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Aula 8- Enfermidades Renais pt1

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Prof.ª: Msc. Bianca Saguie
Enfermidades renais parte 1
Objetivos da aula
➢ Revisão sistema renal e funções do rim;
➢ Principais patologias renais;
➢ Fisiopatologia;
➢ Tratamento e dietoterapia.
Revisão do sistema renal
• Manter o equilíbrio hidroeletrolítico;
• Recebe 20% do DC, filtra 1.600 L/dia de sangue - 180L ultrafiltrado;
• Reabsorção transforma ultrafiltrado em 1,5 L de urina;
• Rins - parede posterior do abdômen;
• Cerca de 150 gramas tamanho aproximado de uma mão fechada.
Revisão do sistema renal
• Cada -800.000-1 milhão de néfrons (a unidade funcional);
• O rim não regenera novos néfrons;
• A partir dos 40 o nº néfrons funcionais cai cerca de 10% a cada 10a;
• Cada néfron contém grupo de capilares (glomérulo), e um longo
túbulo.
Revisão do sistema renal
• Glomérulo – ultrafiltrado – passiva (pressão do vaso);
• Túbulos reabsorvem componentes do ultrafiltrado;
• Parte do processo é ativa e exige gasto de ATP;
• A urina é canalizada nos túbulos coletores comuns.
Revisão do sistema renal
Revisão do sistema renal
• Ureter único por rim – bexiga;
• Bexiga armazena para eliminação.
Regulação do volume urinário
• ADH (vasopressina) - controla excreção de H2O;
• Excesso de água corporal -> baixa osmolaridade -> Interrupção na
secreção de ADH;
• Oligúria – volume <500mL/dia;
• Anúria – volume <100mL/dia.
A capacidade do rim de eliminar
adequadamente os produtos de
degradação nitrogenados é
definida como FUNÇÃO RENAL
Regulação da pressão arterial
• Baixo vol sanguíneo (baixa PA) -> glomérulo libera renina –> ativa
angiotensinogênio em angiotensina I; ECA (pulmões) ativa em
angiotensina II -> vasoconstricção + estímulo para aldosterona.
• Aldosterona – Reabç de Na + excreç K no túbulo contorcido distal
• ADH – Rabç de água no túbulo coletor.
Vitamina D
Funções do rim
Litíase renal
• Cálculo renal ou nefrolitíase;
• Maior frequência 4ª e 5ª décadas de vida;
• FR história familiar de cálculos, obesidade, DM, SM;
• Processo complexo - presença de promotores e inibidores;
• Obesos que formam cálculos – excreção aumentada de sódio,
cálcio, ácido úrico e citrato e apresentam pH urinário mais ácido.
Litíase renal
CÁLCULO DE CÁLCIO
• Ingestão excessiva de cálcio, alta absorção intestinal, diminuição da
reabsorção renal ou repouso ao leito prolongado;
• Suplementação de cálcio - fator preditor.
Litíase renal
CÁLCULO DE OXALATO
• Ácido biliar normalmente reabsorvido no TGI;
• Quando não, aumenta permeabilidade intestinal ao oxalato;
• O ácido ascórbico é responsável por 35% a 55% do oxalato urinário;
• SUPLEMENTAÇÃO VIT C ??;
• Oxalobacter formigenes - probiótico reduz abç intestinal de oxalato;
• Modulação intestinal e redução do oxalato dietético e consumo
simultâneo de alimentos ricos em cálcio.
Litíase renal
CÁLCULO DE ÁCIDO ÚRICO
• Produto final do metabolismo das purinas do alimento, da síntese de
novo e do catabolismo tecidual;
• Urina supersaturada com ácido úrico não dissociado, o que ocorre
em um pH urinário inferior a 5,5;
Litíase renal
• Cálculo de ácido úrico - único que responde à terapia de dissolução
por alcalinização da urina - dieta com alto teor de vegetais e baixo
teor de purinas OU medicamentos.
• Litotripsia por ondas de choque;
• Remoção cirúrgica.
TRATAMENTO CLÍNICO
Litíase renal
• Meta - evitar a formação e crescimento de cálculos;
• Hidratação - 3L/dia;
• Prática - 30ml/kg/dia.
• Proteína - 0,8g a 1g/kg/dia;
• CHO - cuidado com bebidas açucaradas;
• Suco de groselha preta - excreção urinária de citrato e oxalato;
• Chás e café induzem a diurese.
TRATAMENTO NUTRICIONAL
Atenção!
Chá verde e preto = 
Alto oxalato
↓
Solução = Tomar 
com leite
Litíase renal
• Dieta adequada – cálcio, proteínas, sal (<4g) – impacta mais na
excreção que dieta pobre em oxalato;
• Ca dietético (150mg) - reduz a abç de oxalato;
• Magnésio - inibe abç oxalato;
• DASH é eficiente para proteção contra o cálculo renal.
• Frutose pode aumentar excreção de cálcio, oxalato e ácido úrico.
TRATAMENTO NUTRICIONAL
Litíase renal
• Vitamina C - Não exceder 90mg/dia;
• Ômega 3 (EPA = 1800mg/dia)
TRATAMENTO NUTRICIONAL
Litíase renal
TRATAMENTO NUTRICIONAL
Litíase renal
Litíase renal
IRA
• Insuficiência Renal Aguda – IRA;
• Redução ou perda de funcionalidade temporário ou permanente;
• Lesão Renal Aguda – mais abrangente;
• Sintomas desde creatinina alta até anúria;
• 3,5% a 5% evoluem para diálise - mortalidade de 60%;
• Redução abrupta da função renal.
• Pré-renal, renal e pós-renal;
Maior duração e necessidade
de diálise mais frequente;
• Pré-renal - hipoperfusão renal, sem defeito estrutural nos rins;
• Hemorragia, depleção de volume, insuficiência cardíaca congestiva,
cirrose hepática descompensada, etc;
• Renal - parênquima renal - por isquemia ou nefrotoxinas;
• Sepse, substancias nefrotóxicas, doenças vasculares,
glomerulonefrites e nefrite intersticial aguda;
• Pós-renal - obstrução na pelve renal, ureter, bexiga ou uretra;
• Função geralmente normal após a desobstrução da via urinária.
IRA
IRA
• Hiperglicemia - comum – RI, citocinas; acidose;
• 110-149mg/dL paciente crítico c IRA fora de hiper/hipoglicemia;
• Aumento de VLDL e LDL, redução total e HDL;
• Hipertrigliceridemia - lipólise prejudicada (>400 mg/dL);
• Catabolismo intenso/síntese prejudicada - balanço nitrogenado -;
• HIPERCATABOLISMO: mediadores inflamatórios, acidose,
hormônios catabólicos, perda de substratos diálise;
• Terapia renal substitutiva – perdas de ptns e aas.
IRA x ESTADO NUTRICIONAL
IRA
TERAPIA NUTRICIONAL
IRA
• Energia – 20-40 kcal/kg/dia – estresse paciente;
• Não exceder 30kcal/kg/dia não ptn - hiperglicemia, hipervolemia e
hipertrigliceridemia;
TERAPIA NUTRICIONAL
IRA
TERAPIA NUTRICIONAL
IRA
• Vit hidrossolúveis, ácido fólico e selênio – suplementar em diálise;
• Vit C - máx100mg/dia - oxalose (depósito oxalato de Ca rins e trato);
• Sódio cuidado em pacientes oligúricos;
• Potássio cuidado na fase oligúrica; Repor perdas na diálise.
• Alteração de marcadores convencionais
TERAPIA NUTRICIONAL
IRA
Doenças glomerulares
• Glomérulo:
• Produz ultrafiltrado e previne determinadas substâncias nele;
• Síndrome Nefrótica
• Síndrome Nefrítica
Síndrome nefrótica
• Grupo de doenças – perda de barreira à proteína;
• Perda de proteína urinária - hipoalbuminemia, edema,
hipercolesterolemia, hipercoagulabilidade e metabolismo ósseo
anormal;
• Geralmente associada - DM, LES;
• Doenças renais favorecem - doença por lesão mínima, nefropatia
membranosa, glomeruloesclerose focal, glomerulonefrite
membranoproliferativa.
Síndrome nefrítica
• Inflamação das alças capilares do glomérulo;
• Agudas – súbitas e breves – recuperação, síndrome nefrótica
crônica ou doença renal em estágio Terminal;
• Hematúria – dano barreira glomerular; HAS e perda de função renal;
• Causas – infecção, lúpus eritematoso sistêmico, vasculite, etc.
Síndrome nefrótica x nefrítica
Síndrome nefrótica x nefrítica
Síndrome nefrótica
Sem hematúria;
Proteinúria maciça;
Albumina plasmática aixa;
Edema generalizado;
Hipercolesterolemia;
Glomérulos c/ ou s/ inflamação;
PA normal ou baixa;
Pode progredir para DRC
Síndrome nefrítica
Hematúria;
Proteinúria moderada;
Albumina plasmática normal;
Edema moderado;
Colesterol normal;
Glomérulos inflamados;
PA elevada;
Pode progredir para DRC
Doenças tubulares
• Túbulos renais - suscetíveis à lesão isquêmica!
• Nefrite intersticial, Síndrome de Fanconi, acidose tubular renal
(ATR), pielonefrite
Nefrite intersticial
• Abuso de analgésicos, doença falciforme, diabetes mellitus ou
refluxo vesicoureteral;
• Incapacidade de concentrar a urina e Insuficiência renal leve.
• Manejo dietético = Aumentar a ingestão de líquidos.
Síndrome de Fanconi
• Incapacidade de reabsorver glicose, aas, fosfato e bicarbonato no
túbulo proximal;
• Adultos - acidose, hipopotassemia, poliúria ou osteomalacia;• Crianças - poliúria, retardo do crescimento, raquitismo e vômitos.
• Tratamento dietético - grandes volumes de água e suplementos
dietéticos de bicarbonato, potássio, fosfato, cálcio e vitamina D.
Acidose tubular renal (ATR)
• Defeito no processamento tubular do bicarbonato, pode ser causada
no túbulo distal (tipo 1) ou no túbulo proximal (tipo 2);
• ATR distal - osteomalacia, nefrolitíase, nefrocalcinose;
• Tratamento sup de bicarbonato - de 70 a 100 mEq/dia.
Pielonefrite
• Infecção bacteriana dos rins - não exige manejo dietético
• Suco de cranberry ou mirtilo;
• Taninos e proantocianidinas – inibir adesão bacteriana;
• Café, álcool e refrigerantes devem ser evitados, visto que eles
irritam as vias urinárias e causam desidratação.
bianca.saguie@estacio.br
Paciente R.S.M., feminino, 30 anos (80kg, 1,64m). Solteira e sem filhos.
Deu entrada em emergência, onde constatou-se presença de cálculo
renal. A paciente relata não ter tempo para praticar exercícios e preparar
suas refeições. Costuma fazer 3 grandes refeições (café, almoço e jantar),
composta por produtos industrializados prontos pra consumo. Relata
gostar muito de carne, e com frequência come churrasco (apenas as
carnes) no jantar. Consome muito café ao longo do dia, adoçado com 3
colheres de açúcar, além de refrigerantes, balas e biscoitos.
Segundo o quadro, qual provável composição dos cálculos renais? Quais
principais orientações nutricionais? Calcule o valor energético diário da
dieta a ser ofertada e faça a distribuição em macronutrientes. Algum
alimento ou suplemento deve ser usado ou evitado? Explique sua conduta.
Caso clínico 8

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