Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Nome dos acadêmicos 2 Nome do Professor tutor externo Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso RHU1162 – Prática do Módulo IV – 22/06/2020 A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO Cristina Beatriz da Silva¹ Jaqueline Teixeira da Rosa¹ Natasha Moreira Teixeira¹ Sonia Mara Dorneles dos Santos¹ Adriano Salvagni Marchi² 1. INTRODUÇÃO Bem sabemos que o mundo está em constante evolução, seja na saúde, na tecnologia, na economia, na educação, estamos em constante mudança em nosso cotidiano. Diante disto e entre outros fatores, devemos ter em mente que adquirir conhecimento é de suma importância para que possamos nos aperfeiçoar e nos adequar a tais mudanças. No mundo corporativo não é diferente. As organizações almejam sucesso e para estar cada vez mais em alta no mercado competitivo precisam buscar inovações, sejam elas técnologicas, científicas ou de pessoal. Para isto, investir em treinamento e desenvolvimento (T&D) se torna uma das mais importantes e funcionais ferramentas de sobrevivência organizacional. A seguir, apresentaremos alguns tópicos importantes sobre as vantagens do T&D nas organizações, através de pesquisa bibliográfica e também uma pesquisa de campo na forma de estudo de caso na empresa R. I. C. LTDA, atuante no ramo da construção civil e no comércio de imóveis, onde verificamos os pontos mais relevantes na área de T&D, com o objetivo de identificar os benefícios que a aplicação destes processos trazem na atuação dos funcionários, bem como sua relação com a organização. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Na opinião de Becker, Maske e Martins (2015), compreendemos que, através de treinamento, é possível desenvolver o potencial das pessoas, a fim de capacitá-las para desempenhar tarefas e assumir cargos de maiores responsabilidades, além de desenvolver sua capacidade de inovar, criar e atingir os objetivos da organização. Em seu estudo, Milkovich (2000, p. 338), define treinamento como “um processo sistemático para promover a aquisição de habilidades, regras, conceitos ou atitudes que resultem em uma melhoria da adequação entre as características dos empregados e as exigências dos papéis funcionais”. Do ponto de vista de Chiavenato (2009, p. 389) o treinamento é “um processo educacional focado no curto prazo e aplicado de maneira sistemática e organizada através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, habilidades e competências em função de objetivos definidos”. Segundo Marras (2011, p. 133), treinamento “é um processo de assimilação cultural a curto prazo que objetiva repassar ou reciclar conhecimentos, habilidades ou atitudes relacionadas 2 diretamente à execução de tarefas ou à sua otimização no trabalho”. No mesmo estudo o autor evidencia que há tres elementos indispensáveis para que possamos realizar qualquer tarefa: Conhecimento, Habilidade e Atitude (CHA). 2.1 PRINCIPAIS OBJETIVOS DO TREINAMENTO Para Becker, Maske e Martins (2015), é no treinamento de pessoal que as organizações tem buscado investir seus recursos. Tendo como objetivo aumentar a produtividade com menor custo, este método de aprendizado mostra-se mais eficaz, pois aperfeiçoa as equipes proporcionando melhores resultados. Como principais objetivos do treinamento destacam-se: a) Preparar as pessoas para a execução imediata das diversas tarefas peculiares a organização; b) Dar oportunidades para o contínuo desenvolvimento pessoal, não apenas no cargo atualmente ocupado, mas também em outros que o indivíduo possa vir a exercer; c) Mudar a atitude das pessoas, a fim de criar entre elas um clima mais satisfatório, aumentando-lhes a motivação e tornando-as mais receptivas as técnicas de supervisão e gestão. (TACHIZAWA, FERREIRA, FORTUNA, 2006, p. 220 a 221). Entretanto, o autor Marras (2011), ressalta dois objetivos mais relevantes do treinamento: objetivos específicos e genéricos. Os objetivos específicos são definidos como os propulsores da qualificação do funcionário, possibilitando que ele aumente seus conhecimentos e permaneça em constante evolução com as inovações propostas pela organização. No que se refere aos objetivos expecificos, Marras (2011) os define como: Formação profissional: tem como meta alcançar um grau ideal de capacidade laboral para determinada profissão, repassando todos os conhecimentos e práticas necessárias ao bom desempenho de uma função. Especialização: oferece ao treinando um campo de conhecimento ou prática específica dentro de uma área de trabalho para a otimização dos resultados. Reciclagem: tem como finalidade básica rever conceitos, conhecimentos ou práticas de trabalho, renovando-os ou atualizando-os de acordo com as necessidades. (MARRAS, 2011, p. 135) Ainda de acordo com o autor supracitado, os objetivos genéricos são os que movem empregado dentro da organização, aumentando sua motivação, priorizando a melhoria da produção. Desta forma, é possível que o funcionário atinja um maior e melhor nível de desenvolvimento organizacional desejado pela empresa. Marras (2011), enuncia que os objetivos do treinamento dividem-se em dois aspectos: técnico e comportamental. Aspecto técnico: No que tange ao aspecto técnico do treinamento, a área de T&D deve submeter sua programação a cada setor específico da empresa em que o treinamento será aplicado, principalmente no que diz respeito ao conteúdo, resultados esperados, pessoal a ser treinado e escolha do instrutor. A „homologação‟ desses itens pelo „cliente‟ garante à área de T&D uma maior probabilidade de acerto técnico nos resultados finais, ao mesmo tempo que cria um laço de comprometimento entre o cliente e a organização de T&D, extremamente importante para a credibilidade e visibilidade do sistema. (MARRAS, 2011, p. 137). 3 Já o aspecto comportamental é definido pelo autor como: Aspecto comportamental: Quanto ao aspecto comportamental a ser abordado nos módulos de treinamento, embora busque sugestões e convide as demais áreas da empresa a apreciar o desenho dos módulos, a área de T&D deve ser a responsável prioritária pelas informações e valores que serão repassados aos treinandos, levando em conta o „padrão‟ de comportamentos e atitudes esperado pela organização em seus trabalhadores. Nesse caso está em jogo o perfil cultural da empresa e, por essa razão, o mínimo que se espera é que a área de T&D domine completamente tal matéria, para poder orientar devidamente os rumos a serem seguidos por cada módulo de treinamento. (MARRAS, 2011, p. 137). 2.2 TIPOS DE MUDANÇAS NO COMPORTAMENTO Sobre as mudanças de comportamento decorrentes do treinamento, Chiavenato (2009) destaca que há quatro tipos. Observemos o quadro a seguir: FIGURA 1 – TIPOS DE MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO FONTE: Adaptado de Chiavenato (2009) O quadro mostra os quatro tipos de conteúdo de treinamento que podem ser realizados em conjunto ou individualmente. Além de qualificar com informações, o treinamento desenvolve habilidades e atitudes. Vejamos um exemplo onde podemos identificar cada uma dessas quatro mudanças: 4 Em alguns programas de treinamento de vendedores, por exemplo, incluem-se transmissão de informação (sobre a empresa, sobre os produtos, sobre os clientes, sobre o mercado etc.), desenvolvimento e habilidades (preenchimento de pedidos, cálculo dos preços etc.), desenvolvimento de atitudes (como tratar o cliente, como se comportar, como conduzir o processo de venda, como argumentar e contornar as negativas do cliente etc.) e desenvolvimento de conceitos (relacionados com a filosofia da empresa e ética profissional). (CHIAVENATO, 2009, p. 390). 2.3 A IMPORTÂNCIA DO T&D NA ORGANIZAÇÃO Segundo Becker, Maske e Martins (2015), investir recursos em treinamento ecapacitar profissionais para apresentar melhores resultados é investir no futuro. Para Carvalho, Nascimento e Serafim (2012) os benefícios do treinamento são inúmeros, tanto para empregado como empregador e também ao mercado de trabalho. Vejamos: Benefícios para o empregado: aproveitamento das aptidões individuais; melhoria do trabalho em equipe e fortalecimento da autoconfiança; estabilidade no emprego, valorização do trabalho e maior satisfação com o ambiente da organização. Benefícios para a organização: melhoria de produtos e serviços ofertados, podendo ocorrer ampliação de vagas dos programas de trabalho; melhores condições de adaptação aos progressos de tecnologia industrial; melhor utilização dos recursos decorrentes da diminuição dos erros humanos; condições de competitividade no mercado; maior segurança econômica, em virtude da maior estabilidade pessoal; tendência à diminuição dos acidentes e do desperdício de materiais pela melhoria das técnicas de trabalho. Benefícios para o mercado de trabalho: definição das características e atribuições individuais dos empregados; racionalização dos métodos de formação e aperfeiçoamento de colaboradores; ampliação dos padrões de profissionais treinados. Para Becker, Maske e Martins (2015), a importância do treinamento dentro das organizações está correlacionada com o bem-estar do colaborador, desde que o mesmo seja preparado para ter um bom desempenho e atender às expectativas do empregador e exigências do mercado. Ainda segundo os autores: Mesmo que a empresa não queira realizar um treinamento para seus funcionários, chegará um momento em que o fará, mesmo que de maneira informal, pois nada permanece da mesma forma ou é feito do mesmo jeito para sempre, a não ser que a empresa queira parar no tempo. (BECKER, MASKE, MARTINS, 2015, p. 12) 3. METODOLOGIA O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa de natureza básica e qualitativa- exploratória, através de pesquisas bibliográficas e realização de um estudo de caso na empresa R.I.C. LTDA, visando identificar os benefícios resultantes do treinamento e desenvolvimento realizado na organização. O estudo de caso foi feito mediante observação e análise documental, onde a direção técnica e administrativa da empresa apresentou ao grupo os planos de capacitação e fichas de avaliação de desempenho dos colaboradores, com data base nos últimos dois exercícios. 5 De acordo com as teorias mencionadas pelos autores Becker, Maske e Martins (2015), Carvalho, Nascimento e Serafim (2012), Marras (2011), Chiavenato (2009), Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2006) e Milkovich (2000), os treinamentos capacitam, desenvolvem e melhoram os resultados dos colaboradores, mudam seus comportamentos e a forma como são vistos pelas organizações e pelo mercado de trabalho. Além disso o T&D aplicado também pode ser muito benéfico para empresas, pois proporciona melhoria no serviço e/ou produto ofertado ao consumidor/cliente final, tornando a organização mais competitiva no mercado. Diante do exposto, foi possível obervar se realmente houve eficácia nas propostas de T&D realizadas pela organização e quais metas foram alcançadas com base nas avaliações de desempenho dos colaboradores. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Com base nas pesquisas bibliográficas realizadas e análises documentais da evidenciada empresa, R.I.C. LTDA (atuante no ramo da construção civil e no comércio de imóveis), observou- se que o planejamento do setor de RH em conjunto com a equipe técnica foi fundamental para a organização do plano de capacitação dos funcionários, onde suas habilidades e competências individuais foram analisadas. Após dois anos de introdução do referido plano de capacitação, evidenciou-se que os colaboradores mostraram-se mais incentivados e comprometidos com as metas da empresa, seus rendimentos individuais e em equipe cresceram e a empresa expandiu sua atuação em mais duas cidades neste mesmo período, necessitando assim, expandir também seu quadro de funcionários. Tendo em vista os aspectos observados, entende-se que o T&D nas organizações deve ser uma atitude contínua, sendo utilizado como uma oportunidade de cresimento e inovação tanto para colaboradores, que buscam reconhecimento, cargos e salários melhores, quanto para os resultados almejados pelos gestores da empresa. Com as constantes mudanças que vivenciamos, sejam elas tecnológicas, econômicas ou educacionais, é necessário que estejamos sempre dispostos a buscar cada vez mais conhecimento, a fim de nos adaptarmos a estas mudanças e garantir melhor aproveitamento das nossas habilidades e competências em nosso ramo de atuação. Para Chiavenato (2009, p. 389) “o treinamento não é despesa, mas um investimento cujo retorno é altamente compensador para a organização”. Desta forma, foi possível concluir que o treinamento é uma ferramenta estratégica no desenvolvimento dos colaboradoes dentro da organização. Entretanto, sua eficácia se deve a um levantamento de necessidades e metas a serem alcançadas pela empresa, previamente estudado pelos gestores e responsáveis e, só então, aplicado aos colaboradores. 6 5. REFERÊNCIAS BEKCER, Keitty Aline Wille; MASKE, Daniele Cristine; MARTINS, Daniele de Lourdes Curto da Costa. Treinamento, desenvolvimento e avaliação de desempenho. Indaial: UNIASSELVI, 2015. CARVALHO, Antônio Vieira de; NASCIMENTO, Luiz Paulo do; SERAFIM, Ozilea Clen Gomes. Administração de recursos humanos. 2. ed. São Paulo: Cengage, 2012. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos: o capital humano nas organizações. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. MARRAS, Jean Pierre. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. MILKOVICH, George T. Administração de recursos humanos. São Paulo: Atlas, 2000. TACHIZAWA, Takeshy; FERREIRA, Victor Claudio Paradula; FORTUNA, Antônio Alfredo Mello. Gestão com pessoas: uma abordagem aplicada às estratégias de negócios. 5. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.
Compartilhar