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17/03/2020 1 Prof Msd. Jhon Wesley Bragança Pneumopatias em pediatria Pneumologia - Pneumopatias 17/03/2020 2 INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA • Insuficiência respiratória aguda; • Insuficiência respiratória crônica; Doenças Infecciosas • Pneumonias adquiridas na comunidade (PAC); • Aspectos da pneumonia pneumocócica em crianças internadas em hospital geral; • Derrame pleural; • Tuberculose e outras micobacterioses; • Abscesso pulmonar; DOENÇAS OBSTRUTIVAS • Asma de difícil controle; • Síndrome do lactente sibilante; • Bronquiectasias; • Fibrose cística; • Displasia bronco pulmonar; 17/03/2020 3 Bronquiolite Bronquiolite viral aguda (BVA) consiste em uma afecção viral que acomete lactentes com idade inferior a dois anos, sendo o pico de incidência abaixo de seis meses de vida (INGELFINGER, 2016). A prevalência é maior durante os meses de outono e inverno. O agente etiológico mais frequente é o vírus respiratório sincicial, seguido pelo rinovírus, parainfluenzae e metapneumovírus. O quadro pode recidivar e mais de um vírus pode ser isolado durante o episódio (BOURKE, 2015). Os fatores de risco para o desenvolvimento de BVA consistem em prematuridade extrema (idade gestacional inferior a 29 semanas), doença pulmonar crônica (displasia broncopulmonar) e cardiopatia congênita (BOURKE, 2015). Do ponto de vista fisiopatológico, são descritos inflamação, necrose celular, edema, aumento da produção de muco, além de broncoespasmo que ocorre no epitélio brônquico (RALSTON, 2014). Os achados ao exame físico podem variar, podendo haver roncos, sibilos e/ou crepitações na ausculta pulmonar. Sinais de esforço respiratório podem estar presentes, como tiragem intercostal, batimento de aleta nasal, retração xifoide e balanço toracoabdominal. A taquipneia é achado frequente, e pode haver aumento de tempo expiratório ( RALSTON, 2014). 17/03/2020 4 Tratamento • A oxigenoterapia é a única terapia que é comprovadamente benéfica no tratamento de pacientes com BVA. Alguns autores indicam oxigenoterapia para pacientes com saturação de oxigênio abaixo de 90%, enquanto outros o indicam quando esse valor é abaixo de 92%. • A hidratação oral deve ser estimulada, mas se houver indisponibilidade da aceitação oral, sonda enteral ou acesso venoso deve ser providenciado imediatamente. • A fisioterapia respiratória não tem indicação rotineira em pacientes com BVA. • A literatura provou que o uso de corticoide, tanto oral, como inalatório ou venoso, não tem indicação no tratamento de BVA, sendo os riscos maiores que o benefício. • O uso de antibioticoterapia somente será indicado em casos de infecção bacteriana secundária associada. Alguns sinais de alerta são essenciais para se pensar em infecções secundárias, como a necessidade de fração inalada de oxigênio (FiO2 ) maior que 50%, febre alta (superior a 39 graus centígrados) e piora clínica progressiva, apesar dos cuidados de suporte adequados. • Broncodilatadores não são indicados em todo paciente com BVA, pois na literatura os trabalhos mostram que não há relato de melhora na evolução da doença, na necessidade de hospitalização ou no tempo de internação, apesar dessa medicação ser muito usada na prática clínica 17/03/2020 5 • A profilaxia da BVA é fundamental, sendo a lavagem das mãos e o uso de álcool, de máscaras e de luvas essenciais para prevenção da doença. Evitar o contato de lactentes jovens com pessoas doentes é um dos pilares da prevenção da BVA. • O anticorpo monoclonal, palivizumabe, é indicado profilaticamente, em casos selecionados. O Ministério da Saúde atualmente indica o uso nos prematuros com idade gestacional inferior a 28 semanas e com menos de um ano durante a sazonalidade, além de crianças com menos de dois anos e diagnóstico de broncodisplasia ou doença cardíaca com repercussão hemodinâmica. A medicação deve ser administrada por cinco meses consecutivos, iniciando um mês antes da sazonalidade, sendo de março a julho. Derrame Pleural O derrame pleural ocorre frequentemente em crianças com pneumonia, com incidência variando de 21 a 91% . A análise macroscópica, bioquímica e bacteriológica deste líquido pleural parapneumônico avalia a necessidade da drenagem cirúrgica. O derrame pleural associado à pneumonia é denominado derrame parapneumônico. Esse derrame é classificado como complicado e não complicado. O derrame parapneumônico não complicado é um exsudato reacional à infecção pulmonar adjacente e, em geral, é reabsorvido com o tratamento antibiótico e a cura da infecção pulmonar. Ele é um derrame não purulento, sem germens no exame direto (Gram) ou na cultura, com análise bioquímica mostrando pH maior que 7,2, glicose maior que 40 mg/dl e desidrogenase láctica (LDH) menor do que 1.000 UI/l . 17/03/2020 6 17/03/2020 7 Pneumonias Pneumonias • Conceito: Processo inflamatório que compromete a via aérea distal, o alvéolo e o interstício Pode ser infecciosa ou não infecciosa Infecciosas são as mais comuns: Vírus Bactérias Fungos Parasitas • Não infecciosas: Agentes físicos Agentes químicos Pneumonias • Segundo o local de aquisição: Pneumonias adquiridas na comunidade Pneumonias associadas à cuidados de saúde Pneumonias adquiridas no hospital Pneumonias associadas à ventilação mecânica Pneumonias • Segundo o tipo de hospedeiro: Imunocompetente Imunodeprimido HIV positivo Oncológico Uso de imunossupressores Transplantado de órgão sólido Transplantado de medula óssea 17/03/2020 8 Pneumonia adquirida na comunidade (PAC) Pneumonias • Patógeno chega ao pulmão: Microaspiração do microorganismo da orofaringe Inalação do microorganismo Disseminação hematogênica de um foco extrapulmonar Extensão direta do mediastino e espaço subfrênico Essencial para manejo adequado • Diagnóstico correto • Reconhecer fatores de risco • Avaliar a gravidade da pneumonia • Decidir o local de tratamento • Escolher o antibiótico Achados Radiológicos nas Pneumonias 17/03/2020 9 Achados Radiológicos nas Pneumonias Achados Radiológicos nas Pneumonias 36 Etiopatogenia Inalação de partículas pequenas, entre 1 a 2 m, imersas no ar, contendo microorganismos. Partículas provenientes de tosse ou espirros de pessoas doentes ou colonizadas. Aspiração de conteúdo gástrico e via sistêmica tb podem ocasionar infecção pneumônica. Fatores específicos: virulência do organismo, qde germe aspirado e condições imunológicas do hospedeiro determinam ocorrência e gravidade. 37 Patógenos Predominantes Idade Bactérias Vírus Outros Neonato Strepto Grupo B Gram Negativos Stafilo aureus VSR Herpes simplex Citomegalo Ureaplasma 1-3 m Strepto pneumoniae Haemophilus B VSR Adenovírus C trachomatis 4 m - 5 a Strepto pneumoniae Haemophilus B VSR Adenovírus Parainfluenza 1 e 3 Influenza A e B >5a Strepto pneumoniae Mycoplasma Chlamydia 17/03/2020 10 38 Manifestações Clínicas • Presença de tosse e aumento da FR, caracterizam doença respiratória baixa. • Segundo OMS: FR > 60 em menores de 2 meses. FR > 50 dos 2 aos 12 meses. FR > 40 de 1 a 4 anos. 39 Manifestações Clínicas Febre Dimimuição do apetite Irritabilidade Apatia Dor abdominal Distensão abdominal Vômitos Meningismo 40 Manifestações Clínicas Batimento de asa do nariz Gemido Cianose Retrações (Subdiafragmática, esternais) * * Sinais de insuficiência respiratória, presentes em casos mais avançados. 41 Manifestações Clínicas • Propedêutica Pulmonar: Retrações da parede torácica Macicez ou submacicez à percussão Estertores crepitantes, sopro tubário e diminuição do MV à ausculta Frêmito toracovocal aumentado em condensações e diminuído em DP 17/03/2020 11 42 Manifestações Clínicas Ausculta, percussão e frêmito toracovocal tem boa especificidade, porém pouca sensibilidade. O aumento da FR é o dado mais sensível. 43 Etiologia Pneumonia pneumocócica S. pneumoniae: principal agente causador de pneumonia comunitária em todas as faixas etárias após período neonatal. 44 Pneumonia pneumocócica • Quadro Clínico: Geralmente precedida IVAS Febre, taquipnéia e tosse Dor abdominal Crepitantes Macicez ou submacicez Derrame pleural (frequente) 45 Pneumonia por H influenzae Segundo agente bacteriano mais frequente associado a pneumonia na infância. Maior incidência nos 3 primeiros anos de vida declinando após esta idade, devido a imunidade adquirida. 17/03/2020 12 46 Tratamento Domiciliar: É o tratamento de escolha, com acompanhamento ambulatorial a cada 24-48 h no início, sendo a hospitalização reservada para casos especiais. 47 Tratamento Hospitalar: sinais de insuficiência respiratória (gemido, cianose, retrações) sinais de sepse (letargia, má perfusão) idade menor que 3 meses pneumonia em imunodeprimidos pneumonia extensa ou com complicações (Rx) outras condições (sociais, falha de tto prévio, desidratação, etc...) Tratamento da PAC Ambulatorial previamente hígidos Doenças associadas Antibióticos – 3 meses Betalactâmicos† Fluorquinolonas‡ ou betalactâmicos + macrolídeos Internados não graves Fluorquinolonas ou betalactâmicos + macrolídeos Macrolídeos Tratamento da PAC Internados na UTI Com risco para Pseudomonas Betalactâmico + Fluorqui- nolona ou Macrolídeos Betalactâmicos* + Quinolona** Sem risco para Pseudomonas *Cefalosporina de 4ª.geração, Piperacilina/Tazobactam ** Ciprofloxacina 17/03/2020 13 50 Tratamento Etiológico: Penicilinas (benz., proc., crist.) Amoxacilina Cloranfenicol Ampicilina • Pneumonia Pneumocócica: • Pneumonia por H. influenzae: 51 Tratamento Etiológico: Oxacilina Vancomicina Eritromicina Roxitromicina Claritromicina • Pneumonia Estafilocócica: • Pneumonia por Mycoplasma: 52 Tratamento empírico Pn Idade Tratamento Recomendado Tratamento Alternativo < 3 m Ampi + Gentamicina Ampi + Cefalosporina 3ª 3 m - 5 a Domicílio Hospital Amoxacilina Pen Cristalina Amox + Clav/Cefuroxima Ampi/Cloran/Cefolosp 3ª > 5 a Domicílio Hospital Amoxa/Macrol Pen Cristalina Cefuroxima Ampi/Cloran/Cefalosp 3ª Oxigenoterapia 17/03/2020 14 Cateter Nasal Cateter Nasal Máscara Facial simples - Macro 17/03/2020 15 Máscara não reinalante- com reservatório Hood 17/03/2020 16 Máscara de Venturi Ventilação Mecânica Ventilação Invasiva x Não Invasiva Ventilação Não Invasiva 17/03/2020 17 Máscara nasal Full Face Pronga nasal TOT 17/03/2020 18 Classificação ● Ventilação mecânica invasiva ● Ventilação mecânica não invasiva III Consenso Brasileiro de VM, 2007 Sistema de ventilação Sarmento, George V., 2007 P Respiração Espontânea Inspiração Expiração Ciclo respiratório t * P - pressão, t - tempo Ciclo respiratório Variáveis durante o ciclo respiratório: •VOLUME: quantidade de gás que o pulmão acomoda até o final da inspiração.É definido como a integral do fluxo em relação ao tempo. Sua unidade de medida pode ser em ml ou litros. •FLUXO: velocidade de entrada do ar. Pode-se ter uma velocidade maior ou menor. Sua unidade de medida é litros por minuto. •PRESSÃO: é a tensão que as moléculas de gás exercem dentro do pulmão. A unidade de medida é cmH2O. Sarmento, George V., 2007
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