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Princípio Ativo: oxalato de cálcio – encontrado principalmente Lírio-da-paz, Espada-de-São-Jorge e Comigo-Ninguém-Pode. Sintomatologia: irritação de boca, pele e mucosa, estomatite, sialorreia, dermatite de contato, edema de língua. Quando a exposição ocorre por via ocular pode-se observar inchaço, fotofobia, blefaroespamo, lacrimejamento, conjuntivites e lesão de córnea. Tratamento: sintomático e consiste inicialmente no alívio da irritação, lavando- se pele, olhos e boca. Tratamento de suporte com fluidoterapia, administração de demulcentes como leite, clara de ovos ou óleo de oliva, anti-inflamatório - Maxicam (Meloxicam) na dosagem em 0,1-0,2 mL/kg e em gatos 0,05-0,1mL/kg, antialérgico - Alergovet C (Clemastina) 0,7 mg na dosagem de 0,05 – 0,1 mg/kg VO a cada 12 horas em cães e 0,34 – 0,68 mg/kg a cada 12 horas em gato, antieméticos: Cerenia (Maropitant) na dosagem de 1mg/kg SC ou IV em cães e gatos. Planta Espada-de-São-Jorge Princípio ativo: Licorine – encontrado principalmente nas flores da Clívia e no Amarílis. Sintomatologia: É caracterizada por diarreia, salivação, vômito e possui uma maior concentração no bulbo. Tratamento: Sintomático com a utilização do Diasin, em cães de 4 a 9 gramas/dose, conforme o porte do animal. Para gatos de 2 a 4 gramas/dose com administração de 12 em 12 horas. Antiemético Cerenia (Maropitant) na dosagem de 1mg/kg SC ou IV em cães e gatos. Planta Clívia miniata Princípio ativo: Sesquiterpeno lactona – encontrado nos crisântemos, também conhecida como bem-me-quer e margarida. Sintomatologia: Provoca dermatite de contato, caracterizada por eritema imediato, exantema, prurido, crostas e descamação. Tratamento: Utilização de água corrente no local atingido, para combater a alergia é necessário corticoides como Meticorten 0,5 a 1,0 mg/kg, por via oral, a cada 24 horas,e anti-histamínicos como a Cimetidina na dose de 5-10 mg/Kg. Planta Margarida Princípio ativo: Saponinas ou saponosídeos são glicosídeos do metabolismo secundário vegetal. A Hedera helix (hera), Sansevieria trifasciata (Espada de São Jorge) são exemplos de plantas que apresentam saponinas. Sintomatologia: Pela ingestão, pode provocar sialorreia, queimação na boca e garganta e no seu estágio mais grave pode ocrrer delírio, letargia, convulsões. Na exposição cutânea, são observadas dermatites alérgicas e de contato, prurido intenso, sensação de queimação. Na exposição ocular, dor intensa e edema periorbital. Tratamento: Medidas de suporte, desobstruir vias aéreas superiores e administrar oxigênio suplementar se necessário, monitorar sinais vitais, hidratação adequada. Descontaminação cutânea com água ou soro fisiológico 0,9%, e ocular com soro fisiológico 0,9%. Sintomático, em caso de ingestão, administrar protetores gástricos (ex.: Petprazol (omeprazol)- 10 mg/10kg) e, recomenda-se corticoterapia (Meticorten (Prednisona) 5mg- Cães- 0,5- 1 mg/kg- Gatos- 2 mg/kg) por via oral ou parenteral e corticotropina (Vetory- Cães- 2-10 mg/kg) em casos graves. Em caso de agitação e convulsão devem ser controladas com benzodiazepínicos (Alprazolam- 12/12 ou 8/8 horas- Cães 0,01- 0,1mg/kg; Gatos 0,1-o,25mg/kg) e/ou fenobarbital (12/12 horas- Cães 2-6mg/kg; Gatos 1-5mg/kg). Hera- Hedera helix Espada de São de Jorge- Sansevieria trifasciata Princípio ativo: Buxina Alcaloide do córtex do buxo (Buxus sempervirens) planta que possuía a substância. Sintomatologia: Náuseas, vômito, diarreia, cólicas intestinais, com seiva leitosa causa lesão na pele e mucosas, edema de lábios. O tóxico pode impedir a reabsorção de sódio e potássio fazendo com que diminua muito rápido a sua concentração e isso faz com que o animal fique em posição de esfinge, distúrbios hidroeletrolíticos. Tratamento: Sintomático e de suporte, visando principalmente o controle e à correção dos distúrbios hidroeletrolítico. Soluções eletrolíticas (ringer, ringer com lactato, soro fisiológico 0,9% e glicose). Buxu - Buxus sempervirens Princípio ativo: Alcaloide (hioscina, hiosciamina, atropina e escopolamina) – encontrados na trombeta, figueira-brava. Sintomatologia: Anorexia, diarreia, ataxia, agitação, convulsão, taquipneia, midríase, hipertermia e pode levar a óbito. Tratamento: Solução fisiológica e furosemida (2mg/kg) por via intravenosa para favorecer a filtração glomerular e acelerar a eliminação; Para reverter os efeitos anticolinérgicos da atropina é necessário a administração de neostigmina na dose de 0,05mg/kg e Diazepam (1mg/kg) por via intravenosa. E a recuperação em um local com pouca luminosidade. Planta Trombeta de anjo Princípio Ativo: Terpenos e seus subtipos, (Hemiterpenos, monoterpenos, sesquiterpenos, diterpenos, triterpenos, tetraterpenos). São encontrados em diversas plantas, principalmente nas coníferas. Estão presentes também no dedal-de-dama, coroa de cristo, lavanda, cravo, sálvia, alecrim, lírio, limão, orégano, coentro, dentre outras. Sintomatologia: Dor abdominal e irritação. Ao ingerir, causam irritações na pele, membranas, mucosas e conjuntivas. Tratamento: Sintomático. Realização de lavagem gástrica; administrar demulcentes como leite, clara de ovos ou óleo de oliva. Em lesões muito pruriginosas (coceira intensa) usar solução de permanganato de potássio 1:10. 000 e, após, pomadas com corticoides. Administrar anti-histamínicos por via oral, se necessário. Em caso de contato com os olhos, lavar abundantemente com água corrente ou soro fisiológico e logo após realizar avaliação oftalmológica. Planta dedal-de-dama. Princípio Ativo: Organofosforados (tiocompostos e oxicompostos) e Carbamatos (metilcarbamatos, carbamatos fenil-substituídos e cíclicos). Encontrados em inseticidas agrícolas, domésticos e de uso veterinário. Sintomatologia: A intoxicação causa efeitos muscarínicos, nicotínicos e a nível do SNC. Pode causar vômitos, diarreia, dispneia, dor abdominal, hipermotilidade gastrintestinal, sudorese, sialorreia, lacrimejamento, miose, contrações musculares, espasmos, tremores, hipertonicidade (que pode causar marcha e postura rígidas) e estimulação seguida de depressão. Tratamento: Desintoxicação dérmica através de banho no animal com água abundante e sabão; em caso de ingestão, uso de carvão ativado, lavagem gástrica ou uso de emético na fase precoce (2h de exposição); Em animais com dispneia, pode-se realizar respiração artificial e oxigenoterapia; Fluidoterapia com correção de desequilíbrio ácido-básico; Pode-se utilizar Diazepam e efetuar alcalinização da urina com bicarbonato de sódio (3 a 4mEq/kg, IV ou VO, uma colher de chá em meio copo d’água, por 5 a 7 dias) em pequenos animais. Além disso, pode-se utilizar sulfato de atropina (0,2 a 0,5mg/kg (1/4 da dose IV e o restante IM ou SC. Organofosforados Carbamatos Referências ETTINGER, S.J.& FELDMAN,E.C. Tratado de Medicina Interna Veterinária. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. FEITOSA, F.L.F. Semiologia Veterinária: A arte do diagnóstico, 3. ed., São Paulo: Roca, 2014, 627p. GARNER, R. J. Toxicologia Veterinária. 3a. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 1975. 470p. 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