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ESTUDO DE CASO Disciplina: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL Texto 1: 1º Inquérito Brasileiro de Terapia Nutricional Domiciliar Em 2016, com o objetivo de conhecer as práticas de Terapia Nutricional Domiciliar (TND) , a Sociedade Brasileira de Nutrição Enteral e Parenteral – BRASPEN-SBNPE, formou o Comitê Multiprofissional de Assistência Nutricional Domiciliar (CAND) e realizou o primeiro inquérito brasileiro sobre o estado atual da terapia nutricional domiciliar. Este primeiro estudo reuniu a participação de mais de 500 respondentes, de diferentes profissões, em todo Brasil, tendo contado com profissionais atuantes no setor público (programa Melhor em Casa) e na saúde suplementar. Dentre as respostas, se destacou o atendimento a idosos com diagnóstico neurológico e tendência a ter cada vez mais outros diagnósticos como câncer, por exemplo. Na prática da Atenção Domiciliar (AD) o uso de nutrição enteral é importante e pouco ainda se tem de nutrição parenteral e suplementação oral domiciliar. Denise Philomene Joseph Van Aanholt1 Claudia Satiko Takemura Matsuba2 Maria Carolina Gonçalves Dias3 Maria de Lourdes Teixeira da Silva4 José Eduardo de Aguilar- Nascimento5. Inquérito brasileiro sobre o estado atual da terapia nutricional domiciliar BRASPEN J 2017; 32 (3): 214-20 https://conexaohomecare.com/tag/terapia-nutricional-domiciliar/ https://conexaohomecare.com/tag/tnd/ https://conexaohomecare.com/tag/inquerito/ Texto 2: Home care: protocolo de terapia de nutrição enteral para idosos Home care é definido como um serviço em que são desenvolvidas ações de saúde no domicílio do cliente por uma equipe interprofissional, a partir da realidade em que o mesmo está inserido, visando à promoção, manutenção e/ou restauração da saúde, e desenvolvimento e adaptação de suas funções de maneira a favorecer o restabelecimento de sua autonomia. A terapia nutricional domiciliar (TND) pode ser definida como assistência nutricional e clínica ao paciente em seu domicílio. Tem como objetivo recuperar ou manter o nível máximo de saúde, funcionalidade e comodidade do paciente e está associada à redução de custos assistenciais. Esse modelo de atenção à saúde tem sido amplamente difundido no mundo e tem como pontos fundamentais o cliente, a família, o contexto domiciliar, o cuidador e a equipe multiprofissional. Além disso, a atenção domiciliar comporta diferentes modalidades que são importantes para sua realização, como a atenção, o atendimento, a internação e a visita domiciliar. As condições básicas para um paciente ser encaminhado para o domicílio incluem presença de estabilidade hemodinâmica e metabólica, além da presença de um cuidador responsável e capacitado, para que haja adesão às orientações adequadas da terapia domiciliar. Para selecionar os candidatos a TND alguns fatores devem ser avaliados, como situação clínica do paciente, a família deve aceitar o tratamento domiciliar, se o domicílio fornece condições de higienização e manipulação de dieta, se há local apropriado para armazenamento da terapia nutricional (TN) indicada, se há telefone, água potável, luz e refrigeração adequada; os benefícios da TND devem ser maiores que os riscos; a nutrição artificial domiciliar deve manter ou melhorar a qualidade de vida do paciente. O suporte nutricional por meio do uso de sondas é de extrema importância e reconhecido como fator definitivo na recuperação de doentes, em decorrência do aumento da prevalência de doenças crônicas na população, especialmente nos idosos, pois permite o aporte de nutrientes. Sua indicação também associada às doenças que levam a dificuldades na deglutição, impossibilitando a alimentação por via oral. Nesse grupo de pacientes, o controle rigoroso da TN instituída é fundamental por ser essa uma população com risco aumentado de distúrbios metabólicos e eletrolíticos, síndrome de realimentação e intolerância gastrointestinal. O crescimento da população idosa é um fenômeno mundial e, no Brasil, as modificações ocorrem de forma radical e bastante acelerada. As projeções mais conservadoras indicam que, em 2020, o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos, com um contingente superior a 30 milhões de pessoas. ESTUDO DE CASO JIN,79 anos, sexo masculino, branco, casado, aposentado, ensino fundamental incompleto, natural de Antônio Dias e procedente de Ipatinga, solicitado ao plano de saúde atendimento domiciliar. Paciente vive com a esposa. Esposa relata que o paciente começou a apresentar piora do quadro de demência há aproximadamente um ano. No início, os familiares perceberam dificuldade para lembrar nomes, recados e que estava contando os mesmos casos e fazendo as mesmas perguntas várias vezes. Entretanto, o paciente não percebia o esquecimento. Negava outras alterações cognitivas, como alteração na fala e percepção. Negava alterações comportamentais e de humor. Incapacidade em executar as atividades de vida diária como fazer compras, usar o telefone, tomar remédio, recebendo o auxílio da esposa para isso. Faz uso de sinvastatina, doxazosina, losartan, furosemida, omeprazol e furosemida. Possui como comorbidade DM tipo 2, HAS, hipercolesterolemia. Passado de hérnia de hiato esofágico, gastrite e de câncer prostático, descoberto em fase inicial e tratado com quimioterapia. Nega antecedentes familiares de doença neurodegenerativa. Apresentou episódio de broncoaspiração com líquidos caracterizando quadro de disfagia neurogênica com exacerbação do quadro evoluindo para pneumonia tratada com antibioticoterapia. Na época foi indicado passagem de SNE pela equipe, porém familiares não concordaram com tal feito. Desde então, há cerca de 20 dias, paciente tem apresentado muitas tosses e engasgos durante as refeições, tanto pra líquidos quanto para alimentos sólidos. Exame Físico Pressão Arterial: 130/70 mmHg Aparelho Cardiovascular: Bulhas Normorítmicas e Normofonéticas em 2 tempos, sem sopros, clicks ou estalidos. Aparelho Respiratório: Murmúrio Vesicular predominante no tórax, bilateral, sem ruídos adventícios. Percussão sem alterações. Indolor à palpação. Ausência de frêmitos Exames complementares Hemograma, glicemia de jejum, eletrólitos, ureia e creatinina, albumina, dosagem sérica de vitamina B12 e ácido fólico e TC de crânio. Albumina sérica: 3,5mg/dL e demais exames laboratoriais sem alterações e TC revelou grave hipotrofia hipocampal. Dados antropométricos: Peso usual: 70 Kg Peso atual: 61 Kg Altura: 171,0 cm CB: 25cm PCT: 7,0mm C. Panturrilha: 30cm 1. Descreva o diagnóstico nutricional do paciente 2. Determine as necessidades nutricionais (TMB, GED, regra de bolso) 3. Segundo relatos qual é o possível diagnóstico do paciente? 4. Determine a via de alimentação, se VO (consistência), se TNE (via de acesso, posição da sonda, método de administração, tipo de dieta quanto grau de hidrólise).