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1.6 Movimento Retilíneo Uniforme 1 Objetivos Observar e analisar o movimento retilíneo uniforme (MRU). Materiais Utilizados 1 régua, 1 parafuso longo (haste cilíndrica com rosca, com cerca de 0, 5m de comprimento), 1 arruela (compatível com o diâmetro da haste), 1 suporte, 1 pincel atômico, 1 cronômetro. Montagem e Procedimento Fixe a haste no suporte, de modo que ela fique na vertical. Com a régua faça nela alguns traços em intervalos de espaços iguais. Na haste coloque a arruela, de modo que, quando solta na extremidade superior, ela desça lenta- mente e oscilando, num movimento aproximadamente retilíneo e uniforme. Um esquema da montagem do conjunto está na Fig.(1.1). É importante utili- zar uma arruela que tenha um diâmetro conveniente para isso. Se o diâmetro for muito pequeno ela não escorregará pela haste e se for muito grande, ela descerá rapidamente (quase em queda livre) ou aos saltos. Utilizando um cronômetro que vai acumulando os tempos2, marque o tempo gasto pela arruela para percorrer os intervalos pré-determinados. O instante inicial t = 0 é quando solta-se a arruela no topo da haste, em x = x0 = 0. Anote os valores das posições (x) pelas quais a arruela vai passando e os instantes correspondentes (t). Coloque esses dados em uma tabela, como a Tab.(1.3). Com esses dados construa um gráfico da posição em função do tempo do movimento da arruela (x× t). Observe que os pontos se distribuirão ao redor de uma reta, como a da Fig.(1.2). Primeiro distribua os pontos e depois trace uma reta que tende a se lo- 2A maioria dos alunos atualmente têm celulares que marcam intervalos sucessivos de tempo, o que facilita muito a atividade. 11 Figura 1.1: Haste e arruela. Tabela 1.3: Posição (x) e tempo (t). x(cm) t(s) ... ... calizar no meio deles3. Através da reta é possível determinar a velocidade média do movimento estudado. Sendo um ponto da reta média dado pela coordenada t e x, a velocidade média (v) é dada por: v = x t Análise e Explicação Neste experimento o movimento da arruela ocorre com velocidade (v) praticamente constante. A posição (x) da arruela na haste no decorrer do 3Uma boa opção é estar usando um software de gráfico para construir o gráfico e encontrar a reta. 12 Figura 1.2: Gráfico de x em função de t. tempo (t) depois de solta é dada por: x = x0 + vt onde x0 é a posição inicial donde a arruela é solta. Considera-se a velocidade positiva se o movimento ocorrer no sentido positivo da trajetória, e este é escolhido de maneira arbitrária. 13 1.7 Movimento Retilíneo Uniforme 2 Objetivos Verificar e analisar o movimento retilíneo uniforme. Materiais Utilizados 1 tubo de vidro ou plástico transparente (com cerca de 0, 5m de compri- mento), 2 rolhas (ou algo semelhante para fechar as extremidades), 1 régua (ou trena), 1 cronômetro (um celular que tenha essa função pode também ser usado), 1 pincel atômico. Montagem e Procedimento Encha com água o tubo transparente e feche suas extremidades de modo a deixar uma pequena bolha de ar no seu interior. Se inverter o tubo rapi- damente, você verá a rolha subindo lentamente por ele. Se a inclinação for obliqua, a subida da bolha vai ser mais lenta, o que pode facilitar a obtenção de dados (Fig.1.3). Figura 1.3: Bolha no interior do tubo. Fixe uma régua ao longo do tubo ou faça traços com uma caneta, de modo a marcar intervalos iguais de espaço (de 5cm em 5cm, por exemplo, a marca- ção seria 0, 5, 10, 15,..., 50. Incline o tubo e com o cronômetro vá registrando 14 o tempo necessário para a bolha atingir uma determinada posição. Pode-se iniciar a marcação do espaço a partir de uma certa distância da extremidade do tubo. Com os dados obtidos preencha uma tabela como a Tab.(1.3). Com os dados obtidos determine a velocidade da bolha em cada intervalo do percurso e depois a velocidade média em todo o percurso. Desenhe um gráfico de x × t e observe os pontos experimentais distribuírem-se ao redor de uma reta, como na Fig.(1.2). Repita o mesmo procedimento com outras inclinações no tubo de água e veja como varia a inclinação da reta. Análise e Explicação No seu movimento no interior do tubo a bolha executa um movimento retilíneo uniforme. A explicação é a mesma do experimento (1.6). 15 1.8 Movimento Retilíneo Uniformemente Variado Objetivos Entender o movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV) e evi- denciar que o espaço percorrido é proporcional ao quadrado do tempo gasto para percorrê-lo. Materiais Utilizados 1 esfera (bolinha de gude), 1 trena, 1 cronômetro, 1 pedaço de trilho (esses de cortina, com cerca de 1, 5m de comprimento), fita adesiva. Pode-se fazer também um canalete com 2 barras retas, colocadas próxi- mas sobre um plano inclinado. Montagem e Procedimento Apóie o trilho de modo a fazer um canalete, por onde a esfera vai rolar (Fig.1.4). Com o auxílio da trena e da fita adesiva anote algumas medidas de distâncias de referência para coletar os dados (por exemplo, de 20cm em 20cm). Figura 1.4: Esfera rolando sobre o canalete. Solte a esfera e cronometre o tempo que ela demora para fazer o trajeto, desde o início até o ponto desejado, e vá marcando os dados numa tabela, semelhante a Tab.(1.4). Para uma mesma distância faça mais de uma medida (umas 3 ou 4) e depois faça a média dos tempos. Repita o mesmo procedimento para cada uma das distâncias. Com os dados obtidos, desenhe o gráfico de x em função 16 Tabela 1.4: Dados do MRUV. x(m) t(s) tm(s) ... ... ... de t (x × t), o qual pode ser feito manualmente ou com o auxílio de um computador. Observe que a curva obtida, que passa próximo dos pontos é a parte de uma parábola, como representado na Fig.(1.5). Variando a inclinação da rampa e repetindo todo o procedimento, obtêm-se um outra curva. Figura 1.5: Gráfico de x× t. É importante ressaltar que a rampa utilizada deve ser pouco inclinada, pois, caso contrário, fica difícil obter os intervalos de tempo manualmente, devido à rapidez do movimento. Análise e Explicação Neste experimento estamos repetindo algumas das idéias dos experimen- tos feitos por Galileu Galilei para estudar o movimento dos corpos, mais precisamente os movimentos acelerados. Quando o movimento é acelerado, a posição x de um corpo no decorrer 17 do tempo t é dada pela função horária: x = x0 + vot+ 1 2at 2 onde x0 é a posição inicial, v0 a velocidade com a qual ele inicia o movi- mento, e a a sua aceleração. No nosso experimento temos que x0 = 0 e v0 = 0, e a função horária fica reduzida à: x = 12at 2 ou seja, o espaço percorrido ou a posição do objeto é proporcional ao qua- drado do tempo (x ∝ t2). Como a função é do segundo grau, a curva do gráfico é uma parábola. 18