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Gestão de Clientes Pós-Graduação Sumário Pós-graduação GESTÃO DE CLIENTES – UNIDADE I – ADMINISTRAÇÃO PROF. MSC. MARCELO S. ZAMBON 1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ..............................................................................................3 1.1 ou informações e reflexões importantes? ..................................................................4 2. O CONTEXTO HISTÓRICO DA ‘SOCIEDADE PÓS-CAPITALISTA .................................... 5 2.1 Pense ..........................................................................................................................................7 2.2 CONSUMO E SOCIEDADE ATUAIS ..................................................................................9 3. CLIENTES: DEFINIÇÕES E ENTENDIMENTOS ...................................................................... 10 3.1 Cliente .....................................................................................................................................10 3.2 Dois Compostos de Marketing e a Gestão de Clientes: 4P’s e 4C’s ...............11 3.3 Consumidor ......................................................................................................................... 13 3.4 Comprador ........................................................................................................................... 13 3.5 Pagante .................................................................................................................................. 13 3.6 Cliente Externo ................................................................................................................... 13 3.7 Cliente Pessoal .................................................................................................................... 14 3.8 Cliente da Concorrência ................................................................................................. 14 3.9 Cliente Interno.................................................................................................................... 14 3.10 Cliente Lucrativo ............................................................................................................. 15 3.11 Então, O Que é um Cliente .......................................................................................... 15 4. MEGATENDÊNCIAS: UMA VISÃO ........................................................................................... 16 4.1 A Indústria do Bem-Estar............................................................................................... 17 4.2 As Dezesseis Tendências na Economia segundo Faith Popcorn. .................... 18 4.3 Um Caso: Novos Prédios estimulam o Encasulamento .................................... 22 5. A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO PARA O PROCESSO DE PLANEJAMENTO DAS ORGANIZAÇÕES ................................................................................................................................ 24 5.1 Pesquisa de Marketing (PM) ao Sistema de Informação de Marketing (SIM) ..................................................................26 5.2 O Sistema de Informação ...............................................................................................26 5.3 O Sistema de Informação de Marketing (SIM): contexto .................................28 5.4 Quanto aos Modelos de SIM ......................................................................................... 31 5.4.1 Sistema de inteligência de marketing ........................................................................31 5.4.2 A Pesquisa de Marketing ............................................................................................... 32 5.5 Resumo sobre o SIM ........................................................................................................ 32 5.6 Caso para Estudo: Você Tem Clientes Demais ....................................................... 33 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................38 COMPLEMENTAR ..............................................................................................................................40 3 Pós-graduação 1. MENSAGEM DE BOAS VINDAS E APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Veja bem vindo ao mundo da gestão de clientes, uma disciplina cada vez mais demandada e cuja ação é mais presente no cotidiano das organizações. Através dela você compreenderá com maior profundidade a importância do relacionamento entre organizações e pessoas (clientes e consumidores), na busca de melhor atender clientes, de atrair e retê-los, de desenvolver colaboradores satisfeitos, de fazer com que a organização / marca fique positivamente na memória dos consumidores. Nesse método on line (EAD – Educação A Distância), você poderá aproximar-se ainda mais desta realidade uma vez que possui a rede mundial de computadores (internet) a seu favor. Poderá, por exemplo, estudar casos e artigos de empresas, verificar o que elas fazem para bem atender em meio virtual e nos ambientes de lojas tradicionais, realizar pesquisas e comparações, e ainda, poderá manter contato com seu professor. É muito importante que você aproveite o potencial que a Internet oferece. Na tela de seu computador você tem acesso a universidades, revistas, institutos de pesquisas, empresas, cultura e comportamento etc. A rede serve para estudos, comparações, compras, pesquisas em geral, em outras palavras, a conectividade e a acessibilidade a conteúdos representam um novo modo de fazer as coisas (comportamento). Não podermos nos ausentar desta oportunidade. Os clientes das organizações que conhecemos e com as quais trabalhamos não ficarão distantes desta realidade, basta verificar o crescimento constante do comércio eletrônico por exemplo. A disciplina Gestão de Clientes é dinâmica, oportuna e direta. Através dela você poderá compreender: 1. Histórico da sociedade capitalista ao pós-capitalismo. 2. O sentido e definições de termo cliente e consumidor. Por exemplo, os papeis do cliente (usuários, comprador e pagante). 3. Megatendências e as dezesseis tendências da economia propostas pela autora Faith Popcorn. 4. O que é e, a importância do Sistema de Informação de Marketing (SIM) para as organizações e clientes, e contexto do processo de tomada de decisão. 5. Segmentação de mercado. 6. Atributos valorizados pelos clientes. 7. As principais ferramentas de gestão de clientes: soluções tecnológicas que servem como canais de acesso dos clientes às organizações. 8. E, o processo de avaliação da satisfação e da insatisfação dos clientes, também enquanto diferencial competitivo para atrair e reter clientes lucrativos. Gestão de Clientes 4 Gestão de Clientes Muito mais que isso, essa disciplina ajudará a você a melhor compreender que cada pessoa, na figura de comprador, pagante ou consumidor (ou todas ao mesmo tempo) tem perfil comportamental distinto. Quando um determinado perfil ou grupo de perfis é identificado, criamos grupos com características semelhantes (segmentos), sendo que, quanto mais homogêneos forem os grupos maiores serão as chances de sucesso das campanhas de comunicação a eles destinadas. Mas, lembre-se, nem mesmo em um grupo homogêneo, as pessoas que o compõem são tão semelhantes a ponto de serem tratadas exatamente da mesma maneira, logo, os diferentes traços de personalidade de uma pessoa a tornam única e é assim que cada indivíduo deseja ser tratado, como único, (é o reconhecimento de que são deferentes). 1.1 OUTRAS INFORMAÇÕES E REFLEXÕES IMPORTANTES Nesse material, você contará com o texto de suporte (Aulas de 1 a 9), a bibliografia básica a ser estudada (livro recomendado), a bibliografia complementar (livros e outras fontes que contemplam o conteúdo), além de estudos de caso e exercícios para reflexão e fixação, indicações de leituras complementares (inclusive na Internet), glossário etc. A partir deste momento, procure compreender o sentido dos termos comportamentoe relacionamento, concentre-se em entender que cada indivíduo apresenta um padrão ou tipo de comportamento que lhe torna único e que esse individuo quando visto ou estudado isoladamente pode receber determinado tipo de tratamento exclusivo (personalização e customização), por sua vez, quando lembramos que esse indivíduo não vive sozinho, que portanto, ele existe na coletividade, o tratamento que lhe será dado poderá não ser exatamente exclusivo, mais sim, a compilação de padrões a partir de outros indivíduos com comportamentos semelhantes (segmentação de mercado). Com isso, o tratamento oferecido a um grupo homogêneo buscará ser o melhor possível. E qual a importância deste fato? É que não existe uma resposta que atenderá a cem por cento dos indivíduos desse grupos, mas deve haver o esforço de se chegar a melhor solução possível que, da melhor maneira possível atenderá a todos. A ‘Gestão de Clientes’ busca estabelecer este equilíbrio, uma vez que não há recursos humanos e financeiros na maioria das organizações para um padrão de atendimento totalmente individualizado, a não ser para aquelas que trabalham com produtos estritamente Premium ou VIP. Talvez, Rolls-Royce etc. EXERCÍCIO PARA REFLEXÃO: Como exercício inicial, procure na rede mundial de computadores, se as empresas que você mais conhece ou com as quais você usualmente tem relacionamento no ambiente físico (faz compras), oferecem algum tipo de serviço na própria internet, por exemplo, se vendem, se dão orientações sobre características do produto, durabilidade, assistência técnicas etc. Partindo disso, compare a empresa com suas principais concorrentes, buscando apurar qual delas oferece o melhor produto/serviço ou melhores soluções e, explique porque você acha que isso ocorre, apontando as características que propõem que uma empresa seja melhor que outra no tocante a sua atuação da rede mundial de computadores? Obs.: Pense assim: faça um exercício de comparação entre empresas do mesmo segmento através da Internet. 5 Pós-graduação O CONTEXTO HISTÓRICO DA SOCIEDADE PÓS-CAPITALISTA E O CONSUMO Objetivo Ao final desta aula, você deverá ser capaz de rever sua capacidade crítica no contexto de uma sociedade pós-capitalista e, poderá desenvolver um aprofundamento de sua visão geral do mundo, trocando frases feitas e afirmações insensatas de oportunistas, por discussões dialéticas que buscam maior compreensão da realidade e do que fazer para melhorá-la. Síntese Esta é a mais teórica desta disciplina, e não por acaso – espera que você entenda que seus atos (das organizações) representam a conduta, ética ou não, que poderá ajudar ou piorar a situação ambiental global, e com isso, tais atos podem também, interferir na visão do seu cliente sobre você etc. Importante: O conteúdo desta aula deve ser visto também como um complemento cultural em sua formação, sendo que o livro destacado na referência bibliográfica básica poderá contribuir sobremaneira para maior entendimento e complementação. Fica, portanto, a seguinte sugestão: realize pesquisas mais profundas sobre o tema, objetivando envolver-se com o contexto histórico do mundo (em especial, o mundo organizacional). 2. O CONTEXTO HISTÓRICO DA ‘SOCIEDADE PÓS-CAPITALISTA’: ENTENDIMENTO De tempos em tempos, dois ou três séculos, por exemplo, ocorre na história do mundo, em especial na história ocidental uma grande transformação, com, por exemplo, a sociedade se reorganiza através de visão do mundo, sua forma de interpretar a realidade e seus hábitos e valores, sua estrutura social e política, suas artes, suas instituições e modo de gerenciá-las etc. Uma transformação marcante que podemos destacar aqui foi a ocorrida no século treze, quando o mundo europeu, quase da noite para o dia, passou a se reorganizar e centralizar-se na nova cidade – com a emergência das guildas municipais como grupos sociais dominantes e o renascimento do comércio a grandes distâncias; com a arquitetura gótica, eminentemente urbana e praticamente burguesa, e os novos pintores de Siena; com a mudança para Aristóteles como a fonte da sabedoria e as universidades urbanas substituindo os mosteiros e seu isolamento rural como centro de cultura; com as novas ordens religiosas urbanas, os dominicanos e franciscanos, emergindo como carreiras de religião, aprendizado e espiritualidade; e, em poucas décadas, com as mudanças do latim para o vernáculo e a criação, por Dante, da literatura européia. (Drucker, 1999). Aproximadamente dois séculos mais tarde, a transformação seguinte teve lugar nos sessenta anos entre a invenção da imprensa por Gutenberg em 1455 e a Reforma Protestante de Lutero em 1517 (O termo imprensa deriva da prensa móvel, processo gráfico criado por Johannes Guttenberg no século XV e que, a partir do século XVIII, foi usado para imprimir jornais, então os únicos veículos jornalísticos existentes. De meados do século XX em diante, os jornais passaram a ser também radiodifundidos e teledifundidos (radiojornal e telejornal) e, com o advento da Word Wide Web, vieram também os jornais on-line, ou 6 Gestão de Clientes ciberjornais, ou webjornais. O termo “imprensa”, contudo, foi mantido). (A Reforma Protestante foi um movimento que começou no século XVI com uma série de tentativas de reformar a Igreja Católica Romana e levou subseqüentemente ao estabelecimento do Protestantismo, que foi um dos grandes ramos do Cristianismo, que devido à sua própria natureza, é diverso em sua composição, doutrinas, práticas e culto). Ainda nesse período floresceu o Renascimento, com seu apogeu entre 1470 e 1500 em Florença e Veneza (O Renascimento ou Renascença, foi um movimento cultural e simultaneamente um período da história européia, considerado como marcando o final da Idade Média e o início da Idade Moderna. O Renascimento é normalmente considerado como tendo começado no século XIV em Itália e no século XVI no norte da Europa.). Houve também, no mesmo período, a descoberta da América pelos europeus; da Infantaria Espanhola, o primeiro exército regular desde as legiões romanas; da redescoberta da anatomia e, com ela, da pesquisa científica; e da adoção generalizada dos algarismos árabes pelo Ocidente. E, mais uma vez, ninguém que vivesse em 1520 conseguiria imaginar como era o mundo em que seus avós tinham vivido e no qual seus pais tinham nascido. A próxima fase transformadora começou em 1776, ano da Revolução Americana (Tal revolução teve suas raízes com a assinatura do Tratado de Paris que em 1763 acabou por finalizar a Guerra dos Sete Anos. Ao final do conflito, o território do Canadá foi incorporado pela Inglaterra. Neste contexto, as treze colônias representadas por Massachusetts, Rhode Island, Connecticut, New Hampshire, Nova Jersey, Nova York, Pensilvânia, Delaware, Virgínia, Maryland, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia começaram a enfrentar seguidos e crescentes conflitos com a metrópole, pois devido aos enormes gastos com a guerra, a Metrópole inicia uma maior exploração sobre essas áreas. As colônias finalmente desencadeariam o desejo e a declaração de independência, em 4 de julho de 1776, e a Guerra de independência dos Estados Unidos da América. A guerra teria fim em 1783, quando a independência dos Estados Unidos foi reconhecida pelo Reino Unido no Tratado de Paris de 1783. Apesar da estrutura social ter permanecido inalterada {o norte continuou capitalista e no sul a escravidão foi mantida}, a Guerra da Independência dos Estados Unidos é chamada de revolução por ter instituído, na Constituição de 1787, vigente até hoje, uma república federal, a soberania da nação, e divisão tripartida dos poderes. Além disso, influenciou as revoluções liberais que aconteceram na Europa, como a Revolução Francesa.). Outro importante ocorrido foi o aperfeiçoamento do motor a vapor por James Watt e da publicação da A Riqueza das Nações, de Adam Smith. Essa fase terminou quase quarenta anos depois, em Waterloo – período durante o qualnasceram todos os “ismos” modernos. O capitalismo, o comunismo e a Revolução Industrial surgiram durante essas décadas, que também viram a criação – em 1809 – da universidade moderna (Berlim) e do ensino universal. Essas quatro décadas trouxeram a emancipação dos judeus – 1815 os Rothschilds haviam adquirido um grande poder, fazendo sombra a reis e príncipes. Na verdade, esses quarenta anos produziram uma nova civilização européia. Mais uma vez, ninguém que vivesse em 1820 poderia imaginar o mundo dos seus avós e no qual seus pais haviam nascido. Mais duzentos anos, então temos as transformações do nosso tempo, mas que não se limitam à Johannes Gensfleisch zur Laden zum Gutenberg, ou simplesmente João Gutenberg (cerca da década de 1390 - 3 de Fevereiro de 1468), foi um inventor alemão que se tornou famoso pela sua contribuição para a tecnologia da impressão e tipografia. Inventou uma liga para os tipos de metal e tintas à base de óleo, além de uma prensa gráfica, inspirada nas prensas utilizadas para espremer as uvas no fabrico do vinho. Tradicionalmente, crê-se que teria inventado os tipos móveis - que não foram mais, no entanto, que uma melhoria dos blocos de impressão já em uso, então, na Europa. Acredita-se que a imprensa foi uma das maiores invenções da humanidade. 7 Pós-graduação sociedade e à história ocidental. Na realidade, uma das mudanças mais importantes é que não existe mais uma história ou uma civilização “ocidental”, mais sim uma história e uma civilização mundiais – em essência, ambas são “ocidentalizadas”. É discutível se a transformação começou com a emergência do primeiro país não-ocidental, o Japão, como grande potência econômica – isto é, por volta de 1960 – ou com o computador, isto é, com a informação passando a ser fundamental (Drucker, 1999). Certamente, ainda estamos transitando conjuntamente as transformações do nosso tempo. Talvez entre 2010 até 2020 tenhamos consolidado esse momento histórico, mas com a “aceleração do tempo”, é até possível especular que algumas transformações já tenham passado e outras estejam por vir separando o nosso tempo em várias transformações quase que igualmente importantes para a humanidade. Em outra linha, podemos simplesmente observar as transformações de acordo com o modelo que adotei até agora, cujo intervalo é de aproximadamente uns duzentos anos. Seja qual for o parâmetro, certamente, muitas informações relevantes não podem passar despercebidas atualmente, pois, dirigirão o caminho de todos num futuro nada distante, e nossa transformação ainda não acabou, está acontecendo. E veja que nem tratei de assuntos, tais como: poluição, efeito-estufa, terrorismo mundial, genoma humano, novas tecnologia nas áreas: médica, aeronáutica, automobilística, agrícola etc. 2.1 PENSE A primeira tentativa bem-sucedida para compreender os fatos iniciados em 1455 que transformaram a Idade Média e o Renascimento no mundo moderno, foi feita somente cinqüenta anos depois, com os Comentários, de Copérnico, escrito em 1510 e 1514; com o O Príncipe de Maquiavel escrito em 1513; com a síntese, por Michelangelo, de toda a arte renascentista no teto da Capela Sistina, pintado entre 1508 e 1512; e com o restabelecimento da Igreja Católica no Concílio de Trento por volta de 1540. (O Concílio de Trento, realizado de 1545 a 1563, foi o 19º concílio ecumênico, convocado pelo Papa Paulo III para assegurar a unidade de fé e a disciplina eclesiástica. A sua convocação surge no contexto da reação da Igreja Católica à divisão que se vive na Europa do século XVI quanto à apreciação da Reforma Protestante. Tal Concílio foi o mais longo da história da Igreja e passou a ser visto como Concílio da Contra-Reforma. Emitiu numerosos decretos disciplinares. O concílio especificou, claramente, as doutrinas católicas quanto à salvação, os sacramentos e o cânon bíblico, em oposição aos protestantes e estandardizou a missa através da igreja católica, abolindo largamente as variações locais. A nova missa estandardizada tornou-se conhecida como a “Missa Tridentina”, com base no nome da cidade de Trento, onde o concílio teve lugar. Regula também as obrigações dos bispos e confirma a presença de Cristo na eucaristia. São criados seminários como centros de formação sacerdotal e reconhece-se a superioridade do papa sobre a assembléia conciliar. É instituído o índice de livros proibidos Index Librorum Prohibitorum e reorganizada a Inquisição). O Concílio de Trento celebrou-se em três períodos: • 1º Período: de 1545 a 1548 – Celebraram-se 10 sessões, promulgando-se os decretos sobre a Sagrada Escritura e tradição, o pecado original, a justificação e os sacramentos em geral e vários decretos de reforma. • 2º Período: de 1551 a 1552 – Celebraram-se 6 sessões, continuando a promulgar-se, simultaneamente, 8 Gestão de Clientes decretos de reforma e doutrinais ainda sobre sacramentos em geral, a eucaristia, a penitência, e a extrema-unção. A guerra entre Carlos V e os príncipes protestantes constituiu um perigo para os padres de Trento. • 3º Período: de 1562 a 1563 – Convocado pelo Papa Pio IV, foi presidido pelos legados cardeais Ercole Gonzaga, Seripando, Osio, Simonetta e Sittico. Estiveram ainda no concílio os cardeais Luís Madruzzo, bispo de Trento e Carlos Guise. O Papa enviou os núncios Commendone e Delfino aos príncipes protestantes do império reunidos em Naumburgo, e Martinengo à Inglaterra para convidar os protestantes a virem ao concílio. Neste período realizaram-se nove sessões, em que se promulgaram importantes decretos doutrinais, mas sobretudo decretos eficazes para a reforma da Igreja. Assinaram as suas actas 217 padres oriundos de 15 nações. Os decretos tridentinos e os diplomas emanados do concílio, foram as principais fontes do direito eclesiástico durante os 4 séculos seguintes até à promulgação do Código de Direito Canônico em 1917. Já a Revolução Americana (1776) só foi compreendida e analisada sessenta anos depois, nos dois volumes de Democracia na América, de Aléxis de Tocqueville, publicados respectivamente em 1835 e 1840. Enfim, como será a releitura de nosso tempo daqui a cinqüenta ou sessenta anos. Tomei o cuidado de escrever ‘releitura’, porque cada um de nós vive o momento e com maior ou menor precisão, compreende (mesmo que parcialmente) alguns de seus efeitos e, portanto, pode constatar as conseqüências decorrentes dos atos dos que detém o poder (Estado, grandes organizações industriais, universidade e centros de pesquisa etc). Mesmo assim, é esperado que a história se repita, daqui a algumas décadas numa re-análise dos fatos, momentos e condições cruciais sejam demarcados mais claramente que hoje. Em outras palavras, as respostas às indagações do presente ainda estão por vir, inesperadas ou não, temos certeza de muito pouco. Vale relembrar que Peter Drucker já afirmara que é praticamente certo que a nova sociedade será não- socialista e pós-capitalista. E também é certo que seu principal recurso será o conhecimento. Isso também significa que ela deverá ser uma sociedade de organizações. Em política, já deixamos os quatrocentos de soberania do Estado Nação para um pluralismo em que ele não mais será a única unidade de integração política (Drucker, 1999). Diferentes momentos e diferentes situações culminaram no mundo de hoje, mas e o mundo de amanhã, como será? Provocar reflexões sobre o futuro é muito mais que uma moda nesse novo milênio, é sim uma necessidade para podermos prever e, (quem sabe se formos capazes) corrigir os caminhos errôneos que estamos tomando em nosso tempo. Aliás, tenho o cuidado de explicar que os caminhos errôneos, dentre outros são: • A degradação do planeta, afinal vivemos aqui; • O poder usado para gerar sofrimento (assim como no passado, porém, cada vez mais temos consciência das conseqüências disso e ainda assim agimos do mesmo jeito); • Da ausência do poder públicos no tocante a resolver alguns dos principais problemassociais como a fome e a desigualdade (mas dizem que o capitalismo é assim mesmo, talvez como forma de conformismo); • Alguns reclames populares sem sentido ou justificativa, mundo afora, que acabam destruindo bens de terceiros e da coletividade (bens privados e bens públicos); 9 Pós-graduação • Formamos verdadeiros agentes destruidores que chegam a realizar o “September Eleven” atentados nos metrôs etc.; • Indústrias que poluem e não são punidas; • Gente e organizações que desmatam e até enterram árvores no Brasil, na Bolívia, na Venezuela etc.; • Enfim, há muito mais. 2.2 CONSUMO E SOCIEDADE ATUAIS Será que tudo o que você leu até agora está ligado ao nosso modo de vida, à nossa forma de consumo? Certamente, nem tudo tão diretamente, mas à medida que o mundo vai se transformando, nossas realizações vão se adaptando aos novos valores e formas de organização e aos poderes existentes. Nossa visão sobre o capitalismo, sobre a igreja e até sobre a forma de consumir mudaram, ou seria melhor dizer evoluíram (?). Talvez seja otimismo demais dizer que houve uma evolução, mas prefiro acreditar que sim e, que assim como uma das leituras da economia clássica, que sejamos dotados de todo o conhecimento para fazermos as coisas racionalmente de forma a garantir a segurança e sobrevivência do planeta e da humanidade. Os padrões de consumo refletem fases vivenciadas há tempos que se transmutaram em situações no presente, padrões que vão desde a oscilação entre o que é bom e o que é ruim ao organismo (exemplo: o ovo, de vilão para mocinho), da produção de combustíveis renováveis ao invés de fósseis, da transformação do modo como se enxerga uma realidade ambiental crítica (usineiros, que de vilões do meio ambiente – destruidores de árvores – passam a bonzinhos nas palavras de um presidente da república talvez não tão consciente dos fatos); enfim, muitas situações. E como tais situações alteram a realidade? Simples, lembra-se daquela história que gente socialmente responsável prefere comprar produtos de empresas que não poluem o ambiente, que preservam a natureza, que investem em educação de jovens e adultos, que utilizam embalagens não descartáveis (reaproveitáveis), que investem em reciclagem etc. Enfim, talvez sejamos realmente “escravos de nossa criação”, veja o mundo atual, consegue imaginá- lo sem automóveis, sem aviões, sem computadores ou energia elétrica? Se for sem telefone celular então, seria um desastre, e sem televisão, teríamos 20 bilhões de habitantes em duas décadas. Ilustrações aparte, a verdade é que, nosso mundo é reflexo do que fazemos nele e com ele, sendo assim, relembrar que, as revoluções industriais promoveram grandes saltos tecnológicos e no modo de como as pessoas levam suas vidas é importante para nos conscientizarmos de que somos responsáveis e devemos revisar nossos atos, a fim de preservação e prosperidade sustentável. Informações adicionais sugere-se a leitura do livro, sociedade Pós-capitalista de Peter Drucker. GLOSSÁRIO Excepcionalmente nesse módulo, por tratar de resgate histórico (com explicação e descrição) não se faz necessário o uso de glossário. UNIFORMIZAÇÃO CONCEITUAL – CLIENTES: DEFINIÇÕES E ENTENDIMENTOS 10 Gestão de Clientes Objetivo Ao final dessa aula que objetiva a uniformização conceitual, você vai ser capaz de compreender termos como cliente, consumidor, comprador, cliente intermediário, cliente final, etc., objetivando que não ocorram interpretações errôneas em outros momentos, uma vez que, embora muitos dos termos sejam semelhantes, não são necessariamente sinônimos e, uma boa identificação dos casos estudados requer saber exatamente ‘quem é quem’ no contexto da gestão de clientes, também entendida como gestão do relacionamento com os clientes. Síntese Você verá que a nomenclatura (termos e significados) é simples e fácil, e representa interferência direta em seu dia a dia. Por exemplo, reflita sobre o seguinte: ‘Eu vou ao supermercado comprar iogurte para o meu filho, e pago com o cartão de crédito de minha esposa?’ No contexto da gestão de clientes ‘[a] quem sou eu, [b] quem é minha esposa e, [c] quem é meu filho’? Isso você será capaz de dizer assim que tiver estudado esta aula. 3. CLIENTES: DEFINIÇÕES E ENTENDIMENTOS Abaixo você encontrará algumas definições e conceitos de cliente, dentre outros, que servirão de apoio para que haja entendimento em cada um das aulas dessa disciplina. 3.1 CLIENTE Dentre as muitas formas de definir clientes, veja a seguir algumas das quais melhor poderem formatar seu conhecimento a respeito. “Cliente designa uma pessoa ou unidade organizacional que desempenha papel no processo de troca ou transação com uma empresa ou organização. (...) O terno cliente refere-se a pessoas que assumem diferentes papéis no processo de compra, como o especificador, o influenciador, o comprador, o pagante, o usuário ou aquele que consome o produto.” (Bretzke, apud Dias, 2003, p.38). “Constituinte, em relação ao advogado, ou procurador. Divididos em mercado-alvo, podem ser: consumidores, industriais, revendedores, empresas governamentais e internacionais. 2. Forma pela qual os publicitários designam os anunciantes, os empresários em geral, quando vinculados a uma agencia de propaganda.” (Moreira; Pasquale; Dubner. 1999, p.89) ”Deve-se considerar o cliente como o destinatário dos produtos da organização. Pode ser uma pessoa física ou jurídica. É quem adquire (comprador) e/ou que utiliza o produto (usuário / consumidor).” (FPNQ, 2004: p.50). “Designa uma pessoa ou unidade organizacional que desempenha papel no processo de troca ou transação com uma empresa ou organização.(...) O termo cliente refere-se às pessoas que assumem diferentes papéis no processo de compra, como o especificador, o influenciador, o comprador, o pagante, o usuário ou aquele que consome o produto, (...).” (Dias, 2003: p.38). 11 Pós-graduação 3.2 DOIS COMPOSTOS DE MARKETING E A GESTÃO DE CLIENTES: 4P’S E 4C’S Podemos conceituar composto de marketing ou mix de marketing como o conjunto de ferramentas de marketing que a empresa utiliza para atingir seus objetivos mercadológicos no mercado alvo, logo, para atingir seus cliente e neles provocar reações positivas, coma a oferta e demanda por exemplo. (Giuliani, 2003, p.25). O composto de marketing é conhecido no escopo mercadológico como os 4P’s denominados por Jerome McCarthy como produto, preço, praça (ou ponto de venda) e promoção (do inglês: product, price, place e promotion). Por isso, essa organização conceitual-ferramental é conhecida como a estratégia dos quatro P’s, assim representada: 4P’s. Sua utilidade está ligada ao processo de tomada de decisão, logo, as decisões devem ser utilizadas para influenciar os fatores geradores de ameaças à organização, propiciando a interação da empresa, bem como sobre os clientes alvo. Fica claro com isso que, para a organização alcançar a sua missão e ter lucro é necessária interação entre os 4P’s e esses com os clientes. Composto de Marketing, Mix de Marketing, Marketing Mix 4P’s Produto Preço Praça Promoção Linha de produtos. Qualidade. Design. Características. Marca. Embalagem. Serviços. Garantias. Alto / médio /baixo. Descontos Prazo de pagamento. Condições de financiamento. Canais de distribuição. Cobertura. Pontos de vendas. Logística. Propaganda. Publicidade. Venda pessoal. Promoção de vendas. Relações públicas. Merchandising. Marketing direto. Fonte: Adaptado de Giuliani, 2003, p.26. Em outros termos, os 4P’s representam a visão que a empresa vendedora tem das ferramentas de marketing disponíveis para influenciar compradores. Do ponto de vista de um comprador, cada ferramenta de marketing é projetada para oferecer um benefício ao cliente. Robert Lauterborn sugeriu que os 4P’s do vendedor correspondem aos 4C’s (cliente, custo, conveniência e comunicação) dos clientes. A co-relação sugerida por Robert Lauterborn: Produto --------- Cliente (soluçãopara o) Preço --------- Custo (para o cliente) Praça --------- Conveniência Promoção --------- Comunicação. No contexto dos 4C’s, o foco deve ser o cliente, uma aparente mudança simples mas que na prática é difícil de implantar dentro das organizações, talvez, principalmente porque já estejam fortemente concentradas nos 4Ps. É preciso desenvolver a visão da empresa sob a ótica do relacionamento com o cliente, buscando domínio gerencial sobre o mesmo. Nenhuma empresa terá sucesso num mundo cada vez mais competitivo, se não abordar corretamente os clientes potenciais e os clientes ativos, se não lhe entregar valor, compromisso, segurança, qualidade dentre outros. O fato é que, o marketing integrado começa fazer mais sentido para muitas organizações. Trabalhar 12 Gestão de Clientes os conceitos dos 4P’s e dos 4C’s junto na busca de abrir o melhor caminho a seguir é melhor solução do que assumir visões parciais de que um é melhor do que outros. Não dá para deixar de preocupar-se com o produto (foco no produto), mas é preciso lembrar que só faz sentido ter um produto se houver um cliente (foco no cliente) que minimamente, deve ser satisfeito com o produto. Lembre-se: o que existe hoje é uma migração da autonomia, quem deve decidir que tipo de produto será produzido e em que condições é o cliente, pois, assim a organização tem melhores chances de cumprir seu papel, daí a afirmação que saímos do foco do produto para o foco no cliente, algo perfeitamente visível, mas, não há cliente satisfeitos sem produto certo. O foco do marketing é o cliente e para tanto é preciso proporcionar conveniência, comunicar essas conveniências, sempre ao menor custo para não pesar no orçamento do cliente. Sempre que estivermos tratando de clientes, os 4C’s não poderão ser deixados de lado, pois, servem para demonstrar que toda medida de uma organização (com ou sem fins lucrativos) está ligada aos seus clientes e/ou consumidores, pois, sabem que para existir precisam deles, bem como os mesmos sabem que os produtos que compram facilitam suas vidas, solucionam problemas cotidianos etc, daí a importância do produto certo para o cliente certo. Quanto à existência do negócio, reflita sobre a seguinte frase: “Não há pior cliente que cliente nenhum.” Ou seja, é melhor ter todos os piores clientes, desde que sejam de fato clientes ativos, pois sem eles não existe organização. Veja a estrutura na figura a seguir: Os 4C’s e sua relação com o cliente Depois das abordagens vista acima, vamos a algumas definições fundamentais quando se trata de gestão do relacionamento com os clientes. Cliente Conveniência Comunicação Custo Necessidade e Desejos do Cliente Produtos / Serviços 13 Pós-graduação 3.3 CONSUMIDOR “Indivíduo que compra bens ou serviços para consumo próprio e/ou de terceiros.” (Moreira; Pasquale; Dubner. 1999, p.103). ATENÇÃO: Quando os autores fazem, na frase acima, referência a ‘terceiros’, não se deve considerar genericamente “e/ou”, mas sim como: o indivíduo que adquire produtos para o próprio consumo e que, parte de tais produtos podem ser compartilhados com terceiros que, então, executam conjuntamente – com o consumidor adquirente – o consumo do que fora por ele adquirido. Por que desta preocupação? Simplesmente, porque o consumidor pode não ter comprado nada, mas continua sendo ‘consumidor’ (relação: cliente, consumidor e pagante). 3.4 COMPRADOR “Pessoa que faz a compra. 2. Indivíduo que adquire o produto ou serviço.” (Moreira; Pasquale; Dubner. 1999, p.97). É a pessoa que está presente no ato da compra executando-a. Num contexto mais popular, o ‘comprador e quem compra’ no ambiente da loja. 3.5 PAGANTE É quem paga pelo produto ou serviços adquirido, podendo, portanto não ser a mesma pessoa do comprador ou mesmo do consumidor. (Porém, direta ou indiretamente o pagante pode ser considerado como cliente). Nota, o pagante não precisa estar presente no fechamento da compra, pois, ele pode ter enviado o dinheiro, cheque ou cartão por exemplo. Lembra-se da frase: ‘Vou ao supermercado comprar iogurte para meu filho e pago com o cartão de crédito de minha mulher. ’ 3.6 CLIENTE EXTERNO “É, geralmente, aquele que paga pelos produtos e serviços sem participar do processo de produção e realização do mesmo. Ele sobre o impacto dos produtos e serviços oferecidos sem fazer parte da organização.” (Bogmann. 2000, p.36). Em outras palavras, o cliente externo é genericamente o ‘cliente’, porém, o termo ‘externo’ remete ao fato que ele (cliente externo) não faz parte da organização, não trabalha nela e, nem possui qualquer tipo de relação profissional com a mesma. Este é um termo importante porque há clientes internos, e é importante para as organizações diferenciá-los. 14 Gestão de Clientes 3.7 CLIENTE PESSOAL “É aquele que influencia nossas vidas e nosso desempenho no trabalho. O termo ‘cliente pessoal’ remete ou é formado pelas pessoas que amamos: a esposa, o marido, os filhos, os amigos e todos aqueles que convivem conosco, alimentado nossas necessidades emocionais e sociais”. (Bogmann. 2000, p.38). Os clientes pessoais, são importantes porque muitas vezes, compram em determinados estabelecimentos apenas porque tem afinidade conosco (pessoa – funcionário daquele estabelecimento). Ou seja, os clientes pessoais são levados pelas relações de amizade, companheirismo, afeto. Certamente, você assim como seus amigos e colegas, possuem ou já possuíram uma relação de clientela nesses moldes de cliente pessoal, ou seja, você por exemplo, comprou em determinado lugar (loja) apenas porque um amigo(a) / irmão(a) / namorado(a) etc, seu trabalha ou trabalhou em tal lugar. 3.8 CLIENTE DA CONCORRÊNCIA “É o cliente externo que não compra de nossa empresa, mas sim, dos nossos concorrentes. A soma dos nossos clientes externos com os clientes da concorrência forma a massa de clientes ativos que chamamos de mercado atual. O número de clientes externos que temos em relação ao mercado atual determina a nossa participação no mercado em um determinado território definido.” (Bogmann. 2000, p.39). De certa forma o cliente da concorrência é o cliente que queremos para nós, pois, por algum motivo ele prefere fazer negócio com outro (nosso concorrente). Quando menor o número de ‘clientes da concorrência’ existir, maior será a nossa participação de mercado, já que, provavelmente, a maioria dos clientes estará conosco. 3.9 CLIENTE INTERNO “O cliente interno é a pessoa que trabalha em nossa empresa e influencia o processo produtivo e de fornecimento de serviços.” (Bogmann. 2000, p.39). De acordo com a afirmação acima, podemos entender que o cliente interno é aquele que faz, ou deixa de fazer, para que a expectativa do cliente final seja satisfeita e/ou superada. É a peça principal na qualidade total em serviços, pois, normalmente participa dele como prestador ou executor e não como contratante necessariamente. (...) “Dentro de uma empresa acontecem várias situações nas quais os departamentos ou as pessoas fornecem produtos uns aos outros. Os receptores são denominados clientes internos.” (Meireles, 2003: p.191). Veja que a afirmação de Meireles acima, remete a uma outra situação de cliente interno que não 15 Pós-graduação apenas a visão de que o cliente interno pode ser visto como funcionários que também podem comprar os produtos ou contratar os serviços da organização em que trabalham. Ele complementa com a visão de que o cliente interno é, também, a pessoa de uma área ou departamento que recebe algo de outra pessoa de outra parte da empresa, em relação a esta pessoa o recebedor é um cliente interno. Quer dizer o seguinte, a relação de fluxo de atividades faz com que sejamos clientes internos em relação aos nossos colegas de trabalho sempre que tivermos atividades entrelaçadas em nosso cotidiano, ou seja, sempre que nossas tarefas envolverem-se (enquanto processo) com a de outro. 3.10 CLIENTE LUCRATIVO “É uma pessoa, residência ou empresa que,ao longo do tempo, rende um fluxo de receita que excede por margem aceitável o fluxo de custos de atração, venda e atendimento da empresa relativa a ela.” (Kotler, 2000. p.77). O cliente lucrativo é aquele que, depois de apurados os custos e despesas, contribuiu com desenvolvimento da organização, já que a diferença entre o que ele pagou pelo produto ou serviço é maior que os gastos totais (produção, comunicação, logística etc.) até a entrega do produto, sendo que tal diferença representa a segurança e capacidade para a organização de continuar fazendo o que faz e investir em melhoramentos e, novos produtos. Pense no caso, mesmo que houvesse clientes fiéis como a Olivetti poderia continuar no mercado de máquinas de escrever se tal mercado encontrava-se em extinção? Como manter os lucros? Certamente não seria com máquinas de escrever que ela conseguira isso. 3.11 ENTÃO, O QUE É UM CLIENTE Veja a seguir, algumas compilações, adaptadas Kotelr, 2000, p.71, do que é um cliente. • Um Cliente é a ‘pessoa mais importante do mundo nesse escritório / organização...’ quer ele se comunique pessoalmente ou por carta etc. • Um Cliente não depende de nós... nós é que dependemos dele. • Um Cliente não interrompe nosso trabalho... é a finalidade dele. • Não estamos fazendo um favor em servi-lo... ele está nos fazendo um favor dando a oportunidade de fazê-lo. • Um Cliente não é alguém com quem discutir ou debater. Ninguém jamais venceu uma discussão com um Cliente. Mesmo quando o cliente está errado, pois, a discussão poderá, mesmo que deixa claro qual a falha do cliente, irritá-lo tanto que o levará a fazer negócio com nosso concorrente. • Um Cliente é uma pessoa que nos traz seus desejos. É nossa obrigação lidar com eles de maneira lucrativa, para eles e para nós. Informações adicionais Sugere-se a leitura do capítulo 01 do livro da bibliografia básica, páginas de 1 a 10 e faça os exercícios para maior fixação dos conceitos. Veja também, o caso para estudos “Hospital Taquaral” na página 04 na obra indicada. 16 Gestão de Clientes Glossário Excepcionalmente nesse módulo, por tratar de definições não se faz necessário o uso de glossário, presente em todos os demais. MEGATENDÊNCIAS E TENDÊNCIAS DA ECONOMIA: uma revisão sobre as 16 tendências apresentadas por Faith Popcorn. O caso dos condomínios em São Paulo Objetivo O objetivo dessa aula é provocar a reflexão sobre algumas diferentes tendências da economia, apresentadas pela autora Faith Popcorn e, com isso, torná-lo capaz de melhor entender alguns das ações que promovem o consumo contribuindo para o desenvolvimento de uma melhor relação entre organização e clientes. Síntese O texto mostra o que é uma megatendência, e qual sua relação com a sociedade atual e, quais os sentidos das dezesseis tendências da economia no cotidiano das organizações, lembrando que geralmente representam oportunidades de mercado. 4 MEGATENDÊNCIAS: UMA VISÃO Sem dúvida esse é um dos assuntos mais importantes no contexto do acompanhamento do que vem ocorrendo com o mercado mundial quanto às oportunidades globais por setor industrial. O assunto megatendências é fundamental para que você tenha uma visão mais ampla do mundo em que vive a partir do modo como as organizações desenvolvem-se mais aceleradamente e atingem proporções globais num espaço de tempo, não muito longo, aproximadamente o que dura a realização da Mas, antes de discutir o que é uma megatendência, apenas para relembrar, é preciso destacar o que é uma tendência: Ela pode ser entendida como o ato ou a condição de optar por algo (fazer uma escolha relacionada ao futuro, em que se traça um caminho a seguir com alguma finalidade no horizonte). Ela também pode ser compreendida como uma escolha entre várias alternativas possíveis, mesmo quando representada por uma vontade natural sem profundas reflexões, praticamente subconsciente que se transmuta em comportamento (o comportamento do indivíduo) – com ou sem a devida consciência ou racionalização dos fatos. A tendência, portanto, representa de certa forma, um caminho que é ou será seguido por muitos que buscam atingir algo mais adiante. Dentro do discurso da tendência um elemento que ajuda no processo de compreensão e o entendimento do termo ‘moda’, que, quando relacionado com as tendências a moda é uma apresentação semelhante a própria tendência, porém, bem mais curta, podendo durar dias, semanas ou meses não muito mais que isso, já a tendência tende a durar muito tempo anos, até mesmo décadas 17 Pós-graduação megatendência na qual estão inseridas (geralmente, uma década). Mas, deve ser levado em consideração que a ocorrência da megatendência, embora tenha seus ‘início, meio e fim’ visíveis, representa ações mais duradouras sobre a indústria e o consumo, mesmo que esses permaneçam em processo de transformação continuamente. Megatendências (“megatrends”), termo originalmente empregado por Naisbitt (1983), designa comportamentos, estilos e desempenhos que, em futuro próximo ou distante, irão predominar em larga escala e influenciarão, decisivamente, os ambientes naturais e sociais nos quais se concretizem. Em Fevereiro de 2002, o renomado escritor americano Paul Zane Pilzer, especialista em megatendências econômicas, lançou nos Estados Unidos o livro “The Wellness Revolution: How to Make a Fortune in the Next Trilion Dollar Industry” (A Revolução do Bem-Estar: Como Fazer uma Fortuna na Próxima Indústria de um Trilhão de Dólares). Este best-seller mundial descreve em detalhes o melhor mercado do momento, um mercado fantástico e conhecido como “A Indústria do Bem-Estar”. Baseado em estatísticas sobre a economia mundial, Paul Pilzer observou que, a partir de 1946, a cada década, sempre aconteceu uma megatendência de mercado. Veja: • Na década de 1950, o foco estava na moradia, impulsionando a indústria Imobiliária e a construção Civil. • Na década de 1960, todos queriam um carro próprio e foi a vez da indústria automobilística crescer como nunca. • Na década de 1970, houve a febre dos eletrodomésticos e suas facilidades. • Nos anos 1980, a tônica foi a indústria do entretenimento, com destaque para a TV e o Videocassete. • Nos anos 1990, o computador pessoal e a Internet atingiram o auge, originando uma indústria de um trilhão de dólares. • Atualmente, falasse, segundo Pilzer, sobre a Indústria do bem-estar. Aliás, tomo a liberdade de tratar do que para mim também é uma megatendência a “megatendência dos combustíveis alternativos”. Claro que essa minha visão precisará ser ampliada e revista na busca de um melhor enquadramento, mas é claro que a questão do etanol brasileiro, que trouxe até o presidente dos Estados Unidos da América, Jorge W. Bush, ao Brasil no mês de Março de 2007, representa uma grande reviravolta, repleta de oportunidades mundiais (talvez daí tornar-se uma megatendência literalmente). Veja que os Estados Unidos e a Europa, além de vários outros países, apresentam preocupação em reduzir a emissão de gases poluentes que contribuem para o ‘aquecimento global’. Talvez, o novo contexto da educação através da realidade on line possa ser considerado uma nova megatendência, indiscutivelmente. (Nota: este é um assunto bem mais complexo, mas que você deve acompanhar para poder opinar e contribuir para o bem-estar da coletividade). Retomando Paul Zane Pilzer, veja a seguir a Megatendência da Indústria do Bem-Estar descrita por ele. 4.1 A INDÚSTRIA DO BEM-ESTAR Agora, vivemos em uma época diferente, em que os bens de consumo e as informações estão disponíveis em muita quantidade. A maioria das pessoas já percebe que a evolução tecnológica das últimas décadas, 18 Gestão de Clientes apesar de promover melhorias consideráveis no que se refere o conforto e satisfação, comprometeu a nossa saúde. O ritmo acelerado das grandes cidades, com a proliferação de fast foods, poluição atmosférica, bem como o uso indiscriminado de pesticidas, herbicidas e a manipulaçãogenética na agricultura mudaram a qualidade da nossa alimentação, da água e até do ar que respiramos. Mais do que isso, trouxe-nos uma vida sedentária e estressante cuja conseqüência é o surgimento de males físicos e emocionais, principalmente ao nível do nosso sistema imunológico, que não existiam nas gerações passadas. Por estes motivos, a Indústria do Bem-Estar cresce mais forte do que nunca. Todos querem recuperar o tempo perdido através da nutrição, fisicultura, rejuvenescimento, estética, lazer, prevenção de doenças etc. Queremos um estilo de vida mais saudável que nos permita viver mais e melhor. Este é o assunto do momento. Basta entrar em qualquer banca de jornais e folhear algumas revistas para perceber o tamanho e o potencial deste mercado. A busca por um estilo de vida mais saudável é uma realidade cada vez mais presente em nossas vidas e continuará assim por muito tempo. Nos direcionando para algumas das principais tendências na economia que podem fazer muita diferença na hora de avaliar o comportamento dos clientes e consumidores e das organizações e a relação entre eles, é importante estudar as 16 tendências na economia segundo a autora Faith Popcorn. 4.2 AS DEZESSEIS TENDÊNCIAS NA ECONOMIA SEGUNDO FAITH POPCORN. A autora Faith Popcorn aponta 16 tendências culturais, que estão afetando a economia norte- americana e, certamente, outras economias de outros pontos do globo. O estudo dessas tendências ajuda a compreender o tipo de relação que os clientes (as pessoas em geral) têm com suas próprias histórias, e a de outros, e como isso interfere em sua maneira de consumir. As tendências apresentadas pela autora carregam consigo, uma infinidade de oportunidades de negócios, logo de investimentos mundo afora. Leve em consideração o titulo de cada uma das tendências, pois, ajudará a entender melhor sua própria finalidade, com isso, não fará confusão entre elas. 1. Retorno às origens: a tendência de utilizar práticas antigas como âncoras ou suporte para os estilos de vida modernos. Essa tendência explica a popularidade generalizada da aromaterapia, da meditação, da ioga e das religiões orientais. Tal tendência trata do impulso para uma pessoa mudar de vida, buscando uma carreira mais lenta, embora mais recompensadora. É manifestada por pessoas que, repentinamente, perdem seus agitados empregos urbanos e mudam-se para Vermont ou Montana para dirigir um pequeno jornal, um pequeno hotel que oferece apenas pernoite e café da manhã ou associam-se a um conjunto musical. Eles acham que o stress da vida moderna em escritórios não vale a pena. Há um retorno nostálgico aos valores das pequenas cidades com ar puro, escolas seguras e vizinhos de linguajar simples. 2. Viver (Manter-se vivo): o desejo de viver mais e de desfrutar mais a vida. O vegetarianismo, Faith Popcorn dirige uma empresa de consultoria de marketing chamada BrainReserve, que fundou em 1974. Dentre seus clientes: AT&T, Citibank, Black & Decker, Hoffman-La Roche, Nissan, Rubbermaid etc. Sua empresa oferece diversos serviços. Brain Renewal, que tenta dar vida nova a marcas enfraquecidas; Brain-Jam, que utiliza uma lista de tendências para gerar novas idéias; FutureFocus, que desenvolve estratégias e conceitos de marketing que criam vantagens competitivas em longo prazo; e TrendBank, banco de dados destinado ao monitoramento cultural e a entrevista de consumidores. 19 Pós-graduação a medicina alternativa, a meditação e outras práticas para uma vida melhor e mais longa fazem parte dessa tendência. Os profissionais de marketing podem capitalizar essa tendência desenvolvendo produtos e serviços mais saudáveis. Certamente essa é uma tendência que no Brasil, tornou-se evidente nos últimos anos, veja o supermercado Pão de Açúcar, por exemplo, em que você tem várias opções de produtos orgânicos. Em síntese, diz respeito às pessoas que se esforçam viver mais tempo e em melhores condições. Sabem, agora, que seus estilos de vida podem matá-las – comer alimentos errados, fumar, respirar ar poluído, consumir drogas. Estão dispostas a assumir a responsabilidade pela própria saúde e escolher melhor os alimentos, praticar exercícios com regularidade, descansar com mais freqüência. As empresas podem atender a esta necessidade, lançando produtos e serviços mais saudáveis consumidores. 3. Mudança de Vida: o desejo de seguir um estilo de vida mais simples e menos agitado, como no caso de um executivo que subitamente abandona uma carreira de alto nível, foge dos problemas das grandes cidades e abre uma pousada em uma estação climática. Essa tendência é marcada por uma volta nostálgica aos valores das cidades do interior. 4. Formação de Clãs: a crescente necessidade de se associar e pertencer a grupos para enfrentar um mundo mais caótico. Os profissionais de marketing estão respondendo com produtos, serviços e programas que ajudam os clientes a sentir que fazem parte de alguma coisa. Um exemplo é a associação dos proprietários de Harley (HOG) da Harley-Davidson. No contexto da formação de clãs, vale lembrar que segundo a Sociologia, o homem é um ser gregário por natureza, ou seja, vive em bando, e nesses bandos, há sentimento de pertença por tipo de grupo (o sentimento de pertença está ligado a condição para ser aceito em determinado grupo, por exemplo: padrões de consumo e renda, estilo de vida através de valores morais e formação intelectual etc.). Um exemplo simples é: imagine que algumas das pessoas de vivem em determinados condomínio trocam seus carros (sedans médios: Corolla, Civic, Megané, Vectra), haverá uma verdadeira avalanche dentre os demais moradores no mesmo sentido, o que levará a maioria deles a trocarem seus carros em curto período de tempo. Essa situação é particularmente importante ao profissional de marketing porque promove fortemente os consumo, conseqüentemente as vendas. 5. Encasulamento: o impulso de proteção quando o que acontece lá fora é muito difícil e assustador. As pessoas estão transformando suas casas em ninhos super protegidos, redecoram o ambiente, assistem a programas de tevê e a filmes em DVDs, fazem compras por meio da internet e catálogos; utilizam secretárias eletrônicas para filtrar o mundo exterior. Além disso, criam casulos socializados ao promover reuniões em casa. Há também os casulos ambulantes caracterizados pelas pessoas que se fecham em seus carros, incluindo refeições para viagem e seus telefones celulares. Em outras palavras, o encasulamento é o impulso para a busca de vida interior, quando os valores exteriores tornam-se “difíceis”. Uma das situações que chama a atenção (talvez seja um problema) é que as pessoas estão tornando-se escravas de seus próprios isolamentos. Existem ainda, em reação ao aumento da criminalidade (como seqüestros), da AIDS e outros problemas sociais, os casulos blindados caracterizados por se esconder, construindo verdadeiras casamatas (bunkers). A autopreservação é o tema dominante. Note que essa tipo 20 Gestão de Clientes de tendência, é evidente no mundo todo, no Brasil, por exemplo, basta olhar para a quantidade de empresas de segurança privada que monitoram as casas, os casos e as próprias pessoas para efeito de preservar suas vidas (e modo de vida). Sem dúvida essa é uma tendência de bilhões de reais. 6. Volta ao Passado: a tendência de as pessoas agirem e se sentirem como se fossem mais jovens que sua idade cronológica. Gastam mais com roupas joviais e tinturas para os cabelos e tem um comportamento mais brincalhão. Elas também compram brinquedos de adultos além de participar de acampamentos para adultos e de aventuras nas férias. Essa tendência também envolve uma enorme movimentação financeira, pessoas mais velhas por exemplo, homens na faixa dos 40 a 50 anos que compram camisetas e bermudas da Hot Point ou outras surf wares para sentirem-se joviais como quando tinham 18 anos. 7. Egonomia (ou egotismo): o desejo de oferecer a si mesmo posses e experiências. A egonomia dá aosprofissionais de marketing uma oportunidade de sucesso ao oferecer produtos, serviços e experiências customizadas. Trata do desejo das pessoas desenvolverem uma individualidade que permite que sejam vistas e tratadas de maneira diferente. Não se trata de egomania, mas simplesmente o desejo de alguém se individualizar por intermédio de posses, pessoas e experiências. As pessoas estão crescentemente assinando revistas de interesse restrito, unindo- se a pequenos grupos com missão bem dirigida, comprando roupas, carros e cosméticos personalizados. O egotismo fornece as empresas uma oportunidade competitiva de serem bem- sucedidas ao oferecerem bens, serviços e experiências personalizadas, vendidas com maior valor agregado, logo, gerando maior lucratividade. Note que neste caso, também há o componente grupal, você deseja destacar-se perante o seu grupo, parecendo mais culto ou mais bem sucedido. 8. Aventura da Fantasia: a necessidade de encontrar válvulas de escapes emocionais para compensar as rotinas diárias. As pessoas que seguem essa tendência vão a safáris nas férias ou gostam de comidas exóticas. Os profissionais de marketing podem aproveitar a oportunidade para criar produtos e serviços que explorem a fantasia. Essa tendência certamente vem estimulando o crescimento da realidade virtual durante a primeira década desse novo milênio. 9. FemininaMente: o reconhecimento de que homens e mulheres agem e pensam de maneira diferente. Um forte indicador do pensamento feminino é a popularidade de livros como Homens são de Marte e Mulheres são de Vênus. Como os relacionamentos são poderosos motivadores para as mulheres, a Saturn Car Company, por exemplo, criou fortes relacionamentos com seus clientes, muitos dos quais são mulheres. A Ford Motors Company no Brasil, desenvolveu a EcoSport com forte apelo para o publico feminino, aliás, deu certo, as mulheres adoram o carro. A Fiat lançou o Idea também com apelo feminino, por exemplo, o carro vem com espelho direcional para que o(a) motorista possa observar as crianças no bando de trás. Veja que a visão de carro é coisa de e para homem vem dando lugar a ações melhor enquadras, em que tanto homens e mulheres são valorizados. 21 Pós-graduação 10. Queda e Ícones: a idéia de que ‘se é grande é ruim’. Para reagir a essa tendência, os profissionais de marketing estão descobrindo formas de pensar, agir e parecer menor. Um exemplo é a cerveja Plank Road Brewery, da Miller, que lembra em todos os sentidos os populares produtos das microcervejarias. Essa é uma tendência não tão comentada pelas pessoas (clientes), mas sem dúvida observada por muitas organizações que se preocupam em não deter apenas marcas globais, mas também marcas locais, e marcas regionalizadas localmente. 11. Emancipação: essa sem dúvida é uma das tendências que melhor apresenta a evolução cultura da humanidade, nela ocorre a emancipação dos homens de seus papéis masculinos estereotipados. Os homens não precisam mais fazer o tipo “machão”, distante e forte. Essa tendência é revelada em anúncios que mostram homens cuidando com carinho de seus filhos e sendo atenciosos com suas esposas. Acabou configurando-se o perfil do homem ideal, romântico, sensível, atencioso, vaidoso e que gosta de discutir o relacionamento com a mulher. Essa tendência levou ao grande crescimento do número e categoria de produtos cosméticos para homens. Há por exemplo, clínicas estéticas apenas para eles. Essa tendência é sem duvida uma grande oportunidade de mercado, que vai desde cirurgias plásticas até a assinatura de revistas voltadas para o publico masculino como a Men’s Health (lançada em 2006 no Brasil). 12. 99 Vidas: a tentativa de aliviar as pressões do tempo fazendo muitas coisas de uma só vez. As pessoas tornam-se capazes de realizar multitarefas, como falar em um telefone celular enquanto navegam na internet, ou ver vários livros ao mesmo tempo. Os profissionais de marketing podem aproveitar a tendência às 99 vidas criando um grupo de empreendimentos de marketing – lojas de serviços do tipo tudo em uma só e outros tipos de conveniências (centros de serviços que oferecem lavanderia, sala de bronzeamento, bicicleta para exercícios, máquinas copiadoras e fax e 10.000 títulos de vídeos para locação.). Em suma, ela é o estado desesperado das pessoas que devem exercer muitos papéis e responsabilidades ao mesmo tempo, por exemplo, uma idéia de “supermãe” que trabalha em tempo integral, dirige a casa e educa as crianças, faz as compras e assim por diante. Essas pessoas sentem que o tempo é curto e tentam resolver este problema usando fax, internet, telefones celulares, notebooks, palmtops etc., elas ainda comem em restaurante de fast food e compram comida congelada para “ganhar” tempo em casa. 13. Revanche do Prazer: a busca clara é assumida do prazer em oposição ao autocontrole e à privação. Cansadas da onda de saúde do início dos anos noventa, as pessoas agora estão consumindo mais carne vermelha, gorduras e açucares e se afastando das comidas saudáveis. Mas atenção essa não é uma tendência geral que movimenta toda a sociedade, pois, grande parte das pessoas permanecerá no contexto da saúde, porém, muitas certamente consomem alimentos exatamente desse modo, sem a preocupação com a qualidade de vida do organismo. Talvez por isso, apenas recentemente a preocupação com gorduras saturadas etc, tenha tomado mais corpo em muitos países do mundo, talvez porque alguns Estados estejam enfrentando um caso de saúde pública com os excessos e má educação alimentar. Por fim, não podemos generalizar dizendo que essa seja uma tendência contra a saúde, muitas consumidores aliás, a implementaram em suas vidas e cultivaram ganhos. 22 Gestão de Clientes 14. S.O.S. (Selve O Social): o desejo de tornar a sociedade mais responsável com relação à educação, à ética e ao meio ambiente. A melhor resposta para os profissionais de marketing é pedir a suas empresas que pratiquem um marketing mais socialmente responsável. Portanto, trata-se de um crescente número de pessoas preocupadas em tornar a sociedade mais responsável em torno dessas três variáveis críticas (ambiente, educação e ética). Esses indivíduos estão agrupando-se para promover maior responsabilidade social por parte das empresas e dos cidadãos, cobrando participação e condutas exemplares. Os consumidores de maneira geral, preferem comprar produtos de empresas que assumidamente colaboram / respeita o planeta e a sociedades, bem como, podem vingar-se das organizações poluidoras e anti-éticas. 15. Pequenas Indulgências: uma inclinação para se satisfazer com pequenos exageros a fim de obter um estimulo emocional ocasional. Um consumidor pode comer com moderação durante toda a semana e se esbaldar com um pode inteiro de sorvete Häagen-Dazs no fim de semana; ele também pode economizar no almoço de casa todos os dias, mas comprar leite rico em gorduras e alimentos caros na Starbucks para o café da manhã. _ _ Logo, essa tendência descreve a ação de consumidores que enfrentam dilemas emocionais. Eles podem não ter dinheiro para comprar um carro BMW (mas compra um caro chaveiro da marca). Seu desejo de duas semanas de férias na Europa é substituído por um minicruzeiro de três dias no Caribe. As empresas devem estar conscientes das privações sentidas por muitos consumidores e das oportunidades de oferecer- lhes pequenas indulgências como compensação emocional. Sem dúvida, esta é uma outra tendência bilionária. 16. Consumidor Vigilante: a intolerância para com produtos de baixa qualidade e serviços inadequados. Os consumidores vigilantes querem que as empresas sejam mais conscientes e sensíveis (e responsabilizadas por seus atos). Por isso, reagem, boicotam, escrevem cartas e compram produtos verdes (ecologicamente corretos). São os consumidores que desejam que as empresas sejam mais humanizadas, por exemplo, que as indústrias automobilísticas assumam suas responsabilidades recebendo devolução dos carrosnão aceitos pelos consumidores e devolvendo totalmente o dinheiro pago. Assinam as publicações National Boycott News e Consumer Reports; associando-se à instituição MADD (Mothers Against Drunk Driving) e analisam listas de boas e más necessidades de oferecer padrões mais humanos nos bens e serviços que fornecem. Estimulam a existência de entidades como Organizações Não Governamentais (ONGs) voltadas ao meio ambiente, como o Green-Peace, incluindo doando dinheiro para seus fins nobres. 4.3 UM CASO: NOVOS PRÉDIOS ESTIMULAM O ENCASULAMENTO A matéria a seguir serve de exemplo e ajuda a entender o que está acontecendo na vida das pessoas sob a égide do encasulamento, uma das tendência da economia segundo a autora Faith Popcorn. A matéria abaixo pode ser encontrada em no seguinte endereço eletrônico: http://www1.folha.uol. com.br/fsp/cotidian/ff1906200501.htm . A referente pesquisa foi realizada em 19/06/2005. 23 Pós-graduação VIDA MODERNA: Sensação de segurança e ter cinema, ginástica e cabeleireiro “em casa” atraem paulistano para condomínios Novos prédios estimulam enclausuramento AMARÍLIS LAGE, da Reportagem Local – Folha de São Paulo. Em um dia comum, a dona-de-casa Adriana, 39, sai de manhã para a sua aula de ginástica, passa no salão de beleza para fazer as unhas, leva o filho ao curso de inglês (ou, dependendo do dia, para as aulas de natação, judô e futebol) e compra no mercadinho algum ingrediente que falta para o almoço. Ao fim do dia, ainda acompanha os treinos da filha na quadra de tênis e, se der, assiste a um filme no cinema com as suas amigas. Para fazer todas essas atividades, porém, nem Adriana nem seus filhos precisam colocar um pé que seja para fora do condomínio em que vivem, na zona sul de São Paulo. Repletos de equipamentos de lazer e serviços, um número cada vez maior de prédios de São Paulo permite que moradores adotem o “encasulamento” - termo adotado pelos próprios executivos do mercado imobiliário para uma condição duramente criticada por vários urbanistas. Antes presente apenas em poucos condomínios de alto padrão, essa infra-estrutura chegou agora à classe média e se expande em dezenas de lançamentos imobiliários pela cidade com sala de massagem, ofurô, central de congelados e lan houses. Tendência A tendência se apóia em três fatores, segundo diretores de incorporadoras ouvidos pela Folha: praticidade, qualidade de vida e segurança – o último aspecto, aliás, é tão forte que alguns dos moradores entrevistados pela reportagem não quiseram se identificar, com medo da exposição. “As pessoas querem sair de casa o menos possível, devido ao trânsito e à violência. (A oferta de serviços) é uma solução simples para um problema grave”, diz Roberto Perroni, 42, diretor- superintendente da Camargo Corrêa.” Para a tradutora Ana Lúcia Moraes, 28, essa questão foi fundamental. No edifício em que mora, na rua Bela Cintra (região central), há sala de home theater, venda de congelados e bebidas, lavanderia e academia. Uma lan house deve ser instalada no local em breve. “Para mim foi importante ver o que o prédio proporcionava em termos de serviço, pois moro sozinha e precisava desse suporte”, diz Moraes. Expectativa A expectativa é que cerca de quinze novos empreendimentos com essas características sejam lançados até o final de 2005, diz Tomás Salles, diretor da imobiliária Lopes. Segundo ele, esse tipo de condomínio é a grande vedete do momento. Entre os que já foram lançados estão tanto o Forte do Golf, na Vila São Francisco (zona sul) e com apartamentos de R$ 682 mil, como o Rail, na Lapa (zona oeste) e tem unidades de R$ 120 mil, para pessoas 24 Gestão de Clientes com renda de R$ 5.000. Em comum, ambos possuem espaços culinários (cozinhas equipadas para jantares especiais), ofurô e sala de massagem, além de piscinas e academia. No Forte do Golf, porém, a lista de equipamentos vai mais longe. O local tem pista de cooper, lago, espaço para ensaio de bandas e até uma praça para contemplar fogueiras. Saudades da roça? Para Rubens Pereira Júnior, diretor da Koema, a busca por esses condomínios passa sim por uma certa nostalgia e um sentimento de segurança. “Eles têm uma coisa de cidade no interior, onde os vizinhos se conhecem. As pessoas moram na metrópole, mas buscam essa convivência, querem ser chamadas pelo nome.” ENTENDENDO O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING (SIM): importância para a tomada de decisão e para a gestão de clientes Objetivo Após os estudos desta aula o aluno será capaz de compreender o SIM e compreenderá a importância de seu uso no processo de conhecimento dos clientes e da própria organização no tocante ao processo de tomada de decisão e, claro, relacionamento entre organizações e clientes. Síntese Destacar o ‘que é’ e a ‘crescente a importância’ da informação para o processo de decisões e controle em marketing, especialmente quanto o assunto voltasse para o relacionamento com o cliente. Explicitar o que é SIM e sua ligação com as atividades de planejamento e controle em marketing. 5 – A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO PARA O PROCESSO DE PLANEJAMENTO DAS ORGANIZAÇÕES Para que o exercício de planejamento de marketing seja adequadamente executado, é preciso, que ele repouse sobre uma base sólida. Para tanto, é imperativo que se coloque à disposição dos responsáveis pelo planejamento de marketing todas as informações possíveis a respeito, por exemplo: • dos desejos e necessidades dos consumidores; • das ações dos concorrentes; • da evolução do mercado; • das capacitações e recursos disponíveis da empresa; • da evolução das vendas e lucros da empresa; • do comportamento das variáveis ambientais; etc. Somente com base em informações desse tipo será possível avaliar corretamente os riscos e as conseqüências das várias linhas de ação alternativas e escolher aquela que melhor convenha à empresa na ocasião. As contínuas e aceleradas mudanças sociais, econômicas, tecnológicas e culturais que caracterizam o ambiente de marketing da organização, logo, das relações dessas com seus clientes. Tal realidade associadas às mudanças vividas no seio das próprias organizações com acréscimos e perdas de capacitações, novas estruturações, alterações nas políticas e estratégias, aquisições e incorporações, disponibilidade ou não 25 Pós-graduação de recursos de vários tipos, dificuldades momentâneas etc., fazem com que a tarefa do administrador (e homem de marketing) fique cada vez mais complexa e arriscada. A forma de reduzir este risco é dispor do máximo de conhecimento a respeito dessas variáveis, daí a importância do SIM, principalmente, quando o fim é conhecer o melhor possível às características comportamentais dos clientes (como pensam, do que gosta e do que não gostam, como reagem a certos estímulos etc.). O conhecimento dessas variáveis envolve dois importantes aspectos: • Disponibilidade de informação com qualidade: condição necessária, mas não suficiente; • Uso da informação. envolve desde o saber dar valor ao uso da informação, o saber triar a informação certa, até o saber interpretá-la de forma correta. Atenção: Às vezes, a empresa dispõe de grande quantidade de informações, mas de baixa qualidade, o que acaba comprometendo todo o processo de planejamento mercadológico. Informações incorretas sobre clientes, por exemplo, podem levar a decisões e estratégias equivocadas e grandes perdas. Já quando a empresa dispõe de grande quantidade de informações de boa qualidade mas os tomadores de decisões não percebem a importância de seu uso e tomam decisões confiando apenas na sua intuição e experiência, podem comprometer significativamente o planejamento de marketing e destruir uma oportunidade potencial. Por fim, há empresas que dispõem de grande quantidade de dados com qualidade, os quais são usados para fundamentar decisões, mas o são de forma errada, quer por incapacidade dos responsáveis pelas decisões de fazer a triagem dos dados corretos, quer por interpretá-los de formaerrônea, gerando com isso um comprometimento do processo como um todo. (Mattar, 1972). Que fique claro que há dependência do SIM às informações corretas, numerosas e bem compiladas é total. Mesmo profissionais de marketing ligados à atividade de propaganda, grandes defensores da criatividade, reconhecem que este processo fica tolhido se não se dispor de informações, aliás, das informações certas no momento certo. Há grande necessidade de coletar informações, o que pode ser feito de maneira direta ou indireta (8). Quando se acumulam informações pertinentes ao problema a ser resolvido, a coleta é direta; e quando se buscam informações sobre tudo o que puder colaborar numa solução, mesmo que à primeira vista possa parecer não ter nada a ver com o problema, é coleta indireta. (Duailibi e Simonsen, 1971). As decisões de marketing, alimentadas pelo SIM, são tomadas em ambiente complexo e em continuada mutação. São difíceis de serem tomadas e representam grandes riscos que só serão reduzidos à medida que se dispuser de informação adequada em quantidade e qualidade. Imagine que, suas decisões envolvem as seguintes variáveis: econômicas (por exemplo, renda), geográficas (localidade), culturais (valores e crenças) e sociais (enquanto modo de vida), de clientes ativos, tudo de uma só vez. Naturalmente, em marketing, a necessidade de informação é particularmente aguda por ser a área funcional da empresa que mais interage com as variáveis do ambiente externo em constante mutação. Os consumidores por exemplo, reage a mudanças políticas e econômicos etc., bem como os seus concorrentes reagem as estratégias bem sucedidas lançadas por sua empresa. Pense, qual o sentido de SIM se não for capaz de compreender a organização, seu micro e macro ambientes, e seus clientes que são, na verdade os responsáveis por sua existência e destino de todas as suas atividades. 26 Gestão de Clientes 5.1 DA PESQUISA DE MARKETING (PM) AO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING (SIM) A literatura de marketing, no período anterior à primeira metade da década de 1960, aborda a problemática da informação de marketing apenas através da pesquisa de marketing. Logo, a pesquisa de marketing estava voltada para o ambiente externo da empresa, mais precisamente para o mercado. Porém, a necessidade de informação para o planejamento e controle em marketing é muito mais ampla e extravasa outras fontes do ambiente externo (como o macroambiente e o extra-ambiente) além, do ambiente interno. Após aquela data, os autores de marketing passam a tratar a problemática da informação de forma mais integrada e sistêmica, provavelmente pela influência do desenvolvimento e difusão da teoria dos sistemas conforme aborda Alvin Toffler (1980). Atualmente, cristaliza-se a idéia de que somente através da utilização do SIM é que serão fornecidos os pré-requisitos para o desempenho das atividades de planejamento e controle de marketing. Podemos crer que o que leva esse pensamento a tomar força são as variadas e profundas visões e revisões que se tem sobre os clientes e seu potencial de interferir no processo de oferta e demanda; basta lembrar que hoje é considerado perda de tempo fazer para vendar, é preciso, ‘ouvir (o cliente) para então fazer e só então entregar-lhe (vender)’. 5.2 O SISTEMA DE INFORMAÇÃO Sistema é um conjunto de partes interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário, efetuando uma dada função (O’SHAUGHNESSY, 1976). Um sistema compõe-se de três elementos básicos: [1] entradas, [2] processador e [3] saídas – e, um elemento acessório: o controle. Um sistema construído, requer ainda a definição de seu objetivo. Na figura a seguir é apresentado o esquema básico de um sistema (16). Fonte: Churman, 1972. Resumidamente: Entradas - são tudo o que o processador do sistema recebe para processar, armazenar e produzir saídas. Processador ou Processamento - é o elemento do sistema que transforma as entradas em saídas, podendo efetuar várias operações como calcular, juntar, transformar, armazenar, selecionar etc. Saídas - são os produtos finais do sistema, o resultado do processamento. Um Sistema de Informações tem por objetivo fornecer informações pertinentes a um determinado assunto, a alguém interessado. Os elementos de um sistema de informações são: dados, processador, informações e controle. Uma outra visão possível da figura acima é, na ótica da informação: 27 Pós-graduação Os dados são as entradas do sistema de informação. Podem ser coletados nas mais diversas fontes possíveis e, basicamente, da forma como se apresentam e se localizam não têm utilidade de per si. Para que sejam relevantes e úteis faz-se necessário que os dados sejam coletados, triados, juntados, armazenados, enfim que se convertam em informações. Toda esta atividade de coleta, classificação, armazenagem de dados e a emissão de relatórios é feita pelo processador do sistema. A visão do Woiller (1974), pode ser útil nesse momento, segundo ele o SIM faz parte do Sistema de Informação da Empresa (ou Sistema de Informação Empresarial), devendo ser considerado, portanto, como um sub-sistema. Segundo Jay Forrester, citado por Woiller, pode-se dividir o sistema-empresa em 3 sub- sistemas: de decisão, de ação e de informação. Nota: O sub-sistema de decisão aciona o de ação, que por sua vez alimentará sub-sistema de informação necessário para a tomada de decisão, conforme a figura a seguir. Segundo Woiler (1974), para que um sub-sistema de informação possibilite a tomada de decisões no nível de planejamento estratégico, planejamento e controle operacional e planejamento e controle administrativo, ele deve ser concebido em dois níveis distintos. • O primeiro nível, o nível mais baixo, incorpora as decisões operacionais (vendas, produção, finanças, administração e outras) e poderá ser desenvolvido de forma manual ou mecanizada. Mas deverá atender às necessidades de cada área funcional para este nível de decisão e, na medida do possível, levar em conta as interligações com as decisões operacionais de outras áreas. • O segundo nível do sub-sistema de informação, deverá atender às necessidades para a tomada de decisões estratégicas e administrativas de cada área funcional, bem como possibilitar a quantificação, em termos financeiros, de todas as atividades desenvolvidas ou previstas. Para a decisão em nível 28 Gestão de Clientes estratégico, é necessário considerar também as informações sobre a empresa e o meio ambiente em que opera. Segundo estas colocações, o sistema de informações de marketing é um sub-sistema de informações do sistema-empresa. Para efeito deste trabalho, o sub-sistema de informações de marketing será tratado como um sistema. 5.3 O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING (SIM): CONTEXTO Objetivo fundamental de um SIM é ajudar os gerentes a tomarem decisões melhores (Uhl, 1981). Ainda em 1968, Philip chamou inicialmente esta atividade de Marketing Information and Analysis Center. No entanto, em obras posteriores (20, 21), adotou o termo Sistema de Informações de Marketing. O conceito de SIM nasceu com as críticas que se faziam às deficiências da pesquisa de marketing, que eram basicamente as de não atender às necessidades do planejamento de marketing. Segundo Uhl (1881), apesar de os objetivos, nas definições de SIM e pesquisa de marketing, serem essencialmente os mesmos, a diferença ocorre na prática. No passado, as principais críticas dos gestores a pesquisa de marketing, eram: 1. produz dados não relevantes; 2. preocupa-se com a pesquisa de problemas não repetitivos; 3. falhas em prover informações de marketing suficientemente relevantes e compensadoras. A definição mais completa e consagrada, no passado, sobre o SIM é a de Cox e Good (1967), tanto que em 1980 Kotler se fazia valer da mesma: É um complexo estruturado e interagente de pessoas, máquinas e procedimentos destinados a gerar um fluxo ordenado e contínuo de dados, coletados de fontes internas e externas à
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