Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SÍNDROME NEFRÓTICA DEFINIÇÃO / APRESENTAÇÃO CLÍNICO-LABORATORIAL · Proteinúria: Marcador das glomerulopatias, sendo a albumina o principal componente · Urina espumosa: Indicativo de proteinúria · Hematúria: Caracteristicamente presente em doenças ditas “proliferativas”, isto é, com intensa atividade inflamatória classicamente encontrada nas patologias que compoe o grupo da Síndrome nefritica · Urina escurecida: Indicativo de hematúria · Início: Insidioso · Tríade: Proteinúria + Hipoalbuminemia + Edema · Proteinúeia >3,5 g/24 horas 1,73 m/ 24 horas · Adulto com 70 kg e 1.73 m de altura · Crianças: > 40-50 mg/kg/24 horas · Relação prot/Cr > 3 em amostra única · Hipoalbuminemia · Adultos: <3,5g/Dl · Crianças: <2,5g/dL · Edema · Hipercolesterolemia: LDL principalmente · Lipidúria: corpos ou cilindros graxos · Ausência de hematúria (Via de regra) · Complemento normal (via de regra) · Fadiga, dispneia, perda de massa muscular · HAS eventualmente Aumento de risco de infecções devido a perda de complemento e imunoglobulinas · Aumenta chance de trombose devido hipercoagulabilidade decorrente da perda urinária de antitrombina · Pode ter osteomalácia, pela perda de proteína ligadora de vitamina D · Se for prolongada, pode diminuir a função renal · Pode acometer qualquer idade · O GLOMÉRULO · Barreiras físicas de filtração: Barra macromoléculas > 20mil daltons · Endotélio fenestrado · Membrana basal · Podócitos · Mesângio · Barreira elétrica de filtração: Barra moléculas com carga negativa independente do tamanho · Membrana basal tem carga negativa DOENÇA DO GLOMÉRULO · Acometem o glomérulo, geralmente mediado por imunocomplexos com inflamação e/ou desestruturação local do glomérulo · Quando suspeitar de uma doença glomerular? 1. Proteinúria: marcador de glomerulopatia -> "urina espumosa" 2. Hemaúria: caracterísitico de doenças proliferativas, com muita inflamação -> "urina escura" 3. Edema: pricinpalmente periorbitário e matinal ETIOLOGIAS · Pode decorrer de doença primária renal ou secundária à condição sistêmica · Em adultos, cerca de 30% das síndromes nefróticas estão associadas a doenças sistêmicas, principalmente diabetes mellitus, amiloidose e LES · Mecanismo imunológico: Depósito de imunocomplexos em estruturas glomerulares · Glomerulopatia de lesões mínimas · Primária: idiopática · Secundária: Drogas, tumores imunoproliferativos, HIV, sífilis · Glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) · Primária: Idiopática, genética (mutação em nefrina, podocina, etc) · Secundária: Obesidade, DM, HIV, uso de heroína, abuso de analgésicos, pielonefrite crônica · Glomerulopatia membranosa · Primária: Idiopática · Secundária: Hep B e C, LES (classe V), infecções, drogas, doenças autoimunes, neoplasias (principalmente bronquicas, pulmonares, prostáticas e gástricas) · Glomerulonefrites membranoproliferativas · Primária: Idiopática · Secundária: Hep C (com ou sem crioglobulinemia) LES (classe III e IV), esquistossomose, SHU, infecções, deficiência de complemento ou fator H, paracoproteinemias · Nefropatia da IgA · Priméria: idiopática · Secundária: cirrose hepática, doenças autoimunes · Glomerulonefrite fibrilar ou imunotactoide · Primária: Idiopática · Secundária: Tumores linfoproliferativos, mieloma, gamopatia monoclonal de significado indeterminado INVESTIGAÇÃO ETIOLÓGICA · Hemograma · Glicemia · EPF: Esquistossomose · FAN, FR · Sorologias: Hepatotes virais · US de rins e vias urinárias · Investigação de neoplasias · Ureia · Creatinina · Fundoscopia: nefropatia diabética · Audiometria: Síndrome de Alport · Biopsia renal PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES RELACIONADAS · Risco infeccioso · Aumento da permeabilidade glomerular a proteinas plasmaticas (especialmente albumina) · Albuminuria intensa · Perda de imunoglobulina · Aumento do risco de infecção · Deficiência de minerais e vitaminas · Aumento da permeabilidade glomerular a proteinas plasmaticas (especialmente albumina) · Albuminuria intensa · Perda de proteínas carreadoras de hormônios, vitaminas e minerais · Celulite, peritonite... · Não se recomenda ATB profilático · Vigilância nos sinais infecciosos · Dislipdemias · Aumento da permeabilidade glomerular a proteinas plasmaticas (especialmente albumina) · Albuminuria intensa · Hipoalbuminemia severa (<2,5 g/dl) · Aumento da síntese hepática de lipoproteínas (Não é seletiva, então há aumento de lipoproteinas) · Dislipdemia e lipiduria · Desnutrição proteica · Aumento da permeabilidade glomerular a proteinas plasmaticas (especialmente albumina) · Albuminuria intensa · Hipoalbuminemia severa (<2,5 g/dl) · Aumento do catabolismo muscular (perda de massa muscular) · Desnutrição proteica · Risco tromboembólico e aterosclerótico · Aumento da permeabilidade glomerular a proteinas plasmaticas (especialmente albumina) · Perda de fatores anticoagulantes · Aumento da sintese hepática de fatores pró-coagulantes (desbalanço pró versus anticoagulante) · ↑ do risco tromboembólico (Fatores associados: Anasarca, redução de mobilidade, ↓ volêmica) · Tríade de trombose de veia renal: Síndrome nefrotica, lombalgia aguda e hematúria macroscópica · Edema e anasarca · Albuminúria intensa + Hipoalbuminúria severa · Redução da pressão oncótica intravascular · Redução do volume intravascular efetivo · Aumento do ADH Retenção hídrica · Ativação do SRAA Retenção hidrosalina PROTEINÚRIA · Proteinúria de 24 joras · Proteína total/ creatinia > 3 · Em 24 horas, normalmente 1 g de creatinina. · EAS: Método impreciso · + = 30 mg/dl · ++= 100 mg/dl · +++= 500 · ++++ >500 mg/dl · Seletiva: Comprometimento da MBG · Perda de albumina · Não seletiva: Comprometimento dos podócitos (Fendas de filtração) · Perda de albumina, Globulina, Antitrombina II, PTN C e PTN S, Imunoglobulinas IGG e Transferrina · Alfa 2 globulinas não são perdidas, pelo contrário... são aumentadas devido a reação do fígado de tentar aumentar a produção de albumina e também porque têm um alto peso molecular · Manejo: · Quanto maior a proteinúria, pior o prognóstico renal · IECA ou BRA: Anti-proteinúricos na maior dose tolerada · Alvo: PTU 0,5 – 1 g/dia · Controle de PA rigoroso < 130x80 mmHg · Ingesta proteica 0,6 a 0,8 g/kg/dia · Tratar a doença de base · Remissão completa de síndrome nefrótica · Negativação da proteinuria · Redução da proteinúria para níveis inferiores a 0,3g/dia · Remissão parcial de síndrome nefrótica · Redução da proteinúria para níveis entre 0,3 – 2 g/dia · Redução da proteinúria para níveis não-nefróticos EDEMA · Hipoalbuminemia leva uma diminuição da pressão coloidosmótica -> edema (Underfill) · Retenção de sódio + água-> hipervolemia (Overflow) · Periorbital bilateral · MANEJO: · Restriçõa de Na <2,4 g/dia · Suspender medicamentos que pioram edema: BCC, BB · Cuidado com hipotensão e IRA por hipovolemia · Furosemida: cuidado com IRA por hipovolemia · Tiazidicos: HCTz, clortalidona · Espironolactona: se houver hipocalemia (Pupadores de potássio) · Ultrafiltração: casos selecionados · Albumina somente aqueles com hipoalbuminemia intensa e deplesão severa de volume intravascular RISCO TROMBOEMBÓLICO · Avaliar risco do paciente: · PTU >8g/dia, Albumina <2,5 g/d, obesidade, IC, Imobilidade, cirurgia abdominal ou ortopédica, HF de trombofilia · Indicar anticoagulação profilática para os pacientes de alto risco · Anticoagulação terapêutica em caso de trombose · Evitar imobilização prolongada · A síndrome nefrótica é uma das principais causas de trombose de veia cava inferior (evento raro) · Formas mais associadas a eventos trombóticos: GM, GMP, amiloidose · Heparina: dose deve ser maior do que a convencional, sendo ajustada de modo a manter o PTTa entre 2 e 2,5 · seguir com warfarin quando PTTa no alvo · Tratar a dislipdemia HIPERLIPDEMIA E A LIPIDÚRIA · Aumento de LDL colesterol · Aumento do VDRL · Urina: Corpos graxos ovalados e cilindros graxos (Células epiteliais que reabsorveram os lipídius filtrados e que ficaram abarrotadase sofreram necrose) · Tratar dislipidemia: estatina, ezetimiba, fibratos MANEJO ESPECÍFICO DA SÍNDROME NEFRÓTICA · Imunossupressão · Prednisona: comprimidos de 5 e 20 mg · Metilprednisolona: frasco-ampolas de 500 mg. · Ciclofosfamida: drágeas de 50 mg. · Ciclosporina: cápsulas de 10, 25, 50 e 100 mg e solução oral de 100 mg/mL 50 mL. · Enquanto se mantiver a síndrome nefrótica, as avaliações devem ser mensais ou em intervalos ainda menores nos pacientes que utilizam medicamentos citotóxicos RESPOSTA AO TRATAMENTO DA SÍNDROME NEFRÓTICA EM PACIENTES ADULTOS · TOTAL OU COMPLETA · Desaparecimento do edema · Normalização de albumina sérica e dos lipídios séricos · Proteinúria de 24 horas entre 0,3 a 3,5 g/1,73m2 SC · Proteinúria/Cr: Abaixo de 0,3 em amostra aleatória · RESISTÊNCIA · Persistência do edema, hipoalbuminemia, dislipdemia · Proteinúria de 24 horas igual ou acima de 3,5 g/1,73m2 SC ou IPC em amostra aleatória igual ou acima de 3 por mais de 6 meses de tratamento com corticoide · RECIDIVA · Após resposta parcial ou total, aparecimento de novo surto nefrótico · Frequente: 2 recidivas em 6 meses ou 4 residivas em 12 meses · DEPENDENCIA AO CORTICOSTEROIDE · Duas ou mais recidivas durante o período de redução da dose do corticosteroide OU Duas recidivas consecutivas, ocorrendo em 2 semanas do términa da corticoterapia DOENÇA DE LESÃO MÍNIMA (DLM) · Principal causa de Síndrome Nefrótica em crianças <10 anos, chegando a 90% dos casos · Em adultos, responde a 20% dos casos de Síndrome Nefrótica · Proteinúria maciça · Etiologia: na maioria das vezes é primária/ idiopática,tendo alguns fatores associados como AINEs, alérgenos e Linfoma de Hodking FISIOPATOLOGIA · Fusão dos processos podocitários que leva à desestruturação e proteinúria maciça. Não há infiltrado celular com pouca inflamação · Bx renal: demonstra a fusão podocitária na microscopia eletrônica · Microscopia optica: não há achados característicos: "Lesão Mínima" · Microscopia Eletronico: fusão dos processos podocitários · Perda da berreira de carga negativa: proteinúria seletiva (albuminúria) · A perda de interação entre o podócito e as proteínas da matriz extracelular provocaria a fusão podocitária · Diante de uma criança com sinais e sintomas de Síndrome Nefrótica, é dispensável a realização da Bx renal no primeiro momento, devendo-se instituir a terapêutica pela alta probabilidade de DLM APRESENTAÇÃO CLÍNICA · Síndrome nefrótica exuberante · Função renal costuma estar preservada · SEM consumo do ocomplemento · Edema insidioso e progressivo · Derrame pleural, ascite, anasarca · Quadro de atopia geralmente associado: dermatite, asma · Sinais de Hipovolemia: TEC>3seg, hipotensão, oligúria, fraqueza · Não há hematúria · Adinamia, Cãimbra, parestesia · PA normal · Xantomas (raro) · Caracteriza-se por remissões e recaídas · Instabilidade Hemodinâmica: raro, iatrogenia (excesso de DIU), diarreia, sepse, drenagem excessiva de ascite · Dor abdominal, febre e vômitos: pensar em PBE TRATAMENTO · Medidas gerais: Dieta normoproteica (0,7/kg/cal/dia), hipossódica e hipogordurosa, estimular deambulação · Edema SEM hipovolemia e albumina >1,9mg/dl · Furosemida 1-2mg/kg/dia + Espironolactona 1mg/kg (poupador de potássio) · Edema refratário/ grave: · Furosemida + Espironolactona + HCTZ · Albumina: se hipovolemia; 1g/kg; cuidado com hipervolemia · Ótima resposta à corticoides: · Prednisona 1mg/kg/dia máximo 80mg/dia por 8-12 semanas · Profilaxia para estrongiloidíase: Ivermectina 200mcg/kg VO 24/24hr 2 dias | Repetir em 15 dias · Desmame gradual em 6 meses · A maioria das crianças é cortico-sensível · Cortico-resistência · PTU persiste >8 sem em crianças (geralmente GESF) · PTU persiste >12 sem em adultos · Rotineiramente, não há indicação para o uso de anticoagulantes, mas pode-se indicar enoxaparina em dose profilática para pctes acamados · Se tromboembolismo: Enoxaparina dose terapêutica · Não Utilizar AINEs COMPLICAÇÕES · Hipovolemia · Infecções: Paciente nefrótico que inicia febre · Peritonite e celulite são as mais frequentes · Varicela · Agentes: Streptococcus pneumoniae, Haemophilus e Gram negativos · CD: HMG, EAS, culturas, PCR, RX de torax, sorologias, FR · Cuidado com ATB nefrotóxicos · Eventos Tromboembólicos: trombose de veia renal, TVP, TEP PROGNÓSTICO · O prognóstico é bom na maioria dos casos · Remissão da proteinúria em 90% dos casos com tratamento imunossupressor a base de corticoide · A recidiva não é incomum, caractericando os pacientes cortico-dependentes · Pred 60mg/m²/dia até proteinúria estar ausente por 3 dias, seguido de 35mg/m²/dia em dias alternados por 4 semanas · Recidivantes frequentes (>4ep/ano): associar Ciclofosfamida · Pacientes cortico-resistentes têm poior prognóstico, com perda progressiva de FR · Ptnúria persistente após 1 mês de corticoterapia · Indica-se Bx renal nesses casos · Geralmente esses pacientes são portadores de GESF · Alternativas: ciclofosfamida, azatioprina, clorambucil, ciclosporina, levamisole, micofenolato mofetil, tacrolimus INDICAÇÕES DE BIÓPSIA · Inicio antes primeiro ano de vida · Hematúria macroscópica s/ ITU · Hematúria microscópica persistente c/ HAS · C3 baixo · IRA não atribuida à hipovolemia · Córtico-resistente · Maiores de 10 anos GLOMERULOSCLEROSE SEGMENTAR E FOCAL (GESF) · Corresponde a 35% dos casos de Síndrome Nefrótica em adultos, principalmente jovens · É a principal causa de síndrome nefrótica córtico-resistente em crianças · Proteinúria variável, podendo ser muito elevada. · 50% dos casos evolui para DRC em 5-10 anos · Diferentemente da DLM, a remissão espontânea é rara · O grau de proteinuria está direlatamente relacionado ao prognóstico · Mandatória Bx renal no adulto FISIOPATOLOGIA/ ETIOLOGIA: · lesão do epitélio visceral glomerular (podócitos) · Afetando a arquitetura das fendas de filtração (barreira de tamanho), o que determina proteinúria não seletiva. · Áreas escleróticas e mesangiais frequentemente evidenciam depósitos de IgM e C3 (GESF secundária) · Primária: GESF familiar · Secundária grande parte) · LES, nefropatia IgA, vasculites · HIV: forma colapsante · Drogas: heroína, lítio · GESF adaptativa estrutural-funcional: · baixo peso ao nascer, agenesia renal unilateral, nefropatia por refluxo, obesidade, anemia falciforme, DM APRESENTAÇÃO CLÍNICA · GESF Primária: abre quadro agudo de síndrome nefrótica exuberante · GESF Secundária: incio insidioso, TPTU subnefrótica inicial · PTU não seletiva · Pode cursar com HAS: relacionado à redução da TFG · Hmeatúria micro eventualmente: lesão mesangial · Piúria estéril · Normocomplementemia PROPEDÊUTICA · Solicitar sorologias, principalmente de HIV · Variante grave relacionada ao HIV: GESF colapsante · Bx renal: · Glomerulosclerose: acúmulo de material hialino · Segmentar: algumas porções do glomérulo são acometidas · Focal: apenas alguns glomérulos são acometidos (<50%) · IF: depósitos de IgM e C3 TRATAMENTO · Medidas gerais por 6 meses: anti-proteinúrico (IECA ou BRA), controle de PA, estatina, dieta hipoproteica · Após 6 meses: reavaliação clínica, se maném Proteinúria ou piora da FR: · Prednisona 1mg/kg/dia por 12-16 sem · Tempo maior de corticoterapia = menor taxa de remissão · Resposta insatisfatória: cortico-resistência ou cortico-dependêndia · Cortico-resistência: PTU não melhora mesmo com altas doses de corticoide por 6 meses · Cortico-dependência: 2 recidivas consecutivas que ocorrem durante o tratamento ou nos 14 dias que se seguem à conclusão da corticoterapia · Associar ciclosporina ou ciclofosfamida ou micofenolato VO para poupar corticoide NEFROPATIA MEMBRANOSA · Glomerulonefrite Membranosa · Principal causa de Síndrome Nefrótica em adultos, mais comum em >35 anos, mais comum em homens · Raro em crianças · Proteinúria maciça, complicações tromboembólicas mais frequentes · Sempre investigar causa secundária! · Etiologia: · Primária: anticorpo antirreceptor solúvel defosfolipase A2 (anti-PLA2) · Secundária: Hepatite B, sífilis, hanseníase, malária, AINEs, LES (classe V daNefrite Lúpica), tumores sólidos (pulmão, próstata, TGI, ginecológicos) · Remissão espontânea em 40% dos casos · Eventos trombóticos são mais comuns · Biópsia Renal: depósitos subepiteliais de imunocomplexos e espessamento difuso da MB em espículas · Tratamento: · Antiproteinúrico: IECA ou BRA · Avaliar risco de evolução para DRC: se alto risco, fazer imunossupressão Imunossupressão: ciclosporina + corticoide PRESENTAÇÃO CLÍNICA · Sem hematúria e SEM consumo de complemento · Proteinúrias importantes · Complicações tromboembólicas muito frequentes: TVR (30%), TEP (20%), TVP (10%) · Glomerulonefrite Rapidamente Progressiva: sobreposição com nefrítica · Hematúria micro (30%) · Normocomplementêmica · Avaliação de causas Secundárias: FAN, complemento, anti-DNA, HBsAg, anti-HCV, VDRL, Rx tórax, Us abdominal SOF, MMG, colono PROPEDÊUTICA E PROGNÓSTICO · Biópsia Renal: · Depósitos subepiteliais de imunocomplexos · Espessamento da MB em espículas difusamente · Agrava espessamento da MB (aspecto em trilho de trem) · Pognóstico: · 1/3 remissão espontânea sem imunossupressão · 1/3 PTU persistente e FR preservada · 1/3 DRC · Fatores de mau prognóstico: sexo masculino, idade avançada, hipertensão, proteinúria maciça persistente, hipoalbuminemia significativa, hiperlipidemia, insuficiência renal no diagnóstico, esclerose focal e lesão tubulointersticial associada na biópsia. · Os melhores resultados são com a associação de um imunossupressor (Ciclofosfamida ou Clorambucil) com a Prednisona TRATAMENTO · Medidas gerais · Avaliar risco de progressão para DRC e decidir quem imunossuprimir. · Não utilizar corticoides isoladamente! · Baixo risco: · PTU <4g/d + Função renal normal · Não imunossuprimir (Antiproteinúricos) · Médio risco · PTU entre 4 e 8 g/d + Função renal normal · Reavaliar PTU em 3-6 m · Se PTU persistir imunossuprimir · Alto risco · PTU >8/d + FR alterada · Sintomas: imunossuprimir · Assintomático: Reavaliar em 3 meses, se PTU persistir imunossuprimir AMILOIDOSE · Depósito extracelular de material proteico fibrilar (amiloide) · Classificação se relaciona com o precursor proteico solúvel no plasma, que leva a formação do material fibrilar (que deposita) TIPOS DE AMILOIDOSE · Amiloidose AL (relacionada com cadeia leve de imunoglobulinas) · Amiloidose AA (precursor amiloide A – Tem relação com estados inflamatórios crônicos) · Amiloidose relacionada a diálise (Fibrilas derivadas de B2 microglobulinas) · Causas genéticas (Precursores anômolos produzidos pelo fígado, levando à formação e deposição de fibrilas) AMILOIDOSE AL · Secundária a doenças plasmáticas (Mieloma múltiplo, macroglobulinemia de Waldenstrom, linfoma não-Hodgkin) · Exames: Eletroforese de proteínas e imunofixação de proteínas (sérica e urinária), com detecção de proteínas monoclonais no plasma e urina · Acometimento sistêmico, com múltiplos orgãos afetados · APRESENTAÇÃO · Renal: Edema, proteinúria nefrótica · Cardíaco: Insuficiência cardíaca, distúrbios de condução · Hepatoesplenomegalia · Sangramento Gastrointestinal- Fragilidade vascular · Dismotilidade do TGI · Síndrome túnel do carpo · Neuropatia periférica · Hipotensão ortostática (Neuropatia autônômica) · Macroglossia, equimoses AMILOIDOSE AA -Acometimento orgânico · Secundária a doenças inflamatórias crônicas · Artrite Reumatóide · Espondiloartropatias · Doenças inflamatórias intestinais · Infecções crônicas (TB, osteomielite crônica) · Neoplasias de curso crônico · Aacometimento renal ocorre em 80 % dos casos – predomínio de Sd. Nefrótica · Sintomas sistêmicos ocorrem em menor porcentagem, mais comum TGI, neuropático e cardíaco DIAGNÓSTICO · Sempre descartar doenças plasmocitérias (Mieloma múltiplo) · Hipergamaglobulinemia · Eletroforese ou imunofixação de proteínas (sérica e urinária) com identificação de proteína monoclonal (especialmente cadeia leve) · Provas inflamatórias: PCR e VHS · Avaliar função renal: proteinúria · Avaliação cardíaca: ECG, ECOdopplercardiograma · Biópsia confirma o diagnóstico: Coloração vermelho do Congo positiva-sob a luz polarizada apresenta birrefrigencia verde TRATAMENTO: TRATAR A DOENÇA DE BASE GLOMERULONEFRITE MEMBRANOPROLIFERATIVA (GNMP) · Pode se manifestar de diversas formas, variando desde quadros de hematúria e proteinúria isoladas, até glomerulonefrite aguda e síndrome nefrótica franca · A Síndrome Nefrótica representa 40% dos casos · Investigar causa secundária:HCV, HBV, FR, FAN, crioglobulinas ETIOLOGIAS TIPO 1 · A mais comum · Mediada por imunocomplexos – Ativação da via clássica do complemento e consumo de C3 e C4 COM CRIOGLOBULINEMIA · Hepatites B e C, LES, Endocardite, doenças linfoproliferativas SEM CRIOGLOBULINEMIA · Hepatites B e C, HIV, Endocardite, infecção de shunt, deficiência congênita de complemento (LES-Like), cirrose hepática, tumores sólidos e doenças linfoproliferativas SHU TIPO 2 · Ativação da via alternativa do complemento e consumo apenas de C3 · Presença de fator nefrítico, um auto-anticorpo que se liga à C3-convertase da via alternativa e degrada C3 continuamente TIPO 3 · Hipocomplementemia e infrequente (quando presente, C4 é normal) · Fator nefrítico ausente FISIOPATOLOGIA · Grande aumento da celularidade mesangial · Proeminência destas células por entre as alças capilares e o epitélio visceral (podócitos) = aspecto de duplo contorno na parede do capilar glomerular · Tipo 1: depósitos subendoteliais de IgG e C3 (mediada por IC) · Tipo 2: depósitos na membrana basal do complemento isoladamente · Tipo 3: depósitos subendoteliais + subepiteliais por rotura da MBG · Hipocomplementemia > 8 sem PROPEDÊUTICA E PROGNÓSTICO · Bx renal · estudo por IF da Bxl atualmente é considerado imprescindível para a correta avaliação do portador de GNMP · Expansão e proliferação celular do Mesângio, que “invade” as alças capilares. · Prognóstico: até 50% evolui com DRC terminal em 5-10 anos TRATAMENTO · Idiopática: é reservado para aqueles pacientes com proteinúria nefrótica, doença intersticial na biópsia renal ou função renal reduzida · Crianças com GNMP idiopática, proteinúria nefrótica ou função renal diminuída podem responder a corticoterapia em altas doses, que poderia ser mantida por 6-12 meses · Eculizumabe: inibidor do complemento (GNMP tipo 2) em estudo · TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR NORMAL/PROTEINÚRIA NÃO-NEFRÓTICA · Crianças e adultos: Controle cuidadoso da PA, preferencialmente com IECA ou BRA · TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR NORMAL OU PRÓXIMA DO NORMAL/PROTEINÚRIA NEFRÓTICA · Crianças: prednisona em dias alternados por período prolongado · TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR DIMINUÍDA/PROTEINÚRIA NEFRÓTICA · Crianças: Prednisona · Adultos: Aspirina e dipiridamol · GLOMERULONEFRITE RAPIDAMENTE PROGRESSIVA · Crianças e adultos: Considerar pulsoterapia com metilprednisolona; agentes citotóxicos/outras alternativas devem ser consideradas caso a caso MAPA /RESUMO VARIÁVEIS NEFRÓTICA NEFRÍTICA Início Insidioso Agudo Edema ++++ ++ PA Normal Elevada Proteinúria >3,5g/dia <3,5 g/dia Hematúria Ausente Sempre elevada Dismorfismo eritrocitário Ausentes Presentes Albumina Muito reduzida Normal/pouco reduzidas Proteinúria nefrótica Hipoalbuminemia Redução da pressão oncótica do plasma Perda de Líquido para o 3º espaço Ativação do SRAA Edema intenso, frio, depressível, insidioso que pode evoluir para anasarca Hipovolemia relativa Retenção de sódio e água
Compartilhar