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Umidade, pH e Cinzas Aula 5 Relacionada a proporção de cada nutriente em cada 100g de um produto; Permite conhecer o valor nutritivo dos alimentos; Auxiliam na formulação de dietas e o cálculo do valor calórico total (VCT) do alimento Composição centesimal do alimento 2 A composição centesimal pode ser determinada através da análise físico-quimica do alimento ou através de Tabelas de composição dos alimentos. No Brasil, a ANVISA padroniza duas Tabelas Nacionais: TACO da UniCamp e Tabela da USP. 3 Composição centesimal do alimento 4 5 As substâncias constituintes de um alimento são agrupadas nas seguintes frações que se seguem: Umidade a 105˚C Cinzas ou resíduo mineral fixo (RMF) Lipídios ou extrato etéreo Proteínas Glicídios (carboidratos) Determinação da composição centesimal 6 O conteúdo de umidade varia muito entre os alimentos 7 Umidade é a quantidade total de água que compõe o alimento Umidade 8 Umidade interfere nas etapas de... Processamento Ex.: o teor de umidade do trigo é essencial na fabricação do pão embalagem Embalagens permeáveis à luz e oxigênio são prejudiciais a alimentos com muita umidade estocagem Quanto maior a umidade menor é o tempo de estocagem A determinação de umidade é uma das medidas mais importantes e utilizadas na análise de alimentos. Os sólidos totais são obtidos pela diferença entre o peso total da amostra e o conteúdo de umidade Umidade 9 Separação incompleta da água do produto Decomposição do produto com formação de água Perda de substâncias voláteis do alimento que são computadas como água 10 Dificuldades na determinação de umidade Umidade Água: Componente mais abundante de todos os componentes alimentares. Está presente em grandes quantidades mesmo nos alimentos sólidos. Açúcar < 1% Cereais < 10% Queijos 40 – 75% Carnes e peixes 50 – 90% Vegetais 65% Frutas 65 – 95% 11 UMIDADE E ALIMENTOS Alimento % de água (m/m) Alimento % de água (m/m) Alface, tomate Repolho, brócolis 95 92 Frutas secas Manteiga, margarina 18 16 Cenoura, batata 90 Farinha de trigo 12 Frutas cítricas Maçã, cereja 87 85 Macarrão seco 12 Carne de frango (crua) 72 Leite em pó 1 Carne magra de gado (crua) 60 Bebidas % de água (p/p) Pão branco Salame 35 30 Cerveja Suco de frutas 90 87 Compotas Mel 28 20 Leite 87 12 Umidade é a fração de água de um alimento O teor de umidade permite a classificação dos alimentos em: Perecíveis Apresentam um alto teor de água e são facilmente deteriorados. Ex. leite, carnes. Semi-perecíveis Possui água em menor proporção e uma deterioração mais lenta. Ex. frutas e hortaliças. Não perecíveis Possui água em proporção ainda menor, e uma deterioração ainda mais lenta. Ex. grãos, sal, açúcar. 13 Umidade Através da água ocorre a movimentação de outras moléculas, propiciando reações químicas, bioquímicas e físico-químicas do alimento, além do desenvolvimento de microrganismos que utilizam o alimento como substrato. Todas as reações biológicas acontecem em meio aquoso 14 Possível excesso de água na matéria-prima Acima de certos níveis: desenvolvimento de MO A umidade pode afetar a estocagem, embalagem e o processamento de alimentos. Razões para a determinação de umidade em alimentos 15 Palatabilidade Textura Peso Estabilidade Fator intrínseco – decomposição Propriedades reológicas – é usada para descrever o fluxo no caso de materiais líquidos e deformação no caso de materiais sólidos Impactos na qualidade 16 INTERAÇÕES DA ÁGUA COM OS COMPONENTES ALIMENTARES Propriedades de Hidratação Textura e propriedades reológicas dos alimentos dependem da interação da água com outros componentes alimentares Em especial macromoléculas (proteínas e os polissacarídeos) As interações da água com os demais componentes dos alimentos constituem a origem de muitos problemas relacionados às propriedades dos sistemas alimentares 17 Interação com os Carboidratos A capacidade de adsorção de água é uma das propriedades físico-químicas mais importantes dos carboidratos. Está relacionada diretamente à presença de grupos OH – formação de pontes de H. 18 INTERAÇÕES DA ÁGUA COM PROTEÍNAS Cozimento da carne Interação proteína-proteína Perda de água 19 20 No momento em que a proteína está sendo sintetizada e as ligações peptídicas estão se formando, o radical carboxila perde um grupamento –OH (hidroxila), deixando uma ligação livre. Simultaneamente, o radical amina de outro aminoácido perde um átomo de hidrogênio (–H ), ficando, também, com uma ligação livre. Já que existem duas ligações livres, os aminoácidos tendem a se juntar: o OH do grupo carboxila de um aminoácido se liga ao H da amina do vizinho, produzindo uma molécula de água. A determinação de umidade é um método simples, porém algumas dificuldades são encontradas nesta metodologia de análise como: A separação incompleta da água do produto A decomposição do produto com formação de água além da original Pela perda de substâncias voláteis do alimento que serão computadas como peso em água. Determinação de Umidade 21 Umidade X Atividade de água (aw) 22 Atividade de água Medida qualitativa (0 a 1) avaliar a disponibilidade de água livre que é suscetível a diversas reações Teor de umidade Medida quantitativa (%) mede o percentual em peso de toda água presente no alimento. A água livre é a que está disponível para as reações físicas, químicas e biológicas, tornando-se o principal responsável pela deterioração dos alimentos. Umidade X Atividade de água (aw) 23 ATIVIDADE DA ÁGUA - aw É definida como: aw = p/p0 Onde: p = pressão parcial de vapor d’água na superfície da amostra (sólida ou líquida), a uma temperatura T. p0 = pressão parcial de vapor d’água na superfície da água pura, na mesma temperatura T. 24 ATIVIDADE DA ÁGUA - aw Na prática, os dados sobre a atividade da água fornecem informações importantes sobre o comportamento da umidade nos alimentos. Alimento Atividade da água Umidade (%) Carnes frescas 0,98 60-72 Queijos 0,97 37 Compotas 0,88 28 Salame 0,83 30 Frutas secas 0,76 18 Mel 0,75 20 Macarrão seco 0,5 12 25 ATIVIDADE DA ÁGUA - aw Dados sobre a aw nos alimentos também são importantes no controle do crescimento microbiano. Microorganismos Atividade da água (valores mínimos para o crescimento microbiano) Bactérias comuns 0,91 Leveduras comuns (são sempre unicelulares) 0,88 Bolores comuns (fungos filamentosos) 0,80 Bactérias halófitas (crescem em conc. elevada de sais) 0,75 Bolores xerofílicos (adaptados a ambientes com aw baixa) 0,65 Leveduras osmofílicas (idem) 0,60 26 Método de Hannenberg – considera-se umidade a perda de peso sofrida pelo alimento, quando aquecido em estufa a 105°C em que a água livre e a água fracamente ligada, juntamente com as substancias voláteis são retiradas. O resíduo obtido é o resíduo seco ou extrato seco ou produto dessecado. 27 Determinação de umidade 28 Metodologia analítica MÉTODOS POR SECAGEM Para determinação da umidade na maioria das vezes são utilizadas os métodos de secagem em estufa, por ser o método oficial e de baixo custo. Metodologia de análise de umidade 29 Materiais termosensíveis Com baixo teor de umidade (frutas e hortaliças desidratadas, balas, chocolates, café torrado, óleos e gorduras; Produtos ricos em açúcares (mel); Produtos ricos em açúcares redutores (monossacarídeos que se oxidam por agentes oxidantes) e proteínas (cereais). 30 Método de Karl Fischer É um método químico feito por titulação. O reagente de Karl Fisher (RKF) é feito por uma mistura de iodo, dióxido de enxofre e piridina em metanol Baseia-se na reação em que o iodo (I2) é reduzido pelo dióxido de enxofre (SO2) na presença de água. 31 Método de Karl Fischer A composição do alimento influencia muito naefetividade do método, principalmente se for utilizado o método de secagem. Em alimentos com alto teor de açúcares, por exemplo, pode ocorrer a caramelização da amostra dificultando a saída da umidade do alimento. Umidade de alimentos 32 Sua avaliação corresponde à perda de peso do produto quando submetido a determinadas condições nas quais a água é removida. A determinação da umidade se fundamenta na propriedade físico-química da água de se volatilizar à temperatura de 105oC O método de aquecimento direto em estufa 105o C por período de 1 a 5 horas é o processo mais usual. Secagem em estufa 33 Pesar aproximadamente 5,0 g de amostra em cápsula ou pesa-filtro (previamente aquecida em estufa a 105oC por período de 2h). Aquecer em estufa a 105oC por período de 1 a 3 horas, esfriar em dessecador até temperatura ambiente e pesar. Repetir as operações de aquecimento e resfriamento até que a diferença entre duas pesadas consecutivas seja menor que 0,05% (peso constante). Procedimento 34 35 P0 = peso da cápsula P1 = peso da amostra integral P2 = peso da amostra seca P1 __________ 100 X = 100 x P2 P2 ______________ X P1 Cálculos 36 Indicação de pureza e qualidade em produtos fermentados, como vinhos. Indicação de deterioração por bactérias com produção de ácido. Quanto maior for a acidez de um alimento, menor será a probabilidade de que esteja estragado por conta da atuação de microrganismos. Estabilidade/deterioração do alimento: Produtos mais ácidos são sujeitos ao crescimento de bolores e leveduras enquanto os menos ácidos são sujeitos à multiplicação microbiana. 37 Determinação de pH Alimentos ácidos: Alimentos com um pH natural de 4,6 ou menos. O pH da maioria das frutas é ácido. Alimentos com ácido formulado: Alimentos cuja maior parte é composta de ácido formulado, apresentando pequenas quantidades de elementos de baixa acidez. São exemplos: condimentos (maionese) e molhos (ketchup, molho barbecue). 38 Classificação dos alimentos de acordo com sua acidez Alimentos acidificados: Alimentos de baixa acidez a que são adicionados ácidos ou alimentos ácidos, como vinagre. Alimentos acidificados têm uma atividade aquosa superior a 0,85 e têm um equilíbrio de pH terminal de 4,6 ou menos. Ex: pepinos ou pimentões em conserva. Alimentos isentos: Alimentos que são mantidos refrigerados ou que têm atividade aquosa de 0,85 ou menos. Ex: calda de chocolate. Bebidas com gás são excluídas dessa classificação. 39 Classificação dos alimentos de acordo com sua acidez pH é uma escala numérica utilizada para especificar a acidez ou basicidade de uma solução aquosa. Soluções ácidas: maior presença de H+ Soluções básicas: menor presença de H + Soluções neutras: equilíbrio. Determinação do pH 40 Verificar deterioração do alimento com crescimento de microrganismos; atividade de enzimas; textura de geleias e gelatinas; estabilidade de corantes artificiais em produtos de frutas; escolha da embalagem. Determinação do pH serve para: 41 Em análise de acidez em alimentos são utilizadas as leituras de pH através do pHmetro. Geralmente esta escala mede pH entre 1 e 14. Potenciometria e Outras Medidas de Acidez e Alcalinidade 42 Cinza de um alimento é o resíduo inorgânico que permanece após a queima da matéria orgânica e da água, que é transformada em CO2, H2O e NO2. As cinzas indicam o teor de minerais totais num alimento. Cinzas ou Resíduo Mineral Fixo (RMF) 43 Quantificar a concentração de minerais num alimento; Para verificar a toxicidade conforme a concentração de compostos inorgânicos nos alimentos; Verificação de fraudes: pelo de animais em cereais, areia em farinhas, etc. 44 Importância O conteúdo das cinzas varia muito nos alimentos, principalmente nos de origem vegetal por conta da composição do solo em que são cultivados; A cinza é principalmente constituída de: Grandes quantidades de K, Na, Ca e Mg; Pequenas quantidades de Al, Fe, Cu, Mn e Zn; Cinzas ou Resíduo Mineral Fixo (RMF) 45 Cinzas A composição da cinza depende da natureza do alimento e do método de determinação utilizado: Ca Alta concentração: produtos lácteos, cereais, nozes, alguns peixes e certos vegetais. P Alta concentração: produtos lácteos, grãos, nozes, carne, peixe, aves, ovos e legumes. Fe Alta concentração: grãos, farinhas, produtos farináceos, cereais assados e cozidos, nozes, carne, aves, frutos do mar, peixes, aves, ovos e legumes. 46 Cinzas Na O sal de cozinha é a principal fonte, e em quantidade média em produtos lácteos, frutas, cereais, nozes, carne, peixe, ovos e vegetais. Mn: cereais, vegetais e algumas frutas e carnes. Cu: frutos do mar, cereais e vegetais. S: em alimentos ricos em proteínas e alguns vegetais. Co: vegetais e frutas. Zn: frutos do mar e em pequena quantidade na maioria dos alimentos. 47 Cinzas Variação do teor de cinzas encontradas em alguns alimentos: Cereais: 0,3 – 3,3% Produtos lácteos: 0,7 – 6,0% Peixes e produtos marinhos: 1,2 – 3,9% Frutas frescas: 0,3 – 2,1% Vegetais frescos: 0,4 – 2,1% Carnes e produtos cárneos: 0,5 – 6,7% Aves: 1,0 – 1,2% Nozes: 1,7 – 3,6 Leguminosas: 2,2 – 4,0% Açúcares e xaropes: 0,0 – 1,2%. 48 A determinação dos constituintes minerais nos alimentos pode ser dividida em duas classes: determinação da cinza (total, solúvel e insolúvel) determinação dos componentes individuais da cinza. A escolha do melhor método analítico vai depender do tipo da amostra e do objetivo da análise. Metodologia de Análise 49 Representa o material proveniente do produto após incineração em mufla a 550-660°C. Sugere o conteúdo mineral total da amostra. É uma técnica útil para se proceder em sequência a uma análise dos minerais isoladamente. Determinação do Resíduo Mineral Fixo (RMF) 50 COMPOSIÇÃO CENTESIMAL - CINZAS Material : Cadinho de porcelana ou platina, mufla, estufa, dessecador, balança analítica, bico de Bünsen. Procedimento Pesar aproximadamente 5,0g da amostra em cadinho. Carbonizar a amostra lentamente em bico de Bünsen, ou em estufa a 105oC. Incinerar a 550oC em mufla por período de aproximadamente 4h, até obter cinzas claras. Esfriar em dessecador e pesar. Obs: O cadinho previamente calcinado em mufla a 550oC por 1h, deve esfriar (TA) em dessecador e ser pesado. 51 COMPOSIÇÃO CENTESIMAL - CINZAS Cálculos: P0 = peso do cadinho P1 = peso do cadinho + amostra integral ou seca P2 = peso do cadinho + cinzas Peso da amostra = P1 - P0 Peso da cinza = P2 - P0 Peso da amostra (g) ---------- 100% Peso da cinza (g) ---------- x % (x) Cinza % = Peso da cinza (g) x 100 (g) Peso da amostra (g) 52 53 Mufla O uso de métodos instrumentais é indicado para a análise individual de cada elemento mineral contido na amostra de cinzas. De forma geral são métodos sofisticados e de custo elevado, mas com exatidão na análise de traços de metais. Análise de Minerais por Espectrofotometria de Absorção 54 55 Espectrofotômetro de absorção atômica
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