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AS ESTRUTURAS DA ENGENHARIA E ARQUITETURA Sólidos e estruturas Conceito Sólidos na Mecânica dos Meios Contínuos são considerados um conjunto contínuo de pontos materiais que podem ser identificados pela posição que ocupam no espaço físico tridimensional. Sólidos são considerados rígidos quando a distância relativa entre quaisquer dois de seus pontos materiais não se altera no tempo. Caso contrário são chamados deformáveis. Sólidos e estruturas Conceito Sólidos são considerados uma estrutura quando têm a função de transmitir ou resistir à ação de esforços externos. Para isso é necessário que tenham também mantenham uma forma definida quando submetidos à ação dos esforços externos para os quais devam ser funcionais. Uma estrutura é portanto um sólido com uma função mecânica. Estruturas podem ser projetadas e construídas para que tenham a função desejada. Este é o objetivo principal da Engenharia Estrutural. Existem estruturas em todas as construções civis, assim como nas máquinas, sejam elas guindastes, automóveis, aviões, foguetes, navios ou submarinos. Existem estruturas naturais, como a formada pelo esqueleto e músculos dos corpos dos mamíferos. Sólidos e estruturas Conceito A Mecânica dos Meios Contínuos é a parte da física que trata de sólidos e fluidos, quando são considerados um conjunto contínuo de pontos materiais que podem ser identificados pela posição que ocupam no espaço físico tridimensional. Mecânica dos Sólidos é a parte da Física que trata tanto dos sólidos rígidos como dos deformáveis. A Mecânica dos Sólidos trata também de sistemas formados por sólidos, como uma máquina. A Mecânica dos Sólidos Deformáveis é a parte da Mecânica dos Meios Contínuos que trata apenas dos sólidos deformáveis. A Mecânica das Estruturas é a parte da Mecânica dos Sólidos Deformáveis que trata especificamente das estruturas. Estruturas Civis Notas históricas - estrutura em alvenaria Construções em alvenaria, isto é, com pedras naturais ou artificiais (tijolos cerâmicos, blocos de argamassa ou gesso, etc.) são, juntamente com as construções de madeira, as mais antigas da Cultura Humana. Já havia construções em alvenaria nas mais priscas eras. No início, as pedras eram apenas empilhadas, mas logo se desenvolveu a técnica do alvener ou alvanel, ou seja, de talhar as pedras, dando-lhes um melhor encaixe. O exemplo supremo desta técnica talvez possa ser visto na Fortaleza de Saqshuyaman , nas proximidades de Cuzco, na qual os Incas levantaram pedras naturais de diversas toneladas, talhadas e polidas, com encaixes perfeitos e sem argamassa, cuja execução até hoje um enigma permanece. O assentamento das pedras com o auxílio de argamassa, isto é, de uma mistura de água, areia e algum material ligante como barro ou cal é também quase tão antigo. Estruturas Civis Notas históricas - estrutura em alvenaria No passado, a maioria das coberturas e telhados era realizada com a ajuda de estruturas de madeira, uma vez que os vãos que podem ser vencidos com a alvenaria eram bastante limitados. No entanto, o Homem desde cedo tentou desenvolver técnicas para superar esta limitação. Uma delas, chamada de falso arco ou abóbada, consistia em empilhar pedras em balanço até se fecharem no topo da construção. Os romanos levaram a técnica dos arcos e das abóbadas ao um grande florescimento com a construção de pontes e aquedutos assim como com a cobertura de grandes espaços, atingindo vãos que só foram alcançados novamente na Renascença, muitos séculos depois. Na Figuras ao lado vê-se o aqueduto romano de Pont du Gard na Provença, exemplo muito bem conservado da técnica romana com os arcos de alvenaria e um dos mais belos exemplos de abóbada da Antigüidade: o Panteão de Roma (diâmetro de 40 m). Estruturas Civis Notas históricas - estrutura em alvenaria Nas Figuras ao lado vê-se a primeira tentativa de se utilizar a mesma técnica na Renascença: a cúpula da Catedral de Florença, projeto de Bruneleschi em 1420 (diâmetro de 42 m). A habilidade dos alveneiros (hoje, pedreiros) atingiu um máximo, tanto no aproveitamento dos materiais como na forma arquitetônica, na construção das catedrais góticas européias, sejam elas em pedra natural como as francesas e as do centro-sul da Alemanha, assim como as executadas em tijolos cerâmicos do norte da Alemanha. Estruturas Civis Notas históricas - estrutura em alvenaria A construção em alvenaria é ainda hoje muito importante, principalmente em obras residenciais. No entanto, ela perdeu parte de sua significância após o desenvolvimento de novos materiais de construção como o aço e o concreto. A baixa resistência à tração da alvenaria limita o seu uso a paredes e muros sujeitos a pouca solicitação de flexão, ou ao uso de arcos e cúpulas. Edifícios residenciais de vários pavimentos com paredes estruturais de alvenaria, armadas ou não, complementados por elementos estruturais de concreto armado como lajes e travamentos, podem ser uma opção em países em desenvolvimento, nos quais a mão de obra é ainda relativamente barata. Já em países com níveis salariais mais altos, a construção em alvenaria concentra-se em obras residenciais de pequeno porte. Existem Estruturas Civis Notas históricas - estrutura de madeira A execução artesanal de estruturas de vigas de madeira desenvolveu-se desde cedo tanto na China e, depois, na Idade Média Européia, seja em coberturas, seja em pontes, conforme se podem ver nas imagens. No entanto, a construção de estruturas de madeira passou a ser um assunto propriamente da Engenharia somente após a Revolução Industrial. Em particular, nos Estados Unidos e na Europa Central, países ricos em florestas, inúmeras pontes ferroviárias foram erguidas no século XIX, que posteriormente foram todas substituídas por pontes metálicas. Estruturas Civis Notas históricas - estrutura de madeira Uma inovação recente nas estruturas de madeira são as vigas de madeira colada que possibilitam a construção de vigas curvas de grande vão. Contribuiu, para isso, também o desenvolvimento de diversos tipos de ligações metálicas que muito simplificaram estas construções e lhes deram um caráter de estruturas metálicas. Estruturas Civis Notas históricas - estruturas metálicas A utilização do ferro e do aço em estruturas dependeu muito do desenvolvimento da siderurgia durante a Revolução Industrial na Inglaterra. Alguns marcos desse desenvolvimento são a produção de ferro gusa em alto-fornos por volta de 1735 por Abraham Darby II e a descoberta do processo de fabricação do aço pelo processo “puddling” por Henry Cort em 1784. Com o desenvolvimento das primeiras laminações na primeira metade do século XIX, pôde o aço ser finalmente transformado de forma econômica em perfis adequados ao uso estrutural. A produção econômica do aço em grandes quantidades tornou-se possível somente após a descoberta em 1855 do processo da garrafa de Henry Bessemer e a invenção em 1867 do forno de Siemens-Martin. Estruturas Civis Notas históricas - estruturas metálicas A primeira ponte de ferro (Figura 1.7) foi construída em Coalbrookdale/Severn por Abraham Darby III e John Wilkinson nos anos 1773-1779 com 30,6 m de vão e pode ainda ser visitada hoje. No ano 1794 surgiu a primeira ponte de ferro na Alemanha com 13 m de vão (Figura 1.8). No princípio do século XIX inúmeras pontes foram construídas em toda a Europa com a mesma técnica. As primeiras pontes adotaram as formas tradicionais das pontes em alvenaria, sendo construídas em arco, uma vez que ainda eram executadas de forma artesanal, sem fundamentos teóricos. Os elementos de ferro fundido, que são muito frágeis quando submetidos a compressão, eram ligados por encaixes e molas ou com chapas de aço forjado. Estruturas Civis Notas históricas - estruturas metálicas Além das pontes em arco, a partir de 1825, com a construção acelerada das estradas de ferro, foram executadas inúmeraspontes em treliça em diversos esquemas. Este sistema estrutural atingiu seu apogeu com a ponte sobre o Firth of Forth (Figura 1.9), próxima a Edimburgo, com o vão principal de 521 m, construída em 1883-1890. Estruturas Civis Notas históricas - estruturas metálicas Das estruturas metálicas, as pontes suspensas destacam-se por vencer os maiores vãos. Conhecidas há mais de 2000 anos na China, utilizando cordas, elas se desenvolveram após a Revolução Industrial a partir de estruturas suspensas por correntes feitas de elementos forjados, passaram a ser executadas em cadeias de barras, como a Ponte Hercílio Luz de Florianópolis e, terminaram, nos dias de hoje por serem quase que exclusivamente executadas com o auxílio de cabos de aço. O país que mais contribuiu para o desenvolvimento de pontes suspensas por cabos, ou simplesmente, pontes pênseis, foram os Estados Unidos. Na Figura 1.10 vê-se duas notáveis obras do século XIX: a ponte em correntes sobre o estreito de Menai, Inglaterra, de Thomas Telford, construída de 1816 a 1826 e a maravilhosa Brooklin Bridge em Nova York, de J. A. & W. A. Roebling, construída de 1870 a 1883. Estruturas Civis Notas históricas - estruturas metálicas Na tabela a seguir expõem-se alguns dados sobre pontes suspensas que podem ser de interesse Estruturas Civis Notas históricas - estruturas metálicas Muitas pontes expressivas, várias delas suspensas, ruíram por ruptura frágil, por fadiga dos materiais, por flambagem de elementos estruturais insuficientemente enrijecidos, por ressonância causada pela marcha de soldados, por instabilidade aerodinâmica (Figura 1.16) ou por outros fenômenos subestimados. Estes fracassos levaram invariavelmente a uma intensificação da atividade de pesquisa e, posteriormente, a um maior desenvolvimento tecnológico. Estruturas Civis Notas históricas - estruturas metálicas Desde o final do século XIX, desenvolveu-se, principalmente nos Estados Unidos, a construção de edifícios altos, os chamados arranha-céus. Em 1930, a estrutura em aço do “Empire State Building” (Figura 1.23a), com 102 andares, foi levantada em Nova York em apenas seis meses. Em 1972, as torres gêmeas do “World Trade Center” de Nova York, com 110 andares, foram inauguradas e permaneceram por pouco tempo como os edifícios mais altos do mundo. Em 1974 a “Sears Tower” em Chicago (Figura 1.23b), também em estrutura de aço, atingiu o recorde de 422 m de altura. Estruturas Civis Notas históricas - estruturas metálicas Esta altura foi superada na década de 90 pelas torres gêmeas "Petronas Towers" (Figura 1.20) com 452 m em Kuala Lumpur na Malásia, desta vez em estrutura mista em aço e concreto e com a ajuda de torres de comunicação em seu topo. Existem projetos para edifícios ainda mais altos na China. No entanto, após o ataque terrorista contra o “World Trade Center” de Nova York, em 11 de setembro de 2001, a segurança de edifícios muito altos foi colocada em questionamento. Estruturas Civis Notas históricas - estruturas de concreto armado e protendido Concretos com cal hidráulica ou com cimento pozolânico (de origem vulcânica) já eram conhecidos dos romanos há mais de 2000 anos. As descobertas do cimento romano no ano de 1796 pelo inglês J. Parker e do cimento Portland pelo francês J. Aspdin em 1824 introduziram um novo desenvolvimento nas construções de concreto. Em meados do século XIX, na França, introduziram-se agregados de pedra britada no concreto pela primeira vez Estruturas Civis Notas históricas - estruturas de concreto armado e protendido Concreto é o material estrutural mais produzido em todo o mundo. É difícil encontrar hoje uma obra onde ele não tenha sido utilizado, mesmo que somente nas fundações ou em lajes. No Brasil, sua presença é marcante em nossas cidades e estradas. No entanto, mais que qualquer outro material estrutural, o concreto não tem formas pré-definidas, podendo ser plasticamente moldado para aproveitar ao máximo as características do material e para dar belas formas arquitetônicas às construções.