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As relações interpessoais no trabalho: Percepção e comunicação no trabalho. Leitura Obrigatória: MINICUCCI, Agostinho. Psicologia aplicada à Administração. São Paulo, Atlas, 1998. (Capítulo 8 e 9) Leitura para Aprofundamento: FILHO, Armando Farias Macedo. A Percepção e a Comunicação no ambiente organizacional. São Paulo, UNIP, 2003. Estudos desenvolvidos na área de percepção têm demonstrado que a experiência passada do indivíduo também estimula a percepção presente : a percepção de objetos, pessoas e eventos no presente é contaminada pela experiência passada. O indivíduo, portanto, projeta o seu mundo interior naquilo que está percebendo. Por esta razão, diz-se que as pessoas percebem o que querem e não o que realmente existe. Exemplo: as figuras ambíguas são um exemplo de experiências passadas no estímulo presente. Robert Leeper (1935) usou uma figura ambígua que pode ser vista como uma velha feia ou uma jovem bonita. A observação prolongada usualmente permite que o observador veja primeiro uma e depois a outra. Ou seja, a experiência anterior predispõe a seguinte. Os estudos realizados por psicólogos sobre a influência da motivação no processo de percepção identificam os fenômenos de vigilância e defesa. A estes fenômenos estão ligadas as dificuldades que os indivíduos têm para perceber estímulos geradores de ansiedade, tensões e angústia. As expectativas de desprazer ou sofrimento podem diminuir a probabilidade de uma percepção, apesar dos estímulos ou eventos constituírem uma clara indicação de suas propriedades. Na organização observa-se uma constante interação entre os valores e atitudes, motivos e características de personalidade de indivíduos com fatores ambientais como estrutura da organização, valores e objetivos, divisão do trabalho, grupos organizacionais, tecnologia, cargo e atividades, sistema de remuneração, política, diretrizes, grupos de referência, etc. O simples fato de o indivíduo ocupar determinada posição no espaço organizacional limita seu acesso à organização como um todo e a quantidade e a qualidade de informações que irá receber. A limitação da informação, conseqüentemente limitará seu campo perceptivo. Este fenômeno de limitação perceptiva é chamado por Katz e Kahn (1967) como centrismo de sistema dos membros da organização. A posição na organização, portanto, influencia o que o indivíduo percebe. A natureza e a intensidade das tensões organizacionais são fatores que também podem modificar a percepção dos membros de uma organização, na medida em que geram estados emocionais, que por sua vez, influenciam a percepção de outras pessoas e situações. As pressões grupais, por sua vez, são fatores que afetam diretamente o processo perceptivo. Os membros de um grupo organizacional são levados a perceber eventos e pessoas em função da força grupal. Em certas situações, as diferenças perceptivas entre diversos membros da organização, podem se tornar um fator desintegrador se as lideranças não forem capazes de integrar construtivamente diferentes percepções de um mesmo problema. Por outro lado, estas diferenças de percepção de um mesmo problema podem vir a ser uma ameaça à segurança das lideranças. Como mecanismo de sobrevivência, elas criam pressões no sentido de conter ou eliminar membros que percebam os problemas diferentes delas. A tentativa de uniformização da forma de percepção é um mecanismo de controle que pode levar ao empobrecimento da organização, já que limita o campo perceptivo dos membros e conseqüentemente, a qualidade das suas atividades intelectuais e o seu próprio crescimento mental. A impossibilidade de conviver com as pessoas que podem ter percepções diferentes de uma situação ou evento caracteriza uma insegurança técnico- profissional e ao mesmo tempo evidencia uma forma de controle autocrático. A comunicação ocorre quando duas pessoas são comuns, ou seja, quando têm os mesmo interesses, há um ponto em comum e aí a mensagem flui entre ambos. Ser como um, é ter afinidades, ter empatia, sentir junto, pensar junto, é ser como um todo. A comunicação humana só existe realmente quando se estabelece um contato psicológico. A comunicação humana só existe quando elas conseguem se encontrar ou reencontrar. Quando a comunicação se estabelece mal ou não se realiza, há: Filtragem, Bloqueio e Ruídos. Para se melhorar a comunicação se requer: a) aprender a melhorar a sua transmissão; e b) aprender a aperfeiçoar sua própria recepção. Especificamente isto significa: 1- Utilização do feedback 2- Uso apropriado de muitos canais de comunicação (Observação do comportamento não- verbal do interlocutor). 3- Saber ouvir. A comunicação tem um conteúdo lógico, manifesto e um conteúdo psicológico, latente. 4- Uso de comunicação face a face. A comunicação escrita é mais agressiva, distanciando. 5- Colocar-se no mundo do receptor: adaptar a mensagem ao vocabulário, interesses e valores do receptor. 6- Desenvolvendo a sensitividade - Empatia: se colocar no lugar do outro e assim compreender melhor o que o outro sente e nos diz. 7- Saber distinguir o momento oportuno da mensagem ser enviada. 8- As palavras devem ser reforçadas pela ação: as pessoas tendem a aceitar as mensagens de mudança quando elas mesmas participam do processo de mudança. 9- A mensagem deve ser simples, direta e sem redundância. Atividades recomendadas: 1) Faça uma leitura criteriosa do texto obrigatório, analisando as denominações relacionadas à Percepção e Comunicação, seus conceitos e problemas relacionados, bem como as dicas de melhoria no processo de feedback. 2) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício: Sabe-se que entre as pessoas ocorrem diferenças de percepção e interpretação. Então, qual a importância do feedback no processo de comunicação? a) Definir uma clara estrutura de poder do emissor para o receptor. b) Garantir que a sonoridade da comunicação se mantenha inalterada. c) Gerar pressão sobre as partes que estão se comunicando, para melhor recepção da mensagem. d) Minimizar as distorções que podem ocorrer na interpretação da mensagem pelo receptor. e) Elevar a auto-estima do emissor, já que a mensagem é positiva para o receptor. Ao proceder à leitura do texto principal, você deve ter observado a importância do feedback e se você compreendeu adequadamente, assinalou a alternativa d, pois existem problemas em todo processo de comunicação e garantir um bom feedback pode minimizar tais distorções existentes e relacionados à percepção humana. Liderança e poder na organização. Leitura Obrigatória: BRANDÃO, Leonor Cordeiro. Liderança e Poder nas organizações. São Paulo, UNIP, 2003. Leitura para Aprofundamento: FIORELLI, José Osmir. Psicologia para administradores: integrando teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000. (Capítulo 7: Liderança) WAGNER III, John A. & HOLLENBECK. Comportamento Organizacional. São Paulo: Saraiva, 1999. (Capítulo 9: Liderança de grupos e organizações) As primeiras pesquisas sobre liderança tratavam sobre a identificação de características de líderes e não líderes, ou entre líderes bem-sucedidos e os mal-sucedidos. Alguns consideram os fatores de personalidade, outros, características físicas, entretanto podemos considerar a liderança como fator decisivo na definição dos rumos da organização e na motivação pelo cumprimento dos propósitos estabelecidos. A liderança passa a ser catalizadora do potencial em realidade. Ao analisarmos o tema liderança deparamos com inúmeras definições propostas ao longo dos anos. Conforme definições apresentadas abaixo veremos que na grande maioria encontramos como ponto comum a liderança como a capacidade de influenciar pessoas para a consecução de um objetivo numa dada situação. “Liderança é a atividade de influenciar pessoas fazendo-as empenhar-se voluntariamente em objetivos de grupo.” George Terry apud Hersey (1986, p. 103) “Influência interpessoal exercida numa situação e dirigida,através do processo de comunicação, para a consecução de objetivos específicos” Tannenbaum apud Hersey (1986, p.104) “A liderança consiste em influenciar pessoas para a realização de um objetivo comum”. Harold Koontz e Cyril O’Donnell apud Hersey (1986, p.103) Arthur Jago apud Hersey (1986) definiu liderança como o “uso de influência simbólica e não coercitiva para dirigir e coordenar as atividades dos membros de um grupo organizado para a realização de objetivos do grupo”. Assim, em algum momento em nossas vidas estaremos exercendo a liderança. Sempre que uma pessoa procurar influenciar o comportamento de outra, a primeira é o líder potencial e a segunda o liderado potencial. Considerar como definição de liderança somente a capacidade de influenciar pessoas nos leva a crer que qualquer pessoa até mesmo um assaltante ao induzir que as pessoas lhe entreguem os seus pertences esteja exercendo a liderança, e talvez esteja mesmo, mas, somente esse enfoque não esgota o tema. Primeiro, porque a influência deve ser de uma certa maneira sancionada pelos seguidores e, em segundo lugar, uma definição completa de liderança precisa descrever o contexto e o simbolismo captado no líder, e por último, dentro de um contexto real e principalmente organizacional, o líder tem como missão atingir os objetivos propostos. A liderança acontece no contexto de grupos voltados para metas. O líder desempenha também uma importante função simbólica para o grupo A liderança é: Um processo social definido através da interação líderes e liderados; Envolve um processo de definir a realidade de forma que sensibilize o liderado; Envolve um relacionamento de dependência. Tendo em vista um ambiente competitivo global, a liderança deverá criar uma arquitetura social capaz de gerar capital intelectual dentro de um contexto em que se obtenha um desempenho em seu máximo de eficiência, respondendo de forma adequada e rápida às mudanças. Com relação aos tipos de liderança, observa-se que o interesse por tarefas tende a ser representado por um comportamento de líder autocrático, enquanto que a preocupação com as relações humanas é representada por um comportamento de líder democrático. As diferenças entre estes dois estilos baseiam-se nas suposições que os líderes têm a respeito da fonte do seu poder e da natureza humana. No estilo autocrático o poder do líder decorrente do cargo que ocupa e as pessoas se enquadram na Teoria Taylorista, e no estilo democrático o poder é conferido pelo grupo e as pessoas podem se autodirigir. Às vezes esse contínuo se estende além do comportamento do líder democrático até incluir um estilo laissez-faire, que permite aos subordinados fazerem o que quiserem. Pode não estar incluído no contínuo por significar ausência de liderança, para alguns autores. Para entendermos o processo de liderança nas organizações precisamos verificar como os gerentes utilizam o seu “poder” para influenciar o comportamento das pessoas. Definiremos poder como a habilidade de influenciar pessoas por meio do controle dos recursos organizacionais, ou seja, a habilidade para conseguir que a outra pessoa faça aquilo que se quer. Etzioni apud Hersey (1986) faz a diferença entre poder pessoal e poder de posição. Ele sustenta que o poder deriva de uma função organizacional, de influência pessoal ou de ambos. Os gerentes que conseguem a realização de um trabalho em virtude de sua posição na organização, induzem o comportamento, possuem o “poder sobre”, portanto possuem o poder de posição; e os que derivam seu poder dos seus subordinados, influenciam o comportamento, possuem o “poder junto a”, portanto o poder pessoal. Para Etzioni apud Hersey (1986) a melhor situação para os líderes é quando eles possuem os dois tipos de poder: pessoal e de posição. French e Raven apud Aguiar (1997) desenvolveram estudos das fontes de poder social, ou seja, a capacidade de exercer influência interpessoal. Eles consideram como base do poder: 1) PODER LEGÍTIMO – Está relacionado à hierarquia organizacional. Deriva do local específico ocupado por uma pessoa dentro da organização. As bases do poder legítimo são os valores culturais, aceitação da estrutura social, especialmente da hierarquia de autoridade, e a nomeação por uma autoridade legítima. Quando o individuo deixa o cargo, o poder continua a existir na posição e não pode seguir com o individuo. 2) PODER DE RECOMPENSA – Esse tipo de poder também está relacionado à estrutura organizacional. Os gerentes influenciam o comportamento através do uso de recompensas, utilizando-se de uma variedade de recompensas para motivar o funcionário. 3) PODER COERCITIVO – Está relacionado à capacidade do gerente de punir como meio de influenciar o comportamento de outras pessoas. A punição se manifesta de várias maneiras, desde a advertência até a demissão. É uma poderosa ferramenta de intimidação. 4) PODER DE ESPECIALIZAÇÃO – Está relacionado às habilidades do gerente. A capacidade de influenciar pelo conhecimento, habilidade e experiência. Não basta o individuo possuir conhecimentos especializados, é necessário que os demais percebam. 5) PODER DE REFERÊNCIA – É o poder de influenciar o outro pela força do seu carisma ou por características pessoais que são admiradas e servem como referência. Tem como base a identificação com o outro, desejo de ser semelhante ao outro. Atividades recomendadas: 1) Faça uma leitura criteriosa do texto obrigatório, observando as denominações relacionadas à Liderança e Poder. 2) A partir da leitura, procure relacionar os tipos de liderança, estabelecendo as diferenças entre os três tipos. Também busque identificar os tipos de poder existentes, de acordo com Wagner e Hollenbeck (1999). 3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício: Constando basicamente na maioria das teorias específicas sobre o assunto, existem três estilos básicos de liderança nas organizações. Identifique-os, assinalando a alternativa correta: a) Autoritário, democrático e apoiador b) Autoritário, democrático e facilitador c) Autocrático, liberal e democrático d) Laissez Faire, liberal e autoritário e) Democrático, laissez faire e autoritário Ao proceder à leitura do texto principal, você deve ter observado as diferenças e semelhanças destes três momentos da psicologia relacionada ao trabalho. Se você compreendeu adequadamente as mudanças organizacionais presentes, assinalou a alternativa c. As demais afirmações pressupõem um estilo autoritário e não autocrático, bem como termos divergentes da nomenclatura utilizada na área (tal como facilitador ou apoiador). Exercício 1: Você está interessado em participar de um programa de desenvolvimento gerencial sobre técnicas de liderança. Seu chefe não quer autorizá-lo e argumenta que “a liderança é fruto de qualidades inatas, e não produto de habilidades e conhecimentos apreendidos” e ainda que... “Somente pessoas carismáticas e com qualidades inatas podem transformar-se em grandes líderes.” Por que essa afirmação não caracteriza a linguagem administrativa moderna da teoria da liderança? A) Porque hoje, acredita-se que líderes são pessoas comuns que aprendem habilidades comuns, mas que no seu conjunto formam uma pessoa diferenciada B) É que a teoria gerencial moderna concentra suas ações mais na explicação da natureza da liderança do que na tentativa de propor alternativas que transformem dirigentes em líderes C) A aceitação de que a liderança é inata conduz a estudos sobre a transformação de características de liderança efetiva em alternativas de comportamento gerencial a serem ensinadas aos gerentes D) A liderança é vista como dependente das condições organizacionais, ou seja, do contexto exclusivamente interno no qual o líder está inserido E) Pois as características de liderança são universais e aplicáveis a qualquer tipo de pessoa e de organização Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentáriosExercício 2: Uma das principais finalidades de uma boa configuração da estrutura organizacional atualmente consiste na busca de se facilitar o processo de comunicação. Por que tal preocupação é importante? A) Pois é através do processo de comunicação e no qual destinam grande parte do seu tempo, que os gestores ou gerentes planejam, organizam e lideram grupos de trabalho. B) Porque todo gestor ou gerente é um comunicador, a comunicação é inerente ao funcionamento da organização e, neste sentido, tanto faz como ele se comunica. C) A estrutura organizacional não facilita o processo de comunicação, pois indivíduos diferentes interpretam a mesma mensagem de maneiras diferentes. D) Porque na estrutura organizacional apenas a comunicação verbal é válida na emissão de uma mensagem. E) Pois a única forma de verificar a precisão da comunicação consiste em observar os códigos utilizados. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 3: Assinale a alternativa que complementa adequadamente a seguinte frase: A aceitação sincera de influência interpessoal, com a de um trabalhador em relação a um de seus colegas mais experientes caracteriza, segundo French e Raven, um tipo de poder: A) coercitivo B) de recompensa C) de referência D) de especialização E) legítimo Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 4: O gerente geral de um HOSPITAL descreveu a um entrevistador o seu estilo de liderança como uma mistura de todos os estilos. "Em alguns momentos, sou um ditador, digo aos meus subordinados o que fazer. Em outros, sou um modelo de função, lidero pelo exemplo. Nesse ambiente, geralmente deixo que as pessoas participem ... Gosto muito da idéia da participação, mas numa situação crítica, automaticamente me torno autocrático." Este chefe defende a abordagem situacional da liderança. A justificativa correta para defender essa abordagem é a seguinte: A) o líder que tem poder de competência é respeitado porque possui conhecimentos ou certas habilidades nas quais as pessoas acreditam. B) a liderança através do poder de referência e de coerção exige fazer com que as tarefas sejam desempenhadas para garantir que a unidade de trabalho ou a organização atinjam suas metas. C) as características pessoais definem o poder legítimo de um líder e são consideradas mais importantes que o seu real comportamento na tomada de decisão. D) as características de personalidade de fato distinguem os líderes eficazes das outras pessoas pelo seu empenho, motivação, integridade, autoconfiança e conhecimento do negócio. E) não existem traços e comportamentos universalmente importantes, pois comportamentos eficazes variam de uma situação para outra e o líder deve primeiro analisar a situação e depois decidir o que fazer. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
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