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CAPÍTULO 2 As FerrAmentAs no CoaChing Prático A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Definir Coaching na prática. 3 Conhecer as ferramentas práticas de Coaching. 3 Demostrar como gerenciar a seleção de ferramentas práticas de Coaching. 3 Aplicar estrategicamente as ferramentas práticas de Coaching. 28 Coaching na Prática: Ferramentas para Obtenção de Resultados 29 As FerrAmentAs no CoaChing Prático Capítulo 2 A base do Coaching vem da união de vários campos do conhecimento humano, cada qual com seus próprios modelos de abordagem e teorias frente à metodologia de Coaching. contextuAlizAção Neste capítulo, vamos discorrer sobre como as ferramentas de Coaching acontecem na prática. Mostraremos suas definições no campo do Coaching, tipos, fatores e pilares do Coaching, e, por fim, as ferramentas eficazes utilizadas na prática dentro ou fora das organizações. Cabe salientar que o ideal é que o profissional em Coaching, o Coach, saiba utilizar da melhor forma as ferramentas em uma sessão de Coaching. Aqui, no capítulo 2, reafirmamos ainda mais que o Coaching é uma metodologia que, por meio da conversação com o profissional (Coach), auxilia o cliente (Coachee) a estabelecer metas e elaborar um plano de ações para conseguir atingi-las. A ferramenta utilizada é uma sequência de perguntas, e o Coaching faz a ponte entre o que o profissional é hoje e o que quer ser ou atingir em determinado prazo de tempo. Ao estudar, procure ler e pesquisar ainda mais procurando refletir sobre os conteúdos no próprio Coaching prático. Afinal, cada um de nós precisa cogitar sobre o que o Coaching pode fazer em nossas vidas no dia após dia. PArticulAridAdes dAs FerrAmentAs do coAching nA PráticA Inicialmente, é necessário entender os campos de atuação do Coaching, alguns tipos de Coaching, o processo, as sessões e, por fim, os elementos necessários para uma boa sessão de Coaching prático. Os assuntos aqui propostos dão um panorama da causa e a importância de entender o Coaching, estendendo-se a todos os Coachees que se permitem revisar, refletir, corrigir e agir em busca do ideal de vida profissional e pessoal. A proposta das particularidades das ferramentas é exatamente estruturar o planejamento de vida dos Coachees, ampliando as possibilidades de ação, realização e correção, quando necessárias. Os Campos de Atuação do Coaching A base do Coaching vem da união de vários campos do conhecimento humano, cada qual com seus próprios modelos de abordagem e teorias frente à metodologia de Coaching. Em cada campo há ferramentas que são utilizadas para facilitar o desenvolvimento da pessoa. 30 Coaching na Prática: Ferramentas para Obtenção de Resultados Hawkins (2008), professor e pesquisador em Coaching do Reino Unido, informa em resumo, que podem ser citados alguns dos campos junto ao IBC (2013): Programação Neurolinguística – PNL; Neurociência (voltado ao neurocoaching); Teorias Comportamentais; Gestão de Mudança (Coaching Ontológico); Psicologia (voltada ao Desenvolvimento Humano); Potencialização Humana (voltada a Filosofia) e o Pensamento Sistêmico. a) Programação Neurolinguística - PNL: Utilizando a PNL como base, é possí- vel conduzir o indivíduo a buscar conhecimentos e técnicas que permitem uma nova visão sobre si mesmo, sobre sua vida pessoal e profissional (GABRIEL, 2015). Ajuda a aumentar as mensagens e pensamentos da mente que tem influência significativa, porque afetam a saúde e o bem- estar, e diminui as mensagens e pensamentos que não são. Entende como funciona em você e nos outros e elimina qualquer ação contrária (GALLWEY, 1974; SHAPIRO, 2014). b) Neurocoaching: Reúne as disciplinas biológicas que estudam o sistema nervoso (anatomia e a fisiologia do cérebro), correlacionando-as com disciplinas que explicam a cognição humana e seu comportamento (GABRIEL, 2015). Ensina cada pessoa a estar na onda cerebral ideal, pelos seus neurônios, percebendo variações muitas vezes não controladas, mensurando reações. É tomar consciência das coisas se queremos ou não mudá-las (IBC, 2013; ESCRIBANO; FOFFANI; CASTRO, 2015). c) Teorias Comportamentais: É uma abordagem integrativa fundada nas ciências comportamentais que mantém o foco no trabalho e na transferência de aprendizado, de forma a levar para a vida na prática por meio de mudanças comportamentais sustentáveis (GABRIEL, 2015). Constituída por ciências comportamentais (por Abraham Maslow, dentre outros), que trazem como foco as necessidades do ser humano de se desenvolver a cada dia baseado em princípios de liderança (STEPANSKI; COSTA, 2012). d) Coaching Ontológico: Vem da ontologia, que significa: conhecimento do ser. Atua fundamentalmente no domínio do “ser”, de forma a produzir mudanças no tipo de observador que ele é; sendo que as mudanças ocorrem na pessoa e por ela mesma, as perspectivas aumentam e ela se torna uma observadora diferente, conseguindo realizar novas ações com capacidade de alcançar resultados que nunca alcançara antes (GABRIEL, 2015). e) Permite causar mudanças de foco, sabendo mapear sua vida como pessoa, realizando observações de como tudo funciona, produzindo resultados nunca antes almejados em seu crescimento pessoal (TORÁN, 2014). 31 As FerrAmentAs no CoaChing Prático Capítulo 2 Esses campos do conhecimento humano concordam de modo positivo com o Coaching no pensar presente e futuro, como um processo de transformações e mudanças que conduzem a pessoa para resultados extraordinários. f) Desenvolvimento Humano: Segundo o psicólogo suíço Jean Piaget (1967), para um indivíduo formar sua identidade ele passa por diversas fases ao longo da vida. Tais fases proporcionam o desenvolvimento de habilidades físicas e intelectuais, dos aspectos intelectuais, entre outros. O indivíduo passa por sucessivas construções e vai se aperfeiçoando como pessoa. g) Filosófico: Busca priorizar a mudança comportamental do cliente por meio da percepção da realidade e dos fenômenos com base em diferentes olhares. A partir dessas várias visões, o indivíduo é levado a escolher a melhor estratégia para superar suas dificuldades e alcançar metas e objetivos (GABRIEL, 2015). h) Pensamento Sistêmico: Traz à tona a importância de se entender e lidar com pessoas e com equipes nas relações de trabalho. Tudo isso porque no começo do século passado houve mudança no modelo de pensamento, do linear (com perguntas que possuíam uma única resposta) para o sistêmico (com perguntas que possuíam várias respostas). Essa mudança de paradigma surgiu da necessidade de melhorar a capacidade de compreender o encadeamento das ações e dos elementos dentro de uma organização como um todo, treinando a habilidade de observar para gerar uma visão sistêmica que possibilite uma tomada de decisão mais assertiva (IBC, 2013; SENGE, 1998). Esses campos do conhecimento humano concordam de modo positivo com o Coaching no pensar presente e futuro, como um processo de transformações e mudanças que conduzem a pessoa para resultados extraordinários. Ao analisarmos os campos do conhecimento, é possível perceber que todos possuem o mesmo objetivo, ou seja, conduzir as pessoas a reverem seus comportamentos, objetivos, paradigmas, julgamentos, crenças e valores. É fato que nem todas as pessoas precisam de Coaching. Quem busca um Coach, busca atingir metas e objetivos, abrindo sua mente para novas possibilidades que antes pensava não conseguir. As ferramentas de Coaching são preciosas porque comprovam a verdadeira essência do Coaching, permitindo alcançar os resultados que o Coachee quiser (GOLDSMITH; SYONS; FREAS 2003; FLAHERTY, 2010; O’CONNOR, 1996). 32 Coaching na Prática: Ferramentas para Obtenção de Resultados O Coaching individual trata do desenvolvimento da pessoa em si, ou seja, é o Coacheeque se permite para uma transformação interna. Tipos de Coaching O Coaching é dividido em individual e corporativo. Veja na figura a seguir tal divisão com suas respectivas definições e identificações, voltadas para o processo de desenvolvimento personalizado e estratégico de pessoas. Figura 3 – Tipos de Coaching Fonte: Dutra (2010, p. 36). O Coaching individual trata do desenvolvimento da pessoa em si, ou seja, é o Coachee que se permite para uma transformação interna. É subdividido em: • Life Coaching: também chamado de Coaching de Vida, seu foco são assuntos relacionados tanto à vida pessoal, na qualidade de vida, relacionamentos, planejamento familiar, planejamento financeiro, como na vida profissional, abrangendo questões como o descobrimento do que gosta de fazer, onde deseja trabalhar, quanto se quer ganhar, quais os talentos que possui. • Executive Coaching: talvez seja o modelo mais conhecido, pois trabalha especificamente com questões voltadas à profissão, função, papel, atividade e responsabilidades, objetivando uma melhor performance do executivo dentro da organização. 33 As FerrAmentAs no CoaChing Prático Capítulo 2 O Coaching corporativo ou organizacional se divide em dois: interno e externo. O interno refere-se àquela pessoa que trabalha dentro da empresa e o externo pode ser o gestor ou pode ser a equipe com a qual trabalha. O coaching executivo é um processo de desenvolvimento de líderes, vivencial e individualizado, que expande a capacidade do líder em alcançar metas organizacionais de curto e longo prazos. É conduzido através de interações de um a um, orientado a partir de dados que vêm de múltiplas perspectivas, e baseado na confiança e respeito mútuos. A organização, um executivo, e o Coach executivo trabalham em parceria para alcançarem o máximo impacto (The Executive Coaching Forum – TECF, 2015, p. 19). • Leadership Coaching: voltado para o desenvolvimento da competência Coach – Líder e vice-versa, gerando um novo estilo de liderança e gestão, desenvolvendo com mais eficiência seus liderados e obtendo melhores resultados com a sua equipe. • Coaching de Carreira: aborda a temática de decisão quanto aos rumos da carreira, trabalhando cenários possíveis e visão de futuro. • Coaching Pós-treinamento: contribui para a fixação do conteúdo do treinamento com o objetivo de dar suporte ao Coachee, aumentando a autoconfiança no seu processo de mudança. Assim, o Coachee se sente mais confortável para colocar em prática o conteúdo que foi aprendido em sala, minimizando limitações com o foco na ação e no resultado do dia a dia, proporcionando um aumento de performance. Já o Coaching corporativo ou organizacional se divide em dois: interno e externo. O interno refere-se àquela pessoa que trabalha dentro da empresa e o externo pode ser o gestor ou pode ser a equipe com a qual trabalha. O Coaching corporativo ou organizacional também é chamado de: • Team Coaching: objetiva desenvolver equipes de alta performance, aumentando sua produtividade por meio do desenvolvimento e melhoria de pontos que impactam diretamente no resultado, tais como: a) melhoria do processo de comunicação; b) compreensão e colaboração entre os integrantes da equipe; c) aumento da sinergia. O Coaching individual trabalha com o instinto da pessoa baseado na transformação de dentro para fora. Já o Coaching corporativo trabalha a empresa na mudança, isto é, de fora para dentro. 34 Coaching na Prática: Ferramentas para Obtenção de Resultados As definições de cada tipo de Coaching observam uma parceria focada em metas, que utiliza processos de desenvolvimento comportamental e é realizado por meio de ações de aprimoramento de suas próprias habilidades para realização de desejos/ objetivos. Há ainda vários outros tipos de Coaching que cada profissional (certificado por uma instituição internacional) pode construir. Eis alguns: Coaching de Negócios; Coaching de Bem- estar; Coaching Empreendedor; Coaching Financeiro; Coaching de Relacionamentos; Coaching de Planejamento Empresarial; Coaching Holístico; Coaching Autossustentável, entre outros. As definições de cada tipo de Coaching observam uma parceria focada em metas, que utiliza processos de desenvolvimento comportamental e é realizado por meio de ações de aprimoramento de suas próprias habilidades para realização de desejos/objetivos. Nese processo, sem dúvida, é necessário aplicar ao Coachee ferramentas práticas que ele possa utilizar no seu dia a dia, divididas em sessões de Coaching, geralmente dez ou mais, em que a cada uma delas se aplica uma ou mais ferramentas. Para isso, faz-se necessário entender o que é importante para uma sessão de Coaching acontecer. Meta: Aqui definida para um período curto, de até um ano. Objetivo: Para período longo, acima de dois anos. Processo de coAching No que se refere às etapas de um processo de Coaching, Araújo (1999, p. 34) identifica quatro delas: 1) Consiste na criação de uma relação de confiança e passo inicial é a autoconsciência para não exercer influência negativa sobre o Coachee e após é importante conhecer as pessoas, como elas são, o que pensam e sentem em relação a si mesmas e aos outros e à organização que estão inseridas. É importante que o feedback seja frequente durante todo o processo, pois o Coach e o Coachee estarão juntos nas realizações e nas frustrações. 2) Diz respeito à criação de uma visão de futuro, do que o Coachee deseja realizar e o que ele quer. Neste momento o papel do Coach é estimular e apoiar o Coachee a sonhar e a sonhar, pois trará oportunidades de aprendizado, 35 As FerrAmentAs no CoaChing Prático Capítulo 2 crescimento e resultados. Aqui o Coach também irá perceber se seu cliente já tem uma visão estruturada e projetos claros, saberá igualmente se seu objetivo é muito amplo, ou seja, se será necessário dividi-lo em pequenos projetos realizando-o por etapas. 3) Consiste na análise da bagagem de ambos, nas realizações e nas dificuldades. É importante que o Coach faça seu Coachee perceber os excessos de sua bagagem bem como ajudá-lo a valorizar seu potencial, seus talentos e sua dedicação. Nesta fase do processo de Coaching os valores e as crenças são revelados, com isso será mais fácil saber qual é o limite, os medos, as inseguranças e as ansiedades do cliente. 4) É o plano de ação, ou seja, o Coachee apresenta a visão de futuro, os resultados pretendidos, análise do que falta, as ações estratégicas, competências em uso, pessoas envolvidas, prazos e agenda de acompanhamento. O Coach verificará se seu Coachee está comprometido com cada item do seu plano de ação. Pode-se perceber que os quatro processos envolvem todas as partes, além de ser um ciclo que pode ser aplicado em qualquer área, não somente dentro de uma organização, mas também em projetos de vida pessoal e educacional. sessão de CoaChing Ao pensar em sessão de Coaching, deve-se considerar a combinação de três princípios, segundo Kimsey-House (2015, p.199): “plenitude, equilíbrio e processo”. Veja: Plenitude: quando é feita a exploração de valores, visão de futuro ou a autossabotagem, que impede o cliente de conquistar seus objetivos, o Coach está acionando a caixa de ferramentas da plenitude. Quando o Coach ajuda o cliente a olhar uma questão a partir de diferentes pontos de vista ou considerar planos e opções de ações, a caixa de ferramentas está fundamentada no equilíbrio. É quando o Coach cria um recipiente em torno do momento presente para mergulhar mais profundamente em uma questão, está lidando com a área do processo. Equilíbrio: As metas, áreas de foco e as questões de cada sessão são dadas pelo cliente. É ele quem decide a agenda de interesses do relacionamento como um todo e de cada sessão do Coaching. Essa é a responsabilidade dele. A do Coach é manter o empoderamento e o equilíbrio como cliente. 36 Coaching na Prática: Ferramentas para Obtenção de Resultados O Coach deve fazer uma supervisão sistêmica, ver o todo em 360 graus e se concentrar nas necessidades, tanto do Coachee individual quanto da organização. Processo: ajudar o cliente a olhar para as questões que traz para o coaching em um contexto mais amplo. Para o Coach, é um perigo deixar-se seduzir pela vontade de entender as circunstâncias do problema, como se essa compreensão o torna-se mais equipado para ajudar o cliente. O Coach ouve o tom geral da força ou fraqueza e utiliza essa informação para fazer a próxima pergunta ou decidir qual habilidade aplicar a seguir. [...] Parte da missão do Coach é procurar aquilo que torna uma questão relevante para a vida do cliente (KIMSEY-HOUSE, 2015, p. 200-201). Sendo assim, pode-se perceber que o compromisso de uma sessão de Coaching é de ambos: Coach/Coachee, que se integram aos princípios como um todo, seguindo por um relacionamento duradouro. Uma boa sessão de Coaching, o atendimento com o máximo de dedicação, tanto do profissional Coach quanto do cliente Coachee, são imprescindíveis para a consecução dos objetivos. A figura Coach deve sempre estar disponível para ouvir e estimular o Coachee na realização pessoal e profissional, comprometido com o foco no processo e com os resultados esperados. O Coach está sempre focado no Coachee a fim de que se mantenha o Rapport entre ambos e durante toda a sessão o Coach gere estados emocionais positivos no Coachee para que este não se autossabote por ainda não ver seus resultados. Outro ponto é a comunicação, que deve ser clara e objetiva para consecução dos objetivos e das estratégias as quais serão desenvolvidas durante o processo. Para uma sessão ser considerada boa, tanto o Coach quanto o Coachee devem concluí-la com a sensação de que juntos alcançaram um progresso na caminhada. O Coach deve fazer uma supervisão sistêmica, ver o todo em 360 graus e se concentrar nas necessidades, tanto do Coachee individual quanto da organização. Também é necessário que “as partes interessadas”, seja Coachee, seja Coach, movam-se do “pensar a mudança” para “serem a 37 As FerrAmentAs no CoaChing Prático Capítulo 2 Para uma seção de Coaching ser considerada boa tanto o Coach como o Coachee devem sair com a sensação de ter progredido. mudança”, isto é, não somente pensar e sim agir, buscar uma solução do problema para assim chegar ao resultado esperado. Por conseguinte, deve realizar manutenções do processo de Coaching chamadas de “supervisão”, que também é uma fonte de aprendizagem organizacional (HAWKINS, 2008). Para uma seção de Coaching ser considerada boa tanto o Coach como o Coachee devem sair com a sensação de ter progredido. Por meio da percepção da felicidade do Coachee e por conseguir um diferencial na visão do Coachee, o Coach pode sentir-se realizado profissionalmente. Por se permitir ir além, vencer seus medos e suas resistências, o Coachee pode sair da seção com a sensação de leveza e felicidade, sentindo paz de espírito. Essa sensação de dever cumprido por parte do Coachee ou Coach representa que chegou o momento de rever o processo; de repensar a continuidade do Coaching; pois não é um processo mecânico, de execução de tarefas para alcance de metas que auxiliarão a alcançar os objetivos, mas sim é um processo de desenvolvimento pessoal e profissional, que lida com as emoções das pessoas, que cocria suas competências e potencialidades; logo, deve ser um processo prazeroso para os envolvidos, devido a sua natureza de proporcionar benefícios humanos. Cocriar: O termo em inglês “co-creation” significa no Coaching inovação de ideias ou criar em conjunto. Ele começou a ser usado no ano de 2004, instituído por Coimbatore Krishnarao Prahalad desde o lançamento de seu best-seller “O futuro da Competição”, o qual disseminou o conceito mundialmente. No decorrer do processo, o Coach acompanha indiretamente e transmite apoio, em certa medida, a fim de motivar o indivíduo, identificando e comemorando conquistas, bem como promovendo a constatação básica de que o Coachee pode, merece e consegue. Assim sendo, a sessão de Coaching deve ser prazerosa para os envolvidos, proporcionando ao Coachee a certeza de que aprendeu algo novo sobre si próprio. 38 Coaching na Prática: Ferramentas para Obtenção de Resultados Definitivamente, é a arte que requer a escuta atenta e a capacidade de ‘dançar o momento’ com o que surgir na sessão. Elementos Necessários na Sessão de Coaching Os elementos necessários, segundo o IBC (2013), para uma boa sessão de coaching devem começar com: 1) Ambiente Seguro: A sessão acontece em um ambiente seguro e acolhedor. 2) Acolhimento: O Coach deve ser amigável e acolhedor - predispõe a pessoa Coachee a conversar com calma e com espontaneidade. 3) Confiança: Mostrar que respeita e acredita na capacidade da pessoa de resolver o problema e de desenvolver soluções. O Coach confia no seu Coachee, bem como o Coachee confia no seu Coach. 4) Confidencialidade: Os assuntos abordados na sessão serão mantidos na sessão, discutidos somente entre o Coach e o Coachee. 5) Acordo: Fazer um acordo sobre como conduzir o processo. De que maneira as sessões podem deixar o Coachee confortável, como podem ser significativas e produtivas para ele. 6) Comprometimento: O Coach deve estar sempre confiante, aberto a ouvir, tomar nota, conhecer o mundo do Coachee e comprometer-se na parceria para a conquista de suas metas e objetivos. 7) Perguntas Abertas: Fazer perguntas abertas para encorajar o Coachee a fazer sua própria análise e trazer uma visão mais abrangente. Podem surgir pontos novos e interessantes e, desse modo, pode-se aumentar a quantidade de temas a serem abordados por meio de ferramentas práticas. Quando apropriado, de forma a enriquecer as ideias nunca imaginadas pelo Coachee, o Coach pode fazer o uso das ferramentas baseadas em perguntas que o levem a ser ainda mais criativo e imaginativo. Kimsey-House (2015, p. 200) entende que: Definitivamente, é a arte que requer a escuta atenta e a capacidade de ‘dançar o momento’ com o que surgir na sessão. Não é uma técnica que pode ser ensinada em um manual do tipo: quando o cliente disser ‘A’, você responde ‘B’. Não funciona dessa maneira. Também não é bom pra você, como Coach, manter a atenção no conjunto de ferramentas, pensar em qual princípio aplicar, qual contexto do modelo, você está usando ou qual das habilidades selecionar entre as disponíveis. [...] De tempos em tempos, a desconexão acaba acontecendo mesmo com os melhores Coaches, mas é preciso se recuperar e retomar o contato mais profundo com o cliente. 39 As FerrAmentAs no CoaChing Prático Capítulo 2 Nunca devemos esquecer que o acompanhamento (follow up) do Coach vai desde o início de cada sessão até o término das sessões com o Coachee. Alguns pontos são vitais no acompanhamento: a) a clareza na comunicação em definir a razão e o objetivo da conversa; b) o ponto de melhoria para descrever o problema de performance ou a área que precisa melhorar, definindo o impacto no Coachee, na sua família e no seu trabalho; c) escuta ativa para reconhecer ativamente os sentimentos do Coachee sobre o problema, as tarefas e a mensuração de metas/objetivos. FAtores PArA gerenciAr melhor A seleção de FerrAmentAs do CoaChing Como já sabemos, o Coaching refere-se ao processo que oferece oportunidades de ajudar pessoas a encararem seus desafios em todos os níveis, permitindo aprender mais sobre si mesmo. Utilizar o processo de Coaching para desenvolver líderes, gestores, altos executivos e CEOs (diretor executivo), passou a ser uma prática recomendada e seguida desde pequenas e médias, até grandes empresas e multinacionais do país e do resto do mundo. Alguns fatores justificam o interesse pela utilização da metodologia Coaching,pois o aprendizado se dá de forma relativamente fácil, estando baseado em uma série de ferramentas que podem ser aplicadas de acordo com a realidade de cada Coachee e até mesmo ser mais bem adaptadas ao ambiente corporativo. Consequentemente, os resultados obtidos comprovam mudanças significativas tanto em nível pessoal quanto profissional nos envolvidos no processo de Coaching. É nesse sentido que Bello (2011) aponta cinco elementos importantes na relação Coach (profissional) e Coachee (cliente), os quais fazem com que ela seja extremamente bem-sucedida: 1) Confiança entre Coach e Coachee é essencial para o sucesso da relação de Coaching (certificar-se de que existe uma química entre ambos, um “casamento perfeito”); 2) O Coach evita palavras que indiquem sua opinião (envolve comprometimento); 3) Não fazer juízos de valor, isto é, não ter preconceitos (nunca deve haver julgamento por parte do Coach); 40 Coaching na Prática: Ferramentas para Obtenção de Resultados O Coach é comumente confundido com conselheiro, guru ou mentor. A diferença está no compromisso de apoiar os Coachees no alcance de metas. 4) Hipóteses de que o Coachee já tem as devidas respostas (Coachee precisa estar engajado em aprender, crescer e fazer tudo para que haja uma mudança verdadeira e profunda em seu comportamento); 5) Saber ouvir. Desse último elemento, cabe acrescentar que, de acordo com Bregman (2015), as pessoas precisam parar de falar tanto e saber ouvir mais. Este ouvir mais está relacionado ao Coachee em tentar se compreender, a se conectar com seus próprios desejos e perspectivas, adquirir a consciência de pessoa única no mundo e com interesses de alcançar resultado. Cabe salientar que o Coaching tem como foco o processo de acompanhar o desempenho do Coachee e não de avaliá-lo, isto é, um processo de desenvolvimento de competências, não de um treinamento técnico, com foco, ação, sentimento, evolução contínua e resultados. Em outras palavras, a metodologia Coaching trata a valorização do ser humano em um ser completo (ser integral) que se desenvolve por um triângulo: corpo (parte do trabalho como em uma organização), mente (razão de existir) e alma (porque estamos rodeados de pessoas). O Coach é comumente confundido com conselheiro, guru ou mentor. A diferença está no compromisso de apoiar os Coachees no alcance de metas, gerenciando seu precioso tempo e estresse, o que é fundamental no processo de Coaching para que saia de acordo com o que foi estruturado. Assim, são vários os motivos que explicam o interesse pela utilização das ferramentas do coaching atualmente. Pode-se destacar que a principal vantagem está no fato de contribuir para o amadurecimento de competências e a adaptação aos processos de transformação/mudança organizacional. Por parte do Coachee, ao se permitir aprender e se desenvolver, surgirão evidentes melhorias, mas é preciso que fiquem atentos para não retornarem aos padrões de comportamento anteriores. É por isso que as ferramentas disponibilizadas permitem reforçar os novos comportamentos aprendidos, contando com a colaboração de cada um (Coach – Coachee), a fim de garantir os resultados almejados e o alcance dos objetivos previstos. 41 As FerrAmentAs no CoaChing Prático Capítulo 2 A utilização dos quatro pilares do Coaching precisa estar baseada no que o Coaching tem como princípios: ausência de julgamento, foco no futuro, ação/tarefas, confidencialidade e ética. PilAres do CoaChing Marques (2012) informa que são quatro os pilares do Coaching: a) o ser humano; b) as metodologias; c) as técnicas e ferramentas; d) as competências do profissional de Coaching. Veja: a) O Ser Humano: é o principal envolvido em um processo de Coaching. Logo, o Coach deve entender e se especializar continuamente em tudo que se refere a seres humanos e processos comportamentais de mudança. b) Metodologias: tem origem do grego e representa “conhecimento do caminho”, isso quer dizer que o processo de Coaching se baseia em experiências de sucesso já consagradas e isso permite o efetivo alcance dos objetivos propostos e o surgimento de novos métodos para solução de problemas. c) Técnicas e Ferramentas: suporte para potencializar os resultados dos clientes de forma efetiva e profissional, porque um bom Coach procura estar sempre atualizado através de treinamentos, leituras e trocas de experiências, para alcançar resultados com as tecnologias disponíveis. d) Competências: permite a diferenciação entre os diversos tipos de profissionais, pois muitos podem ter as mesmas técnicas e ferramentas, no entanto, as competências e experiências de vida proporcionam a diversificação e a diferenciação profissional entre os Coachees. A utilização dos quatro pilares do Coaching precisa estar baseada no que o Coaching tem como princípios: ausência de julgamento, foco no futuro, ação/ tarefas, confidencialidade e ética. Baseado(a) na frase acima, busque mais informações fazendo um relatório de sua vida pessoal e profissional com conceitos e aplicações práticas sobre: ausência de julgamento, foco no futuro, ação/tarefas, confidencialidade e ética, que nada mais são que pilares os quais gerenciam as ferramentas do Coaching desde planejar o tempo, a agenda diária, as prioridades e o foco que todos nós como pessoas precisamos possuir. 42 Coaching na Prática: Ferramentas para Obtenção de Resultados Se você quiser saber mais sobre o Coaching, leia o texto de Afonso Souza, Consultor Sênior do Instituto MVC, O Coaching muda o estilo do Gerente, acessando o seguinte endereço eletrônico: <http://www.rhportal.com.br/artigos/rh.php?idc_cad=3dkkxmtku>. Busque por temas de filmes sobre Coaching no site da Exame em: http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/12-filmes-que-valem- por-uma-sessao-de-coaching FerrAmentAs de CoaChing eFicAzes nA PráticA orgAnizAcionAl Primeiramente, é importante estudar sobre a praticidade das ferramentas personalizadas para o Coachee. Vejamos: Rapport Conforme visto no Capítulo 1, é ouvir uma pessoa na sua essência. Pode- se dizer ainda que: O rapport é a criação de um relacionamento com os treinandos e entre eles. Sem isso, os treinandos poderiam ler sozinhos as apostilas. Simplificando, o rapport é a habilidade para influenciar, e a receptividade para ser influenciado, em muitos níveis diferentes (O’CONNOR, 1996, p. 132). Estabelecer uma relação de empatia e harmonia caracteriza espelhamento, ou seja, encontrar outra pessoa onde ela está, refletir o que ela sabe ou aceita como verdade, ou acompanhar partes de sua experiência ou fisiologia do momento. 43 As FerrAmentAs no CoaChing Prático Capítulo 2 É de extrema importância para o Coachee que ele saiba que o Coach está ao lado dele para ajudá-lo em seus problemas e na resolução deles. Figura 4 – Ferramenta Rapport Fonte: A autora. A construção do rapport é um dos fatores mais importantes para se estabelecer com os Coachees. Isso pode começar desde o primeiro e-mail que é enviado ou o primeiro telefonema que o Coach faz. Tem que ser acessível, fácil de falar, casual e confortável. O importante aqui é construir um relacionamento e conhecer um ao outro (Coach-Coachee e vice-versa) por meio da boa comunicação. Patrocínio Positivo É de extrema importância para o Coachee que ele saiba que o Coach está ao lado dele para ajudá-lo em seus problemas e na resolução deles. São afirmações poderosas e positivas que conduzem o Coachee para um estado mental positivo, criando-se receptividade e lhe proporcionando apoio. São alguns exemplos de afirmações que o Coach fala para o Coachee: “eu estou com você”; “eu entendo você”; “estamos juntos neste processo”; “parabéns, você está indo muito bem”, etc. A figura que segue mostra o caminho traçado pelo Coach para o Coachee sob o patrocínio positivo. Veja: Figura 5 – Patrocínio Positivo Fonte: A autora.44 Coaching na Prática: Ferramentas para Obtenção de Resultados Pela figura acima, percebe-se que o Coach quer o empoderamento do Coachee, que este último tem interesse na apreciação do potencial, na motivação e na capacidade humana, as quais, por fim, conduzem ao alcance da felicidade humana. Abaixo segue um exemplo de ferramenta de Coaching que pode ser aplicado ao Coachee sobre ele mesmo. Veja: Quadro 1 – Ferramenta de Coaching: Quem Sou Eu? Nome: Apelido: Idade: Estado civil: Composição familiar: Escolaridade: Trabalho: Um esporte: Um lazer: Uma qualidade: Um defeito: Uma alegria: Uma tristeza: Um sonho: Uma meta: Um objetivo: Um medo: Uma esperança: Uma beleza: Um nome: Um lugar diferente: Uma ideia: Um espaço determinado: Um desejo: Um número: Uma palavra: Sim ou não: Uma cor qualquer: Um livro: Uma medida: Um hábito: Uma certa soma de dinheiro: 45 As FerrAmentAs no CoaChing Prático Capítulo 2 Maneira de conhecer o Coachee, de orientá-lo para um Plano de Vida, quais seus valores, metas, desafios e aonde ele pretender chegar. Uma virtude: Uma canção: Uma cidade: Um objeto que te identifique: Uma frase (de sua autoria): Uma música (que possa cantar): Fonte: Adaptado de Warburton (2012) e Aranha (1986). Assista o filme: Poder além da vida! Onde é possível refletir sobre esta importante ferramenta retratada nas três frases retiradas do próprio filme: • Onde você está? Aqui. • Que horas são? Agora. • Quem é você? Este Momento! Bom Filme! missão e Visão Maneira de conhecer o Coachee, de orientá-lo para um Plano de Vida, quais seus valores, metas, desafios e aonde ele pretender chegar. Essa ferramenta ajuda a traçar melhor um plano para a resolução dos problemas e do próprio desenvolvimento do Coachee. Para o Coach, é o momento de uma análise retratada de toda a situação em que ele mesmo se encontra, e, a partir disso, verificar cada uma das ferramentas utilizadas com o Coachee. Em outras palavras, esta ferramenta de Coaching pode estar unificada à identidade do Coachee porque foi fundamentada em crenças e valores e, sendo assim, aplica-se à missão e à visão do que se espera diante da vida. A missão de vida é aquilo que precisamos fazer para nos realizarmos como seres humanos integrais, vivendo, assim, uma vida completa e feliz. 46 Coaching na Prática: Ferramentas para Obtenção de Resultados A inteligência multifocal é, sem dúvida, uma teoria sobre o funcionamento da mente humana, o processamento de ideias e a construção dos próprios pensamentos. Visão é o que imaginamos para o futuro e que nos inspira a agir e a tornar nossos sonhos realidade, dá-nos direção e pode criar significado e propósito na vida. A missão e visão vem ao encontro da Teoria da Inteligência Multifocal, de Cury (2006), que usa questões que nos instigam a pensar. Veja: 1) O que você está fazendo aqui? 2) O que quer desta vida? 3) O que é importante para você? 4) Onde deseja estar daqui a dez anos? 5) Como vai fazer para chegar lá? 6) Você já procurou esquecer tudo ao seu redor e olhar para dentro de si? 7) Você já experimentou se permitir fascinar pela vida que pulsa em você? 8) Você tem consciência da grandeza de sua existência? 9) Você é grato por isso? A inteligência multifocal é, sem dúvida, uma teoria sobre o funcionamento da mente humana, o processamento de ideias e a construção dos próprios pensamentos. A seguir, veremos um exemplo de como utilizar a ferramenta Missão e Visão de Coaching. Observe: Quadro 2 – Ferramenta de Missão e Visão Pessoal no Coaching Passo 1 - Conhecendo as Características ou Talentos • Quais são seus cinco maiores talentos? • Quais são suas principais características? Passo 2 - Descrição dos Comportamentos que caracterizam os Talentos • Quais comportamentos demonstram ou caracterizam meus talentos? • Quais as ações que atestam esse meu talento? Passo 3 - Identificação dos cinco Principais Objetivos Pessoais • Quais os seus objetivos pessoais para os próximos 12 meses? • Quais os seus objetivos profissionais para os próximos 12 meses? Passo 4 - Objetivo Financeiro a ser Atingido • Quais são suas metas financeiras para um ano? • Quais são seus objetivos financeiros para além de dois anos? Passo 5 - Características que Destacam o Talento • Quais são seus principais talentos? 47 As FerrAmentAs no CoaChing Prático Capítulo 2 A Missão é sempre orientadora e a Visão é sempre inspiradora. Passo 6 - Elaboração da Missão e Visão • O que você quer ser? (talentos) • Através de quê? (comportamento) • Onde você quer chegar ou alcançar? (objetivos geral e financeiro) Fonte: Adaptado de IBC (2013). A Missão é sempre orientadora e a Visão é sempre inspiradora. Exemplo de Missão: “Minha missão é desenvolver pessoas de maneira contínua, promovendo bem-estar e relações humanas saudáveis e duradouras”. Exemplo de Visão: “Ser um exemplo de integridade e humanidade, contribuindo para um mundo mais sustentável”. Cabe salientar que em todo o processo de Coaching há feedback e isso se aplica tanto para o Coach quanto, principalmente, para o Coachee, chamado autofeedback. Autofeedback: método de Coaching que proporciona um autoconhecimento sobre as qualidades e planos (expectativas, oportunidades aproveitadas ou não, fatores limitantes, anseios, entre outros), estimulando a autorreflexão para conseguir alcançar seus objetivos, seja para a vida profissional, seja para a pessoal, seja para a social. Se você quiser saber mais sobre a missão e a visão voltadas ao Coaching, acesse o seguinte endereço eletrônico: <http://www. blogdofabossi.com.br/2009/12/missao-de-vida-um-presente-pra- voce> e depois faça o download do arquivo: Missão de Vida, Legado, Valores e Visão de Futuro do Coach Executivo, de Marco Fabossi. 48 Coaching na Prática: Ferramentas para Obtenção de Resultados rodA dA VidA É a combinação de um círculo com quatro quadrantes, no qual cada quadrante é subdividido em mais três categorias, totalizando 12 categorias. Vejamos os quatro quadrantes e suas subdivisões: 1) Pessoal: saúde e disposição; desenvolvimento intelectual e equilíbrio emocional. 2) Profissional: realização e propósito; recursos financeiros e contribuição social. 3) Relacionamentos: família; desenvolvimento amoroso e vida social. 4) Qualidade de vida: criatividade, hobbies e diversão; plenitude e felicidade e espiritualidade. O propósito é pontuar em uma graduação de 0 a 10 (do momento presente que vai de 0 a 100%) para fazer reflexões permanentes sobre a atenção dispensada a cada uma das divisões, desenvolvendo um plano de ação para aprimorar aquelas que não estão satisfatórias. É interessante usar as perguntas que seguem para mensurar o grau de satisfação, pois são consideradas fundamentais para a absorção do equilíbrio pessoal. O IBC (2013) explica ainda mais sobre os questionamentos que devem ser feitos em cada uma das divisões, como se descreve a seguir. 1) Saúde e Disposição: Pratica alguma atividade física? Você costuma dormir profundamente? Sente que o seu sono foi restaurador? Como é seu grau de energia, vitalidade e motivação? Você sabe quais alimentos são e não são saudáveis para o seu corpo? 2) Desenvolvimento Intelectual: Costuma usar parte de seu tempo de folga com atividades de autoaperfeiçoamento as quais podem lhe proporcionar uma vida pessoal e profissional melhor? Costuma frequentar seminários, cursos e atividades culturais? Mantêm-se atualizado em sua área profissional e de interesse? Sente-se estimulado por novos desafios? 3) Equilíbrio Emocional: Você se sente equilibrado emocionalmente? 4) Realização e Propósito: Você está satisfeito com a sua atividade profissional? Se sente realizado? Tem perspectiva de progresso e desenvolvimento? 49 As FerrAmentAs no CoaChing PráticoCapítulo 2 5) Recursos Financeiros: Esta área se refere a seu ganho monetário, dinheiro advindo de seu trabalho, ganhos financeiros, aluguéis, etc. Como está o seu equilíbrio financeiro? O seu padrão de vida é compatível com os seus ganhos? Você ganha mais dinheiro do que precisa para ter uma boa qualidade de vida? 6) Contribuição Social: Faz atividades externas que lhe dão prazer? Costuma viajar? E se for o seu caso, você procura ajudar outras pessoas ou participa de grupos comunitários, tipo ONGs, associações, etc.? Faz algum trabalho voluntário? 7) Família: Esta área se refere a sua família de origem e/ou a família que está construindo agora? Independentemente de eles estarem vivos ou não, como é(era) o seu relacionamento com os seus pais? Você conhece a história de vida deles? Você sente gratidão? A sua relação com eles é de harmonia e de respeito? E em relação a seus irmãos e parentes? Como é a sua relação com os seus filhos, se tem e se terá? 8) Desenvolvimento Amoroso: Existe harmonia no relacionamento com seu par? Você considera as ideias e opiniões de seu companheiro(a), mesmo sendo contrárias as suas? Qual a participação dele(a) em sua vida? Vocês conversam e compartilham situações, sentimentos e emoções regularmente? Vocês compartilham as suas vidas ou vivem vidas isoladas? 9) Vida Social: O seu círculo de amigos lhe energiza e nutre? Você os encontra ou fala com eles regularmente? Você costuma ir ao cinema, teatro ou parques? 10) Criatividade, Hobbies e Diversão: Você se considera uma pessoa criativa? Você tem hobbies? O que realmente lhe diverte? 11) Plenitude e Felicidade: O que deixa você feliz? Quais foram os três melhores momentos de felicidade em sua vida? 12) Espiritualidade: Você tem uma crença religiosa que serve de suporte ou acredita em uma sabedoria maior que rege a vida? Você se sente conectado a tudo e a todos? Você se considera um buscador ou uma pessoa espiritual ou religiosa? O quanto esta área tem nutrido a sua vida? Segue um exemplo da ferramenta da roda da vida baseada no Coaching e na figura seguinte, um exemplo de roda da vida preenchida. 50 Coaching na Prática: Ferramentas para Obtenção de Resultados Figura 6 – Ferramenta da Roda da Vida no Coaching Fonte: IBC (2013). Figura 7 – Exemplo de Roda da Vida de um Coachee Fonte: A autora. 51 As FerrAmentAs no CoaChing Prático Capítulo 2 A Roda da Vida funciona como uma “fotografia” do momento atual da vida de uma pessoa. A área “mais fraca”, de menor pontuação, é aquela que precisa mais de atenção, a qual em situações de estresse, comuns na vida, está propensa a “estourar” por primeiro. Assista aos dois filmes e faça uma análise: O Rodeio da Vida e a Roda da Fortuna! Entenda um pouco mais sobre como funciona a roda da vida em uma pessoa. rodA de comPetênciAs A Roda das Competências contém dez subdivisões onde o Coach mensura as habilidades pessoais e profissionais do Coachee, pontuando entre 1 a 10. As dez subdivisões são aqui chamadas de indicadores, sendo: Desenvolvimento de Pessoas; Orientação para Resultados; Trabalho e Liderança de Equipes; Comunicação; Orientação para o Cliente; Iniciativa; Criatividade; Relacionamento Interpessoal; Inovação e Empreendedorismo. Esta ferramenta permite uma autoavaliação e, por consequência, a visualização das competências já desenvolvidas e também aquelas que deverão receber investimentos para se desenvolver nos Coachees. Dessa maneira, com o resultado desta ferramenta em mãos, torna-se possível a elaboração de um plano de ação, conforme os objetivos de cada Coachee em nível pessoal e organizacional. O Coach aplica esta ferramenta com o objetivo de levar o Coachee a descoberta pessoal de qualidades e pontos de desenvolvimento que surgem da sua própria reflexão e conscientização. Foi Claude Flück (2011) quem desenvolveu A Roda das Competências (La Roue des Compétences) onde são identificadas: as competências técnicas (conhecimento e a arte, métodos e ferramentas, incluindo as regras e procedimentos, e o know-how relacionado à experiência); competências organizacionais (auto-organização, organização coletiva para a gestão de projetos e a organização do trabalho dos colaboradores pelos gestores); relacionais/sociais (própria capacidade de falar e escrever da pessoa, 52 Coaching na Prática: Ferramentas para Obtenção de Resultados habilidade de interação interpessoal e habilidades gerenciais com equipes de trabalho) e de adaptação (habilidade de adaptação às situações, adaptação para evolução do problema e habilidade de autoadaptação). A figura que segue representa a Roda das Competências, determinada por Flück (2011), e, na figura seguinte, a ferramenta da Roda das Competências, aplicada ao Coaching. Figura 8 - Roda das Competências de Claude Flück Fonte: Adaptado de Flück (2011). Figura 9 - Ferramenta da Roda das Competências no Coaching Fonte: IBC (2013). 53 As FerrAmentAs no CoaChing Prático Capítulo 2 Coaching é um processo de alto impacto para o aumento da produtividade, pois significa compromisso com os resultados e com a realização das pessoas e pressupõe disposição para cooperar. sWot PessoAl A Análise ou Matriz SWOT, conhecida no Brasil como Matriz FOFA, foi desenvolvida na década de 1960 por Albert Humphrey, na Universidade de Stanford, e velozmente se transformou num método utilizado por várias orga- nizações no mundo. Serve para planejamento estratégico ou para mapeamento de cenários, considerando o ambiente interno e externo das organizações. Para o Coaching, o ambiente interno é o Coachee e o ambiente externo é a organização onde trabalha, sua ideia ou seu projeto. É dividida em quatro quadrantes: Strenghts (Forças ou Pontos Fortes), Weaknesses (Fraquezas ou Pontos Fracos), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças), que para o Coaching em cada quadrante há perguntas que precisam ser respondidas. Note, a seguir, que as áreas da matriz são separadas em: interno, que seria a análise interna (forças e fraquezas); e externo que seria a análise externa (oportunidades e ameaças). Os elementos que ajudam são as forças e oportunidades, e aqueles que atrapalham são as ameaças e fraquezas. É por isso que a SWOT pessoal se torna um exercício completo de análise de ambiente que deve ser aplicado em qualquer processo de planejamento estratégico em Coaching. [...] Coaching é um processo de alto impacto para o aumento da produtividade, pois significa compromisso com os resultados e com a realização das pessoas e pressupõe disposição para cooperar. Quando a equipe está muito competitiva, a prática de coaching restabelece os vínculos entre as pessoas e a preocupação com o desenvolvimento dos outros; e quando ela está cooperativa demais, ou até complacente, provoca uma reflexão sobre a responsabilidade pelos resultados (ARAÚJO, 1994, p. 29). O quadro que segue apresenta as ferramentas da SWOT Pessoal no Coaching. Quadro 3 – Ferramenta da Análise SWOT Pessoal aplicado ao Coaching Strenghts (Forças) 1) Quais são os meus pontos fortes? 2) O que eu faço de bom? 3) Quais os benefícios ou ganhos que tenho para aproveitar? 4) Que forças posso maximizar pelas oportuni- dades que identifiquei? Weaknesses (Fraquezas) 1) Quais são os meus pontos fracos? 2) No que eu posso melhorar? 3) Quais são as perdas ou consequ- ências que terei? 4) Que forças posso usar para minimizar ou anular as ameaças que identifiquei? I n t e r n o 54 Coaching na Prática: Ferramentas para Obtenção de Resultados Opportunities (Oportunidades) 1) Quais são as minhas oportunidades ou op- ções que tenho? 2) O que os outros (empresas/ equipes/ pesso- as) acham de mim? 3) O que devo fazer para minimizar as fraquezas fazendo uso das oportunidades que identifiquei? Threats (Ameaças) 1) Que ameaças ou riscos existem para cada situação ou cenário? 2) O que os outros(empresas/ equi- pes/ pessoas) acham que são suas fraquezas? 3) O que devo fazer para minimizar as fraquezas que identifiquei para ultrapassar as ameaças? Fonte: A autora. Além dessas ferramentas, existem muitas outras que irão ajudar-lhe nesse caminho que levará tanto você, acadêmico(a), quanto as pessoas mais próximas a você à realização de seus objetivos. Procure sempre estudar as ferramentas do Coaching e procure maneiras de desenvolver sempre suas próprias técnicas. Vale ressaltar que essas ferramentas dentro dos campos do Coaching, conforme visto no início deste capítulo, ao serem aplicadas, ajudarão a obter resultados tanto na vida profissional quanto na vida pessoal ao traçar suas metas e objetivos, concluindo, assim, seu processo de Coaching com eficiência. Então, que tal começar agora mesmo a aplicar a matriz SWOT na sua vida pessoal? Atividades de Estudos: 1) Faça um resumo dos campos de atuação em Coaching, seus tipos e o conteúdo para uma boa sessão. ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ E x t e r n o 55 As FerrAmentAs no CoaChing Prático Capítulo 2 2) Você acredita que todas as pessoas podem receber uma sessão de Coaching? Até onde isso é permitido? Explique por meio dos fatores e dos pilares do Coaching. ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ 3) Você percebeu que antes de iniciar uma sessão de Coaching, o Coach aplica alguns métodos como o rapport ou patrocínio positivo para que o Coachee se sinta confortável para assim aplicar uma ferramenta específica? Então, o que diferencia uma ferramenta de Coaching para outra quando aplicada ao Coachee? ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ considerAções FinAis Neste capítulo você estudou as ferramentas do Coaching na prática. Nele foram apresentadas as definições e as identificações dos aspectos referentes às particularidades das ferramentas do Coaching na prática, suas demonstrações relatando os fatores para um melhor gerenciamento na seleção de ferramentas no Coaching e as ferramentas de Coaching eficazes na prática organizacional. Preparados para o próximo capítulo? Vamos lá? 56 Coaching na Prática: Ferramentas para Obtenção de Resultados reFerênciAs ARAÚJO, A. Coaching: um parceiro para o seu sucesso. São Paulo: Gente, 1999. ARANHA, M. L. de A.. Filosofando, Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1986. BELLO, M. D. 50 Segredos de Coaching para Portugueses. Lisboa: Esfera dos Livros, 2011. BREGMAN, P. Se você quer que as pessoas te ouçam, pare de falar. Harvard Business Review, julho, 2015. Disponível em: <http://hbrbr.com.br/se-voce- quer-que-as-pessoas-te-oucam-pare-de-falar>. Acesso em: 15 jul. 2015. CURY, A. J. 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