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Aula 04 Farmacognosia Aplicada e Fitoterapia (SDE3850) Conceitos de Fitoterapia Professora Ms: Ingrid Vicente Farias 2020-2 Ciência farmacêutica que tem como alvo o estudo os princípios ativos naturais, sejam animais ou vegetais Ciência que estuda o uso de plantas medicinais para o tratamento de alguma patologia Ciência farmacêutica que estuda os aspectos botânicos de uma planta O primeiro nome inicia com maiúscula e significa o gênero da planta O segundo nome é escrito todas as letras em minúsculo e se refere ao epíteto específico A junção do primeiro nome + o segundo nome indica a espécie vegetal. Lembrar que ambos são em itálico. Caracteriza o botânico (s) que descreveram a espécie. Para consultar os nomes científicos aceitos pela comunidade científica e a sinonímia das espécies recomenda-se o uso dos seguintes sites de busca: - http://theplantlist.org/ - https://tropicos.org/home - http://floradobrasil.jbrj.gov.br Conhecer o nome científico, o nome popular e a sinonímia das espécies vegetais Proporciona mais facilidade na hora de prescrever os fitoterápicos e plantas medicinais. http://theplantlist.org/ https://tropicos.org/home http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ Uso de plantas medicinais Mesopotâmios 2100 a.C. Egípcios - “Papiro de Ebers”, 1500 a.C. 700 preparações medicamentosas, sendo a maioria de origem vegetal Cedrus (cedro), Cupressus sempevirens (cipreste), Glicyrrhiza glabra (alcaçuz), Commiphora species (mirra) e Papaver somniferum (papoula). Tratamento de tosses, resfriados, infecções parasitárias e inflamações Propriedades biológicas (CRAGG; NEWMAN, 2016) “TERAPIAS ALTERNATIVAS” “PRODUTOS NATURAIS” Diferentes Paradigmas Tratamento de doenças Quais paradigmas são esses? Xamanismo Ayurveda Medicinal Tradicional Chinesa Unani Sociedades Tribais, na qual as plantas são escolhidas e indicadas por inspiração de espíritos ao Xamã Índia, as plantas destinam-se a limpar, promover vitalidade, aliviar sintomas e curar. Escolha individualizada baseada no doshas China, no qual a doença deriva do desequilíbrio das relações entre si. Medicina praticada no sul da Asia Diferentes Paradigmas Tratamento de doenças Quais paradigmas são esses? Homeopatia Medicina Antroposófica Hanhnemann, as plantas são indicadas por seus componentes energéticos As PM são amplamente utilizadas com a finalidade preventiva, curativa ou para induzir modificações energéticas sutis que levem a experiências espirituais Diferentes Paradigmas Tratamento de doenças Quais paradigmas são esses? Farmacológico Medicina tradicional, que se baseia num mecanismo de ação, efeito adverso. Estudar ao longo do semestre “TERAPIAS ALTERNATIVAS” “PRODUTOS NATURAIS” SE BEM NÃO FAZ, MAL NÃO VAI FAZER !!! O QUE É NATURAL NÃO FAZ MAL !!! Uso de plantas medicinais Mesopotâmios 2100 a.C. Egípcios - “Papiro de Ebers”, 1500 a.C. 700 preparações medicamentosas, sendo a maioria de origem vegetal Cedrus (cedro), Cupressus sempevirens (cipreste), Glicyrrhiza glabra (alcaçuz), Commiphora species (mirra) e Papaver somniferum (papoula). Tratamento de tosses, resfriados, infecções parasitárias e inflamações Propriedades biológicas (CRAGG; NEWMAN, 2016) TERAPIAS ALTERNATIVASX DESENVOLVIMENTO DE MEDICAMENTOS USO MILENAR DAS PLANTAS + POR QUÊ ELABORAR UM MEDICAMENTO FITOTERÁPICO? # SUBSTÂNCIAS ISOLADAS NÃO APRESENTAM ATIVIDADE SEMELHANTE AO EXTRATO VEGETAL BRUTO OU SEMI-PURIFICADO Exemplos: Extrato seco de Ginkgo biloba flavonóides (teor de 24%) Tintura de Ópio anti-espasmódica morfina: analgésica codeína: antitussígena Substâncias ativas isoladas Modelos para síntese e semissíntese PLANTA MEDICINAL SUBSTÂNCIAS ATIVAS Fitoterapia Extratos Chás Mais de 30 anos em que a OMS vem formulando e renovando as diretrizes sobre a inserção de Medicinas Tradicionais e Medicinas Alternativas e Complementares nos sistemas públicos de saúde Políticas Públicas Brasil O ministério da Saúde - portaria nº 971, de 3 de maio de 2006, aprovou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde (SUS) que regulamenta o uso da fitoterapia na rede pública de saúde. Plantas Medicinais e Fitoterápicos no SUS a) Implantação de Farmácias Vivas para cultiva plantas medicinais e manipular e dispensar fitoterápicos; b) Dispensação de drogas vegetais ou chás medicinais; c) Implantação de farmácias com manipulação próprias ou estabelecimentos de convênios para aquisição de fitoterápicos manipulados. d) Dispensação de fitoterápicos industrializados.; e) Dispensação de plantas medicinais in natura, por meio da implantação de hortos/hortas de espécies medicinais, conforme a PNPIC. Políticas Públicas Brasil O decreto presidencial nº 5.813, de 22 de junho de 2006 aprovou a Política nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos cujo objetivo geral é “garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional”, o que representa um avanço sem precedente na área da saúde pública no Brasil. Políticas Públicas Brasil Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, (dezembro de 2008) – Portaria 2960/2008 Objetivo de inserir, com segurança, eficácia e qualidade, plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à Fitoterapia no SUS. O programa busca também promover e reconhecer as práticas populares e tradicionais de uso de plantas medicinais e remédios caseiros. A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) possui 17 diretrizes, com destaque para: 1) Regulamentar o cultivo; o manejo sustentável; a produção, a distribuição e o uso de plantas medicinais e fitoterápicos...; 2) Promover a formação técnico cientifica e capacitação...; 5) Fomentar pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação com base na biodiversidade brasileira...; 9) Garantir e promover a segurança, a eficácia e a qualidade no acesso a plantas medicinais e fitoterápicos; 10) Promover e reconhecer as práticas populares de uso de plantas medicinais e remédios caseiros.; 14) Estimular a produção de fitoterápicos em escala industrial. Políticas Públicas Brasil https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/42819-em-santa-catarina-191- municipios-utilizam-praticas-integrativas-no-tratamento-de-pacientes-do-sus Em Santa Catarina, temos a lei n° 12.386, de 16 de agosto de 2002 que institui o Programa Estadual de Fitoterapia e Plantas Medicinais https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/42819-em-santa-catarina-191-municipios-utilizam-praticas-integrativas-no-tratamento-de-pacientes-do-sus https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2014/maio/07/renisus.pdf Políticas Públicas Brasil A RENISUS não é uma lista de plantas a serem disponibilizadas no SUS. As espécies contidas na RENISUS possuem lacunas de pesquisa e por isso é uma lista direcionada à pesquisa científica Criação de Monografias Sintetizadas Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus) - (fevereiro de 2009) Orientar estudos que possam subsidiar a elaboração da relação de fitoterápicos disponíveis para uso da população, com segurança e eficácia para o tratamento de determinadas doenças. https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2014/maio/07/renisus.pdf https://www.saude.gov.br/n oticias/sctie/44712- publicadas-3-monografias- de-plantas-medicinais-de- interesse-ao-sus Políticas Públicas Brasil https://www.saude.gov.br/noticias/sctie/44712-publicadas-3-monografias-de-plantas-medicinais-de-interesse-ao-sus https://www.saude.gov.br/noticias/sctie/44712-publicadas-3-monografias-de-plantas-medicinais-de-interesse-ao-sus Políticas Públicas Brasil https://www.saude.gov.br/noticias/sctie/44712-publicadas-3-monografias-de-plantas-medicinais-de-interesse-ao-sushttps://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/dezembro/ 24/Rename-2020-final.pdf Rename contem os medicamentos disponíveis pelo SUS e contempla fitoterápicos que possuem evidências de segurança e eficácia https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/dezembro/24/Rename-2020-final.pdf https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/dezem bro/24/Rename-2020-final.pdf https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/dezembro/24/Rename-2020-final.pdf https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/dezembro/ 24/Rename-2020-final.pdf https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/dezembro/24/Rename-2020-final.pdf Uso de plantas medicinais – Alguns tipos Uso empírico/ popular Raizeiros, mercados públicos (plantas não submetidas a estudos científicos), falta de controle de qualidade Farmácias vivas Plantas cientificamente validadas, disponíveis na região Uso de plantas medicinais – Alguns tipos Saúde pública Produtos tecnicamente preparados, plantas com eficácia e segurança comprovadas, descrita em farmacopeias ou estudos e monografias Fitoterápicos Medicamentos registrados na ANVISA com critérios e definições da RDC 26/2014 Uso de plantas medicinais – Alguns tipos Uso Tradicional Caracterizado por ter sido resguardado ancestralmente pela cultura dos povos de uma determinada região, país ou continente. Ex uso do guaraná pelos cablocos amazônicos Uso Popular Caracterizado pela difusão de uma informação que se “populariza”, através de diversos meios, seja em consequência da emigração ou mesmo pela mídia. Ex uso de cidreira no Brasil, planta característica da cultura dos povos europeus. Ex uso de ginseng no Brasil, planta característica da cultura dos povos orientais http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0005_03_10_2017.html Farmácia Viva Criação no Ceara pela UFC pelo prof Dr. Francisco José de Abreu Matos, há mais de 3 décadas http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0005_03_10_2017.html Farmácia Viva Farmácia Viva Farmácia Viva Farmácia Viva RESOLUÇÃO-RDC Nº 26, DE 13 DE MAIO DE 2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e notificação dos produtos tradicionais fitoterápicos Simples Fitoterápicos Produto obtido de máteria prima ativa vegetal, exceto substâncias isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa, incluindo medicamento fitoterápico e produto tradicional fitoterápico. Composto Quando o ativo é proveniente de uma única espécie vegetal medicinal Quando o ativo é proveniente de mais de uma espécie vegetal RESOLUÇÃO-RDC Nº 26, DE 13 DE MAIO DE 2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e notificação dos produtos tradicionais fitoterápicos Produto Tradicional Fitoterápico Fitoterápicos Medicamento Fitoterápico Obtido do emprego exclusivo de matérias primas ativas vegetais, cuja segurança e efetividade sejam baseadas em dados de uso seguro e efetivo publicados na literatura técnico-cientifica e que sejam concebidos para serem utilizados sem a vigilância de um médico para fins de diagnóstico, de prescrição ou de monitorização Obtido do emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais, cuja segurança e eficácia sejam baseadas em evidências clínicas e que seja caracterizado pela constância de sua qualidade Presença de substancias isoladas descaracteriza o produto como fitoterápico. RESOLUÇÃO-RDC Nº 26, DE 13 DE MAIO DE 2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e notificação dos produtos tradicionais fitoterápicos Insumo Farmacêutico Ativo Vegetal (IFAV) Matéria-prima vegetal É a droga ou derivado vegetal, utilizados no processo de fabricação de um fitoterápico Compreende a planta medicinal, a droga vegetal ou o derivado vegetal RESOLUÇÃO-RDC Nº 26, DE 13 DE MAIO DE 2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e notificação dos produtos tradicionais fitoterápicos Planta Medicinal Planta medicinal Fresca É a espécie vegetal, cultivada ou não, utilizada com propósitos terapêuticos É a planta medicinal usada logo após a colheira/coleta sem passar por qualquer processo de secagem (planta in natura) RESOLUÇÃO-RDC Nº 26, DE 13 DE MAIO DE 2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e notificação dos produtos tradicionais fitoterápicos É a planta medicinal, ou suas partes, que contenham as substâncias responsáveis pela ação terapêutica, após processos de coleta/colheita, estabilização, quando aplicável, e secagem, podendo estar na forma íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada. Droga Vegetal RESOLUÇÃO-RDC Nº 26, DE 13 DE MAIO DE 2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e notificação dos produtos tradicionais fitoterápicos Produto da extração da planta medicinal fresca ou da droga vegetal, que contenha as substâncias responsáveis pela ação terapêutica, podendo ocorrer na forma de extrato, óleo fixo volátil, cera, exsudato e outros Derivado Vegetal Obtenção: exposição da droga vegetal ou planta medicinal a um liquido que dissolve (solvente) as substâncias que poderão ser extraídas. Esse líquido filtrado é o que chamamos de Derivado Vegetal RESOLUÇÃO-RDC Nº 26, DE 13 DE MAIO DE 2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e notificação dos produtos tradicionais fitoterápicos Planta Medicinal Droga Vegetal Derivado Vegetal Derivado VegetalTintura Extratos Fluidos Extrato Seco RESOLUÇÃO-RDC Nº 26, DE 13 DE MAIO DE 2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e notificação dos produtos tradicionais fitoterápicos Droga Vegetal Pulverizada Derivado Vegetal≠ O que preciso saber para registro ou notificação simplificada? RESOLUÇÃO-RDC Nº 26, DE 13 DE MAIO DE 2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e notificação dos produtos tradicionais fitoterápicos O que preciso saber para registro ou notificação simplificada? RESOLUÇÃO-RDC Nº 26, DE 13 DE MAIO DE 2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e notificação dos produtos tradicionais fitoterápicos Literatura Cientifica: Controle de Qualidade RESOLUÇÃO-RDC Nº 26, DE 13 DE MAIO DE 2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e notificação dos produtos tradicionais fitoterápicos Farmacopeia http://portal.anvisa.gov.br /farmacopeia-brasileira http://portal.anvisa.gov.br/farmacopeia-brasileira Volume 1 Volume 2 Volume 2 Literatura Cientifica: Formulário de Fitoterápicos http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/259456/Formulario_de_Fitoterapicos_da_Fa rmacopeia_Brasileira.pdf/c76283eb-29f6-4b15-8755-2073e5b4c5bf http://portal.anvisa.gov.br/formulario-fitoterapico http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/259456/Formulario_de_Fitoterapicos_da_Farmacopeia_Brasileira.pdf/c76283eb-29f6-4b15-8755-2073e5b4c5bf http://portal.anvisa.gov.br/formulario-fitoterapico Literatura Cientifica: Formulário de Fitoterápicos Literatura Cientifica: Formulário de Fitoterápicos Literatura Cientifica: Formulário de Fitoterápicos Literatura Cientifica: Formulário de Fitoterápicos Literatura Cientifica: Formulário de Fitoterápicos Literatura Cientifica: Formulário de Fitoterápicos Literatura Cientifica: Formulário de Fitoterápicos Literatura Cientifica: Formulário de Fitoterápicos Fitoterápicos 332 simples Fitoterapia Quantos fitoterápicos tem registrado na ANVISA? 359 27 compostos Mesmo tendo a maior biodiversidade do planeta, esses medicamentos são a base de espécies exportadas FitoterápicosFitoterapia Das 101 espécies vegetais aprovadas como (IFA) pela ANVISA 38,6% obtidos em solo brasileiro8 são endêmicas nativas 19 nativas não endêmicas 6 são naturalizadas6 são cultivadas 62 não são originárias do Brasil 26,7% são nativas Espécie Vegetal Número de Registros Aesculus hippocastanum L. 19 Cynara scolymus L. 14 Ginko biloba L. 18 Glycine max (L) Merr. 10 Hedera helix L. 18 Maytenus ilicifólia Mart. Ex Reissek 13 Mikania glomerata Spreng 22 Panax ginseng C.A.Mey 11 Passiflora incarnata L. 16 Peumus boldus Molina 15 Plantago ovata Forssk 13 Senna alexandrina Mill. 15 Valeriana officinalis L. 15 São nativas do Brasil Obrigada!!! Contato exclusivamente por e-mail: fariasingridv@gmail.com mailto:fariasingridv@gmail.com