Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANAMNESE NEUROLÓGICA Disciplina: PM IV 16/09/2020 – Prof. Armando Diretores: Thaís Bezerra Parte 1 INTRODUÇÃO A anamnese em neurologia consiste em 3 pontos que facilitam um diagnóstico preciso, são eles: a clínica neurológica, exame físico e uma história clínica bem colhida. Diante disso, segue os aspectos que devem ser vistos na anamnese. ASPECTOS IMPORTANTES DA ANAMNESE NÍVEL DE CONSCIÊNCIA Subdivide-se em: → Acordado: atento ao ambiente, vigilante e em comunicação com o examinador. → Sonolento: o paciente está com sono, porém abre os olhos e comunica-se ao receber estímulo. → Torporoso: semelhante ao estado de embriaguez. Dificilmente o paciente consegue manter-se consciente todo tempo. → Comatoso: não há consciência. ESCALA DE COMA DE GLASGOW No estado comatoso (paciente em coma), o médico tem como ferramenta de avaliação a Escala de Coma de Glasgow, a qual baseia-se em 3 parâmetros: a abertura dos olhos, resposta verbal e a resposta motora. OBS.: Na descrição da evolução neurológica é imprescindível colocar a hora da inspeção, pois o quadro neurológico se altera com bastante frequência. OBS.: para facilitar, existem aplicativos com a escala e seus scores. Além disso, é comum encontrar variações na Escala de Glasgow, como por exemplo a diminuição do score de acordo com a reatividade pupilar, porém a tradicional é essa a seguir. A escala segue uma pontuação que pode ter como resultado (score) que varia de 03 pontos (mínimo) e 15 pontos (máximo). O resultado da escala classifica-se em: → Soma inferior a 8 pontos = lesão grave → Soma entre 9 e 12 pontos = lesão moderada → Soma entre 13 e 15 = lesão mínima ABERTURA OCULAR → Abertura espontânea: abre os olhos sem a necessidade de estímulo externo. → Abertura por estímulo verbal: abre os olhos a partir de estímulos verbais, dialogando com o paciente. → Abertura por estímulo a dor (estímulo álgico): abre os olhos após compressão do músculo trapézio ou do músculo esterno. No caso do músculo trapézio, coloca- se a mão em cima dele e faz-se movimento de cima para baixo e vice versa. Existem profissionais que fazem via compressão do mamilo, porém, é mais agressivo. → Abertura ausente: não responde aos estímulos anteriores e os olhos permanecem fechados. RESPOSTA VERBAL → Resposta Verbal Orientada: paciente está orientado em tempo e espaço. A orientação divide-se em: autopsíquica relacionado ao paciente (ele mesmo se identifica, fala o próprio nome, com quem está dialogando) e alopsíquica relacionado a tempo e espaço (ele mesmo relata onde se acidentou, onde trabalha e etc.) → Resposta Verbal Confusa: indivíduo consegue conversar, responde às perguntas de forma incorreta ou desorientada. → Resposta Inapropriada: A reposta do paciente não condiz com a pergunta. Ou o mesmo não consegue falar em frases, interage através de sons ou por vezes, com blasfêmias. → Sons incompreensíveis: resposta ausente, somente gemidos. → Ausente: não produz sons, após vários estímulos, inclusive dolorosos. RESPOSTA MOTORA → Resposta Motora à Ordem: cumpre ordens de atividade motora (duas ações) como apertar a mão do profissional e colocar a língua para fora. → Resposta Motora Localizadora: Localiza e procura interromper fonte de estímulo doloroso. → Reage à dor, mas não localiza: o paciente tem reação ao estímulo doloroso, mas não localiza/alcança o local. → Flexão anormal (decorticação): hiperflexão dos braços, braços encolhidos e extensão dos membros inferiores → Extensão anormal (descerebração): é um quadro mais grave, e o paciente estende os braços e pernas. → Resposta motora ausente: não há resposta motora mesmo perante estímulos dolorosos. CONTEÚDO DA CONSCIÊNCIA Classifica-se por: → Orientado (tanto de forma autopsíquica como alopsíquica) → Desorientado → Tempo → Espaço Parte 2 TRANSCRITO POR THIAGO GRANDE EXEMPLO: Qual o seu nome? R: Segunda feira. O paciente orientado alopsiquicamente sabe onde ele se encontra. A orientação é muito importante para saber o nível de consciência. Outro fator importante para identificar orientação pode ser saber o dia da semana, o dia do mês, do ano ou da hora aproximada, local específico (como casa, hospital escola), bairro, cidade ou estado. Esses parâmetros devem ser avaliados para quem futuramente for analisar possa comparar esses pontos com o antes. Deve-se escrever paciente vigil, orientado autopsiquicamente e alopsiquicamente. MEMÓRIA A memória do paciente pode ser analisada com o teste chamado Mini Exame do Estado Mental no qual se utiliza três palavras para que o paciente possa se lembrar e perguntas como cálculos matemáticos. Pode também pedir para nominar objetos ou obedecer a comandos. INSPEÇÃO DO PACIENTE → Lesão na Face: deve-se descrever como está o rosto do paciente, se ele possui alguma lesão na face (como por exemplo relacionar a ptose uni-palpebral com a interferência no III par de nervos craniano ou, caso for bilateral, associar a miastenia gravis ou paralisia facial periférica). → Miofasciculações: ver também se o paciente possui músculos se contraindo no movimento vermiforme (mioquimias). → Tremores: pode ser por causado frio (tendo assim que aquecer o paciente) ou pode ser por causa de alguma doença como o Parkinson. → Tiques: pode ser por causa de ansiedade (tiques nervosos). → Forma do Crânio: verificar micro ou macrocefalia. ATITUDE DO PACIENTE Dúvida: Qual a diferença entre espasmo e miofasciculações? R.: Espasmos são contrações mais demoradas e mais intensas e as miofasciculações são mais rápidas, é uma questão de tempo. → Posição Antálgica: ver se o paciente está em posição de defesa, como na posição semicurvada da dor abdominal. → Lesão do nervo periférico: Ver a posição das mãos, por exemplo, associar o punho caído a questão do nervo radial, a mão em garra ao nervo ulnar, etc. → Movimento Involuntário: Pensar na possibilidade de o paciente estar tendo uma Coréia. Nessa descrição, para pacientes sem informação é importante anotar como “Paciente do sexo masculino aparentando ter 1,70 metros, com roupa de tal forma...” porque pode ser que aconteça alguma coisa com esse paciente e, sem qualquer noção, possa ser que ele fique registrado como “Paciente Não Identificado”. TIPOS DE PARALISIA Lembrar que a paralisia facial pode ser central ou periférica. A periférica acomete toda a hemiface. Há uma ausência de enrugamento na testa, ela não consegue fechar o olho no lado onde está a paralisia e ocorre Epífora (o paciente fica lacrimejando), desvio da rima labial para o lado são, etc. Deve-se colocar um esparadrapo entre as pálpebras a fim de evitar o ressecamento do olho. TRANSCRITO POR ANDRÉ MARQUES Parte 3 ❖ Periférica: Compromete toda hemiface; Sinais clínicos: → Paciente não consegue fechar o olho; → Epífora: lacrimejamento constante; → Boca entorta para o lado são; → Ausência de enrugamento na testa. Para evitar ressecamento e lesão de córnea, sempre é necessário prescrever uma pomada apropriada e orientar que o paciente puxe a pálpebra superior a inferior à noite, quando for dormir, a fim de manter o olho fechado durante a noite. ❖ Central: Acomete um andar inferior da face; Sinais clínicos: ✓ Paciente mantém o enrugamento da face; ✓ Consegue fechar o olho; ✓ Boca entorta para o lado normal; ✓ Tem-se apagamento do sulco nasolabial. Imagem 2: paciente não consegue abrir o olho – paralisia facial periférica. Imagem 3: paciente não consegue levantar a pálpebra direita nem esquerda, mas o enrugamento da testa se mantém – Miastenia Grave. Portanto, tem-se: → 1 (uma) pálpebra relaxada: paralisiafacial; → Ambas as pálpebras relaxadas: miastenia graves. FONTANELAS OBS.: trauma em região retroauricular pode causar paralisia facial periférica. Os ossos do crânio ao iniciarem sua formação no período intrauterino, apresentam espaços entre as suturas, conhecidos como: fontanelas. Elas serão fechadas em temporalidades determinadas conforme o crescimento da criança. Diante disso, é necessário que se meça o perímetro cefálico de um bebê durante o exame físico de uma consulta, porquanto a fusão precoce dessas suturas pode resultar em alterações anatômicas e neurológicas na criança. Por isso, medir o perímetro cefálico pode auxiliar no diagnóstico cedo do fechamento prematuro de suturas. Nos casos que se diagnostique uma fusão precoce, o neurocirurgião abre essa sutura e coloca uma estrutura de plástico entre elas, para permitir o crescimento cefálico e posteriormente ela é retirada. A finalidade do procedimento é evitar comprometimento neurológico. T I P O S D E C R Â N I O S E M B E B Ê S → Normal; → Plagiocefalia; → Braquicefalia; → Escafocefalia. ❖ Plagiocefalia: É uma variação anatômica de caráter postural, em que o crânio do bebê fica em aspecto de paralelogramo, devido a posições prolongadas que se coloca o bebê, no berço por exemplo. Pode-se corrigir com o uso de capacetes que ajustam os ossos do crânio e auxiliam na conformação de fechamento das fontanelas. ❖ Braquicefalia: Alteração de crânio que ocorre, pois a sutura coronal se funde prematuramente, logo ocorre um encurtamento longitudinal. Pode ser conhecido também como “cabeça achatada”. Existe um tratamento cirúrgico em que se coloca a estrutura de plástico na sutura, permitindo a expansão do crânio. ❖ Escafocefalia: Também conhecida como “cabeça em V invertido” ou “em quilha de navio”, ocorre um fechamento prematuro da sutura sagital, com isso a cabeça se torna mais longa e estreita. LESÕES NERVOSAS M Ã O S ❖ Punho caído: Lesão em nervo radial. OBS.: casos de neuropraxia – compressão do nervo radial por tempo prolongado pode dificultar os movimentos da mão. É reversível com medicamentos e fisioterapia. . ❖ Mão em bênção Lesão em nervo mediano. ❖ Mão em garra: Lesão em nervo ulnar. P É S ❖ Pé caído: Lesão em nervo fibular. P R E S E N Ç A D E M O V I M E N T O S A N O R M A I S I N V O L U N T Á R I O S a. Tremores: movimentos oscilatórios. → Parkinsoniano: micrografia (letra pequena) e tremor em repouso; → Postural: precipitado ao manter o membro em ima posição específica; → Benigno: tremor essencial familiar, em que por meio do histórico familiar, o paciente pode ter tendência de desenvolver tremores. São tremores de movimentos e muitos pacientes novos chegam ao consultório com receio de estar com Parkinson, mas logo é descartado a partir da análise de antecedentes familiar, idade do paciente e porque os tremores são em movimento. TRANSCRITO POR ANNE KARININI − Medicamentos que podem controlar o tremor: Propranolol; − Medicamentos que podem causar o tremor: Cinarizina. Parte 4 Tremor Essencial Familiar (benigno) são tremores que ocorrem em membros da mesma família, ocorrendo quando o indivíduo vai realizar algum movimento (geralmente acometem jovens, na faixa dos 20 – 30 anos de idade, e são estritamente benignos). Diferente do Parkinson causa um tremor de repouso. → Tremores de intenção: eles também são precipitados por movimentos. Porém, eles sugerem uma síndrome que acomete o cerebelo, diferente do tremor essencial. b. Discinesia e Acinesia: dificuldade e impossibilidade de realizar movimentos voluntários, respetivamente. Temos como exemplo o Parkinson, o paciente acometido por essa patologia tem dificuldades em realizar movimentos pois os tremores são constantes. c. Tiques: são movimentos estereotipados, breves e frequentes. Temos como exemplos: piscadas de olhos, fungadas, etc. Os tiques podem estar associados à Síndrome de Tourette (é rara e acomete mais adolescentes, causada por um distúrbio dos neurotransmissores que acarretam movimentos repetitivos e sons indesejáveis [coprolalia – tendência intolerável por usar, repetidamente, palavras obscenas]). O TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) e o Transtorno por Déficit de Atenção (TDAH) também desencadeiam tiques. OBS.: Medicamentos para labirintite (cinarizina, flunarizina) quando são tomados por muito tempo causam tremores medicamentosos, que cessam após a retirada do medicamento. d. Acatisia: muito relacionado com a hiperatividade, pode estar relacionada a transtornos psiquiátricos ou ao uso de antipsicóticos. e. Disfonia: movimentos de contorção repetitivos. Pode ser primária ou secundária ao uso de fármacos, como a levodopa. f. Coréia: movimento abrupto involuntário de um músculo ou grupamento muscular (pode ser associado a epilepsia, outras neuropatias ou simplesmente idiopático). Existe a Coréia de Sydenham (é decorrente da Febre Reumática) e a Coréia de Huntington (é hereditária, causada por uma mutação genética no cromossomo 4). https://pt.wikipedia.org/wiki/Muta%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Gene Coréia de Huntington g. Flapping: é o movimento involuntário de bater asas. Associado a encefalopatia hepática e encefalopatias metabólicas em geral. Pode ser espontâneo ou induzido. h. Hemibalismo: paciente “arremessa” um lado do corpo, geralmente associado a quedas (lesão do núcleo subtalâmico – AVE da cerebral posterior). i. Ateatose: semelhante à coréia, porém mais amplo e lento. As causas são as mesmas da coréia (genética ou endocardite bacteriana). j. Mioclonias: movimentos abruptos involuntários de um músculo ou grupamento muscular (pode ser associado a epilepsia, outras neuropatias ou simplesmente idiopática). Muito frequente em adolescentes (Epilepsia Mioclônica Juvenil). ESTÁTICA E EQUILÍBRIO → Teste de Romberg: Peça para o paciente manter os pés juntos e posteriormente fechar os olhos, sem apoio. Pode sensibilizar o teste, pedindo para que coloque um pé atrás do outro. Deve ser utilizado no exame da sensibilidade proprioceptiva e não da função cerebelar. O profissional deve ficar próximo ao paciente para evitar quedas. O equilíbrio depende de 03 fatores: → Visão; → Labirinto (cerebelo); → Propriocepção (noção de posição segmentar). São necessários a integridade de pelo menos dois dos três fatores para a manutenção do equilíbrio. Contextualizando: A visão vai nos informar se a nossa cabeça está voltada para o lado esquerdo ou direito. Com os olhos fechados, a responsabilidade de informação fica para o labirinto/cerebelo. Já a propriocepção, fornece a noção de posição segmentar (por exemplo, se colocarmos o braço trás da cabeça e o flexionarmos, saberemos exatamente sua posição). Parte 5 Então, por exemplo, se você está de olhos fechados e você vira a cabeça para qualquer lado, o seu labirinto (cerebelo) vai te informar a sua posição corpórea. Quanto à noção de porção segmentar, quando você não está vendo, a propriocepção é a responsável pela TRANSCRITO POR AUGUSTO LOPES noção da posição do corpo quando se faz uma extensão da mão e movimentação do braço, por exemplo, noção de posição dos membros. Quando o paciente está em posição estática e cai de imediato assim que fecha os olhos, deve-se pensar em déficit proprioceptivo. Já quando o paciente cai apenas alguns segundos após fechar os olhos, deve-se pensar em um déficit labiríntico ou cerebelar, e geralmente a queda é para o lado lesado. MARCHA Deve-se avaliar também a marcha do paciente, dentroda questão dinâmica, lembrando que não é possível avaliar da mesma forma os pacientes dentro do consultório e em um pronto-socorro. Deve-se atentar se o paciente está sob o efeito de drogas, em uso de bebidas alcoólicas ou uso de medicação, uma vez que, por exemplo, o paciente sonolento não vai conseguir caminhar direito. Pede-se que o paciente caminhe até um determinado ponto, em linha reta, e retorne até o médico, de preferência descalço. Posteriormente, faz-se a marcha na ponta dos pés, chamada marcha calonar, em que o paciente volta nos calcanhares. Pede-se também para o paciente saltar no mesmo lugar em um só pé, que ele levante de uma cadeira sem usar os braços e suba três degraus imediatamente – fazendo assim um teste da marcha do paciente. RELEMBRANDO: a manutenção do equilíbrio depende de 3 fatores: visão, labirinto e noção de posição segmentar, e o indivíduo deve ter pelo menos 2 desses 3 itens para ter o equilíbrio. OBS.: Os receptores vestíbulos cocleares ajudam na manutenção do equilíbrio, e os sistemas coclear e vestibular constituem o labirinto/ouvido interno. OBS. 2: Algumas vezes o paciente está apresentando tonturas que necessitam de uma reabilitação labiríntica – são cristas que ficam sobrenadando sobre a linfa, que só são retiradas com uma fisioterapia apropriada. Movimentos exagerados e muita ingesta de cálcio podem formar essas cristas. MARCHAS ALTERADAS M A R C H A H E M I P L É G I C A , C E I F A N T E O U H E L I C Ó P O D E O paciente caminha sem fletir o joelho ou tornozelo, arrastando a perna em arco; se a lesão for na perna direita, por exemplo, o paciente joga a perna como se tivesse ceifando em uma plantação (exemplo do professor), como se fosse uma foice, e o braço do lado lesado fica junto ao corpo. É uma marcha típica de hemiparesia da lesão piramidal (1º neurônio motor – localizado no córtex cerebral). M A R C H A P A R É T I C A O U E S C A V A N T E O paciente arrasta a ponta do pé no chão – o paciente relata que enquanto caminha a ponta da chinela arrasta no chão – é típico de lesão de medula posterior, e indica um déficit de propriocepção (inflama a porção do corpo). M A R C H A A T Á X I C A S E N S I T I V A O U T A B É T I C A Chamada também marcha talonar em que o paciente levanta bem a perna e bate violentamente com o pé no chão, como se fosse um soldado. É típico de lesão de medula posterior (déficit de propriocepção). É muito comum no caso de neurossifílis – lembrar que quando o paciente possui queixa de perda de memória, é importante solicitar alguns exames como FTA-ABS e VDRL (exames de sangue), e exames de imagem como TC, RM com espectroscopia e angiografia cerebral, além da dosagem de vitamina B12 e de cobre. Essa marcha pode ocorrer precocemente desde a infância. M A R C H A A T Á X I C A C E R E B E L A R , C E L E B E L O S A O U E B R I O S A O paciente anda de pernas abertas para tentar ter uma base de sustentação, buscando equilíbrio, já que o centro de sustentação está abaixo do seu nível, para evitar quedas. A marcha lembra uma pessoa que está bêbada tentando andar. É típica de síndrome cerebelar. M A R C H A E M T E S O U R A O U E S P Á S T I C A O paciente bate o joelho no outro enquanto caminha, cruzando uma perna na frente da outra durante a marcha. É resultante de paralisia espástica dos músculos adutores do quadril. M A R C H A A N S E R I N A O U “ C A M B A L E A N T E ” O paciente joga o quadril para frente, deslocando mais a cintura pélvica, lembrando o andar de um pato, para poder caminhar, ou seja, indica uma lesão da musculatura pélvica do paciente. Representação da Marcha Anserina na Distrofia Muscular de Duchenne Dúvida: Professor, em casos de crianças que fizeram muito tempo uso de andador, e tem a marcha alterada, isso se dará por questão apenas locomotora ou podemos relacionar de forma neuronal? R.: Nesse caso, retira-se o andador e só assim observa se é devido a uma questão neuronal ou consequência do uso do andador. Recomenda-se utilizar com cuidado ou não utilizar o andador. M A R C H A A P R Á X I C A É muito comum em pacientes com hidrocefalia de pressão normal, em que há uma dificuldade em dar o primeiro passo, como se os pés estivessem colados no chão. O tratamento é neurocirúrgico. M A R C H A P A R K I N S O N I A N A O paciente possui uma postura semi-curvada, lembrando a posição de um esquiador, curvado e como se tivesse segurando dois bastões nas mãos. O paciente se encontra fletido para frente, possui um andar em bloco, tremor de repouso, e ao tentar mudar de direção o paciente para e vira todo o corpo para dobrar. É uma marcha festinante, isto é, marcha dos pequenos passos, arrastando os pés no chão. É aconselhado o paciente ao cruzar uma rua, por exemplo, esteja acompanhado de outra pessoa que possa o auxiliar, pois o paciente com Parkinson pode “congelar” do nada e não conseguir caminhar no momento, como se estivesse travado. É aconselhado que o paciente nesse momento não tente jogar o corpo para frente para caminhar, evitando possíveis quedas e lesões de face. TRANSCRITO POR BÁRBARA SANTOS O professor relata o caso de uma idosa que chegou com queixas de memória e dificuldade em caminhar, ao pedir uma TC comprovou a hidrocefalia de pressão normal e houve a cirurgia. OBS.: O idoso pode apresentar uma marcha cambaleante, porém mais relacionada com a questão labiríntica. Parte 6 Deve-se alertar o paciente com Parkinson a respeito das quedas, orientando-o a solicitar ajuda para realizar deslocamentos, visto que vivencia episódios de freezing ou congelamento – paradas súbitas e imprevisíveis associadas à incapacidade de continuar o movimento. Recomenda-se que, nessas situações, a pessoa pare e respire profundamente antes de tentar continuar a caminhada. Essa é uma medida preventiva para evitar quedas de face, já que, na tentativa de seguir com o movimento, ela tenderia a jogar o peso do corpo para frente; entretanto, os membros inferiores provavelmente não a acompanhariam, resultando em trauma. Uma vez estabilizado, o paciente deve buscar realizar um movimento bastante exagerado, elevando o máximo possível uma das pernas até levar o pé novamente ao chão. Espera-se que assim o parkinsoniano consiga sair do estado de congelamento. M A R C H A C L A U D I C A N T E Nesse caso, o ato de mancar não é resultante de lesão neurológica, mas sim uma tentativa de evitar a dor do membro que está acometido, sendo típico de pacientes com insuficiência arterial periférica, que possuem dificuldade de circulação, ou com lesões do aparelho locomotor. FORÇA MUSCULAR → Examinar os principais grupamentos musculares. → Executar movimentos contra resistência. MANOBRAS M A N O B R A D O S B R A Ç O S E S T E N D I D O S O U D E M I N G A Z Z I N I D O S M E M B R O S S U P E R I O R E S Com o paciente sentado, peça que feche os olhos e mantenha os braços estendidos, com os dedos separados – avaliação dos interósseos. M A N O B R A D E R A I M I S T E Com o paciente em decúbito dorsal, solicite a ele que flexione os antebraços a 90 graus, mantendo-se nessa posição por 10 segundos. M A N O B R A D E M I N G A Z Z I N I D O S M E M B R O S I N F E R I O R E S Com o paciente em decúbito dorsal, peça que ele flexione o quadril e o joelho a 90 graus, mantendo também por 10 segundos. M A N O B R A D E B A R R É Com o paciente em decúbito ventral, peça que ele flexione os joelhos sobre as coxas, mantendo por 10 segundos. TÔNUS Definido pelo professor como estado normal de semicontração dos músculos. Oriente o paciente (deitado)a manter a musculatura relaxada; palpe e movimente passivamente os grupos musculares. HIPOTONIA Hipotonia é a diminuição do tônus, equivalente à flacidez muscular. Pode significar: OBS.: O professor referiu que essa lesão lembra muito a de colo de fêmur, facilmente identificada pelo posicionamento do pé, que sofre um movimento de abdução (distanciamento), ficando lateralizado. → Síndrome cerebelar; → Lesão do 2º neurônio motor (à nível medular); → Fase aguda da lesão piramidal. Tanto a hipotonia (típica de portadores da Síndrome de Down) quanto a hipertonia comprometem o desenvolvimento neuropsicomotor e dificultam, portanto, os movimentos por todo o corpo. HIPERTONIA Hipertonia, por sua vez, equivale ao aumento do tônus muscular. Retirado do Porto: “Na hipertonia, encontram-se consistência muscular aumentada, passividade diminuída e extensibilidade aumentada. [...] está presente nas lesões das vias motoras piramidal e extrapiramidal. A hipertonia também pode ser transitória e/ou intermitente, como ocorre em certas condições clínicas (descerebração, síndrome meníngea, tétano, tetania e intoxicação estricnínica). Outras vezes, sob a forma de distonia (alternância entre hipo e hipertonia), é encontrada na atetose e na distonia de torção.” Retirado do Porto: “Na hipotonia, observam-se achatamento das massas musculares no plano do leito, consistência muscular diminuída, passividade aumentada, extensibilidade aumentada. A hipotonia é encontrada nas lesões do cerebelo, no coma profundo, no estado de choque o sistema nervoso central, nas lesões das vias da sensibilidade proprioceptiva consciente, das pontas anteriores da medula, dos nervos, da coreia aguda e em algumas encefalopatias (mongolismo)”. Pode ser dividida em elástica/espástica e plástica. H I P E R T O N I A E L Á S T I C A O U E S P Á S T I C A Ocorre resistência ao movimento passivo durante quase todo o movimento, até que esta subitamente desaparece (e o membro cede abruptamente) – sinal do canivete, típico de lesão piramidal não aguda. Retirado do Porto: “A hipertonia piramidal, denominada espasticidade, é observada comumente na hemiplegia, na diplegia cerebral infantil, na esclerose lateral da medula e na mielopatia compressiva. Apresenta, pelo menos, duas características: (1) é eletiva, pois alcança globalmente os músculos, com predomínio dos extensores dos membros inferiores e flexores dos membros superiores. Tais alterações determinam a clássica postura de Wernicke-Mann; (2) é elástica, com retorno à posição inicial de um segmento do corpo (antebraço, por exemplo), no qual se interrompeu o movimento passivo de extensão.” H I P E R T O N I A P L Á S T I C A Pega-se no punho do paciente, realizando movimentos de extensão e flexão que se apresentarão de forma pausada, como se o músculo relaxasse por etapas (vai cedendo gradualmente). Observa-se uma resistência crescente que bruscamente cessa para logo depois recomeçar – é o padrão em “cano de chumbo” ou “roda denteada”, sinal típico da doença de Parkinson. Retirado do Porto: “A hipertonia extrapiramidal, denominada rigidez, é encontrada no parkinsonismo, na degeneração hepatolenticular e em outras doenças desse sistema. Tem duas características básicas que a diferenciam da hipertonia piramidal: (1) não é eletiva, porquanto acomete globalmente a musculatura agonista, sinergista e antagonista; (2) é plástica, com resistência constante à movimentação passiva, como se o segmento fosse de cera (flexibilidade cérea); está habitualmente associada ao sinal da roda dentada, que se caracteriza por interrupções sucessivas do movimento, lembrando os dentes de uma cremalheira em ação.” COORDENAÇÃO Retirado do Porto: “Coordenação adequada traduz o bom funcionamento de, pelo menos, 2 setores do sistema nervoso: o cerebelo (centro coordenador) e a sensibilidade proprioceptiva. À sensibilidade proprioceptiva cabe informar continuamente ao centro coordenador as modificações de posição dos vários segmentos corporais. A perda de coordenação é denominada ataxia, a qual pode ser de três tipos: cerebelar, sensorial e mista. Cumpre mencionar que, nas lesões da sensibilidade proprioceptiva, o paciente utiliza a visão para fiscalizar os movimentos incoordenados. Cerradas as pálpebras, acentua-se a ataxia. Tal fato não ocorre nas lesões cerebelares.” PROVAS DE COORDENAÇÃO P R O V A D E D O - N A R I Z Solicite que o paciente abra os braços e toque a ponta do nariz com cada indicador alternadamente. “Repete-se a prova algumas vezes: primeiro, com os olhos abertos e, depois, fechados. O paciente deve estar de preferência de pé ou sentado.” (PORTO). Parte 7 P R O V A D E D O - D E D O O dedo do paciente, que estará de olhos fechados, deve encostar no dedo do examinador. Primeiro, faz o movimento de olhos abertos e posteriormente repete de olhos fechados. Ela também pode ser feita com o paciente deixando a mão esquerda em uma posição estirada, e com a ponta do dedo do lado direito tocar na ponta do dedo do lado esquerdo, em um primeiro momento, de olhos abertos e, depois, fechados. P R O V A C A L C A N H A R - J O E L H O Para verificar a coordenação do paciente, pede-se para ele fletir uma perna, colocar o calcanhar por cima do joelho e deslizá-lo sobre a tíbia até o dorso do pé, chegando ao hálux, faz-se com uma perna e depois com a outra. D I S D I A D O C O C I N E S I A TRANSCRITO POR BEATRIZ CAVALCANTI Paciente sentado com as duas mãos viradas sobre as coxas, realiza movimentos alternados em pronação (mãos para baixo) e supinação (mãos para cima), primeiro com uma mão de cada vez e, depois, com as duas mãos ao mesmo tempo. REFLEXOS REFLEXOS SUPERFICIAIS Para verificar os reflexos superficiais, pode-se usar o martelo de Taylor ou o de Dejerine. O de Taylor tem vários tipos, alguns tem uma espécie de agulha romba (usada para sensibilidade dolorosa) parafusada na parte superior. Também, pode-se ter na extremidade um pincel de cerdas (para sensibilidade tátil) e, com a sua ponta, testa-se reflexo cutâneo-plantar. Para verificar reflexo cutâneo-plantar, desloca-se com a superfície romba, a base do martelo de Taylor ou uma tampa de caneta esferográfica, passando pela borda lateral em direção ao hálux. Em condições normais, espera-se que ocorra uma flexão dos dedos, quando acontece uma hiperextensão com afastamento dos dedos, deu o sinal de Babinski, típico de lesão piramidal. As alterações nas provas dedo-nariz, dedo-dedo e calcanhar-joelho, chamadas de dismetrias – alterações neurológicas que impedem a pessoa de direcionar e limitar uma ação motora sob uma distância pré-estabelecida – e no teste de disdiadococinesia são típicos de alterações cerebelares, que não se corrigem com a visão. As alterações proprioceptivas, corrigem-se parcial ou totalmente com a visão. Existem vários sinais para verificar o REFLEXO CUTÂNEO-PLANTAR, nos quais se houver extensão do pé e abertura dos dedos, há lesão piramidal. São eles: C H A D D O C K Desliza o estímulo lateralmente ao maléolo externo. S H A F F E R Comprime-se o tendão de Aquiles. G O R D O N Comprime-se a panturrilha do paciente. A U S T R E G É S I L O - E S P O S A L Comprime-se a face anterior distal da coxa. O P P E N H E I M Faz-se compressão com os dedos na crista da tíbia, descendo até o pé. REFLEXOS PROFUNDOS Para verificar os reflexos profundos, examina-se cada segmento medular. → Bicipital: leve flexão docotovelo (C5-C6); → Tricipital: leve extensão do cotovelo (C6-C8); → Braquirradical: percute o processo estiloso do rádio, flexão e supinação do antebraço (C5-C6); → Patelar: contração do quadríceps com extensão do joelho (L1-L4); → Aquileu: deve haver flexão plantar do pé (L5-S1). Para verificar o reflexo bicipital, com braço semifletido, coloca-se o polegar na dobra do cotovelo do paciente e percute o tendão do bíceps, como resposta, há a contração do bíceps e supinação do antebraço. E para o tricipital, o paciente relaxa braço e percute-se o tendão do tríceps. OBS.: É importante saber perguntas direcionadas à queixa do paciente. Em uma consulta na neurologia, já é comum o atendimento durar – ao menos – 20 minutos; se todas as perguntas possíveis forem realizadas, pode ultrapassar 1h. O professor mencionou criticando o exemplo de estudantes que, após escutarem queixa de paciente referindo cefaleia intensa, passaram a questionar hábitos de vida referente a fumo. SENSIBILIDADE No quesito de sensibilidade, avalia-se tanto a superficial quanto a profunda. Na primeira, analisa-se o tato e a sensibilidade tanto ao calor quanto à dor; na segunda, verifica-se a propriocepção da pessoa com seu corpo, a sensibilidade vibratória, barestésica e a do tato discriminativo, o qual será mais bem estudado. A sensibilidade, então, pode ser superficial – tátil, térmica e dolorosa – e profunda – propriocepção, vibratória e tato discriminativo. Parte 8 SENSIBILIDADE SUPERFICIAL T Á T I L Na sensibilidade tátil, é possível usar um chumaço de algodão ou mesmo com um pincel localizado na base de alguns Martelos de Taylor (ver marcação na imagem acima) para avaliar o paciente. Na oportunidade, questiona-se qual o local onde se suspeita problema tátil, solicita-se que o paciente feche os olhos e que fale quando sentir o contato do instrumento com a superfície em estudo. TRANSCRITO POR BRENDA LEITE É muito comum, por exemplo, esse tipo de avaliação nos pés de pessoas diabéticas para verificar a existência de neuropatia diabética. T É R M I C A Para este teste (sensibilidade térmica), é possível usar um tubo de vidro de laboratório contendo água aquecida e com fria. D O L O R O S A Utiliza-se uma agulha romba para verificar a sensibilidade do paciente (com o cuidado de não machucar nem sangrar, basta verificar a sensibilidade), inclusive reafirmando que não há interesse em machucar de modo que o paciente não fique preocupado. No teste, solicita-se que o paciente feche os olhos e, ao sentir o objeto, mencione perceber o toque. SENSIBILIDADE PROFUNDA V I B R A T Ó R I A No teste de sensibilidade vibratória (palestesia), é comum utilizar-se de um diapasão entre 128Hz a 158Hz, percute-se a extremidade superior do instrumento (marcado em vermelho acima) e coloca-se a outra extremidade em uma protuberância óssea (calcâneo, patela, espinha ilíaca, cotovelo, mastoide do crânio...). B A R E S T É S I C A A sensibilidade barestésica (pressão) diz respeito à compressão de grupos musculares. P R O M O C E P Ç Ã O Na promocepção (capacidade de identificar a posição corporal), pede-se que o paciente feche os olhos e, ao movimentar o hálux (“dedão do pé”) para cima ou para baixo, solicita- se que se informe para que direção se fez o deslocamento. D I S C R I M I N A T I V A → Estereognosia: na sensibilidade discriminativa do tipo estereognosia, pede-se que o paciente, através do tato, informe o que é o objeto entregue a ele pelo médico sem que o paciente possa ver. → Grafestesia: No teste de sensibilidade profunda do tipo grafestesia, faz-se um contorno, por exemplo, de um número na pele do paciente, sem que este veja, e pede-se que seja dito qual número é. OBS.: logicamente, não é necessário marcar o paciente com tinta. → Discriminação de dois pontos: por fim, na sensibilidade discriminativa do tipo “Discriminação de Dois Pontos”, a qual pode ser feita com uma pinça, com um clipe ou até com um compasso, coloca-se uma ou duas pontas do objeto na pele do paciente e este, sem ver, deve responder com quantas pontas está sendo tocado. EXAME CLÍNICO DOS PARES CRANIANOS I – NERVO OLFATÓRIO Pode-se realizar o teste com café moído ou canela, por exemplo. II – NERVO ÓPTICO Utiliza-se a fundoscopia (exame de fundo de olho) e a campimetria (campo de visão central e periférico) por confrontação (certificando-se o campo visual). III, IV, VI – NERVOS ÓCULOMOTOR, TROCLEAR E ABDUCENTE Analisa-se a musculatura do globo ocular. OBS.: O grão de café inteiro pode neutralizar odor. OBS.: em pacientes diabéticos, é comum haver lesão no sexto par craniano, de modo que o olho fique voltado para o centro. Recupera-se com o tempo. V – NERVO TRIGÊMEO Testa-se a sensibilidade da face (muito comum na odontologia), o reflexo córneo- palpebral e a musculatura da mastigação. VII – NERVO FACIAL Testa-se a mímica facial (abrir e fechar olhos, tentar assobiar, fazer bico, olhar para cima e para baixo...). VIII – NERVO VESTÍBULOCOCLEAR Realiza-se a audiometria, sendo possível ser feito dois testes. T E S T E D E W E B E R Diapasão 256MHz a 512MHz vibrando é colocado no topo da cabeça do paciente. É possível detectar perda de audição condutora e neurossensorial unilateral do paciente. T E S T E / P R O V A D E R I N N E “Consiste em aplicar diapasão na região mastoide. Quando o paciente deixar de ouvir a vibração, coloca-se o aparelho próximo ao conduto auditivo. Em condições normais, o paciente acusa a percepção do som (Rinne positivo). Transmissão óssea mais prolongada que a aérea (Rinne negativo) significa deficiência auditiva de condução.” (PORTO & PORTO, 2014) IX, X, XI – NERVOS GLOSSOFARÍNGEO, VAGO E ACESSÓRIO Analisa-se a parte da deglutição, questionando-se se existe disfagia ou disfonia, verifica- se a elevação do palato e pode-se propiciar o reflexo de vômito para a avaliação. XII – NERVO HIPOGLOSSO “Trata-se de um nervo exclusivamente motor, o qual se origina no bulbo e se dirige para os músculos da língua. Investiga-se o hipoglosso pela inspeção da língua – no interior da boca ou exteriorizada -, movimentando-a para todos os lado, forçando-a de modo que vá de encontro à bochecha e, por fim, palpando-a, para avaliação de sua consistência. Em lesões unilaterais (...), ao ser exteriorizada, a ponta da língua se desvia para o lado da lesão. Nas lesões bilaterais, as manifestações compreendem atrofia, fasciculação, paralisia, acentuada disartria e dificuldade de mastigar e deglutir” (PORTO & PORTO, 2014) Parte 9 DIAGNÓSTICO NEUROLÓGICO Segue a ordem: TRANSCRITO POR CAIO CÉSAR OBS. sobre a aula: O professor falou “Testa-se a motricidade do trapézio. Pede-se para o paciente levantar os ombros e rotacionar a cabeça de um lado para outro”, mas não foi isso o observado no livro de semiologia médica do Porto. → Sindrômico: conjunto de sinais e sintomas; → Topográfico: onde está localizada a lesão; → Etiológico: a causa da ocorrência da lesão. No diagnostico neurológico, é importante investigar sobre a doença, o modo de instalação (seu surgimento) e como progrediram os sintomas. O modo de instalação da doença pode ser: → Súbito: um AVC por exemplo, pois o paciente de repente passa mal; → Gradual: pode ser agudo, casos como epilepsia, vascular, traumas, metabólico. Também pode ser subagudo, como as infecções, que vão se agravando mais a cada dia, além de inflamações e metabólico. → Crônico: surgem sintomas que vão se acentuando de forma não repentina. Exemplos: inflamatório,neoplásico, degenerativo e metabólico. Sobre o diagnóstico topográfico, o local da lesão pode ser focal (em apenas um local), multifocal (em muitos locais ou mais de um), difuso (a lesão se espalha de forma generalizada). Em resumo, para um diagnostico neurológico, se inicia com o diagnostico sindrômico, ou seja, o ponto inicial são os sinais e sintomas, depois procura o diagnostico topográfico, o qual diz respeito a localização da lesão, e por último, o diagnóstico etiológico, que investiga as causas da patologia. Sintomas inespecíficos: não querem dizer muita coisa a respeito da doença, pois são sintomas muito vagos, como disartria*, ataxia* e distúrbios urinários A disartria é definida como a dificuldade de utilizar os músculos da fala, ou então a fraqueza destes. A ataxia ou incoordenação dos movimentos é um sintoma, não uma doença específica ou um diagnóstico. A ataxia é frequentemente causada por uma perda da função do cerebelo (parte do cérebro que serve como centro de coordenação), medula espinhal ou das vias condutoras que interligam o cerebelo e a medula. Esse sintoma pode afetar os movimentos dos dedos, das mãos, dos braços, das pernas, do corpo, a fala ou o movimento dos olhos. Algumas vezes, a ataxia aparece subitamente; outras vezes, gradualmente. OBS.: um quadro de desorientação aguda em idoso, normalmente deve-se pensar em pneumonia infecção urinaria e/ou desidratação. Não há febre, mas há mudança imediata de comportamento e tremores nesse paciente idoso. Ao chegar no hospital, é importante pedir leucograma, raio-x de tórax, sumario de urina, para descartar essas principais suspeitas. SÍNDROMES NEUROLÓGICAS → Sensitiva: álgica, isto é, de dor. → Motora: afeta a motricidade do paciente. → De nervos cranianos; → Disautonômicas: o Sistema Nervoso Autônomo não funciona adequadamente e pode afetar o funcionamento de órgãos como o coração, intestino, bexiga e vasos sanguíneos. → Cognitiva; → Hipertensão craniana; → De cauda equina: as vezes compromete a motricidade do paciente. Devido ao pouco espaço no cérebro, comparado a outras partes corporais, qualquer coisa crescendo, gera sintomas gritantes. DOENÇAS PAROXÍSTICA → Focais: enxaqueca; epilepsia; AIT (ataques isquêmicos transitórios) e vertigem. → Difusas: sincope (perda de consciência momentânea), encefalopatias diabéticas e hepáticas. TRANSCRITO POR CAMILA JALES Ex.: nevralgia do Nervo Trigêmio (NT); neuropatia pós herpética, seguida de herpes zoster (meralgia parestésica dor intensa de alta sensibilidade). A medicação deve evitar o efeito de memória da dor. OBS.: síndrome do coração partido, também conhecida como cardiomiopatia de Takotsuba, é quando o paciente passa por um estresse emocional tão intenso que aparecem sintomas semelhantes a um infarto, como falta de ar, dor no peito ou em MMSS, ou cansaço. OBS.: região anterior do cérebro = parte motora.
Compartilhar