade a acidez estomacal
- Sensibilidade à betalactamase
- Espectro estreito de ação
- Alergenicidade
Representante Espectro antibacteriano 
Penicilina G e Penicilina V 
Cocos Gram-positivos e Gram-negativos 
aeróbios, anaeróbios (cocos e bacilos) da 
cavidade bucal, espiroquetas 
Ampicilina e Amoxicilina 
Mais ampliado incluindo bacilos gram-
negativos aeróbios 
Amoxicilina/ácido clavulânico Aumenta espectro de ação amoxicilina 
Oxacilina, Cloxacilina, Dicloxacilina 
(resistente a penicilinase) 
Principalmente estafilococos 
Carbenicilina, tarcacilina, Piperacilina Enterobacterias e pseudomonas 
 
(*penicilina G = benzilpenicilina)
Penicilinas 
Grupo 1: Penicilinas sensíveis à lactamases
Ex: Benzopenicilina e Penicilina G
Grupo2: Penicilinas que resistem à lactamases
Ex: meticiclina, nafcilina, cloxacilina
Grupo 3: Penicilinas de espectro aumentado
Ex: ampicilina, amoxicilina, bacampicilina, ciclacilina
Grupo 4: Penicilinas antipseudomonas
Ex: carbenicilina, ticarcilina, azlocilina, piperacilina
Classificação
Penicilinas 
Farmacocinética
Nil = não absorvível
Penicilinas 
Fármaco Dose Via Intervalo 
Penicilina G 
(cristalina) 
 
A: 20-24 milhões UI 
C: 25-300mil UI/Kg/dia 
IV Contínua 
Penicilina G 
(procaína) 
 
A: 300.000 UI 
C: 25 – 50mil UI/Kg/dia 
IM 12-24 h 
Penicilina G 
(benzatina) 
 
A: 1.2 milhões UI 
C: 600.000 UI 
IM 28 dias 
Penicilina V 
A: 400-800 mil UI 
 (250-500mg) 
C: 25-100 mil UI 
 (15-65 mg/kg/dia) 
 
VO 6 
Ampicilina 
A: 1g 
C: 100-200/ kg/dia 
 
IV 
IM 
4-6h 
Amoxicilina 
A: 500-1000mg 
C: 20-40 mg/Kg/ dia 
 
VO 8h 
Amoxicilina/ 
clavulanato 
A: 500/125 mg 
 875/125mg 
C: 125/125 mg 
VO 
8h 
12h 
 
Exemplos de Esquemas Terapêuticos 
Cristalpen®
Despacilina®
Bezentacil®
Pen-Ve-Oral®
Amplacilina®
Unasyn®
Amoxil®
Novocilina®
Clavulin®
Novomox®
Penicilinas 
Interações e Contra-indicação
- Pacientes alérgicos a penicilinas;
- Pacientes fazendo uso de bacteriostáticos (clorafenicol, tetraciclina, 
eritromicina, clindamicina);
- Doses altas de carbenicilina aumentam efeitos do metotrexato (tratamento 
câncer);
- Alguns contraceptivos orais perdem eficácia;
- Junto com alopurinol, aumento chance de surgir exantemas;
- Atenolol tem biodisponibilidade reduzida quando na presença de ampicilina;
- Associação com ácido clavulânico (monobactâmico) que apresenta atividade 
anti betalactamases (inibição suicida) protegendo assim a degradação de outra 
penicilina (amoxicilinae ticarcilina);
Penicilinas 
Clav + Amox
Penicilinas 
Clav + Amox
Penicilinas 
Clav + Amox
Penicilinas 
Efeitos Adversos
1) Hipersensibilidade
- Ocorre na taxa de 1 a 10% dos pacientes (0,02% de morte);
- Reações cutâneas até choque anafilático
(urticária, angioedema, asma, edema de laringe, rinite, dermatite de
contato, prurido, eritema, eosinofilia, hipotensão e raramente
morte)
- Reações alérgicas podem ocorrer mesmo nunca tendo entrado em
contato com o antibiótico (outras fontes: fungo e leite);
- Teste para diagnosticar hipersensibilidade a penicilina: injeção
intradérmica
Penicilinas 
Efeitos Adversos
2) Outras reações adversas
I.M.: dor e inflamação;
I.V.: tromboflebite;
Oral: irritação GI, vômito, azia, diarréia;
Penicilina G em alta dose: hipercalemia, arritimia, parada cardíaca;
Hipernatremia nos sais dissódicos em pacientes renais, cardíacos ou 
que apresentem dificuldade de excretar sódio;
Alteração da flora normal (superinfecção).
Cefalosporinas
Cefalosporinas 
Geral:
- O mecanismo de ação similar das penicilinas;
- Pode ser utilizado por aqueles que apresentem alergia as penicilina,
exceto os que desenvolvem reações alérgicas graves;
- Pode ser utilizadas por gestantes, nas impossibilidade do uso de
penicilinas (é excretada no leite, pode sensibilizar o lactente);
- São classificadas em gerações
Cefalosporinas 
Classificação: de acordo com espectro de ação
1ª Geração: atuam preferentemente em cocos gram-positivos e apresentam pouca
atividade frente aos gram-negativos.
Ex: cefalexina (Keflex®) (1cx 8cp (1g) – 40 reais)
2ª Geração: apresentam atividade em bacilos gram-negativos ainda mantendo
alguma atividade diante de cocos gram-positivos.
Ex: cefaclor (1 cx 10 caps (500 mg) – 65 reais)
3ª Geração: muito eficazes contra bacilos gram-negativos, apresentando menor
atividade contra cocos gram-positivos quando comparados aos representantes de
primeira e segunda gerações.
Ex: Cefotaxima (1 g sol. Inj 1fr – 37 reais)
4ª Geração: apresentam amplo espectro de atividade, atuando contra bacilos
gram-negativos e cocos gram-positivos. Tem maior estabilidade perante as
betalactamases.
Ex: Cefpiroma (100mg sol inj 1fr – 100 reais)
Cefalosporinas 
Cefalosporinas 
Farmacocinética
Cefalosporinas 
Efeitos Adversos
- Irritação no local da aplicação;
- dor local (im) e flebite no uso prolongado (iv);
- mal-estar epigástrico, náusea, diarréia no uso oral;
- Reações alérgicas em 5% dos casos;
- Reação alérgica cruzada com pacientes hipersensibilizados a penicilinas (5-
16%);
- Leucopenia e trombocitopenia reversível;
- Nefrotoxicidade para cefaloridina.
- Cefamandol, cefoperazona e moxolactama tem efeito similar ao dissufiram 
quando usados com álcool.
Carbapenêmico
Imipeném + Cilastatina
Infecções hospitalares graves causadas por bactérias Gram positivas e
Gram negativas aeróbias e anaeróbias, incluindo infecções causadas
por Pseudomonas e Acinetobacter sp
Imipeném – metabolizado rapidamente pela enzima dihidropeptidase renal
Imipeném + Cilastatina
Interações:
- Aumento de efeito/toxicidade: probenecida, antibióticos
betalactâmicos;
- A administração concomitante com ganciclovir pode provocar
convulsões generalizadas;
- O uso de imipeném com ciclosporina resulta em aumento dos níveis
de ciclosporina e desenvolvimento de agitação, confusão e tremores.
Antibióticos Inibidores 
de Síntese Proteica:
Aminoglicosídeos, Macrolídeos,
Tetraciclinas, Cloranfenicol, 
Clindamicina e Linezolida
1. Aminoglicosídeos
Geral
Grupo de antibióticos em sua maioria derivados de microrganismos
(Streptomyces e Micromonospora), existindo composto
semissintéticos;
Relevância em diversas infecções bacterianas consideradas graves;
Eficácia contrasta com seu principal efeito adverso (surdez);
São bacteriostáticos e bactericidas;
Exemplos: gentamicina, amicacina, estreptomicina, neomicina.
Química
- Famílias dos aminoglicosídeos;
(estreptomicina)
Família Membros 
Estreptomicina 
 
Estreptomicina 
Canamicina 
Canamicina B 
Amicacina 
Tobramicina 
Dibecacina 
 
Gentamicina 
 
Gentamicina 
Sisomicina 
Netilmicina 
Isepamicina 
 
Neomicina 
 
Neomicina 
Paromomicina 
 
Espectinomicina (aminociclitol sem glicosídeo) 
 
anel aminociclitol
Farmacocinética
- Vias: iv; im; tópico
- Absorção oral é baixa;
- Aplicação tópica tem baixa absorção em pele inflamada, mas a absorção é
alta quando há lesões graves (maior toxicidade);
- Baixa ligação com proteínas plasmáticas e alta hidrossolubilidade;
- Em situações de edema (ascite) o volume de distribuição aumenta;
- As concentrações nos rins podem perdurar por até 200h.
Farmacodinâmica
AG
Bomba de próton
Porina
AG
ribossomo - Inibe a síntese;
- Leitura incorreta do mRNA;
- Ruptura dos polissomos
Bacteriostático 
(bactericida)
↓pH
Resistência bacteriana
Mecanismos: - alteração da captação do fármaco (mutação);
- síntese de proteínas modificadoras (acetilases) (principal mecanismo);
- mudanças nos sítios de ligação nos ribossomos (mutação).
AG
Enzima 
modificadora
Fosfotransferase
Nucleotidiltransferase
Acetiltransferase
AG-modificado
Perda da capacidade
de interagir com o ribossomo
Origundos de plasmídios e transposons
Toxicidade
- Lesão renal:
- Ototoxicidade:
- Bloqueio neuromuscular:
nefrotoxicidade : 7 casos em cada 2000 pacientes
Diuréticos de alça aumentam efeitos tóxicos
Ruídos e perda de audição
Vertigem e perda do equilíbrio
Surdez pode ser irreversível
•Interação com receptores de Ach ;
•Observado em altas doses pode causa paralisia 
respiratória;
•Efeito aumentado na presença de bloqueadores de 
cálcio
Toxicidade
Neomicina x JNK x HSP
Morte Celular
Toxicidade
K – canamicina
P/S – penicilina/estreptomicina
G - gentamicina
Neuropharmacology
Volume 49, Issue 5, October 2005, Pages 627-637 
http://www.sciencedirect.com/science/journal/00283908
http://www.sciencedirect.com/science?_ob=PublicationURL&_hubEid=1-s2.0-S0028390805X04968&_cid=271069&_pubType=JL&view=c&_auth=y&_acct=C000037858&_version=1&_urlVersion=0&_userid=687336&md5=d8202e7179ae415bbec9a3d7db979107
Indicações Clínicas
- Infecções por gram-negativos
- Suspeita de sepse
- Resistência a outros antibióticos
- Associação com b-lactâmicos para gram-positivos (efeito 
bactericida sinérgico)
Esquema de Administração
CMI = concentração mínima inibitória
- Dose inicial depende de função renal
- Entretanto o pico sérico depende do volume de distribuição e deve ser feito 
correção para pacientes com obesidade
Esquema de Administração Dose Única
- Menor toxicidade
- Alta concentração é mais eficaz
Não deve ser utilizado em:
- Insuficência renal moderada a grave;
- Queimadura graves (edema);
- Ascite;
- Fibrose cística (infecção por P. aeruginosa, associação com b-lactâmicos)
- Diálise;
- Neonatos/crianças (clearance renal é reduzido, que aumenta a meia-vida)
- Gestantes;
- Infecções por P. aeruginosa em pacientes neutropênicos;
- Endocardite (associação de penicilina G com gentamicina em paciente com função renal normal);
- Infecção por micobactérias;
- Em tratamentos superiores à 7 dias;
Formas farmacêuticas brasileiras
Estreptomicina
- frasco-ampola com 1g de sulfato de estreptomicina (i.v.)
Gentamicina
- Diprogenta® : bisnaga com 30g de creme ou pomada dermatológica
- Garamicina Ingetável adulto® : amploa de 60-280mg (i.v. ou i.m)
- Garamicina Ingetável pediátrico® : amploa de 20-40mg (i.v. ou i.m)
- Garamicina Creme®: bisnaga com 30g – dermatológica
- Garasone® : frasco 10mL contendo gentamicina + betametasona (oftalmo)
- Gentacort® : frasco 5mL gentamicina + betametasona (oftalmo)
- Quadriderm® : bisnaga 20g creme gentamicina+betametasona, 
tolnaftato+cloquinol (dermato)
Tobramicina
- Tobradex®: frasco 5mL contendo tobramicina + dextametasona (colírio)
- Tobradex®: bisnaga 3.5g de pomada olftalmica 
- Tobramicina ® : frasco 5mL com solução oftalmica
- Tobramicina® : bisnaga com3.5g pomada oftalmica
2. Macrolídeos
Geral
- Pertencem a esse grupo a Eritromicina, Azitromicina e Claritromicina;
- Tem como característica a presença de um anel lactônico ligado a um ou
mais desoxiaçúcares
Eritromicina
Azitromicina
Claritromicina
- 1952 : Streptomyces erythreus
Farmacocinética
Farmacodinâmica
Bactericida 
Bacteriostático
Resistência aos Macrolídeos
Resistência aos Macrolídeos
Resistência:
- Associada a bombas de efluxo;
- Alteração do ribossomo;
- Bacilos gram-negativos: associado a 
composição da membrana;
- Diversas bactérias que desenvolvem
resistência aos macrolídeos transferem
material para outras bactérias
Toxicidade
Contra-indicações
Eritromicina:
- Pode potencializar efeitos anticoagulantes da varfarina;
- Interfere com o metabolismo de P450: potencializa efeitos da
carbamazepina, ciclosporina, digoxina, corticosteróides, teofilina e outros
Azitromicina:
- Antiácido reduz sua absorção;
- Não deve ser utilizado por menores de 16 anos, gestantes e mulheres
lactantes;
Claritromicina:
- Interação com diversos fármacos (vide Rename 2010)
3. Tetraciclinas
Tetraciclinas
Antibióticos de amplo espectro:
- Gram-positivos;
- Gram-negativos;
- Bactérias aeróbicas;
- Espiroquetas;
- Micoplasma;
- Riquétsias;
- Clamídias 
- alguns protozoários
Nas concentrações terapêuticas
é bacteriostático
Divididos em: - Ação Rápida
- Ação Intermediária
- Ação Longa
Tetraciclinas – Química
Tetraciclinas – Preparações e doses de tetraciclinas
Tetraciclinas – Mecanismo de Ação
- Ligação a subunidade 30S do ribossomo, impedindo a ação da RNA
aminoacil transferase
- Impede a ligação de novos aminoácidos a cadeia polipeptídica
Tetraciclinas – Sensibilidade e Resistência
- Pneumococos e Haemophilus influenza, sensíveis, sendo a base para
tratamento de sinusite e complicações da bronquite crônica;
- Geralmente pneumococos resistentes a penicilinas são resistentes à
tetraciclinas;
- Gonococos são sensíveis, sendo as tetraciciclinas utilizadas em infecções
urinárias;
- Pseudomonas pseudodomallei, Brucela sp e Vibrio cholearae são sensíveis;
- Atividade contra bactérias anaeróbias somente na associação com
neomicina;
- A resistência está associada principalmente a bactérias que não possuem
transporte ativo do fármaco, acompanhado por aumento de expulsão do
antibiótico
Tetraciclinas – Farmacocinética
- Absorção ocorre no início do intestino delgado
500mg de tetraciclina alcança concentração plasmática de 4mg/mL
500mg (i.v.) alcança concentração plasmática de 8mg/mL
-Administração simultânea com diversas substâncias dificultam sua absorção:
- cálcio, magnésio, alumínio, ferro, complexos vitamínicos, bicarbonato de
sódio;
-Carbamazepina, barbitúrico aumentam metabolismo
- Tetraciclina diminui ação de contraceptívos e aumenta dos anticoagulantes orais
Tetraciclinas – Efeitos Adversos
- Urticária;
- Pigmentação amarelada nos dentes (80% dos pacientes) permanente, não
sendo aconselhado uso por gestante e crianças até 8 anos;
- Distúrbios do TGI, que pode ser reduzido com alimentos, porém podendo
esses diminuírem a absorção;
- Podem agravar a insuficência renal, podendo ocorrer diabetes insípido pela
demociclina (efeito que pode ser utilizado no excesso de ADH);
- Miociclina pode causa distúrbios como vertigens, perda de equilíbrio e
zumbido.
4. Cloranfenicol
Clorafenicol – Mecanismo de Ação
Ação bacteriostática
- Inibidor ribossomal reversível, impedindo etapa da peptidiltransferase
Clorafenicol – Farmacocinética e Resistência
- Boa absorção oral, 
- Suspensão insípida de palmitato de clorafenicol;
- Meia-vida do clorafenicol é de 4horas;
Resistência:
- Impermeabilidade da bactéria ao fármaco;
- Produção de acetiltransferase;
Clorafenicol – Efeitos adversos e Interação medicamentosa
- depressão da medula óssea;
- síndrome do bebe cinzento, decorrente do baixo metabolismo hepático em recém-
nascidos em conjugar o clorafenicol
Sintômas: distensão abdominal, vômito, flacidez, hipotermia, pigmentação 
acinzentada, colapso circulatório e morte
- Distúrbios TGI e neurite óptica causando diminuição 
-da acuidade visual;
Interações: 
- Aumenta meia-vida da tolbutamida, fenitoína e 
ciclofosfamida;
- Pode antagonizar a ação bactericida de aminoglicosídeo, 
penicilinas e cefalosporinas
5. Clindamicina
Clindamicina
- Derivado da lincomicina, produzida por Streptomyces lincolnensis;
- Mecanismo de ação identico ao da eritromicina;
- Resistência a clindamicina confere resistência cruzada aos macrolídeos,
Mecanismos: mutação ribossomo, inativação enzimática
Estreptococos, estafilococos e pneumococos são sensíveis;
Gram-negativas aeróbias são naturalmente resistentes;
Efeitos adversos: diarréia, náusea, erupções cutâneas, diminuição função 
hepática e neutropenia.
- a diarréia pode ser fator risco na infecção por Clostridium difficile
6. Linezolida
Linezolida
- é uma oxazolidinona, classe de antibióticos sintéticos;
- utilizada principalmente para tratar pneumonia hospitalar e doenças de pele;
- atua impedindo a formação do complexo ribossômico, ligando-se na 
partícula 23S da subunidade 50S;
- não gera resistência cruzada, sendo o único mecanismo de resistência, 
mutação na partícula 23S;
- principal efeito adverso: trombocitopenia reversível;
- Meia-vida de 4-6h e 100 biodisponível por via oral;
Antibióticos Antimetabólitos e outros:
Sulfonamidas, Trimetropina,
Fluoroquinolona, Vancomicina, Polimixinas 
e Anti-septicos
Sulfonamidas e 
Trimetropina-Sulfametoxazol
Sulfonamidas
- Um dos primeiros grupos de agentes utilizados para tratar infecções
bacterianas;
- Sulfonamida ou sulfa é um termo genérico para derivados da para-
aminobenzossulfonamida;
- Prontozil descoberto em 1935 com atividade quimioterápica, e
posteriormente verificou-se que ele originava a sulfonamida.
1,2,4-TRIAMINOBENZENO
Sulfonamidas
- Penicilina + surgimento de resistência reduziu seu uso;
- Trimetropima + sulfametoxasol – ampliação do uso das sulfas;
- Além da ação antibacteriana deu origem a outras classes farmacológicas:
- diuréticos tiazídicos;
- sulfoniluréias (hipoglicemiante);
- inibidores da anidrase carbônica.
Sulfonamidas
Farmacocinética
Administração
Adm. Oral: - promover níveis séricos adequados 
- promover ação local com sulfas de baixa absorção
Adm. Parenteral: - na forma de sais sódicos
- usado quando a via oral não é possível
- quando se quer efeito imediato
Adm. Retal: - absorção de 15-30% usado excepcionalmente para 
infecções das porções finais do intestino
Adm. Tópica: - conjuntiva, canal auditivo e mucosa vaginal;
- tratamento de queimaduras;
- podem ser inativadas na presença de pus e 
serosidade
Sulfonamidas
Farmacocinética
Absorção
- Exceto as de baixa absorção (sulfaganidina e ftalilsulfatiazol) todas 
tem boa absorção oral, de 70-100%;
- relacionada com coeficiente de partição, pH e ionização;
Distribuição
- por todos tecidos e líquidos;
- interação com proteínas plasmática (principalmente albumina);
- atinge o liquor (facilitado por meningite);
Sulfonamidas
Farmacocinética
Biotransformação
- eliminadas por três formas:
- Inalteradas;
- Conjugadas ao ácido glicurônico;
- Conjugadas ao grupo acetil (acetilação)
Sulfonamidas
Farmacocinética
Eliminação
- principalmente na urina;
- na urina ácida podem precipitar (cristalúria)
- na urina alcalina reduz cristalúria, mas aumenta excreção;
Sulfonamidas
Farmacodinâmica
Espectro
- Streptococcus pyogenes;
- S. pneumoniae;
- E. coli;
- Klebsiella pneumoniae;
- Haemophilus influenza;
- H. ducryi;
- Nocardia asteroides;
- Toxoplasma gondii;
- Actinomyces;
- Chlamydia trachomatis
- Plasmodium falciparum (sulfadoxina+pirimetamina)
antiprotozoário
Sulfonamidas
Química
- Derivados da sulfanilamida
- por substituição do átomo de hidrogênio do grupo sulfamil;
Atividade
antibacteriana
Sulfonamidas
FarmacodinâmicaMecanismo de Ação
- são bacteriostáticas;
- são análogos estruturais do ácido p-aminobenzóico
(PABA), competem pela mesma enzima (di-
hidropteroato sintetase);
- é um antimetabólito;
- impede formação de ácido fólico essencial para
síntese de timidina, adenina, guanina e alguns aa.
Sulfonamidas
Farmacodinâmica
Resistência
- Decorrente de:
a) alteração da di-hidropteroato sintetase;
b) aumento da capacidade de inativação do fármaco;
c) desenvolvimento de via metabólica alternativa;
- Mecanismos:
a) Mutações;
b) Seleção de cepas resistentes;
c) Transferência por meio de plasmídios
Sulfonamidas
Indicações Clínicas
- Infecções do trato urinário causadas por E. coli;
- Na toxoplasmose;
- Nas infecções por Chlamydia;
- Na profilaxia da febre reumática em pacientes alérgicos a penicilina;
Sulfonamidas
Interações Medicamentosas
- Capacidade de deslocar outros fármacos de proteínas plasmátias;
Ex: anticoagulantes cumarínicos, barbitúricos e metotrexato
- Acentuada hipoglicemia quando co-administrado com tolbutamida;
- Pode formar precipitados na presença de metamina;
- Evitar uso com PABA ou anestésicos locais derivados (benzocaína,
procaína e tetracaína), que antagonizam as sulfonamidas.
Sulfonamidas
Toxicidade
- Alterações do SNC: dor de cabeça, letargia, depressão, tontura,
zumbido, vertigem, psicose, neurite, ataxia e convulsões;
- hipersensibilidade;
- Síndrome de Stevens-Johnson (fatal em 25% dos pacientes
suscetíveis);
- alterações de células sanguíneas;
- Nefrotoxicidade: oligúria, anúria e cristalúria;
- Icterícia no feto e recém-nascido;
- Anorexia, vômito, náusea e diarréia.
Trimetropina-Sulfametoxazol
- Fármacos que atuam em sinergismo sobre a síntese de ácido fólico;
- Também denominado co-trimoxazol (Bactrim®);
- A sulfametoxazol é uma sulfonamida;
- A trimetropina é uma diaminopirimidina;
Trimetropina
George H Hitchings
Nobel 1988
Trimetropina-Sulfametoxazol
Trimetropina
- Ação contra gram-positivas e gram-negativas;
- Enterobactérias apresentam diversidade geográfica quanto a
sensibilidade;
Associação
- Sensibilidade de 50-95% das cepas de: Staphylococcus aureus
Staphylococcus epidermis
S. pyogenes
E. coli
Proteus mirabilis
P. morganii
e espécies de Salmonela,
Shigella
Enterobacter
Pseudomonas
Trimetropina-Sulfametoxazol
Trimetropina
Mecanismo de Ação
- Inibe a enzima dihidrofolato reductase;
- A associação tem efeito sinérgico na inibição
da síntese de ácido tetrahidrofólico;
- Altamente seletivo pela redutase de
Microorganismos;
Trimetropina-Sulfametoxazol
Sinergismo da Associação
Efeito sobre a viabilidade de E. coli
Trimetropina (0,04 mg/L)
Sulfametoxazol (100 mg/L)
Trimetropina (0,04 mg/L) +
Sulfametoxazol (0,8 mg/L)
∆ Sulfametoxazol (1,6 mg/L)
 Sulfametoxazol (3,2 mg/L)
A melhor relação é de 1:20 
(Trimetropina:Sulfametoxazol)
Trimetropina-Sulfametoxazol
Resistência
- Associado a obteção de um plasmídio que codifica uma di-hidrofolato 
redutase modificada;
- Desenvolvimento de resistência em S. aureus e Enterobacterias tem 
sido problemáticos no tratamento dessas infecções em pacientes com 
AIDS;
Trimetropina-Sulfametoxazol
Farmacocinética
- A absorção por via oral de trimetropina é mais rápida que da 
sulfametoxazol;
- Concentração sanguínea máxima ocorre em 2 e 4 h respectivamente 
para trimetropina e sulfametoxazol;
- Possuem meia-vida similar em torno de 10h;
- Para se obter a relação 1:20 geralmente é administrado 800mg de 
sulfametoxazol e 160 mg de trimetropina 2xdia;
- 65 % da sulfametoxazol e 40% da trimetropina liga-se a proteínas 
plasmáticas;
Trimetropina-Sulfametoxazol
Reações Adversas
- Pode causa megablastose, leucopenia e trombocitopenia em indivíduos 
com carência de folato;
- Apresentam os efeitos de hipersensibilidade tipícos das sulfonamidas 
(entretanto com incidência 3x maior na associação);
- Náusea e vômito;
- Alterações do SNC causadas pela sulfametoxazol (cefaléia, depressão, 
alucinação);
Trimetropina-Sulfametoxazol
Aplicações Clínicas
- Infecções do trato urinário inferior (aguda, crônicas e recorrentes);
- Pode ser utilizado no tratamento de prostatite bacteriana;
- Infecções do trato respiratório: bronquite, sinusite e otite média, 
causadas por H. influenza, S. pneumoniae. (não deve ser utilizado na 
faringite estreptococica;
- Infecções gastrointestinais por Shigella resistênte a ampicilina;
- Infecção de Pneumocystis carinii em pacientes com AIDS
Fluoroquinolonas
Fluoroquinolonas – Química e Classificação
Primeira Geração: 
Ácido Nalidíxico
Ácido Oxolínico
Cinoxacino
Segunda Geração: 
Norfloxacino
Enoxacino
Ciprofloxacino
Lomefloxacino
Ofloxacino
Fleroxacino
Pefloxacino
Rufloxacino
Terceira Geração: 
Levofloxacino
Esparfloxacino
Grepafloxacino
Quarta Geração:
Trovafloxacino
Clinafloxacino
Gatifloxacino
Moxifloxacino
Fluoroquinolonas – Farmacocinética
- Todas quinolonas fluoradas tem rápida absorção por via oral;
- Com biodisponibilidade superior a 80%;
- Alimentos retardam absorção;
- Antiácidos, bloqueadores H2 e outros que retardam o esvaziamento
gástrico ou peristaltismo diminuem absorção;
Fluoroquinolonas – Mecanismo de Ação
- Bloqueio da síntese de DNA, sendo bactericida
Fluoroquinolonas – Resistência
Fluoroquinolonas – Indicações Clínicas
- Infecções do trato urinário e próstata: Staphylococcus, Escherichia coli,
Pseudomonas auriginosa;
- Doenças sexualmente transmissíveis: Neisseria, Chlamydia, Treponema;
- Infecções do trato respiratório: Streptococcus pneumoniae, H. influenza,
Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumoniae, Staphylococcus aureus;
- Infecções gastrointestinais: E. coli, Salmonella typhi, Shigella sp, Vibrio
cholerae, Aeromonas sp, Yersinia enterocolítica;
- Infecções dermatológicas e de tecidos moles: Streptococcus pyogenes, E. coli,
P. aeruginosa, Klebsiella pneumoniae, Enterobacter sp, Proteus sp;
- Infecções ósseas e articulares: P. aeruginosa, S. aureus;
Fluoroquinolonas – Efeitos Adversos
- Alterações do TGI (3 – 6%);
- Efeitos SNC (0,9-11%): tonturas, cefaleia, agitação, insonia, sonolência, ansiedade
ou depressão, alterações do paladar, olfato, confusão mental, alucinação, convulsão
e psicose;
- Fotofobia e alterações na percepção de cores e alteração na acomodação;
- Reações de hipersensibilidade (0,2-2,2%);
- Toxicidade hepática principalmente com cinoxacino;
- Alterações do hematócrito (<1%): leucopenia, trombocitopenia, eosinofilia e
depressão medular;
- Lesões articulares nos tratamentos prolongados;
- Na urina neutra ou alcalina, norfloxacino e ciprofloxacino forma cristais renais e
nefrotoxicidade;
Fluoroquinolonas – Contra-indicação
- Não deve ser administrado em grávidas, crianças e mulheres amamentando
devido a possibilidade de erosão de cartilagem;
- Pessoas com hipersensibilidade;
- ácido nalidíxico não deve ser usado em pacientes com história de disturbios
convulsivos, psicose, parkinsonismo e esquizofrenia;
- Deve ser tomado cuidado em pacientes com doença hepática, arterioesclerose
cerebral e insuficiência renal
Outros Antibióticos
Antissépticos no Tratamento de Infecções Urinárias
Metenamina (Sepurin)
- em água se de compõe para formar formaldeído
Relacionado com o pH
-90% de decomposição só ocorre após 3h;
- Absorvida por via oral, porém ocorre 
inativação de 10 a 30% pelo suco gástrico;
- Não deve ser utilizado em pacientes com 
insuficiência renal;
pH 7,4 não há decomposição
pH 6,0 6% se decompõe
pH 5,0 20% se decompõe
Antissépticos no Tratamento de Infecções Urinárias
Nitrofurantoína
- Após absorção é rapidamente excretado na urina (meia vida de 0,3-
1h);
- Enzimas bacterianas reduzem o composto gerando intermediários 
altamente reativos que lesan o DNA;
- Atividade sobre várias cepas: E. coli, Proteus, Pseudomonas, 
Enterobacter e Klebsiella;
- Utilizado no tratamento de recorrência de infecção do trato urinário, 
porém seu uso vem diminuindo devidoa resistência e melhor eficácia 
das fluoroquinolonas.
Vancomicina
- É um glicopeptídeo derivado do Streptomyces orientalis com ação
bactericida de espectro estreito;
- Tratamento de infecções por Staphylococcus aureus em pacientes
hospitalizados e em estado grave;
- Tratamento de colite pseudomembranosa grave provocada por Clostridium
difficile;
- Uso cauteloso devido ao surgimento de enterococos e Staphylococcus
aureus resistentes a vancomicina.
Vancomicina - Farmacocinética
- Administração i.v. por 60 min;
- Administração rápida provoca reações anafilactóides;
- Pode precipitar com heparina não devo ser administradas pelo mesmo
sistema iv;
- Excretada principalmente por filtração glomerular;
- Meia-vida de 6-8horas em pacientes com função renal normal;
- Atinge o liquor somente em pacientes com meningite;
Vancomicina – Mecanismo de Ação
- Tripla ação:
- Interfere com a formação da parede bacteriana impedindo ligação entre
os peptídeoglicanos;
- Inibe a síntese de RNA;
- Altera a permeabilidade da membrana plasmática da bactéria
- Ação bactericida e devido a diferentes mecanismo é de difícil resistência 
Vancomicina – Efeitos Adversos
- Preparações parenterais e purificadas tem boa tolerância;
- Pode haver nefrotoxicidade e ototoxicidade com aminoglicosídios;
- Síndrome do homem vermelho associada liberação de histamina pela
hiperosmolaridade; (uso com anti-histaminico pode reduzir esses efeitos.)
- Pode ocorrer neutropenia no uso prolongado;
Polimixinas
- Compreende um grupo de antibióticos produzidos pelo Bacillus polymyxa;
- Polimixina B e E (ou colistina).
- Usada na forma de sultado ou metanosulfato para via parenteral;
- A meia-vida da poli B é de 6h, podendo se acumular podendo o nível
sanguíneo duplicar em uma semana;
- Já a colistina tem meia-vida de 1,5-2,7h;
- Acúmula no: fígado,
rim,
coração,
cérebro,
músculos,
pulmões
O mecanismo de ação se dá pelo 
aumento da permeabilidade da 
membrana.
Polimixinas – Sensibilidade e Resistência
- São ativas contra bacilos entéricos (exceto espécies Proteus);
- Gram-negativas: H. influzenza, B. pertussis, salmonelas, shigelas;
- Neissérias são resistentes;
- É raro o desenvolvimento de resistência em bactérias sensíveis;
- Pode haver aumento da atividade quando associadas à sulfas ou
trimetropina;
- Potencia ação de fungicidas como anfotericina B;
- Pode vir associado a Bacitracina (antibiótico que interfere com a síntese da
parede bacteriana assim como a membrana plasmática), para uso tópico.
ANTIMICOBACTERIANOS
• Infecções micobacterianas :
• Tuberculose - Mycobacterium tuberculose.
• Hanseníase - Mycobacterium leprae.
• Características :
• Doenças crônicas necessitam tratamento prolongado ; 
microorganismo fagocitado pode sobreviver no interior dos 
macrófagos; resistência .
ANTIMICOBACTERIANOS
• Fármacos para tratamento da tuberculose:
• isoniazida
• rifampicina
• streptomicina
• etambutol
• pirazinamida
• quinolonas
• cicloserina
ISONIAZIDA
Sintetizada a partir do ácido nicotínico, é o mais importante 
fármaco para o tratamento da tuberculose.
➢mec. de ação : pró-droga que se converte a um metabólito 
ativo por ação da catalase das micobactérias; sua ação 
primária é inibir a síntese de elementos formadores da 
parede celular da bactéria. 
ISONIAZIDA
➢farmacocinética : absorção oral prejudicada por anti-
ácidos; pico plasmático 1-2h. ; ampla distribuição no 
organismo, ; atravessa barreiras ; biotransformada no 
fígado; bimodal ; eliminação urinária. efeitos adversos : 
erupções cutâneas, febre, neurite periférica , reações 
hematológicas, hepatite, artrite e interações (iMAO)
ISONIAZIDA
➢indicações terapêuticas : tratar infecções ativas com uso 
intermitente exige outros agentes associados , na profilaxia 
uso isolado ; administração em conjunto com piridoxina 
(B6) evita neuropatia periférica. 
RIFAMPICINA
• Derivado semi-sintético da Amycolaptosis mediterranei, um 
dos mais ativos agentes antituberculose.
➢mec. de ação : inibe a RNA polimerase da micobactéria, 
formando um complexo ( droga-enzima ) que impede a 
formação da cadeia peptídica. Em altas doses pode inibir a 
síntese de RNA em mamíferos.
RIFAMPICINA
➢farmacocinética : administração oral com pico plasmático 
em 2-4h.; ciclo entero- hepático sofre deacetilação com 
metabólito ativo e pouco reabsorvido; distribuição ampla, 
inclusive atravessa barreiras (LCR) ; eliminação nas fezes e 
na urina. 
RIFAMPICINA
➢efeitos adversos : são raros, pode ocorrer febre, náusea, 
vômito e erupções ; não deve ser utilizada em indivíduos 
hepatopatas. 
➢indicações terapêuticas ; em associação com isoniazida 
para tuberculose e isoladamente na profilaxia da meningite 
meningocóccica ou por H. influenziae. 
ETAMBUTOL
• É um composto solúvel em água e estável ao calor.
➢mec. de ação : inibem a atividade da arabinosil 
transferase na síntese da parede das micobactérias. 
➢farmacocinética : absorção oral com pico de concentração 
de 2h.; t ½ de 3 à 4h. Eliminada por filtração glomerular e 
secreção tubular 
ETAMBUTOL
➢efeitos adversos : diminuição da acuidade visual , aumento 
de urato sanguíneo, reações cutâneas , dores estomacais.
➢indicações terapêuticas : para o tratamento da tuberculose 
em associação a isoniazida ; não é recomendada para 
crianças .
PIRAZINAMIDA
• É um composto sintético análogo a nicotinamida. 
➢mec. de ação : atividade bactericida em pH ácido, útil pois a 
bactéria habita o interior de fagosomas ácidos no 
macrófago.
• Inibe a sintase I que forma ácidos graxos bacterianos. 
PIRAZINAMIDA
➢farmacocinética : absorção oral com ampla 
distribuição pelo organismo e barreiras ; pico 
plasmático bifásico ( 2hs. e 8hs.) ; T ½ 10hs. ; 
eliminação por filtração glomerular.
➢efeitos adversos : efeito hepatotóxico sugere 
controle sistemático; inibe excreção de uratos ; 
artralgias, náusea e vômitos.
➢indicações terapêuticas : principalmente para o 
esquema de terapia múltipla rápida (6 meses) .
CICLOSERINA
• Antibiótico de largo espectro produzido pela 
Streptococcus orchidaceus.Atualmente produzida 
por síntese orgânica. 
➢mec. de ação : é um análogo da D-alanina , e 
impede a síntese da parede do microcos e outras 
bactérias. 
➢farmacocinética : absorção oral com pico de 
concentração de 3 à 4h., distribuição ampla e 
eliminação “in natura” pela urina. 
CICLOSERINA
➢efeitos adversos : sonolência, tremores, confusão mental 
,irritabilidade...etc. ,que desaparecem com a retirada do 
tratamento. 
• Não deve ser administrada a pacientes depressivos ou 
epilépticos nem associada ao álcool. 
➢indicações terapêuticas : somente para indivíduos 
resistentes aos outros fármacos.
PROFILAXIA DA TUBERCULOSE
• Tratamento da infecção latente previne a progressão para 
doença ativa
• Expostos simplesmente ; tuberculina+ ; pacientes 
imunossuprimidos ; história de tuberculose anterior ; 
contato íntimo :
• isoniazida : 6 meses reduzem risco em 65%
rifampicina : 4 meses
rifampicina + pirazinamida : 2 meses
TRATAMENTO DA HANSENÍASE
• Fármacos:
• dapsona
• rifampicina ( tratamento da tuberculose )
• clofazimina
• a lepra do tipo tuberculóide possue poucos bacilos 
e é tratada durante 6 meses com dapsona e
rifampicina , enquanto a lepra lepromatosa , 
multibacilar é tratada pelo menos por 2 anos com 
os dois anteriores e mais clofazimina.
DAPSONA
➢mec. ação : quimicamente relacionada com as 
sulfonamidas, inibe a síntese de folato.
➢farmacocinética : boa absorção oral ; distribuição por todo 
organismo; acumula-se nos ríns e fígado; t ½ 24 a 48h ; ciclo 
entero-hepático ; eliminação na urina sob forma acetilada.
DAPSONA
➢efeitos adversos : metemoglobinemia , anemia ,vômitos, 
dermatite e neuropatia. 
➢indicações terapêuticas : para ambos os tipos de lepra; 
evitar resistência associando a outros fármacos . 
CLOFAZIMINA
➢mec. ação : possui também atividade 
antiinflamatória ; parece atuar sobre DNA. 
➢farmacocinética: absorção oral, acumula –se no 
organismo especialmente no sistema 
mononuclear fagocitário; T ½ pode atingir 8 
semanas. 
➢efeitos adversos : coloração na pele e na urina ; 
náusea, vertigem , cefaléia e alterações 
gastrintestinais
Antibioticoterapia em Gestantes
• Categoria A → medicamentos adequadamente estudados em humanos, que não
revelam problemas no primeiro trimestre de gravidez e não há evidências de
problemas nos segundo e terceiro trimestres.
• Categoria B → medicamentos sem estudos adequados em humanos, mas que a
experiência em animais não demonstrou riscos OU medicamentos com efeitos
adversos em animais, mas que, quando estudados em humanos, não
demonstram riscos.
• Categoria C → medicamentos sem estudos adequados em humanos, mas que a
experiência em animais demonstrou riscos para o feto. Nestes casos, potenciais
efeitos benéficos do tratamento podem ser maiores que os riscos, justificando o
seu uso na gestação em situações específicas.
• Categoria D → medicamentos com estudos adequados em humanos que
demonstram evidências de risco para o feto. Só devem ser indicados na gravidez
nos casos de doenças graves para as quais não se possa utilizar drogas mais
seguras.
• Categoria X → medicamentos com estudos adequados em humanos que
demonstram anormalidades no feto. Não usar em hipótese alguma durante a
gravidez.
Classificação dos Antibióticos Para o uso na 
Gravidez 
FDA
Amicacina – Categoria D
Amoxicilina – Categoria B
Amoxicilina + ácido clavulânico – Categoria B
Azitromicina – Categoria B
Cefalotina – Categoria B
Cefazolina – Categoria B
Ceftriaxona – Categoria B
Cefuroxima – Categoria B
Ciprofloxacino – Categoria C
Claritromicina – Categoria C
Clindamicina – Categoria B
Cloranfenicol – Categoria C
Doxiciclina – Categoria D
Eritromicina – Categoria B
Estreptomicina – Categoria D
Fosfomicina – Categoria B
Gentamicina – Categoria D
Levofloxacina – Categoria C
Metronidazol – Categoria B*
* O metronidazol é contraindicado (categoria X) no primeiro trimestre. A
partir do segundo trimestre, ele pode ser usado nas grávidas.
Minociclina – Categoria D
Neomicina – Categoria D
Nitrofurantoína – Categoria B*
* A nitrofurantoína é contraindicada (categoria X) a partir da 38ª semana de
gestação, pois está relacionada a uma elevado risco de anemia hemolítica no
recém-nascido.
Norfloxacina – Categoria C
Ofloxacina – Categoria C
Oxacilina – Categoria B
Penicilina benzatina – Categoria B
Penicilina V – Categoria B
Piperacilina + Tazobactam – Categoria B
Primaquina – Categoria C
Rifampicina – Categoria C
Sulfametoxazol + trimetoprim – Categoria D*
*Em situações especiais, como no tratamento do Pneumocystis jirovecii, na
profilaxia da encefalite por toxoplasmose e no tratamento da febre Q, o
Sulfametoxazol + trimetoprim pode ser prescrito nas grávidas.
Tetraciclina – Categoria D
Tobramicina – Categoria D
Vancomicina – Categoria B
Antivirais
Vírus
Constituição: RNA ou DNA + envoltório protéico (capsídio)
Terapia: dividida em 03 grupos gerais:
• virucidas  inativam diretamente os vírus intactos
• antivirais  inibem a replicação viral a nível celular
• imunomoduladores  modificam a resposta do hospedeiro às infecções 
Vírus : elemento genético não-celular que 
utiliza célula para replicar-se;
Constituídos por ácidos nucléicos;
DNA vírus (Aujezky e papilomavirus);
RNA vírus (aftosa, Newcastle e influenza);
Revestimento protéico (capsídeo);
Alguns com revestimento lipoprotéico 
envolvendo o capsídeo;
Adsorção na célula hospedeiro
Penetração e desencapsulação do vírus
Ligação do RNA mensageiro viral ao ribossomo do hospedeiro
Síntese de enzimas, RNA/DNA e proteínas estruturais virais
Produção de subunidades virais
Liberação de partículas vírais
Fig. 01: Esquema das fases de infecção viral na célula do hospedeiro(Spinosa &Górniak)
Fármacos anti HIV
O HIV é um retrovírus dividido em 02 tipos: HIV1 e HIV2. Ambos depletam os
linfócitos T CD4, levando a continuada destruição do sistema imune  infecções e
neoplasias oportunistas.
O tratamento da AIDS teve início em 1987 com a Zidovudina
O tratamento do HIV depende dos seguintes fatores:
• compreensão da replicação viral
• potência antiviral
• farmacocinética e toxicidade dos fármacos
• interações das drogas usadas em associações
Objetivo da terapia antiviral  evitar e, possivelmente reverter a deteriorização
imunológica, evitar infecções oportunistas e outras morbidades  prolongar a
sobrevivência
Mecanismos de ação:
-Inibidores da transcriptase reversa
-Inibidores nucleosídios da transcriptase reversa
-Inibidores não-nucleosídeos da transcriptase reversa
-Inibidores da protease
Terapia utilizada: combinações de anti HIVs
Conhecida como TERAPIA ANTI RETROVIRAL ALTAMENTE 
ATIVA (HAART)
2 INIBIDORES NUCLEOSÍDIOS DA TRANSCRIPTASE REVERSA
+
1 INIBIDOR NÃO-NUCLEOSÍDIO DA TRANSCRIPTASE REVERSA
OU
1 OU 2 INIBIDORES DA PROTEASE
HAART
Inibe replicação do RNA do vírus, reduzindo sua presença no plasma 
humano a concentrações mínimas, prolongando a sobrevida do paciente
Fármacos anti HIV
Vírus reduzido nas concentrações
plasmáticas permanece latente nas células T
do paciente e torna a se manifestar caso o
tratamento seja interrompido.
O tratamento é válido enquanto o vírus
ainda não apresentou uma nova forma
resultado de mutação
Replicação viral:
A transcriptase reversa
transcreve as cadeias do RNA
infectante em moléculas
complementares e DNA que
se integram no DNA
hospedeiro
O vírus RNA penetra na célula
 a enzima faz uma cópia de
DNA a partir do RNA viral. A
dupla hélice do DNA viral é
integrada pela integrase ao
DNA da célula hospedeira 
ocorre então a transcrição do
DNA pela RNA polimerase em
gde número de moléculas
RNA virais idênticas ao
genoma infectante original.
Esses RNA sofrem tradução,
formando o capsídeo e as
proteínas das novas pratículas
virais
INIBIDORES NUCLEOSÍDIOS DA TRANSCRIPTASE 
REVERSA
Mecanismos de ação:
Anti-HIV
Fosforilação  torna a droga ativa
5’-trifosfato Trifosfatos endógenos
Transcriptase reversa
formação do DNA pró-viral
Célula viral perfeita
VÍRUS HIV
fosforilação
Elevada afinidade pela 
transcriptase reversa viral e 
compete com os trifosfatos 
endógenos do hospedeiro
Os trifosfatos dos fármacos são 
incorporados na cadeia de DNA viral, 
provocando o término prematuro da cadeia. 
Não forma DNA pró-viral
X
FÁRMACOS INIBIDORES NUCLEOSÍDICOS DA TRANSCRIPTASE REVERSA
•Zidovudina (AZT)
•Didanosina (ddI)
•Zalcitabina (ddC)
•Lamivudina (3TC)
•Estavudina (d4T)
•Abacavir (ABC)
EFEITOS ADVERSOS
ZIDOVUDINA
•Distúrbios TGI
•Insônia
•Febre
•Cefaléia
•Confusão mental
•Ansiedade
•Depressão
DIDANOSINA
•Dor
•Perda sensorial nos pés
•Cefaléias
•Distúrbios TGI
•Insônia
• Pancreatite
•Depressão
ZALCITABINA
•Neuropatia
•Distúrbio TGI
•Cefaléia
•Úlceras bucais
•Edemas
• Pancreatite
•Mal estar geral
LAMIVUDINA
•Poucos
•Cefaléias
•Distúrbios TGI
ABACAVIR
•Hipersensibilidade exagerada
•Distúrbios TGI
RESISTÊNCIA AOS ANTI-HIV
-Devido as mutações da transcriptase reversa do vírus podem surgir cepas
resistentes e o uso prolongado dos anti-HIV podem deixar de responder
adequadamente a terapia.
-Alguns indivíduos desde o início do tratamento não respondem bem ao tratamento
com AZT, isso é verificado em pacientes contaminados com vírus já mutantes e
resistentes.
-AZT deixa de fosforilar adequadamente e, com isso, o vírus passa a utilizar
trifosfato endógeno e por conseqüência produz células virais sadias elevando
suas concentrações no plasma agravando o quadro clínico do paciente.
INIBIDORES NÃO-NUCLEOSÍDIOS DA TRANSCRIPTASE REVERSA
Mecanismos de ação: são inibidores não competitivos da transcriptase reversa
Nao necessitam de fosforilação p/ se tornarem ativos, provocam inibição 
alostérica da enzima
Vírus HIV
fosforilação
Anti-HIV
Trifosfato endógeno
Transcriptase reversa
formação do DNA pró-viral
Célulaviral perfeita
Não forma DNA pró-viral
X
FÁRMACOS INIBIDORES NÃO NUCLEOSÍDICOS DA TRANSCRIPTASE 
REVERSA
•Nevirapina (NVP)
Efeitos indesejáveis
Síndrome de Stevens-Johnson (exantemaque 
apresenta erupção maculo-papular 
eritematosa)
Hepatite
Cefaléia
Febre
letargia
•Efavirenz (EFZ)
Efeitos indesejáveis
Leves
Tontura
Confusão mental
Disforia
Distúrbios TGI
INIBIDORES DA PROTEASE VIRAL
Mecanismos de ação: bloqueiam a clivagem necessária das
poliproteínas inertes, causando a produção de partículas virais
defeituosas e imaturas
Vírus
fosforilação
Trifosfato endógeno
formação do DNA pró-viral
Transcrição do pró-vírus RNAm do pró-vírus
Tradução do RNAm do pró-vírus
em 2 poliproteínas inertes
Proteases do vírus
Proteínas estruturais e funcionais
Novos Vírions
Anti-HIV
X
FÁRMACOS INIBIDORES DA PROTEASE
Saquinavir (SQV)
Nelfinavir (NFV)
Indinavir (IDV)
Ritonavir (RTV)
Amprenavir (AMP)
EFEITOS INDESEJÁVEIS DOS INIBIDORES DAS PROTEASES
-Inibição do P450
- Distúrbios do TGI
- Anomalias metabólicas (resistência a insulina)
- Redistribuição da gordura (lipodistrofia-”giba de búfalo”)
- Desenvolvimento de cálculos renais
- Parestesias em torno da boca, mão e pés
- Erupções cutâneas
- Síndrome de Stevens-Johnson
Lipodistrofia  perda de gordura da pele, mais aparente nos braços, pernas, 
nádegas e rosto, resultando em enfraquecimento da face, atrofiamento das 
nádegas e veias aparentes nas pernas e braços.
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.agenciaaids.com.br/news_imagens/lipodistrofia.jpg&imgrefurl=http://www.agenciaaids.com.br/noticias-resultado.asp%3FCodigo%3D3339&h=201&w=200&sz=17&hl=pt-BR&start=3&sig2=UfVZLrk4IkJ8_HJc-iBZkw&um=1&tbnid=wQXVihCqp-WgwM:&tbnh=104&tbnw=103&ei=CwgtRuDWOISkhgSDt6yaDw&prev=/images%3Fq%3Dlipodistrofia%26ndsp%3D20%26svnum%3D10%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN
OUTROS FÁRMACOS ANTIVIRAIS
Inibidores da DNA polimerase
Aciclovir
Alta especificidade pelo vírus do herpes simples e varicela-zoster.
Para exercer sua ação é convertido em trifosfato de aciclovir, que inbe a síntese do 
DNA viral, por inibição competitiva da DNA polimerase viral
Mecanismo de ação
aciclovir
Timidina quinase viral
Monofosfato
Quinases da cél hospedeira
Trifosfato (oriundo do aciclovir)
DNA polimerase viral
Cadeia de nucleotídeos do vírus
inibe
interrompendo
X
Uso profilático do aciclovir
- Em pacientes que serão submetidos a quimio ou radioterapia de
modo a evitar uma possível manifestação do vírus do herpes que está
na forma latente.
- Pacientes com recidivas de manifestações herpéticas
Fármacos semelhantes
-Valaciclovir (pró-farmaco do aciclovir)
-Fanciclovir (metabolizado a penciclovir-forma ativa)
Ganciclovir
Tratamento exclusivo do citomegalovírus devido efeitos adversos
(depressão da medula óssea, carcinogenicidade)
MEDICAMENTOS QUE ATUAM NA 
INTERAÇÃO VÍRUS-MEMBRANA CELULAR
✓ Gamaglobulinas( Armoglobulina®, Gama-
globulina®, Gama-venina®, Hepatec®);
✓ Amantadina (Mantidan®) e Rimantadina 
(Flumadine);
• Gamaglobulinas
• Previnir infecções;
• Impede entrada partícula viral na célula do hospedeiro;
• Efeito protetor de 2-3 semanas;
• Hepatite B;
• Herpes;
• Raiva.
Inibição da penetração ou da fixação nas células do hospedeiro
AMANTADINA: bloqueia a fusão da membrana viral com a membrana do hospedeiro
Uso: vírus influenza 
ZANAMIVIR: impede o brotamento de novos vírus a partir das células infectadas
IMUNOMODULADORES
✓ Interferon (Betaferon, Rodoferon A, Intron A, Rebif, Wellferon);
✓ Levamisol (Ascaridil).
Interferon
✓Célula que já foi infectada uma vez, na próxima produz uma 
substância que interfere na replicação do segundo;
✓ Emprego limitado  custo produção elevado;
✓ Inibem tradução RNAm viral, estimulam a atividade citotóxica e 
fagocítica;
✓ Produzidos por linfócitos, macrófagos, fibroblastos e outras 
células; 
✓ Três tipos : , b e  ( mais utilizado);
✓ Papiloma, herpes, hepatite, afecções aparelho respiratório e alguns 
tipos de cânceres.
Antifúngicos
Grupos farmacológicos
•Antifúngicos poliênicos
–Anfotericina B – desoxicolato e em 
formulações lipídicas
–Nistatina
•Antifúngicos não-poliênicos
–Griseofulvina
Grupos farmacológicos
• Nucleosídeos pirimidínicos
–Fluocitosina
• Azóis (imidazóis e triazóis)
–Cetoconazol
–Itraconazol
–Fluconazol
–Voriconazol
• Caspofungina
Lancet Infect Dis 2:550-563;2002
Anfotericina B
• Antibiótico poliênico 
S.nodosus
• Pó liofilizado 
• Pouco solúvel
• Associada ao 
desoxicolato –
solubilização
Anfotericina B
• Espectro - Candida, Cryptococcus, Histoplasma, Coccidioides, 
Paracoccidiodes, Sporothrix, Fusarium, Blastomyces, Aspergillus, 
Penicillium, Mucor e Rhizopus
• Mecanismo de ação
– Alvo - ergosterol - aumento de permeabilidade
– Lesão oxidativa
• Mecanismo de resistência – alteração quantitativa e 
qualitativa do ergosterol
Anfotericina B - farmacocinética
• Absorção oral <5% 
• Via de administração – IV
• [plasmática] pico 1.2-2,0ug/ml -50mg IV
• Meia vida de eliminação – 15 dias
• Ligação à beta-lipoproteínas – 91-95% 
• Metabolismo –Desconhecido
• Excreção urinária diária – 3%
Anfotericina B - farmacocinética
• Distribuição
– Vd - 4 litros/kg
– Fígado, baço, rins, pulmão
– [LCR] – 2 a 4% da [plasmática]
• Não se altera na insuficiência renal e em hepatopatias
• Não é removida pela hemodiálise
Anfotericina B – Uso
• IV
• Diluída em soro glicosado
• 0,1mg/ml da solução
• Infusão lenta em 4 horas
• Sem proteção contra a luz
• Dose inicial 0,25mg/kg, até 1,0 mg/kg
• Pode ser prescrita na gravidez
Anfotericina – prevenção da 
toxicidade
• Hidratação adequada
• Reposição de K+ e Mg++
• Aplicação em dias alternados
• Eritropoietina
• Transfusão
Anfotericina B – formulações lipídicas
• Lipossomal (Ambisome) – lipossomas
– [sérica] semelhante e menor toxicidade (vesícula) 
• ABCD (Amphocil) – dispersão coloidal
– [sérica] baixa e menor toxicidade (disco)
• ABLC (Abelcet) – complexo lipídico 
– [sérica] baixa e menor toxicidade (fita)
• AB associada ao Intralipid® - sem evidência 
científica que sustente esta prática
Nistatina
• Tetraeno produzido 
por S. noursei
• Mecanismo de ação 
=Anfo B
Nistatina
• Não se absorve VO
• Recomendações de uso
• Espectro e indicação: candidíase cutânea e de mucosas
Griseofulvina
• Antibiótico produzido por Penicillium 
griseofulvum
• Micro-cristais – ultramicronizada 
• Fungistático que atua inibindo o fuso 
mitótico
• Não se descrevem mecanismos de 
resistência
Griseofulvina – farmacocinética
• O,5 g - [sérica] pico de 1 ug/ml em 4h 
• Ultramicronizada melhora a absorção
• Biodisponibilidade variável
• Metabolismo hepático
• Meia-vida plasmática – 1 dia
• Excreção renal
• Acúmulo em precursores dos queratinócitos
Griseofulvina - Uso
• Tratamento oral de dermatófitos
• 10-15 mg/kg em crianças
• 500 mg a 1 g em adultos em duas tomadas
• Duração dependendo do local da infecção
• Evitar uso na gravidez
Griseofulvina - toxicidade
• Náusea, vômitos e cefaléia
• Neurite periférica, letargia, confusão, fadiga, síncope, 
vertigem, visão embaçada, edema macular transitório
• Hepática
• Hematológica – citopenias 
• Renal – albuminúria e cilindrúria
• Fotossensibilidade
Griseofulvina - interações
• Indução do sistema microssomal
–Diminui a [sérica] de warfarina
–Reduz a ação dos anticoncepcionais 
orais
• O fenobarbital diminui os níveis de 
griseofulvina
Fluocitosina
• Pirimidina fluorada análoga de citosina
• Espectro – Cryptococcus, Candida e os agentes da 
cromomicose
• Desenvolvimento de resistência durante o tratamento
• Uso em associação com Anfotericina B
Fluocitosina – mecanismo de ação
Desaminase de citosina 5-FU5-fluocitosina
UMP-pirofosforilase
5-FUMP5-FUDP5-FUTP
Redutase de
ribonucleotídeo
5-FdUMP
RNA
dUMP dTMP
Timidilato-sintetase
deoxyuridine monophosphate deoxyuridine monophosphate
https://en.wikipedia.org/wiki/Deoxyuridine_monophosphatehttps://en.wikipedia.org/wiki/Deoxyuridine_monophosphate
Fluocitosina - farmacocinética
•Via oral
•Biodisponibilidade > 80%
•Ligação à proteínas 4%
•Vd – 0,6-0,7 l/ kg
•Meia-vida – 3-6 h
Fluocitosina - farmacocinética
• Excreção inalterada na urina >75%
• [sérica]pico desejável 50-100 ug/ml
• Eliminada por hemodiálise e diálise 
peritoneal
• [LCR] > 75% da [plasmática]
Fluocitosina – uso e toxicidade
• Comprimidos de 500 mg
• 100-150mg/kg/d divididos em 4 tomadas
• Combinada com Anfo B exceto na cromomicose
• Leucopenia, anemia e trombocitopenia
• Rash, náusea, vômitos, diarréia, cefaléia e 
enterocolite grave
• 5% com TGO e TGP elevadas
Exantema também é sinônimo de rash cutâneo, que pode ser
causado em decorrência do uso de alguns medicamentos (reação
adversa). O rash tem aspecto avermelhado e pode se elevar na pele
Azóis
• Compostos sintéticos
N
N
N
N
N
Imidazóis Triazóis
Azóis- características comuns
• Via oral e toxicidade baixa
• Inibição da 14-alfa-desmetilase
• Inibidores do Citocromo P450
• Resistência – diminuição da [ ] intracelular, 
aumento ou alteração da 14-alfa-desmetilase
• Espectro – Candida, Cryptococcus, Histoplasma, 
Paracoccidiodes, dermatófitos, Coccidioides, Sporotrichum e 
Blastomyces
Azóis – farmacocinética 
Prop. Cetoconazol Itraconazol Fluconazol
Biodisp.
oral
75% >70% 80%
Ligação 
protéica
99% 99% 11%
Vd–l/kg - - 0,7-0,8
[plasm] 
pico 
ug/ml
1,5-3,1
200mg VO
0,2-0,4 
200mg VO
10,2
200mg VO
T.pico 1-4h 4-5h 2-4h
Azóis – farmacocinética 
Prop. Cetoconazol Itraconazol Fluconazol
T1/2 7-10 h 24-42 h 22-31 h
% inalt. 
Urina
2-4% <1% 80%
Remoção 
DP
Não ? ?
Remoção 
H
Não Não Sim
[LCR] <10% <1% >70%
Cetoconazol- uso
• VO e tópico
• Absorção oral retardada pelos alimentos
• Requer pH ácido 
• Dose – 200 a 400 mg/d
• Indicações -Candidíase oral e vaginal e micoses 
superficiais, micoses profundas como segunda ou 
terceira escolha
• Contra-indicado na gravidez e na lactação
Cetoconazol – toxicidade 
• Náusea, vômitos, dor abdominal, anorexia
• Prurido e rash
• TGO e TGP elevadas em 2-10%
• Hepatite sintomática
• Insuficiência adrenal
• Perda da libido, impotência, ginecomastia, 
irregularidades menstruais
• Cefaléia, febre, calafrios e fotofobia
Itraconazol – uso 
• VO – cápsulas de 100 mg
• Absorção oral em meio ácido aumentada pelos 
alimentos
• Dose – 200 a 400 mg/d
• Indicações – micoses superficiais, Histoplasmose, 
Paracoccidiodomicose Esporotricose, 
Coccidiodomicose, Aspergilose (combinado com 
anfotericina B) e Candidíase oral ou vaginal
Itraconazol - toxicidade
• Náusea e vômitos
• Prurido e rash
• TGO e TGP elevadas (<1-7%)
• Hepatite sintomática (rara)
• Cefaléia e tontura
• Alterações endócrinas muito raras
• Hipopotassemia com doses elevadas
Fluconazol - uso
• VO e IV
• Comprimidos de 50,100 e 200 mg
• Ampolas de 200 mg
• Indicações – Criptococose e Candidíase
Fluconazol – toxicidade 
•Náusea e vômitos
•Rash, Stevens-Johnson
• TGO e TGP elevadas (<1-5%)
•Hepatite sintomática (rara)
•Cefaléia e convulsões
Azóis – interações – diminuição da 
[plasmática] do azol 
Importante Potencial
Diminuição abs.
Antiácidos Ceto e Itra
Bloq. H2 Ceto e Itra
Sucralfato Ceto
Aumento metab.
Isoniazida Ceto
Fenitoína Ceto e Itra
Rifampicina Ceto e Itra Fluco
Azóis – interações – aumento da [plasmática] 
de outras drogas
Droga Importante Potencial
Ciclosporina Ceto Itra e Fluco
Digoxina Itra
Fenitoína Ceto e Fluco Itra
Tolbutamida Ceto, Itra e Fluco
Terfenadina Ceto e Itra
Astemizol Ceto e Itra
Warfarina Ceto, Itra e Fluco
Paracoccidioidomicose
• Três drogas com eficácia comprovada
– Trimetoprim-sulfametoxazol
– Itraconazol
– Anfotericina B
• Opção depende de:
– Gravidade da doença
– Custo
– Toxicidade
Problemas e novas drogas
• Candida krusei, Candida glabrata, Aspergillus, 
Candida lusitaniae
• Voriconazol - derivado do fluconazol, ativo 
contra Candida e Aspergillus e outros fungos. Uso 
oral e IV
• Caspofungina – pneumocandina semi-sintética, 
inibidora da glucana-sintetase, ativa contra 
Candida e Aspergillus. Uso IV
Lancet Infect Dis 2:550-563;2002
Lancet Infect Dis 2:550-563;2002
ESTUDO DE CASOS
1) Paciente A.C, 30 anos, dá entrada no hospital devido a uma infecção
causada por Clamydia e lhe é receitado TETRACICLINA VO, 6,625-12,5
mg/kg, 6/6h. Porém por ser uma droga que apresenta caráter ácido, lhe
causa grande ardência epigástrica e por isso é pedido leite ou um
antiácido. O seu pedido é negado, por quê?
R = A tetraciclina apresenta caráter ácido e o leite ou um antiácido, caráter
básico. Dessa forma iria haver uma interação entre ambos, ocorrendo
assim a ionização da tetraciclina diminuindo a sua absorção pois os
medicamentos só são absorvidos na sua forma não ionizada, além da
formação de compostos insolúveis (quelatos). O uso do leite pode ser
permitido entre 1-3 h após sua administração e o antiácido deve ser
evitado.
2) Paciente alérgica a penicilina faz automedicação da TETRACICLINA
(fármaco de caráter ácido) de forma abusiva para o tratamento da Sífilis
ocorrendo assim uma intoxicação que a levou ao hospital com
hipersensibilidade e super infecção. O que pode ser feito?
R = Deve ser administrado um antiácido para ionizar a urina e dessa forma
haver a eliminação do medicamento pela urina de forma mais rápida e uma
menor absorção.
3) Paciente M.S, 25 anos, apresentando quadro de sinusite inicia o tratamento
com AMOXILINA, VO, 875 mg, 12-12 h; porém por ser época de festa, ela
pergunta ao médico se pode fazer uso de bebida alcoólica durante o fim de
semana pois ouve falar que “corta o efeito” . Isso é verdade?
R = A ingestão de álcool quando de “forma leve” torna-se indutor enzimático
aumentando o metabolismo do fármaco e dessa forma a eliminação torna-se
mais rápida podendo não ocorrer a sua atuação eficaz. Quando a ingestão de
álcool é alta, torna-se um inibidor enzimático diminuindo assim a
biotransformação, isso pode ser ruim pois o medicamento ficará mais tempo
no organismo podendo ocorrer efeitos adversos como convulsões, diarreia,
disfunção hepática, entre outras. Por isso não é recomendado o uso de
medicamentos associados ao álcool.
4) Para o tratamento de uma paciente com tuberculose pulmonar, um dos
medicamentos receitados foi a RIFAMPICINA, VO, com dose única. Ao ser
apresentadas as interações medicamentosas, foi frisado bastante a
necessidade de se utilizar outros tipos de prevenção sexual além da pílula
anticoncepcional. Qual a relação entre um medicamento para tuberculose e a
possibilidade de gravidez?
R = A Rifampicina é uma droga que atua como agente indutor de alguns
medicamentos como os anticoncepcionais, pois aumenta a biotransformação
desse fármaco e dessa forma há uma redução da concentração plasmática,
dessa forma a eliminação torna-se mais rápida levando a diminuição da
eficácia dos anticoncepcionais, logo há a possibilidade de ocorrer uma
gravidez indesejada.

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