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5. Perspectivas para a resolução de conflitos durante e após a pandemia.
 A Lei n° 13.994 é apenas uma das iniciativas surgidas no contexto do uso potencial das plataformas digitais para realização de audiências de
Nesse sentido, o TJRJ, como já mencionado, editou ato normativo 59 autorizando a realização de sessões de mediação por meio de sistema de videoconferência nas varas de família da Comarca da Capital, durante a vigência do estado de emergência oriundo da pandemia
 *** Vale ressaltar que o CNJ já anunciou o lançamento de uma plataforma digital gestada em parceria com a Fundação Getúlio Vargas. Nesse sentido, muito provavelmente, teremos, ainda no ano de 2020 essa ferramenta em funcionamento nos Tribunais, dando-se um grande passo no sentido da implementação dos métodos de ODR (on line dispute resolution) no sistema judiciário brasileiro.
. A contribuição dos meios virtuais na resolução de conflitos.
O avanço da tecnologia alterou completamente os limites e rompeu as barreiras geográficas. As distâncias foram ressignificadas e os canais de comunicação, alargados. A velocidade das informações criou novos paradigmas e transformou a dinâmica das relações, impactando diretamente a sociedade. 
Nesse particular, a internet contribuiu decisivamente para o desenvolvimento de novas ferramentas e tecnologias, permitindo uma maior integração entre as necessidades e as exigências da atualidade . No plano jurídico, os avanços também foram significativos. A Lei n. 11.419/2006 (Lei do Processo Eletrônico), por exemplo, regula a comunicação e a prática de inúmeros atos processuais (citações, intimações, notificações etc.) de forma eletrônica, estimulando a criação de Diários da Justiça eletrônicos (art. 4º) e também sistemas eletrônicos de processamento de ações judiciais pelos tribunais (art. 8º)
No plano processual especificamente, o CPC positivou a prática de atos processuais eletrônicos (arts. 193 a 199), inclusive por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real (art. 236, § 3º). Dessa forma, permite-se, por exemplo, que o depoimento pessoal da parte – ou da testemunha – que residir em comarca, seção ou subseção judiciária diversa daquela onde tramita o processo seja colhido por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real (arts. 385, § 3º, e 453, § 1º); que a acareação seja realizada por videoconferência ou por outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real (art. 461, § 2º); que a sustentação oral de advogado com domicílio profissional em cidade diversa daquela onde está sediado o tribunal seja feita por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que o requeira até o dia anterior ao da sessão (art. 937, § 4º), entre outros.
Importante lembrar que as citações e intimações também devem ser feitas preferencialmente por meio eletrônico (arts. 232, 246, V e § 1º, 270, 272 e 275). Na mesma linha, o CPC permite que a audiência de conciliação ou de mediação seja realizada por meio eletrônico (art. 334, § 7º), em consonância com o art. 46 da Lei de Mediação.
Sem dúvida, ao estabelecer que a mediação pode ser feita pela internet ou por outro meio de comunicação a distância, a lei especial maximiza as oportunidades de construção do consenso e otimiza a própria prestação jurisdicional. Já há, inclusive, iniciativas no sentido de se utilizar as plataformas de mensagens instantâneas54 para a prática dos atos de comunicação processual
Além disso, o procedimento on-line impulsionou o surgimento de plataformas digitais de resolução de conflitos e câmaras privadas de mediação/conciliação, que, há algum tempo, já vêm oferecendo serviços nessa área e fomentando a mediação digital56 . Nesse sentido, importante lembrar que o Decreto n° 10.197, de 2 de janeiro de 2020, alterou o Decreto nº 8.573, de 19 de novembro de 2015, para estabelecer o Consumidor.gov.br como plataforma oficial da administração pública federal direta, autárquica e fundacional para a autocomposição nas controvérsias em relações de consumo. Desse modo, todos os demais órgãos que possuam plataformas próprias devem migrar para a Consumidor.gov.br até o dia 31 de dezembro de 2020. Porém, assim como em qualquer atividade, existem vantagens e desvantagens. Se, de um lado, a mediação on-line aproxima virtualmente os mediandos e o mediador, evitando gastos com deslocamentos e dispêndio de tempo, por outro, inviabiliza o contato pessoal (cara a cara) e dificulta a ampla percepção e captação dos sentimentos, das angústias, dos interesses subjacentes ao conflito, o que pode prejudicar o procedimento de construção do consenso. Em vista disso, é importante que os mediadores on-line tenham, além da capacitação técnica, habilidade e familiaridade com as particularidades do ambiente virtual. Mais do que isso, é imprescindível regular os critérios de qualidade que garantam o funcionamento do procedimento digital de forma eficaz, transparente e eficiente.
Aliás, não custa lembrar que nem o art. 46 da Lei de Mediação ou o art. 334, § 7° do CPC trazem essa determinação. Outro ponto a ser examinado é a recusa em participar de tentativa de conciliação não presencial. Nada obstante a boa intenção do legislador (que parece trazer um objetivo pedagógico, inclusive), há um óbice operacional: Como demonstrar essa recusa? Temos que ter em mente um leque de situações que vão desde as dificuldades técnicas-operacionais (sistema intermitente, má qualidade de sinal de telefonia / dados, inconstância de internet por cabo ou satélite) até casos mais graves como a exclusão digital, que ainda atinge grande parcela da população brasileira57 .
5. Perspectivas para a resolução de conflitos durante e após a pandemia.
 
 
A Lei n° 13.994
 
é apenas uma das iniciativas surgidas no contexto do uso 
potencial das plataformas digitais para realização de audiências de
 
Nesse sentido, o TJRJ, como já mencionado, editou ato normativo
 
59 
autorizando a realização de sessões de mediação por meio de 
sistema de videoconferência nas varas de família da Comarca da 
Capital, durante a vigência do estado de emergência oriundo da 
pand
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Vale ressaltar que o CNJ já anunciou o lançam
ento de uma plataforma 
digital
 
gestada em parceria com a Fundação Getúlio Vargas. Nesse 
sentido, muito provavelmente, teremos, ainda no ano de 2020 essa 
ferramenta em funcionamento nos Tribunais, dando
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se um grande passo 
no sentido da implementação dos métodos de ODR (on line dispute 
resolution) no sistema judiciário brasileiro.
 
. A contribuição dos meios virtuais na resolução de conflitos
.
 
O avanço da tecnologia alterou completamente os limites e ro
mpeu as 
barreiras geográficas. As distâncias foram ressignificadas e os canais de 
comunicação, alargados. A velocidade das informações criou novos 
paradigmas e transformou a dinâmica das relações, impactando 
diretamente a sociedade. 
 
Nesse particular, a int
ernet contribuiu decisivamente para o 
desenvolvimento de novas ferramentas e tecnologias, permitindo uma 
maior integração entre as necessidades e as exigências da atualidade
 
. 
No plano jurídico, os avanços também foram significativos. A Lei n. 
11.419/200
6 (Lei do Processo Eletrônico),
 
por exemplo, regula a 
comunicação e a prática de inúmeros atos processuais (citações, 
intimações, notificações
 
etc.) de forma eletrônica, estimulando a criação 
de Diários da Justiça eletrônicos (art. 4º) e também sistemas 
eletrônicos 
de processamento de ações judiciais pelos tribunais (art. 8º)
 
5. Perspectivas para a resolução de conflitos durante e após a pandemia. 
 A Lei n° 13.994 é apenas uma das iniciativas surgidas no contexto do uso 
potencial das plataformas digitais para realização de audiências de 
Nesse sentido, o TJRJ, como já mencionado, editou ato normativo 59 
autorizando a realização de sessões de mediação por meio desistema de videoconferência nas varas de família da Comarca da 
Capital, durante a vigência do estado de emergência oriundo da 
pandemia 
 *** Vale ressaltar que o CNJ já anunciou o lançamento de uma plataforma 
digital gestada em parceria com a Fundação Getúlio Vargas. Nesse 
sentido, muito provavelmente, teremos, ainda no ano de 2020 essa 
ferramenta em funcionamento nos Tribunais, dando-se um grande passo 
no sentido da implementação dos métodos de ODR (on line dispute 
resolution) no sistema judiciário brasileiro. 
. A contribuição dos meios virtuais na resolução de conflitos. 
O avanço da tecnologia alterou completamente os limites e rompeu as 
barreiras geográficas. As distâncias foram ressignificadas e os canais de 
comunicação, alargados. A velocidade das informações criou novos 
paradigmas e transformou a dinâmica das relações, impactando 
diretamente a sociedade. 
Nesse particular, a internet contribuiu decisivamente para o 
desenvolvimento de novas ferramentas e tecnologias, permitindo uma 
maior integração entre as necessidades e as exigências da atualidade . 
No plano jurídico, os avanços também foram significativos. A Lei n. 
11.419/2006 (Lei do Processo Eletrônico), por exemplo, regula a 
comunicação e a prática de inúmeros atos processuais (citações, 
intimações, notificações etc.) de forma eletrônica, estimulando a criação 
de Diários da Justiça eletrônicos (art. 4º) e também sistemas eletrônicos 
de processamento de ações judiciais pelos tribunais (art. 8º)