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Tipos de tumor e nomenclatura dos cânceres

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As neoplasias benignas possuem características, tanto micro como macroscópicas, consideradas relativamente inocentes, isto é, indica que permanecerá em um mesmo local e pode ser tratado por remoção cirúrgica, sendo que, geralmente, o paciente sobrevive. Por outro lado, as neoplasias malignas (cânceres) aderem a qualquer parte onde se agarram, isto é, o termo “maligno” remete a uma neoplasia em que a lesão pode invadir e destruir estruturas adjacentes e disseminar-se para locais distantes (metástases) para causar mortes.
As diferenças entre os tipos de tumor residem nos seguintes fatores:
1. Diferenciação e anaplasia
Neoplasias benignas são compostas por células bem diferenciadas que se assemelham estreitamente a suas contrapartes normais. Um lipoma é constituído por células adiposas maduras carregadas com vacúolos lipídicos, e um condroma é constituído por células de cartilagem maduras que sintetizam sua matriz cartilaginosa — evidência de diferenciação funcional e morfológica. Em tumores benignos bem diferenciados, normalmente as mitoses são raras e sua configuração é normal.
As neoplasias malignas caracterizam-se por uma ampla gama de diferenciações celulares parenquimatosas, desde as bem diferenciadas até as completamente indiferenciadas. Por exemplo, adenocarcinomas bem diferenciados da tireoide podem conter folículos com aparência normal. Algumas vezes pode ser difícil distinguir esses tumores das proliferações benignas. Entre os dois extremos situam-se os tumores livremente referidos como moderadamente bem diferenciados. O estroma que contém o suprimento sanguíneo é crucial para o crescimento de tumores, mas não ajuda na separação dos tumores benignos dos malignos. A quantidade de tecido conjuntivo estromal determina, porém, a consistência da neoplasia. Certos cânceres induzem um estroma fibroso abundante (desmoplasia), tornando-os duros, os chamados tumores cirrosos.
1. As neoplasias malignas de células parenquimatosas indiferenciadas são chamadas de “anaplásicas”, e essa falta de diferenciação é dita como característica de malignidade. O termo anaplasia significa literalmente “formação retrógrada” — sugerindo indiferenciação ou perda de diferenciação estrutural e funcional das células normais. As células anaplásicas mostram acentuado pleomorfismo (isto é, variação de tamanho e forma). Muitas vezes, os núcleos são extremamente hipercromáticos (coloração escura), com uma camada grosseira de cromatina e nucléolos grandes. O mais importante é que as mitoses com frequência são numerosas e distintamente atípicas; múltiplos fusos anárquicos podem produzir figuras mitóticas tripolares ou quadripolares. Além disso, células anaplásicas normalmente falham em desenvolver padrões reconhecíveis de orientação para um outro padrão (isto é, elas perdem a polaridade normal).
Nessa discussão, merece foco a questão da displasia, a qual refere-se a uma proliferação desordenada de células parenquimatosas, ocorrendo em lesões epiteliais, mas não configura-se como neoplasia. Embora alterações displásicas geralmente sejam encontradas adjacentes aos focos de transformação maligna e estudos em longo prazo de fumantes mostrem que a displasia epitelial quase invariavelmente antecede o aparecimento do câncer, o termo displasia não é sinônimo de câncer; displasias leves a moderadas que não envolvem toda a espessura do epitélio algumas vezes regridem completamente, em especial se as causas incitantes forem removidas.
1. Taxa de crescimento
Enquanto tumores benignos, em sua maioria, crescem lentamente, os cânceres crescem muito mais depressa, o que garante sua capacidade de disseminar-se localmente e para sítios distantes, causando morte. Porém, vale destacar que, como quase tudo, existem exceções e algumas neoplasias benignas crescem mais rapidamente do que algumas malignas. A taxa de crescimento dos tumores malignos normalmente correlaciona-se inversamente com o seu nível de diferenciação, isto é, tumores malignos mal diferenciados possuem crescimento mais rápido em relação aos tumores malignos bem diferenciados. 
1. Os tumores malignos de crescimento rápido geralmente contêm áreas centrais de necrose isquêmica, porque o suprimento sanguíneo tumoral, derivado do hospedeiro, falha em manter o mesmo ritmo para atender às necessidades de oxigênio da massa celular em expansão.
As células-tronco teciduais dividem-se de maneira assimétrica para produzir dois tipos de células-filhas — aquelas com limitado potencial proliferativo, que sofrem diferenciação terminal para formar tecidos especiais, e aquelas que mantêm o potencial de célula-tronco. Os cânceres são imortais e têm ilimitada capacidade proliferativa, indicando que, como os tecidos normais, eles também devem conter células com propriedades do “tipo tronco”. 
Elaborou-se a hipótese de que, como as células-tronco normais, as células-tronco cancerosas são resistentes às terapias convencionais, devido à sua baixa taxa de divisão celular e expressão de fatores, como o fator 1 de resistência a múltiplas drogas (MDR-1), que reage contra os efeitos das drogas quimioterapêuticas. Assim, o limitado sucesso das terapias atuais pode ser explicado por sua falha em matar as células-tronco malignas que estão na raiz do câncer. As células-tronco cancerosas podem surgir de células-tronco teciduais normais ou de células mais diferenciadas, que, como parte do processo de transformação, adquirem a propriedade de autorrenovação.
1. Invasão local
As neoplasias benignas não possuem a capacidade de se infiltrar e invadir, já que permanecem no seu sítio de origem. Uma característica importantíssima dessas neoplasias benignas, em sua maioria, é a presença de uma cápsula fibrosa envoltória que separa os adenomas, de lenta expansão, do tecido hospedeiro. Vale ressaltar que nem todas as neoplasias benignas são encapsuladas, isto é, uma neoplasia não encapsulada não é necessariamente maligna. Já as neoplasias malignas conseguem infiltrar, invadir, destruir e penetrar o tecido circundante por meio do seu crescimento. Eles não conseguem desenvolver cápsula bem definida. Além do desenvolvimento de metástases, a invasividade
local é a característica mais confiável que distingue os tumores malignos dos benignos.
	A nomenclatura dos tumores depende do tipo de tecido em que eles estão, sendo:
1. Neoplasias mesenquimais:
1. Tumores benignos: sufixo –oma; p.ex. fibroma – tecido fibroso, condroma – tecido cartilagionso, osteoma – tecido ósseo. Exceções: linfomas, mesoteliomas, melanoma e seminona.
1. Tumores malignos: sufixo –sarcoma; p. ex. fibrossarcoma, lipossarcoma, condrossarcoma.
1. Neoplasias epiteliais:
1. Tumores benignos: adenoma (padrão glandular), papiloma (padrão não glandular) ou pólipo (massa acima de mucosas). 
1. Tumores malignos: carcinoma + característica; p. ex. adenocarcinoma, carcinoma broncogênico, carcinoma epidermoide.
1. Neoplasias das células linfo-hematopoiéticas – origem histológica:
1. Tumores malignos: linfomas – células linfóides; leucemia – células hematopoiéticas.
1. Neoplasias com origem em células totipotentes (germinativas):
1. Tumores benignos: teratoma maduro
1. Tumores malignos: teratocarcinoma
1. Neoplasias de diferenciação divergente:
1. Tumores benignos: adenoma pleomórfico (glândula salivar)
1. Tumores malignos: p. ex. tumor misto maligno de glândula salivar
REFERÊNCIAS:
1. KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul K.; ASTER, Jon C. Robbins. Patologia básica. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

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