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O cérebro tem como função processar diversas informações, então por exemplo, se um indivíduo sente fome ele tem uma série de parâmetros a considerar, tendo “inputs” como fluxo de nutrientes, condicionamento (horário de alimentação/ hábitos), enchimento gástrico, diuturnidade, segurança, reservas corporais e respostas motivação, agressividade, aversão, fome, saciedade. Essa gama de processamentos serão dadas por sinalizações, e cada um desse processamento pode ser um possível alvo farmacológico para X resposta. Controle pré e pós-absortivo São controles que acontecem antes, durante e depois da ingestão do alimento, porém essas sinalizações têm um pequeno “delay” ao estado real do corpo. Apetite: vontade de procurar nutrientes e elementos que faltam no organismo, esse apetite pode ser por falta d’água, de sódio ou de alimento, e esse apetite é controlado por diferentes núcleos no sistema nervoso central, tendo dinâmicas diferentes. O controle da apetite por água e sódio possuem respostas rápidas, enquanto que a fome não, a sinalização de fome e saciedade possuem um certo atraso. Para o controle se percebe uma osmolaridade diferente no sangue e é sinalizado para o indivíduo beber água, essa pré controle é dado na boca enquanto que o pós é dado no intestino. Os sinais pós absortivos são sinais que vêm depois da ingestão de alimentos e são complementares aos sinais pré-absortivos. Dentro do intestino temos células enteroendócrinas, que são células do tecido epitelial especializadas com atividade endócrina, que identifica os nutrientes absorvidos e liberam hormônios hormônios para circulação. A absorção de lipídios e proteínas acarreta na liberação de colecistoquinina é liberada na corrente sanguínea, e através do nervo vago, se comunicará com os centros de controle da fome. O mesmo ocorre com células produtoras de GLP-1, que identificam a absorção de glicose e monoglicerídeos e ácidos graxos. Então a medida que se recebe fluxo de nutrientes no intestino, é desligada a vontade de comer. Os sinais pré-absortivos da fome são parados pelo estimulo visual, do olfato ou paladar. Sendo assim esses 2 mecanismos se complementam no desligamento da fome. Controle Homeostático da fome e saciedade O controle da fome e saciedade podem ser dados por 3 tipos de nucleos diferentes espalhados pelo cérebro, que são os núcleos ventriculares: nucleo arqueado e nucleo para ventricular; nucleos intermediarios, e núcleos monoaminergicos que são produtores de dopamina, serotonina, noriepinefrina que também controlam a alimentação. Os núcleos ventriculares são super específicos no controle da fome, já os nucleos intermediários também processam sinais associados a fome, porém ele integra atividades que são um pouco menos específicas como comportamento, condicionamento, e os nucleos monoaminergicos já são bem menos específicos e estão associados a bem mais atividades, e isso é importante para algum possível tratamento farmacológico relacionado a fome, onde que um fármaco que atinge os núcleos ventriculares regulará bem melhor esse mecanismo sem efeitos adversos, enquanto que nos intermediários também se regularia a fome porém teria alguns efeitos adversos, e já nos nucleos monoaminergicos os efeitos adversos seriam maiores justamente pela pouca especificidade do nucleo em relação aos sinais de fome, tendo uma outra gama de funções. Dentro do núcleo arqueado temos 2 populações opostas de neurônios: os neuronios produtores de proopiomelanocortina e neuronios produtores de neuropeptídeo Y e AgRP. Os neuronios produtores de proopiomelanocortina estão ligados a sensação de saciedade, eles produzem receptores que vão interagir com hormônios associados pós-absorção como a insulina (ativa as gluts para captação de glicose), a leptina(resposta a absorção de gordura) e a GLP-1 (resposta a absorção de lipídio e proteína), esses hormônios ao se comunicarem com os neurônios estimulam a saciedade, esses mesmos hormônios inibem os hormonios relacionados a fome. Os neuronios que expressam NPY/AgRP são antagonicos aos que expressam proopiomelanocortina e estão relacionados a sensação de fome, a grelina é um hormonio produzido pelo estomago e pelo intestino em resposta ao esvaziamento e baixa do fluxo de nutrientes, e ele age sob os neuronios AgRP para induzir comportamento de fome. A grelina também pode ser regulada por hábitos rotineiros alimentares como almoçar todo dia ao meio dia. A perda de peso a curto prazo, diminui o tecido adiposo, diminuindo a liberação de leptina, fazendo o individuo não estar saciado de fome até que o tecido adiposo dele seja restaurado/“catch up” ao normal, e se você come muito você sintetiza mais tecido adiposo, produzindo mais leptina, chegando na saciação mais rapidamente. Controle Hedônico Porém a ganha e perda de peso não são apenas controlados homeostaticamente. Fatores como o prazer de comer e condicionamento ajudam no ganho de peso. Então o equilíbrio homeostático para manter o corpo do mesmo peso é quebrada por fatores emocionais e sociais. A amigdala estendida tem 2 faz parte do sistema límbico e está envolvida com comportamento ansioso, medo e condicionamento (memorias aversivas e afetivas são processadas nesses nucleos). A area hipotalamica lateral é um centro de ligação entre estímulos alimentares e respostas de recompensa. Ela era considerada o centro de regulação da fome, porém ela não tem uma ação dedicada ao mecanismo da fome, e é uma regulação hedônica, e integra outros processos fisiologicos como sono/vigilia, percepção de dor, regulação de temperatura. Ela é o regulador hedônico da fome, e está ligado a sensação de prazer. A LHA possui neurônios glutamatérgicos que inibem a fome (anorexigênico) e neuronios GABAérgicos, Endocanabinóides e orexinas A e B, que induzem a sensação de prazer ao comer. Nucleo para-braquial: recebe e processa informações sobre o paladar. É também modulado pela atividade do nucleo arqueado, neurotransmissores de fome diminui o paladar e comportamentos aversivos, então quando se tem fome você acaba comendo coisas que num estado normal você não comeria. O nucleo para-braquial também se comunica com a amigdala, associando então uma sensação de recompensa a uma memória afetiva. Sistema dopaminérgico da area tegmental ventral associado a motivação do individuo a se alimentar, uma lesão desses neuronios gera comportamento desmotivado e anorexia. Sistema serotoninérgico aumento dos niveis de serotonina diminuem a busca do inivido por alimento Moduladores do apetite Quanto menor a especificidade do nucleo de regulação do apetite, maior os efeitos adversos. Anfetamina e sibutramina foram tirada do mercado exatamente por terem uma série de efeitos adversos. A anfetamina ela aumenta a disponibilidade de monoaminas nas sinápses, tendo como efeito o aumento das concentrações de dopamina, noradrenalina e em menor grau a serotonina. Ela faz isso porque ela inibe a recaptação desses neurotransmissores, os deixando livre por mais tempo durante as sinapses, ela também inibe a monoamina oxidase, inibindo a degradação desses neurotransmissores e ela também estimula a liberação dos mesmos. Porém com a alta liberação de noradrenalina tem-se como efeito adverso doenças cardiácas como infarto no miocardio e morte súbita. Após a saída do mercado por parte da anfetamina, foi feita a sibutramina, que é um derivado da anfetamina com objetivo de ter menos efeitos adversos, tem o mesmo mecanismo de atuação da anfetamina porém seus efeitos adversos são mais leves, porém ainda sim, os apresenta, o que levou também sua saída do mercado sendo substituído pela fentermina, que não possui efeito inibitório, apenas estimulante da liberação das monoaminas.
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