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Técnico em Transações Imobiliárias – Assistência Imobiliária – módulo II – 1 – ASSISTÊNCIA IMOBILIÁRIA GESTÃO PROFISSIONAL INTRODUÇÃO O corretor de imóveis ou corretor imobiliário é o profissional que faz o intermédio entre o cliente comprador e o vendedor, na transação de um i- móvel, seja ele rural ou urbano. Hoje em dia, pra- ticamente todas as vendas ocorrem com a partici- pação e atuação de um corretor. Assim, o inter- mediário apresenta aos compradores o imóvel, esteja ele em fase de construção ou não, e dispo- nibiliza as informações necessárias para efetuar a venda. Quais as características necessárias para ser um corretor de imóveis? O corretor deve ter, essencialmente, vontade e gosto por vendas. Características desejáveis: - paciência - capacidade para lidar com o público - capacidade de convencimento - carisma - dedicação - boa aparência - bom humor - discrição - tendência para vendas - raciocínio espacial desenvolvido - procurar estar sempre informado Qual a formação necessária para ser um corre- tor de imóveis? Para exercer legalmente sua profissão, o corre- tor de imóveis precisa ser credenciado pelo CRE- CI (Conselho Regional de Corretores de Imóveis). O corretor de imóveis pode requerer o diploma de bacharel em Ciências Imobiliárias, ou pode ter curso superior em Gestão Imobiliária, com dura- ção de 2 anos. Existem outras especializações, como o curso Técnico em Transações Imobiliá- rias, com duração de um ano. O candidato tam- bém pode fazer o Exame de Proficiência, que o habilita a ser corretor e até a montar uma imobiliá- ria. Além disso, é exigido que o corretor imobiliário tenha conhecimentos sobre loteamentos feitos pelo governo e sobre a arquitetura urbana. Principais atividades As principais atividades de um corretor imobiliá- rio, basicamente, são: - apresentar imóveis para visitação pública - mostrar o projeto desenvolvido e a região ao redor do imóvel - intermediar a negociação dos imóveis - verificação da construção dos imóveis (checa- gem de bom funcionamento) - organizar os papéis e documentos necessários durante o processo de negociação do imóvel - organizar a compra, venda, permuta, locação e incorporação de imóveis. Áreas de atuação O corretor de imóveis pode trabalhar em: - empresas imobiliárias - empresas de classificados de imóveis - empresas de loteamento e planejamento imobili- ário - empresas de consórcios imobiliários - empresas judiciárias (leilões) - cartórios de registros de imóveis - construtoras O profissional pode se especializar na negocia- ção de: - imóveis usados - imóveis rurais Técnico em Transações Imobiliárias – Assistência Imobiliária – módulo II – 2 – - lançamentos - loteamentos - administração de aluguéis - administração de condomínios - avaliações - consultor (assessoria ao cliente em todas as fases da comercialização do imóvel) - despachantes imobiliários - corretoras de imó- veis Mercado de trabalho Para efetuar compra e venda de imóveis, atu- almente, é sempre aconselhável a consulta de um especialista para melhores resultados. Por isso, o mercado de trabalho para corretor de imóveis en- contra-se em grande crescimento e importância no país. Principalmente pelas estatísticas que mostram para este ano, grande desenvolvimento e investimentos no setor da construção civil. Com o crescimento elevado de regiões em expansão, os corretores de imóveis vêm ganhando um espa- ço de maior importância e influência na hora de efetuar as vendas de apartamentos, edifícios, etc. Além disso, diversas novas áreas imobiliárias vêm surgindo, fazendo com que o corretor tenha inú- meras possibilidades de trabalho. Comissões O salário de um corretor, ao contrário de mui- tas profissões, não é fixo. Ele é baseado inteira- mente nas comissões, ou seja, seu salário varia de acordo com o tamanho e quantidade do que for vendido. Os valores de comissão das vendas variam de: - 6% a 8% sobre imóvel urbano - 6% a 10% sobre imóvel rural - 6% a 8% sobre imóveis industriais - 5% sobre vendas judiciais Curiosidades O Sindicato de Corretores de Imóveis surgiu no Brasil no dia 07 de janeiro 1937, durante o Es- tado Novo, quando Vargas criou as primeiras leis trabalhistas. Em 27 de agosto de 1962, é regulamentada a profissão de Corretores Imobiliários pela Lei nº. 4 116. Foram criados, então, os Conselhos Federal e regionais de Corretores de Imóveis. Em 26 de outubro ainda do mesmo ano, foram criados os conselhos regionais dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Paraná e Pernambuco. O Decreto n° 81.871, de 29 de junho de 1978, regulamentou a Lei n° 6.530 de 1978, que disciplinou o funcio- namento dos órgãos responsáveis pela fiscaliza- ção do exercício da profissão. 1. CORRETOR DE IMÓVEIS À primeira vista, muitos têm a impressão que o corretor é aquela pessoa que fica em um plantão de lançamento, aguardando clientes para negociar uma proposta e servir um café, mas não é bem assim. Esse profissional tem diversos ramos de ativi- dade, como imóveis usados, gestão de carteiras e até administração de condomínios. A corretagem de imóvel foi uma das primeiras atividades que conseguiu status de profissão libe- ral, regulamentada por uma lei federal. Depois da conquista da lei, se iniciou a história da importân- cia e competência desse ofício. Hoje, dada a complexidade da burocracia e da jurisdição na aquisição, locação e administração de imóveis, esse profissional é fundamental para o desenvol- vimento do segmento. A visão de empreendedorismo é essencial e também faz parte da natureza do corretor. Essa característica deve estar muito presente, pois ele precisa enxergar em um determinado imóvel a potencialidade do negócio, e deve exibi-la de for- ma segura e precisa para o comprador. No capítulo 13 do código civil brasileiro, do arti- go 722 ao 729, fala-se a respeito do exercício da profissão da corretagem. Em especial, o 723 que foi alterado, aumen- tando a responsabilidade do corretor nas transa- ções. Antes, o código dizia que o profissional era obrigado a informar para seu cliente todos aspec- tos e informações que estiverem apenas ao seu alcance, como liquidez e avaliação. Hoje, o profis- sional é responsável por todos os aspectos que envolvem uma negociação imobiliária. Quando há a compra por meio do corretor, agora ele respon- de também por perdas e danos. Em relação ao retorno financeiro, são poucas a imobiliárias que pagam um salário fixo, ou ajuda de custo, e que dão percentual na venda feita pelo profissional. O que impera no mercado é o traba- lho liberal autônomo. O corretor trabalha sempre no risco, e cada empresa e profissional ajusta qual a parcela cada um ganhará na transação. O artigo 728 do código civil brasileiro especifica que, quando há a participação de mais de um corretor no negócio, a remuneração é dividida em partes iguais, salvo ajuste entre ambos. Técnico em Transações Imobiliárias – Assistência Imobiliária – módulo II – 3 – Uma nova oportunidade Dado o custo-benefício que a profissão apre- senta, é muito comum encontrar no ramo uma grande faixa de pessoas que exerciam atividades completamente diferentes anteriormente. Advogados, arquitetos, engenheiros, adminis- tradores e até médicos acabam ingressando na área, talvez por uma desilusão no primeiro ofício e a chance de um ofício lucrativo. A importância do Corretor de Imóveis Compete ao corretor de imóveis, exercer a in- termediação na transação imobiliária, conforme consta na legislação que regulamentou a profis- são (Lei 6.530/78 e Decreto 81.871/78) A grande maioria das transações imobiliárias são concluídas através de empresas imobiliárias e/ou escritórios de um Corretor de Imóveis. Competeao corretor de imóveis, exercer a in- termediação na transação imobiliária, conforme consta na legislação que regulamentou a profis- são (Lei 6.530/78 e Decreto 81.871/78). Todas as empresas legalizadas têm o certifica- do de inscrição emitido pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis - CRECI. O Corretor de Imóveis tem uma identidade e uma carteira profis- sional. O Corretor de Imóveis tem a obrigação de as- sessorar as partes em toda a transação imobiliá- ria, nunca omitindo dados que possam prejudicá- lo. RESUMINDO: O corretor imobiliário é o profissional que faz o intermédio entre o cliente comprador e o vende- dor, na transação de um imóvel, seja ele rural ou urbano. O corretor deve ter vontade e gosto por vendas além de paciência, capacidade para lidar com o público, carisma, dedicação, boa aparência, bom humor, discrição, tendência por vendas, raciocínio espacial desenvolvido, estar sempre informado. Este profissional tem diversos ramos de ativi- dades, como imóveis usados, gestão de carteiras e até administração de condomínios. Tem a obrigação de assessorar as partes em toda a transação imobiliária, nunca omitindo da- dos que possam prejudicá-lo. EXERCÍCIOS 1- Cite algumas das principais atividades de um corretor imobiliário: ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ 2- Coloque V ou F para as frases abaixo: ( ) O corretor pode se especializar na negociação de imóveis usados, lançamentos, administração de aluguéis, avaliações,etc. ( ) Não é necessário ter dedicação, nem tão pou- co paciência tendência para vendas em um corre- tor de imóveis. ( ) Dentre as principais atividades de um corretor de imóveis estão: mostrar o projeto desenvolvido e a região ao redor do imóvel, organizar os papéis e documentos necessários durante o processo de negociação do imóvel. 3- Como são calculados os valores das comis- sões de vendas? ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ Técnico em Transações Imobiliárias – Assistência Imobiliária – módulo II – 4 – 2. GESTÃO DE PESSOAS Gestão de pessoas ou administração de re- cursos humanos é uma associação de habilida- des e métodos, políticas, técnicas e práticas defi- nidas com objetivo de administrar os comporta- mentos internos e potencializar o capital humano. A Gestão de Pessoas se divide em: Provisão de recursos humanos: recrutamento e seleção; Aplicação de Recursos Humanos: integração, desenho e análise de cargos; Desenvolvimento de Recursos Humanos: trei- namento e desenvolvimento organizacional; Manutenção de Recursos Humanos: benefícios sociais e relações trabalhistas; Monitoração de Recursos Humanos: sistemas de informações de RH (Software); Processo de Provisão consiste em abastecer a empresa com mão de obra qualificada. Refere- se ao recrutamento e seleção de pessoal. Planejamento de Recursos Humanos é o processo de decisão a respeito dos recursos hu- manos necessários para atingir os objetivos orga- nizacionais, dentro de determinado período de tempo. Trata-se de antecipar qual a força de tra- balho e talentos humanos necessários para a rea- lização a ação organizacional futura. O planeja- mento estratégico de RH deve ser parte integrante do planejamento estratégico da organização e deve contribuir para o alcance dos objetivos da organização, incentivando o alcance dos objetivos individuais das pessoas. Recrutamento é o conjunto de técnicas e pro- cedimentos que visa atrair candidatos potencial- mente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização. O recrutamento é feito a partir das necessidades presentes e futuras de Recursos Humanos da organização. Seleção de Pessoal é a escolha dos candida- tos recrutados que melhor se ajustam no cargo em aberto. O objetivo básico da seleção de pes- soal é escolher e classificar os candidatos ade- quados às necessidades da organização. Processo de Aplicação consiste na análise e descrição de cargos e avaliação de desempenho. Clima Organizacional: O clima organizacional afeta a motivação, o desempenho e a satisfação no trabalho. Ele cria certos tipos de expectativas cujas conseqüências se seguem em decorrência de diferentes ações. As pessoas esperam certas recompensas, satisfações e frustrações na base de suas percepções do clima organizacional. O clima organizacional é o conjunto de fatores que interferem na satisfação ou descontentamento no trabalho. É o conjunto de variáveis que busca i- dentificar os aspectos que precisam ser melhora- dos, em busca da satisfação e bem-estar dos co- laboradores. Educação Corporativa é a prática coordenada de gestão de pessoas e de gestão do conheci- mento tendo como orientação a estratégia de lon- go prazo de uma organização. Tecnologia em RH: otimiza a gestão e os custos de serviço por empregado, diminui a relação de dependência entre o empregado e o Recursos Humanos, dá mais autonomia aos empregados, que se tornam responsáveis pelo uso e benefício que obtém dos sistemas, redução de custos das tarefas administrativas,. Modelos de Gestão de Pessoas de Sucesso Levando em consideração as mudanças que ocorrem no mercado de trabalho e nas relações empresa/funcionário, as organizações precisam ter estratégias claras, sustentadas por uma gestão participativa. Deve-se criar um laço estreito entre todos os níveis de relacionamento, tanto interno como externo, do quadro funcional até os clientes e fornecedores. O principal modelo de gestão de pessoas atu- almente é a Gestão por Competências. Técnico em Transações Imobiliárias – Assistência Imobiliária – módulo II – 5 – RESUMINDO: Gestão de pessoas: É uma associação de habili- dades e métodos, políticas, técnicas e práticas definidas com objetivo de administrar os compor- tamentos internos e potencializar o capital huma- no. Ela se divide em: Provisão de recursos huma- nos, aplicação de recursos humanos, desenvolvi- mento de recursos humanos, manutenção de re- cursos humanos e monitoração de recursos hu- manos. EXERCÍCIOS 1- Em que consiste o Processo de provisão de recursos humanos? ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ 2- Fale o que é Recrutamento? E seleção? ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ 3- Qual é o principal modelo de gestão de pesso- as atualmente? ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ 3. GESTÃO POR COMPETÊNCIAS Competência, vem do latim competentia e sig- nifica a qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa, capacidade, habilidade, aptidão e idoneidade. A Gestão por Competências visa a instrumen- talizar o departamento de Recursos Humanos e Gestores das empresas para realizar Gestão e Desenvolvimento de Pessoas, com foco, critério e clareza. As ferramentas da Gestão por Compe- tências são totalmente alinhadas às atribuições dos cargos e funções de cada organização. Através do Mapeamento e Mensuração por Competências são identificadas as competências comportamentais e técnicas (CHA) necessárias para a execução das atividades de um car- go/função e mensurado o grau ideal para cada grupo de competências para que uma pessoa que assuma o cargo/função atinja os objetivos da em- presa. O Mapeamento e Mensuração por Compe- tências é a base da Gestão por Competências, portanto, deve-se tomar muito cuidado com as metodologias subjetivas existentes no mercado, baseadas no acho e não acho, gosto e não gosto, pode e não pode, o ideal seria, etc. Essas meto- dologias promovem grandes equívocos na obten- ção do perfil ideal do cargo. Através da Seleção por Competências será realizada a entrevista comportamental, visando a identificar se o candidato possui o perfil ideal para a vaga de emprego. Através da Avaliação por Competências, será identificado se o perfil comportamental e técnico dos colaboradores de uma corporação estão ali- nhados ao perfil ideal exigido pelos car- gos/funções. Através do Plano de Desenvolvimento por Competências será aperfeiçoado e potencializa- do o perfil individual de cada colaborador através de ações de desenvolvimento. 3.1. DESENVOLVER COMPETÊNCIAS A velocidade de crescimento de uma organiza- ção está associada à capacidade em gerar novas competências, aprimorar as existentes, e gerar inovações, mais rapidamente do que os concor- rentes. Empresas bem sucedidas, investem nos seus colaboradores com o propósito de acelerar o pro- cesso de crescimento e geração de riquezas. Isso pode ser feito de forma sistematizada, com base em competências existentes, ou identificada, mas que precisam ser adquiridas, ou mesmo desen- volvidas. Técnico em Transações Imobiliárias – Assistência Imobiliária – módulo II – 6 – O processo de desenvolvimento leva em consi- deração três aspectos fundamentais: - conhecimentos: o que fazer; - habilidades: o como fazer; - atitudes: o desejo de fazer. Conhecimento, hoje em dia, é tratado como sendo uma Commoditie. Você adquire em Univer- sidades, nos cursos abertos, através da Internet, em livrarias, etc. Habilidade é a capacidade de transformar conhecimento em ação prática. Pode ser decorrente de uma aptidão, de treinamentos realizados no dia a dia da empresa, ou em pro- gramas específicos, que preparam as pessoas para ação. O ponto crítico em qualquer programa de desenvolvimento é como desenvolver as atitu- des necessárias, para fazer com que as coisas efetivamente aconteçam, na velocidade que preci- sa acontecer, para a solução de problemas, para a tomada de decisões, e por aí vai. Esse é o grande investimento, que deve e precisa ser feito. Como gerar o empowerment necessário para que uma equipe possa alcançar resultados surpreen- dentes, sem que isso prejudique a ambiência or- ganizacional. RESUMINDO: Gestão por competências: Visa instrumentalizar o departamento de Recursos Humanos e Gesto- res das empresas para realizar Gestão e Desen- volvimento das Pessoas, com foco, critério e cla- reza. Desenvolver competências: levam em aspecto três aspectos fundamentais: conhecimentos, habi- lidades, atitudes. EXERCÍCIOS 1- O que é o Mapeamento e Mensuração por Competências? ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ 2- O que é identificado através da Avaliação por Competências? ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ 3- Quais são os aspectos fundamentais em um processo de desenvolvimento? ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ 4. DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇA O objetivo primário da delegação é conseguir que o trabalho seja feito por outra pessoa. Não apenas tarefas simples como ler instruções e girar uma alavanca, mas também tomada de decisão e mudanças que dependem de novas informações. Com delegação, seu pessoal tem a autoridade para reagir a situações sem ter que consultá-lo a todo instante. A arte de saber delegar é cada vez mais uma necessidade dentro de uma organização, princi- palmente no que se refere à sua gestão. Delegação é, fundamentalmente, confiar sua autoridade a outros. Isto significa que eles podem agir e tomar iniciativas independentes; e que eles assumem responsabilidade com você na realiza- ção das tarefas. Se algo dá errado, você também é responsável uma vez que você é o gerente; o truque é delegar de tal modo que coisas sejam feitas mas não deem errado. Para habilitar uma pessoa para fazer um de- terminado trabalho, você deve assegurar que: - ela sabe o que você quer. - ela tem a autoridade para fazer isso. - ela sabe como fazer isso. Esses três fatores dependem de: - se comunicar claramente a natureza da tarefa; - a extensão de sua descrição; - as fontes de informações e conhecimento rele- vantes. Abaixo, temos um comparativo do antigo mode- lo de liderança e do modelo atual, mais próximo e mais participativo com as atividades de toda a sua equipe: Líder do Passado - Ser um chefe - Controlar as pessoas - Centralizar a autoridade Estabelecimento de objetivos - Dirigir com regras e regulamentos - Confrontar e combater - Mudar por necessidade e crise - Ter um enfoque eu e meu departamento Técnico em Transações Imobiliárias – Assistência Imobiliária – módulo II – 7 – Líder do Futuro - Ser um coach e facilitador - Empowerment - Distribuir a liderança - Conciliar visão e estratégia- Guiar com valores compartilhados - Colaborar e unificar - Ter um enfoque mais amplo - Ter um enfoque de minha empresa 4.1. PAPEL ESTRATÉGICO DO NOVO LÍDER Mercado estável As empresas: - Abordagem de linha de montagem a respeito da estratégia - Maximizam controle interno e ordem - Protegem-se contra a variação auditoria e disci- plina - Tem lutas de poder entre níveis e unidades Papel do líder - Definir táticas e definir o orçamento - Controlar o desempenho de indivíduos e atitudes - Tomar ação corretiva quando a conduta está fora do esperado - Tomar decisões consistentes com a estratégia geral da empresa Mercado em constante mudança As empresas: - Abordagem de contingência a respeito da estra- tégia - Maximizam velocidade, flexibilidade e inovação - Protegem-se contra a obsolescência e ignorân- cia - Tem altos níveis de comunicação, colaboração e inovação entre níveis Papel do Líder - Interpretar a realidade emergente - Focalizar os recursos existentes de uma forma eficiente - Desenvolver e promover novas capacidades em resposta às mudanças - Facilitar criação, captação e disseminação de conhecimento Todas estas habilidades expressam a impor- tância na valorização do capital humano, possibili- tando não somente o desenvolvimento de suas potencialidades, mas também da superação dos seus limites. RESUMINDO: Desenvolvimento de Liderança: Para habilitar uma pessoa para fazer um determinado trabalho você deve assegurar que ela sabe o que você quer, ela tem autoridade para fazer isso, e ela sabe como fazer isso. Esses três fatores depen- dem da sua comunicação, a extensão de sua des- crição e as fontes de informações e conhecimento relevantes. O papel de um novo líder é interpretar a realidade emergente, focalizar os recursos de uma forma eficiente, entre outras. EXERCÍCIOS 1- Quais as diferenças entre um líder do passado e um líder do futuro? ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ 2- Cite o papel de um líder em um mercado em constante mudança. ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ Técnico em Transações Imobiliárias – Assistência Imobiliária – módulo II – 8 – 5. CARREIRAS PROFISSIONAIS António José Almeida Maria Amélia Marques Natália Alves Pretende-se com a presente comunicação pro- ceder a uma breve caracterização da evolução histórica da problemática da gestão de carreiras profissionais bem como das condições em que esta se desenvolveu para, a partir daí, discutir os novos caminhos que se abrem para as relações de trabalho, num contexto em que as carreiras e as profissões parecem cada vez mais voláteis. Apesar da gestão de carreiras ser uma preocu- pação recente no quadro da gestão das relações de trabalho, é hoje evidente a crise em que se encontra a forma tradicional de abordagem desta problemática. Tendo nascido para assegurar a satisfação das necessidades de quadros superiores e intermé- dios com que as empresas se deparavam no âm- bito de um sistema de relações de trabalho dualis- ta e fortemente hierarquizado, a carreira profis- sional era concebida como um processo cumulati- vo através do qual se ascendia na estrutura hie- rárquica das organizações, à imagem das tradi- cionais concepções evolucionistas da vida social. Contudo, as transformações em curso nas so- ciedades "desenvolvidas" têm vindo a fazer com que estejamos hoje confrontados com a necessi- dade de questionar esta abordagem evolucionis- ta. Para essas transformações tem vindo a contri- buir um conjunto diversificado de fatores dos quais salientamos: · fatores de natureza organizacional que se prendem com o crescente achatamento e ema- grecimento das estruturas e com o recurso ao outsourcing diminuindo, desta forma, o número de oportunidades de progressão vertical; · fatores de natureza ambiental que resultam do aumento do desemprego, da importância da for- mação contínua e do dinamismo do mercado de trabalho que fazem com que as carreiras profis- sionais sejam cada vez mais atravessadas por ciclos de emprego, desemprego e formação ge- rando descontinuidades permanentes. É a partir desta encruzilhada que nos posicio- namos para questionar não só a pertinência do conceito de carreira profissional, mas também as diferentes abordagens a partir das quais podemos perspectivar o futuro por forma a discutir os novos caminhos que se abrem às relações de trabalho. 1. Contexto histórico da emergência do concei- to de carreira profissional A emergência do conceito de carreira profissio- nal está historicamente associado ao aumento das dificuldades das empresas em satisfazer as suas necessidades de mão de obra qualificada e, em particular, de garantir a existência de profissionais devidamente preparados para ocupar funções hierarquicamente mais elevadas devido ao au- mento da complexidade funcional e à crescente burocratização das empresas (Sekiou et all, 1993). A emergência histórica deste contexto conduz- nos a uma realidade socioeconômica temporal- mente próxima que remonta, no caso dos países mais desenvolvidos, ao período pós segunda Guerra Mundial. Neste sentido, o conceito de carreira profissio- nal surge fortemente associado ao processo de planejamento de recursos humanos dada a pres- são para garantir a satisfação das necessidades de recursos humanos por forma a permitir o con- trole hierárquico, o que, no quadro das correntes teóricas dominantes de matriz taylorista, faz com que a carreira esteja associada à progressão ver- tical na estrutura da organização e, concomitan- temente, à melhoria das condições salariais. Outra dimensão relevante para compreender a emergência deste conceito prende-se com a evo- lução do corpo teórico que sustenta a própria ges- tão de recursos humanos. Assim, o desenvolvi- mento das teorias da motivação, nomeadamente, a partir da pirâmide das necessidades de Maslow, o aparecimento da chamada Escola das Relações Humanas, bem como as novas concepções asso- ciadas à teoria das organizações que vieram pôr em causa alguns dos pressupostos básicos da concepção taylorista do trabalho, são elementos fundamentais para compreender o papel do con- ceito de carreira profissional. No que diz respeito a esta última dimensão importa destacar as consequências da ruptura com a concepção taylorista do trabalho dadas as implicações daí decorrentes para pensar a carrei- ra profissional no quadro de uma nova aborda- gem, se bem que não no quadro de um novo pa- radigma. Para ilustrar esta ruptura. gostaríamos de recorrer à já clássica obra de Douglas McGre- gor (1980) – O lado humano da empresa – em que o autor confronta duas concepções organiza- cionais: o que designa por teoria X, associada à abordagem taylorista, e por teoria Y, associada à nova abordagem proposta.O interesse desta ilustração decorre do fato de a teoria Y preconizar a necessidade de garantir a integração entre interesses individuais e organiza- cionais por forma a atingir o sucesso organizacio- nal. Técnico em Transações Imobiliárias – Assistência Imobiliária – módulo II – 9 – Em contrapartida, a teoria X preconiza o con- trole dos operários através dos mecanismos asso- ciados ao poder hierárquico dada a crença no princípio de que o homem é por natureza avesso ao trabalho. As implicações dos pressupostos da teoria Y sobre o conceito de carreira profissional prendem-se com o fato de se admitir a existência de um certo desejo não só no sentido da evolução profissional enquanto processo de ascensão verti- cal, mas também enquanto processo de desen- volvimento profissional associado à melhoria das qualificações, das condições de trabalho, da auto- nomia, da satisfação ou da realização profissional consubstanciando aquilo que Schein designou por "âncoras de carreira" a partir das quais os indiví- duos tomam as suas decisões de carreira (cf. Passos et al, 1995). Partindo desta nova aborda- gem, foi-se consolidando uma concepção de car- reira profissional que, em termos gerais, pode ser definida nos seguintes termos (Sekiou, 1993: 408): “conjunto de atividades levadas a cabo por uma pessoa para prosseguir e dirigir o seu cami- nho profissional, dentro ou fora de uma organiza- ção específica, por forma a atingir o mais elevado nível de competência e de contrapartidas hierár- quicas, sociais ou políticas”. Esta concepção in- troduz os ingredientes necessários para transfor- mar o conceito de carreira profissional num pro- cesso complexo que adquiriu, simultaneamente, uma dimensão técnica, social e política. A dimen- são técnica está associada aos aspectos relacio- nados com a aquisição de novas competências e com os modos de apropriação organizacional e de retribuição dessas competências. A dimensão social remete-nos para as contrapartidas materiais e para o prestígio associado aos diferentes luga- res na carreira e ao paralelismo que a partir daí se estabelece com as noções de sucesso e de insu- cesso profissional. Por último, a dimensão política decorre da forma como a carreira consubstancia ou não o acesso a lugares de poder real ou sim- bólico quer no plano organizacional, quer no plano social. 2. Da carreira à trajetória profissional: uma ruptura paradigmática? O conjunto das transformações que têm vindo a ocorrer no mundo do trabalho remetem-nos para a necessidade de repensar o conceito de carreira profissional à luz de novos pressupostos. Isto porque, a globalização com o consequente aumento da competição econômica, a inovação tecnológica que põe em causa a estrutura dos empregos e gera a obsolescência de certos tipos de qualificações, a consolidação de formas atípi- cas de emprego, o aumento dos níveis de habili- tação escolar e profissional dos indivíduos, a me- lhoria das condições de vida e a alteração das expectativas e das aspirações profissionais colo- cam em causa a carreira profissional enquanto processo linear de progressão intra - organizacio- nal. As novas abordagens que têm vindo a ser en- saiadas em campos disciplinares tão diversos como a Psicologia, a Sociologia e a Economia do Trabalho fornecem-nos os instrumentos analíticos para repensar a problemática das carreiras profis- sionais no quadro do que consideramos ser um novo paradigma. Este novo paradigma resulta do fato de estar- mos hoje confrontados com um acentuar da ruptu- ra daquilo que a Psicologia designa por contrato psicológico o qual pode ser definido como con- tendo, por um lado, aquilo que o trabalhador acre- dita poder oferecer ao patrão e o que pode espe- rar como contrapartida e, por outro, aquilo que na avaliação do patrão pode ser oferecido e o que pode esperar em troca (Pemberton, 1995). Toda- via, parece que assistimos hoje à quebra do con- trato psicológico que sustentou as relações entre o indivíduo e a organização ao longo dos tempos, em virtude de um conjunto de pressões provenien- tes de diversos campos, com particular destaque para o fato da economia virtual ou financeira se ter sobreposto à economia real. As consequências da quebra do contrato psico- lógico tradicional que assentava no princípio da segurança no emprego, resultam do fato de, para muitas pessoas, não ser claro o que substituiu essa segurança (Pemberton, 1995). De fato, se o elemento substituto é a incerteza não há dúvida de que a maioria dos indivíduos não está prepa- rada para a aceitar enquanto cimento de um novo contrato psicológico. Também no plano da investigação sociológica se têm vindo a afirmar novas abordagens concep- tuais como a reflexão em torno da crise do Estado Providência enquanto elemento estruturador do pacto social que emergiu associado ao pós guerra e que consubstancia um dos elementos mais mar- cantes da nossa modernidade. 3. Perspectivas de análise das carreiras profis- sionais A análise do conceito de carreira profissional à luz do que designamos por um novo paradigma não elimina a existência de uma diversidade de "portas de entrada" tendo em vista o seu estudo empírico. Pretendemos, por isso, enunciar algu- mas das abordagens que nos parecem consubs- tanciar um poder heurístico relevante para a com- preensão do comportamento de alguns atores sociais relativamente a esta problemática. 3.1. Abordagem liberal Aquilo que designamos por abordagem liberal remete-nos para o campo das ideologias indivi- dualistas segundo as quais a carreira profissional pode ser entendida como o resultado do mérito individual. Técnico em Transações Imobiliárias – Assistência Imobiliária – módulo II – 10 – Esta concepção meritocrática assenta na indi- vidualização dos percursos profissionais traduzin- do-se numa espécie de competição em que se pretende avaliar quem atinge primeiro um dado objetivo profissional. O hiper-relativismo desta abordagem que colo- ca o indivíduo numa total vulnerabilidade face à racionalidade econômica dominante está bem expresso no princípio segundo o qual aquilo que as organizações hoje oferecem é um emprego tão longo quanto as competências do trabalhador o permitam de acordo com as necessidades do ne- gócio (Pemberton, 1995). Aliás, o subtítulo da o- bra de Pemberton é a esse respeito paradigmáti- co: build a great future in the changing world of work. A fragilidade desta abordagem resulta, funda- mentalmente, da existência de um conjunto de fatores estruturais que condicionam o acesso às carreiras nomeadamente o contexto social de ori- gem, as oportunidades de acesso à educação, etc. Aliás, a importância das variáveis contextuais é reconhecida por Edwin Herr ao afirmar que “as forças exteriores ao indivíduo talvez tenham hoje mais influência na determinação das oportunida- des de carreira profissional do que no passado” (Herr, 1996: 38). 3.2. Abordagem unitária A abordagem unitária reflete quer as concep- ções ideológicas igualitárias orientadas pelo princípio do “trabalho igual, salário igual”, quer algumas das concepções clássicas do funciona- mento do mercado de trabalho que pressuponham a existência de uma mão de obra homogênea e indiferenciada, produto da concepção taylorista dos processos de trabalho. Esta abordagem, que foi claramente dominante ao longo de uma parte significativa deste século em que a sociedade era atravessada por uma forte clivagem social, funcionou como o cimento que garantiu em grande parte a coesão da classe operária nas lutas pela dignificação da sua condi- ção social. À medida que os sistemas de relações coleti- vas de trabalho se foram institucionalizando, esta abordagem adquiriu novos contornos traduzidos na criação e difusão de instrumentos de regula- mentação coletiva que procuram, de uma forma horizontal, regular as condições de acesso e pro- gressãoprofissional. A crise da abordagem unitária é hoje evidente sendo os próprios sindicalistas, que foram os seus principais defensores, os primeiros a reco- nhecê-lo ao aceitar, e em alguns casos a propor, a introdução de mecanismos de diferenciação profissional nos instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho. Esta crise resulta fundamentalmente de um conjunto de alterações estruturais associadas ao fenômeno da fragmentação social decorrente da explosão das classes médias. 3.3. Abordagem pluralista A abordagem pluralista, por sua vez, situa-se num plano intermédio, se tomarmos por referência as abordagens anteriores. De fato, ela é o resulta- do de uma certa modernidade na qual a diferenci- ação socioprofissional é assumida como um ele- mento estrutural sem, contudo, resvalar para um individualismo "cego". Por isso, esta abordagem reflete a existência de fileiras de emprego (Bédu- wé, 1992) que se supõe poderem ser ocupadas por uma mesma pessoa constituindo-se em uni- dades profissionais com graus de homogeneidade mais ou menos intensos, passíveis de ser tratados de forma agregada. É nesta perspectiva que se podem ler os contributos das teorias da segmen- tação do mercado de trabalho bem como as a- bordagens que nos remetem para os neo- corporativismos e neoprofissionalismos. Esta abordagem não é mais do que o produto de um conjunto de transformações estruturais que estão associadas à crise do modelo fordista de organização econômica e consequente à emer- gência do modelo pós-fordista que, segundo Brown e Lauder (1992), pode ser tipificada a partir de três dimensões: No que respeita à primeira dimensão – carac- terísticas da competição econômica e dos pro- cessos produtivos - com a passagem do modelo fordista ao modelo pós-fordista, emergem novas formas de organização competitiva onde a globali- zação, a produção flexível, as estruturas organi- zacionais horizontais e a competitividade pela inovação, diversificação e subcontratação assu- mem um papel central. Relativamente à segunda dimensão – caracte- rísticas do trabalho - acentua-se a importância da flexibilidade profissional, da formação contínua, da profissionalização das funções de gestão, etc. Simultaneamente, verifica-se uma crescente seg- mentação do mercado de trabalho e a tendência para uma cada vez mais rápida obsolescência das qualificações com consequências sobre as trajetó- rias profissionais dos indivíduos e sobre as práti- cas de gestão de recursos humanos das empre- sas. No que respeita à terceira dimensão – caracte- rísticas das ideologias - é de salientar o declínio da sindicalização e da filiação política baseada na origem de classe. Associado ao declínio dos prin- cípios ideológicos tradicionais surge a globaliza- ção dos fenômenos sociais e a emergência do consumo individualizado por oposição ao consu- mo de massas. Técnico em Transações Imobiliárias – Assistência Imobiliária – módulo II – 11 – É neste novo quadro que faz sentido falarmos de uma abordagem pluralista das carreiras profis- sionais na medida em que se assume a existência de uma maior diversidade de oportunidades e de caminhos possíveis, fato que resulta não só do aumento dos níveis de escolaridade com a conse- quente flexibilidade profissional, mas também da inovação tecnológica, nas suas diversas dimen- sões, que parece abrir novos campos profissionais até aqui insondáveis. 4. Tipos de carreiras profissionais: das carrei- ras contínuas às carreiras descontínuas Sendo a abordagem pluralista aquela que, em nossa opinião, evidencia uma maior capacidade heurística face ao modo como se estrutura hoje o funcionamento do mercado de trabalho, importa perceber as formas pelas quais ela se reflete no campo analítico da gestão dos recursos humanos, em geral, e das carreiras profissionais, em particu- lar. No plano da gestão dos recursos humanos, uma das consequências mais significativas desta abordagem prende-se com a importância que se atribui às qualificações escolares e profissionais bem como às exigências de flexibilidade profissio- nal. Este novo paradigma exige, da parte das em- presas, um conjunto de estratégias no sentido de potenciar a fidelização, o envolvimento e o com- prometimento dos seus recursos humanos mais qualificados como forma de garantir o seu desen- volvimento competitivo num contexto em que a inovação e o conhecimento assumem um papel central. Estas estratégias são tão mais necessárias quanto o aumento do dinamismo do mercado de trabalho e o esbatimento de barreiras físicas, cul- turais e legais à mobilidade geográfica dos indiví- duos parece querer abrir novas oportunidades profissionais até aqui inexistentes. O corolário desta nova realidade, que questio- na a concepção tradicional de carreira entendida enquanto processo de mobilidade vertical, faz com que consideremos um conjunto cada vez mais diversificado de formas de mobilidade profissional. Assim, independentemente da mobilidade se poder traduzir num processo de ascensão ou de regressão profissional, esta pode assumir as se- guintes formas (Béduwé, 1992): · mobilidade geográfica – consiste na mudança de área geográfica em que é exercida a profissão; · mobilidade setorial e/ou de empresa – consis- te na mudança de setor de atividade e/ou de em- presa; · mobilidade funcional e/ou horizontal – consis- te na mudança de função; · mobilidade socioprofissional – consiste na mudança de profissão; · mobilidade na condição perante o trabalho – consiste na mudança da condição perante o traba- lho (ativo ocupado, ativo desempregado, inativo); As formas de mobilidade enunciadas podem verificar-se em dois planos distintos: o da mobili- dade interna quando a mudança se produz no seio de uma mesma empresa e o da mobilidade externa quando essa mudança coincide com a mudança de empresa ou de empregador. Os determinantes estruturais da mobilidade interna estão bem patentes nos resultados de um estudo realizado por dois autores suíços (Held et Maillat, 1984) que partindo da análise do mercado interno de trabalho procuraram tipificar as cadeias de mobilidade no interior das empresas. Neste sentido, os resultados a que chegaram parecem-nos particularmente interessantes dado que concluem pela existência de cadeias de mobi- lidade que configuram trajetórias profissionais diferenciadas consoante a natureza dos postos de trabalho pelos quais os trabalhadores entram na empresa. RESUMINDO: Carreiras Profissionais: Apesar da gestão de carreiras ser uma preocupação recente no quadro da gestão das relações de trabalho, é hoje eviden- te a crise em que se encontra a forma tradicional desta problemática. A carreira profissional pode ser definida em um conjunto de atividades levadas a cabo por uma pessoa para prosseguir e dirigiu o seu caminho profissional, dentro ou fora de uma organização específica, por forma a atingir o mais elevado ní- vel de competência e de contrapartidas hierárqui- cas, sociais e políticas, Da carreira à trajetória profissional: uma ruptu- ra pragmática? Este novo paradigma resulta do fato de estarmos hoje confrontados com um acen- tuar da ruptura daquilo que a Psicologia designa por contrato psicológico o qual pode ser definido como contendo aquilo que o trabalhador acredita poder oferecer ao patrão, e por outro, aquilo que na avaliação do patrão pode ser oferecido e o que pode esperar em troca. Perspectivas da análise das carreiras profis- sionais: Abordagem liberal, abordagem unitária, abordagem pluralista. Tipos de carreiras profissionais: das continuas as descontinuas. Técnico em Transações Imobiliárias – Assistência Imobiliária – módulo II – 12 – EXERCÍCIOS 1 - O que é mobilidade geográfica? ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ 2 - Fale sobre a abordagem pluralista em uma carreira profissional? ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ 6. EMPREENDEDORISMO Empreendedor é o termo utilizado para qualifi- car, ou especificar, principalmente, aquele indiví- duo que detém uma forma especial, inovadora, de se dedicar às atividades de organização, adminis- tração, execução; principalmente na geração de riquezas, na transformação de conhecimentos e bens em novos produtos – mercadorias ou servi- ços; gerando um novo método com o seu próprio conhecimento. É o profissional inovador que modi- fica, com sua forma de agir, qualquer área do co- nhecimento humano. Também é utilizado – no cenário econômico – para designar o fundador de uma empresa ou entidade, aquele que constrói tudo a duras custas, criando o que ainda não exis- tia. 6.1. ORIGEM O conceito "empreendedorismo" foi utilizado pelo economista Joseph Schumpeter em 1950 como sendo uma pessoa com criatividade e capaz de fazer sucesso com inovações. Mais tarde, em 1967 com Kenneth E. Knight e em 1970 com Pe- ter Drucker foi introduzido o conceito de risco, uma pessoa empreendedora precisa arriscar em algum negócio. E em 1985, com Gifford Pinchot foi introduzido o conceito de Intra- empreendedor, uma pessoa empreendedora mas dentro de uma organização. Uma das definições mais aceitas hoje em dia é dada pelo estudioso de empreendedorismo, Ro- bert Hirsch, em seu livro “Empreendedorismo”. Segundo ele, empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos fi- nanceiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal. A satisfação econômica é resultado de um ob- jetivo alcançado (um novo produto ou empresa, por exemplo) e não um fim em si mesma. 6.2. DEFINIÇÃO Empreendedorismo é o principal fator promotor do desenvolvimento econômico e social de um país. Identificar oportunidades, agarrá-las e bus- car os recursos para transformá-las em negócio lucrativo. Esse é o papel do empreendedor. 6.3. ANÁLISE HISTÓRICA A palavra empreendedor (entrepreneur) surgiu na França por volta dos séculos XVII e XVIII, com o objetivo de designar aquelas pessoas ousadas que estimulavam o progresso econômico, median- te novas e melhores formas de agir. Técnico em Transações Imobiliárias – Assistência Imobiliária – módulo II – 13 – Entretanto, foi o economista francês Jean- Baptiste Say, que no início do século XIX concei- tuou o empreendedor como o indivíduo capaz de mover recursos econômicos de uma área de baixa para outra de maior produtividade e retorno. Mais tarde, o austríaco Joseph Schumpeter, um dos mais importantes economistas do século XX que definiria esse indivíduo como o que reforma ou revoluciona o processo “criativo-destrutivo” do capitalismo, por meio do desenvolvimento de nova tecnologia ou do aprimoramento de uma antiga – o real papel da inovação. Esses indivíduos são os agentes de mudança na economia. Posteriormente, Peter Ferdinand Drucker, con- siderado “o pai da administração moderna”, é que amplia a definição proposta por Jean-Baptiste Say, descrevendo os empreendedores como a- queles que aproveitam as oportunidades para criar as mudanças. Os empreendedores não devem se limitar aos seus próprios talentos pessoais e intelectuais para levar a cabo o ato de empreender, mas mobilizar recursos externos, valorizando a interdisciplinari- dade do conhecimento e da experiência, para al- cançar seus objetivos. O conceito de empreendedorismo está também muito relacionado aos pioneiros da alta tecnologia do Vale do Silício, na Califórnia. Ainda nos EUA, o Babson College tornou-se um dos mais importan- tes polos de dinamização do espírito empreende- dor com enfoque no ensino de empreendedorismo na graduação e pós-graduação, com base na va- lorização da oportunidade e da superação de obs- táculos, conectando teoria com a prática, introdu- zindo a educação para o empreendedorismo atra- vés do currículo e das atividades extracurriculares. É notória a atual ênfase dada ao empreendedo- rismo e a inovação como temas centrais nas me- lhores Universidades Norte-Americanas. 6.4. SÉCULO XVII Os primeiros indícios de relação entre assumir riscos e empreendedorismo ocorreram nessa é- poca, em que o empreendedor estabelecia um acordo contratual com o governo para realizar algum serviço ou fornecer produtos. Richard Can- tillon, importante escritor e economista do século XVII, é considerado por muitos como um dos cria- dores do termo empreendedorismo, tendo sido um dos primeiros a diferenciar o empreendedor (a- quele que assume riscos), do capitalista (aquele que fornecia o capital). 6.5. SÉCULO XVIII Nesse século, o capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados, provavelmente devido ao início da industrialização que ocorria no mundo, através da Revolução Industrial. 6.6. SÉCULO XIX E XX No final do século XIX e início do século XX, os empreendedores foram frequentemente confundi- dos com os administradores (o que ocorre até os dias atuais), sendo analisados meramente de um ponto de vista econômico, como aqueles que or- ganizam a empresa, pagam empregados, plane- jam, dirigem e controlam as ações desenvolvidas na organização, mas sempre a serviço do capita- lista. 6.7. O PERFIL DO EMPREENDEDOR Os estudos na área do empreendedorismo mostram que as características do empreendedor ou do espírito empreendedor, da indústria ou da instituição, não é um traço de personalidade. Para Meredith, Nelson e Nech (apud UFSC/LED 2000 p. 51) “Empreendedores são pessoas que têm a habilidade de ver e avaliar oportunidades de ne- gócios; prover recursos necessários para pô-los em vantagens;e iniciar ação apropriada para as- segurar o sucesso. São orientadas para a ação, altamente motivados; assumem riscos para atingi- rem seus objetivos”. O empreendedor tem um novo olhar sobre o mundo à medida que presencia a evolução. Valo- riza suas experiências, valoriza seu valor, toman- do decisões acertadas. Abre novas trilhas, explora novos conhecimentos, define objetivos e dá o pri- meiro passo. De acordo com Gerber (1996), o século XVIII foi marcado por grandes modifica- ções nos processos industriais. A revolução indus- trial teve início no século XVII, se caracterizando pela mudança dos processos produtivos que eram feitos manualmente e passaram a ser feitos por máquinas. Essa época modificou ou transformou os meios de produção, as relações econômicas, as relações sociais e as relações culturais. Como consequência aconteceu a divisão do trabalho, a produção em série e a urbanização. O homem passou a ser visto como uma máquina produtiva e não como gente (Leite, 2000). Procurando cada vez mais a eficácia, surgiram os grandes pensadores aliados aos interesses dos empresários. Cenários com novas estratégias. Fala-se em marketing e relações humanas. As idéias de Taylor imperam, porém o consumidor se faz ouvir, surgindo a segmentação do mercado de Sloan: a diversidade, modelos específicos para usuários diferentes. Ela foi colocada em cheque com o mundo da informática, com a nova visão de mundo. Ouviu-se, então, Peter Drucker, considerado o pai da gestão. Colocou-se de lado o mecanicismo e surgiu a preocupação com o indivíduo. Desco- briu-se que, para o bom desempenho, auto-estima é vital. Com as tecnologias de informação, o ho- mem passa a ser o centro das atenções. Técnico em Transações Imobiliárias – Assistência Imobiliária – módulo II – 14 – Hoje, fala-se do “Capital Intelectual” que na- da mais é do que: conhecimento, experiência, especialização. Ferramentas ou estratégias utili- zadas para se ter sucesso e ser competitivo. A mão-de-obra passa a ser cabeça-de-obra. É o conhecimento e a capacidade gerando novas i- deias. O foco está nas pessoas. Assim, o perfil do profissional de sucesso que lidera suas concep- ções e suas atitudes está em pessoas que conse- guem harmonizar esforços individuais ou coletivos e que criam algo novo e criativo. Segundo Leite(2000), nas qualidades pesso- ais de um empreendedor, entre muitas, desta- cam-se: a) iniciativa; b) visão; c) coragem; d) firmeza; e) decisão; f) atitude de respeito humano; g) capacidade de organização e direção. Traçar metas, atualizar conhecimentos ser inte- ligente, do ponto de vista emocional, conhecer teorias de administração, de qualidade e gestão, são mudanças decorrentes da globalização e da revolução da informação. O empreendedor deve focalizar o aprendizado nos quatro pilares da educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser, e com isso, ser capaz de tomar a decisão certa fren- te à concorrência existente. Novas habilidades vêm sendo exigidas dos profissionais para pode- rem enfrentar a globalização com responsabilida- de, competência e autonomia. Buscam-se profissionais que desenvolveram novas habilidades e competências, com coragem de arriscar-se e de aceitar novos valores, desco- brindo e transpondo seus limites. O futuro é cheio de incertezas, por isso, é preciso refletir sobre: habilidades pessoais e profissionais; criatividade; memória; comunicação; como enfrentar este sécu- lo. Diferenciar-se dos demais, revalidar seu diplo- ma pessoal e profissional, rever convicções, in- corporar outros princípios, mudar paradigmas, sobrepor idéias antigas às novas verdades, este é o perfil do profissional que, trocando informações, dados e conhecimentos, poderá fazer parte do cenário das organizações que aprendem, das or- ganizações do futuro. São mudanças sociocultu- rais e tecnológicas que fazem repensar hábitos e atitudes frente às novas exigências do mercado. Conquista-se a autonomia profissional quando se é perseverante, determinado, aprendiz, flexível e quando se tem: - Positividade - Organização - Criatividade - Inovação - Foco Essas qualidades ajudam a vencer a competiti- vidade dos tempos modernos. Pela experiência pode-se afirmar que a maioria das pessoas, se estimuladas, podem desenvolver habilidades em- preendedoras. Ouve-se e fala-se que o empreen- dedor precisa ter visão. Visão pessoal. Uma vi- são que vem de dentro. A maioria das pessoas tem pouca noção da verdadeira visão, dos níveis de significado. Metas e objetivos não são visão. Ser visionário é imaginar cenários futuros, utili- zando-se de imagens mentais. Ter visão é perce- ber possibilidades dentro do que parece ser im- possível. É ser alguém que anda, caminha ou via- ja para inspirar pensamentos inovadores. Esse enfoque se volta à disposição de assumir riscos e nem todas as pessoas têm esta mesma disposição. Não foi feito para ser empreendedor quem precisa de uma vida regrada, horários cer- tos, salário garantido no fim do mês. O empreen- dedor assume riscos e seu sucesso está na “ca- pacidade de conviver com eles e sobreviver a e- les” (Degen, 1989, p.11). Gerber (2004), apresen- ta algumas diferenças dos três personagens que correspondem a papéis organizacionais, quais sejam: a) o Empreendedor, que transforma a situação mais trivial em uma oportunidade excepcional, é visionário, sonhador; o fogo que alimenta o futuro; vive no futuro, nunca no passado e raramente no presente; nos negócios é o inovador, o grande estrategista, o criador de novos métodos para penetrar nos novos mercados; b) o Administrador, que é pragmático, vive no passado, almeja ordem, cria esquemas extrema- mente organizados para tudo; c) o Técnico, que é o executor, adora consertar coisas, vive no presente, fica satisfeito no controle do fluxo de trabalho e é um individualista determi- nado. É importante destacar no pensamento de Ger- ber (2004) o fato dos três personagens estarem em eterno conflito, sendo que ao menor descuido o técnico toma conta, matando o visionário, o so- nhador, o personagem criativo que está sempre lidando com o desconhecido. Técnico em Transações Imobiliárias – Assistência Imobiliária – módulo II – 15 – Os riscos fazem parte de qualquer atividade, sendo necessário aprender a administrá-los, pois eles são um dos fatores mais importantes que inibem o surgimento de novos empreendedores. Um outro fator inibidor é o “capital social” que são valores e ideias que sublimemente nos foram in- cutidos por nossos pais, professores, amigos e outros que influenciaram na nossa formação inte- lectual e que, inconscientemente, orientam nossas vidas. Dessa forma, um pai engenheiro desperta no filho o ideal de seguir a mesma carreira, militares, pilotos, esportistas, até pessoas que raramente vão vislumbrar ou ter interesse numa carreira de empreendedor exercem sua influência na forma- ção das pessoas. É de se considerar, porém, que a avaliação mais objetiva do preparo para empre- ender é a percepção que a pessoa tem de si pró- pria, refletindo na sua autoconfiança. Com o po- tencial empreendedor também isso acontece. O que se aprende na escola, nas pesquisas, nas observações, vai se acumulando. O preparar-se para ser empreendedor, portanto, inicia-se com o domínio que se tem sobre tarefas que se fazem necessárias, o próprio desenvolvimento da capa- cidade de gerenciamento. O que falta, na verdade, é motivação para uma tomada de decisão para se tornar um empreendedor. Decisões tomadas no cotidiano são inúmeras. Os processos de decisão nem sempre são sim- ples, objetivos e eficientes como deveriam ser pois, se a intuição está de um lado; a análise ra- cional está do outro. Descrevem-se aqui os oito estilos de decisão, relatados por Cohen,(2001): Intuitivo: tenta projetar o futuro, com perspectiva ao médio e longo prazo,imaginando o impacto dessa ação. O planejador: situa-se onde está e para onde se deseja ir, com planejamento e tendo um processo de acompanhamento, adequando à realidade sempre que for necessário. O perspicaz: diz que além da percepção é ne- cessário conhecimento. O objetivo: sabe qual o problema a ser resolvido. O cobrador: tem certeza das informações, vê a importância de medir e corrigir quando o resultado não foi o decidido. O mão–na–massa: envolve-se pessoal e direta- mente, acredita em grupos para estudos multidis- ciplinares. O meticuloso: junta opiniões de amigos, especia- listas, funcionários, tentando se convencer da so- lução a encontrar. O estrategista: decide cumprir sua estratégia de crescimento, tendo percepção do que resolver. Diagnostica o problema para encontrar a solução e sua resolução com eficácia. A decisão é de cada um. Interagir, refletir, dei- xar a cada um o momento de uma descoberta e desenvolvendo habilidades específicas para o sucesso da sua escolha é de responsabilidade única e exclusiva. As características comuns que se encontram no empreendedor que fez uma es- colha, tanto nas universidades como na socieda- de, são difíceis para listar com precisão, porém diferentes autores chegaram a algumas conclu- sões. Elas dizem respeito às necessidades, co- nhecimento, habilidades e valores. As necessidades que se referem a conheci- mentos, Lezana (1995, p.78) assim elenca: - aspectos técnicos relacionados a negócios - experiência na área comercial - escolaridade - formação complementar - experiência em organizações - vivência com situações novas. As necessidades que se referem aos valores, Empinotti (1994), argumenta que são os existen- ciais, estéticos, intelectuais, morais e religiosos. É preciso, no entanto, ser registrado que, no contexto empresarial, essas características podem se desenvolver e atuar de forma positiva ou nega- tiva. É a personalidade do empreendedor que fará o impacto decisivo para o sucesso. 6.8. TEORIAS DO EMPREENDEDORISMO A teoria econômica, também conhecida como schumpeteriana, demonstra que os primeiros a perceberem a importância do empreendedorismo foram os economistas. Estes estavam primordialmente interessados em compreender o papel do empreendedor e o impacto da sua atuação na economia. Três nomes destacam-se nessa teoria: Richard Cantillon, Jean Baptiste Say e Joseph Schumpe- ter. Cantillon era um banqueiro que hoje poderia ser descrito como um capitalista de risco, seus escritos revelam um homem em busca de oportu- nidades de negócios, preocupado com o gerenci- amento inteligente de negócios e a obtenção de rendimentos otimizados para o capital investido. Técnico em Transações Imobiliárias – Assistência Imobiliária – módulo II – 16 – Say distinguiu entre empreendedores e capita- listas e os lucros de cada um. Say considerava o desenvolvimento econômico como resultado da criação de novos empreendimentos e ansiava pela expansão da Revolução Industrial inglesa na França. Cantillon e Say consideravam os empre- endedores como pessoas que corriam riscos, ba- sicamente porque investiam seu próprio dinheiro. Na visão de Cantillon, os empreendedores com- pravam matéria-prima, por certo preço com o ob- jetivo de processá-la e revendê-la por um preço ainda não definido. Os empreendedores eram, portanto, pessoas que aproveitavam as oportuni- dades com a perspectiva de obterem lucros, as- sumindo riscos inerentes. Say fazia distinção entre empreendedores e capitalistas e entre os lucros de cada um. Ao fazê-lo, associou os empreende- dores à inovação e via-os como os agentes da mudança. Porém, Schumpeter foi quem realmente lan- çou o campo do empreendedorismo, associando-o claramente à essência da inovação. A essência do empreendedorismo está na per- cepção e no aproveitamento das novas oportuni- dades no âmbito dos negócios, sempre tem a ver com criar uma nova forma de uso dos recursos nacionais, em que eles seja deslocados de seu emprego tradicional e sujeitos a novas combina- ções. Uma das principais críticas destinadas a esses economistas é que eles não foram capazes de criar uma ciência comportamentalista. A segunda teoria, dos comportamentalistas, refere-se a especialistas do comportamento hu- mano: psicólogos, psicanalistas, sociólogos, entre outros. O objetivo desta abordagem do empreen- dedorismo foi de ampliar o conhecimento sobre motivação e o comportamento humano. Um dos primeiros autores desse grupo a de- monstrar interesse foi Max Weber (1930). Ele i- dentificou o sistema de valores como um elemento fundamental para a explicação do comportamento empreendedor. Via os empreendedores como inovadores, pessoas independentes cujo papel de liderança nos negócios inferia uma fonte de auto- ridade formal. Todavia, o autor que realmente deu início à contribuição das ciências do comporta- mento foi David C. McClelland. Nessa linha, McClelland (1972) foi um dos pri- meiros autores a estudar e destacar o papel dos homens de negócios na sociedade e suas contri- buições para o desenvolvimento econômico. Esse autor concentra sua atenção sobre o desejo, como uma forca realizadora controlada pela razão. Para McClelland, um empreendedor é alguém que e- xerce controle sobre uma produção que não seja só para o seu consumo pessoal. De acordo com a sua definição, um executivo em uma unidade pro- dutora de aço na União Soviética é um empreen- dedor. De fato o trabalho de McClelland (1971) está concentrado em gerentes de grandes organiza- ções e, apesar de estar fortemente ligado ao em- preendedorismo, uma leitura cuidadosa de seus escritos mostra que ele nunca fez qualquer elo entre a necessidade de autorrealização e a deci- são de lançar, possuir ou até mesmo gerenciar um negócio. Outros pesquisadores têm estudado a necessi- dade de realização, porém nenhum deles parece ter chegado a conclusões definitivas sobre qual- quer tipo de conexão com o sucesso dos empre- endedores. Alguns autores acham que a necessi- dade de realização é insuficiente para a explica- ção de novos empreendimentos; enquanto outros acham que ela não é suficiente o bastante para explicar o sucesso dos empreendedores. É importante observar que os autores da teoria comportamentalista não se opuseram às teorias dos economistas, e sim ampliaram as característi- cas dos empreendedores. 6.9. EMPREENDEDORISMO NO BRASIL No Brasil, o empreendedorismo começou a ganhar força na década de 1990, durante a aber- tura da economia. A entrada de produtos importa- dos ajudou a controlar os preços, uma condição importante para o país voltar a crescer, mas trou- xe problemas para alguns setores que não conse- guiam competir com os importados, como foi o caso dos setores de brinquedos e de confecções, por exemplo. Para ajustar o passo com o resto do mundo, o país começou a mudar. Empresas de todos os tamanhos e setores tiveram que se mo- dernizar para poder competir e voltar a crescer. O governo deu início a uma série de reformas, con- trolando a inflação e ajustando a economia, em poucos anos o País ganhou estabilidade, plane- jamento e respeito. A economia voltou a crescer. Só no ano 2000, surgiu um milhão de novos pos- tos de trabalho. Investidores de outros países vol- taram a aplicar seu dinheiro no Brasil e as expor- tações aumentaram. Juntas essas empresas em- pregam cerca de 40 milhões de trabalhadores. As habilidades requeridas de um empreende- dor podem ser classificadas em 3 áreas: Técnicas: Envolve saber escrever, ouvir as pessoas e captar informações, ser organizado, saber liderar e trabalhar em equipe. Gerenciais: Incluem as áreas envolvidas na criação e ge- renciamento da empresa (marketing, administra- ção, finanças, operacional, produção, tomada de decisão, planejamento e controle). Técnico em Transações Imobiliárias – Assistência Imobiliária – módulo II – 17 –Características pessoais: Ser disciplinado, assumir riscos, ser inovador, ter ousadia, persistente, visionário, ter iniciativa, coragem, humildade e principalmente ter paixão pelo que faz. Pesquisas recentes realizadas nos Estados Unidos mostram que o sucesso nos negócios de- pende principalmente de nossos próprios compor- tamentos, características e atitudes, e não tanto do conhecimento técnico de gestão quanto se imaginava até pouco tempo atrás. No Brasil, apenas 14% dos empreendedores têm formação superior e 30% sequer concluíram o ensino fundamental, enquanto que nos países desenvolvidos, 58% dos empreendedores possu- em formação superior. Quanto mais alto for o nível de escolaridade de um país, maior será a propor- ção de empreendedorismo por oportunidade. Definição da palavra: Robert Menezes - professor de Empreendedo- rismo da UFCG - comenta: "Empreendedorismo é aprendizado pessoal, que impulsionado pela moti- vação, criatividade e iniciativa, busca a descoberta vocacional, a percepção de oportunidades e a construção de um projeto de vida ideal." (MTC - Metodologia para Gestão do Processo de Forma- ção Empreendedora em Universidades - Locus Científico, Vol I, IV, 2007. pp.72-78) Eder Luiz Bolson disse que "empreendedorismo é um movimento educacional que visa desenvol- ver pessoas dotadas de atitudes empreendedoras e mentes planejadoras". Louis Jacques Fillion disse que o empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões. Jeffry Timmons disse que o empreendedor é alguém capaz de identificar, agarrar e aproveitar oportunidade, buscando e gerenciando recursos para transformar a oportunidade em negócio de sucesso. Hélio Nascimento define o empreendedor como capaz de formar outro profissional melhor que ele. Marcelo Benvenuto define o empreendedor co- mo sendo aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assu- mindo riscos calculados. George Bernard Shaw disse que "Alguns ho- mens veem as coisas como são, e perguntam: Por quê? Eu sonho com as coisas que nunca existi- ram e pergunto: "Por que não?". 6.10. SÍNDROME DO EMPREGADO O termo síndrome do empregado nasceu com o personagem "Seu André" do livro O Segredo de Luísa do autor brasileiro Fernando Dolabela. "Seu André" preocupado em explicar a ineficácia de grande parte dos empregados da sua indústria, disse: "eles estão contaminados com a síndrome do empregado". A síndrome do empregado designa um empre- gado: - Desajustado e infeliz, com visão limitada; - Dificuldade para identificar oportunidades; - É dependente, no sentido que necessita de al- guém para se tornar produtivo; - Sem criatividade; - Sem habilidade para transformar conhecimento em riqueza, descuida de outros conhecimentos que não sejam voltados à tecnologia do produto ou a sua especialidade; - Dificuldade de autoaprendizagem, não é auto- suficiente, exige supervisão e espera que alguém lhe forneça o caminho; - Domina somente parte do processo, não busca conhecer o negócio como um todo: a cadeia pro- dutiva, a dinâmica dos mercados, a evolução do setor; - Não se preocupa com o que não existe ou não é feito: tenta entender, especializar-se a melhorar somente no que já existe; - Mais faz do que aprende; - Não se preocupa em formar sua rede de rela- ções, estabelece baixo nível de comunicações; - Tem medo do erro, não trata como uma aprendi- zagem; - Não se preocupa em transformar as necessida- des dos clientes em produtos/serviços; - Não sabe ler o ambiente externo: ameaças; - Não é pró-ativo (expressão que indica iniciativa, vontade própria e espírito empreendedor). 6.11. RAZÕES DO EMPREENDEDORISMO O empreendedorismo busca a autorrealização de que quem utiliza este método de trabalho, es- timular o desenvolvimento como um todo e o de- senvolvimento local, apoiando a pequena empre- sa, ampliando a base tecnológica, criar empregos, evitar armadilhas no mercado que está incidido. Técnico em Transações Imobiliárias – Assistência Imobiliária – módulo II – 18 – Partes envolvidas Caracterís- ticas Gerente Empreen- dedor Intra- empreende- dor Motivação Poder Liberdade de ação, Auto- motivação Liberdade de ação e re- compensa Organizacio- nal Atividades Delega a sua autori- dade Arregaça as mangas, Colabora com os ou- tros Delega mas colabora Competên- cia Adminis- tração, Política Negócios, Gerência e Política Empreende- dor com mais habilidade Política Interesses Aconteci- mentos internos da empresa Tecnologia e mercado Dentro e fora da empresa, mercado Erros Evitar erros Aprendiza- gem com erros Erros são evitados, mas aprende-se com eles Decisões Interage do assunto para de- pois dele- gar Visão e de- cisão pró- pria, Acção versus Dis- cussão Fundamenta- ção Sistema Burocracia o satisfaz Se o sistema não o satis- faz, constrói o seu Acomoda-se ou provoca curto-circuito Relações Hierarquia Negociação Hierarquia "amiga" RESUMINDO: Empreendedorismo: Uma pessoa com criativi- dade e capaz de fazer sucesso com inovações. Definição: principal fator promotor do desenvol- vimento econômico e social de um pais. Análise histórica: A palavra empreendedor sur- giu na França por volta dos séculos XVII e XVIII, com o objetivo de designar aquelas pessoas ou- sadas que estimulavam o progresso econômico, mediante novas e melhores formas de agir. Século XVII: Richard Cantillon é considerado por muitos como um dos criadores do empreendedo- rismo, tendo sido um dos primeiros a diferenciar o empreendedor (aquele que assume riscos), do capitalista (aquele que fornecia o capital). Século XVIII: Neste século, o capitalista e o em- preendedor foram finalmente diferenciados, pro- vavelmente devido a Revolução Industrial. Século XIX e XX: Os empreendedores foram fre- quentemente confundidos com os administradores (isso ocorre ate os dias atuais). Perfil do empreendedor: De um modo geral des- tacam-se: iniciativa, habilidade de ver e avaliar oportunidades de negócios, coragem, firmeza, decisão, atitude de respeito humano, capacidade de organização e direção. Teoria do Empreendedorismo: a teoria econô- mica demonstra que os primeiros a perceberem a importância do empreendedorismo foram os eco- nomistas. Três nomes destacam-se nesta teoria: Richard Cantillon, Jean Baptiste Say e Joseph Schumpeter. Empreendedorismo no Brasil: Começou a ga- nhar força na década de 1990, durante a abertura da economia. As técnicas de um empreendedor podem ser classificadas em três áreas: Técnicas, Gerenciais e Características Pessoais. Síndrome do Empregado: Designa um empre- gado desajustado e infeliz, com dificuldade de identificar oportunidades, sem criatividade, dificul- dade em autoaprendizagem, tem medo de errar, entre várias outras características. Razões do Empreendedorismo: Busca a autor- realização de quem utiliza este método de traba- lho, estimular o desenvolvimento como um todo e o desenvolvimento local, apoiando a pequena empresa, ampliando a base tecnológica, criar em- pregos, evitar armadilhas no mercado que está incidido. EXERCÍCIOS 1- Qual é a definição de Empreendedorismo? ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________