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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS CURSO DE DIREITO Direito - Arbitragem e Mediação Aluno(a) - BRUNA BARBOSA “Técnicas de Mediação e a Constelação Familiar como mecanismo de efetivação das mediações” Quando falamos de conflitos logo nos vem em mente a discussão das partes os desagrada , partindo do pressuposto que algo que deveria ser resolvido com rapidez e tranquilidade acaba se tornando um problema. Conflito como sabemos é sinônimo de embate, oposição, opiniões que são diferentes onde existem ideias ou conflitos de interesse. Em uma sociedade onde as idéias e os interesses são muito diferentes se fa z necessário que haja oportunidade de comunicação e métodos que possam resolver os conflitos que surgem com os desencontros. Fernanda Tartuce diz que No acesso à justiça no modelo tradicional, a busca da solução final acaba se resumindo a resolver apenas a crise jurídica, deixando em aberto os impasses de outras naturezas; como estes não costumam ser conjuntamente dirimidos, a tendência é que retornem em um momento futuro “porventura até recrudescidas(TARTUCE,2019 - p.11) Atualmente o que notamos é uma evolução do sistema tentando sanar as controvérsias por meios alternativos, no próprio ordenamento jurídico temos respaldo, dispositivos que buscam soluções alternativas para conflitos o que dispõe “Lei de Mediação Brasileira - Lei nº 13.140/2015” Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a mediação como meio de solução de controvérsias entre particulares e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública. Parágrafo único. Considera-se mediação a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia. A mediação consiste em promover uma comunicação, em 2010 com a Resolução nº 125 do Conselho Nacional de Justiça,com intuito de obrigar o judiciário a orientar de forma alternativas aqueles que o recorrerem com intuito de sanar o conflito, sugerindo assim o “método multiportas” , a própria resolução abriu caminho para o uso de constelações familiares para que fosse possível resolver reivindicações judiciais. A mediação pode ter uma abordagem multidisciplinar, além de diligência, independência e imparcialidade, o mediador necessita de estar familiarizado com determinadas áreas do conhecimento, tendo como principais características a fiabilidade,flexibilidade e a informalidade. Método esse alternativo para enfrentar o conflito para que se consiga pacificar demandas diferentes, seja no âmbito familiar, trabalhista , empresarial e etc. É importante que o mediador consiga fazer com que as partes conversem sobre, que saibam ouvir um ao outro e além de tudo que possam refletir sobre as propostas, assim evitando que esta conciliação saia do controle evitando discussões do qual não irá levá-los a lugar nenhum. Deve ser transmitida aos envolvidos tranquilidade, segurança para que pacientemente e com entendimento os litigantes saiam da posição de ataque com intuito de resolver a situação. A mediação é feita de forma informal, não com base na lei, por isso é um diálogo mais descontraído que deixa as partes à vontade, de forma que desconforto não seja predominante no momento Fernanda Tartuce menciona que A vantagem da mediação sobre outros métodos é permitir, caso as pessoas assim o desejem, a continuidade da relação em uma perspectiva de futuro. Como ela propõe que se finalize a situação controvertida sem comprometer a relação interpessoal em sua integralidade, a mediação permite que os envolvidos possam cogitar atuações futuras se isso se revelar necessário e/ou desejável. (TARTUCE, 2019 - p.199) Outra forma de resolução de conflitos é a Conciliação, um mecanismo extrajudicial ou judicial onde depende da participação de terceiro imparcial e treinado sobre o assunto. A conciliação possui correlação com CPC de 1973, a mesma pode vir a ser intervinda por um juiz, por um advogado, com intuito de aproximar as partes resultando assim uma solução. Além dos dois métodos mencionados, existe também a Negociação, processo no qual é autônomo conduzidos pelas partes para solução entre ambas as partes, onde os litigantes irão buscar um diálogo, sem auxílio de terceiros com base em técnicas onde juntos consigam chegar a um final que esteja de acordo para os dois, Fernanda Tartuce fala que A negociação pode ser entendida como a comunicação estabelecida diretamente pelos envolvidos, com avanços e retrocessos, em busca de um acordo; trata-se do mais fluido, básico e elementar meio de resolver controvérsias, sendo também o menos custoso.(TARTUCE,2019 - p.42) Quando falamos em arbitragem no meio jurídico se trata de um dos mais antigos meios de conflitos pela heterocomposição , uma solução de conflitos que é dada por um terceiro imparcial. A arbitragem prevista legalmente na Lei nº 9.307/96 , onde as partes que estiveram envolvidas num conflito podem escolher uma pessoa seja física ou jurídica para que os auxilie na solução da lide , a arbitragem só pode ser conduzida em conflitos envolvendo direitos disponíveis e partes capazes. Quando as partes resolvem escolher uma pessoa jurídica de direito privado. Um dos pontos vantajosos em relação a arbitragem é sua maior chance de efetividade da decisão das partes, como ambas fazem parte da decisão de que irá ser o árbitro, normalmente a decisão arbitral proferida venha ser cumprinda , assim evitando a necessidade utilizar de outros meios jurídicos, obviamente que sempre existe as exceções onde se faz necessário buscar outros meios coercitivos . Outra vantagem é a flexibilidade procedimental . Segundo Carlos Alberto Carmona diversamente do que vemos em nossas “abafadas cortes estatais”, tal flexibilidade é natural e “torna os árbitros muito menos engessados que o juiz togado, permitindo-lhes experimentarnovos e variados meios de descobrir fatos e aumentar sua capacidade de entender. Das Constelações Familiares De acordo com a “Lei de Mediação” (Lei nº 13.140 de 2015), a constelação familiar vem sendo utilizada como meio de resolução de conflitos pacíficos, método extrajudicial positivo,amparado Resolução do Conselho Nacional de Justiça nº 125 (CNJ) e processos cíveis. Segundo Schneider, as constelações familiares visa estudar percepções, insights e experiências denominadas "fenomenologia sistemática", que tende a explicar o que ocorre por trás dos distúrbios de comportamento e conflitos de um determinado grupo Schneider diz que A constelação familiar é entendida como um método sistêmico, em muitos sentidos. Ela vê o cliente individual, desde o princípio, junto com as pessoas relevantes em seus campos de relações. Dificilmente haverá um método que permita vivenciar tão explicitamente, e de uma forma tão condensada, abrangendo espaço e tempo, as influências numa família. Nas constelações, vemos os sistemas de relações, de certa maneira, “em ação”. O conceito do “envolvimento” exprime a interconexão dos destinos que se manifestam, em número maior ou menor, mais ou menos simultaneamente.( SCHNEIDER, 2007 - p.58) Para o autor, o método tenta responder a algumas perguntas, utilizado como forma terapêutica individual ou em grupo. Bert Hellinger deu origem as constelações familiares , o mesmo desenvolveu sua própria terapia sistémica e familiar, com sua análise Helling entende que todos nós seguimos um roteiro que não é pessoal e cria conexões com outros membros da família. Para ele a compensação do todo será o equilíbrio entre dar e receber, além de compreender os direitos e obrigações de todos que fazia parte, o autor menciona que o vínculo pode ser de sangue mas também um vínculo de destino, e que ao ser excluído do grupo se perde a segurança dentro do grupo ou de determinado membro e que são as exclusões que geram os desequilíbrios dentro do âmbito familiar . No meio jurídico, quando Sami Storch iniciou um estudo em 2014, surgiu o termo “direito sistemático”, O objetivo do surgimento do direito sistêmico é analisar o nível superior de gestão das relações humanas com base na ciência das constelações familiares sistêmicas, e aplicá-lo à prática jurídica com conteúdo terapêutico. Storch iniciou essa técnica na área da família , no município de Amargosa e Castro Alves na Bahia, ganhando uma menção honrosa pelo CNPJ em 2015 pelo projeto “Constelações da Justiça”. Nesse contexto podemos dizer o direito sistêmico torna as pessoas conscientes de um novo momento do direito, e esse momento também se estabelece com base na Declaração Universal dos Direitos Humanos. O direito de ter uma estrutura de compromisso a Liberdade, tolerância, respeito pelos outros e a conexão com os direitos humanos são a base para garantir os direitos básicos. É dessa compreensão de relacionamentos cheios de conflito que nasce o direito de buscar uma solução pacífica. A primeira vez que Storch utilizou o método foi numa audiência sobre a disputa de uma criança, o mesmo relatou que como foi sua experiência , e que com a ajuda do método utilizado a constelação revelou que a criança amava a mãe e a avó , porém , queria ficar com a mãe, o mesmo falar que são questões como estas que não são vistas numa audiência por um juristas. O judiciário vê questões baseada socioeconômica , como quem tem condição de ficar com a criança, quem possui a melhor estrutura para sua criação , questões das quais são o suficiente para tomada de decisão, porém que não são o bastante quando o sentindo da criança também é um fator decisivo. As questões relacionadas à família, são questões delicadas que merecem além de norma que cercam o Direito, é necessário analisar também o sentimento que as cercam, entender que a técnica pode contribuir para as questões teóricas do ordenamento jurídico, a aplicação da constelação familiar possui amparo a lei, com a entrada em vigor do novo CPC, regulamentou a obrigatoriedade, onde os litigantes e o juíz são submetido a mediação e conciliação. Atualmente, esse novo campo do Direito Sistêmico vem atuando em diversas áreas, no Direito Empresarial, no Direito Penal, Direito Trabalhista Projetado para resolver necessidades e demonstrar resultados importantes principalmente no âmbito trabalhista obtendo importantes resultados com as conciliações. A justiça Federal lançou um projeto chamado “Macrodesafio” e em seu planejamento estratégico, buscou utilizar meios de soluções de conflitos, a ideia é buscar através da participação do cidadão meios que possam solucionar as questões , estimulando as pessoas, para que assim elas não vejam a necessidade de ajuizar um processo mediante a conciliação, mediação ou arbitragem como meio. Assim, notamos que a proposta do Direito Sistêmico é encontrar a devida solução para o conflito familiar, no caso uma solução aplicada por uma lei ou até mesmo por uma sentença causaria certo desconforto para ambas as partes, que por meio disso possam a vir a ser odiar para o resto de suas vidas, por não ter sido amigavelmente como deveria, por não terem tido a oportunidade de enxergar o conflito de uma melhor forma e de não terem feito nada em relação a isso, deixando com o que o problema tomasse conta os ânimos e que a solução final não venha agradável nenhum e nem o outro. Entendemos que constelação Familiar pode ser usada juridicamente com intuito de alcançar dos envolvimentos uma solução de paz, sem que todos passem por desgastes desnecessários, essa pacificação de autocomposição pode ser considerada um grande avanço para o nosso ordenamento jurídico, no entanto que já é notável o quão positiva vem sendo para a solução dos casos em questão quando é utilizada. A Constelação Familiar já é utilizada vários Estados quais sejam: Goiás, São Paulo, Rondônia, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas e Amapá e o Distrito Federal já utilizam adinâmica da Constelação Familiar para ajudar a solucionar conflitos na Justiça brasileira. A método está em conformidade com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A importância do método da Constelação Familiar e sua efetividade na resolução dos conflitos já é reconhecido pelo Conselho Nacional de Justiça; A questão do método é conseguir um resultado positivo trazendo ao final paz as pessoas e no momento em que elas se resolverem possam seguir suas vidas , sem guardar qualquer tipo de sentido negativo sobre aquela determinada situação, que a solução que foi acatada no momento seja reflexo do entendimento entre ambas as partes. Embora ainda há quem relute pelo método da constelação familiar, houve uma grande ampliação sobre no país, que vem gerando resultados positivos no que diz a respeito sobre a solução de conflitos e cada vez mais tem sido adotado por outros estados. De forma que é visível que o judiciário não só pode, como deve ser amparado com as demais ciências sendo facilitadora dos meios em que o processo venha ser concluído, como sempre foi no decorrer dos séculos, é necessário que a resistência seja deixada de lado a fim de abrir as portas para a inovação, nosso sistema ainda é arcaico, mas isso não nos impede de dar oportunidade às inovações, aos aperfeiçoamentos que venham está a nossa disposição. Dessa forma fica claro que a utilização do método em si traz apenas aspectos positivos junto ao processo, visando sempre satisfazer as partes, juntamente com a mediação e a conciliação onde é possível uni-los com o método da Constelação Familiar , agregando assim ao meio jurídico métodos científicos de outra área a fim de proporcionar aos envolvidos uma forma mais cautelosa e menos invasiva . Referência Bibliográfica TARTUCE, Fernanda. Mediação nos conflitos civis . 5. ed. Rio de Janeiro: Forense 2019. Manual de Mediação Judicial, Conselho Nacional de Justiça. Brasília, 2016 JUNIOR, Luiz Antonio Scavone, Arbitragem : Mediação, conciliação e negociação , 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020. SCHNEIDER, Jakob Robert. A prática das constelações familiares . Patos de Minas: Atman, 2007 STORCH, Sami. Artigo: Prática de constelações na Justiça e aplicabilidade do Direito Sistêmico .Disponível em: https://direitosistemico.wordpress.com/2010/11/29/o-que-e-direito-sistemico/ https://direitosistemico.wordpress.com/2010/11/29/o-que-e-direito-sistemico/
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