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2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 16 FISIOLOGIA II AULA 5 – SISTEMA DIGESTÓRIO Digestão e Absorção Intestinal CARBOIDRATOS 1. A digestão deles já se inicia na cavidade oral, por ação da ptialina (α-amilase), transformando-os em oligossacarídeos. 2. No estômago, essa enzima não age tão efetivamente, devido ao pH ácido. 3. Ao chegar no intestino, no suco pancreático, encontra-se a amilase pancreática que irá terminar a digestão, transformando-os em dissacarídeos. 4. Os enterócitos sintetizam lactase, sacarase, maltase e α-dextrinase. São dissacaridases, que quebram os dissacarídeos em monossacarídeos para a absorção intestinal. 5. O açúcar é absorvido pelos enterócitos capacitados do lúmen intestinal. As vilosidades e microvilosidades aumentam a superfície de absorção. Além disso, ainda temos a presença de transportadores na superfície apical das células. A bomba de sódio e potássio (transporte ativo primário) mantém um gradiente de sódiofavorável à entrada desse íon na célula. Com isso, o sódio entra na célula e junto com ele, entram a galactose a glicose (transporte ativo secundário – cotransporte). Diferentemente, a frutose entra na célula por transporte passivo facilitado pelo transportador GLUT-5. Para sair da célula para o sangue e completar a absorção, há o transportador GLUT-2, que transporta passivamente a glicose, a frutose e a galactose para a corrente sanguínea. PROTEÍNAS 1. Começam a ser digeridas no estômago pela pepsina, gerando polipeptídeos e oligopeptídeos. 2. No intestino, são liberados tripsinogênio, quimotripsinogênio, procarboxipeptidase e proelastase. O tripsinogênio é transformado na sua forma ativa, a tripsina, pela enteroquinase. Por sua vez, a tripsina tem atividade autocatalítica e ativa os outros zimógenos. Os produtos gerados são tripeptídeos, dipeptídeos e aminoácidos. 3. Os peptídeos podem ser transportados pelos enterócitos para absorção. Os dipeptídeos e tripeptídeos são absorvidos em cotransporte com o H+, gradiente gerado por um transportador NHE. Já os aminoácidos são transportados por difusão facilitada com o sódio. Deixam a célula por difusão facilitada. Dentro da célula, as peptidases hidrolisam os di ou tripeptídeos em aminoácidos. LIPÍDEOS 1. Na cavidade oral temos o início da digestão lipídica pela ação de uma lipase. No entanto, ela só tem ação efetiva em meio ácido, agindo apenas quando o alimento chega à região gástrica. INTOLERÂNCIA À LACTOSE Os dissacarídeos remanescentes na luz intestinal geram retenção de água, pois são ativos osmoticamente e não absorvidos pelo enterócito, devido à falta de transportadores. Com isso, tem- se a diarreia e a flatulência em pessoas com intolerância à lactose. 2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 17 2. No estômago temos a secreção de uma lipase gástrica que não é tão efetiva, até esse momento poucos lipídios foram realmente processados. 3. No intestino é onde ocorre a emulsificação das gorduras pelos sais biliares e o fosfolipídio lecitina contidos na bile. Além disso, temos a lipase pancreática que também faz a quebra dos lipídios em 2-monoacilglicerol, ácidos graxos, colesterol e lisolecitina. 4. No processo de absorção, os produtos se dissolvem na membrana e são absorvidas por difusão e os sais biliares voltam à luz e fazem transporte sequencial de outros lipídeos. Dentro do enterócito, ocorre o processo de reesterificação formando novamente TAGs, fosfolipídeos e ésteres de colesterol. Os principais lipídeos da digestão em nossa dieta são os triacilgliceróis (TAGs), fosfolipídeos e ésteres de colesterol.
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