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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER
JOSÉ JOAQUIM CARLASSARA, RU 2049146, TURMA 2017/12
 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO HÍBRIDO - EXTENSÃO
SÃO ROQUE
10
2020
JOSÉ JOAQUIM CARLASSARA, RU 2049146, TURMA 2017/12
 
	
ESTÁGIO SUPERVISIONADO HÍBRIDO - EXTENSÃO
Relatório de estágio de ESTÁGIO SUPERVISIONADO HÍBRIDO da disciplina de Estágio Supervisionado Docência na EJA e Normal apresentado ao curso de Segunda Licenciatura em Pedagogia do Centro Universitário Internacional UNINTER.
SÃO ROQUE
2020
SUMÁRIO
	1
	INTRODUÇÃO ........................................................................................
	03
	2
	O PROJETO DE EXTENSÃO ................................................................
	04
	2.1
	ESTADO DA ARTE ................................................................................
	15
	2.2
	CAMPO EXTERNO REMOTO – ANÁLISE IMAGÉTICA ......................
	19
	2.3
	MATERIAL: CRIAÇÃO E REFLEXÃO .................................................
	19
	2.4
	PRÁXIS E RELATÓRIO DE EVIDÊNCIAS .............................................
	19
	2.4.1
	Práxis .....................................................................................................
	19
	2.4.2
	Relatório de evidências ........................................................................
	20
	3
	CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................
	20
	
	REFERÊNCIAS.......................................................................................
	23
	
	
	
1 INTRODUÇÃO 
 Embora hajam boas tentativas de definir e especificar o que, de fato, seria uma Dificuldade de Aprendizagem ou Escolar, não existe ainda uma definição consensual acerca dos critérios e nem mesmo do termo. De modo acadêmico, vamos chamar esse quadro de Dificuldades da Aprendizagem, preferível à Dificuldades Escolares, menos específico e não restrito, obrigatoriamente, ao aprendizado. 
Nascemos com uma tendência nata para a aprendizagem, iniciamos nosso processo de aprendizagem bem cedo, aprendemos mamar, falar, pensar e muitas outras coisas. Por volta de três anos já somos seres curiosos, capazes de construir as primeiras hipóteses.
A aprendizagem é a construção do conhecimento são processos naturais e espontâneos na nossa espécie e se certamente não estão ocorrendo, é porque existe uma razão, pois uma lei da natureza está sendo contrariada.
A aprendizagem escolar deve ser natural, espontânea e até mesmo prazerosa.
Os problemas de aprendizagem referem-se a duas situações: a criança normal e a criança com desvio do quadro normal.
Segundo J. Paz, citado por Paim (1992:28) 
Podemos considerar o problema de aprendizagem como um sintoma, não aprender não é um quadro permanente, mas uma constelação de comportamentos, dos quais podemos destacar como sinal de descompensação.
Dificuldade de aprendizagem é um termo genérico que se refere a um grupo heterogêneo de desordens, manifestadas por dificuldades na aquisição e no uso da audição, da fala, da leitura, da escrita, do raciocínio ou das habilidades matemáticas. Segundo Terezinha Nunes (2000), problemas de controle de comportamento, percepção e interação social podem coexistir.
A expressão dificuldades de aprendizagem é atualmente usada para descrever uma perturbação que interfere com a capacidade para guardar, reter, processar ou produzir informação. Define-se como dificuldades de aprendizagem como "uma perturbação num ou mais dos processos psicológicos básicos envolvidos na compreensão ou no uso da linguagem falada ou escrita, a qual se pode manifestar através de uma capacidade imperfeita para escutar, pensar, falar, ler, escrever, soletrar ou realizar cálculos matemáticos". As dificuldades de aprendizagem não incluem problemas de aprendizagem resultantes, principalmente, de deficiências visuais, auditivas ou motoras, de deficiência mental ou de desvantagens ambientais, culturais ou económicas.
Referido projeto foi executado no Polo Uninter em São Roque-SP.
A intenção do projeto é atingir os professores da rede de ensino municipal denominadas EMEFs do Município de São Roque.
O Município de São Roque consta com 31 Escolas de Ensino Fundamental, 14 Escolas de Ensino Médio, com 15.000 alunos e 923 professores.
2 O PROJETO DE EXTENSÃO 
Pela análise da literatura existente neste campo, verifica-se que são usados vários termos para referir as dificuldades de aprendizagem. Este estado de coisas não é surpreendente, se se considerar que o problema em questão envolve múltiplas áreas, incluindo a educação especial, a psicologia, a correção da fala, o desenvolvimento infantil, a neurologia e a clínica geral.
O fato de os valores estatísticos relativos ao número de crianças com dificuldades de aprendizagem apresentarem uma grande variação - entre 1 a 30% da população geral - reflete a não coincidência de parâmetros que definem este problema. Em 1987, o Comité Inter Agências sobre Deficiências de Aprendizagem concluiu que 5 a 10% poderiam ser considerados valores razoáveis. Em 1991, o Departamento de Educação dos Estados Unidos referiu que cerca de 5% de todas as crianças em idade escolar eram alvo de serviços de educação especial. No ano letivo de 1989/90, mais de 2 milhões de crianças com dificuldades de aprendizagem recebiam os referidos serviços.
Uma criança cujos resultados académicos não são satisfatórios pode parecer preguiçosa ou emocionalmente perturbada. No entanto, os problemas que regista podem ter origem em dificuldades de aprendizagem e necessitar, por isso, do recurso à intervenção. É essencial que estes alunos sejam identificados o mais precocemente possível, a fim de evitar ou de suavizar a frustração e a sensação de insucesso de que tais alunos sofrem. Uma abordagem levada a cabo por uma equipa multidisciplinar ajudará a potenciar o desenvolvimento global da criança.
É necessário determinar o QI do aluno, de forma a poder avaliar se o seu desempenho corresponde ou não ao seu potencial. A existência de uma discrepância entre capacidade e desempenho do aluno pode ser fator indicativo de dificuldades de aprendizagem. Dado que as estratégias de aprendizagem a adoptar para cada aluno dependem do tipo de dificuldade de aprendizagem diagnosticada, é essencial que se proceda a uma avaliação do aluno em causa. 
Com base nessa avaliação, obter-se-á informação precisa que se revestirá de grande importância para os alunos, para os pais e para o professor, uma vez que permitirá a estes últimos compreender e apoiar o aluno a aprender e a ultrapassar os efeitos da dificuldade em questão. Para identificar estes alunos, pode ser necessário recorrer à avaliação formal e informal, avaliação que caberá tanto aos profissionais da educação como aos da saúde.
Embora hajam boas tentativas de definir e especificar o que, de fato, seria uma Dificuldade de Aprendizagem ou Escolar, não existe ainda uma definição consensual acerca dos critérios e nem mesmo do termo. De modo acadêmico, vamos chamar esse quadro de Dificuldades da Aprendizagem, preferível à Dificuldades Escolares, menos específico e não restrito, obrigatoriamente, ao aprendizado.
Parece ser parcialmente sensata a definição da Lei Pública Americana, P.L. 94 -142, diz que: 
Dificuldade de aprendizagem específica significa uma perturbação em um ou mais processos psicológicos básicos envolvidos na compreensão ou utilização da linguagem falada ou escrita, que pode manifestar-se por uma aptidão imperfeita de escutar, pensar, ler, escrever, soletrar ou fazer cálculos matemáticos. O termo inclui condições como deficiências perceptivas, lesão cerebral, disfunção cerebral mínima, dislexia e afasia de desenvolvimento. O termo não engloba as crianças que têm problemas de aprendizagem resultantes principalmente de deficiência visual, auditiva ou motora, de deficiência mental, de perturbação emocional ou de desvantagens ambientais, culturais ou econômicas (Federal Register, 1977).Evidentemente não podemos concordar com a segunda parte da definição americana, excluindo situações clínicas atreladas às Dificuldades da Aprendizagem. Não se vê justificativa plausível para essa exclusão das causas da Dificuldades da Aprendizagem. 
 O DSM.IV, por sua vez, define muito mal a situação das Dificuldades da Aprendizagem. Segundo essa classificação, 
Os transtornos da aprendizagem são diagnosticados quando os resultados do indivíduo em testes padronizados e individualmente administrados de leitura, matemática ou expressão escrita estão substancialmente abaixo do esperado para sua idade, escolarização e nível de inteligência
.
O CID.10 denomina essa situação, predominantemente no capítulo intitulado Transtorno do Desenvolvimento das Habilidades Escolares, descrevendo-os como
 
Transtornos nos quais as modalidades habituais de aprendizado estão alteradas desde as primeiras etapas do desenvolvimento. O comprometimento não é somente a consequência da falta de oportunidade de aprendizagem ou de um retardo mental, e ele não é devido a um traumatismo ou doença cerebrais.
 Enfim, não devemos tratar as Dificuldades da Aprendizagem como se fossem problemas insolúveis, mas, antes disso, como desafios que fazem parte do próprio processo da aprendizagem, a qual pode ser normal ou não-normal. Também parece ser consensual a necessidade imperiosa de se identificar e prevenir o mais precocemente possível as Dificuldades da Aprendizagem, de preferência ainda na pré-escola.
 É muito importante a avaliação global da criança ou adolescente, considerando as diversas possibilidades de alterações que resultam nas Dificuldades da Aprendizagem, para que o tratamento seja o mais específico e objetivo possível.
Existem ainda outras classificações, por exemplo, quanto a origem das Dificuldades da Aprendizagem. Alguns autores dividem as Dificuldades da Aprendizagem em Primárias e Secundárias, de acordo com sua origem. As Dificuldades da Aprendizagem consideradas primárias, seriam aquelas cuja causa não pode ainda ser atribuída à elementos psico-neurológicos bem estabelecidos ou esclarecidos. 
Esses casos englobam, principalmente, as chamadas disfunções cerebrais e, dentro das dessas disfunções, teríamos os Transtorno da Leitura, Transtorno da Matemática e Transtorno da Expressão Escrita, bem como os transtornos da linguagem falada, os quais englobam o Transtorno da Linguagem Expressiva e o Transtorno Misto da Linguagem Receptivo-Expressiva.
As Dificuldades da Aprendizagem consideradas secundárias seriam aquelas consequentes às alterações biológicas específicas e bem estabelecidas e alterações comportamentais e emocionais bem esclarecidas. Em relação às alterações biológicas (neurológicas) teríamos as Lesões Cerebrais, Paralisia Cerebral, Epilepsia e Deficiência Mental. Envolvem também os sistemas sensoriais, através da deficiência auditiva, hipoacusia, deficiência visual e ambliopia. Teríamos ainda, dentro das causas biológicas, as situações de Dificuldades da Aprendizagem consequentes a outros problemas perceptivos que afetam a discriminação, síntese, memória e relação espacial e visualização.
Em relação aos problemas de comportamento, um dos fatores mais marcantes para desenvolvimento de Dificuldades da Aprendizagem são os quadros classificados como Comportamento Disruptivo e, dentro deles, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e o Transtorno Desafiador e Opositivo.
 	Quanto aos problemas emocionais que favorecem as Dificuldades da Aprendizagem, principal item abordado por nós, temos a Depressão Infantil e a Ansiedade (de Separação) na Infância. A importância do diagnóstico dos problemas emocionais que levam a criança a apresentar um baixo rendimento escolar se justifica por: 
1. - Dentre as principais razões para as DA, as emocionais são, atualmente, uma daquelas com melhor possibilidades de tratamento;
2. - Importantíssimo para fazer diagnóstico diferencial com a Deficiência Mental, quadro muito traumático para familiares e com mau prognóstico;
3. - Proporcionar um desenvolvimento satisfatório o mais rapidamente possível.
Muito embora as crianças estejam sujeitas à maioria dos transtornos emocionais encontrados nos adultos, na maioria das vezes seu diagnóstico é pobremente realizado, e isto, quando realizado. A maioria das pessoas ainda acredita que criança não fica "nervosa", porque criança não tem problemas, ou coisas assim. Outros, infelizmente mais ignorantes ainda, acham que "criança nervosa" é falta de correção enérgica, porque quando eram crianças apanhavam se não se comportassem adequadamente. Enfim, a falta de informação sobre psiquiatria infantil é a responsável pela maioria das dificuldades de relacionamento, escolares e sociais das crianças, bem como, responsável por inúmeras sequelas emocionais no futuro.
Problema da Escola
Não é lícito estabelecer uma regra geral e inflexível atribuindo a todos os casos de Dificuldade da Aprendizagem um mesmo diagnóstico ou um enfoque generalizador. Nem sempre existem provas clínicas de que as causas das Dificuldades da Aprendizagem possam ser identificadas objetivamente. Muitas vezes as tentativas de se estabelecer diagnósticos para avaliar esses problemas servem para encobrir outras incompetências pedagógicas. 
Muitas vezes o diagnóstico pouco criterioso de "hiperatividade", "fobia escolar", etc, serve como atenuante para alguma comodidade ou incapacidade da escola para lidar com processos e métodos de aprendizagem. Não é segredo que a maioria das escolas, notadamente públicas, está longe de cumprir sua tarefa de instruir e educar, envolvidas que estão por ditames políticos demagógicos, ou técnicos utilitaristas. Percebe-se, com certa facilidade, que algo está muito errado e que, nem sempre, o erro é exatamente das crianças.
Por isso, cada caso deve ser avaliado particularmente, incluindo na avaliação o entorno familiar e escolar. Se as Dificuldades da Aprendizagem estão presentes no ambiente escolar e ausentes nos outros lugares, o problema deve estar no ambiente de aprendizado e não em algum "distúrbio neurológico" misterioso e não-detectável 
Essa dificuldade, digamos, seletiva para o ambiente escolar, é detectada quando a criança aprende bem em outros cursos (inglês, música...), aprende manipular aparelhos eletroeletrônicos com facilidade, tem boa performance em atividades lúdicas, enfim, quando ela mostra fora da escola que pode aprender como as demais.
Quais seriam os critérios dos pais ao decidirem por esta ou aquela escola? Excluindo-se a imensa maioria que não pode escolher, aceitando a escola pública onde seu filho deve obrigatoriamente estudar, alguns outros podem estar escolhendo a escola motivados por razões sociais; porque querem seus filhos junto com os filhos de outras proeminências sociais, porque é chique dizer onde eles estudam, por alívio de consciência, já que podem sentir-se omissos em outras áreas, pelo preço, enfim, nem sempre o critério é pedagógico.
John Holt, no livro, Teach Your Own - Ensine a Si Mesmo (2007) alerta os pais de crianças em idade escolar, para serem “extremamente céticos em relação a qualquer coisa que as escolas e seus especialistas digam sobre a condição e as necessidades de seus filhos”. Recomenda, com certo exagero, que eles devem compreender ser quase certos que a própria escola, com todas as suas fontes de tensão e ansiedade, esteja agravando ou causando essas dificuldades e que o melhor tratamento provavelmente seja tirar o filho da escola de uma vez por todas (idem, ibidem).
Muitas vezes as Dificuldades da Aprendizagem são reações compreensíveis de crianças neurologicamente normais, porém, obrigadas a adequar-se às condições adversas das salas de aula. Podemos ver na clínica diária, muitas crianças sensíveis e emocionalmente retraídas quem passam a apresentar Dificuldades da Aprendizagem depois de submetidas à alguma situação constrangedora não percebida pelos demais. Trata-se de uma situação corriqueira agindo sobre uma criança afetivamente diferenciada, que nem semprea escola, incluindo a professora, orientadora, coordenadora e demais colegas de classe, percebem
Normalmente as crianças que apresentam dificuldades específicas no início da escolarização, embora não tenham nenhum problema neuropsiquiátrico, provavelmente são aquelas que precisarão de maior atenção. São crianças que terão de desenvolver suas habilidades de apreensão daquilo que é ensinado. Portanto, cada uma delas precisa ser investigada e compreendida particularmente em suas dificuldades. 
 Quando o problema é da escola, uma exagerada restrição das atividades podem favorecer falsos diagnósticos de Crianças Hiperativas, se as aulas carecem de atrativos pedagógicos, podem surgir falsos diagnósticos de Déficit de Atenção, se a criança é assediada, se apanha de grupos delinquentes, se é submetida a situações vexatórias (para ela, especificamente), podemos observar falsos diagnósticos de Fobia Escolar e assim por diante.
Dois extremos podem comprometer a escola em relação às Dificuldades da Aprendizagem, ou a escola superestima a questão, acreditando comodamente que a criança é um problema, logo deve ter algum comprometimento neuropsiquiátrico quando, de fato, o problema é de relacionamento ou de adequação difícil às normas da escola ou, ao contrário, subestima um verdadeiro comprometimento neuropsiquiátrico levando às Dificuldades da Aprendizagem, pensando tratar-se de algum problema disciplinar, de método de ensino, de má vontade, etc.
Problema da Criança
 Primeiramente devemos questionar se, de fato, a criança apresenta Dificuldades da Aprendizagem ou se seu rendimento não satisfaz as expectativas do professor (da escola). Um desenvolvimento incomum nem sempre denuncia alguma patologia (a gravidez de gêmeos é anormal estatisticamente e normal medicamente), podendo refletir dificuldades pessoais eminentemente circunstanciais.
 Convém sempre lembrar que a medicina é apenas uma das muitas maneiras de avaliar o ser humano, o qual pode ser arguido pela sociologia, psicologia, antropologia, pela religião, pela pedagogia e assim por diante. Mas a medicina, por sua vez, funciona na base da avaliação, diagnóstico e tratamento e, havendo um diagnóstico médico, a medicina não abre mão do tratamento.
 Portanto, é demagógico o discurso que fala em "rotular pacientes" e coisas do gênero; a medicina diagnostica pacientes, ela não rotula pessoas. Profissionais completamente desfamiliarizados com o diagnóstico médico, até por uma questão de conforto emocional, preferem considerar o diagnóstico uma inutilidade ou um mecanismo de discriminação. Não vale nem a pena comentar.
  Na realidade, temos visto que a família só é mobilizada a procurar ajuda especializada para suas crianças quando fica ameaçado o rendimento escolar e a aprendizagem. Infelizmente, na maioria das vezes essa ajuda é procurada incorretamente, pois, na medida em que a família se sente ameaçada por algum estigma cultural, qualquer coisa parece servir, desde que não seja o psiquiatra. Serve o neurologista, o psicólogo, terapeutas e pedagogos, mas psiquiatra, decididamente não. 
Não pretendemos dizer que tais profissionais sejam indevidos para os casos onde a emoção esteja fortemente presente, mas nem sempre o caso será mais adequadamente tratado exclusivamente por eles. De fato, o real motivo para a procura de todos esses profissionais, menos o psiquiatra, é o receio de ter um filho tratado por psiquiatras. 
Uma vez esclarecido que psiquiatras não são médicos que só tratam de loucos, do ponto de vista eminentemente médico, vamos abordar o tema mostrando os quadros psicopatológicos relacionados às situações favorecedoras das Dificuldades da Aprendizagem. As dificuldades escolares podem ocorrer em 4 situações:
1. Quando há severo prejuízo do interesse da criança;
2. Quando a performance global da criança está prejudicada;
3. Quando há prejuízo da atenção;
4. Quando há prejuízo na cognição. Esta se subdivide em:
4.1 - Prejuízo na apreensão de informações;
4.2 - Prejuízo no processamento das informações
1 - Quando há severo prejuízo do interesse
 Afastadas causas de natureza orgânica, tais como anemia, reumatismo infeccioso, infecções, diabetes, estados de intoxicação, a Depressão Infantil é a maior causa de desinteresse.
 O desinteresse está intimamente relacionado ao Humor ou Afeto, e disso todos nós somos testemunhas; quando estamos mal humorados e/ou deprimidos, não nos interessamos por nada. Portanto, o interesse é, em suma, um problema afetivo. Tanto assim que, nos quadros depressivos, um dos sintomas mais expressivo pode ser o desinteresse. Para entendê-lo, o primeiro passo é estudar a Depressão, mais precisamente, os Sintomas Básicos da Depressão. 
 A Depressão Infantil pode ser consequência de uma Reação de Ajustamento a alguma circunstância ambiental, como por exemplo, a separação dos pais, perdas familiares, mudança de escola e/ou cidade, nascimento de irmão, etc. Pode ainda ser de natureza mais grave e atrelada à constituição do paciente, notadamente quando existem parentes próximos também portadores de depressão.
 Há um sintoma básico da Depressão chamado Estreitamento do Campo Vivencial. Isso quer dizer que o universo de interesses do deprimido vai sendo cada vez menor e mais restrito e a preocupação com suas próprias angústias e seu próprio sofrimento emocional toma conta de todo seu interesse e seus prazeres. Não há ânimo suficiente para admirar um dia bonito, para interessar-se na realização ocupacional, para relacionar-se socialmente, para assistir um filme interessante, para interessar-se pela escola, enfim, nada lhe dá prazer, nada pode motivá-lo.
 Neste caso o campo vivencial fica tão estreitado que só cabe o próprio paciente com seu sofrimento, o restante de tudo que a vida pode-lhe oferecer não interessa. Os campos da consciência e da motivação estão seriamente comprometidos nos estados depressivos, daí a dificuldade em manter um bom nível de memória, de rendimento intelectual, de iniciativas e participações para tocar adiante o dia-a-dia. Percebem-se os reflexos desta inibição global até na atividade motora, que fica bastante diminuída, e até na própria expressão da mímica, através da aparência de abatimento e de desinteresse.
Outra patologia capaz de prejudicar severamente o interesse de crianças e adolescentes é a Esquizofrenia da Infância e Adolescência. Nesse quadro, em termos de comportamento e interação social, a maior parte dos pacientes mantém contatos sociais limitados. Adolescentes que eram socialmente ativos podem tornar-se retraídos, perdem o interesse em atividades com as quais anteriormente sentiam prazer, tornam-se menos falantes e curiosos, e podem passar a maior parte de seu tempo na cama. Para a família esses sintomas de apatia e desinteresse, chamados de sintomas negativos, costumam ser o primeiro sinal de que algo está errado. 
2 - Quando a performance global da criança está prejudicada
 Esses casos de Dificuldades da Aprendizagem são decorrentes de fatores que comprometem o rendimento mental como um todo. Aqui não está mais em destaque o interesse do aluno na escola, mas, sobretudo, uma incapacidade de trabalhar mentalmente as informações. Aqui, da mesma forma que no item anterior, embora em menor intensidade, também a Depressão Infantil pode ocasionar sintomas de baixo rendimento psíquico global, entretanto, são as Deficiências Mentais as patologias que mais ocasionam prejuízo do rendimento mental de maneira muito mais contundente.
 Na Depressão Infantil ou do Adolescente, o sintoma básico responsável pelo prejuízo do interesse chama-se Inibição (Psíquica) Global. Trata-se de uma espécie de freio ou lentificação dos processos psíquicos em sua globalidade, como se fosse uma dormência generalizada de toda a atividade mental. Em graus variáveis, esta inibição geral torna o indivíduo apático, desinteressado, lerdo, desmotivado, com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e comgrande perda da capacidade de raciocínio e de tomar iniciativas.
  Em relação à Deficiência Mental, segundo a classificação da OMS - (Organização Mundial da Saúde), a gravidade do quadro seria classificada em 4 níveis: profundo, grave, moderado e leve.
Profundo: São pessoas com uma incapacidade total de autonomia. Os que têm um coeficiente intelectual inferior a 10, inclusive aquelas que vivem num nível vegetativo.
Grave: Fundamentalmente necessitam que se trabalhe para instaurar alguns hábitos de autonomia, já que há probabilidade de adquiri-los. Sua capacidade de comunicação é muito primária. Podem aprender de uma forma linear, são crianças que necessitam revisões constantes.
Moderado: O máximo que podem alcançar é o ponto de assumir um nível pré-operativo. São pessoas que podem ser capazes de adquirir hábitos de autonomia e, inclusive, podem realizar certas atitudes bem elaboradas. Quando adultos podem frequentar lugares ocupacionais, mesmo que sempre estejam necessitando de supervisão.
Leve: São casos perfeitamente educáveis. Podem chegar a realizar tarefas mais complexas com supervisão. São os casos mais favoráveis. 
Não são os três níveis mais sérios de Deficiência Mental a preocupar o diagnóstico causal das Dificuldades de Aprendizagem. Esses pacientes mostram claramente o grau de comprometimento intelectual que apresentam. O problema está na Deficiência Mental Leve, às vezes limítrofe entre o normal e o subnormal. Nesses casos o aluno desenvolve-se sofregamente durante um certo tempo, mas, a partir de um determinado nível de exigência mental começam a apresentar dificuldades.
3 - Quando há prejuízo da atenção
Evidentemente o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é a principal situação psiconeurológica que compromete a atenção da criança ou adolescente. Os portadores de TDAH são frequentemente rotulados de "problemáticos", "desmotivados", "avoados", "malcriados", "indisciplinados", "irresponsáveis" ou, até mesmo e, erradamente, "pouco inteligentes".
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é considerado, atualmente, um dos transtornos psíquicos infantis mais estudados. A sintomatologia principal é a desatenção, hiperatividade e impulsividade da criança. A prevalência do Déficit de Atenção e Hiperatividade está entre 3% e 5% em crianças em idade escolar e costuma ser mais comum em meninos do que em meninas. Em adolescentes de 12 a 14 anos, pode ser encontrada numa prevalência de 5,8%. 
A característica essencial do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um padrão persistente de desatenção, hiperatividade e alguns sintomas hiperativo-impulsivos que causam prejuízo no funcionamento familiar, social, acadêmico ou ocupacional do paciente. A desatenção pode tanto se manifestar em situações escolares, quanto sociais. As crianças com este transtorno podem não prestar muita atenção a detalhes e podem cometer erros grosseiros por falta de cuidado nos trabalhos escolares ou em outras tarefas. 
Os adolescentes e crianças com TDAH frequência têm dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas e consideram difícil persistir nas mesmas tarefas até seu término. Normalmente essas crianças dão a impressão de estarem com a mente em outro local, ou de não estarem escutando o que está sendo dito. Pode haver frequentes mudanças de uma tarefa para outra, elas podem iniciar uma tarefa, passar para outra, depois voltar a atenção para outra antes de completarem qualquer uma de suas incumbências. Essas crianças frequentemente não atendem a solicitações ou instruções e não conseguem completar os trabalhos escolares, tarefas domésticas ou outros deveres.
A Ansiedade Patológica na Infância e Adolescência também interfere negativamente na atenção das crianças. Dentro desse quadro situa-se a chamada Fobia Escolar, mais adequadamente chamada de Transtorno de Ansiedade de Separação. A característica essencial desse transtorno é a ansiedade excessiva envolvendo o afastamento de casa ou de pessoas com forte vínculo afetivo, normalmente a mãe.
As crianças com este transtorno experimentam um sofrimento excessivo quando separados de casa ou de pessoas de vinculação afetiva importante, bem como podem sofrer antecipadamente diante da simples possibilidade de futura separação. Alguns pacientes com Transtorno de Ansiedade de Separação sentem saudade extrema e chegam a sentir-se doentes (com febre, diarreia, vômito, etc.) devido ao desconforto por estarem longe de casa, incluindo a escola. Por causa disso tudo essas crianças podem apresentar grande relutância ou recusa a irem à escola e, uma vez lá, ficam tão ansiosas que não conseguem prestar atenção necessária.
 
4 - Quando há prejuízo na cognição
4.1 - Na apreensão da informação
Qualquer alteração neuropsiquiátrica, funcional ou orgânica, suficiente para comprometer o sistema sensorial, seja a nível periférico, como por exemplo, a surdez e a cegueira, seja a nível central, como as lesões cerebrais, interfere sobremaneira na apreensão dos estímulos. Evidentemente, se a pessoa não consegue ouvir ou ver, sua aprendizagem estará seriamente comprometida.
4.2 - No processamento da informação
A síntese das sensações que vêm do exterior sob a forma de estímulos, de forma a constituir percepções conscientes do que ocorre fora da pessoa, dá-se nas zonas corticais do Sistema Nervoso Central (SNC). A anestesia, surdez ou cegueira podem resultar da lesão de um órgão sensorial periférico, do nervo que leva essas informações até o cérebro (nervos aferentes) ou de uma zona cortical do SNC, onde se projetam essas sensações. Em qualquer das circunstâncias está seriamente prejudicada a apreensão da informação.
Há casos onde estão conservadas a integridade das vias nervosas aferentes (periféricas), mas existem lesões cerebrais corticais na vizinhança da área de projeção, nas chamadas áreas para-sensoriais. Embora se mantenha a integridade das sensações percebidas, há importante alteração na qualidade daquilo que é sentido. Nesses casos, fala-se em Agnosia.
Para estudo das Dificuldades de Aprendizagem as agnosias mais importantes são a visual e auditiva. A agnosia visual é, entre esses transtornos, a melhor conhecida em sua origem. Nesses casos, muito importantes para a leitura, porque a pessoa vê, enxerga, mas não sabe o que está vendo, as lesões neurológicas responsáveis são quase sempre bilaterais e afetam as áreas occipitais 18 e 19, contíguas à área 17 onde terminam as projeções visuais (áreas para-sensoriais). A agnosia auditiva, por sua vez, é quando o paciente ouve sons e ruídos, porém não consegue identificá-los, não os compreende.
Outro quadro relacionado à dificuldade no processamento da informação é a Dislexia. Dislexia é um distúrbio específico da linguagem caracterizado pela dificuldade em decodificar (compreender) palavras. Segundo a definição elaborada pela Associação Brasileira de Dislexia, trata-se de uma insuficiência do processo fonoaudiológico e inclui-se frequentemente entre os problemas de leitura e aquisição da capacidade de escrever e soletrar. Resumidamente podemos entender a Dislexia como uma alteração de leitura.
Apesar da criança disléxica ter dificuldade em decodificar certas letras, não o faz devido a algum problema de déficit cognitivo, como ocorre na Deficiência Mental, mas sim de uma alteração cognitiva. Normalmente esses pacientes apresentam um QI perfeitamente compatível com a idade.
2.1 ESTADO DA ARTE 
Os indivíduos com dificuldades de aprendizagem podem registar problemas na compreensão do que é lido, na fala, na escrita e na capacidade de desenvolver raciocínios. As características que se seguem podem, portanto, ser detectáveis nestes alunos:
· manipulação estranha de lápis e tesouras
· super distração
· hiperatividade
· problemas de coordenação a nível da percepção
· impulsividade
· falta de competências organizacionais
· pouca tolerância a frustrações e a problemas
· dificuldade em desenvolver raciocínios
· dificuldade numa ou mais áreas académicas
· autoestimadiminuída
· problemas a nível de relações sociais
· dificuldade em iniciar ou em completar tarefas
· desempenho irregular e imprevisível em situações de avaliação formal
· déficit de memória auditiva sequencial
· déficit de memória visual sequencial
· dificuldades de processamento auditivo
· problemas de coordenação visual-motora
· disfunções no sistema neurológico
 As características aqui apresentadas podem variar de indivíduo para indivíduo. No entanto, há um fator comum a todos: o seu QI está dentro da média ou mesmo acima desta. Regista-se, também, uma discrepância, já referida, entre capacidade intelectual e resultados obtidos em uma ou mais áreas académicas. Dependendo da natureza da dificuldade de aprendizagem, o aluno pode adquirir rapidamente algumas competências e mostrar-se extremamente lento na aquisição de outras. 
Infelizmente, os alunos com este tipo de problema são por vezes erradamente considerados lentos, em termos de aprendizagem, sendo ainda vistos como exibindo uma fraca evolução académica. É importante que os registos académicos do aluno sejam verificados e que se avalie os dados que o seu perfil académico revela. Um aluno cujo processo de aprendizagem se desenvolve lentamente apresentará, a nível de evolução, um perfil regular, mas baixo, enquanto o perfil do aluno com dificuldades de aprendizagem revelará um padrão marcadamente irregular de progressos e regressões na aquisição de competências. As competências na área da linguagem, no primeiro caso aqui em análise, não se adequam à idade do aluno, enquanto muitas vezes tal não acontece com alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem.
A área do comportamento pode também ajudar o professor a identificar a diferença existente entre os dois casos referidos. No primeiro caso, o aluno pouco compreende as consequências advenientes de um comportamento imaturo, o que estabelece contraste direto com o aluno que se enquadra no segundo caso. Este aluno pode agir inadequadamente, mas tem plena consciência das consequências do seu comportamento. Infelizmente, tal compreensão poderá não ter qualquer influência no seu comportamento.
O recurso à intervenção não produzirá alterações significativas no ritmo de aprendizagem do aluno que se revela lento neste campo, enquanto que não acontece com o aluno que tem dificuldades de aprendizagem. As técnicas de intervenção, com estes alunos, podem, em alguns casos, produzir progressos académicos regulares, próximos dos padrões usuais.
 
ESTRATÉGIAS A ADOTAR
O aluno com dificuldades de aprendizagem pode apresentar um ou mais dos problemas abordados neste livro. Portanto, o professor necessitará de saber quais os problemas específicos que o aluno tem. Só a partir daí será possível dar resposta às necessidades educativas do aluno. Por exemplo, se este regista uma disfunção visual, seria contraproducente recorrer a métodos de carácter marcadamente visual. O professor deverá, pois, ter conhecimento da modalidade de aprendizagem em que o aluno melhor funciona, a fim de poder explorar os seus pontos fortes. É, no entanto, de notar que, de forma a dar resposta às necessidades de todos os alunos da classe, a opção ideal residirá numa abordagem multi sensorial.
O aluno que apresenta dificuldades de aprendizagem necessita de estar inserido num ambiente bem estruturado. De forma geral, o rendimento dos alunos melhora quando o professor esquematiza no quadro as atividades a realizar ao longo do dia ou da aula e apresenta, segundo o mesmo processo, os objetivos a atingir. Uma revisão de fatores como tempo e regras associados a cada nova atividade ajuda igualmente o aluno com dificuldades de aprendizagem a fazer a transição entre uma atividade e outra.
Algumas atividades realizadas na sala de aula ou a existência de constantes e múltiplos diálogos simultâneos conduzem facilmente alguns alunos com dificuldades de aprendizagem a um estado de estimulação excessiva. Nestas condições, estes alunos apresentam frequentemente um comportamento inadequado, o qual pode perturbar toda a classe. O professor, neste caso, tem a seu cargo a responsabilidade de ajudar os alunos em questão a recuperar o comportamento adequado. O professor pode criar um espaço na sala de aula ao qual o aluno se pode dirigir para fazer uma pausa, afastando-se das atividades em curso. Pode ainda, por exemplo, pedir ao aluno que vá realizar uma qualquer tarefa fora da sala de aula, ou poderá mesmo encaminhá-lo para a biblioteca da escola. Tais ações, porém, nunca devem ter um carácter punitivo, servindo tão-só como oportunidades para o aluno poder usufruir de momentos de sossego e assim recuperar a calma perdida.
A modalidade de aprendizagem de muitos alunos com dificuldades de aprendizagem é uma modalidade cinestésica. Estes alunos têm maior facilidade em aprender, quando podem ver e tocar objetos concretos relacionados com os conteúdos que estão a ser leccionados. Conseguem também produzir uma imagem cinestésica, se, com os dedos, formarem as letras e os números no espaço. Dependendo da idade do aluno, o recurso a areia e a lixa para formar letras e números produz o mesmo efeito. No entanto, na classe regular, uma abordagem deste tipo isolará o aluno, a menos que todos estejam a usar o mesmo método. O recurso à manipulação de objetos em que toda a classe ou um pequeno grupo está envolvido resulta menos intimidativo e todos os alunos serão beneficiados.
O professor precisa de ser flexível, no que diz respeito aos trabalhos que distribui. Se um aluno tem dificuldade em produzir um relatório escrito, deve ser considerada a hipótese de o substituir pela versão oral ou gravada. Os computadores são ferramentas extremamente úteis neste campo, existindo mesmo vários tipos de programas destinados a facilitar a produção escrita. Pode também ser necessário reduzir a extensão dos trabalhos escritos, de forma a que o aluno com dificuldades de aprendizagem possa ser bem sucedido na total realização do exercício em causa.
Acima de tudo, o professor deverá assinalar os sucessos obtidos por estes alunos, ainda que eles possam ser reduzidos. Tal como deve acontecer com todos os alunos, o feedback deve ser positivo e imediato. O recurso a técnicas de modelação do comportamento pode também estimular o desejo que o aluno tem de ser bem sucedido.
É essencial que o diagnóstico das dificuldades de aprendizagem e dos problemas que acarretam tenha lugar o mais precocemente possível. Se se não tiver conhecimento dos factos e se se não apoiar o aluno, este sentir-se-á cada vez mais frustrado e perturbado pelo seu recorrente insucesso. Em fases posteriores da sua vida académica, o aluno pode mesmo desistir de tentar ser bem sucedido. As crianças cujos problemas são detectados precocemente e que, por essa razão, são submetidas a intervenções adequadas, podem desenvolver estratégias que compensem as suas dificuldades e que lhes permitam ter sucesso.
2.2 CAMPO EXTERNO REMOTO – ANÁLISE IMAGÉTICA 
2.3 MATERIAL: CRIAÇÃO E REFLEXÃO 
Vídeo: Dificuldades de aprendizagem e o transtorno específico de aprendizagem
2.4 PRÁXIS E RELATÓRIO DE EVIDÊNCIAS 
É importante não se confundir dificuldade de aprendizagem com fracasso escolar, que embora tenham semelhanças na forma de se manifestarem, pertencem a categorias diferentes.
Existem inúmeros fatores que podem desencadear um problema ou distúrbio de aprendizagem:
· Fatores orgânicos: saúde física deficiente, falta de integridade neurológica, alimentação inadequada. 
· Fatores psicológicos: inibição, ansiedade, angústia. 
· Fatores ambientais: educação familiar, grau de estimulação, influência dos meios.
Muitas crianças são identificadas quando não realizam o que se espera de uma programação de ensino. Seja porque ficam presas a mecanismos que tentam reproduzir sem êxito, seja porque faltam-lhes mecanismos para se expressarem.
 Correll e Schwarz (1974) relacionam as formas de dificuldades que podem ocorrer no processo de aprendizagem, de acordo com vários aspectos:
Dificuldades de aprendizagem condicionadas pelaescola:
· as condicionadas pelo professor; 
· as condicionadas pela relação professor-aluno; 
· as condicionadas pela relação entre os alunos; 
· as condicionadas pelos métodos didáticos.
Dificuldades de aprendizagem condicionadas pela situação familiar. Distúrbios de aprendizagem condicionados por características da personalidade da criança.
Dificuldades de aprendizagem condicionadas por dificuldades de educação.
As dificuldades de aprendizagem mais reconhecida, dizem respeito ao desempenho escolar e são representadas pelas dificuldades de indivíduos com inteligência normal ou acima da média, apresentam em reter ou expressar informações recebidas. São divididas em verbais e não-verbais.
2.4.1 Relatório de evidências 
Nome da ação: Vídeo
Ementa: Vídeo aula
Período de realização: Novembro
Número de inscritos e participantes: sem inscrições 
Lista de participação: Executado no polo 
Link youtube: https://youtu.be/1A512moud-8
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A Educação é um processo que possibilita uma articulação das capacidades de agir intelectualmente e pensar produtivamente; de estabelecer vínculos entre trabalho e educação e para a contextualização cada vez maior do conhecimento, já que esta é condição essencial da eficácia do funcionamento cognitivo. Neste sentido, a missão do ensino é transmitir não o mero saber, mas uma cultura que permita compreender a condição do ser humano e o ajude a viver e que favoreça, ao mesmo tempo, um modo de pensar aberto e livre. Neste contexto, o ensino e aprendizagem são processos complementares, mediados pelo uso da linguagem. 
O processo de aprender é bastante complexo, envolve vários fatores: variáveis cognitivas, afetivas, sociais, econômicas e até políticas. O ensinar envolve também, inúmeras variáveis e pode ser considerado como aberto a experiências dialógicas, assim, a aprendizagem é a construção permanente do conhecimento. 
A aprendizagem envolve uma integração de fatores contextuais e internos do aluno que podem tanto favorecer como afetar de maneira negativa o processo de aprender. A atenção é inata ao indivíduo, mas se relaciona com a mediação simbólica, esta divide-se em voluntária e involuntária. A atenção voluntária é aquela na qual o indivíduo direciona conscientemente para que o que considera essencial ao seu desenvolvimento; e a atenção é involuntária porque o indivíduo não tem domínio, nem consciência sobre a importância daquilo que lhe chama a atenção. 
Desta forma um processo interpessoal é transformado num processo intrapessoal, onde as funções no desenvolvimento do indivíduo aparecem duas vezes no ciclo do desenvolvimento humano: primeiro entre as pessoas e, depois, no interior do indivíduo. A capacidade de aprender está presente em todos os indivíduos sendo que para alguns ocorre uma relativa dificuldade de assimilação e manutenção de seu conhecimento, ligando o processo de absorção daquilo que se quer aprender a fatores muito mais relevantes do que o simples fato de necessitar fixar aquilo que é ensinado. Assim entende-se que o processo de aprendizagem é desencadeado a partir da motivação, onde o mesmo se dá no interior do indivíduo, estando, entretanto, intimamente ligado às relações de troca que o mesmo estabelece com o meio, principalmente, seus professores e colegas. Nas situações escolares, o interesse é indispensável para que o aluno tenha motivos de ação no sentido de apropriar-se do conhecimento. Entende-se assim, que a dificuldade de aprendizagem, quando presente no período inicial da escolarização pode favorecer a vulnerabilidade ao desenvolvimento infantil, sendo necessário a elaboração de programas de suporte visando o enfrentamento de tais situações consideradas críticas para o desenvolvimento. 
O professor hoje, não é mais o detentor do conhecimento, aquele que sabe tudo e seus alunos são meros receptores do conhecimento. Com as várias informações que estão ao alcance de todos principalmente na Internet, o trabalho isolado do professor já não satisfaz mais. As mudanças de postura, a quebra de paradigmas faz com que o trabalho do professor não seja mais isolado; assim o trabalho em conjunto, cooperativo vem de encontro com as necessidades dos alunos na busca da construção do conhecimento e o professor entra como mediador, orientador deste conhecimento, aquele que mostra os caminhos para seus alunos em conjunto buscarem de forma interativa o saber e a construção de novos saberes. Neste ambiente o professor continuará sendo professor, mas um professor mediador e orientador e não mais o detentor do conhecimento pois o trabalho cooperativo ele aprenderá com seus alunos.
 Então, cabe aos educadores proporcionar situações de interação tais, que despertem no educando motivação para interação com o objeto do conhecimento, com seus colegas e com os próprios professores; pois, embora a aprendizagem ocorra na intimidade do indivíduo, o processo de construção do conhecimento dá-se na diversidade e na qualidade das suas interações. 
A educação seja ela no âmbito escolar ou em qualquer ambiente de aprendizagem, tem buscado aprimorar seus conceitos e metodologias no sentido de propiciar ao integrante do processo educacional a assimilação adequada daquilo que lhe é ensinado, fato que tem sido alvo de constantes discussões e reflexões entre agentes educacionais e teóricos do assunto para que se consiga organizar o processo de aprendizagem de forma mais objetiva para a aquisição do conhecimento pelo indivíduo envolvido nesse processo. 
O ato de educar é contribuir para que docentes e alunos transformem suas vidas em processos constantes de aprendizagem. É contribuir com os alunos na construção da sua identidade, da sua trajetória pessoal e profissional, no desenvolvimento das habilidades e competências de compreensão, emoção e comunicação que lhes permitam encontrar seu espaço social, político, econômico, cultural e educacional. A generalidade do ensino escolar ainda se situa muito na transmissão da informação. Pouca atenção é prestada ao ensino das competências de resolução de problemas. 
Embora professores reconheçam a importância de se desenvolver a compreensão e o raciocínio dos alunos, na realidade esses aspectos não parecem fazer parte do conjunto de objetivos principais a serem atingidos pela educação, já que na prática a escola não tem valorizado o pensar e o transformar. 
Pouco tem sido feito no sentido de desenvolver no aluno a capacidade de aprender a aprender. É fundamental, pois, que se abram espaços para o "aprender a aprender" e o "aprender a pensar". 
É sem dúvida a possibilidade de discriminação inteligente da informação que permite o desenvolvimento de uma consciência crítica. 
REFERÊNCIAS
CORRELL, W, e SCHWARZ, H. Distúrbios da aprendizagem. EPU – EDUSP. São Paulo. 1974
DSM.IV. Associação Americana de Psiquiatria. Vários autores. ARTMED. Porto Alegre. 2018
GUERRA, Leila Boni. A criança com dificuldades de aprendizagem. São Paulo, 1998.
HOLT, John. Como as crianças aprendem. Editora Verus. São Paulo. 2007
JOSÉ, Elisabete da Assunção; COELHO, Maria Tereza. Problemas de Aprendizagem. São Paulo, 1998.
KUPFER, Maria Cristina. Educação para o Futuro. São Paulo, 1999.
MANTOAN, Maria Tereza Egler; NUNES, Clarice. Educação em Questão. São Paulo, 1996.
NUNES, Terezinha; BUARQUE, Lair; BRYANT, Peter. Dificuldades na Aprendizagem de Leitura: Teoria e Pratica. São Paulo, 2000.
SMITH, C; STRICK, L. Dificuldades de aprendizagem de A-Z: guia completo para educadores e pais. Porto Alegre. 2012
TRISTÃO, Rosana Maria. Educação infantil: saberes e práticas da inclusão : dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento. 4ª edição. MEC. Secretaria de Educação Especial. Brasília. 2006. 
CAPTURA DE SITES
BALLONE, GJ. Dificuldades de Aprendizagem, in. PsiqWeb, Internet, disponível em http://www.psiqweb.med.br/, revisto em 2005. Acesso em: 20/11/2020. 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE-OMS. CID 10.). Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. Disponível em: http://www.medicinanet.com.br/cid10.htm.Acesso em: 20/11/2020.
WIKIPÉDIA. Individuals with Disabilities Education Act (Lei de Educação das Pessoas Portadoras de Deficiência). Dispónível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Dificuldades_de_aprendizagem#Defini%C3%A7%C3%B5es_oficiais. Acesso: 20/11/2010
ANEXOS
1. Vídeo inserido no youtube 
 Tema: Uma reflexão sobe os distúrbios de aprendizagem
 Produção: José Joaquim Carlassara
 Disciplina: Estágio Supervisionado Docência na EJA e Normal
 Link: https://youtu.be/1A512moud-8
2. VÍDEO: Dificuldades e transtornos de aprendizagem
 PRODUZIDO POR: TELESSAÚDE – SANTA CATARINA
 DURAÇÃO: 59’
 PALESTRA: NATALIA MARTINS DIAS - DEPARTAMETO DE PSICOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CARARINA
Resumo: Problemas de aprendizagem são queixas comuns na infância e adolescência. Subjacente a tais problemas podem estar variáveis sociais, familiares ou pedagógicas que caracterizam quadro referido como dificuldade de aprendizagem. Por outro lado, em outros casos, podem haver alterações de natureza neurobiológica. Neste caso, podemos estar frente a um transtorno específico de aprendizagem. A diferenciação entre eles nem sempre é fácil e exige a atuação de uma equipe interdisciplinar. Esta webpalestra tem o objetivo de apresentar os conceitos de dificuldades e transtorno de aprendizagem, elencando as especificidades desses quadros, ajudando profissionais a melhor delimitar as variáveis envolvidas e refinar suas hipóteses. Slides: https://repositorio.ufsc.br/handle/12...
1. FICHA TÉCNICA DO DOCUMENTÁRIO/FILME 
	Documentário: 
 Dificuldades e transtornos de aprendizagem
	Título Original: 
 Dificuldades e transtornos de aprendizagem
	Ano: 
 2019
	País: 
Brasil
	Idioma: 
Português
	Duração: 
59’
	Gênero: 
 Educação 
	Cor: 
Colorido
	Idade recomendada: 
Acima de 18 anos
	Palavras-chave: 
 Desenvolvimento da aprendizagem
	Direção: 
Telessaúde – Santa Catarina
	Produção: 
Telessaúde – Santa Catarina
	Elenco Principal: 
Psicóloga Natalia Martins Dias
	Informações de Produção[footnoteRef:1]: [1: Informações de produção: são informações como locações, custos de produção, adaptações de livros, entre outras e que possibilitam ao professor contextualizar o uso da obra. Essas informações também podem estabelecer ações interdisciplinares com outras áreas;] 
 
 Criado e produzido pela Universidade Federal de Santa Catarina
	Restrições: 
 Sem restrições
	Sinopse: 
A web palestra tem o objetivo de apresentar os conceitos de dificuldades e transtorno de aprendizagem, elencando as especificidades desses quadros, ajudando profissionais a melhor delimitar as variáveis envolvidas e refinar suas hipóteses.
 
 
 
	Conteúdos Explícitos[footnoteRef:2]: [2: Conteúdos explícitos: são aqueles conteúdos que a narrativa apresenta de forma clara e direta, ou seja, que o aluno identifica sem dificuldades. Podem representar um desdobramento do Assunto;] 
 Problemas de aprendizagem são queixas comuns na infância e adolescência
 
	Conteúdos Implícitos[footnoteRef:3]: [3: Conteúdos implícitos: são aqueles que de alguma forma podem ser subentendidos na narrativa. Não ocupam uma cena principal, porém fazem parte, implicitamente, da história. Podem surgir em diálogos, ações, figurinos, cenários, músicas ou outras formas.] 
Tais problemas podem estar variáveis sociais, familiares ou pedagógicas que caracterizam quadro referido como dificuldade de aprendizagem.
	Interdisciplinaridade com outras áreas[footnoteRef:4]: [4: Interdisciplinaridade com outras áreas: relaciona as áreas que podem estabelecer diálogos com a área principal. A interdisciplinaridade ocorre ou, pode ser proposta, a partir da área de formação do professor que propõe a utilização do documentário.] 
Pedagogia, Psicologia, Psicopedagogia
	Observações: