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Oncologia Geriátrica Profa Eli Ikuta Epidemiologia Câncer em Idoso • Câncer ocorre principalmente em pacientes com mais de 50 anos e se acentua a partir dos 70 anos; • Com o aumento da expectativa de vida, ocorrerá um aumento na incidência de câncer nas próximas décadas. • 01 em 04 homens de 60 a 79 anos podem desenvolver algum tipo de câncer • 01 em 03 mulheres de 60 a 79 anos: podem sofrer com a doença (Organização das Nações Unidas) Epidemiologia: Câncer em Idoso • Estima-se que, em 2040: - 70% das neoplasias em pessoas > de 65 anos - 10x mais em pessoas de 75 aos 84 anos - 17x na em pessoas > de 85 anos • Segundo INCA, quem tem mais de 65 anos é 11 vezes mais propenso a desenvolver uma doença cancerígena do que pessoas com idade inferior. • Mais de 60% dos novos casos e mais de 70% das mortes por câncer ocorrem em maiores de 85 anos na Europa e nos EUA. Câncer e envelhecimento • Mutações no DNA nuclear e mitocondrial induzidas por agentes ambientais, e a formação de radicais livres, juntamente com uma menor atividade dos mecanismos de reparo do DNA, podem alterar a estrutura e a função de genes importantes para a gênese e progressão de tumores. • Acredita-se que, com o passar dos anos, o dano ao DNA gerado pelos radicais livres pode se acumular e esse fenômeno contribuir para a explicação do aumento na incidência de neoplasias nos mais idosos Câncer e envelhecimento “A suscetibilidade dos tecidos mais velhos aos carcinógenos ambientais, devida a alterações moleculares e celulares próprias da senectude, a associação de câncer e envelhecimento pode ser explicada pela casualidade, visto que o processo da carcinogênese pode ser prolongado, assim, pessoas que vivem mais teriam maior propensão a desenvolver neoplasias” “Após ter vivido por décadas no sedentarismo, alimentação não saudável (principalmente rica em carne vermelha) e práticas como fumo e bebidas alcoólicas, aumentam as chances do surgimento do câncer”. (Aline Thomaz) Câncer e envelhecimento Fatores de risco e proteção no Processo de envelhecimento •Fatores ambientais •Genéticos, •Hábitos •Doenças pregressas •Nível de atividade física e mental Principais tipos de Câncer em Idoso •O tumor de pele não melanoma é um dos mais frequentes e tem como principal causa os vários anos de exposição ao sol. •Cânceres de próstata, mama, intestino, pulmão, estômago e leucemia Principais sintomas • Emagrecimento inexplicado • Falta de apetite • Alteração do hábito intestinal (diarreia ou constipação) • Perda de sangue pelas fezes • Cansaço excessivo • Palidez • Pele amarelada Para realizar o Diagnóstico de Câncer • Consultas ambulatoriais; • Exames laboratoriais; • Exames de imagem: USG, tomografia e ressonância nuclear magnética; • Exames imuno-histoquímica – identificação de células anormais por meio da localização de antígenos em tecidos , genética e biologia molecular – para investigar as interações entre os diversos sistemas celulares. Condição preexistente em idosos com neoplasia • Comorbidades (90%) – 30%-40% apresentam patologias severas; • Dependência para realização de atividades instrumentais da vida diária (50%-60%); • Desnutrição ou risco nutricional (30%-50%); • Qualquer grau de deficiência cognitiva (25%-35%); • Depressão (20%-40%); •Dependência para atividades da vida diária (20%) Comorbidades em idosos com neoplasia •Maior incidência: cardiopatias, pneumopatias e diabetes; •Aumento importante na prevalência de demência entre esses pacientes: - 0,4% entre os indivíduos com 65-73 anos - 4,2% naqueles com 74-102 anos. Comorbidades em idosos com neoplasia “Maior nº de morbidade e ou gravidade delas, apresentam menores taxas de sobrevivência em relação àqueles sem doenças associadas, bem como piores níveis de estado funcional e de qualidade de vida” Constitui um importante indicador prognóstico e terapêutico Fragilidade no paciente idoso • Exibe maior toxicidade aos tratamentos antineoplásicos; • Maior taxa de mortalidade; • Maior parte das vezes, recebe um manejo voltado apenas à paliação de seus sintomas. Fatores do envelhecimento que limitam a terapêutica e aumentam os efeitos colaterais • Diminuição da superfície absortiva do intestino; • Diminuição da motilidade e secreção gástricas – que determinam menor absorção das drogas administradas por via oral; “Diminuição do metabolismo hepático e da taxa de filtração glomerular, levando à menor depuração das drogas e facilitando a ocorrência de interações medicamentosas e toxicidade”. Fatores do envelhecimento que limitam a terapêutica e aumentam os efeitos colaterais “Menor reserva hematopoiética: mielossupressão, maior probabilidade de infecções, anemia e plaquetopenia, sangramentos” Fatores do envelhecimento que limitam a terapêutica e aumentam os efeitos colaterais Fatores do envelhecimento que limitam a terapêutica • Quimioterapia: mielossupressão, mucosite, cardiotoxicidade e neurotoxicidades central e periférica •Radioterapia: menos efeitos colaterais, tornando-a mais segura para o tratamento de pacientes idosos. Importância de realizar uma Avaliação Global da Pessoa Idosa •Status funcional; •Equilíbrio e mobilidade; •Função cognitiva; •Deficiências sensoriais; •Condições emocionais; •Adequação de suporte familiar, social e ambiental; •Riscos nutricionais; “Realizar uma avaliação geriátrica global para identificar a melhor estratégia de tratamento para cada indivíduo de acordo com comorbidade; perfil nutricional, funcional e psicológico; cognição; suporte social e uso de medicamentos pelo paciente” Tratamento de Câncer em Idoso •Estimar a sobrevida esperada, independentemente do tumor; •Avaliar se o câncer poderia causar sintomas ou incapacidades durante o período de vida residual, para além do que já está presente ou previsível por outras causas que não a neoplasia propriamente dita Avaliação para conduta em idoso oncológico •Avaliar a capacidade de o paciente tolerar o tratamento • Identificar situações potencialmente reversíveis; •Avaliar o suporte emocional e social do paciente para enfrentar a doença; •Avaliar prognóstico Avaliação para conduta em idoso oncológico Tratamento de Câncer em Idoso • Levar em conta não apenas o tumor, mas também o impacto dessas outras doenças e a autonomia e independência do doente. •Qualidade de vida pode ser mais importante do que sobrevida global e isso pode significar optar por cuidados paliativos menos agressivos, em vez de tratamentos mais tóxicos. • Levar em consideração a singularidade do padrão de envelhecimento de cada pessoa – qual é o funcionamento atual e como podemos preservá-lo ou perder o menos possível; •Concentrar nos valores e preferências de cada paciente; Tratamento de Câncer em Idoso •Considerar diversos fatores para se criar a melhor estratégia de tratamento; •Entender qual o nível de suporte social/ familiar com que o idoso pode contar; Tratamento de Câncer em Idoso “Buscar o equilíbrio entre qualidade de vida e expectativa de sobrevida do paciente”. Tratamento de Câncer em Idoso
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