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Antibiograma e isolamento e identificação de bactérias docx


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ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS GRAM POSITIVAS 
 
� Isolamento 
� In vitro​ em meios de cultura que lhes forneçam todas as condições nutricionais e 
ambientais necessárias ao seu crescimento.  
� Semeadura dos materiais clínicos em meios sólidos distribuídos em placa 
de Petri​, em tubos de ensaio ou em outros tipos de frascos.  
� Incubados em temperatura e atmosfera adequadas​.  
� O período de incubação varia de acordo com a velocidade de crescimento da bactéria 
24 a 48 horas​. 
� Material para colheita e isolamento: Abaixador de língua "Swab" e Ágar sangue 
� Identificação - Estreptococos 
� As espécies de maior interesse clínico são: Streptococcus pyogenes, Streptococcus 
agalactiae, Streptococcus pneumoniae. 
� Os Streptococcus são identificados de acordo com:  
beta-hemolíticos​: lisam completamente as hemácias liberando ​hemoglobina​ e 
formando uma zona clara ao redor da colônia. 
alfa-hemolíticos​: quando causam lise incompleta das hemáceas com liberação de 
pigmento verde​ (redução da hemoglobina) promovendo uma zona esverdeada ao 
redor da colônia.   
Gama-hemolítico​: ausência de atividade hemolítica. 
� São utilizados testes com antimicrobianos para diferenciação de Streptococcus alfa, 
beta e gama hemolíticos. 
� Os ​estreptococos alfa-hemolíticos​ elaboram ​carboidratos​ que são utilizados em 
reações de precipitação com anti-soro​ específico, que possibilita a separação dos 
grupos.  
� Teste optoquina – Estreptococos alfa-hemolíticos 
� A optoquina é um farmaco solúvel em água que se difunde rapidamente em meio de 
cultura sólido. Faz a leitura do​ halo ​de inibição do crescimento bacteriano 
� Teste da Bacitracina - Estreptococos ​β​-hemolíticos  
� O teste tem a finalidade de ​diferenciar S. pyogenes​ de outras cepas do grupo A de 
outros grupos de Streptococcus ​β​hemolíticos.  
� Teste de Camp   
� O teste visa a identificação de linhagens de S. agalactiae (grupo B). 
� A formação de uma seta ou meia-lua convergindo para o S.aureus na intersecção do 
crescimento das duas bactérias indica que o teste é positivo e indicativo de 
S.agalactiae;  
� Se não houver formação de seta ou meia-lua, o teste é negativo.  
 
� Identificação – Estrafilococos 
� As três espécies de maior interesse clínico são: Staphylococcus aureus, Staphylococcus 
epidermidis, Staphylococcus saprophyticus. 
� Identificação e diferenciação  
a)​Atividade enzimática​: ​Prova da coagulase - se há formação de coágulo. ​O 
Staphylococcus aureus é ​produtor de coagulase​. Staphylococcus epidermidis, não 
produtor de coagulase, é usualmente considerado ​não patogênico​ mas pode estar 
envolvido em certas situações clínicas: endocardite bacteriana, em cirurgia com 
prótese, em transplante de medula e em cateterismo venoso. 
b) ​Sensibilidade a novobiocina​ - verificar a ​formação de um halo de inibição​. 
Esse teste diferencia o S. saprophyticus (​resistente​ ao farmacoa) do S. epidermidis 
(​sensível a droga​). O S. saprophyticus é causa relativamente freqüente de infecção 
do trato urinário em pacientes jovens. 
c) ​Teste de Fermentação do Manitol​ - Verificar se o microrganismo tem a 
capacidade de fermentar o manitol. Formação de halo amarelo ao redor das colônias, 
identifica ​Staphylococcus aureus.  
d) ​Teste da Catalase​ ​- O teste da catalase é utilizado para ​diferenciar os 
estafilococos (catalase positiva) dos estreptococos (catalase negativa)​.  
Procedimento: Colocar uma gota de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) sobre 
uma lâmina; Com auxílio de fio bacteriológico, agregar a colônia em estudo na gota de 
peróxido de hidrogênio.  
Positivo:​ Presença imediata de ​bolhas​ - a produção de efervescência indica a 
conversão do ​H2O2 em água e oxigênio gasoso​.  
Negativo:​ Ausência de bolhas ou efervescência. 
 
ANTIBIOGRAMA: TÉCNICAS DE PREPARAÇÃO E INTERPRETAÇÃO 
 
Determinar a sensibilidade e a resistência de determinado microrganismo a antimicrobianos. A 
identificação de bactérias isoladas de espécimens clínicas necessita de teste complementar para 
determinar o perfil de sensibilidade daquela espécie frente a quimioterápicos antimicrobianos 
(Antibiograma). As drogas disponíveis no combate àquela infecção, são estudadas por grupos e em 
concentrações padronizadas. Um segundo tipo de teste de sensibilidade é realizado utilizando-se 
espécies não patogênicos, quando se deseja estudar ​mecanismos de ação das drogas​ ou modelos de 
resistência antimicrobiana ou ainda para marcar uma população. Neste caso, são determinados os 
grupos de drogas e a concentração mínima inibitória​ (CMI) por método quantitativo. 
 
Método de difusão com disco (Técnica Kirby Bauer):​ Difusão da droga, sob forma de disco ou 
comprimido na superfície do meio sólido. 
1. Padronização do inóculo bacteriano 
2. Semeio 
3. Leitura: ​Observar halo de inibição em torno do disco de antimicrobiano​. O 
diâmetro deste halo é medido em mm (halômetro) e comparado com a tabela recomendada 
pelo C LS I . Para cada agente antimicrobiano, o diâmetro do halo poderá ser interpretado 
como sensível (S), resistente (R) ou intermediário (I). 
4. Utilização de Drogas de baixa difusão: Halo pequeno 
5. Drogas de alta difusão: Halos maiores. 
E-test:​ Teste epsilométrico, método de difusão mais avançado que permite estimar a concentração 
mínima inibitória (CMI), a mais baixa concentração de antibiótico que impede o crescimento 
bacteriano. Uma tira revestida de plástico contendo um gradiente de concentração do antimicrobiano, e 
a CMI pode ser lida em uma escala impressa na tira.  
 
ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS GRAM NEGATIVAS 
 
As bactérias gram-negativas incluem vários gêneros de bacilos ​fermentadores de carboidratos 
ou não fermentadores. A identificação das bactérias Gram-negativas baseiam-se principalmente em 
reações bioquímicas que ocorrem nos meios de cultura, resultantes do metabolismo bacteriano. 
 
ISOLAMENTO: Para o isolamento dos bacilos gram-negativos são utilizados principalmente meios 
seletivos diferenciais.  
 
IDENTIFICAÇÃO (Provas bioquímicas) : 
 
� Fermentação de carboidratos: Nos sistemas de provas bacteriológicas o processo de 
fermentação é detectado por ​observação visual das mudanças de cor dos indicadores 
de pH do meio​ quando os produtos ácidos são formados pelas bactérias. Os testes de 
fermentação de carboidratos determinam ​a capacidade de um microrganismo em 
hidrolizar determinado açúcar​ em meio base de vermelho de fenol, produzindo ácidos 
com ou sem gás.  
Indicador de pH​: Vermelho de fenol Ácido (cor amarela) - pH < 6,8 Alcalino(cor 
vermelha)-pH >8,4 Neutro (cor laranja) - pH = 7,4.  
Resultado​: POSITIVO: ​cor amarela​ -- presença de ácido (carboidrato fermentado) 
NEGATIVO: ​cor vermelha​ -- ausência de ácido (Carboidrato não fermentado) 
 
� Teste TSI 
No meio TSI distribuído em tubos de ensaio observa-se a fermentação ou não dos açúcares 
pelas bactérias Gram-negativas, ​com produção ou não de gás CO2​. Também pode se 
observar a formação de H2S (gás sulfídrico ou sulfeto de hidrogênio) pela sua reação com o 
sulfato ferroso (presente no meio TSI), resultando num precipitado de sulfeto ferroso que se 
manifesta por uma reação visível de ​cor negra​.  
Resultado e interpretação: ​O resultado é obtido pela visualização da ​mudança de cor no 
pico​ (superfície inclinada) e ​no fundo​ (profundidade) do tubo de ensaio contendo o ágar TSI: 
 
Pico alcalino/fundo alcalino - Ausência de fermentação dos açucares. Pseudomonas aeruginosa 
Pico alcalino/fundo ácido - Fermentação apenas da glicose. Shigella.  
Pico alcalino/fundo ácido e negro - Fermentação da glicose e produção de H2S. Salmonella, 
Proteus, Citrobacter. 
Pico ácido/fundo ácido - Fermentação dos três açucares. Ex: Escherichia coli, Klebsiella, 
 
� Teste de motilidade 
Meio SIM. A motilidade bacteriana é detectada pelo exame macroscópico do meio para se 
observar uma ​zona de crescimento difuso (turbidez) ​que parte da linha de inoculaçãofeita 
com a agulha de platina.  
 
� Teste do citrato 
Determinar se um microrganismo é ​capaz de utilizar o citrato como única fonte de 
carbono para seu metabolismo e crescimento​. Se o citrato for utilizado, o nitrogênio 
(do fosfato de amônia) presente no meio também será, havendo ​liberação da amônia com a 
conseqüente alcalinização do meio.  
 
POSITIVO: ​meio azul​ (alcalino) - Utilização do citrato NEGATIVO: ​meio verde​ (neutro) - 
Não utilização do citrato. 
 
� Teste da lisina 
Determinar a habilidade enzimática de uma determinada bactéria em 
descarboxilar o aminoácido lisina​, com a subsequente alcalinização do meio devido a 
formação de amina alcalina (cadaverina).  
 
POSITIVO: ​meio púrpura​ (alcalino) - Ocorreu a descarboxilação da lisina e conseqüente 
formação de aminas.  
  
NEGATIVO: ​meio amarelo​ (ácido) - Não ocorreu a descarboxilação da lisina. A acidificação 
do meio ocorre porque a bactéria fermenta uma pequena quantidade de glicose presente no 
meio. 
 
� Teste Indol 
Determinar a habilidade do organismo em produzir o indol​ (benzil pirrol) a partir da 
molécula de triptofano ou outros aminoácido presentes no meio SIM. Este teste é útil para 
diferenciar a E.coli (indol positiva) de outras enterobactérias. 
O desenvolvimento de uma ​cor vermelha​ na superfície do meio após a adição do reativo 
indica a presença de indol e uma prova positiva​.   
 
� Teste Urease 
Determinar a habilidade de um microrganismo ​em degradar enzimaticamente a uréia 
pela urease com a formação de duas moléculas de amônia (NH3), resultando na alcalinização 
do meio.  
 
POSITIVO: ​meio rosa​ (alcalino) - Presença de urease NEGATIVO: ​meio amarelo​ (neutro) - 
Ausência de urease