Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Síndrome de Dor Patelofemoral Prof. Francisco Xavier de Araujo ANATOMIA ANATOMIA Em sua porção superior insere-se ao tendão do quadríceps; Em sua porção inferior insere-se ao ligamento/ tendão patelar. PATELA ANATOMIA FUNÇÕES DA PATELA ANATOMIA FUNÇÕES DA PATELA - Proteção da articulação. - ↑ vantagem mecânica. Patela: ↑ braço de potência - Comum em indivíduos jovens ativos; - Mais comum no sexo feminino; - 25% - 40% das lesões de joelho no esporte. “Dor difusa na região anterior joelho com progressão lenta que se agrava por atividades que aumentam as forças de compressão na articulação patelofemoral” DOR PATELOFEMORAL DOR PATELOFEMORAL Os pacientes comumente descrevem um início gradual de dor anterior no joelho, geralmente não relacionada a trauma, mas associada a um aumento da frequência ou duração das atividades com carga patelofemoral (agachar, subir escadas, caminhar, correr); A dor raramente está presente quando a articulação patelofemoral se encontra sem carga/impacto (durante o sono, em pé ou em repouso). DOR PATELOFEMORAL Os pacientes podem interromper ou reduzir a atividade física como resultado da dor; Isso pode levar ao ganho de peso, aumentando ainda mais a carga e a dor na articulação patelofemoral, iniciando um ciclo vicioso que pode desencorajar os pacientes de continuarem a praticar atividades físicas. DOR PATELOFEMORAL A dor patelofemoral também pode ocorrer após a luxação ou subluxação patelar; Menos comumente, a dor patelofemoral pode ocorrer após um trauma agudo (como um golpe direto na patela) ou outra lesão no joelho, como uma ruptura meniscal ou ruptura do ligamento cruzado anterior. DOR PATELOFEMORAL A dor patelofemoral geralmente afeta adultos jovens, mas também pode acometer adolescentes e adultos mais velhos; Em adolescentes, geralmente os sintomas ocorrem durante os períodos de crescimento rápido; Em pacientes mais velhos, alterações degenerativas na articulação patelofemoral podem estar presentes, acompanhadas de rigidez articular e crepitação (neste caso já característicos de osteoartrose). SÍNDROME DE DOR PATELOFEMORAL O termo mais aceito atualmente é Síndrome de Dor Patelofemoral ou Dor anterior do joelho, uma vez que é características de um conjunto de sintomas e não de um achado específico em um teste ou exame de imagem; É um diagnóstico clínico, baseado principalmente nos sintomas de dor anterior do joelho agravada por atividades de carga patelofemoral, como subir escadas, agachar, correr, caminhar e levantar da posição sentada; Não existe um teste clínico definitivo para diagnosticar a dor patelofemoral. Possíveis fatores pré-disponentes: • Torção tibial externa; estrabismo convergente. • Alteração altura patela. • Hiperlassidão (recurvatum). • Encurtamento isquiotibais, TFL, tríceps sural. • ↑ ângulo Q. • Fraqueza/retardo ativação VMO x VL. • Fraqueza musculatura do quadril (ABD e RE). • Rigidez do retináculo lateral. • Pronação excessiva do pé. (Smith et al., 2009) DISFUNÇÃO FEMOROPATELAR DISFUNÇÃO PATELOFEMORAL Possíveis Mecanismos DISFUNÇÃO PATELOFEMORAL Possíveis Mecanismos Fatores Biomecânicos Tendão do Quadríceps Ligamento/Tendão Patelar Força de contato Femoropatelar P = F/A Sobrecarga / Excesso de Pressão Com o aumento da flexão aumenta a força de reação femoropatelar e observa-se a mudança da localização da área de contato. Buff et al. 1988 Sobrecarga / Excesso de Pressão Paradoxo dos movimentos em Cadeia Aberta e Cadeia Fechada para o LCA e a articulação Patelofemoral Torque externo durante extensão em Cadeia Aberta X Cadeia Fechada O torque externo aumenta progressivamente da flexão para extensão em CCA e diminui progressivamente em CCF - Inferiormente: tendão patelar. - Lateralmente: retináculo lateral + VL. - Medialmente: retináculo medial + VMO. - Superiormente: tendão do quadríceps. Estabilizadores estáticos e dinâmicos da patela: DISFUNÇÃO PATELOFEMORAL Possíveis Mecanismos O vetor resultante entre as linha de ação da contração do músculo quadríceps e de inserção do tendão patelar causam uma força de tração lateral da Patela Vetor Resultante do Quadríceps O ângulo do Quadríceps, ou Ângulo Q, é formado por uma linha entre a espinha ilíaca antero superior e o centro da patela (angulo do reto femoral) e uma linha da tuberosidade tibial até o centro da patela (angulo do tendão patelar) Ângulo Q O tamanho do ângulo é variável entre os sexos; estudos indicam como intervalo de valores para homens entre 10° e 14°, enquanto as medidas para mulheres são maiores e ficam entre 15° e 23°. Um ângulo Q excessivo é referido como genu valgo, enquanto que se o ângulo Q ficar próximo a 0° o alinhamento é referido como genu varo. Ângulo Q Elias et al. 2004 ÂNGULO Q Ângulo Q MULHER HOMEM Pelve larga Anteversão femoral Joelho valgo Hiperextensão Rotação externa tíbia Pelve estreita Joelho varo Menor flexibilidade Rotação interna ou neutra da tíbia Ângulo Q - "Restritores" estáticos laterais são mais resistentes. - Força resultante entre tendão do quadríceps e ligamento patelar. Tendência de Lateralização Além disso, um encurtamento ou aumento de tensão na Banda Iliotibial, e no retináculo lateral da patela também contribuem para esta tendência natural de lateralizarão da patela Tendência de Lateralização O VMO é o único estabilizador local dinâmico capaz de medializar e estabilizar a patela Fraqueza VMO Fatores Proximais - Fraqueza Abdutores + RE Quadril Diminuição de força do complexo póstero-lateral do quadril (músculos abdutores e rotadores externos) pode contribuir para cinemática alterada em gestos diários (como valgo dinâmico), que, por sua vez, pode ser um dos fatores causadores de dor à longo prazo. Fatores distais - Pronação Excessiva ou Déficit de Dorsiflexão do Tornozelo Alterações na mobilidade do tornozelo também podem causar alteração na cinemática do joelho: Redução da dorsiflexão e/ ou excesso de provação do tornozelo também favorecem o valgo dinâmico. Quadro clínico: - Dor anterior no joelho principalmente durante atividade física, ao descer escadas e longos períodos sentado; - ↓ mobilidade patelar; - ↓ trofismo VMO e Abdutores + RE quadril; - Derrame, pontos dolorosos, crepitação… EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO RED FLAGS Todos os pacientes - febre, inchaço significativo do joelho, aumento da temperatura na articulação do joelho ou dor noturna podem indicar artrite séptica, bursite séptica, osteomielite ou tumor. Crianças e adolescentes - claudicação, discrepância no comprimento da perna ou redução na amplitude de movimento do quadril podem indicar doença de Perthes (interrupção do suprimento de sangue para o quadril, que pode levar a necrose avascular). Derrame leve e sensação de "travamento" nos joelhos das crianças podem indicar osteocondrite dissecante (degeneração ou necrose de pequenas áreas de osso e cartilagem dentro da articulação). L a t e r a l : t e n s ã o n o retináculo lateral Medial: alongamento das fibras do retináculo medial Superior: tendão do quadríceps, bursa Inferior: coxim adiposo infrapatelar, lig. Patelar Profundo: falha da cartilagem articular, estresse subcondral. LOCALIZAÇÃO DA DOR TESTE DE CLARKE Teste para disfunção patelo-femoral Pac ien te em DD, com joe lho s estendidos e relaxados; Fisioterapeuta pressiona a base da patela em direção inferior, em seguida é solicitado que o paciente contraia o quadríceps e o fisioterapeuta continua empurrando a patela de forma controlada; É positivo quando referir dor ou não conseguir manter a contração de quadríceps. Tendão Patelar Palpação do tendão patelar: Realizar uma pressão no pólo superior da patela com uma das mãos, de forma a provocar uma básculada patela, deixando seu pólo inferior mais superficial. Com o dedo da outra mão, faz-se a palpação. Inflamação da gordura de Hoffa Edema, dor no pólo inferior Palpação direta em ambos os lados do tendão patelar quando o joelho é movido para extensão, é dolorosa se houver inflamação. Diagnóstico diferencial Artrose patelofemoral Osgood-Schlatter Bursite pré-patelar Inflamação da gordura de Hoffa (pode gerar dor referida para diversas partes da região anterior do joelho) Tendinite Patelar ou inflamação na gordura de Hoffa? Palpar o tendão patelar, se o paciente referir dor, solicitar a contração do quadríceps. Dessa maneira isolamos o tendão, se o paciente referir dor é tendinite patelar se não reproduzir a dor é a gordura de Hoffa. - Outros testes funcionais como Step Down além de movimentos funcionais do paciente podem ser observados; - Observação postural (Ângulo Q); - Queixas sobre atividades que provocam mais dor; - História prévia (mecanismo de trauma?). EXAME FÍSICO DISFUNÇÃO FEMOROPATELAR - Avaliação Clínica (Mobilidade patelar): - Tilt lateral - Tilt ântero-posterior - Rotação medial e lateral - Glide medial e lateral DISFUNÇÃO FEMOROPATELAR - Avaliação Clínica Dinâmica: Exames de Imagem? Exames de imagem geralmente não são necessários para diagnosticar a dor patelofemoral, mas pode ajudar a identificar fontes potenciais de nocicepção (como sinais de doença articular precoce, lesões ósseas subcondrais e inflamação da sinóvia ou do coxim adiposo); Geralmente não há necessidade de ressonaria magnética para a para diagnosticar a dor patelofemoral devido à precisão diagnóstica limitada para lesões de cartilagem de baixo grau, má associação entre dano à cartilagem articular e sintomas de dor patelofemoral e alta prevalência de lesões de cartilagem (14%) em atletas assintomáticos. TRATAMENTO Uma vez que a Síndrome de Dor Patelofemoral e uma condição clínica complexa e multifatorial, a escolha das abordagens de tratamento vai depender dos achados mais relevantes observados na avaliação! TRATAMENTO TRATAMENTO TRATAMENTO TRATAMENTO * EXERCÍCIOS!!!!! * Reestruturação do equilíbrio muscular (VMO x VL) * Reforço muscular: Enfoque no VMO + Abdu e RE quadril ação seletiva VMO?? TRATAMENTO P = F A Sugere-se que para pacientes com déficit no mecanismo extensor, as atividades em CCA para quadríceps são mais seguras de 90° a 50° e de 10° a 0° ao passo que CCF são mais seguras de 50° a 0°. ATIVAÇÃO DO VMO ASSOCIADO A ROTAÇÃO EXTERNA DO JOELHO ÚLTIMOS 30o GRAUS DE EXTENSÃO ASSOCIADO A CONTRAÇÃO DOS ADUTORES ASSOCIADO A ELETROESTIMULAÇÃO AÇÃO SELETIVA DO VMO ?? “TEORIA” DA ATIVAÇÃO DO VMO ASSOCIADA A CONTRAÇÃO DOS ADUTORES DO QUADRIL AÇÃO SELETIVA DO VMO ?? - Inserção de parte das fibras do VMO na fáscia dos músculos adutores do quadril. - Contração isométrica dos adutores fornece “base estável” para ação do VMO. OBS: o VMO NÃO tem ação no quadril, não faz adução!!! (Sperandei, 2005; Costa e Serrão, 2010) SIM Tangetal., 2001 Takeyaetal., 2002 Sheehy et al., 1998 Hantene Schulthies, 1990 NÃO Earl et al., 2001 Chanetal., 2000 Fonseca etal., 2001 Grosso etal., 2001 Earletal., 2001 Vários estudos desde a década de 90: “TEORIA” DA ATIVAÇÃO DO VMO ASSOCIADA A CONTRAÇÃO DOS ADUTORES DO QUADRIL AÇÃO SELETIVA DO VMO ?? Uma abordagem de tratamento que consiste em uma combinação de exercícios de fortalecimento de quadril e joelho foi mais eficaz na melhora da função e da dor em um período de 1 ano do que exercícios de fortalecimento isolado de joelho em mulheres sedentárias com SDFP. * Agentes eletrofísicos * Mobilização patelar TRATAMENTO TRATAMENTO - BANDAGENS - Reposicionamento patelar TRATAMENTO * ↓ retrações laterais. * Alongamentos. * Liberação de pontos gatilho. TRATAMENTO Fases mais avançadas... A educação fornecida por profissionais de saúde produziu resultados semelhantes na dor e função em comparação com a terapia por exercícios + educação fornecida por profissionais de saúde 3 e 6 meses após a intervenção. O material de educação (panfletos) sem explicação de um profissional foi inferior à terapia com exercícios para melhorar a dor e a função em 3 meses após a intervenção. Tradução da evidência com linguagem informal para os pacientes! TRATAMENTO CIRÚRGICO # Liberação retináculo lateral. # Medialização da inserção do tendão patelar. # Osteotomias (instabilidade - displasia da tróclea).
Compartilhar