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DQ III- Apontamentos

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Introdução 
A Química, ciência que estuda as substâncias e suas transformações, é a parte integrante das 
ciências naturas, cujo desenvolvimento é caracterizado por uma articulação que a teoria e a 
prática, a parte teórica proporciona aos alunos conhecimento sobre as teorias e as leis 
fundamentais permitindo que estes façam uma correta utilização destas na resolução de 
problemas práticos e na explicação dos fenómenos que ocorre na natureza, neste caso o uso de 
método experimental é indispensável. 
O método experimental é um método de estudo dos fenómenos no qual o Homem intervém 
activamente o decorrer dos acontecimentos tendo em conta o objectivo da observação exacta dos 
fenómenos, assim é o método mais recomendado no PEA. 
 
Objectivos 
Geral: 
Compreender o método experimental. 
Específicos: 
 Descrever as características do método experimental; 
 Identificar as vantagens e desvantagens das experiências de demostração pelo professor; 
 Explicar processo de aquisição de conhecimento através da realização das experiências; 
 Explicar as diversas formas de organização do trabalho dos alunos na actividade 
experimental; 
 Conhecer as formas de avaliação do trabalho dos alunos na actividade experimental; 
 Descrever o papel das experiências no ensino de química. 
 
ATIVIDADES EXPERIMENTAIS NO ENSINO 
Muitas razões são dadas ao uso de atividades experimentais no ensino: motivação, ver na prática 
o que se aprende na teoria, melhora da aprendizagem, dentre outras. Diversas pesquisas têm sido 
feitas a respeito do uso dessas atividades no ensino. Faremos uma revisão na literatura a respeito 
do que dizem alguns estudiosos no assunto. 
O ensino de Química, centrado nos conceitos científicos, sem incluir situações reais, torna a 
disciplina desmotivante para o aluno. Nesse sentido, a atividade experimental no ensino da 
Ciência, e em Química, é confirmada como uma importante ferramenta pedagógica, apropriada 
para despertar o interesse dos alunos, cativá-los para os temas propostos pelos professores e 
ampliar a capacidade para o aprendizado, ou seja, a atividade experimental é uma parte 
essencial para o ensino de química (ABRAHAM et al., 1997). 
Para Séré (2002a), os experimentos favorecem a instauração de uma ligação entre o mundo dos 
objetos, o mundo dos conceitos, leis e teorias e o das linguagens simbólicas. Ela destaca também 
três tipos de objetivos para a atividade prática: conceitual, epistemológico e procedimental. No 
objetivo conceitual, a teoria é usada para dar base às atividades experimentais. A teoria serve a 
prática e a prática oferece suporte para que a teoria seja revista e aprendida. Nesse sentido, 
Hodson (1988) afirma que a teoria e o experimento apresentam interatividade e interdependência 
de forma que o experimento auxilia a elaboração da teoria e a teoria determina o modo como 
devem e podem ser levados os experimentos. No objetivo epistemológico, a atividade 
experimental propicia aos alunos situações que os levem a adquirir uma percepção do uso da 
teoria em termos de escolha e questionamento de dados experimentais relevantes, aprimoramento 
da observação e das medidas. O objetivo procedimental trabalha com a questão da escolha do 
método, de decidir trabalhar ou não em grupo, escolher parâmetros, julgar resultados, ou seja, 
permitem aos estudantes se aprimorarem em termos de decisões que envolvam planejamento do 
experimento e aprimoramento na maneira de obter dados, evitando a passividade. Esses objetivos 
aparecem unidos e dependentes uns dos outros. A atividade experimental, sendo trabalhada no 
conjunto, propicia autonomia e iniciativa na aquisição de procedimentos e métodos que 
permitem resolver os problemas conceituais que aparecerem (SÈRÉ, 2002b). 
Hodson (1994a) agrupa cinco categorias gerais de objetivos citados pelos professores para o uso 
de experimentos. São elas: 
 Para motivar; 
 Para ensinar as técnicas de laboratório (aquisição de habilidades); 
 Para aprender conhecimentos científicos; 
 Para aprender sobre o método científico e desenvolver a habilidade em sua utilização; 
 Para desenvolver determinadas atitudes científicas. 
 
Conceito do método experimental 
O método experimental é uma prova das hipóteses através da realização de experiências; é um 
método científico da verificação ou falsificação das hipóteses. 
Características do método experimental 
 Faz a unidade das capacidades manuais e intelectuais; 
 Serve para obter conhecimento sobre a pratica e também serve para a revisão dos 
conhecimentos adquiridos; 
 É um método de estudo dos fenómenos no qual o Homem intervém activamente o 
decorrer dos acontecimentos tendo em conta o objectivo da observação exacta dos 
fenómenos; 
 Investigador utilizará todos os meios de trabalho no momento do processo abstracção, 
seleccionando aqueles problemas de interesse para a sua actividade; 
 Pretende escrever as regularidades de uma forma pura. 
 
Limitações e potencialidades do método experimental 
As limitações do método experimental, referem-se aos problemas que os pesquisadores no geral, 
e os intervenientes no PEA em particular podem encontrar durante a utilização deste método, as 
desvantagens que ele possui. As potencialidades do método experimental, referem-se aos 
aspectos que tornam este método um grande impulsionador do PEA, as suas grandes vantagens. 
 
Limitações do método experimental 
 As condições laboratoriais em que as experiências são feitas tendem a produzir respostas 
falaciadas. Neste sentido, as generalizações das conclusões obtidas com este método são 
alvo de grandes críticas; 
 A dificuldade de isolar a variável independente; 
 A dificuldade de neutralizar os efeitos do experimentador. 
 
Potencialidades do método experimental 
O método experimental apesar das suas limitações apresentam varias potencialidades que lhe 
permite ser um dos métodos mais recomendados no PEA. Esta directamente ligado a actividade 
experimental em que são realizadas as experiências químicas para certificação de hipóteses 
científicas e a ligação de teoria e prática: 
 A actividade experimental permite estabelecer a ligação entre as habilidades manuais e 
intelectuais do aluno com muita eficácia; 
 Permite a melhor assimilação dos conteúdos científicos devido a possibilidade existente 
na interpretação dos fenómenos observados na prática; 
 A actividade experimental permite a construção de conhecimento de forma activa; 
 Permite o desenevoamento de capacidades manuais, habilidades e atitudes positivas para 
a ciência química. 
 
Processo de aquisição de conhecimento pela actividade experimental 
A actividade experimental desempenha um papel muito importante no processo de aquisição e 
construção de conhecimento pelo facto de permitir a observação e análise dos fenómenos no 
mundo real, fenómenos químicos que o modo como eles se processa na realidade. 
Para o professor é muito importante saber como é que o processo de construção de conhecimento 
elevado a cabo através da realização de experiências. Neste caso, a realização de uma 
experiência pode permitir que a matéria que está sendo mediada pelo professor seja 
compreendida de forma eficaz dos seus alunos. 
 
 
Organização do trabalho do aluno na actividade experimental 
A organização do trabalho nas actividades experimentais contribui para uma melhor assimilação 
dos conteúdos por parte dos alunos. Porém, esta organização é, muitas vezes, dificultada pelas 
condições encontradas nas escolas como superlotação das salas de aulas, falta de reagentes, falta 
de material laboratorial apropriado. 
A organização de trabalho dos alunos deve ter em conta todos os factores interveio no PEA. O 
aluno, as condições da sala, os objectivos preconizados, os conteúdos de ensino, as funções 
didácticas, e tudo que possa influenciar nos resultados de aprendizagem. 
 
A actividade experimental faz parte de umconjunto de actividades denominados trabalhos 
práticos. O trabalho prático engloba: 
O trabalho laboratorial: refere se a todo trabalho que requer a utilização de material de 
laboratório mais ou menos convencional. Pode ser realizado no laboratório ou mesmo na sala de 
aulas; 
Trabalho de campo: refere se ao trabalho realizado ao ar livre; 
 
Actividades de resolução de problema, pesquisa: Quando o trabalho laboratorial engloba a 
manipulação de varáveis de estudo passa a chamar-se de actividade laboratorial do tipo 
experimental. 
 
Exigências param a realização das experiências de demostração pelo professor: 
 O professor deve utilizar aparelho e instrumentos que possuam um tamanho aceitável que 
dê o efeito de demostração, de modo a permitir que os alunos possam observar, desenhar, 
colocar duvidas elaborarem um relatório sobre a aula que se for necessário; 
 O arranjo dos aparelhos e dos instrumentos deve ser distinto para permitir que todos os 
alunos possam acompanhar de perto o decorrer da experiencia; 
 O professor deve examinar cada experiência antes de aula prevista, utilizando as mesmas 
quantidades das substâncias e mesmos aparelhos que vai colocar em frente dos alunos, 
para evitar situações de perigos e resultados secundários desconhecidos. 
Vantagens das experiências de demostração 
 Poupa o tempo; 
 Todos alunos percebem ao mesmo tempo os mesmos efeitos; 
 O professor pode dirigir facilmente atenção dos alunos; 
 Professor pode realizar experiências que possuem o carácter perigoso; 
 Os alunos observam simultaneamente ( discutam o mesmo caso). 
 
Desvantagens das experiencias de demostração 
Exigências gerais param a realização das experiências dos alunos 
 As experiencias devem ser fáceis de realizar; 
 Os alunos devem aprender a manusear rapidamente os aparelhos; 
 Os alunos não podem realizam experiências com substâncias venenosas e perigosas ou 
ainda que podem explodirem; 
 A montagem dos aparelhos não deve levar muito tempo. 
 
 
Vantagens da experiência do aluno 
 O aluno percebe muito bem a matéria quando obtém pessoalmente; 
 O aluno constrói o conhecimento; 
 O aluno prepara a aula. 
 
Desvantagens da experiência do aluno 
 A experiencia leva mito tempo para a sua realização; 
 
Avaliação do trabalho dos alunos nas actividades experimental 
A avaliação nas actividades experimentais pode ser feita em relação aos conhecimentos teóricos 
que o aluno possui sobre um determinado procedimento experimental ou em relação as suas 
habilidades em relação aos procedimentos experimentais sendo esta a principal diferencia em 
relação avaliação do outro tipo de actividade no PEA. 
Técnicas e instrumentos de avaliação 
As técnicas de avaliação de actividades experimentais são as seguintes: A observação, o 
inquérito, a documentação. Para cada técnica existe os respectivos instrumentos de avaliação. 
Técnicas e respectivos instrumentos de avaliação para actividades experimentais 
Técnicas, instrumentos 
Observação, grelha de observação, lista de observação, inquérito, teste escrito, questionário, 
entrevista, analise de documentos, portfolio, relatório, ficha de auto avaliação. 
 
 
 
Conceito de experiência 
Do latim experientia, experiência é a ação e o efeito de experimentar (realizar ações destinadas a 
descobrir ou comprovar determinados fenómenos). O procedimento é bastante habitual no 
âmbito dos trabalhos científicos com o propósito de averiguar uma hipótese. 
A realização de uma experiência implica a manipulação de diferentes variáveis que, segundo 
presumem os cientistas, constituem a causa do fenómeno que se pretende confirmar. Graças às 
experiências, as teorias tendem a encontrar apoio fáctico e explicações causais. 
A base de uma experiência reside na manipulação das variáveis consideradas relevantes, no 
controlo das variáveis estranhas e na randomização das restantes. No entanto, as experiências 
adquirem características bastante diferentes de acordo com cada ciência. A tarefa de um 
especialista em química difere da experiência que possa realizar um sociólogo, por exemplo. 
 
O resultado de uma experiência fornece validade (ou não) a uma teoria. Cada vez que a 
experiência é replicada (reproduzida) por outros cientistas e que se obtêm os mesmos resultados, 
essa validade é reforçada. 
Cabe destacar que, por mais que as experiências sejam atrativas para muitas pessoas que tenham 
curiosidade e que desejem descobrir coisas novas, algumas delas só podem ser realizadas por 
peritos e em lugares apropriados. Determinadas substâncias podem ser perigosas se forem 
manipuladas por mãos inexperientes. 
Apesar desta exceção, os educadores tendem a salientar que é bom que as crianças e os 
estudantes experimentem aquilo que estudam para desenvolverem os seus conhecimentos. 
Havendo uma abordagem direta com o objeto de estudo, a formação é mais completa e 
proveitosa. 
A experiência, no âmbito das empresas, é muito importante e faz com que um profissional 
consiga realizar uma tarefa sem muitas complicações, de maneira efetiva e ainda ensinar aos 
demais. 
Por outro lado, a experiência pessoal trata-se daquilo que uma pessoa vivencia, passando a 
entender por si mesma sobre algo, a entender o sentido de uma determinada coisa. 
 
Método experimental 
Perspectiva naturalista 
A falta de rigor e objetividade do método introspectivo e o sucesso do método experimental nas 
ciências da natureza conduziram muitos psicólogos (desejosos de dar credibilidade científica à 
psicologia) para o campo da investigação experimental. Atualmente o método experimental é o 
mais utilizado pelos psicólogos, praticando nas suas investigações a chamada experimentação, 
significando isso que a validade científica de uma conjetura, de uma explicação, tem de ser 
sempre posta á prova, experimentada para ver se realmente se é confirmada ou negada. 
 
A definição do método experimental em psicologia pode ser esta: “O método experimental é uma 
forma de investigação na qual, orientado por uma hipótese explicativa, o investigador manipula, 
em condições cuidadosamente controladas, uma determinada variável e observa se alguma 
alteração acontece numa outra variável”. O método experimental e, segundo muitos psicólogos, a 
única forma de investigação que nos permite estabelecer uma relação causa-efeito entre 
acontecimentos, isto é, explicar um fato através de outro. 
 
O método experimental engloba um conjunto de procedimentos científicos de controlo 
experimental e verificação empírica, de forma a extrair conclusões rigorosas. O método 
experimental envolve vários conceitos: 
Variável – característica (fator ou dado da realidade) que, numa experiência, é observada, 
medida, controlada ou manipulada, e que pode ter vários valores. 
Variável independente – variável que, numa experiência, é manipulada (isto é, alterada) pelo 
investigador, para verificar os seus efeitos no comportamento que se está a observar (variável 
dependente). É a possível causa do comportamento que se pretende explicar. 
Variável dependente – variável que adquire valores diferentes conforme as alterações feitas na 
variável independente. É o que o investigador pretende analisar. 
Variável externa – variável que o investigador não controlou (e portanto é externa à experiência) 
e que pode afetar os resultados. Também é conhecida como variável parasita. 
Grupo experimental – conjunto de sujeitos (pessoas que são alvo do estudo) que é submetido às 
alterações na(s) variável(eis) independente(s). 
Grupo de controle – conjunto de sujeitos que também são alvo do estudo, mas que não são 
submetidos às alterações na variável independente. O grupo de controle existe para se poder 
analisar os efeitos da variável independente no grupo experimental. 
Amostra significativa – diz-se que uma amostra (grupo de pessoas que é submetido à 
experiência) é significativa quando reflecte bem (em número e características)a população total 
que se pretende estudar. 
O método experimental correspondeu a uma necessidade de assegurar o carácter de ciência 
objetiva e rigorosa, seguindo o modelo das ciências da natureza. 
Etapas do método experimental: 
 Formulação do problema: o primeiro passo para qualquer investigação é identificar e 
formular o problema a estudar e atentar resolver. 
 Enunciado da hipótese: Uma hipótese, em psicologia, é uma proposição acerca do 
comportamento ou dos processos mentais que será submetida a exame experimental. A 
hipótese está associada à observação; é a explicação possível que o investigador procura 
para explicar os factos. 
 
A hipótese é uma explicação possível em que o investigador procura estabelecer uma relação 
causa-efeitoentre dois tipos de factos. A hipótese experimental deve ser adequada ao problema, 
verosímil e verificável. É o momento em que a criatividade do experimentador é essencial para a 
possível resolução do problema. 
Experimentação 
A experimentação consiste num conjunto de observações realizadas em condições controladas 
com o objetivo de testar a validade da hipótese. 
 Controle e manipulação das variáveis: criação de condições para testar a relação 
imaginada na hipótese entre a variável independente (manipulada) e a variável 
dependente (resultado observado) 
 Registo de observações: obtenção dos dados/resultados através de observações e 
medições rigorosas da variável dependente 
 Generalização dos resultados – o investigador generaliza o que verificou num número 
limitado de indivíduos (amostra) a toda a população a que se refere a investigação. 
 
Generalização das conclusões 
Depois de submeter os dados recolhidos a tratamento estatístico, segue-se a última etapa do 
método experimental que é a generalização dos resultados. O investigador generaliza o que 
verificou num número limitado de indivíduos (a amostra) a toda a população a que se refere a 
investigação. No entanto, nas ciências humanas e sociais, especialmente na psicologia, a 
generalização deve ser feita com rigor e prudência. 
 
Vantagens do método experimental 
A investigação experimental desenrola-se, na maior parte dos casos, em ambiente laboratorial. 
Deste modo, são várias as vantagens reconhecidas pelos investigadores: 
 
 O estabelecimento de relações causais – muitos investigadores consideram que o método 
tem a seu favor, no confronto com outros métodos, é permitir estabelecer relações de 
causa e efeito. 
 A replicação dos procedimentos (replicabilidade) – a investigação experimental, 
laboratorialmente bem conduzida, permite a possibilidade de os procedimentos serem 
repetidos ou replicados por outro experimentador. 
 O controlo das variáveis estranhas ou parasitas – o controlo das variáveis cuja 
interferência nos resultados se quer evitar é mais fácil no laboratório. 
 O uso de tecnologia sofisticada – o laboratório é normalmente o único contexto em que 
equipamento técnico pode ser utilizado 
 Generalização de resultados – o método experimental é o único método que possibilita 
uma generalização de resultados relativamente mais fiável. 
 
Criticas e limitações da aplicação do método experimental: 
O método experimental apresenta limitações na sua aplicação em psicologia: 
 Dificuldade em isolar as variáveis que interferem no comportamento. 
 Dificuldade em controlar as atitudes e expectativas dos sujeitos 
 Dificuldade em neutralizar os efeitos do experimentador

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