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Tuberculose É a principal causa infecciosa de morbidade e mortalidade mundial em adultos, a maioria dos países com renda média e baixa. Infecção por HIV/iAds é um fator importante de predisposição para tuberculose e mortalidade em regiões do mundo onde ambas as infecções predominam. O local afetado com mais frequência pela doença é o pulmão; locais extrapulmonares que também podem ser afetados são os gânglios linfáticos, a pleura, os ossos e as articulações. A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa causada por bactérias pertencentes ao complexo Mycobacterium tuberculosos. Entre as bactérias desse complexo, o Mycobacterium tuberculosos é o agente mais comumente isolado nos casos de tuberculose. A tuberculose geralmente afeta os pulmões, mas ocorre envolvimento extrapulmonar em até um terço dos casos. Micobactérias: permanecentes ao complexo Mycobacterium tuberculosos. Etiologia M.tuberculosis, ou bacilo de Koch, é um bastonete aeróbio obrigatório. M.tuberculosis é uma bactéria intracelular facultativa que infecta celular do sistema mononucleose fafocitario (p.ex., macrófago), podendo parasitar com baixa atividade metabólica, persistindo, dess forma, viável por longos períodos (anos). A alta concentração de ácido micólico na parede do M.tuberculosis torna-o neutro à coloração de gram, contudo lhe confere a capacidade de reter fucsina, resistir a lavagem por solução ácido-alcoólica e aparecer nas lâminas com colocarão vermelha sob fundo azul (método de Ziehl-Neelsen). Tal característica faz com que seja conhecido como bacilo álcool- resistente (BAAR). Epidemiologia O Brasil, apresenta elevada incidência de TB. Um aumento considerável na incidência dos casos de TB ocorre no início da década de 1980 devido principalmente ao surgimento da epidemia da infecção pela HIV e a questão sociais, como pobreza, uso excessivo de drogas ilícitas e acesso insuficiente aos serviços de saúde. Tuberculose no Brasil - 2015 - 70.000 casos NOTIFICADOS Estimativa de 90.000 casos Está diminuindo nas últimas décadas - o Brasil é 18º pais em números de casos no mundo - 4.400 óbitos por TB/amo Transmissão Os pacientes com TB, cujo escarro seja BAAR + (pacientes bicilíferos) Esses pacientes frequentemente apresentam a doença pulmonar cavitário com escarro contendo grande quantidade de BAAR A transmissão do bacilo ocorre por meio de gotículas transformadas em aerossóis por tosse, espirro ou fala, que permanecem suspensas no ar e penetram nas vias respiratórias terminais ao serem inaladas. Vários fatores contribuem para o desenvolvimento de TB ativa. HIV é o fator de risco mais significativo, status imunológico do paciente, genético à doença, idade, neoplasias, diabetes melito, insuficiência renal crônica e outras doenças pulmonares, como silicose. A propagação da tuberculose está intimamente ligada às condições de vida na população. Sua prevalência é maior mas periferias das grandes cidades. Contágio As formas da doença que oferecem risco são: - TB pulmonar - TB de laringe Caverna pulmonar maior risco de contágio Patogênese As gotículas aspiradas que contêm bacilos podem alojar-se na base pulmonar, em segmentos justapleuraks, mais frequentemente à direita (pois o brônquio direito é mais vertical). Desenvolve-se, então, uma região inflamatória denominada cancro de inoculação. Os bacilos, a seguir, tendem a se disseminar, migrando pelos linfonodo das proximidades até os linfonodos da região intertraqueobrônquica ipsilateral, que se hipertrofiam. Os cancro de inoculação juntamente à limfadenopatia regional configura o complexo primário ou complexo de Ghon, esse quadro em geral é assintomático e resolvido com calcificação de lesão (nódulo de Ghon). Contudo, após essa primeira apresentação, as seguintes condições podem ser desenvolvidas: - TB primária progressiva: a lesão inicial pode aumentar de tamanho, podendo haver, ainda, formação de necrose, cavitação do local de lesão primária e formação de derrame pleural. - Dissemimacso hematogênica: comum e frequentemente assintomática, resulta na disseminação, via corrente sanguínea, de bacilos para vários órgãos. - TB miliar: em pessoas imunocomprometidas, por exemplo, a disseminação hematogênica, pode ser seguida de tuberculose miliar (extenso emvolvimento dos órgãos por lesões granulomatosas) e/ou meningite tuberculosa. Aula 19 Propedêutica Clínica Dr.Mário Mesquita Bacilo esguio, não móvel, não formador de esporos, não produtor de toxinas, que pode ser frisado e tem cerca de 2-4 μm de comprimento. É um aeróbio facultativo de crescimento lento que pode persistir no meio intracelular por períodos prolongados. Em todo o mundo, a TB ocorre mais comumente em homens do que em mulheres, mas 210.000 mulheres morreram de TB; a prevalência da doença tem um pico nos adultos jovens, com maiores consequências econômicas. ± .. TB Primária A maioria dos caso de TB primária é assintomática e diagnosticado pela conversão do TT. Pode haver febre, dispneia, tosse não produtiva e, ocasionalmente, eritema nodoso. Crepitação e sibilos focais podem estar presentes. Radiografias do tórax mostram pequenos infiltradas heterogêneos nos campos pulmonares médios, frequentemente com linfadenopatia hilário unilateral. Durante o período subsequente de latência clínica, a prova de infecção primária pode ser encontrada como uma pequena cicatriz calcificada no parênquima das áreas pulmonares médias (complexo de Ghon), por vezes associada a achados se,selha tês nos gânglios hilares (complexo de Ranke). IMAGEM: comprometimento ganglionar, lesão calcificada. Presença de cavitações. TB miliar Refere-se a pequenas lesões granulomatosas nos pulmões e em outros órgãos, que resultam da disseminação hematogênica do bacilo da tuberculose. Os lugares mais frequentemente afetados no organismo, são o baço, fígado, medula óssea, rins e glândulas suprarrenais, assim como pulmões, mas qualquer outro órgão pode ser acometido. A disseminação hematogênica pode ocorrer no momento da TB primária ou anos após, com a imunossupressão presente - comum em pacientes com AIDs, mas também existentes em imunossuprimidos por fármacos, neoplasias, desnutrição e diabetes. Sintomas características: - Febre - Perda de peso significativa e fraqueza - Dispneia sugere que a lesão miliar no pulmão esteja causando hipoxemia - Taquicardia - Taquipneia - Febre elevada - Esplenomegalia são comuns - Os achados de micronodulos difusos, menores do que 2 mm de diâmetro no raio X de tórax - Anemia em dois terços dos casos de TB miliar em geral mormocítica d normocrômica. - Micronodulos no baço e no fígado por meio da ultrassonografia de abdome - esse micronodulos são essas nodulações que são provocadas pela tuberculose. O exame físico pode mostrar tubérculo coroide (placa branco-amarelada elevada patognomônica, na fundoscopia, presente em 15% dos casos), linfadenopatia e hepatomegalia. Radiografias do tórax podem mostrar múltiplas opacidades bilaterais pequenas, denominadas infiltrados miliares devido à sua semelhança às sementes de milheto. Os achados das primeiras radiografias de tórax são geralmente sutis e podem ser evidentes apenas retrospectivamente, após três meses de acompanhamento. A realização de TC ou TC de alta resolução é útil devido a sua sensibilidade aumentada. A infecção pelo HIV tem um efeito profundo na epidemiologia do TB, promovendo e acelerando a progressão da infecção para a TB ativa e tanto a reativação como a reinfecção. TB Secundária A tuberculose secundária (pós-primaria) resulta da reativação dos bacilos da infecção primária ou de reinfecção. O quadro típico dessa condição é tosse, inicialmente seca e, em seguida, produtiva, com expectoração mucopurulenta,podendo surgir hemoptise. Fadiga, emagrecimento, piora do estado geral, palidez, sudorese noturna intensa e febre vespertina são achados frequentes. A lesão geralmente se localiza no ápice e nos segmentos posteriores dos logos superiores pulmonares, onde existem altas concentrações de oxigênio. A extensão do acometimento do parênquima pulmonar varia bastante, desde pequenos infiltrados até doença cavitaria extensa. Os achados típicos consistem em: - Início súbito - Tosse produtiva, sudorese noturna, anorexia e perda ponderal - Febre pode estar presente - Pacientes podem ser assintomáticos, e o diagnóstico, sugerido por uma radiografia do tórax obtido por outros motivos - Escarro pode ser purulento, conter estrias de sangue ou ser fracamente sanguinolento - Dor torácica pleurítica pode ocorrer quando existe inflamação subpleural. A dispneia não é uma característica da TBP, em par porque a trombose dos vasos perfusão das artérias inflamadas, de tal forma que a hipóxia não é uma característica clínica proeminente. - O exame físico pode revelar macicez à percussão, sopro anfórico (sons ocos) e, ocasionalmente, crepitações que podem ocorrer depois da tosse. IMAGEM: micronodulos ou pequenas cavitações Sinais e Sintomas - A tuberculose primária (primoinfecções) é decorrente da infecção inicial pelo M.tuberculosis e, em geral, mais frequente em crianças. O quadro comumente é assintomático. - Tosse com duração de três ou mais semanas - Expectoração com sangue - Dor no peito com movimentos respiratórios - Perda de peso - Fadiga - Febre, embora não seja um sintoma - Suor noturno Extrapulmonar Tuberculose pleural: essa é a forma extrapulmonar mais comum. Ocorre por extensão direta quando um foco caseoso subpleural libera secreção para o espaço pleural ou por meio de disseminação hematogênica.O derrame pleural é normalmente unilateral, amarelo-citrino, mas pode ocorrer empiema. É difícil identificar o bacilo no exame direto do líquido. a dosagem de adenosina deaminase (ADA) apresenta boa sensibilidade para o diagnóstico. Linfadenite Tuberculosa: é a forma extrapulmonar mais acometida pacientes com AIDs. Essa condição afeta linfonodos cervicais, mediastinais e outros. Os linfonodo tendem a se fusionar, coalescer e fistulizar. A cultura do material aspirado do linfonodo em geral confirma o diagnóstico. Com frequência, o proteína purified derivated (PPD) é positivo. Tuberculose urinária: esse tipo raramente ocorre em crianças. Em geral estabelece cavitações no parênquima renal, dilatação pielocalicinais e calcificações visíveis na urografia excretores. A infecção do rim pode se apresentar como pielonefrite (p.ex., febre, dor lombar e piuria) sem o patógeno habitual de vias urinárias na cultura de rotina (piúria estéril). A infecção geralmente se dissemina para a bexiga e, em homens, para a próstata , as vesículas seminais, ou o epidídimo, provocando um aumento na massa escrotal. A infecção pode se disseminar para o espaço perinefrético e abaixo do músculo psoas. Causando, algumas vezes, um abscesso na coxa anterior. Salpingooforite pode ocorrer após a menarca, quando as tubas uterinas ficam vascularizaras. Os sintomas incluem dor pélvica crônica e esterilidade, ou gestação ectópics na cicatriz tubária. Tuberculose meningo-encefálica: essa forma é mais grave da doença. Afeta frequentemente crianças. Pode determinar sinais meningoencefálicos. Eurológicos focais ou gerais. O líquido cerebrospinal apresenta pleocitose, com predomínio de linfócitos, glicose baixa e proteínas elevadas. O resultado da cultura nem sempre é positivo. Tuberculose suprarrenal: o acometimento da glândula suprarrenal pode determinar disfunção, caracterizando doença de Addison. Tuberculose miliar/disseminada: esse tipo de TB ocorrer por disseminação hematogênica do bacilo. As manifestações clínicas são inespecífico e de acordo com o órgão acometido. Os sintomas são febre, sudorese noturnas, anorexia, fraqueza e perda de peso. Com o tempo, os pacientes apresentam tosse e outros sintomas respiratórios, assim como sintomas abdominais. Os achados físicos incluem hepatomegalia, esplenomegalia e linfadenopatia. Diagnóstico Clínicos Fundamenta- se na história (contato com pacientes com TB) e na avaliação dos sintomas apresentados pelo paciente. Laboratoriais Achados que evidenciem níveis de glicose reduzidos, de proteínas altos, densidade de mais de 1.015, dosagem de ADA elevada (>40U/l) junto a outros dados laboratoriais auxiliam na confirmação do diagnóstico, principalmente quando em fluidos peritoneal, pleural, pericárdio e líquido cerebroespinal. Exame, cultura e teste de escarrom ADA (adenosina deaminase): enzima que degrada porinas catalisando a conversão de adenosina em inosina, que é necessária para maturação e diferenciação de células linfoide (p.ex., linfócitos e macrófago). Vários estudos confirmam que a ADA está elevada em fluidos do organismo (p.ex., líquido pleural, derrame pericárdico, etc.) quando há infecção por M.tuberculosis. É nessa falha que facilita a maturação e diferenciação das células linfoides. A elevação do ADA é um indício forte de TB mas, não necessariamente, será TB. Aonde existe a presença da infecção de tuberculose, encontraremos uma elevada taxa de ADA. Xpert MTB/RIF é um teste rápido automatizado de amplificação de ácidos nucleicos (NAAT) que pode identificar simultaneamente o DNA de M.tuberculosis em uma amostra de escarro e detectar resistência à rifampicina em até 2 horas. O Xpert MTB/RIF é mais sensível do que a baciloscopia é tão sensível quanto a cultura para o diagnóstico da tuberculose. Radiografia As radiografias de tórax de crianças com TB primária caracteristicamente possibilitam a evidência de linfonodos mediastinais e/ou hilares aumentados com pneumonite inespecífica na área de lobos médio e inferior. Mostram pequenas opacidade irregulares nos campus pulmonares médios, muitas vezes, com linfadenopatia hilar unilateral. Pode também encontrar-se atelectasia do lobo superior ou médio como resultado de compressão brônquica por gânglios aumentados ou derrame pleural transitório. TB pulmonar secundária, é característica a ocorrência de infiltrado apical e subapical frequentemente concomitante a cavitação e ausência de adenopatia hilar. Bacteriologia Esse diagnóstico é firmado com o achado do bacilo em secreções e fluidos orgânicos. Realiza-se o diagnóstico bacteriológico por meio da pesquisa direta de BAAR em lâminas coradas pelo método Ziehl-Neelsen. Imunológico O diagnóstico imunológico é realizado com a prova tuberculínica, que consiste em uma hipersensibilidade tipo IV ou tardia. Ela é efetuada por meio da inoculação intradérmica do protein purified derivated (PPD), na dosagem de 0,1 ml - 0 a 4 mm – não reator: indivíduo não infectado ou anérgico. - 5 a 9 mm – reator fraco: indivíduo infectado pelo bacilo da tuberculose ou outras micobactérias. - 10 mm ou mais – reator forte: indivíduo infectado pelo bacilo da tuberculose, podendo estar doente ou não. Diagnóstico Confirmado de Tuberculose Pulmonar Tuberculose gastrointestinal - como toda a mucosa GI resiste à invasão por tuberculose, a infecção requer exposição prolongada e inoculação enorme. - úlceras de boca e orofagringe podem se desenvolver com a ingestão de laticínios contaminados por M.bovis, lesões primárias também podem ocorrer no intestino delgado. A invasão intestinal geralmente produz hiperplasia é uma síndrome inflamatório do intestino, com dor, diarreia, obstrução e hematoquezia. Também pode ser semelhante à apendicite. Ulceração e fístulas são possíveis. Tuberculose dos ossos edas articulações - as articulações que suportam peso são geralmente as mais envolvidas, mas osso do punho, da mão e do cotovelo podem também ser afetados. - a doença de Pott é uma infecção na coluna espinal que começa em um corpo vertebral e, muitas vezes, se dissemina para as vértebras adjacentes, com estreitamento do espaço fiscal entre elas causando sintomas neurológicos. Tuberculose cutâneas Tuberculose cutânea (escrofulodermia) resulta da extenso direta de um foco de tuberculose subjacente (p.ex., linfonodo regional, osso ou articulação infectados) à pele sobrejacente, formando úlceras e tratos simulais. É um dos medicamentos utilizados para o tratamento da TB Qual o procedimento? - Notificação do caso - Tratamento efetivo - Pesquisa dos contactantes - Oferecer sorologia anti-HIV ↳ A TB causada por organismos resistentes a fármacos é uma ameaça particular e emergente para a saúde pública. A TB multidrogas-resistente (MDR; resistente à isoniazida [INH] e rifampicina [RIF]) e a TB extensivamente resistente aos medicamentos (XDR; MDR com adição de resistência às fluoroquinolonas [FQs] e um injetável de segunda linha [canamicina, amicacina ou capreomicina]) são muito mais difíceis e caras de tratar e, em alguns casos, podem ser incuráveis. Há 450.000 casos incidentes de TB MDR por ano, com uma prevalência crescente, uma vez que a maioria não é tratada, e 170.000 mortes. Cerca de 5% a 10% destes novos casos de TB MDR são XDR. Vinte e sete países são responsáveis por 85% dos casos de tuberculose MDR, com a maioria ocorrendo na Índia, China e Rússia. Oitenta casos nos Estados Unidos de TB MDR e dois casos de TB XDR foram relatados em 2012. A maioria dos casos de TB MDR não é tratada, o que resulta em aumento da transmissão e prevalência. Fisiopatologia Normalmente, a cadeia de transmissão de TB começa com um caso bacilífero de TB pulmonar (TBP). A infecciosidade de um paciente é determinada pelo estado da baciloscopia direta do escarro (3 a 4+ de BAAR), pela força e frequência da tosse, pela presença de cavitação pulmonar e pelas características do espaço físico compartilhado com o paciente-fonte (ventilação e recirculação do ar). Entretanto nem todos os pacientes com alta positividade na baciloscopia do escarro são igualmente infectastes, e pode haver grandes transmissões por causa de fatores do hospedeiro ou de ambos. Estudos recentes, de fato, mostram que 50-60% dos indivíduos com alta positividade na baciloscopia do escarro geram aerossóis que contém organismos viáveis. Tanto em países de baixa como nos países de alta prevalência, a exposição/infecção habitualmente ocorre em contexto doméstico. Neste cenário, dado que a exposição pode ser intensa e continuada, de 50% a 75% dos contatos contraem a infecção. Os números mais altos resultam de estudos nos quais testes repetidos identificam todos os conversores do TT. Em surtos que ocorrem em abrigos residenciais, hospitais e prisões, a infecção ou doença por Mtb foi documentada após exposição breve. Variáveis importantes que podem explicar as diferenças na transmissão incluem a virulência do organismo, imunidade inata e suscetibilidade das populações expostas (por exemplo, infectados por HIV). Fatores genéticos humanos como polimorfismos na expressão ou regulação de receptores toll-like (TLR), receptores de reconhecimento de padrões importantes para a imunidade inata, podem modular o risco de infecção e expressão da infecção (TT) assim como o risco e a expressão da doença. Verifica-se uma predisposição à doença com defeitos nos receptores de interferon (IFN)-γ e interleucina (IL)-12, consistente com os seus papéis na imunidade. Polimorfismos capazes de modificar a inflamação (p. ex., afetando a hidrolase de leucotrienos A4) também podem afetar as manifestações da doença e a resposta à terapia.Dois modelos da história natural da tuberculose. Há evidências crescentes de que a história natural representa um espectro contínuo em vez de entidades distintas de TB latente e ativa.5 Biomarcadores diagnósticos que estratifiquem o risco de progressão de ITBL para TB ativa seriam de enorme valor para as intervenções de saúde pública. A característica principal da patologia é a formação de granuloma com necrose caseosa e células de Langerhans gigantes multinucleadas. O material caseoso encontrado nas cavidades necróticas contém BAARs. O M.tuberculosis se multiplica exuberantemente no cáseo líquido. No aspecto imunológico, o escarroexpectorado contém citocinas e tanto estimuladores quanto depressores das respostas imune e inflamatória, sendo predominantes os depressores. O lavado broncoalveolar mostra uma alveolite limfocítica com um influxo de macrófago imaturos, representando monólitos atraídos de sangue. Em resumo, existe → uma resposta imune inativa, porém reduzida, concomitante à replicação bacteriana. Como consequência da inflamação, ocorre extensa apoptose, levando à depleção das células T responsivas ao M.tuberculosis, um fator que pode desempenhar um papel na necessidade de terapia de longa duração supranacional e na suscetibilidade à reinfecção por TB. Em indivíduos infectados pelo HIV com imunossupressão avançada, os granulosas podem ser formados de maneira deficiente ou estar ausentes. O tecido pulmonar é infiltrado por celular epitelioides vacuolizadas, que são macrófagos repletos de BAARs. A caseificação pode ocorrer ou não, mas ocorre inflamação e necrose extensas. A TB extrapulmonar pode envolver qualquer órgão. A persistência de organismos em áreas relativamente bem- oxigenadas tem sido citada para explicar os locais mais frequentes de reativação, como os ápices pulmonares, córtices renais e corpos vertebrais. Diversas formas de TB extrapulmonar apresentam uma patogênese comum: secreção de um foco tuberculoso contíguo em uma cavidade serosa, uma reação inflamatória intensa baseada em DTH prévia, febre, baciloscopia de fluido exsudativo frequentemente negativa e ocasionalmente um TT transitoriamente negativo. O foco que libera secreção pode ser um foco de longa duração ou um foco recente que surgiu durante a disseminação da infecção primária. Este cenário básico ocorre na TB pleural, na pericardite, meningite (o foco parameníngeo é chamado de “Foco de Rich”), peritonite e artrite tuberculosas. A TB pleural representa uma reação in situ de hipersensibilidade tardia com ativação de células T auxiliares TH1, citocinas abundantes, incluindo interferon-γ e fator de necrose tumoral-α, e apoptose. Em indivíduos não infectados pelo HIV, os bacilos são escassos, o que pode explicar como a cura espontânea da TB pleural pode ocorrer. Porém, na ausência de quimioterapia para a TB, existe um alto risco de recorrência da TB, geralmente como TBP no lado contralateral ao derrame. Além da reativação do foco latente, a reinfecção com M. tuberculosis pode ocorrer e evoluir para a doença. A reinfecção é mais provável se o hospedeiro é imunossuprimido ou se existe exposição frequente ou intensa. Caso clínico Referência Goldman-Cecil Medicina, 324: Tuberculose| Lee Goldman and Andrew I. Schafer,https:// www.evolution.com.br/ epubreader/9788535289947
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