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Anamnese Neurológica

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ANAMNESE NEUROLÓGICA 
Disciplina: PM IV 
16/09/2020 – Prof. Armando 
Diretores: Thaís Bezerra 
Parte 1 
INTRODUÇÃO 
 
A anamnese em neurologia consiste em 3 pontos que facilitam um diagnóstico preciso, 
são eles: a clínica neurológica, exame físico e uma história clínica bem colhida. Diante 
disso, segue os aspectos que devem ser vistos na anamnese. 
 
ASPECTOS IMPORTANTES DA ANAMNESE 
NÍVEL DE CONSCIÊNCIA 
 
Subdivide-se em: 
→ Acordado: atento ao ambiente, vigilante e em comunicação com o examinador. 
→ Sonolento: o paciente está com sono, porém abre os olhos e comunica-se ao 
receber estímulo. 
→ Torporoso: semelhante ao estado de embriaguez. Dificilmente o paciente 
consegue manter-se consciente todo tempo. 
→ Comatoso: não há consciência. 
 
 
 
ESCALA DE COMA DE GLASGOW 
 
No estado comatoso (paciente em coma), o médico tem como ferramenta de avaliação a 
Escala de Coma de Glasgow, a qual baseia-se em 3 parâmetros: a abertura dos olhos, 
resposta verbal e a resposta motora. 
 
OBS.: Na descrição da evolução neurológica é imprescindível colocar a hora da 
inspeção, pois o quadro neurológico se altera com bastante frequência. 
 
OBS.: para facilitar, existem aplicativos com a escala e seus scores. Além disso, é 
comum encontrar variações na Escala de Glasgow, como por exemplo a diminuição 
do score de acordo com a reatividade pupilar, porém a tradicional é essa a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A escala segue uma pontuação que pode ter como resultado (score) que varia de 03 pontos 
(mínimo) e 15 pontos (máximo). 
 
O resultado da escala classifica-se em: 
→ Soma inferior a 8 pontos = lesão grave 
→ Soma entre 9 e 12 pontos = lesão moderada 
→ Soma entre 13 e 15 = lesão mínima 
 
ABERTURA OCULAR 
 
→ Abertura espontânea: abre os olhos sem a necessidade de estímulo externo. 
→ Abertura por estímulo verbal: abre os olhos a partir de estímulos verbais, 
dialogando com o paciente. 
→ Abertura por estímulo a dor (estímulo álgico): abre os olhos após compressão 
do músculo trapézio ou do músculo esterno. No caso do músculo trapézio, coloca-
se a mão em cima dele e faz-se movimento de cima para baixo e vice versa. 
Existem profissionais que fazem via compressão do mamilo, porém, é mais 
agressivo. 
→ Abertura ausente: não responde aos estímulos anteriores e os olhos permanecem 
fechados. 
 
RESPOSTA VERBAL 
 
→ Resposta Verbal Orientada: paciente está orientado em tempo e espaço. 
A orientação divide-se em: autopsíquica relacionado ao paciente (ele mesmo se 
identifica, fala o próprio nome, com quem está dialogando) e alopsíquica relacionado a 
tempo e espaço (ele mesmo relata onde se acidentou, onde trabalha e etc.) 
→ Resposta Verbal Confusa: indivíduo consegue conversar, responde às perguntas 
de forma incorreta ou desorientada. 
→ Resposta Inapropriada: A reposta do paciente não condiz com a pergunta. Ou o 
mesmo não consegue falar em frases, interage através de sons ou por vezes, com 
blasfêmias. 
 
 
→ Sons incompreensíveis: resposta ausente, somente gemidos. 
→ Ausente: não produz sons, após vários estímulos, inclusive dolorosos. 
 
RESPOSTA MOTORA 
 
→ Resposta Motora à Ordem: cumpre ordens de atividade motora (duas ações) 
como apertar a mão do profissional e colocar a língua para fora. 
→ Resposta Motora Localizadora: Localiza e procura interromper fonte de 
estímulo doloroso. 
→ Reage à dor, mas não localiza: o paciente tem reação ao estímulo doloroso, mas 
não localiza/alcança o local. 
→ Flexão anormal (decorticação): hiperflexão dos braços, braços encolhidos e 
extensão dos membros inferiores 
→ Extensão anormal (descerebração): é um quadro mais grave, e o paciente 
estende os braços e pernas. 
→ Resposta motora ausente: não há resposta motora mesmo perante estímulos 
dolorosos. 
 
CONTEÚDO DA CONSCIÊNCIA 
 
Classifica-se por: 
→ Orientado (tanto de forma autopsíquica como alopsíquica) 
→ Desorientado 
→ Tempo 
→ Espaço 
 
Parte 2 
 TRANSCRITO POR THIAGO GRANDE 
EXEMPLO: Qual o seu nome? R: Segunda feira. 
 
O paciente orientado alopsiquicamente sabe onde ele se encontra. A orientação é muito 
importante para saber o nível de consciência. 
Outro fator importante para identificar orientação pode ser saber o dia da semana, o dia 
do mês, do ano ou da hora aproximada, local específico (como casa, hospital escola), 
bairro, cidade ou estado. Esses parâmetros devem ser avaliados para quem futuramente 
for analisar possa comparar esses pontos com o antes. Deve-se escrever paciente vigil, 
orientado autopsiquicamente e alopsiquicamente. 
 
MEMÓRIA 
 
A memória do paciente pode ser analisada com o teste chamado Mini Exame do Estado 
Mental no qual se utiliza três palavras para que o paciente possa se lembrar e perguntas 
como cálculos matemáticos. Pode também pedir para nominar objetos ou obedecer a 
comandos. 
 
INSPEÇÃO DO PACIENTE 
 
→ Lesão na Face: deve-se descrever como está o rosto do paciente, se ele possui 
alguma lesão na face (como por exemplo relacionar a ptose uni-palpebral com a 
interferência no III par de nervos craniano ou, caso for bilateral, associar a 
miastenia gravis ou paralisia facial periférica). 
→ Miofasciculações: ver também se o paciente possui músculos se contraindo no 
movimento vermiforme (mioquimias). 
→ Tremores: pode ser por causado frio (tendo assim que aquecer o paciente) ou 
pode ser por causa de alguma doença como o Parkinson. 
→ Tiques: pode ser por causa de ansiedade (tiques nervosos). 
→ Forma do Crânio: verificar micro ou macrocefalia. 
 
 
 
 
 
ATITUDE DO PACIENTE 
 
Dúvida: Qual a diferença entre espasmo e miofasciculações? 
R.: Espasmos são contrações mais demoradas e mais intensas e as miofasciculações 
são mais rápidas, é uma questão de tempo. 
 
→ Posição Antálgica: ver se o paciente está em posição de defesa, como na posição 
semicurvada da dor abdominal. 
→ Lesão do nervo periférico: Ver a posição das mãos, por exemplo, associar o 
punho caído a questão do nervo radial, a mão em garra ao nervo ulnar, etc. 
→ Movimento Involuntário: Pensar na possibilidade de o paciente estar tendo uma 
Coréia. 
Nessa descrição, para pacientes sem informação é importante anotar como “Paciente do 
sexo masculino aparentando ter 1,70 metros, com roupa de tal forma...” porque pode ser 
que aconteça alguma coisa com esse paciente e, sem qualquer noção, possa ser que ele 
fique registrado como “Paciente Não Identificado”. 
 
TIPOS DE PARALISIA 
 
Lembrar que a paralisia facial pode ser central ou periférica. A periférica acomete toda 
a hemiface. Há uma ausência de enrugamento na testa, ela não consegue fechar o olho no 
lado onde está a paralisia e ocorre Epífora (o paciente fica lacrimejando), desvio da rima 
labial para o lado são, etc. Deve-se colocar um esparadrapo entre as pálpebras a fim de 
evitar o ressecamento do olho. 
 
 
 
 
 
 
 
 TRANSCRITO POR ANDRÉ MARQUES 
Parte 3 
❖ Periférica: 
 
 
 
 Compromete toda hemiface; 
Sinais clínicos: 
→ Paciente não consegue fechar o olho; 
→ Epífora: lacrimejamento constante; 
→ Boca entorta para o lado são; 
→ Ausência de enrugamento na testa. 
Para evitar ressecamento e lesão de córnea, sempre é necessário prescrever uma pomada 
apropriada e orientar que o paciente puxe a pálpebra superior a inferior à noite, quando 
for dormir, a fim de manter o olho fechado durante a noite. 
❖ Central: 
 
 Acomete um andar inferior da face; 
Sinais clínicos: 
✓ Paciente mantém o enrugamento da face; 
✓ Consegue fechar o olho; 
✓ Boca entorta para o lado normal; 
✓ Tem-se apagamento do sulco nasolabial. 
 
 
 
 
 
 
Imagem 2: paciente não consegue abrir o olho – paralisia facial periférica. 
 
 
 
 
 
Imagem 3: paciente não consegue levantar a pálpebra direita nem esquerda, mas o 
enrugamento da testa se mantém – Miastenia Grave. 
 
Portanto, tem-se: 
→ 1 (uma) pálpebra relaxada: paralisiafacial; 
→ Ambas as pálpebras relaxadas: miastenia graves. 
 
FONTANELAS 
 
 
OBS.: trauma em região retroauricular pode causar paralisia facial periférica. 
 
Os ossos do crânio ao iniciarem sua formação no período intrauterino, apresentam 
espaços entre as suturas, conhecidos como: fontanelas. Elas serão fechadas em 
temporalidades determinadas conforme o crescimento da criança. 
Diante disso, é necessário que se meça o perímetro cefálico de um bebê durante o exame 
físico de uma consulta, porquanto a fusão precoce dessas suturas pode resultar em 
alterações anatômicas e neurológicas na criança. Por isso, medir o perímetro cefálico pode 
auxiliar no diagnóstico cedo do fechamento prematuro de suturas. 
Nos casos que se diagnostique uma fusão precoce, o neurocirurgião abre essa sutura e 
coloca uma estrutura de plástico entre elas, para permitir o crescimento cefálico e 
posteriormente ela é retirada. A finalidade do procedimento é evitar comprometimento 
neurológico. 
T I P O S D E C R Â N I O S E M B E B Ê S 
 
→ Normal; 
→ Plagiocefalia; 
→ Braquicefalia; 
→ Escafocefalia. 
 
 
 
❖ Plagiocefalia: 
É uma variação anatômica de caráter postural, em 
que o crânio do bebê fica em aspecto de 
paralelogramo, devido a posições prolongadas que 
se coloca o bebê, no berço por exemplo. Pode-se corrigir com o uso de capacetes que 
ajustam os ossos do crânio e auxiliam na conformação de fechamento das fontanelas. 
 
❖ Braquicefalia: 
Alteração de crânio que ocorre, pois a sutura coronal se funde prematuramente, logo 
ocorre um encurtamento longitudinal. Pode ser conhecido também como “cabeça 
achatada”. Existe um tratamento cirúrgico em que se coloca a estrutura de plástico na 
sutura, permitindo a expansão do crânio. 
 
❖ Escafocefalia: 
Também conhecida como 
“cabeça em V invertido” ou 
“em quilha de navio”, ocorre 
um fechamento prematuro da 
sutura sagital, com isso a 
cabeça se torna mais longa e estreita. 
 
LESÕES NERVOSAS 
M Ã O S 
 
❖ Punho caído: 
 
 Lesão em nervo radial. 
 
 
OBS.: casos de neuropraxia – compressão do nervo radial por tempo prolongado pode 
dificultar os movimentos da mão. É reversível com medicamentos e fisioterapia. 
. 
 
❖ Mão em bênção 
 
 Lesão em nervo mediano. 
 
❖ Mão em garra: 
 
 Lesão em nervo ulnar. 
 
P É S 
❖ Pé caído: 
 
 Lesão em nervo fibular. 
 
 
 
P R E S E N Ç A D E M O V I M E N T O S A N O R M A I S I N V O L U N T Á R I O S 
a. Tremores: movimentos oscilatórios. 
 
→ Parkinsoniano: micrografia (letra pequena) e tremor em repouso; 
→ Postural: precipitado ao manter o membro em ima posição específica; 
→ Benigno: tremor essencial familiar, em que por meio do histórico 
familiar, o paciente pode ter tendência de desenvolver tremores. São 
tremores de movimentos e muitos pacientes novos chegam ao 
consultório com receio de estar com Parkinson, mas logo é descartado a 
partir da análise de antecedentes familiar, idade do paciente e porque os 
tremores são em movimento. 
 
 
 
 
 TRANSCRITO POR ANNE KARININI 
− Medicamentos que podem controlar o tremor: Propranolol; 
− Medicamentos que podem causar o tremor: Cinarizina. 
 
Parte 4 
Tremor Essencial Familiar 
(benigno) são tremores que 
ocorrem em membros da mesma 
família, ocorrendo quando o 
indivíduo vai realizar algum 
movimento (geralmente 
acometem jovens, na faixa dos 
20 – 30 anos de idade, e são 
estritamente benignos). 
Diferente do Parkinson causa um 
tremor de repouso. 
 
 
 
 
→ Tremores de intenção: eles também são precipitados por movimentos. 
Porém, eles sugerem uma síndrome que acomete o cerebelo, diferente 
do tremor essencial. 
 
b. Discinesia e Acinesia: dificuldade e impossibilidade de realizar movimentos 
voluntários, respetivamente. Temos como exemplo o Parkinson, o paciente 
acometido por essa patologia tem dificuldades em realizar movimentos pois 
os tremores são constantes. 
 
c. Tiques: são movimentos estereotipados, breves e frequentes. Temos como 
exemplos: piscadas de olhos, fungadas, etc. 
Os tiques podem estar associados à Síndrome 
de Tourette (é rara e acomete mais 
adolescentes, causada por um distúrbio dos 
neurotransmissores que acarretam 
movimentos repetitivos e sons indesejáveis 
[coprolalia – tendência intolerável por usar, 
repetidamente, palavras obscenas]). 
O TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) 
e o Transtorno por Déficit de Atenção 
(TDAH) também desencadeiam tiques. 
OBS.: Medicamentos para labirintite (cinarizina, flunarizina) quando são tomados por 
muito tempo causam tremores medicamentosos, que cessam após a retirada do 
medicamento. 
 
 
d. Acatisia: muito relacionado com a hiperatividade, pode estar relacionada a 
transtornos psiquiátricos ou ao uso de antipsicóticos. 
 
 
 
e. Disfonia: movimentos de contorção repetitivos. Pode ser primária ou 
secundária ao uso de fármacos, como a levodopa. 
 
 
 
 
 
 
 
f. Coréia: movimento abrupto involuntário de um músculo ou grupamento 
muscular (pode ser associado a epilepsia, outras neuropatias ou 
simplesmente idiopático). 
Existe a Coréia de 
Sydenham (é decorrente 
da Febre Reumática) e a 
Coréia de Huntington (é 
hereditária, causada por 
uma mutação genética no 
cromossomo 4). 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Muta%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gene
 
 
Coréia de Huntington 
 
g. Flapping: é o movimento involuntário de bater asas. Associado a 
encefalopatia hepática e encefalopatias metabólicas em geral. Pode ser 
espontâneo ou induzido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
h. Hemibalismo: paciente “arremessa” um lado do corpo, geralmente 
associado a quedas (lesão do núcleo subtalâmico – AVE da cerebral 
posterior). 
 
i. Ateatose: semelhante à coréia, porém mais amplo e lento. As causas são as 
mesmas da coréia (genética ou endocardite bacteriana). 
 
j. Mioclonias: movimentos abruptos involuntários de um músculo ou 
grupamento muscular (pode ser associado a epilepsia, outras neuropatias ou 
simplesmente idiopática). Muito frequente em adolescentes (Epilepsia 
Mioclônica Juvenil). 
 
ESTÁTICA E EQUILÍBRIO 
 
→ Teste de Romberg: Peça para o paciente manter os pés juntos e 
posteriormente fechar os olhos, sem apoio. Pode sensibilizar o teste, pedindo para que 
coloque um pé atrás do outro. Deve ser utilizado no exame da sensibilidade 
proprioceptiva e não da função cerebelar. O profissional deve ficar próximo ao paciente 
para evitar quedas. 
 
O equilíbrio depende de 03 fatores: 
→ Visão; 
→ Labirinto (cerebelo); 
→ Propriocepção (noção de posição segmentar). 
São necessários a integridade de pelo menos dois dos três fatores para a manutenção do 
equilíbrio. 
Contextualizando: A visão vai nos informar se a nossa cabeça está voltada para o lado 
esquerdo ou direito. Com os olhos fechados, a responsabilidade de informação fica para 
o labirinto/cerebelo. Já a propriocepção, fornece a noção de posição segmentar (por 
exemplo, se colocarmos o braço trás da cabeça e o flexionarmos, saberemos exatamente 
sua posição). 
 
Parte 5 
Então, por exemplo, se você está de olhos fechados e você vira a cabeça para qualquer 
lado, o seu labirinto (cerebelo) vai te informar a sua posição corpórea. Quanto à noção de 
porção segmentar, quando você não está vendo, a propriocepção é a responsável pela 
 TRANSCRITO POR AUGUSTO LOPES 
noção da posição do corpo quando se faz uma extensão da mão e movimentação do braço, 
por exemplo, noção de posição dos membros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando o paciente está em posição estática e cai de imediato assim que fecha os olhos, 
deve-se pensar em déficit proprioceptivo. Já quando o paciente cai apenas alguns 
segundos após fechar os olhos, deve-se pensar em um déficit labiríntico ou cerebelar, e 
geralmente a queda é para o lado lesado. 
 
MARCHA 
 
Deve-se avaliar também a marcha do paciente, dentroda questão dinâmica, lembrando 
que não é possível avaliar da mesma forma os pacientes dentro do consultório e em um 
pronto-socorro. Deve-se atentar se o paciente está sob o efeito de drogas, em uso de 
bebidas alcoólicas ou uso de medicação, uma vez que, por exemplo, o paciente sonolento 
não vai conseguir caminhar direito. 
Pede-se que o paciente caminhe até um determinado ponto, em linha reta, e retorne até o 
médico, de preferência descalço. Posteriormente, faz-se a marcha na ponta dos pés, 
chamada marcha calonar, em que o paciente volta nos calcanhares. Pede-se também para 
o paciente saltar no mesmo lugar em um só pé, que ele levante de uma cadeira sem usar 
os braços e suba três degraus imediatamente – fazendo assim um teste da marcha do 
paciente. 
 
 
 
RELEMBRANDO: a manutenção do equilíbrio depende de 3 fatores: visão, labirinto 
e noção de posição segmentar, e o indivíduo deve ter pelo menos 2 desses 3 itens para 
ter o equilíbrio. 
OBS.: Os receptores vestíbulos cocleares ajudam na manutenção do equilíbrio, e os 
sistemas coclear e vestibular constituem o labirinto/ouvido interno. 
OBS. 2: Algumas vezes o paciente está apresentando tonturas que necessitam de uma 
reabilitação labiríntica – são cristas que ficam sobrenadando sobre a linfa, que só são 
retiradas com uma fisioterapia apropriada. Movimentos exagerados e muita ingesta 
de cálcio podem formar essas cristas. 
MARCHAS ALTERADAS 
M A R C H A H E M I P L É G I C A , C E I F A N T E O U 
H E L I C Ó P O D E 
O paciente caminha sem fletir o joelho ou tornozelo, arrastando a perna em arco; se a 
lesão for na perna direita, por exemplo, o paciente joga a perna como se tivesse ceifando 
em uma plantação (exemplo do professor), como se fosse uma foice, e o braço do lado 
lesado fica junto ao corpo. É uma marcha típica de hemiparesia da lesão piramidal (1º 
neurônio motor – localizado no córtex cerebral). 
 
 
 
 
 
 
 
 
M A R C H A P A R É T I C A O U E S C A V A N T E 
 
 
O paciente arrasta a ponta do pé no 
chão – o paciente relata que enquanto 
caminha a ponta da chinela arrasta no 
chão – é típico de lesão de medula 
posterior, e indica um déficit de 
propriocepção (inflama a porção do 
corpo). 
 
 
M A R C H A A T Á X I C A S E N S I T I V A O U T A B É T I C A 
Chamada também marcha talonar em que o paciente levanta bem a perna e bate 
violentamente com o pé no chão, como se fosse um soldado. É típico de lesão de medula 
posterior (déficit de propriocepção). É muito comum no caso de neurossifílis – lembrar 
que quando o paciente possui queixa de perda de memória, é importante solicitar alguns 
exames como FTA-ABS e VDRL (exames de sangue), e exames de imagem como TC, 
RM com espectroscopia e angiografia cerebral, além da dosagem de vitamina B12 e de 
cobre. Essa marcha pode ocorrer precocemente desde a infância. 
M A R C H A A T Á X I C A C E R E B E L A R , C E L E B E L O S A 
O U E B R I O S A 
O paciente anda de pernas abertas para tentar ter uma base de sustentação, buscando 
equilíbrio, já que o centro de sustentação está abaixo do seu nível, para evitar quedas. A 
marcha lembra uma pessoa que está bêbada tentando andar. É típica de síndrome 
cerebelar. 
 
M A R C H A E M T E S O U R A O U E S P Á S T I C A 
O paciente bate o joelho no outro enquanto caminha, cruzando uma perna na frente da 
outra durante a marcha. É resultante de paralisia espástica dos músculos adutores do 
quadril. 
 
 
 
 
 
 
M A R C H A A N S E R I N A O U “ C A M B A L E A N T E ” 
O paciente joga o quadril para frente, deslocando mais a cintura pélvica, lembrando o 
andar de um pato, para poder caminhar, ou seja, indica uma lesão da musculatura pélvica 
do paciente. 
 
Representação da Marcha Anserina 
na Distrofia Muscular de Duchenne 
Dúvida: Professor, em casos de crianças que fizeram muito tempo uso de andador, e 
tem a marcha alterada, isso se dará por questão apenas locomotora ou podemos 
relacionar de forma neuronal? 
R.: Nesse caso, retira-se o andador e só assim observa se é devido a uma questão 
neuronal ou consequência do uso do andador. Recomenda-se utilizar com cuidado 
ou não utilizar o andador. 
 
 
M A R C H A A P R Á X I C A 
É muito comum em pacientes com hidrocefalia de pressão normal, em que há uma 
dificuldade em dar o primeiro passo, como se os pés estivessem colados no chão. O 
tratamento é neurocirúrgico. 
 
 
 
 
 
 
 
M A R C H A P A R K I N S O N I A N A 
O paciente possui uma postura semi-curvada, lembrando a posição de um esquiador, 
curvado e como se tivesse segurando dois bastões nas mãos. O paciente se encontra fletido 
para frente, possui um andar em bloco, tremor de repouso, e ao tentar mudar de direção o 
paciente para e vira todo o corpo para dobrar. É uma marcha festinante, isto é, marcha 
dos pequenos passos, arrastando os pés no chão. 
É aconselhado o paciente ao cruzar uma rua, por exemplo, esteja acompanhado de outra 
pessoa que possa o auxiliar, pois o paciente com Parkinson pode “congelar” do nada e 
não conseguir caminhar no momento, como se estivesse travado. É aconselhado que o 
paciente nesse momento não tente jogar o corpo para frente para caminhar, evitando 
possíveis quedas e lesões de face. 
 
 
 TRANSCRITO POR BÁRBARA SANTOS 
O professor relata o caso de uma idosa que chegou com queixas de memória e 
dificuldade em caminhar, ao pedir uma TC comprovou a hidrocefalia de pressão 
normal e houve a cirurgia. 
OBS.: O idoso pode apresentar uma marcha cambaleante, porém mais relacionada 
com a questão labiríntica. 
Parte 6 
Deve-se alertar o paciente com Parkinson a respeito das quedas, orientando-o a solicitar 
ajuda para realizar deslocamentos, visto que vivencia episódios de freezing ou 
congelamento – paradas súbitas e imprevisíveis associadas à incapacidade de continuar 
o movimento. 
Recomenda-se que, nessas situações, a pessoa pare e respire profundamente antes de 
tentar continuar a caminhada. Essa é uma medida preventiva para evitar quedas de face, 
já que, na tentativa de seguir com o movimento, ela tenderia a jogar o peso do corpo para 
frente; entretanto, os membros inferiores provavelmente não a acompanhariam, 
resultando em trauma. Uma vez estabilizado, o paciente deve buscar realizar um 
movimento bastante exagerado, elevando o máximo possível uma das pernas até levar o 
pé novamente ao chão. Espera-se que assim o parkinsoniano consiga sair do estado de 
congelamento. 
M A R C H A C L A U D I C A N T E 
Nesse caso, o ato de mancar não é resultante de lesão neurológica, mas sim uma tentativa 
de evitar a dor do membro que está acometido, sendo típico de pacientes com 
insuficiência arterial periférica, que possuem dificuldade de circulação, ou com lesões 
do aparelho locomotor. 
 
 
FORÇA MUSCULAR 
 
→ Examinar os principais grupamentos musculares. 
→ Executar movimentos contra resistência. 
 
MANOBRAS 
M A N O B R A D O S B R A Ç O S E S T E N D I D O S O U D E 
M I N G A Z Z I N I D O S M E M B R O S S U P E R I O R E S 
 
 
 
Com o paciente sentado, peça que feche os olhos e mantenha 
os braços estendidos, com os dedos separados – avaliação 
dos interósseos. 
 
 
M A N O B R A D E R A I M I S T E 
 
Com o paciente em decúbito dorsal, 
solicite a ele que flexione os antebraços 
a 90 graus, mantendo-se nessa posição 
por 10 segundos. 
 
M A N O B R A D E M I N G A Z Z I N I D O S M E M B R O S 
I N F E R I O R E S 
 
 
Com o paciente em decúbito dorsal, 
peça que ele flexione o quadril e o 
joelho a 90 graus, mantendo também 
por 10 segundos. 
 
 
M A N O B R A D E B A R R É 
 
 
 
Com o paciente em decúbito ventral, 
peça que ele flexione os joelhos sobre as 
coxas, mantendo por 10 segundos. 
 
 
 
 
 
 
TÔNUS 
 
Definido pelo professor como estado normal de semicontração dos músculos. 
 
Oriente o paciente (deitado)a manter a musculatura relaxada; palpe e movimente 
passivamente os grupos musculares. 
 
HIPOTONIA 
 
Hipotonia é a diminuição do tônus, equivalente à flacidez muscular. 
Pode significar: 
OBS.: O professor referiu que essa lesão lembra muito a de colo de fêmur, facilmente 
identificada pelo posicionamento do pé, que sofre um movimento de abdução 
(distanciamento), ficando lateralizado. 
 
 
→ Síndrome cerebelar; 
→ Lesão do 2º neurônio motor (à nível medular); 
→ Fase aguda da lesão piramidal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tanto a hipotonia (típica de portadores 
da Síndrome de Down) quanto a 
hipertonia comprometem o 
desenvolvimento neuropsicomotor e 
dificultam, portanto, os movimentos 
por todo o corpo. 
 
 
HIPERTONIA 
 
Hipertonia, por sua vez, equivale ao aumento do tônus muscular. 
Retirado do Porto: 
“Na hipertonia, encontram-se consistência muscular aumentada, passividade 
diminuída e extensibilidade aumentada. 
[...] está presente nas lesões das vias motoras piramidal e extrapiramidal. 
A hipertonia também pode ser transitória e/ou intermitente, como ocorre em certas 
condições clínicas (descerebração, síndrome meníngea, tétano, tetania e intoxicação 
estricnínica). 
Outras vezes, sob a forma de distonia (alternância entre hipo e hipertonia), é encontrada 
na atetose e na distonia de torção.” 
Retirado do Porto: 
“Na hipotonia, observam-se achatamento das massas musculares no plano do leito, 
consistência muscular diminuída, passividade aumentada, extensibilidade 
aumentada. 
A hipotonia é encontrada nas lesões do cerebelo, no coma profundo, no estado de 
choque o sistema nervoso central, nas lesões das vias da sensibilidade proprioceptiva 
consciente, das pontas anteriores da medula, dos nervos, da coreia aguda e em 
algumas encefalopatias (mongolismo)”. 
 
 
Pode ser dividida em elástica/espástica e plástica. 
H I P E R T O N I A E L Á S T I C A O U E S P Á S T I C A 
 
 
 
Ocorre resistência ao movimento passivo 
durante quase todo o movimento, até que 
esta subitamente desaparece (e o membro 
cede abruptamente) – sinal do canivete, 
típico de lesão piramidal não aguda. 
 
 
Retirado do Porto: 
“A hipertonia piramidal, denominada espasticidade, é observada comumente 
na hemiplegia, na diplegia cerebral infantil, na esclerose lateral da medula e na mielopatia 
compressiva. Apresenta, pelo menos, duas características: (1) é eletiva, pois alcança 
globalmente os músculos, com predomínio dos extensores dos membros inferiores e 
flexores dos membros superiores. Tais alterações determinam a clássica postura de 
Wernicke-Mann; (2) é elástica, com retorno à posição inicial de um segmento do corpo 
(antebraço, por exemplo), no qual se interrompeu o movimento passivo de extensão.” 
H I P E R T O N I A P L Á S T I C A 
Pega-se no punho do paciente, realizando movimentos de extensão e flexão que se 
apresentarão de forma pausada, como se o músculo relaxasse por etapas (vai cedendo 
gradualmente). Observa-se uma resistência crescente que bruscamente cessa para logo 
depois recomeçar – é o padrão em “cano de chumbo” ou “roda denteada”, sinal típico 
da doença de Parkinson. 
 
 
 
 
Retirado do Porto: 
“A hipertonia extrapiramidal, denominada rigidez, é encontrada no 
parkinsonismo, na degeneração hepatolenticular e em outras doenças desse sistema. Tem 
duas características básicas que a diferenciam da hipertonia piramidal: (1) não é eletiva, 
porquanto acomete globalmente a musculatura agonista, sinergista e antagonista; (2) é 
plástica, com resistência constante à movimentação passiva, como se o segmento fosse 
de cera (flexibilidade cérea); está habitualmente associada ao sinal da roda dentada, que 
se caracteriza por interrupções sucessivas do movimento, lembrando os dentes de uma 
cremalheira em ação.” 
 
 
COORDENAÇÃO 
 
 
Retirado do Porto: 
“Coordenação adequada traduz o bom funcionamento de, pelo menos, 2 setores 
do sistema nervoso: o cerebelo (centro coordenador) e a sensibilidade proprioceptiva. 
À sensibilidade proprioceptiva cabe informar continuamente ao centro coordenador as 
modificações de posição dos vários segmentos corporais. 
A perda de coordenação é denominada ataxia, a qual pode ser de três tipos: 
cerebelar, sensorial e mista. 
Cumpre mencionar que, nas lesões da sensibilidade proprioceptiva, o paciente 
utiliza a visão para fiscalizar os movimentos incoordenados. Cerradas as pálpebras, 
acentua-se a ataxia. Tal fato não ocorre nas lesões cerebelares.” 
 
PROVAS DE COORDENAÇÃO 
P R O V A D E D O - N A R I Z 
Solicite que o paciente abra os braços e 
toque a ponta do nariz com cada 
indicador alternadamente. 
“Repete-se a prova algumas vezes: 
primeiro, com os olhos abertos e, 
depois, fechados. O paciente deve estar 
de preferência de pé ou sentado.” 
(PORTO). 
 
Parte 7 
P R O V A D E D O - D E D O 
O dedo do paciente, que estará de 
olhos fechados, deve encostar no 
dedo do examinador. Primeiro, faz o 
movimento de olhos abertos e 
posteriormente repete de olhos 
fechados. Ela também pode ser feita 
com o paciente deixando a mão 
esquerda em uma posição estirada, e 
com a ponta do dedo do lado direito 
tocar na ponta do dedo do lado 
esquerdo, em um primeiro momento, 
de olhos abertos e, depois, fechados. 
 
P R O V A C A L C A N H A R - J O E L H O 
 
 
 
 
Para verificar a coordenação do 
paciente, pede-se para ele fletir uma 
perna, colocar o calcanhar por cima 
do joelho e deslizá-lo sobre a tíbia até 
o dorso do pé, chegando ao hálux, 
faz-se com uma perna e depois com a 
outra. 
 
D I S D I A D O C O C I N E S I A 
 TRANSCRITO POR BEATRIZ CAVALCANTI 
 
 
Paciente sentado com as duas mãos viradas 
sobre as coxas, realiza movimentos 
alternados em pronação (mãos para baixo) 
e supinação (mãos para cima), primeiro 
com uma mão de cada vez e, depois, com 
as duas mãos ao mesmo tempo. 
 
 
 
 
 
 
 
REFLEXOS 
REFLEXOS SUPERFICIAIS 
 
Para verificar os reflexos superficiais, pode-se usar o martelo de Taylor ou o de 
Dejerine. O de Taylor tem vários tipos, alguns tem uma espécie de agulha romba (usada 
para sensibilidade dolorosa) parafusada na parte superior. Também, pode-se ter na 
extremidade um pincel de cerdas (para sensibilidade tátil) e, com a sua ponta, testa-se 
reflexo cutâneo-plantar. 
 
 
 
Para verificar reflexo cutâneo-plantar, desloca-se com a superfície romba, a base do 
martelo de Taylor ou uma tampa de caneta esferográfica, passando pela borda lateral em 
direção ao hálux. Em condições normais, espera-se que ocorra uma flexão dos dedos, 
quando acontece uma hiperextensão com afastamento dos dedos, deu o sinal de Babinski, 
típico de lesão piramidal. 
As alterações nas provas dedo-nariz, dedo-dedo e calcanhar-joelho, chamadas de 
dismetrias – alterações neurológicas que impedem a pessoa de direcionar e limitar 
uma ação motora sob uma distância pré-estabelecida – e no teste de disdiadococinesia 
são típicos de alterações cerebelares, que não se corrigem com a visão. As alterações 
proprioceptivas, corrigem-se parcial ou totalmente com a visão. 
 
 
 
 
 
Existem vários sinais para verificar o REFLEXO CUTÂNEO-PLANTAR, nos quais se 
houver extensão do pé e abertura dos dedos, há lesão piramidal. São eles: 
C H A D D O C K 
Desliza o estímulo lateralmente ao maléolo externo. 
 
S H A F F E R 
Comprime-se o tendão de Aquiles. 
 
 
 
G O R D O N 
Comprime-se a panturrilha do paciente. 
 
A U S T R E G É S I L O - E S P O S A L 
Comprime-se a face anterior distal da coxa. 
 
O P P E N H E I M 
Faz-se compressão com os dedos na crista da tíbia, descendo até o pé. 
 
REFLEXOS PROFUNDOS 
 
Para verificar os reflexos profundos, examina-se cada segmento medular. 
 
→ Bicipital: leve flexão docotovelo (C5-C6); 
→ Tricipital: leve extensão do cotovelo (C6-C8); 
→ Braquirradical: percute o processo estiloso do rádio, flexão e supinação do 
antebraço (C5-C6); 
→ Patelar: contração do quadríceps com extensão do joelho (L1-L4); 
→ Aquileu: deve haver flexão plantar do pé (L5-S1). 
 
Para verificar o 
reflexo bicipital, com 
braço semifletido, 
coloca-se o polegar na 
dobra do cotovelo do 
paciente e percute o 
tendão do bíceps, 
como resposta, há a 
contração do bíceps e 
supinação do 
antebraço. E para o 
tricipital, o paciente 
relaxa braço e 
percute-se o tendão 
do tríceps. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBS.: É importante saber perguntas direcionadas à queixa do paciente. Em uma 
consulta na neurologia, já é comum o atendimento durar – ao menos – 20 minutos; se 
todas as perguntas possíveis forem realizadas, pode ultrapassar 1h. O professor 
mencionou criticando o exemplo de estudantes que, após escutarem queixa de 
paciente referindo cefaleia intensa, passaram a questionar hábitos de vida referente a 
fumo. 
 
 
SENSIBILIDADE 
 
No quesito de sensibilidade, 
avalia-se tanto a superficial 
quanto a profunda. Na primeira, 
analisa-se o tato e a sensibilidade 
tanto ao calor quanto à dor; na 
segunda, verifica-se a 
propriocepção da pessoa com seu 
corpo, a sensibilidade vibratória, 
barestésica e a do tato 
discriminativo, o qual será mais 
bem estudado. 
A sensibilidade, então, pode ser superficial – tátil, térmica e dolorosa – e profunda – 
propriocepção, vibratória e tato discriminativo. 
 
Parte 8 
SENSIBILIDADE SUPERFICIAL 
T Á T I L 
 
 
 
 
 
 
Na sensibilidade tátil, é possível usar um chumaço de algodão ou mesmo com um pincel 
localizado na base de alguns Martelos de Taylor (ver marcação na imagem acima) para 
avaliar o paciente. Na oportunidade, questiona-se qual o local onde se suspeita problema 
tátil, solicita-se que o paciente feche os olhos e que fale quando sentir o contato do 
instrumento com a superfície em estudo. 
 TRANSCRITO POR BRENDA LEITE 
É muito comum, por exemplo, esse tipo de avaliação nos pés de pessoas diabéticas para 
verificar a existência de neuropatia diabética. 
T É R M I C A 
 
 
 
Para este teste (sensibilidade térmica), é 
possível usar um tubo de vidro de 
laboratório contendo água aquecida e com 
fria. 
 
 
D O L O R O S A 
Utiliza-se uma agulha romba para 
verificar a sensibilidade do paciente (com 
o cuidado de não machucar nem sangrar, 
basta verificar a sensibilidade), inclusive 
reafirmando que não há interesse em 
machucar de modo que o paciente não 
fique preocupado. 
No teste, solicita-se que o paciente feche 
os olhos e, ao sentir o objeto, mencione 
perceber o toque. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SENSIBILIDADE PROFUNDA 
 
V I B R A T Ó R I A 
No teste de sensibilidade vibratória (palestesia), é comum utilizar-se de um diapasão entre 
128Hz a 158Hz, percute-se a extremidade superior do instrumento (marcado em vermelho 
acima) e coloca-se a outra extremidade em uma protuberância óssea (calcâneo, patela, 
espinha ilíaca, cotovelo, mastoide do crânio...). 
B A R E S T É S I C A 
A sensibilidade barestésica (pressão) diz respeito à compressão de grupos musculares. 
P R O M O C E P Ç Ã O 
Na promocepção (capacidade de identificar a posição corporal), pede-se que o paciente 
feche os olhos e, ao movimentar o hálux (“dedão do pé”) para cima ou para baixo, solicita-
se que se informe para que direção se fez o deslocamento. 
 
D I S C R I M I N A T I V A 
→ Estereognosia: na sensibilidade discriminativa do tipo estereognosia, pede-se 
que o paciente, através do tato, informe o que é o objeto entregue a ele pelo médico 
sem que o paciente possa ver. 
 
 
→ Grafestesia: No teste de sensibilidade profunda do tipo grafestesia, faz-se um 
contorno, por exemplo, de um número na pele do paciente, sem que este veja, e 
pede-se que seja dito qual número é. 
 
 
 
 
OBS.: logicamente, não é necessário marcar o paciente com tinta. 
 
 
→ Discriminação de dois pontos: por fim, 
na sensibilidade discriminativa do tipo 
“Discriminação de Dois Pontos”, a qual 
pode ser feita com uma pinça, com um 
clipe ou até com um compasso, coloca-se 
uma ou duas pontas do objeto na pele do 
paciente e este, sem ver, deve responder 
com quantas pontas está sendo tocado. 
 
EXAME CLÍNICO DOS PARES CRANIANOS 
 
 
 
I – NERVO OLFATÓRIO 
 
Pode-se realizar o teste com café moído ou canela, por exemplo. 
 
 
II – NERVO ÓPTICO 
 
Utiliza-se a fundoscopia (exame de fundo de olho) e a campimetria (campo de visão 
central e periférico) por confrontação (certificando-se o campo visual). 
 
III, IV, VI – NERVOS ÓCULOMOTOR, TROCLEAR E ABDUCENTE 
 
Analisa-se a musculatura do globo ocular. 
 
 
 
 
OBS.: O grão de café inteiro pode neutralizar odor. 
 
 
OBS.: em pacientes diabéticos, é comum haver lesão no sexto par craniano, de modo 
que o olho fique voltado para o centro. Recupera-se com o tempo. 
 
 
V – NERVO TRIGÊMEO 
Testa-se a sensibilidade da face (muito comum na odontologia), o reflexo córneo-
palpebral e a musculatura da mastigação. 
 
VII – NERVO FACIAL 
 
Testa-se a mímica facial (abrir e fechar olhos, tentar assobiar, fazer bico, olhar para cima 
e para baixo...). 
 
VIII – NERVO VESTÍBULOCOCLEAR 
 
Realiza-se a audiometria, sendo possível ser feito dois testes. 
 
T E S T E D E W E B E R 
Diapasão 256MHz a 512MHz vibrando é colocado no topo da cabeça do paciente. É 
possível detectar perda de audição condutora e neurossensorial unilateral do paciente. 
 
 
T E S T E / P R O V A D E R I N N E 
“Consiste em aplicar diapasão na região mastoide. Quando o paciente deixar de ouvir a 
vibração, coloca-se o aparelho próximo ao conduto auditivo. Em condições normais, o 
paciente acusa a percepção do som (Rinne positivo). Transmissão óssea mais prolongada 
que a aérea (Rinne negativo) significa deficiência auditiva de condução.” (PORTO & 
PORTO, 2014) 
 
IX, X, XI – NERVOS GLOSSOFARÍNGEO, VAGO E ACESSÓRIO 
 
Analisa-se a parte da deglutição, questionando-se se existe disfagia ou disfonia, verifica-
se a elevação do palato e pode-se propiciar o reflexo de vômito para a avaliação. 
 
XII – NERVO HIPOGLOSSO 
 
“Trata-se de um nervo exclusivamente motor, o qual se origina no bulbo e se dirige para 
os músculos da língua. Investiga-se o hipoglosso pela inspeção da língua – no interior da 
boca ou exteriorizada -, movimentando-a para todos os lado, forçando-a de modo que vá 
de encontro à bochecha e, por fim, palpando-a, para avaliação de sua consistência. Em 
lesões unilaterais (...), ao ser exteriorizada, a ponta da língua se desvia para o lado da 
lesão. Nas lesões bilaterais, as manifestações compreendem atrofia, fasciculação, 
paralisia, acentuada disartria e dificuldade de mastigar e deglutir” (PORTO & PORTO, 
2014) 
 
 
 
 
Parte 9 
DIAGNÓSTICO NEUROLÓGICO 
 
Segue a ordem: 
 TRANSCRITO POR CAIO CÉSAR 
OBS. sobre a aula: O professor falou “Testa-se a motricidade do trapézio. Pede-se 
para o paciente levantar os ombros e rotacionar a cabeça de um lado para outro”, 
mas não foi isso o observado no livro de semiologia médica do Porto. 
 
 
→ Sindrômico: conjunto de sinais e sintomas; 
→ Topográfico: onde está localizada a lesão; 
→ Etiológico: a causa da ocorrência da lesão. 
No diagnostico neurológico, é importante investigar sobre a doença, o modo de instalação 
(seu surgimento) e como progrediram os sintomas. O modo de instalação da doença pode 
ser: 
→ Súbito: um AVC por exemplo, pois o paciente de repente passa mal; 
→ Gradual: pode ser agudo, casos como epilepsia, vascular, traumas, metabólico. 
Também pode ser subagudo, como as infecções, que vão se agravando mais a cada 
dia, além de inflamações e metabólico. 
→ Crônico: surgem sintomas que vão se acentuando de forma não repentina. 
Exemplos: inflamatório,neoplásico, degenerativo e metabólico. 
Sobre o diagnóstico topográfico, o local da lesão pode ser focal (em apenas um local), 
multifocal (em muitos locais ou mais de um), difuso (a lesão se espalha de forma 
generalizada). 
 
 
 
 
 
Em resumo, para um diagnostico neurológico, se inicia com o diagnostico sindrômico, 
ou seja, o ponto inicial são os sinais e sintomas, depois procura o diagnostico 
topográfico, o qual diz respeito a localização da lesão, e por último, o diagnóstico 
etiológico, que investiga as causas da patologia. 
Sintomas inespecíficos: não querem dizer muita coisa a respeito da doença, pois são 
sintomas muito vagos, como disartria*, ataxia* e distúrbios urinários 
A disartria é definida como a dificuldade de utilizar os músculos da fala, ou então a 
fraqueza destes. 
A ataxia ou incoordenação dos movimentos é um sintoma, não uma doença específica 
ou um diagnóstico. A ataxia é frequentemente causada por uma perda da função do 
cerebelo (parte do cérebro que serve como centro de coordenação), medula espinhal 
ou das vias condutoras que interligam o cerebelo e a medula. 
Esse sintoma pode afetar os movimentos dos dedos, das mãos, dos braços, das pernas, 
do corpo, a fala ou o movimento dos olhos. Algumas vezes, a ataxia aparece 
subitamente; outras vezes, gradualmente. 
 
OBS.: um quadro de desorientação aguda em idoso, normalmente deve-se pensar em 
pneumonia infecção urinaria e/ou desidratação. Não há febre, mas há mudança 
imediata de comportamento e tremores nesse paciente idoso. Ao chegar no hospital, 
é importante pedir leucograma, raio-x de tórax, sumario de urina, para descartar essas 
principais suspeitas. 
 
 
SÍNDROMES NEUROLÓGICAS 
 
→ Sensitiva: álgica, isto é, de dor. 
 
 
 
→ Motora: afeta a motricidade do paciente. 
→ De nervos cranianos; 
→ Disautonômicas: o Sistema Nervoso Autônomo não funciona adequadamente e 
pode afetar o funcionamento de órgãos como o coração, intestino, bexiga e vasos 
sanguíneos. 
 
 
 
 
→ Cognitiva; 
→ Hipertensão craniana; 
→ De cauda equina: as vezes compromete a motricidade do paciente. Devido ao 
pouco espaço no cérebro, comparado a outras partes corporais, qualquer coisa 
crescendo, gera sintomas gritantes. 
DOENÇAS PAROXÍSTICA 
 
→ Focais: enxaqueca; epilepsia; AIT (ataques isquêmicos transitórios) e vertigem. 
→ Difusas: sincope (perda de consciência momentânea), encefalopatias diabéticas 
e hepáticas. 
 
 
 
 TRANSCRITO POR CAMILA JALES 
Ex.: nevralgia do Nervo Trigêmio (NT); neuropatia pós herpética, seguida de herpes 
zoster (meralgia parestésica dor intensa de alta sensibilidade). A medicação deve 
evitar o efeito de memória da dor. 
 
OBS.: síndrome do coração partido, também conhecida como cardiomiopatia de 
Takotsuba, é quando o paciente passa por um estresse emocional tão intenso que 
aparecem sintomas semelhantes a um infarto, como falta de ar, dor no peito ou em 
MMSS, ou cansaço. 
 
OBS.: região anterior do cérebro = parte motora.

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