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As mudanças da logística após o Covid-19

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As mudanças da logística após o Covid-19
Nome: Vinicius Oliveira Aguiar	Matrícula: 01320699
Prof: André Luiz Freire		Curso: Tecnólogo em Logística
Disciplina: Gestão de Armazenagem e Estocagem.
1. INTRODUÇÃO:
O impacto no mundo causado pelo Covid-19 é gigantesco, ainda quando o contágio se limitava a China, já se podia sentir os problemas causados pelo vírus. A China é um que se desenvolveu bastante economicamente, conquistando diversos países parceiros, como o Brasil. Sendo assim, um vírus dessa magnitude tornou as atividades de importação e exportação mais complexas.
Ser um profissional de logística no Brasil não é uma tarefa fácil. Ocorre aqui uma má utilização dos recursos e modais disponíveis. Concentramos o transporte de cargas majoritariamente no modal rodoviário. A participação do modal é de mais de 60%. Acontecimentos como a greve dos caminhoneiros de 2018, mostram o quão dependentes somos do modal.
No entanto, uma pandemia como a do Covid-19 equipara-se com catástrofes como o furacão Katrina e os tsunamis na Ásia. A logística torna-se importantíssima nesses momentos, pois torna possível o auxílio a áreas afetadas pelas catástrofes. O papel do profissional de logística é imprescindível para garantir o funcionamento da sociedade.
O Covid-19 afeta todos os modais, rodoviário, marítimo, etc., tendo em visto que empresas do ramo de transporte, assim como outras empresas, foram obrigadas a diminuir o número de funcionários em atividade em suas instalações. Isso prejudica não só a logística, mas a economia no mundo todo. A reclusão e a facilidade com que o vírus se alastra, tornam a tarefa de transportar cargas em algo complexo. Quando falamos em Logística em tempos de crise, falamos em atuar em uma situação atípica, onde mais do que nunca se faz necessário a movimentação de insumos, mercadorias, etc., de forma eficiente.
Nesse momento de crise a logística se faz necessária na luta contra o vírus, garantindo a gestão da movimentação de materiais, medicamentos e equipamentos, que são encaminhados para os hospitais. A disponibilidade de materiais, sua movimentação e a pontualidade das entregas, são peças-chave. Não obstante, a economia não pode parar, é preciso ainda, garantir a chegada de insumos às empresas que ainda continuam suas atividades nesse período, além disso, é preciso garantir a chegada dos bens adquiridos pelo cliente final, o consumidor, que agora encontra-se recluso em seu lar. Nesse momento de reclusão, as compras online aumentam. Então a tarefa é de manter as operações logísticas funcionando de forma que consigam superar os obstáculos e restrições implementadas pelo combate ao Covid-19, visando diminuir o impacto econômico e mercadológico a longo prazo. 
Esse é mais um momento onde é preciso se atualizar e reinventar-se, a fim de contornar os problemas. Na busca em atender os pedidos dentro do prazo, manter a eficiência e reduzir custos em um momento atípico como o que estamos vivendo surgem novas alternativas, mudanças de visões acerca dos métodos utilizados nos processos logísticos. Momentos como esses de adaptação às adversidades, proporcionam mudanças as operações logísticas e a economia como um todo. Empresas que se modernizaram, e as que aderiram ao e-commerce, continuam suas atividades com maior vantagem, diante das que não se reinventaram. Empresas que já implementaram tecnologias trazidas pelo nascimento da logística 4.0, por exemplo, conseguem lidar com maior facilidade com os problemas gerados pelo atual momento. A adoção de mudanças desse gênero, garantem melhor coordenação estratégica da logística e cadeia de suprimento, minimizando os impactos negativos a longo prazo.
2. MUDANÇAS EXIGIDAS PELO COVID-19:
	É essencial nesse momento, uma boa gestão de transportes e movimentação de produtos, para que seja possível diminuir o máximo possível a penalização infligida pelas medidas tomadas contra a pandemia. Segundo Ballou (2007), a administração de transportes é o braço operacional da função de movimentação que é realizado pela atividade logística, cujo objetivo é assegurar que o serviço de transporte seja realizado de modo eficiente e eficaz. Ou seja, as operações logísticas tem que cumprir sua tarefa. O profissional de logística precisa lidar com diversas variáveis que dificultam o transporte de cargas no período em questão, dentre elas estão a reclusão da população, diminuição das atividades dos setores comerciais e o bloqueios de estradas. Se faz necessária a adaptação.
	Pode-se observar que a medida que as medidas de isolamentos se tornaram mais fortes, o número de compras onlines dispararam, refletindo o sentimento de urgência trazido pela pandemia. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), as transações online registraram alta surpreendente de 180% nas lojas virtuais, em artigos alimentícios e de saúde. Além de crescimento de 30% das compras em outros segmentos. Esses dados evidenciam que os profissionais do comércio eletrônico, transportes de cargas e áreas afins, tiveram que lidar com um aumento sazonal gigantesco, digno de uma “black friday”. O que fez com que muitas lojas passassem a emitir comunicados alertando sobre a possibilidade de atrasos, substituição de produtos e até falta nos estoques. Contudo, o pico no número de pedidos em um primeiro momento não representa sucesso absoluto para o e-commerce, ainda segundo a ABComm, o comércio eletrônico também será afetado pela crise.
Os estudos feitos pela instituição mostraram que em um primeiro momento, no início da quarentena, as vendas eletrônicas sofreram redução de 19,24%, que não durou muito, pois em seguida as vendas tiveram um reaquecimento, que alavancou as vendas, devolvendo o ritmo de vendas para diversas lojas virtuais. Isso mostra que as empresas de vendas online, assim como as lojas físicas tiveram que lidar com cenários voláteis. Isso requer maior planejamento, previsões e planos para antever e antecipar mudanças bruscas semelhantes, com base nos dados analisados.
Isso tudo se refere ao comércio digital interno, tendo em vista que por ordem do Poder Legislativo, portos, que são em grande parte a principal porta de entrada dos produtos importados do exterior, tiveram que ser fechados. Além de que muitos vôos vindos de determinadas regiões do globo, também sofreram restrições, afetando os aeroportos.
É de suma importância manter viva a economia quando se pensa a longo prazo, tendo em vista o dano que os impactos da pandemia infligem ao mercado.Os impactos econômicos por sua vez, geram problemas socioeconômicos. Mas para manter operações logísticas funcionando no atual momento é preciso lidar com o processo de adaptação árduo e rigoroso, exigido pelos protocolos de segurança. A alternativa mais viável é a do trabalho remoto, que garante o funcionamento das atividades de gestão e administração dos negócios. Isso quando se pode migrar para essa alternativa. Obviamente, essa alternativa não alcança todos os setores de negócios, mas para os que podem “digitalizar” suas operações, a tecnologia torna viável o trabalho. É aí que ganham força os modelos de negócios que funcionam nessa modalidade e os que conseguiram se adaptar às atividades virtuais.
Ainda é difícil calcular o impacto total que a pandemia causará a logística e ao comércio em geral. A cadeia de suprimentos foi atingida diretamente, assim como as indústrias chinesas, vários países sofrem com as dificuldades de importação e exportação. Esse tipo de problema reflete no aumento da demanda pelo transporte interno. No caso do Brasil, onde a movimentação de cargas é feita majoritariamente pelo modal rodoviário, a situação fica mais complexa. Principalmente, quando se tem que atender esse aumento significativo e repentino na demanda.
Enquanto os segmentos alimentícios e de saúde continuam com aumento no número de pedidos, segmentos como o de eletrônicos sofrem por falta de materiais, causado pela dificuldade na logística do recebimento de insumos vindos de países como a China, por exemplo. Segundo a Associação Brasileirada Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), é estimado redução de 22% na produção no setor de eletrônicos para o primeiro trimestre de 2020. Isso se deve ao fato de que 80% das peças utilizadas são originárias de países asiáticos.
Já no caso das transações vendedores-clientes, um dos fatores mais problemáticos é a da primeira e última milha, normalmente executadas por transportadoras de pequeno porte, as mais afetadas pelas medidas de segurança necessárias para não comprometer a saúde de seus colaboradores. A escassez de transportadoras afeta tanto os preços quanto os prazos para entrega dos produtos. Práticas como consolidação de volumes para otimizar cubagem, revisão de fluxo e processos de expedição, etc., são pontos que podem ser melhorados, a fim de otimizar a movimentação dos produtos, garantindo qualidade e assertividade as operações.
Em suma, os principais afetados pela pandemia serão os setores portuário, em especial os que atuam na movimentação de contêineres; assim como o setor aéreo e as transportadoras que atuam com cargas expressas. Transportadoras que atuam com bens considerados não-essenciais, como móveis, material de construção, eletroeletrônicos, produtos importados em geral, etc., também serão fortemente afetadas. Transportadoras e operadores logísticos que atuam na área do lazer, como os que atuam em eventos, também serão amplamente afetados com o cancelamento, proibição e postergação desses eventos.
Contudo, transportadoras e operadores logísticos que atuam nos segmentos considerados essenciais o setores alimentícios, saúde (tanto humana quanto animal) e as empresas especializadas no comércio eletrônico e serviços tecnológicos, como já foi citado no artigo, terão aumento em demanda e em suas atividades. O que gera aumento expressivo na movimentação de mercadorias. Além disso o setor hospitalar e toda a logística envolvida, obviamente, terá aumento significativo em suas atividades.
Analisando o atual cenário em que nos encontramos, ficam mais evidentes os problemas da infraestrutura logística brasileira. Como já foi apontado no artigo, há pouca diversificação na matriz de transportes. As transportadoras brasileiras são dependentes das rodovias, tendo em vista que o modal rodoviário é o carro chefe das operações de transporte. Falta equilíbrio. Isso torna difícil a realização do transporte e escoamento de cargas com eficiência. A situação se agrava em localidades que ficam distantes dos grandes centros econômicos, apesar de que várias dessas localidades apresentaram grande produtividade em sua região. O frete e as taxas, no final das contas, encarecem o produto.
Falta investimento no Brasil. Obras inacabadas, má administração de recursos e o péssimo aproveitamento dos recursos logísticos impedem a execução eficaz das operações de movimentação e logísticas no geral. Além disso, outro fator que contribui para a falta de qualidade da movimentação de cargas é o alto nível de burocracia enfrentado pelos profissionais na área. A logística e os trâmites relacionados ao transporte e movimentação de cargas não é fluída, é extremamente burocrática e por muitas vezes problemática. 
A criação de centros de distribuição em regiões estratégicas contribui para a diminuição do tempo de deslocamento e minimiza custos de operação e manutenção. Estar perto do cliente se mostrou algo de suma importância, o que se intensifica em momentos de crise. Com o lead time reduzido consideravelmente se obtêm maior satisfação e bom retorno para a empresa. Com o problema do Covid-19 afetando negativamente as operações, manter o tempo de espera baixo, embora difícil é importantíssimo.
Mais um fator que pode ser decisivo para garantir a eficiência nesse momento é o quão tecnológico estão os processos nas empresas. Por exemplo, empresas que possuem e utilizam softwares de gestão de armazenagem reduzem o tempo destinado a separação de itens, além de garantir redução do número de pessoas dentro dos depósitos, obedecendo as medidas contra aglomerações. Garantir o funcionamento da cadeia de abastecimento é essencial nesse momento, principalmente dos itens de alimentação e higiene.
Outra área que pode ser aliada a tecnologia é a de gestão de entregas. Com montagens de rotas e geração de trajetos otimizados é possível prever custos, distâncias e ajudar na escolha do melhor veículo. O que garante que o distribuidor não seja penalizado com aumento de custos logísticas e por conseguinte, garante o abastecimento ao cliente. A tecnologia emprega aqui ajuda a lidar com os problemas causados pela crescente demanda do consumidor.
Um exemplo de país que conseguiu usar a tecnologia a seu favor com primor foi a Coréia do Sul. Por meio de um sistema logístico de análise e big data foi possível prever os movimentos do vírus e minimizar os impactos sofridos. Esse tipo de sistema é a chave para que as empresas saiam da crise. Os impactos sofridos no Brasil, em parte, aconteceram pela demora em reconhecer a dimensão dos problemas. O momento pede agilidade e assertividade. A tecnologia inclusive é essencial para os distribuidores de última milha, que como citado no artigo, são os que sofrem maior impacto. A implementação de auxílio tecnológico garante entrega rápida, assertividade, eficiência e redução dos custos.
O que se pode ser observado é que as indústrias e empresas de logística que não aderiram, respectivamente, a transição para Indústria e Logística 4.0, são as que enfrentam maior dificuldade.
3. CONCLUSÃO:
	De fato é grande o impacto do Covid-19 na cadeia de suprimentos a nível global, impacto esse que ecoará por um longo prazo. A pandemia gera escassez de pedidos em um segmento e em outro gera uma alta demanda. Ou seja, existe uma instabilidade criada pelo impacto do vírus. As baixas nas importações vindas da China afeta muito o comércio brasileiro, assim como a baixa nas exportações para o continente asiático. O gerenciamento de risco se torna mais do que importante nesse momento. É preciso versatilidade, adaptabilidade e assertividade no que diz respeito à avaliação de riscos e tomada de decisões.
	Se faz necessário minimizar a imprevisibilidade na cadeia de suprimentos. É preciso ter acesso a dados que auxiliem nesta tarefa, além de que é necessário avaliar esses dados com clareza e exatidão. Esse tipo de assertividade só pode ser alcançada com coleta de dados em tempo real, que pode ser alcançada com a Indústria e Logística 4.0, que permitem a tomada de decisões proativas em tempo real, garantindo resposta rápida às adversidades. Isso é essencial em tempos de crise. Esses avanços fazem com que as decisões tomadas nesses períodos de caos, sejam o mais assertivas possíveis, garantindo eficácia nos processos e operações logísticas.
	Com a chegada do Covid-19 podemos perceber as falhas que possuem os sistemas logísticos do país. Ainda pode-se perceber também que muitas empresas não tinham preparo financeiro e estratégico para lidar com situações como as causadas pela pandemia. Investimentos na implantação de tecnologias 4.0 poderiam ser de grande ajuda no momento. Mas como ficou evidenciado, não houve preparo. As operações logísticas e industriais precisam se reinventar, especialmente nesse momento.
	É evidente que a implementação da tecnologia é extremamente benéfica para todos os processos das empresas, além de garantir melhor apuração de dados, e, por conseguinte, tomadas de decisões mais assertivas. Tais implementações, no entanto, necessitam de tempo, para implementação, adaptação, etc., além de que demanda recursos financeiros. Porém, como foi apontado, traz inúmeras vantagens que fazem com que sua implementação valha a pena, principalmente para garantir a qualidade de tomadas de decisões em momentos que demandam maior planejamento estratégico, como o momento em que estamos vivendo agora.
Tomada de decisões assertivas, otimização de processos e o planejamento estratégico de qualidade são peças-chaves tanto nas operações cotidianas na logística, quanto em momentos de crise, inclusive, são ainda mais importantes nessesmomentos. Garantir o funcionamento das cadeias de suprimentos e abastecimentos em tempos de crise é imprescindível. Garante que os danos sejam minimizados, além de facilitar a volta às atividades pós-pandemia. A implementação de tecnologias 4.0, que se mostram importantíssimas, começarão a serem mais utilizadas cada vez mais no futuro. O Covid-19 expôs falhas que devem ser sanadas, a fim de otimizar todos os processos logístico-industriais em nosso país.

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