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Toxoplasmose gestacional e congênita correlacionadas à Medicina Veterinária: Revisão de Literatura

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TOXOPLASMOSE GESTACIONAL E CONGÊNITA 
CORRELACIONADAS À MEDICINA VETERINÁRIA: 
REVISÃO DE LITERATURA 
 
 
 
LETÍCIA RODRIGUES SANTANA MOURA 
 
 
 
 
Araçatuba – SP 
2021 
LETÍCIA RODRIGUES SANTANA MOURA 
 
 
 
 
 
TOXOPLASMOSE GESTACIONAL E CONGÊNITA 
CORRELACIONADAS À MEDICINA VETERINÁRIA: 
REVISÃO DE LITERATURA 
 
 
 
Trabalho de Conclusão da Residência em 
Medicina Veterinária apresentado à Faculdade de 
Medicina Veterinária – Unesp, Campus de 
Araçatuba, SP, para obtenção do título de 
Residente em Medicina Veterinária junto ao 
Programa de Residência Integrada em Medicina 
Veterinária. 
 
 
 
Área de Reprodução Animal 
 
Tutor: Prof. Ass. Dr. Carlos Antonio de Miranda Bomfim 
 
 
 
Araçatuba – SP 
 2021 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus por me permitir chegar até aqui. 
Meus eternos agradecimentos aos meus pais, Luzinete e Gilmar por estarem 
sempre me apoiando em todas as minhas decisões, não faltando nunca amor, 
atenção, preocupação e carinho. Além disso, gostaria de agradecer a minha mãe 
que lutou por mim devido à toxoplasmose gestacional que teve durante a minha 
gestação e graças a ela, hoje aqui estou. Gostaria de agradecer ao meu marido 
Carlos Eduardo por todo o apoio e por me dar a grande oportunidade de ser mãe. 
Agradeço também aos meus amigos de residência que sempre estiveram ao 
meu lado nesta jornada da Residência, em especial minhas companheiras do 
setor Luana, Stefany, Bárbara e a Izabela e em destaque minhas queridas 
Nathalia e Joyce. Agradeço imensamente ao meu orientador Profº Carlos 
Antonio de Miranda Bomfim, o qual tem todo meu carinho e admiração, pelo 
incentivo e suporte nesse longo caminho de graduação e Residência. Em 
especial, gostaria de agradecer também à enfermeira Bárbara Irikauva que me 
ensinou a enfrentar desafios que jamais imaginei enfrentar, me dando a 
oportunidade de trabalhar na linha de frente da COVID-19 e me fazendo 
enxergar que a Medicina Veterinária é muito além do que havia feito até então e 
a verdadeira importância desta classe de profissionais na área da Saúde Pública. 
Além disso, neste período de enfrentamento ao COVID-19, tive a oportunidade 
de trabalhar com minha parceira de vida Milena Costa, a qual tenho total 
admiração e agradeço muito pelo companherismo. Por último agradeço à 
Faculdade de Medicina Veterinária de Araçatuba, à Secretaria Municipal de 
Saúde e ao Programa de Residência Integrada pela oportunidade de 
aprendizado na área de Reprodução Animal e na Saúde Pública. 
 
RESUMO 
 
A toxoplasmose é uma zoonose de distribuição mundial, que pode causar sérios 
problemas nos seres humanos e nos animais, tendo o felino como hospedeiro 
definitivo. As formas mais comuns de transmissão são por meio da ingestão de 
oocistos esporulados provindos de fezes de gatos ou pela ingestão de carne crua 
ou mal cozida infectadas com cistos. Durante o período gestacional, há grandes 
chances de ocorrer transmissão via transplacentária e, consequentemente, levar 
à toxoplasmose congênita. Programas de prevenção para gestantes são 
importantíssimos para diminuir a prevalência da doença. Para isso, é necessário 
conhecer os mecanismos de transmissão, sinais clínicos, formas de diagnósticos 
e tratamentos tanto em humanos quanto em animais. Erroneamente, alguns 
profissionais da saúde aconselham as grávidas evitar contato com gatos durante 
a gestação, entretanto, este não é o grande vilão na transmissão da 
toxoplasmose. Desta forma, é fundamental que haja higiene adequada da 
população sobre o assunto para melhor conscientização e entendimento de que 
boa higiene alimentar e pessoal são, sem dúvidas, os melhores métodos 
profiláticos contra a toxoplasmose. 
 
Palavras chave: Toxoplasma gondii, prevenção primária, gestação
 
ABSTRACT 
 
Toxoplasmosis is a zoonosis of worldwide distribution, which can cause serious 
problems in humans and animals, with the cat as the definitive host. The most 
common forms of transmission are by eating sporulated oocysts from cat feces 
or by eating raw or undercooked meat infected with cysts. During the gestational 
period, there is a high chance of transplacental transmission and, consequently, 
lead to congenital toxoplasmosis. Prevention programs for pregnant women are 
very important to reduce the prevalence of the disease. For this, it is necessary 
to know the transmission mechanisms, clinical signs, forms of diagnosis and 
treatments in both humans and animals. Wrongly, some health professionals 
advise pregnant women to avoid contact with cats during pregnancy, however, 
this is not the great villain in the transmission of toxoplasmosis. Thus, it is 
essential that there is good education of the population on the subject for better 
awareness and understanding that good food and personal hygiene are, without 
a doubt, the best prophylactic methods against toxoplasmosis. 
 
Key words: Toxoplasma gondii, primary prevention, pregnancy.
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO.................................................................................. 7 
2. REVISAO DE LITERATURA............................................................. 8 
2.1. Histórico e Etiologia .......................................................................... 8 
2.2. Epidemiologia.....................................................................................9 
 2.2.1. Em humanos ........................................................................... 9 
 2.2.2. Em animais ............................................................................. 10 
2.3. Ciclo Biológico....................................................................................11 
2.4. Transmissão........................ ............................................................. 14 
2.5. Sinais Clínicos.................. ................................................................ 16 
 2.5.1. Em humanos ........................................................................... 16 
 2.5.2. Em animais ............................................................................. 17 
2.6. Diagnóstico................... .................................................................... 18 
 2.6.1. Em humanos ........................................................................... 18 
 2.6.2. Em animais ............................................................................. 20 
2.7. Tratamento................... .................................................................... 21 
2.8. Controle e Prevenção ....................................................................... 22 
3. CONCLUSÃO .................................................................................... 25 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................. 26
8 
 
1. INTRODUÇÃO 
 A toxoplasmose é uma zoonose causada pelo T. gondii, protozoário 
intracelular obrigatório, de distribuição mundial, que pode causar sérios 
problemas tanto nos seres humanos, quanto nos animais (hospedeiros 
intermediários) e felídeos (hospedeiros definitivos) (ARAÚJO et al., 1998). 
 O principal mecanismo de transmissão da doença é por meio da 
ingestão de oocistos esporulados provenientes de fezes de gatos ou pela 
ingestão de carne crua ou mal cozida infectadas com cistos 
(AMENDOEIRA, 1995). 
 A toxoplasmose é frequentemente encontrada em humanos, tendo 
prevalência entre 20 a 90%, variando de acordo com as regiões, condições 
sanitárias e índices sócio-econômicos (HILL & DUBEY, 2002). A forma 
congênita é resultante da transmissão via transplacentária do T. gondii para 
o concepto. As infecções perinatais podem chegar a 2,5% de todos os 
nascimentos e são consideradas um grande obstáculo para saúde pública, 
devido a sua alta taxa de morbimortalidade (REMINGTON et al., 2006). 
Durante o período gestacional, a chance de transmissãovia placenta gira 
em torno de 40%, aumentando com o avançar da gestação. O grau de 
severidade é mais elevado quando ocorre no primeiro trimestre da gravidez 
(MOREIRA, 2012). 
 Países que seguem protocolos de prevenção da toxoplasmose 
gestacional e congênita possuem taxas de prevalência da doença mais 
baixas, demonstrando a influêcia positiva da prevenção de gestantes 
(LAPPALAINEN et al., 1995). Como os métodos diagnóticos e tratamentos 
desta doença são onerosos, uma maneira mais acessível seria a prevenção 
primária por meio da identificação dos fatores de risco para toxoplasmose 
durante a gestação e fornecimento de orientações às gestantes 
soronegativas na primeira consulta pré-natal (VARELLA et al., 2003). 
 Assim sendo, esta revisão de literatura tem por objetivo abordar 
sobre a toxoplasmose gestacional e congênita, correlacionando-as com a 
9 
 
medicina veterinária, para que seja possível entender quais são as medidas 
realmente necessárias para prevenção e controle da doença. 
 
 
2. REVISÃO DE LITERATURA 
 
2.1. Histórico e Etiologia 
 O Toxoplasma gondii, protozoário responsável pela toxoplasmose, 
foi encontrado primeiramente por Alfonso Splendore em São Paulo no ano 
de 1908. Ao trabalhar com coelhos, este pesquisador de origem italiana, 
pode descrever completamente as lesões patológicas e os corpúsculos 
parasitários presentes na forma livre e intracelular, isolados e agrupados, 
em diversos tecidos de animais doentes (SPLENDORE, 1908). No mesmo 
período, de forma independente, o mesmo protozoário foi encontrado pelos 
parasitologistas franceses Charles Nicolle e Louis Herbert Manceaux, os 
quais observaram na Tunísia o T. gondii em roedor silvestre norte-africano 
(Ctenodactylus gondii). A princípio, consideraram o protozoário causador 
da toxoplasmose como sendo do Gênero Leishmania, porém, ao observar 
a ausência do cinetoplasto, reconheceram tratar-se de um novo parasito, 
dando origem a nova espécie: Toxoplasma gondii (NICOLLE & 
MANCEAUX, 1908). 
 A toxoplasmose, pode afetar basicamente todos os animais 
homeotérmicos, sendo considerada uma doença de alto potencial 
zoonótico (SWANGO et al., 1992). Trata-se de um parasito pertencente ao 
filo Protozoa, sub-ilo Apicomplexa, classe Sporozoa, família Sarcocystidae, 
sub-família Toxoplasmatinae, gênero Toxoplasma e espécie Toxoplasma 
gondii (NICOLLE & MANCEAUX, 1908). 
 O parasito possui três formas infectantes durante seu ciclo 
biológico. Os taquizoítos estão presentes em abundância nas infecções 
agudas, e podem se proliferar rapidamente. Neste estágio, o T. gondii pode 
10 
 
estar presente no sangue, excreções e secreções, podendo sobreviver no 
ambiente ou em carcaças por poucas horas. Os bradizoítos são 
encontrados em infecções congênitas e crônicas, encontrada em vários 
tecidos (principalmente musculares, esqueléticos, cardíaco, nervoso e 
retina), sendo a forma de reprodução lenta. Neste estágio, tem o potencial 
de sobrevivência em tecidos por alguns dias depois da morte do doente, 
sendo destruído apenas pelo congelamento a – 12ºC por 24 horas ou 
cocção a 58ºC por dez minutos. Os oocistos são as formas eliminadas pelo 
trato gastrointestinal dos felídeos, resultado do ciclo sexuado do parasito. 
Estes são eliminados nas fezes e necessitam de três a cinco dias para se 
tornarem infectantes no meio ambiente, podendo ser viável por até um ano 
e meio quando nas condições adequadas (GERMANO, 1985). 
 
 
2.2. Epidemiologia 
 
2.2.1. Em humanos 
 A toxoplasmose é considerada zoonose de distribuição mundial, 
causadora de alto impacto na saúde pública (DUBEY et al., 1988). Galván-
Ramirez et al. (1998), por meio de pesquisas epidemiológicas, 
desmonstraram que 20% a 90% da população já teve contato com o T. 
gondii, afetando aproximadamente 60% da população europeia, 70% da 
população das Américas e 75% das populações africanas e asiáticas 
(CAMARGO et al., 1977). No Brasil, a taxa de toxoplasmose em humanos 
encontrada gira em torno 50% e 80% (BAHIA - OLIVEIRA et al., 2003). A 
prevalência costuma ser mais elevada em Médicos Veterinários, 
principalmente naqueles que lidam com felinos e funcionários de 
abatedouro (URQUHART, 1998). 
 A distribuição de renda, o índice de desenvolvimento humano, o 
11 
 
acesso à saúde, os hábitos alimentares, a educação, os fatores culturais, o 
saneamento básico e os projetos para controle populacional de felinos 
estão diretamente correlacionados aos índices de prevalência da 
toxoplasmose. Desta forma, regiões ou países de baixa renda tendem a 
manifestar maior prevalência desta enfermidade (ROSTAMI et al., 2020). 
 Em relação às gestantes soropositivas, estudos desmonstram que 
cerca de 45% das mulheres gestantes em Curitiba são soropositivas para 
o Toxoplasma gondii, maior que a prevalência em São Paulo (32,4%) e em 
Salvador (42,0%), porém menor que Porto Alegre (54,3%), Recife (69,4%) 
e Rio de Janeiro (77,1%) (GIROLETTA et al., 2016). 
 
2.2.2. Em animais 
 Os felídeos são fundamentais para a epidemiologia da 
toxoplasmose, uma vez que são os únicos a produzirem a forma sexuada 
do parasito, por meio do ciclo entérico, sendo considerados a principal fonte 
de infecção de animais herbívoros por eliminarem os oocistos nas fezes. 
Nos outros animais acontece somente o ciclo extra-intestinal, com 
multiplicação de taquizoítos nos órgãos e, com a resposta imune, 
desenvolvem-se os cistos teciduais (ALVES, 2008). 
 Em relação à prevalência da enfermidade em gatos, estudos 
epidemiológicos mostram que 60% destes animais são soropostivos para 
toxoplasmose (URQUHART, 1998). A taxa da infecção de T. gondii desses 
animais está diretamente ligada a ingestão de aves e pequenos mamíferos 
infectados (DUBEY, 2010). Além disso, áreas livres de felinos 
normalmente são livres da doença (URQUHART, 1998). 
 As aves são reservatórios do protozoário, sendo importantes 
transmissores do parasito para os carnívoros. Desta forma, as galinhas 
domésticas podem oferecer risco como fonte de infecção direta para 
humanos, principalmente para aqueles que tem alta proximidade com as 
12 
 
criações, além da possibilidade de ingestão de carne crua parasitada 
(DUBEY et al., 2006). Além disso, as galinhas são excelentes indicadores 
da presença de oocistos do parasito no solo, sendo consideradas vetores 
mecânicos em regiões de alta incidência da toxoplasmose, uma vez que 
costumam ciscar o solo e são altamente suscetíveis a adquirirem a doença 
(DUBEY et al., 2002). 
 No Brasil, a prevalência da toxoplasmose no rebanho de bovinos, 
dependendo da região pode atingir altas taxas. No estado de Mato Grosso, 
Santos (2008) comparou a prevalência da soropositividade nos rebanhos 
de bovinos e na população rural. Foi possível observar taxa de 71% e 
97,41%, respectivamente, demonstrando o sério risco do carnivorismo 
como importante via de transmissão da enfermidade (SANTOS, 2008). 
 Em relação aos suínos, no Brasil, a soroprevalência da 
toxoplasmose nesses animais é elevada, variando de 10% a 54,1% 
(MILLAR et al., 2008). Desta forma, a ingestão da carne suína crua ou mal 
cozida também pode levar à transmissão desta doença (FIALHO et al., 
2003). 
 Os caprinos e ovinos também são espécies importantes para 
transmissão da toxoplasmose, uma vez que pesquisas demonstram a 
presença do parasito em carne ovina, além dos riscos de trasminssão por 
meio da ingestão do leite in natura e seus subprodutos de caprinos 
infectados (SILVA et al., 2003). No Brasil, soro prevalências da infecção em 
caprinos variam entre 5,9% e 46,0% e em ovinos entre 7,7% e 54,6% 
(LUCIANO et al., 2011). 
 
2.3. Ciclo Biológico 
 O T. gondii apresenta dois tipos de reprodução, assexuada e 
sexuada. A primeira pode ocorrer em diferentes tecidos do hospedeiro 
intermediário e a segunda acontece apenas no epitélio gastrointestinal dos 
felinos não imunes (NEVES, 2003). 
13 
 
 Os gatospodem se contaminar por via transplacentária, ingestão 
de oocistos esporulados e principalmente na ingestão de pequenos 
mamíferos e aves infectados ou ao serem alimentados com carne mal 
cozida ou crua (DUBEY et al.,1999). Segundo Webster et al. (1994), ratos 
infectados no sistema nevoso, demonstram comportamento mais ativo e 
destemido, tornando-os mais vulneráveis à predação pelos felinos. 
 Sabe-se que todas as formas infectantes do parasito ingeridas 
podem dar início à multiplicação no sistema gastrointestinal dos felinos. A 
primeira fase é a endodiogenia, seguinda pela merogonia, a qual resulta na 
formação do meronte (conjunto de merozoítos). Ao se romper, as células 
que estavam com o parasito liberam esses merozoítos, iniciando então a 
reprodução sexuada com a produção de gametócitos. Os microgametocitos 
(gametas masculinos) encontram os macrogametócitos (gametas 
femininos), dando origem aos oocistos, os quais irão romper o epitélio e 
serão elimidados junto das fezes cerca de quatro dias depois (NEVES, 
2003). Estudos mostram que o gatos podem eliminar até 100 mil oocistos 
por grama de fezes (DUBEY, 1994). 
 Após a reprodução sexuada desde parasito, os felinos excretam 
em suas fezes os oocistos por 10 a 20 dias, raramente mais que isso. Em 
ambientes que possuem oxigênio e temperatura adequada, há esporulação 
desses oocistos por um período de um a cinco dias, tornando-se assim 
infectantes (LANGONI, 2006). Após este período de excreção, geralmente 
os gatos se tornam imunes, ocorrendo raramente nova eliminação de 
oocistos, necessitando ou não de reinfecção. (DUBEY, 1995). Após a 
esporulação dos oocistos, estes podem permanecer viáveis por pelo menos 
um ano, suportando temperaturas de 20ºC a 37,5ºC. (FRENKEL; NELSON; 
ARIAS-STELLA, 1975). Além disso, conseguem permanecer viáveis 
mesmo em temperaturas frias, mas geralmente não quando são 
congelados. Temperaturas mais elevadas que 66ºC, inviabiliza os cistos. 
(FRENKEL, 2002). Em relação à agentes químicos, os oocistos conseguem 
14 
 
resistir por uma hora à tintura de iodo a 2%, à solução sulfocrômica e ao 
ácido hipocloroso a 10%. (AMATO NETO & MARCHI, 2002). 
 Para a reprodução assexuada ocorrer, há necessidade do 
hospedeiro intermediário ingerir os oocistos maduros contendo 
esporozoítos em água ou alimentos contaminados, taquizoítos em leite cru 
de animais infectados ou os cistos encontrados na carne e produtos 
cárneos crus ou mal cozidos. Os taquizoítos não resistem à acidez do 
estômago, porém aqueles que penetram pela mucosa oral podem evoluir 
igualmente cistos e oocistos (REY, 2008). No intestino, há ruptura dos 
oocistos e liberação dos esporozoítos, os quais se multiplicam no epitélio 
intestinal e nos linfonodos regionais, dando origem à taquizoítos. Os 
taquizoítos se disseminam para todo o organismo por meio do sangue e da 
linfa (NEVES, 2003), sob a forma livre ou através de células circulantes, 
como monócitos, macrófagos e neutrófilos, para vários tecidos (TENTER et 
al, 2002). Inicia-se então início ao processo de reprodução assexuada por 
endodiogenia, ocorrendo rápida produção de taquizoítos que geram novos 
processos em outras células (NEVES, 2003). Com a imunidade 
desenvolvida pelo hospedeiro, há encistamento do parasito como 
bradizoítos, havendo mínima ou nenhuma reação inflamatória 
(DENKERS,1999). A formação dos cistos ocorrem em vários tecidos 
corporais como por exemplo nervoso, músculo esquelético e cardíaco, 
retina e fígado (DUBEY, 1994). Os bradizoítos podem continuar viáveis 
encistados durante toda a vida do hospedeiro, podendo ser transmistidos 
quando ingeridos. Os cistos geralmente não causam respota imune no 
hospedeiro e podem não ser percebidos por toda sua vida (LOPES-MORI 
et al., 2013). 
 Na fase aguda (multiplicação de taquizoítos) a passagem do T. 
gondii pelas barreiras hemato-encefálica, a hemato-retiniana e a placenta 
é muito eficiente, sendo que mesmo após a parasitemia materna, pode 
haver infecção da placenta para o feto (BRASIL, 2016). 
15 
 
 
2.4. Transmissão 
 A transmissão do T. gondii pode acontecer de duas maneiras, 
horizontalmente ou verticalmente. A primeira ocorre quando existe ingestão 
de oocistos esporulados ou bradizoítos encistados. Além disso, mesmo que 
raramente, pode ocorrer a ingestão de taquizoítos no leite cru, 
principalmente de cabra. A forma vertical ocorre quando há passagem de 
taquizoítos por via transplacentária, acontecendo principalmente na 
primeira infecção do hospedeiro (OLIVEIRA & BELIVACQUA, 2004). 
 Sabe-se que o felino é o hospedeiro definitivo da toxoplasmose, já 
os seres humanos, mamíferos e as aves são hospedeiros intermediários 
(BONAMETTI et al., 1997). A ignorância da população e dos profissionais 
de saúde, tratando-se dos meios de trasmissão da toxoplasmose, é 
considerada uma grande dificuldade para o controle e prevenção da 
doença. Considera-se que a maneira em que mais há infecções por este 
protozoário seja por meio da ingestão de carnes cruas ou mal cozidas 
(PRADO et al., 2011). Pesquisas demonstraram que 25% dos carneiros e 
suínos estavam infectatas com o parasito (BONAMETTI et al., 1997). O 
consumo de água contaminada ou legumes e frutas mal higienizados são 
fatores significativos para a transmissão da toxoplasmose (PEREIRA et al., 
2010). Além disso, esta pode ocorrer por meio de inalação de oocistos 
esporulados, transfusão de sangue e hemoderivados, e por transplantes de 
alguns órgãos, de doador infectado (LANGONI, 2006). 
 Erroneamente, alguns profissionais da saúde aconselham as 
grávidas evitar contato com gatos durante a gestação (PRADO et al., 2011). 
Porém, sabe-se que o problema não está no contato com esses animais, 
mas sim pela contaminação o meio ambiente ao eleminar milhões de 
oocistos juntos das fezes (GARCIA et al., 1999). 
 Durante a gestação, raramente ocorre transmissão vertical 
16 
 
quando não se trata da primeira infecção pelo parasito, pois gestantes que 
já eram soropositivas para T. gondii antes da gravidez geralmente não 
transmistem via transplacentária. Após atingir o feto, o protozoário pode 
causar alterações com vários graus de severidade, depedendo muito da 
virulência da cepa, da imunocompetência da gestante e da idade gestacinal 
do feto. A transmissão vertical geralmente acontece no último trimestre 
gestacional, tendo uma gravidade menor no neonato quando comparada 
aquela que ocorre em outro período gestacional. (FIGUEIRÓ-FILHO et al., 
2005). 
 Sabe-se que o primeiro trimestre da gestação apresenta 15% de 
risco de infecção via transplacentária, acarretando danos graves para o feto 
podendo evoluir ao óbito. No segundo trimestre o risco é de 25% de 
transmissão, podendo o recém nascido ter apenas alterações subclínicas. 
Já no terceiro trimestre, o risco de transmissão é de 65% de risco, podendo 
o neonato também apresentar manifestações subclínicas e raramente 
quadros severos (MOREIRA, 2012). O risco de retinocoroidite, no entanto, 
não sofre interferência do periodo gestacional, podendo ocorrer em 
qualquer fase (GRAS et al., 2001). 
 A infecção dos felinos geralmente ocorre por meio do carnivorismo, 
pois são animais com instinto predador e costumam caçar aves e roedores 
(PRADO et al., 2011). Em relação aos cães, estes podem ser veiculadores 
mecânicos da doença, pois ao rolarem na terra ou mexerem na caixa de 
areia dos gatos, podem ter oocistos aderidos em seus pêlos. Desta 
maneira, ao entrarem em contato direto com o homem e este levar a mão 
à boca, podem se infectar (LINDSAY, 1997). 
 Em relação às aves, sabe-se que aquelas criadas sob extensão 
são significativas para a cadeia epidemiológica dessa doença e as aves de 
vida livre são importantes vetores da toxoplasmose. É comum escutar 
equivocadamente que os pombos podem transmitir o parasito para o ser 
humano, porém isso só ocorre se sua carne contaminada for ingerida crua17 
 
ou má coziada, pois não há eliminação de oocistos em suas fezes 
(LANGONI, 2006). 
 
2.5. Sinais Clínicos 
 
 
2.5.1. Em humanos 
 A toxoplasmose é uma doença muito comum em seres humanos, 
apresentando-se, geralmente, assintomática, a não ser que o indivíduo 
esteja imunossuprimido ou para gestantes que se infectam com parasito 
durante o período gestacional (GARCIA et al., 1999). Quando sintomática, 
a toxoplasmose pode causar hepatite, pneumonia, cegueira e desordens 
neurológicas severas (BENENSON, 1992). Além disso, a toxoplasmose 
pode causar mudanças de comportamento como esquizofrenia, Transtorno 
de Déficit de Atenção Hiperativa (TDAH) e Transtorno Obsessivo-
Compulsivo (TOC) (KAWASOE, 2005). 
 Sobre a toxoplasmose congênita, a gravidade da doença fetal é 
mais exacerbada quando ocorre durante o primeiro trimestre da gestação. 
A transmissão congênita do parasito acontece quando há infecção aguda 
de T. gondii durante a gestação, com multiplicação placentária e migração 
para os tecidos do feto (TEDESCO, 2000). Segundo Caiaffa et al. (1993) 
a doença acomente principalmente o tecido nervoso, conjuntivo e 
musculares do feto. As principais alterações são calcificações 
intracranianas, alterações no sistema nervoso, microcefalia, hidrocefalia, 
hemiplegia, tonicidade muscular anormal e retinocoroidite. Há casos nos 
quais o recém-nascido não apresenta qualquer alteração clínica, porém 
quando não tratados, podem apresentar futuras alterações, como retardo 
mental, paralisia cerebral, convulsões, surdez e cegueira (CRUZ et al., 
2008). 
 
18 
 
2.5.2. Em animais 
 Em animais, tanto em hospedeiros intermediários ou definitivos, a 
infecção é comum, porém, geralmente, assintomática, dependendo 
diretamente da imunocompentência do animal (NEGRI, 2008). A forma 
clínica da toxoplasmose é observada mais em felinos do que nos caninos, 
tendo ambas espécies sintomatologia semelhante. São geralmente 
sintomas não específicos, como anorexia, depressão e febre intermitente 
(BIRCHARD & SHERDING, 2003), com envolvimento de vários órgãos 
como o gastrointestinal, linfático, hematopoiético, hepático, respiratório, 
muscular-esquelético, cardiovascular, ocular e nervoso (GALVÃO, 2014). 
 Em relação à toxoplasmose felina, a multiplicação do parasito no 
intestino pode levar a quadros leves de diarreia em filhotes, mas a 
sintomalogia geralmente está ligada à formação de cistos nos tecidos, 
principalmente fígado, pulmões, linfonodos, no sistema nervoso e olhos. 
(GASKELL; BENNETT, 2001). A infecção pela placenta pode levar ao 
aborto ou nascimento de neonatos com transtornos clínicos graves 
podendo causar óbito (HILL et al., 2005). 
 Em cães acometidos pela toxoplasmose, as alterações podem 
abranger os sistemas neuromuscular, respiratório e gastrointestinal. 
(DUBEY, 1999), com sinais clínicos de pneumonia, sintomas nervosos, 
ataxia e diarreia. Pode haver também quadros respiratórios associados a 
cinomose. A forma generalizada da doença é marcada por febre 
intermitente, dispneia, diarreia, vômito, pneumonia e linfadenopatia. Já a 
forma neuromuscular é caracterizada por radiculomielite e miosite, levando 
à paresia, paralisias progressivas e convulsões (DUBEY et al., 2006). Além 
disso, em inoculação experimental em cadelas gestantes, foi observado 
morte fetal e aborto (BRESCIANI, et al., 2001). 
 Em animais de produção a infecção por T. gondii é comumente 
observada (DUBEY et al. 1988; TENTER et al., 2000), sendo os caprinos, 
ovinos e suínos mais sensíveis quando comparados aos equinos, bovinos 
e aves (MILLAR et al.,2008). Os caprinos apresentam os quadros mais 
19 
 
severos de toxoplasmose (SILVA et al., 2002), podendo apresentar morte 
embrionária precoce e reabsorção fetal, morte fetal com mumificação, 
aborto, natimortos ou morte perinatal (DUBEY, 1990). Além disso, podem 
haver lesões dos sistemas respiratório e nervoso. Na espécie ovina, 
também há relatos de abortos, sendo apontada como a principal causa de 
problemas reprodutivos nesta espécie (UNDERWOOD & ROOK, 1992). Em 
suínos, a toxoplasmose pode levar ao aparecimento de hipertermia, 
anorexia, prostração e corrimento nasal, tendo como compliacções 
problemas relacionados à reprodução como abortamento, natimortalidade 
e mumificação fetal (VIDOTTO et al. 1990). 
 Em bovinos, a toxoplasmose geralmente se apresenta de forma 
aguda, com febre, dispneia e sintomas nervosos, como ataxia e 
hiperexcitabilidade no início, evoluindo para extrema letargia. Nesta 
espécie, dificilmente ocorre o abortamento, porém os neonatos podem 
nascer fracos ou mortos. Bezerros com a doença congênita apresentam 
febre, dispneia, tosse, espirros, corrimento nasal, convulsões clônicas, 
ranger dos dentes e tremores da cabeça e do pescoço, morrendo 
geralmente entre dois a seis dias após o nascimento (RADOSTITS et al., 
2002). 
 Os equinos são os animais mais resistentes para o aparecimento 
de sinais clínicos da infecção por T. gondii (Al-KHALIDI & DUBEY, 1979). 
Quando presentes, há hiperirritabilidade, incoordenação, desordem do 
sistema nervoso e ocular (DUBEY & PORTERFIELD, 1990). 
 
 
2.6. Diagnóstico 
 
2.6.1. Em humanos 
 Da mesma maneira que pessoas imunocompetes, as gestantes 
geralmente são assintomáticas para toxoplasmose ou demonstram 
sintomas sutis, tornando dificil a realização do diagnóstico clínico, fazendo 
20 
 
com que o exames laboratoriais sejam indispensáveis para o diagnóstico 
definitivo desta doença (DUNN et al., 1999). 
 A constatação da infecção e/ou imunidade materna é realizada por 
meio de um perfil sorológico, no qual é feita a análise de anticorpos 
específicos IgG e IgM (BRASIL, 2018). O exame deve ser requisitado no 
início do primeiro trimestre de gestação (IgM e IgG), se a gestante for 
suscetível (IgM e IgG não reagentes), há necessidade de repetição no início 
do segundo e terceiro trimestres gestacionais. Gestantes com resultados 
de IgM e IgG positivos, deverão realizar o teste de avidez para IgG, de 
preferência na mesma amostra. Caso o resultado for IgM não reagente e 
IgG reagente, aponta infecção antiga, não havendo necessidade de 
repetição do exame nos outros períodos gestacionais, exceto em 
imunodeprimidos (SILVA & GATTI, 2013). Os métodos utiliziados 
geralmente são ELISA, quimioluminescência ou RIFI (reação de 
imunofluorescência indireta) (MENTGES & ROCHA, 2015). 
 O diagnóstico da toxoplasmose fetal é fundamentado em sinais 
ultrassonográficos, na testagem do sangue fetal por cordocentese e no 
estudo do líquido amniótico por amniocentese, porém ambos devem ser 
realilzados passadas 20 semanas gestacionais (BRASIL, 2000). Os 
achados ultra-sonográficos podem ser encontrados em até 28% dos casos 
de infecção congênita, sendo eles: hidrocefalia, microcefalia, calcificações 
intracranianas, hepatoesplenomegalia e ascite fetal (ALVES, 2008) 
 Estudos recentes têm demonstrado a detecção de anticorpos IgA 
T. gondii-específicos para o diagnóstico da doença aguda recente, por 
desaparecerem antes mesmo dos anticorpos IgM. A detecção simultânea 
de IgM e IgA indica infecção aguda da toxoplasmose, ajudando a fechar 
um diagnóstico da doença aguda de forma mais fidedigno (VARELLA et al., 
2003). 
 O diagnóstico molecular como a Reação em Cadeia da Polimerase 
(PCR) pode ser utilizado para constatação do protozoário, principalmente 
no líquido amniótico de gestantes. É considerado um método rápido, 
21 
 
seguro e preciso (HOHLFELD et al., 1994), além de ser altamente sensível 
e específico quando comparado com outros testes (FOULON et al. 1999). 
 É importante ressaltar que para pessoas imunocompetentes, os 
testes sorológicos são suficientes para o fechar o diagnóstico, porém a 
interpretação de seus resultados deve ser realizada por profissionais 
qualificados. Entretanto, para o diagnóstico em gestantes e 
imunossuprimidas, é necessário a realização de examescomplementares 
(MONTOYA, 2002). 
 
 
2.6.2. Em animais 
 O diagnóstico da toxoplasmose em animais é realizado por 
métodos direitos, através da identificação do protozoário em materiais de 
animais infectados, e indiretos, com a identificação de anticorpos 
específicos para o parasito. Um dos métodos diretos é o reconhecimento 
do T. gondii em esfregaços de secreção ocular, corados com Giemsa, no 
qual é possível a identificação de taquizoitos (GERMANO, 1985). A 
citologia corada com Giemsa também pode ser utilizada em biópsias, 
geralmente de linfonodo e fígado, além de lavados traqueobrôquicos, 
principalmente de felinos (SWANGO et al. 1992). 
 Como metodologia indireta, existem os exames sorológicos, mais 
indicados para confirmação do diagnóstico. Sabe-se que a combinação dos 
resultados sorológicos de IgG e IgM possui grande valor diagnóstico. Desta 
maneira, são realizadas dosagens de IgG e IgM, sendo na maioria das 
vezes o diagnóstico embasado na detecção de IgG específico. A 
identificação de IgM específico indica infecção recente, porém suas 
concentrações ficam altas por pouco tempo (ARAÚJO et al. 1998). O 
diagnóstico da toxoplasmose é obtido pela combinação da presença de 
anticorpos no soro, com a evidenciação de um título de IgM maior do que 
1:64 ou um aumento de quatro vezes ou mais no título de IgG, sugerindo 
infecção ativa ou recente (LAPPIN, 2004). 
22 
 
 Em gatos, o diagnóstico pode ser feito por meio do exame 
parasitológico, já que eliminam oocistos de uma a duas semanas depois da 
infecção, porém estes são dificilmente encontrados no exame fecal, não 
sendo um meio diagnóstico confiável (DUBEY; LAPPIN, 1998; LAPPIN, 
2004). 
 
 
2.7. Tratamento 
 O tratamento da toxoplasmose é realizado tanto em humanos como 
em animais, sendo que em pessoas com sistema imune competente não 
há necessidade de tratamento. Já para indivíduos imunocomprometidos, o 
tratamento instituído é uma combinação de um antiprotozoário e um 
antibiótico (pirimetamina + sulfonamida) (PEREIRA et al., 2010; DUBEY, 
2010). 
 O tratamento preconizado pelo Ministério da Saúde para gestantes 
infectadas com o T. gondii no início da gestação é com espiramicina ou 
clindamicina. Após o segundo trimestre gestacional, é indicado 
pirimetamina, sulfadiazina e ácido folínico (AVELINO et al., 2004). A 
pirimetrina é teratogênica e não deve ser recomendada durante o primeiro 
trimestre da gestação, além disso requer acompanhamento mensal da 
gestante, uma vez que pode acarretar em anemia megaloblástica, 
plaquetopenia, leucopenia ou pancitopenia. Quando essas alterações 
aparecerem, o tratamento deve ser substituido para espiramicina. A 
sulfadiazina é desaconselhada para mulheres acima da 35ª semana 
gestacional, devido ao risco de desenvolver encefalopatia bilirrubínica no 
recém-nascido. Caso não seja possível o tratamento com sulfadiazina e 
pirimetamina, a espiramicina deve ser utilizada continuadamente (LOPES-
MORI et al, 2011). 
 Em felinos e caninos o tratamento preconizado é com clindamicina, 
podendo também utilizado sufonamidas ou também a combinação de 
ambos (McCANDLISH, 2001). 
23 
 
2.8. Prevenção e Controle 
 A prevenção da toxoplasmose congênita pode ser dividida em três 
categorias: primária, secundária e terciária (GIROLETTA et al., 2016). No 
momento, não existe no mercado vacina contra toxoplasmose, sendo 
extremamente necessária a aplicação de medidas preventivas 
(AMBROISE-THOMAS, 2003). A prevenção primária consiste em projetos 
de educação em saúde, principalmente para gestantes nunca 
contaminadas. (FOULON, 1992; CONTIERO-TONINATO et al., 2014). A 
secundária corresponde ao rastreamento sorológico para detecção de 
gestantes soropositivas, com o propósito de se instalar um tratamento 
adequado o mais cedo possível para que não haja transmissão via placenta 
para o feto (FOULON et al., 1999). A prevenção terciária atua no tratamento 
de crianças nascidas infectadas e na prevenção de complicações (PAUL et 
al., 2001). 
 Tendo em vista que a prevenção primária é a única maneira para 
prevenir a infecção materna pelo T. gondii e que muitas gestantes não tem 
informações sobre esta doença, está é a melhor forma para o ideal controle 
da toxoplasmose congênita (MOURA et al., 2016). Mesmo sendo 
improvável a completa eliminação de todo o risco da gestante se infectar 
com o parasito, a prevenção primária reduz consideravelmente a taxa de 
soroconversão durante a gestação (FOULON et al., 1994). Entretanto, é de 
extrema importância que os médicos investiguem os hábitos culturais de 
cada gestante para definir estratégias eficientes para real prevenção da 
infecção congênita (AMENDOEIRA et al., 2010). 
 Esta educação em saúde, conhecida como prevenção primária, 
engloba a promoção do conhecimento sobre como se evitar a infecção pelo 
T. gondii. Sabe-se que gestantes devem evitar o consumo de carne crua 
ou mal cozida, lavar as mãos ao manipular carne crua, evitar o consumo de 
água não filtrada ou fervida e de leite não pasteurizado, assim como de 
alimentos desprotegidos de moscas, baratas, formigas e outros insetos, 
higienizar bem as frutas e legumes e evitar contato com o solo ou, pelo 
24 
 
menos, usar luvas adequadas durante a jardinagem, ao manusear 
materiais potencialmente contaminados com fezes de felinos ou ao 
manipular caixas de areia dos mesmos. Essas são precauções que devem 
ser seguidas continuamente e enfatizadas durante toda a gestação, 
principalmente para aquelas que nunca tiverão contato com o parastia 
(COOK et al., 2000). 
 Pesquisas realizadas na França mostraram que o contato com os 
felinos foi menos significativo como forma de transmissão do que o 
manuseio da terra e de vegetais crus, tendo destaque a transmissão por 
meio da ingestão de carne crua ou mal cozida. Isto foi de extrema 
importância para desmistificar que a gestante precisa evitar contato com 
gatos e que assim ela estaria bem protegida da contaminação pelo T. 
gondii. (BARIL et al.,1999). Isto porque, a infecção deste protozoário por 
contato direto com felinos que estão eliminando oocistos é extremamente 
improvável, uma vez que estas formas evolutivas precisam de um tempo e 
ambiente adequado para esporular e então se transformarem em 
infectantes. Desta forma, o contato com as fezes frescas não é capaz de 
causar infecção (LAPPIN et al., 1993). Outro fato importante é que os gatos, 
em geral, defecam e enterram suas fezes em terra fofa ou areia e, a não 
ser que este animal esteja doente, pouco ou nenhum resíduo fecal fica 
aderido à sua região perineal, além disso, são animais que costumam se 
higienizar frequentemente. Desta maneira, a possibilidade de transmissão 
para homem pelo ato de tocar ou acariciar o gato é mínima ou inexistente 
(DUBEY, 1994). 
 Em um inquérito realizado em Araçatuba sobre o conhecimento da 
população sobre a toxoplasmose, 54,5% desconheciam as formas de 
transmissão desta enfermidade e e 55,3% não souberam informar 
quaisquer conduta profilática, mostrando o quão importante a prevenção 
primária desta doença. Devido a essa limitação de informações, é possível 
compreender a necessidade do desenvolvimento de um programa de 
educação comunitária continuada, visando ampliar o conhecimento dos 
25 
 
moradores sobre as principais zoonoses (VIOL et al., 2014). 
 A prevenção secundária está baseada na triagem sorológica e 
detecção da infecção nas gestantes, para que seja possível realizar o 
tratamento específico adequado e precoce, impedindo ou atenuando a 
infecção fetal (CAMARGO, 1995). Na maioria das cidades do Brasil, na 
primeira visita pré-natal da gestante, é realizado um teste sorológico, 
entretanto, muitas vezes esta sorologia não é repetida durante o período 
gestacional. Essa conduta necessita ser alterada, havendo a necessidade 
de um controle sorológico periódico durante toda a gestação, para assim 
ocorrer a detecção próximada infecção e evitar a toxoplasmose congênita 
(SPALDING et al., 2003). 
 Por haver uma pequena chance de ocorrer transmissão do T. 
gondii por via transplacentária caso a infecção na mãe ocorra pouco tempo 
antes da gestação, orienta-se um período de seis meses após a infecção 
para engravidar (WONG & REMINGTON, 1994). Além disso, infelizmente 
nem sempre é possível realizar a detecção intrauterina de toxoplasmose. 
Nessas ocasiões, o diagnóstico e o tratamento do neonato devem ser 
realizados o mais breve possível, para que haja diminuição da gravidade 
das sequelas (prevenção terciária) (REMINGTON et al., 2006). 
 As medidas profiláxicas para evitar a infecção pelo T. gondii em 
cães e gatos estão focadas pricipalmente nos cuidados com a alimentação 
destes animais, tais como oferecer somente alimentos comerciais ou pré-
cozidos, manter diariamente a higiene das caixas de areia dos felinos, 
controle adequado de roedores, manter granjas, baias e local de 
armazenamento de ração sem a presença de gatos errantes e evitar 
acesso à rua destes animais (SANTOS, 2009) 
 
 
3. CONCLUSÃO 
 A toxoplasmose é uma zoonose transmitida, principalmente, por 
alimentos e água contaminados. Assim sendo, muitas vezes o contágio 
26 
 
está relacionado à ingestão de carne crua ou mal cozida de animais 
infectados como suínos, ovinos, caprinos, bovinos e aves. Apesar dos 
felinos terem participação no ciclo biológico, não são os grandes vilões 
responsáveis pela transmissão da doença. É fundamental que haja boa 
educação da população sobre o assunto para melhor conscientização e 
entendimento de que boa higiene alimentar e pessoal são, sem dúvidas, os 
melhores métodos profiláticos contra a toxoplasmose. 
 
 
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