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Memorial Gabrielle 18

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO – CIÊNCIAS DA NATUREZA
GABRIELLE JOANAS QUIRINO
MEMORIAL REFLEXIVO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV – ENA 443
Viçosa – MG
2019
GABRIELLE JOANAS QUIRINO
MEMORIAL REFLEXIVO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV – ENA 443
Memorial reflexivo do Estágio Supervisionado IV – ENA 443 apresentado ao(às) educador(as) Fabrício Zanelli, Alessandra Bernardes e Danila Ribeiro
Viçosa – MG
2019
SUMÁRIO
1. Introdução – de onde venho.........................................................................................03
2. Minha caminhada formativa no Estágio Supervisionado IV.....................................07
2.1. Processos educativos na UFV e o Estágio Supervisionado IV.................................07
2.2. As leituras e o estágio supervisionado IV.................................................................08
2.3. Experiências de ensino de Ciências da Natureza no Ensino Médio.........................10
2.4 Reflexões sobre o ensino de Ciências da Natureza na Educação do Campo.............13
3. Considerações finais – para onde vou..........................................................................15
4. Referências....................................................................................................................17
1. INTRODUÇÃO – DE ONDE VENHO
	O presente relatório consiste em relatar as experiências vividas durante as atividades propostas pela disciplina de Estágio Supervisionado III, ou seja, um olhar de pesquisa que nos desenvolveu a capacidade de enriquecer nossos conhecimentos e melhorar nossas competências, nos permitindo desencadear um caminho de relação entre teoria e prática nas escolas, colaborando para uma reflexão acerca de todo aprendizado adquirido durante a Licenciatura em Educação do Campo. A fim de refletirmos nossas condutas enquanto educadores. Uma vez que integrar- se ao espaço escolar é fundamental para formular ideias que aprimorem os conhecimentos que circundam o processo educacional. A disciplina de estágio oferece ao aluno em formação toda esta referência de como se desenvolvem essas práticas em sala de aula.
Sou Gabrielle, hodiernamente monitora da Escola Família Agrícola Paulo Freire, resido na cidade de Acaiaca, situada na zona da mata mineira, é conhecida como a “princesinha” por ser a mais bela e limpa cidade da região. Teve como primitivos habitantes indígenas que deram o nome a cidade devido ao cedro brasileiro que era abundante no município. É uma cidade de famílias tradicionais, sempre que podemos nos reunimos para organizar as festas religiosas e populares. Temos algumas dificuldades, mas nunca deixamos de lado nossa fé e nossas tradições, sabemos que através do trabalho e da união podemos construir um futuro melhor para nós e as próximas gerações.
Ao realizar os estágios anteriores vejo que estes foram inspirados na experiência de refletir a ação e fazer uma releitura do mundo em que vivemos pautando nossa prática pedagógica. Percebi na prática educativa o dia a dia do educador que às vezes nos revelam momentos bons e até mágicos ou situações totalmente inversas que muitas vezes se tornam desmotivadoras, mas, que nos ensina a pensar melhor e refletir profundamente a nossa missão como educador. O primeiro estágio realizado no espaço informal da Cooperativa de Artesãos e Produtores Rurais de Acaiaca (COOAPRA), situada na comunidade do Maracujá, e o espaço formal foi executado na Escola Família Agrícola Paulo Freire, que está localizada no município de Acaiaca, na comunidade de Boa Cama. O enfoque do espaço formal foi a Educação de Jovens e Adultos (EJA), através da disciplina ENA 440 e os espaços de formação foi possível ter uma vivência tão graciosa nestes espaços de ensino e formação que me proporcionaram enriquecer meus conhecimentos, aguçarem minhas capacidades e melhorarem as competências profissionais, a fim de atender necessidades dos contribuintes e contribuir como cidadã no meio o qual estou inserida. Pelo que vimos as experiências vivenciada desenvolvem muitas ações acerca da educação do campo e da agroecologia, uma vez que esse processo de formação busca romper com a educação bancária e baseia-se em práticas dialógicas, visando valorizar os saberes locais dos sujeitos, os saberes das experiências feitas e construindo conhecimentos na lógica da troca de saberes.
O estágio II teve como foco a educação formal, ou seja, um olhar de pesquisa que nos desenvolveu a capacidade de enriquecer nossos conhecimentos e melhorar nossas competências, a partir de uma observação criteriosa, percebendo os anseios, rejeições, ações, metodologias entre outros. A fim de refletirmos nossas condutas enquanto educadores. O estágio foi realizado na Escola Estadual Professor, localizada na cidade de Acaiaca, com este fizemos observação e regemos algumas aulas, vejo que este foi inspirados na experiência de refletir a ação e fazer uma releitura do mundo em que vivemos pautando nossa prática pedagógica. Percebi na prática educativa o dia a dia do educador que às vezes nos revelam momentos bons e até mágicos ou situações totalmente inversas que muitas vezes se tornam desmotivadoras, mas, que nos ensina a pensar melhor e refletir profundamente a nossa missão como educador, pois, segundo Freire (1987, p. 35) “será na sua convivência com os oprimidos... que poderão compreender as formas de ser e comportar- ser que refletem em momentos diversos”. Portanto, o estágio de observação e regência foi muito importante para o meu aprendizado, pois pude perceber que ensinar ciências não é muito fácil, é preciso ter habilidade, dinâmica e domínio de conteúdo.
Já o estágio III foi realizado na Escola Estadual Padre Simim, com o acompanhamento da professora de ciências, neste foram dadas regências de ciências no ensino fundamental I, no primeiro momento tive uma boa recepção por todos os funcionários da instituição, sempre colaborando de forma eficaz para meu estágio, empenhados em saber como está o andamento do mesmo, esclarecendo minhas dúvidas, sem contar a educação dos profissionais. Os principais desafios deste foram as regências em uma escola a qual não fazia parte da minha praxe, isso fez com que ficasse um pouco insegura e com receio de não conseguir desenvolver um bom trabalho em sala de aula, como dominar a classe e não saber todo o conteúdo que julgam necessário. Porém, com o passar do tempo me tranquilizei e vi que a vida de um educador é de constante mudança, onde temos a alegria de trabalhar com diferentes pessoas que muitas vezes nos demonstram seu carisma com pequenos gestos, além da satisfação de poder ensinar. 
Estes estágios que contribuíram e ainda contribuem para minha caminhada enquanto docente de uma escola do campo, uma vez que a formação busca abraçar e fortalecer as dimensões da diversidade e do multiculturalismo, visando o direito de ser diferente e da igualdade de direitos, fortalecendo a arte e a cultura dos sujeitos. A disciplina que desenvolve atividades de resgate e incentivo aos educadores. Abordando a matriz agroecológica, o percurso educativo incluindo os ensino de ciências da natureza. Ou seja, desenvolve ações teóricas e práticas inspirados na experiência de refletir a ação e fazer uma releitura do mundo em que vivemos pautando nossa prática pedagógica. Percebi na prática educativa o dia a dia do educador que às vezes nos revelam momentos bons e até mágicos ou situações totalmente inversas que muitas vezes se tornam desmotivadoras, mas, que nos ensina a pensar melhor e refletir profundamente a nossa missão como educador.
Leciono na Escola Família Agrícola Paulo Freire desde o ano de 2016 com as disciplinas de química, física e biologia. Os primeiros contatos com os educandos dentro da sala de aula foram de muito nervosismo, uma vez que já os conhecia, mas nunca tinha vivido a experiência de reger aulas dessas disciplinas, digo que neste processo é preciso que haja muitoestudo e dedicação, sendo estes contínuos na caminhada do educador. Nas primeiras regências o sentimento dominante era o medo de ser questionada, mas com a colaboração dos demais da equipe, esse logo desapareceu, pois fui percebendo que o professor não é detentor de todo saber. O curso de licenciatura em educação do campo veio como subsidio, principalmente nas metodologias ensinadas, bem como o incentivo dos educadores em promover uma educação contextualizada, a fim de desenvolver o protagonismo juvenil e tecnologias apropriadas para cada público. 
Enquanto educadora de uma escola do campo do ensino médio integrado ao técnico digo que meus sentimentos são de satisfação em poder transpassar tudo que aprendi e ainda aprendo aos meus educandos nos conteúdos de ciências da natureza. Quando se ensina o que aprende, aprendemos mais, isso que me motiva, o meu aprendizado com os estudantes, uma vez que eles me ensinam diariamente, me inspiram a ser uma educadora a fim de buscar a transformação desses sujeitos do campo. É evidente que as vezes bate o desespero, quando algo não sai como planejado, mas isso é uma das coisas que o professor tem que saber lhe dar, pois o processo de mudança é constante. Além dos desafios encontrados para fazer com que os adolescentes se integrem a aula e participem. 
2. MINHA CAMINHADA FORMATIVA NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV
2.1 Processos educativos na UFV e o Estágio Supervisionado IV
	A preparação para realização do estágio curricular IV teve como enfoque a educação nos dias atuais, que é considerada como uma das maiores influências para o desenvolvimento da cidadania, e em consequência desse progresso é evidente o avanço do país em todos os sentidos. Fomos instigados sobre a importância do mesmo na vida do docente que consiste no desenvolvimento de uma formação baseada no contexto real de atuação, possibilitando a construção autônoma do conhecimento cientifico através da vivência de exemplos práticos para discussões acadêmicas.
Através do estágio e do que foi estudado na disciplina pudemos fazer uma análise crítica, da situação de ensino/aprendizagem de ciências da natureza, com a intenção de enquanto educadores do campo promovermos uma educação contextualizada, fortalecendo o vínculo do estudante a sua comunidade, com o intuito de valorizar e respeitar os saberes trazidos por esses sujeitos. Abordando ainda conteúdos que despertem o interesse enquanto educadora como a importância da interdisciplinaridade, temas relacionados a agroecologia e o embasamento nos currículos. 
Assim, a disciplina faz com que torne significativa cada experiência vivenciada pelos futuros educadores, onde são socializados conteúdos, textos e dinâmicas em sala de aula com os demais colegas, produzindo discussões, possibilitando uma reflexão crítica, construindo nossa identidade e lançando, dessa forma um olhar sobre o ensino, a aprendizagem e a função do futuro educador do campo. O estágio é um processo muito importante para o professor visto que ele dá os subsídios para assimilar tanto a teoria quanto a prática, e possibilita ao profissional a conhecer melhor a escola, o aluno, bem como os funcionários e toda rotina de uma escola e com isso, dando oportunidade de colocar em prática o que se observou e aprendeu durante os estágios anteriores. Portanto a disciplina de Estágio Supervisionado IV nos expressa que a vida do estudante do curso de licenciatura é uma constante transformação, onde precisamos sempre estudar, estar atentos as nossas regências, tendo um olhar crítico sobre as mesmas, além de buscar métodos que abordem a realidade do educando e o incentivem a participar de forma ativa do que está sendo ensinado.
Palavras-chaves: Educação do campo, estágio supervisionado, vivência, ensino, educador-educando.
2.2 As leituras e o Estágio Supervisionado IV
	Através da leitura do texto A expansão do neoconservadorismo na educação brasileira ficou perceptível que os neoconservadores tem uma “força” maior sobre o Estado, concordo com Lima et al (2019. apud. APPLE, 2003) que ainda destaca que uma das exigências dos neoconservadores tem sido um Estado cada vez mais forte, no sentido de regular a ação docente, passando de uma “‘autonomia permitida’ para uma ‘autonomia regulamentada’ à medida que o trabalho dos professores torna-se extremamente padronizado, racionalizado e ‘policiado’, ou seja, a educação vem sofrendo com esse conservadorismo. 
Outro ponto do texto que chama atenção é o combate a ideologia de gênero referida na Base Nacional Curricular Comum (BNCC) e a mudança desta. Lima et al (2019. apud Macedo 2017) identifica quatro pautas que o Escola Sem Partido (ESP) tem demandado em relação à BNCC: 1: separação entre espaço público e privado, transferindo a educação para o espaço privado da família, a quem caberia toda a formação moral e ética das crianças; 2: contra o viés ideológico de esquerda que sustentaria o documento apresentado à consulta pública; 3: contra a diversidade cultural nos currículos; e 4: contra a ideologia de gênero nos currículos. Portanto, vale salientar que o artigo nos faz pensar nas implicações que temos e que ainda estão por vir, nos instigando a refletir as sobre as escolas e a sociedade que queremos produzir. Uma vez que o neoconservadorismo continua avançando afim de padronizar a educação para garantir seus interesses.
Já no texto Convite ao questionamento e à resistência ao abismo lançado pela Base Nacional Comum Curricular – BNCC vimos que o Ministério da Educação através desta prevê alterar os cursos de licenciaturas integrando-a aos currículos escolares e os planos de formação continuada dos sistemas de ensino estadual e municipal. Com a intenção de homogeneizar o currículo, tanto da formação de professores, quanto da Educação Básica, trazendo graves implicações para a autonomia dos estados, municípios, universidades, escolas e para docência. Este contexto que sintetiza a homogeneização advinda com a BNCC não valorizando as crenças e culturas do povo brasileiro, um currículo igualitário para todos torna o saber escolar restrito, deixando a desejar o senso crítico dos sujeitos, aumentando ainda mais a desigualdade em todas as suas faces, afim de que haja uma padronização curricular, onde o estudante tem méritos voltados pelas avaliações, favorecendo o reforço tecnológico, sendo necessário aprender para trabalhar. 
Vale lembrar que em contrapartida a BNCC existe a Lei de Diretrizes Básicas (LDB) que segundo a autora Sena (2019. Pg. 18) 
O direito à diversidade, à pluralidade e à livre manifestação de ideias; terceiro, deve compreender que, a educação como direito subjetivo, é direito de todos, desse modo, jovens, adultos, idosos, indígenas, quilombolas, ciganos, pessoas com e sem deficiência, com ou sem habilidades excepcionais, residentes no campo ou na cidade, todos devem ter seu lugar de identidade equitativamente assegurado na política; quarto, pautar-se sob o princípio da gratuidade e da laicidade. Todos esses elementos são princípios constitucionais e se assentam no entendimento de que a democracia é, ao mesmo tempo, meio e fim e tudo que se opuser a algumas dessas premissas será sempre uma ameaça ao seu fortalecimento.
Sendo assim vimos que a BNCC visa uma educação política neutra, ou seja, busca-se evitar que os professores compreendam (ou voltem a se dar conta) de que não se educa isento 
Por fim o I Seminário Nacional de Educação em Agroecologia: Construindo Princípios e Diretrizes que a partir de seus projetos político pedagógicos da agroecologia podendo ser entendida segundo SNEA (2013 apud ABA - Agroecologia, 2005) como um 
“enfoque científico, teórico, prático e metodológico, com base em diversas áreas do conhecimento, que se propõe a estudar processos de desenvolvimento sob uma perspectiva ecológica e sociocultural e, a partir de um enfoque sistêmico, adotando o agro ecossistema como unidade de análise, apoiar a transição dos modelos convencionais de agricultura e de desenvolvimento rural para estilos de agriculturae de desenvolvimento rural sustentáveis”, 
protagonizada por iniciativas coletivas dos sujeitos. Acreditando ainda que a Educação em Agroecologia tem forte relação com a Educação do Campo, a Educação Popular, a Educação Contextualizada, as Escolas Familiares Rurais e com a Formação em Economia Solidária e Ecológica, pois com ela é possível fazer a relação com alguns eixos integradores, bem como: i) princípio da vida no qual devemos respeitar a natureza e tudo que nela está presente; ii) princípio da diversidade está embasado na valorização e no respeito do território educativo inserido, valorizando a diversidade e a relação o campo e a cidade, iii) princípio da complexidade aborda o enaltecimento do diálogo entre todos os saberes, numa perspectiva transdisciplinar e iv) princípio da transformação conscientiza que a educação deve ser ferramenta para formar cidadão críticos, a fim de atuarem com autonomia na sustentabilidade do planeta.
Portanto, com a leituras dos textos pudemos refletir sobre nossa prática docente, onde é primordial estudarmos e dialogarmos sobre a BNCC nas escolas que atuamos, com o propósito de conscientização dos demais profissionais e também dos educandos, pois assim formaremos cidadãos críticos atuantes da diversidade, onde valorizem seus territórios e os ensinamentos trazidos desses locais. Entendendo a agroecologia como expansão da educação do campo, visando fortalecer um novo projeto de campo, na perspectiva da agricultura familiar, da segurança alimentar e nutricional. Apropriando aos sujeitos e sua realidade uma outra escola que tem como fins a emancipação humana e a formação que visa a transformação. 
 
2.3 Experiências de ensino de Ciências da Natureza no Ensino Médio
		
As regência foram desenvolvidas na Escola Família Agrícola Paulo Freire nas turmas do 1º, 2º e 3º do ensino médio profissionalizante. Durante as aulas de regência foram trabalhados conteúdos focados no campo das disciplinas de química, física e biologia integrando-as ao ensino técnico em agropecuária, bem como abordando conteúdo da nossa realidade. Tais conteúdos estão contemplados nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) trabalhados em conformidade com esses documentos referenciais, com o objetivo de ao final da sequência de aulas os alunos aprenderem o conteúdo de forma lúdica e participante. 
No dia 19/01/2018 lecionei três regências para o 1° ano do ensino médio, o qual o conteúdo abordado foi “Composição química das células: água, carboidratos e sais minerais” trabalhados na disciplina de biologia. Iniciei explicando através de um mapa conceitual desenhado no quadro, explicando que a água é um composto inorgânico, o qual nosso corpo responde por 70% desta, logo vimos uma tabela no livro didático demostrando os alimentos que são carboidratos e os que contém sais mineiras, feito isso, foi pedido aos educandos que observassem na propriedade da escola os alimentos presentes nas hortas e na cozinha para identificar quais os sais minerais presentes nestes e as fontes que encontradas, para finalizar pedi que a turma elaborassem cardápios saudáveis para que fossem preparados durante aquela semana na instituição. 
Essas aulas que tiveram grande relevância no meu processo formativo, pois foi umas das primeiras aulas lecionadas, pude perceber que sempre haverá conversas paralelas entres os estudantes, fazendo com que eu tenha que criar métodos que as vezes não tinha planejado. A relação dessa aula com a educação do campo foi que através do conteúdo abordado conversamos também sobre a importância de se plantar de forma agroecológica, sem o uso de insumos químicos, proporcionado assim uma alimentação saudável no âmbito escolar e até mesmo nas comunidades dos estudantes. 
	No dia 22/05/2018 regi três aulas de química para o 2° ano do ensino médio, cujo tema da aula foi “Unidades utilizadas pelo químico: grandezas físicas”, com os estudantes sentados em círculos comecei fazendo alguns questionamentos de como eles evitam o desperdícios de alimentos, água, produtos entre outros em suas casas, depois expliquei que existem as grandezas físicas para medir, ou seja, a medida certa garante economia, dei um texto para ser lido sobre o conteúdo relacionando-o ao nosso cotidiano, os alunos sentaram em trios para discutir sobre o texto, terminada a leitura responderam algumas atividades que foram passadas e para finalizar foi pedido que eles fizessem um breve resumo de como as medidas ajudam na preservação do meio ambiente. Os alunos ficaram um pouco dispersos, mas alguns contribuíram de forma eficaz para que aula fosse interativa. Deste modo entendi que em vários momentos do ensino quando o educador utiliza apenas o livro didático, ocorrem as distrações.Com essa aula pude contextualizar o ensino aprendizado com o cotidiano, ver a realidade dos estudantes quanto ao desperdício e as formas de conscientização desse para com o meio ambiente, que é o que a educação do campo nos incentiva, trabalhar a realidade dos sujeitos. 
No dia 05/04/2019 no 3° ano, foram dadas 3 aulas de física, iniciei a aula com os estudantes sentados em círculo, introduzi o conteúdo de cinemática, mais precisamente sobre velocidade, conversamos sobre o que é velocidade, velocidade média e velocidade instantânea, resolvemos alguns cálculos que foram propostos pelo livro didático, logo fomos para o campo da escola, a fim de vermos na prática como esses movimentos acontecem, com uso de bolas, carrinhos de mão e com alguns estudantes correndo, para assim sabermos o tempo e a distância percorrida por cada um desses, observamos também os carros que passavam na beira da estrada para entender com clareza e tirar as dúvidas dos estudantes que ainda não tinham entendido o conteúdo. Foi uma boa aula, onde percebi que a maioria dos estudantes demonstram maior interesse quando a aula é realizada fora da sala, pois, com essa foi possível sanar as dúvidas que alguns estudantes ainda tinha. A relação dessa com o nosso curso é que utilizamos dos materiais que haviam na propriedade de forma lúdica, além de explorar o espaço escolar.
No dia 01/10/2019 tivemos 3 aulas, onde foi pedido pela coordenação que fizéssemos um apanhado do fórum social pela vida realizado na cidade de Barão de Cocais, esta aula que teve como enfoque abordar a viagem de estudo aos conteúdos lecionados, foi pedido para todas as três turmas que elaborassem um mapa conceitual do fórum, trazendo os conteúdos que já foram estudados, depois fizemos um bate papo sobre a importância de eles terem participado do fórum e como este de alguma forma mudou o modo de pensar e/ou agir de cada um. Foi uma aula participativa, onde todos estavam motivados a contar a experiência vivida naquela semana, as visitas realizadas, o seminário assistido, as conversas que tiveram com todos envolvidos naquele espaço. 
Esta aula que teve uma grande relação com a licena, pois pude abordar uma visita de estudo com cada disciplina lecionada, bem como a valorização dos saberes que os educandos trouxeram e compartilharam com quem não pode participar, além da transformação na vida de cada estudante que participou e voltou entusiasmado em fazer a diferença dentro e fora da escola. 
A atuação docente na escola não resulta apenas de uma incorporação direta dos códigos ou status profissionais que a sociedade lhe impõe. Há um processo de reconstruções, críticas e reflexões que, desenvolvidos subjetivamente por cada ator social, explica as suas ações, substituindo a noção de alienação. Onde, acompanhamos a evolução individual do jovem, não como fornecedor de conhecimentos, porém como orientador-técnico; não dirige, participa, não ensina, aprende com os alunos, buscando relacionar os fatos entre si, da descoberta na vida e no ensino, na compreensão crítica das implicações vivenciadas. É evidente que as vezes bate o desespero, quando algo não sai como planejado, mas isso é uma das coisas que o professor tem que sabe lhe dar, pois o processo de mudança é constante. Além dos desafios encontrados para fazer com que os adolescentesse integrem a aula e participem. 
Quando se ensina o que aprende, aprendemos mais, isso que me motiva, o meu aprendizado com os estudantes, uma vez que eles me ensinam diariamente, me inspiram a ser uma educadora a fim de buscar a transformação desses sujeitos do campo. 
2.4 Reflexões sobre o ensino de Ciências da Natureza (Física, Química e Biologia) na Educação do Campo
É perceptível a importância do ensino de ciências na educação do campo, uma vez que as disciplinas proporcionam fazem com que o contexto o estudo dessas não esteja separado dos demais interesses e atividades da vida escolar e comunitária. Como já estudamos os PCNs (1997), ensinar ciências é observar, experimentar, construir. É fazer o aluno sentir a si mesmo e conhecer também o mundo onde vive entendendo e respeitando a vida, podendo colocar em prática os conhecimentos adquiridos como forma de preservação à vida. A fim de o estudantes compreender o homem como uma espécie no ecossistema, percebendo-se integrante, defensor e agente transformador. Para tanto, o professor deve selecionar com cautela os conteúdos de modo a relacioná-los, de forma contextualizada, com o cotidiano do aluno. Deve-se levar para a sala de aula discussões de aspectos globais, a fim de instigar no aluno o senso crítico sobre as tomadas de decisões para solucionar os problemas. 
Portanto, não se deve apenas tratar de maneira isolada determinado conteúdo, sendo necessária uma observação crítica de suas implicações sociais integradas aos conceitos estudados. É notório que no ensino de ciências quando se utiliza de instrumentos lúdicos e aulas com experimentos, a possibilidade de ampliação de conhecimentos é bem maior, visto que o aluno pode associar pensar, questionar a partir de um conhecimento já existente favorecendo o desenvolvimento do pensamento crítico. 
Sendo assim não digo que exista uma forma de ensinar ciências, mas sim métodos que devemos criar com cada turma, procuro ao máximo embasar os planos de aulas a nossa realidade, lógico que as vezes não somos contemplados pelo que propomos, mas isso é um aspecto vivenciado constantemente na vida do educador, precisando sempre se readequar à cada turma, pois cada qual terá o seu perfil diferenciado. 
Assim, faz-se necessário que o professor procure caminhos diferentes do já traçados, crie ações realmente interativas para que a educação se dê de forma significativa na vida do indivíduo, afim de que ele possa compreender melhor a sociedade em que vive e sua relação com o resto do mundo, para assim poder desempenhar o seu papel na construção da realidade e consequentemente, na própria história. Abordando conhecimentos científicos e tradicionais com o intuito de analisar as questões da contemporaneidade, por meio de experimentações e metodológicas lúdicas, que instigue o estudante a questionar e participar de forma ativa das aulas.
Através de algumas regências de ciências da natureza no ensino médio é possível sim estabelecer diálogos com a agroecologia até porque esta é uma ciência emergente, sendo um dos enfoques da escola, que tem como princípio na linha da agroecologia, apropriando os sujeitos e sua realidade no campo, que tem como fins a emancipação humana e a contribuição para um novo projeto de campo e sociedade, visando a uma qualificação profissional para fortalecer as práticas agroecológicas e de produção orgânica na agricultura familiar, bem como todo o conjunto de aspectos que integram a visão da sustentabilidade, no campo econômico, social, ambiental, cultural e político. 
Por exemplo, nas disciplinas de química, física e biologia pudemos trabalhar essa ciências em uma visita de estudo realizada em uma horta orgânica, localizada em Paracatu, onde observamos as práticas realizadas na propriedade, bem como a soberania e sustentabilidade alimentar, o não uso de insumos químicos, os nutrientes necessários para o crescimento das hortaliças, a medida de cada canteiro e os espaçamentos destes. 
Sendo assim, é notório que por meio de uma viagem de estudo pudemos trabalhar de forma interdisciplinar tanto com as disciplinas de ciências quanto as técnicas como agricultura e agroecologia. 
Portanto é importante relacionar o assunto principal com assuntos de outras disciplinas ou áreas, mesmo porque os fenômenos naturais não acontecem isoladamente, mas ligados a outros, muitas vezes em consequência de uns e resultados de outros. Fazendo com que o estudante reconheça a importância desses espaços enquanto formação e assim participar criativamente do processo científico.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS – PARA ONDE VOU?
Diante minha experiência enquanto docente pude entender o real significado do termo práxis tão firmemente defendido por Freire (1987, p. 70) “como ação e reflexão dos outros com o compromisso da libertação” e hoje visto por nós como essencial. Este que é um processo muito importante para o professor visto que ele possibilita ao profissional sempre repensar nossa prática, tanto os pontos positivos quanto os negativos, a fim de melhorar a cada dia. Pensando assim, procuro desenvolver os planos de aula numa perspectiva que visa proporcionar ao aluno a possibilidade de sua participação nas atividades na sala de aula, onde ele seja capaz questionar, analisar, e argumentar logicamente, dando-lhe a oportunidade da contextualização dos conteúdos com eixos gerais articuladores, temas do trabalho e da cidadania, para proporcionar aos educandos/as uma articulação virtuosa entre sua inserção no mundo do trabalho no campo e sua participação social e política. Sendo uma disciplina de inspiração que vem dos temas ou das palavras geradoras pelo sistema de forma articulada, contínua e complementar na vida do estudantes. 
O que tenho a dizer as pessoas que realizarão este estágio é que em nossa trajetória sempre haverá desafios, medos e angústias, mas devo dizer também que é uma experiência muito positiva e engrandecedora. Onde, na prática educativa o dia a dia do educador que às vezes nos revelam situações totalmente inversas que muitas vezes se tornam desmotivadoras, mas também vivemos momentos bons e até mágicos, que fazem com que tenhamos anseio pela vontade de mudar ou resolver todos os problemas. Anseio pela experiência real que a escola pode nos trazer.
Portanto, percebo que ser uma educadora do campo é ter como perspectiva uma formação diferenciada, no qual o currículo é estruturado na tentativa de recuperar e manter viva as raízes culturais com diferentes métodos e metodologias, visando a interação entre educando, educador e sociedade, sendo capaz de estabelecer diálogos entre os saberes, trazendo concepções politicas pedagógicas culturalmente construídas, além da importância de se trabalhar com amor nas relações pedagógicas, capaz de transformar a comunidade e a vida dos estudantes, ressaltando a importância da troca dos diferentes saberes, do coletivo, da parceria em educação, o compartilhar com o outro, o respeito ao indivíduo, às suas diferenças e à cultura de cada um. 
 
4. REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
LIMA, Iana Gomes; HYPOLITO, Álvaro Moreira. A expansão do neoconservadorismo na educação brasileira. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.45, 2019.
SENA, Ivânia Paula Freitas de Souza. Convite ao questionamento e à resistência ao abismo lançado pela Base Nacional Comum Curricular – BNCC. In.: UCHOA, Antônio Marcos da Conceição; SENA, Ivânia Paula Freitas de Souza (orgs.). Diálogos Críticos: BNCC, educação, crise e luta de classes em pauta. Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2019. p.15-38.
SNEA. I Seminário Nacional de Educação em Agroecologia: Construindo Princípios e Diretrizes. Recife: UFPE. 2013. 16p.
 
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