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ASPIRAÇÃO A aspiração é a aplicação de sucção no trato respiratório do paciente para ajuda-lo a remover secreções líquidas das vias aéreas superiores ou inferiores, quando o paciente não tem condições de remover independentemente essas secreções (MURRAY, 1989). A aspiração da orofaringe, nasofaringe ou traqueia é definida como a retirada passiva de secreções, com técnica asséptica, por um cateter conectado a um sistema de vácuo, introduzido na via aérea (VA), sendo essa artificial ou não. A pressão de sucção deve ser efetiva e não causar dano à mucosa, não ultrapassando 120 mmHg tanto em crianças como adultos. Os cateteres de sucção flexíveis são úteis para aspiração de secreções finas da boca, nasofaringe e traqueia. Indicadores necessidade aspiração -Presença de secreção visível na VA -Presença de ruído no tubo traqueal -Presença de roncos e/ou crepitações e redução dos sons pulmonares na ausculta pulmonar -Desconforto respiratório -Queda da Spo2 -Oscilações na curva de fluxo do ventilador Indicação da aspiração A técnica de aspiração é bastante realizada nas UTI, em indivíduos intubados, estando ou não submetidos à VM, e busca manter o processo de troca gasosa efetivo, com melhora da oxigenação arterial e função pulmonar. A aspiração traqueobrônquica é indicada aos pacientes que não conseguem tossir ou expelir naturalmente o acúmulo de secreção pulmonar, como pacientes em coma ou mentalmente confusos, no pós-operatório, politraumatizados, em pacientes com doenças pulmonares, traqueostomizados ou com tubo endotraqueal. De acordo com Martins et al. (2008), a aspiração deve ser realizada quando há presença de ruídos adventícios durante a ausculta pulmonar (AP), aumento do pico da pressão inspiratória no VM, quando a movimentação de secreções é audível durante a respiração, quando há diminuição no volume corrente durante a ventilação com pressão e/ou queda na saturação de oxigênio (SatO2). Sendo que, segundo o mesmo autor, o critério mais utilizado pelos profissionais de saúde para realizar o procedimento é a secreção audível e visível no tubo endotraqueal. ASPIRAÇÃO TRAQUEAL EM PACIENTES MECANICAMENTE VENTILADOS Indicação: -Ruídos pulmonares em VA de grande e médio calibre (roncos, sibilos inspiratórios), detectados pela ausculta pulmonar ou reparados por respiração “ruidosa ou barulhenta”; -Secreções visíveis na VA; • Aumento da pressão de pico (Ppico) em pacientes ventilados a volume controlado sem outra causa aparente; • Aumento da resistência (R) inspiratória, calculada por ventiladores pulmonares; • Diminuição do volume corrente (VAC) em pacientes ventilados a pressão controlada ou VAC baixo em pressão assistida com mesmo e/ou maior trabalho muscular respiratório; • Diminuição da SATo2 e Po2 sanguíneas ou Spo2 sem outra causa; • Presença de secreção traqueal em pacientes com tosse ineficaz (ex: tetraplégicos ou portadores de doença neuromuscular traqueostomizados e desconectados temporariamente da ventilação); • Presença de atelectasia ou consolidação pulmonar de provável origem devido obstrução da luz brônquica por secreções; • Suspeita de broncoaspiração de secreções gástrica. Sistemas de aspiração Aberto: a cada aspiração, usa-se um novo cateter, desconectando-se o paciente do ventilador para realizar procedimento. Fechado: o mesmo cateter, mantido protegido por uma bainha plástica, é usado várias vezes, não se desconecta o paciente do ventilador. Sistemas de aspiração Sistema aberto e fechado são igualmente eficazes na remoção de secreções. No entanto, o sistema fechado determina: *menor risco de hipoxemia, arritmias e de contaminação. * Causa menos distúrbios fisiológicos (aumento da PA e da FC e queda da saturação). *troca a cada sete dias, ao invés de diariamente, sem aumentar o risco de infecção respiratória. Técnica / cuidados *Separar o material a ser utilizado; *Verificar o funcionamento de toda a rede; *Se em VM, verificar se há água no circuito e retirá-la; *Procedimento estéril EPI - Óculos protetores, Máscara facial, Avental descartável, Luva estéril *Sucção no máxima por 10 seg. *Repetir preferencialmente até três vezes REFERÊNCIAS: SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA. III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica. J Bras Pneumol. 2007;33(Supl.2):S142-50. ZEITON SS, BARROS ALBL, DICCINI S, JULIANO Y. Incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica em pacientes submetidos à aspiração endotraqueal pelos sistemas aberto e fechado: estudo prospectivo – dados preliminares. Rev Latino-Am Enfermagem. 2001;9(1):46-52. Lopes FM, López MF, Impacto do sistema de aspiração traqueal aberto e fechado na incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica: revisão de literatura, Rev Bras Ter Intensiva. 2009; 21(1): 80-88.