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DIREITO CIVIL V – DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: CAROLINE BITTENCOURT DA EFICÁCIA DO CASAMENTO ARTIGOS 1.565 À 1.570 DO CÓDIGO CIVIL 1. DOS EFEITOS DO CASAMENTO O casamento, conforme amplamente estudado anteriormente, gera uma série de direitos e deveres entre os cônjuges, bem como seus familiares e o filhos havidos dessa comunhão matrimonial. Pode-se, em consequência, afirmar que as relações que se desenvolvem como corolário da constituição da família pertencem a três categorias: • As da primeira têm cunho social, irradiando as suas consequências por toda a sociedade. • As da segunda têm caráter puramente pessoal: limitam-se, em regra, aos cônjuges e aos filhos e são essencialmente de natureza ética e social. Assumem, no entanto, caráter propriamente jurídico pela consideração especial que lhes dá a ordem legal. Concernem, em geral, aos direitos e deveres dos cônjuges e dos pais em face dos filhos. • E as da terceira são fundamentalmente patrimoniais: abrangem precipuamente o regime de bens, a obrigação alimentar e os direitos sucessórios; podem eventualmente estender-se aos ascendentes e aos colaterais até o segundo grau (CC, art. 1.697), ou ainda até o quarto grau (art. 1.839) 1.1. Efeitos Sociais Os efeitos do casamento, em razão de sua relevância, projetam-se no ambiente social e irradiam assuas consequências por toda a sociedade. O matrimônio legaliza as relações sexuais do casal, proibindo a sua prática com outrem e estabelecendo o debitum conjugale. O seu principal efeito, no entanto, é a constituição da família legítima ou matrimonial. Ela é a base da sociedade e tem especial proteção do Estado, conforme estatui o art. 226 da Constituição Federal, que reconhece também a união estável e a família monoparental como entidades familiares (§§ 3º e 4º). A nomenclatura legítima apenas é usada para se diferenciar dos outros tipos de família, não se aplicando com tom pejorativo que era utilizado para nomear os DIREITO CIVIL V – DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: CAROLINE BITTENCOURT filhos havidos fora do casamento, o qual foi proibido ser usado pela CF/88. Pode ser chamada de matrimonial também. Por sua relevância, o Estado não se limita apenas a chancelar sua existência, mas também impõe deveres e assegura direitos aos cônjuges, interferindo na vida particular do casal quando e se necessário. Insere-se no contexto social o planejamento familiar, hoje assegurado constitucionalmente ao casal (CF, art. 226, § 7º). Por sua vez, proclama o § 2º do art. 1.565 do Código Civil: “Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família. § 1º. Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro. § 2º. O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e financeiros para o exercício desse direito, vedado qualquer tipo de coerção por parte de instituições privadas ou públicas.” 1.2. Efeitos Pessoais O principal efeito pessoal do casamento consiste no estabelecimento de uma “comunhão plena devida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges” (CC, art. 1.511). O casamento, destarte, implica necessariamente união exclusiva, uma vez que o primeiro dever imposto a ambos os cônjuges no art. 1.566 do Código Civil é o de fidelidade recíproca. A aludida comunhão está ligada ao princípio da igualdade substancial, que pressupõe o respeito à diferença entre os cônjuges e a consequente preservação da dignidade das pessoas casadas. “Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges: I - fidelidade recíproca; DIREITO CIVIL V – DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: CAROLINE BITTENCOURT II - vida em comum, no domicílio conjugal; III - mútua assistência; IV - sustento, guarda e educação dos filhos; V - respeito e consideração mútuos.” Em complemento, dispõe o art. 1.565 do aludido diploma que, por meio do casamento, “homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família”, reiterando o princípio da ratio do matrimônio (ou comunhão plena de vida), que dispõe compartilhamento mútuo de vida em todos os seus aspectos. É importante salientar que do casamento advém uma situação jurídica relevante para os cônjuges, que adquirem um status especial, o estado de casados, que se vem somar às qualificações pelas quais se identificam no seio da sociedade e do qual decorrem, como foi dito, inúmeras consequências, que não se aferem em valores pecuniários, mas têm expressiva significação, especialmente no tocante às relações jurídicas com a prole e com terceiros. Aos cônjuges é deferido o direito de adquirir o sobrenome um do outro, caso assim desejem. No entanto, há de se ratificar que não constitui uma obrigação, podendo ambos manterem o nome de solteiro. Outrossim, não poderá substituir o apelido de família, sendo permitido apenas acrescentar o sobrenome do cônjuge ao seu próprio. Cabe dizer que, no casamento não há diferença de direitos e deveres relativos aos sexos do contraentes, ao contrário, ambos tem direitos e deveres e iguais perante o todo que representa o casamento, conforme redação dos artigos 1.566, 1.567 e 1.568 do CC/02: . “Art. 1.567. A direção da sociedade conjugal será exercida, em colaboração, pelo marido e pela mulher, sempre no interesse do casal e dos filhos. Parágrafo único. Havendo divergência, qualquer dos cônjuges poderá recorrer ao juiz, que decidirá tendo em consideração aqueles interesses.” DIREITO CIVIL V – DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: CAROLINE BITTENCOURT “Art. 1.568. Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos rendimentos do trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que seja o regime patrimonial.” A direção da família caberá exclusivamente a um dos cônjuges, caso o outro esteja “em lugar remoto ou não sabido, encarcerado por mais de cento e oitenta dias, interditado judicialmente ou privado, episodicamente, de consciência, em virtude de enfermidade ou de acidente” (CC, art. 1.570). Os citados dispositivos do Código Civil refletem a orientação traçada pela Constituição Federal de 1988, que consagrou a mais ampla igualdade dos cônjuges em direitos e deveres concernentes à sociedade conjugal (art. 226, § 5º). 1.3. Efeitos Patrimoniais O casamento gera, para os consortes, além dos efeitos pessoais, consequências e vínculos econômicos, consubstanciados: • no regime de bens; • nas doações recíprocas; • na obrigação de sustento de um ao outro e da prole; • no usufruto dos bens dos filhos durante o poder familiar; • no direito sucessório; • O regime de bens e a mutabilidade motivada O regime de bens e a mutabilidade motivada: A lei cria para os cônjuges, com efeito, o dever de sustento da família, a obrigação alimentar e o termo inicial da vigência do regime de bens. Este, segundo dispõem os §§ 1º e 2º do art. 1.639 do Código Civil, “começa a vigorar desde a data do casamento” e pode ser alterado “mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros”. A princípio, a regime de bens é imutável, devendo ser escolhido antes da celebração do casamento. No entanto, havendo justo motivo, sem prejuízo do direito de terceiros, poderá ocorrer a mudança do regime de bens, mediante processo judicial com sentença transitada em julgado. DIREITO CIVIL V – DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: CAROLINE BITTENCOURT Proteção do patrimônio comum e dos cônjuges: No intuito de preservar o patrimônio da entidade familiar, o novo diploma regula a instituição do bem de família nos arts. 1.711 a1.722. Visando ainda proteger o patrimônio comum e de cada cônjuge, especifica os atos que não podem ser praticados por um dos cônjuges sem a anuência do outro (art.1.647). E, além de assegurar ao cônjuge sobrevivo (art. 1.838) os direitos sucessórios que o diploma de 1916 já lhe conferia, na ausência de descendentes e ascendentes, inova ao incluí- lo como herdeiro necessário (art. 1.845), concorrendo à herança com os descendentes e ascendentes (arts. 1.829, I e II,1.832 e 1.837). No art. 1.789 proclama que, se houver herdeiros necessários, “o testador só poderá dispor da metade da herança”. Direito sucessório dos cônjuges: Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente, todavia, “se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos” (CC, art. 1.830), ressalvada, nesta última hipótese, a prova de que “essa convivência se tornara impossível sem culpa do sobrevivente”. A participação na herança se dá nos seguintes casos: • se o regime de bens era o da separação convencional; • se o regime de bens era o da comunhão parcial e o de cujus tinha bens particulares — hipótese em que o cônjuge será, ao mesmo tempo, herdeiro e meeiro, incidindo a meação apenas sobre o patrimônio comum; • se o regime de bens era o da participação final nos aquestos (CC, art. 1.672), com direito também à herança e meação (art. 1.685) Direito real de habitação: O art. 1.831 do Código Civil assegura ao cônjuge supérstite, “qualquer que seja o regime de bens” e sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o “direito real de habitação”, desde que o imóvel seja destinado à residência da família e o único daquela natureza a inventariar. Se houver dois ou mais imóveis residenciais, não se pode falar em direito real de habitação. 2. DOS DEVERES RECÍPROCOS DOS CÔNJUGES Estão elencados no artigo 1.566 do CC/02, a saber: “Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges: I - fidelidade recíproca; DIREITO CIVIL V – DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: CAROLINE BITTENCOURT II - vida em comum, no domicílio conjugal; III - mútua assistência; IV - sustento, guarda e educação dos filhos; V - respeito e consideração mútuos.” Embora o casamento estabeleça vários deveres recíprocos aos cônjuges, a lei ateve-se aos principais ,considerados necessários para a estabilidade conjugal. A infração a cada um desses deveres constituía causa para a separação judicial, como o adultério, o abandono do lar conjugal, a injúria grave etc. (CC, art. 1.573). Com o advento da Emenda Constitucional n. 66/2010, ficam eles contidos em sua matriz ética, desprovidos de sanção jurídica, exceto no caso dos deveres de “sustento, guarda e educação dos filhos” e de “mútua assistência”, cuja violação pode acarretar, conforme a hipótese, a perda da guarda dos filhos ou ainda a suspensão ou destituição do poder familiar, e a condenação ao pagamento de pensão alimentícia. 2.1. Fidelidade Recíproca O dever de fidelidade recíproca é uma decorrência do caráter monogâmico do casamento. É dever de conteúdo negativo, pois exige uma abstenção de conduta, enquanto os demais deveres reclamam comportamentos positivos. A infração a esse dever, imposto a ambos os cônjuges, configura o adultério ou infidelidade, indicando a falência da moral familiar, além de agravar a honra do outro cônjuge. Se extrapolar a normalidade genérica, pode ensejar indenização por dano moral. 2.2. Vida em comum, no domicílio conjugal A vida em comum, no domicílio conjugal, ou dever de coabitação, obriga os cônjuges a viver sob o mesmo teto e a ter uma comunhão de vidas. Essa obrigação não deve ser encarada como absoluta, pois uma impossibilidade física ou mesmo moral pode justificar o seu não cumprimento. Assim, um dos cônjuges pode ter necessidade de se ausentar do lar por longos períodos em razão de sua profissão, ou mesmo de doença, sem que isso signifique quebra do dever de vida em comum. DIREITO CIVIL V – DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: CAROLINE BITTENCOURT O que caracteriza o abandono do lar é o animus, a intenção de não mais regressar à residência comum. Só a ausência do lar conjugal durante um ano contínuo, sem as finalidades do 1.569, caracteriza o abandono voluntário, como dispõe o art. 1.573, IV, do Código Civil (caracteriza separação de fato). 2.3. Justa causa para a cessação da vida em comum Cessa, todavia, o dever de vida em comum, havendo justa causa para o afastamento do lar: • Se um consorte não trata o outro com o devido respeito e consideração. • Se o marido, por exemplo, pretender que a mulher o acompanhe na sua vida errante, ou que com ele perambule para subtrair-se a condenação criminal 2.4. Pagamento do debitum conjugale O cumprimento do dever de coabitação pode variar, conforme as circunstâncias. Assim, admite-se até a residência em locais separados, como é comum hodiernamente. Porém, nele se inclui a obrigação de manter relações sexuais, sendo exigível o pagamento do debitum conjugale. Já se reconheceu que a recusa reiterada da mulher em manter relações sexuais com o marido caracteriza injúria grave, salvo se ela assim procedeu com justa causa. No entanto, tal determinação não abrange certos tipos de preferências sexuais, tais como fantasias ou taras, principalmente se o cônjuge se sentir ofendido em sua integridade psicológica ou física, o que caracteriza o justo motivo para recusar- se. 2.5. Aspectos da comunhão de vida A comunhão de vida sexual é, contudo, apenas um dos aspectos da comunhão de vida, sendo dominada pela ideia diretriz de dedicação exclusiva, mostrando íntima conexão com o dever de fidelidade recíproca. A união de vida abrange, além dos aspectos materiais da comunidade de vida sexual e coabitação (comunhão de cama, mesa e casa), o aspecto espiritual. DIREITO CIVIL V – DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: CAROLINE BITTENCOURT 2.6. Domicílio conjugal A vida em comum desenvolve-se no local do domicílio conjugal. A fixação do domicílio competia ao marido. Hoje, no entanto, diante da isonomia de direitos estabelecida na Constituição Federal e do mencionado art. 1.569 do Código Civil, a escolha do local deve ser feita pelo casal. Caberá ao juiz solucionar eventual desacordo no tocante a essa escolha, bem como à direção da sociedade conjugal (CC, art. 1.567, parágrafo único). 2.7. Mútua assistência O dever de mútua assistência obriga os cônjuges a se auxiliarem reciprocamente, em todos os níveis. Assim, inclui a recíproca prestação de socorro material, como também a assistência moral e espiritual. Envolve o desvelo próprio do companheirismo e o auxílio mútuo em qualquer circunstância, especialmente nas situações adversas. Trata de um conjunto de gestos, atenções, cuidados na saúde e na doença, serviços, suscitados pelos acontecimentos cotidianos. 2.8. Abandono material e ausência de apoio moral Não só o abandono material como também a falta de apoio moral configuram infração ao dever de mútua assistência. No primeiro caso, constitui fundamento legal para a ação de alimentos. Se qualquer dos cônjuges faltar ao dever de assistência, pode ser compelido compulsoriamente à prestação alimentar. O dever de mútua assistência extingue-se, porém, com a dissolução da sociedade conjugal pelo divórcio. A igualdade dos cônjuges no casamento, assegurada em nível constitucional, não mais permite qualquer distinção baseada na diversidade de sexos ou em concepção hierarquizada que impute à mulher dever de obediência e ao marido dever de proteção da mulher, como ocorria outrora. 2.9. Sustento, guarda e educação dos filhos O sustento e a educação dos filhos constituem deveres deambos os cônjuges. A guarda é, ao mesmo tempo, dever e direito dos pais. A infração ao dever em epígrafe sujeita o infrator à perda do poder familiar e constitui fundamento para ação de alimentos. DIREITO CIVIL V – DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: CAROLINE BITTENCOURT Subsiste a obrigação de sustentar os filhos menores e dar-lhes orientação moral e educacional mesmo após a dissolução da sociedade conjugal, até eles atingirem a maioridade, podendo ser estendido até a aquisição de diploma de graduação em nível superior de educação. a) Dever de sustento: O dever de sustento ou de prover à subsistência material dos filhos compreende o fornecimento de alimentação, vestuário, habitação, medicamentos e tudo mais que seja necessário à sua sobrevivência. b) Dever de fornecer educação: Abrange a instrução básica e complementar, na conformidade das condições sociais e econômicas dos pais. c) Dever de guarda: Obriga à assistência material, moral e espiritual, conferindo ao detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive pais. É um dever que compete a ambos os pais em igualdade de deveres e direitos e não se extingue com a dissolução da sociedade conjugal. Mesmo que apenas um dos genitores seja o detentor da guarda (como no caso de guarda unilateral), permanece a igualdade dos dois referente aos filhos. 2.10. Respeito e consideração mútuos O respeito e consideração mútuos representam a base da sociedade conjugal, insculpido pelo artigo 1.511 do CC, segundo o qual o casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges. Tem relação com o aspecto espiritual do casamento e com o companheirismo que nele deve existir. Demonstra a intenção do legislador de torná-lo mais humano. O dever ora em estudo inspira-se no princípio da dignidade da pessoa humana, que não é um simples valor moral, mas um valor jurídico, tutelado no art. 1º, III, da Constituição Federal. 3. DIREITOS E DEVERES DE CADA CÔNJUGE O art. 233 do Código anterior estabelecia que o marido era o chefe da sociedade conjugal, competindo-lhe a administração dos bens comuns e particulares da mulher, o direito de fixar o domicílio da família e o dever de prover à manutenção da família. DIREITO CIVIL V – DIREITO DE FAMÍLIA PROFESSORA: CAROLINE BITTENCOURT Todos esses direitos agora são exercidos pelo casal, em sistema de cogestão, devendo as divergências ser solucionadas pelo juiz. Dispõe, a propósito, o art. 1.567 do Código Civil de 2002: “Art. 1.567. A direção da sociedade conjugal será exercida, em colaboração, pelo marido e pela mulher, sempre no interesse do casal e dos filhos. Parágrafo único. Havendo divergência, qualquer dos cônjuges poderá recorrer ao juiz, que decidirá tendo em consideração aqueles interesses.” Não há mais que falar em poder marital. Não cabe ao marido interferir nos assuntos particulares da mulher, impor-lhe ou proibir-lhe leituras e estudos, nem abrir-lhe a correspondência. O mesmo se diga da mulher em relação ao marido. O dever de prover à manutenção da família deixou de ser apenas um encargo do marido, incumbindo também à mulher, de acordo comas possibilidades de cada qual. Preceitua, com efeito, o art. 1.568 do Código Civil: “Art. 1.568. Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos rendimentos do trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que seja o regime patrimonial.” Se qualquer dos cônjuges estiver desaparecido ou preso por mais de cento e oitenta dias, interditado judicialmente ou privado, temporariamente, de consciência, em virtude de enfermidade ou de acidente, “o outro exercerá com exclusividade a direção da família, cabendo-lhe a administração dos bens” (CC, art. 1.570).