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resenha processual civil II 2020

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DISCIPLINA: Direito Processual Civil II
ALUNO(A):
 TURMA: 3001 SALA: E - 403 DATA:
 
11.05.2020
AV1 – ESTACIO
Assinatura
 
Profº.: 
 
PROFESSOR (A): Jefferson Chrystyan de Oliveira Costa
Média
 
Final:
 
 
CURSO: DIREITO
Nota de Trabalho
 
(s): 
 
 
(+) Nota da
 
Prova:
 
 
)A formação do processo acompanha o protocolo da Petição Inicial pelo autor da ação, afastando o “Princípio da inércia” ao provocar o Poder Judiciário, este que passa a atuar guiado pelo “Princípio do Impulso Oficial”. Na petição inicial, o autor deduz a sua pretensão em face de outrem, o réu, que deverá figurar no polo passivo da relação jurídica processual, após a citação válida ordenada pelo Estado - Juiz.
Nesse sentido leciona Alexandre Câmarai,
O processo civil começa por iniciativa da parte (art.2º), em razão da inércia característica da jurisdição. Daí porque, para ter inicio o processo, é preciso que alguém proponha uma demanda, ato de exercício inicial do direito de ação. A lei processual (art.312) estabelece, então, o momento em que se considera iniciado o processo e, este momento é o protocolo da petição inicial.
Com a citação válida do réu, a doutrina afirma que, a relação jurídica processual é efetivamente formada havendo a “angularização” do processo, que passa a ter essencialmente 03 (três) “Sujeitos”: i) o autor; ii) o réu; e, iii) o juiz. A partir de então, o processo civil passa a seguir uma linha mestra de procedimentos, que dão forma e concretização ao “Processo” considerado in abstrato como ensina a Teoria Geral do Processo.
E, quando não é possível a autocomposição entre as partes do processo, em audiência de conciliação ou de mediação, requerida na exordial pelo autor, o ordenamento jurídico oferta prazo legal, na forma do Código de Processo Civil, para que o réu possa, querendo, se manifestar pelo ato processual chamado de “Contestação”.
A doutrina defende que a defesa do réu é um ônus e não uma obrigação e, como todo o ônus pode ser realizado ou não no processo pela parte. Logo, podemos dizer que se não exercida poderá gerar efeitos em seu desfavor, como, por exemplo, a aplicação da sanção de revelia.
Leciona nesse particular Alexandre Câmaraii,
Decorrido o prazo legal sem que a contestação tenha sido oferecida, será o réu considerado revel. Revelia, então, é a ausência de contestação (art.344)
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)
Ou seja, a “revelia” é a ausência de contestação por parte do réu no processo civil, dentro do prazo legal ofertado pelo legislador. Dito isto, quando o réu resolve contestar na demanda, no prazo, não há que se falar em revelia e seus efeitos.
A revelia gera efeito material e, a doutrina sustenta a ocorrência de efeito processual na demanda em desfavor do réu, sem que isto importe em afirmar que, em sendo o réu revel, o autor da ação terá como certo a procedência da mesma, pois isto não acontece, uma vez que, o juiz ao analisar os autos e as próprias alegações do autor, aliado a interpretação da Lei e sua aplicação ao caso concreto, poderá entender com base no seu livre convencimento motivado, que não há direito a ser reconhecido em favor do demandante. Registre-se que, em algumas situações o réu é revel, mas os efeitos da revelia não podem ser-lhe aplicados, por vedação da legislação.
Todavia, se o réu decidir por exercer seu direito de defesa no processo civil (expressão do Princípio do Contraditório e da ampla defesa constitucionais – artigo, 5º, LV da Magna Carta), deverá através do instrumento processual competente observar questões de ordem processual, assim como questões relacionadas ao mérito da demanda, a fim de assegurar uma defesa plena e sustentável. Sobre tal princípio leciona Luiz Rodrigues Wambieriii,
Esse princípio, guindando à condição de garantia constitucional, significa que é preciso dar ao réu possibilidade de saber da existência do pedido, em juízo, contra si, dar ciência dos atos processuais subsequentes, às partes (autor e réu) e demais sujeitos que participam do processo (p.ex. ministério público, assistentes etc.), e garantir a possível reação contra decisões, sempre que desfavoráveis.
Ainda importante destacarmos que, como expressão do ditame constitucional que assegura o direito de defesa as partes do processo, onde se inclui o réu, sua defesa é cercada de outros pilares orientadores e basilares como o “Princípio da Eventualidade”, o “Princípio da Concentração” e o “Princípio do Ônus da Impugnação Específica”, cuja inobservância poderá impor efeitos à defesa do réu, guiando o rumo processual deste “Sujeito” no processo.
Nesse diapasão, não podemos esquecer que, no processo civil ao autor cabe o ônus de provar o fato constitutivo de seu direito; e, ao réu cabe o ônus de provar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor (art. 373, CPC), situações que dependerão não apenas dos argumentos do autor da exordial, mas também da formatação da defesa feita pelo réu, que venha a se revelar nos autos processuais.
Sobre a temática segue uma lição jurisprudencial:
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO FALIMENTAR. PEDIDO DE FALÊNCIA FUNDAMENTADO NA IMPONTUALIDADE INJUSTIFICADA. ARTIGO 94, INCISO I, DA LEI N. 11.101/2005. DUPLICATAS SEM ACEITE. MOTIVO DA RECUSA E JUSTIFICATIVA DA IMPONTUALIDADE NÃO IMPUGNADA DE MODO ESPECÍFICO PELA AUTORA. ÔNUS QUE LHE CABIA ANTE A DEFESA DE MÉRITO INDIRETA APRESENTADA PELA RÉ, QUE TROUXE FATO MODIFICATIVO AO PEDIDO DA REQUERENTE. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA DO
PEDIDO. De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, "a decretação de falência pelo juiz deve se ater às hipóteses em que o comerciante, sem justificativa da impontualidade ou 'relevante razão de direito' (art. 1º do Decreto-Lei n. 7.661/45), deixa de cumprir obrigação líquida, constante de título próprio para lastrear ação executiva (REsp 725.128/TO, Quarta Turma, rel. Min. João Otávio de Noronha, DJe
09/06/2008)"; assim, se não for verificada a subsunção do caso concreto às hipóteses legais, revela-se inviável o pedido de falência. (TJ-SC - AC: 00020619120068240028 Içara 0002061-91.2006.8.24.0028, Relator: Janice Goulart Garcia Ubialli, Data de Julgamento: 25/07/2017, Quarta Câmara de Direito Comercial)
O réu no processo civil decide se deseja apresentar sua defesa e, quando optar por fazê-la, deverá com a devida maestria saber como manejá-la, por que implicará, por exemplo, na forma como as partes do processo (autor e réu) terão de decidir sobre os meios de prova para demonstrar suas teses, na busca incessante de provar ao magistrado quais argumentos devem prevalecer; que fatos alegados podem ser provados; concorrendo para a procedência ou improcedência da ação.
Por fim, podemos perceber que existe uma relação simbiótica entre os princípios basilares ora citados; a forma de defesa adotada na contestação; e, a revelia, o que expressa à necessidade de análise e dissertação sobre tais temas.
Observação: O texto acima apresentado é um guia sobre a temática abordada, uma vez que o discente fará sua própria exposição à luz da pesquisa em Lei, Doutrina e Jurisprudência, à livre consulta.
E, não deixe de ver as instruções de prova, na página 04 do arquivo.
(Resenha – 05 pontos)
Elabore um texto argumentativo tratando sobre a “DEFESA DO RÉU NO PROCESSO CIVIL BRASILEIRO”, destacando analiticamente e especificamente, entre suas ideias, com o uso das fontes do direito, os seguintes pontos: a) defina e exponha o papel da contestação no processo civil; b) exponha e explique os tipos de “defesa” que podem ser manejadas pelo réu na contestação; c) exponha e explique os tipos de “defesa de mérito” que podem ser manejadas pelo réu na contestação; d) aponte e demonstre a aplicação e influência do “Princípio da Eventualidade”, “Princípio da Concentração” e “Princípio do Ônus da Impugnação Específica” na defesa do réu; e, d) exponha de que forma a não observância pelo réu ao “Princípio do Ônus da Impugnação Específica” na contestação gera em seu desfavor efeito semelhante, de quando sofre a aplicação da sanção de “Revelia”.
Por fim, em sua argumentação, não deixe de expor sua conclusãosobre a temática, em relação utilidade – importância – necessidade da defesa do réu, através da “contestação”, para o “PROCESSO JUDICIAL”.
Instruções:
i) A resenha refere-se à elaboração de um texto argumentativo, cujo tema será apresentado no horário da avaliação (dia 11.05.2020) e, que deverá ser elaborada e enviada (postada), através do SAVA;
ii) Não será aceito o envio (postagem) da prova por outro meio de comunicação que não seja o SAVA;
iii) A postagem da resenha no SAVA deve ser individual, mesmo que a atividade seja feita em grupo, ou seja, cada participante postará a tarefa em seu nome e identificação no sistema, contendo o arquivo da tarefa, a folha de apresentação disposta no item “IV”, pois na correção será feito o comparativo dos arquivos postados pelos participantes do grupo;
iv) Número de participantes: de 01 até 05 alunos. A resenha deve conter folha de apresentação (estando excluída do número de laudas exigidas para a atividade), contendo o nome completo, disciplina e matrícula do(s) aluno(s), para identificação na correção. Os trabalhos que excedam o número máximo de participantes terão um membro excluído, usando-se o critério de ordem alfabética incidente sobre o nome dos participantes, para exclui o último, em ordem decrescente (Letra A a Z). O arquivo de prova deve estar numerado ao final de cada página;
v) Data limite para entrega (postagem): 48 horas após a disponibilização no SAVA (inicio do horário da avaliação);
vi) Não serão aceitos como avaliativos os trabalhos enviados após da data estipulada para atividade;
vii) O discente que configurar mais de uma tarefa no SAVA, somente terá
considerado o primeiro arquivo enviado, para fins de avaliação;
viii) Textos idênticos serão considerados PLÁGIO (exceto, àqueles relativos alunos componentes de um mesmo grupo, que na correção serão identificados) e, não será atribuída pontuação aos discentes envolvidos;
ix) Pontuação máxima da atividade: 05 pontos;
x) Quantidade de páginas: mínimo de 02 laudas, digitadas: Fonte Arial, Tamanho 12;
xi) Regras para citação (transcrição no texto) de Lei, doutrina e jurisprudência:
Recuo (04 cm); Tamanho (10); Espaçamento (simples); não precisa de aspas.
xii) Argumentação: deve se pautar em pesquisa de dispositivos de Lei; doutrina; e jurisprudência sobre a temática ao critério do discente;
xiii) O professor estará em sala de aula virtual (remoto) no Teamns, no dia 11.05.2020 (horário da aula), para dirimir quaisquer dúvidas exclusivamente em relação ao comando da questão.
i Câmara, Alexandre Freitas. O Novo Processo Civil brasileiro. 5ª Ed. São Paulo: Atlas, 2019.
ii Obra citada, p.177.
iii Wambier, Luiz Rodriguez. Curso avançado de processo civil: teoria geral do processo e processo do conhecimento, volume 1 – 15 ed.rev.e atual. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.

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