Buscar

Introdução a geriatria (inlcuindo demência, depressão e osteoporose)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Saúde do idoso 
Acadêmica: Juliana Rabelo da Silva Sousa 
Referências: 
1. MORAES, E. ABREU, M. RIBEIRO, R. Principais síndromes geriátricas. Rev Med Minas Gerais; 
20(1): 54-66, 2010. 
2. MORAES, E. Princípios básicos da geriatria e gerontologia. Coopemed. Belo Horizonte, 2008 
3. GORZONI, M. MORAES, R. PIRES, S. Medicamentos potencialmente inapropriados para idosos. 
Rev Assoc Med Bras; 58(4):442-446, 2012. 
 
Conceito de saúde para o idoso 
 
A saúde do idoso está relacionada com a sua funcionalidade global, definida como a capacidade de 
gerir a própria vida ou cuidar de si mesmo. O idoso é considerado saudável quando é capaz de funcionar 
sozinho, de forma independente e autônoma, mesmo que tenha doenças. Desta forma, resgata-se o conceito 
de saúde estabelecido pela OMS como sendo o mais completo bem-estar biopsicossocial-cultural-espiritual, 
e não simplesmente a ausência de doenças. Essa capacidade de funcionar sozinho é avaliada por meio da 
análise das atividades de vida diária (AVDs), que são tarefas do cotidiano realizadas pelo paciente. As AVDs 
avaliam o grau de autonomia e independência do indivíduo. 
 
Avaliação da sua funcionalidade com aplicação de escalas de AVD básicas e instrumentais 
 
A capacidade funcional é a habilidade do indivíduo em desempenhar independentemente as 
atividades ou tarefas cotidianas, identificadas como essenciais para a manutenção do seu bem-estar. 
 
Atividades de vida diárias: tarefas pessoais diárias e mais simples são denominadas atividades básicas de 
vida diária ABVDs, refelete sua capacidade de cuidar do seu corpo ou autocuidado. Tarefas mais complexas 
que requerem mais alto grau de independência e autonomia são denominadas atividades instrumentais de 
vida diária AIVDs, refletem sua capacidade de cuidar da sua vida ou de viver sozinho na comunidade. 
 
Autocuidado ou atividades básicas de vida diária ABVDs 
A perda da independência e autonomia nas atividades básicas representam principal índice de 
gravidade ou comprometimento funcional. A escala de Katz (banhar-se, vestir-se, usar o banheiro, transferir-
se ou deslocar-se, continência urinária e fecal e alimentar-se) é muito simples e de fácil aplicação. O índice 
avalia cinco atividades e uma função (continência). As atividades banhar-se, vestir-se e usar o banheiro são 
influenciadas pela cultura e aprendizado, portanto mais complexas. 
Transferência, continência e alimentação são funções vegetativas simples, portanto mais difíceis de 
serem perdidas. Esse caráter hierárquico é extremamente útil, o declínio funcional inicia com tarefas mais 
complexas e progride ate chegar ao nível de dependência completa. O comprometimento do controle 
esfincteriano pode não refletir um grau mais alto de dependência por ser uma função e não uma atividade. 
Segundo Katz, a necessidade de ajuda humana indica dependência naquela função. Após avaliação os pcts 
são agrupados em categorias: 
 Independente: realiza todas as atividades de forma independente. 
 Semi dependente: comprometimento de uma das funções influenciadas pela cultura e aprendizagem. 
 Dependente incompleto: comprometimento de uma das funções vegetativas simples, além de ser 
dependente para banhar-se, vestir-se e usar o banheiro. A presença de incontinência não é considerada 
 Dependente completo: comprometimento de todas AVDs, inclusive alimentar-se. Grau máximo de 
dependência ou fragilidade. 
 
Atividades instrumentais de vida diária AIVDs 
Mais complexas e indicadoras da capacidade do idoso de viver sozinho na comunidade. 
Diversificadas e influenciadas pela cultura, gênero, nível socioeconômico e etc. Devem ser individualizadas. 
Lawton e Brody (1969) propuseram a observação de atividades mais corriqueiras, como preparo dos 
alimentos, fazer compras, manter o controle financeiro, habilidade para usar o telefone, trabalhos 
domésticos, lavar e passar roupa, responsabilidade pelos próprios medicamentos e sair de casa sozinho. As 
limitações mais comuns relacionam-se a cultura e gênero que podem superestimar a dependência de homens. 
Lawton sugere que atividades como preparo dos alimentos, lavar e passar roupa e trabalhos domésticos não 
sejam avaliadas em homens. Outra dificuldade é a superproteção de determinadas famílias que impedem que 
o idoso exerça atividades limitando a utilidade diagnóstica. A questão “O que o senhor (a) gostaria de fazer e 
que não está fazendo ?” fornece informações preciosas quanto as necessidades funcionais do ponto de vista 
do pct e deve ser incluída na avaliação. 
A autonomia e independência nas atividades diárias estão relacionadas ao funcionamento integrado e 
harmonioso das funções de cognição, humor, mobilidade, comunicação. 
O comprometimento das ABVDs e AIVDs pode ser reflexo de uma doença grave ou conjunto de 
doenças que interferem direta ou indiretamente nas funções. A perda de uma função nunca deve ser atribuída 
à velhice e sim representar sinal precoce de doença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conceito de autonomia, independência e a relação com os domínios funcionais do idoso 
A autonomia é a capacidade individual de decisão e comando sobre as suas ações, estabelecendo e 
seguindo as próprias regras. Significa capacidade para decidir e depende diretamente da cognição e do 
humor. 
A independência refere-se à capacidade de realizar algo com os próprios meios. Significa execução 
e depende diretamente de mobilidade e comunicação. Portanto, a saúde do idoso é determinada pelo 
funcionamento harmonioso de quatro domínios funcionais: cognição, humor, mobilidade e comunicação. 
Tais domínios devem ser rotineiramente avaliados na consulta geriátrica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cognição, funções corticais, aplicação dos testes cognitivos e sua interpretação 
A cognição é a capacidade mental de 
compreender e resolver os problemas do 
cotidiano. É constituída por um conjunto de 
funções corticais, formadas pela memória 
(capacidade de armazenamento de 
informações), função executiva (capacidade 
de planejamento, antecipação, 
sequenciamento e monitoramento de tarefas 
complexas), linguagem (capacidade de 
compreensão e expressão da linguagem oral e 
escrita), praxia (capacidade de executar um 
ato motor), gnosia (capacidade de 
reconhecimento de estímulos visuais, 
auditivos e táteis) e função visuoespacial 
(capacidade de localização no espaço e 
percepção das relações dos objetos entre si). 
 
Memória 
1. Memória de curto prazo 
Memoria sensorial: a informação é percebida e registrada pelos órgãos sensoriais e registrada na amemoria 
sensorial de forma transitória. 
Memória de curto prazo (memória imediata e memoria de trabalho – lobo frontal): capacidade reter por 
alguns segundos um numero limitado de informações enquanto esteja preservado o seu sistema atencional. 
Memoria de trabalho ou operacional permite a manutenção ativa da informação por alguns segundos ou 
minutos ate que adquira algum dignificado ou sofra alguma transformação. È processada pelo córtex pré-
frontal. Através do córtex entorrinal, parietal superior e hipocampo a informação é processada e comparada 
com memorias preexistentes. Tem a função de selecionar as informações uteis e encaminhalas a memoria de 
longo prazo. Diretamente afetada pelo humor, sono e atenção. 
2. Memória de longo prazo (circuito de Papez) 
Permite que a informação seja armazenada por horas, dias ou anos. Capacidade ilimitada. Envolve processos 
separados, interdependentes e dinâmicos de armazenamento (transferência de informação da memoria de 
curto prazo para memória de longo prazo), consolidação ou estocagem ()visual ou verbal e resgate ou 
evocação (transferência da informação da memoria de longo przo para a memoria de trabalho para ser 
utilizada). Permite a aprendizagem dependendo da importância emocional e da repetição. 
Memória visual: refere-se acapacidade de abstração de formas geométricas, copia ou construção de 
desenho previamente mostrado e reconhecimento visual. O armazenamento de informações visuais e verbais 
ocorre em áreas distintas do cérebro, nos lobos temporais mediais direito e esquerdo. 
Memoria verbal (explicita): onde há consciência do aprendizado. O processo de aprendizagem é deliberado 
e relaciona-se a experiências sobre fatos e eventos do passado, tendo acesso consciente. As estruturas 
envolvidas se localizam nas porções mediais do lobo temporal. As memorias declarativas são armazenadas 
por períodos curtos (<30 dias) no hipocampo e amídala, por tempos maiores (30-60 dias) no córtex entorrinal 
e por períodos mais prolongados (60 dias ou mais ) no córtex parietal. È subdividida em: 
 Memória episódica (eventos): caráter autobiográfico. Pode ser recente, intermediaria ou remota. Na 
DA ocorre perda dessa memoria na extensão de seu gradiente, sendo correlacionada a gravidade. O 
termo memoria prospectiva refere-se à habilidade de lembrar-se de atividades programadas. 
 Memória semântica (fatos ou conceitos): permite o conhecimento geral sobre o mundo. Intimamente 
relacionada com a memoria episódica e com a linguagem. Toda informação armazenada passa pela 
memoria semântica. 
Memoria procedural (implícita): informações ou habilidades armazenadas sem consciência da 
aprendizagem. Não há acesso consciente, sendo evidenciável apenas por meio do desempenho. È revelada 
quando a experiência previa facilita o desempenho numa tarefa. O treinamento repetitivo permite a aquisição 
da habilidade de forma progressiva e gradual. Pode ser dividida em: 
 Pré-ativação (priming ou acionamento por repetição): exposição repetitiva a uma palvra facilita seu 
processamento horas depois. Mais comprometida nas demências corticais. 
 Procedural (habilidades, hábitos e condicionamento): aquisição de habilidades motoras ou 
cognitivas. Aprendizado de ações automáticas como dirigir, escovar os dentes, andar. Relacionada ao 
funcionamento dos gânglios da base, comprometida nas demências subcorticais (Parkinson, 
Huntington). 
A topografia da memoria esta relacionada ao sistema límbico e circuito de papez. 
Linguagem: permite a comunicação e interação com as pessoas. Depende da capacidade de compreensão e 
expressão da linguagem oral e escrita. Afasia: distúrbios da linguagem. É controlada pela região temporo-
parietal esquerda. Pode ser avaliada pela observação da fala espontânea, compreensão oral, repetição de 
palavras e frases, nomeação, leitura e escrita. Principais alterações nos quadros demenciais são: 
 Anomia: dificuldade de nomeação. Na DA, é compensada por termos vagos, circunlóquios (rodeio de 
palvras), repetição de ideias, tornando o discurso pobre. 
 Parafasias: substituição de palavras. Verbal ou semântica (substituição da palavra inteira por outra 
semelhante) e fonêmica (substituição de sílabas). Normalmente acompanhada de neologismos. 
 Fluência: ausência de rupturas na produção oral. Afasia de broca é não fluente e Wernicke fluente. 
 Anosognosia: falta de consciência do problema cognitivo. 
 Dislexia: distúrbio na leitura escrita. Alexia: incapacidade de ler. 
 Disgrafia: distúrbio na escrita. Agrafia: incapacidade de escrever. 
 Repetição de palavras ou frases: preservada ate fases avançadas de demência. 
 Ecolalia: repetição de sons ou palavras sem motivo aparente 
 Mutismo: ausência de linguagem oral. 
Função executiva: habilidades necessárias para o planejamento, antecipação, sequenciamento temporal, 
monitorização, seleção de estratégias e desempenho efetivo em atividades complexas. Relaciona-se também 
a flexibilidade de pensamento, atenção, memoria de trabalho e resgate das informações armazenadas. 
Sindrome órbito-frontal: hipesexualidade, impulsividade, labilidade emocional, falha de julgamento e alegria 
inapropriada. Sindrome ventro-medial: redução da motivação, apatia, redução da espontaneidade e mutismo 
acinético. 
Praxia: capacidade de formular, sequencia, coordenar e executar gestos ou atos motores aprendidos com 
facilidade determinada. Apraxia: incapacidade na ausência de anormalidades sensoriais ou motorasou falta 
de atenção ou compreensão do comando. Lobo parietal principalmente esquerdo é o responsável por essa 
função. 
 Apraxia ideomotora: incapacidade de transformar a ideia em ação. 
 Apraxia ideatória: dificuldade de realização de ações que utilizam ou dependem de um objeto; 
Gnosia: agnosia é a incapacidade de decodificação ou reconhecimento do estimulo na ausência de 
comprometimento dos órgãos do sentido. Pode ser visual, auditiva, tátil ou associativa. Prosopagnosia: 
dificuldade no reconhecimento de faces conhecidas. 
Função visuoespacial: capacidade de localização no espaço, percepção da relação dos objetos entre si e 
localiza-se na região parieto-occiptal. 
 
Triagem cognitiva 
Mini exame do estado mental 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aplicação do teste: Composto de 11 itens, a pontuação máxima são 30 pontos. A primeira metade do teste 
avalia a memoria, atenção e concentração (itens 1-5). A segunda metade avalia outras funções corticais 
(linguagem, gnosia, praxia, função executiva e visuoespacial). Não se deve dar pistas, o aplicador deve ser 
rigoroso na aplicação e flexível na interpretação. Solicita-se ao paciente prestar atenção nas perguntas que 
serão realizadas, cujo objetivo é avaliar sua “memória”. Nunca fale que as perguntas são fáceis, pois caso 
encontre dificuldades em responde-las ficará ansioso. Não deixe que perceba os erros cometidos. 
Nos itens orientação temporal e espacial, cada acerto vale um ponto. Entretanto do ponto de vista qualitativo: 
 A orientação temporal é mais precocemente comprometida nas síndromes demenciais, em que a 
memoria episódica é mais afetada 
 Nos idosos institucionalizados é relativamente frequente a desorientação temporal, pela ausência de 
estímulo. 
 O erro em itens mais fáceis, como ano ou mês, indica mais comprometimento cognitivo quando 
comparado com erros nos itens dia da semana ou mês, considerados mais difíceis. 
 Considera-se hora aproximada a variação de mais ou menos uma hora. 
No registro, cuidado de falar as três palavras com clareza e pausadamente para focalizar a atenção auditiva. 
Oriente o paciente a ouvir atentamente as três palavras e logo em seguida repeti-las. Cada acerto equivale a 
um ponto. Esta primeira repetição determina o escore (0 a 3). Após a pontuação, certifique-se de que o 
paciente memorizou as palavras, explicando que terá que repeti-las posteriormente. 
O próximo item avalia a atenção, concentração e função executiva, além de servir como elemento distrator 
para avaliação da memoria de evocação. Solicite que faça o cálculo ou que soletre a palavra mundo da ultima 
letra para a primeira. Avalia a capacidade de atenção e cálculo. Utilize o score mais alto (5 pontos). A 
tendência é o uso do sete seriado por depender menos do nível de escolaridade. Alguns cuidados: 
 Em pacientes analfabetos esse item não é realizado 
 Um ponto é dado para cada acerto na subtração, mesmo que a subtração anterior tenha sido incorreta. 
Não é usual acertos seguidos após 1 erro. 
Em seguida, o paciente deverá repetir as três palavras memorizadas. Cada palavra evocada vale um ponto. 
Os itens que se seguem avaliam outras funções corticais (linguagem, praxia, função executiva, gnosia e 
função visuoespacial). Aponte uma caneta e um relógio e peça para o paciente nomeá-los. Em seguida repetir 
a frase “nem aqui, nem ali, nem la” na sequencia correta (um ponto). Permita somente uma tentativa. 
Apanhe uma folha de papel. Estenda para o paciente e dê a ordem: “Apanhe a folha de papel com a mão 
direita, dobre ao meio e coloque no chão”. O score é dado pela sequencia correta das três ações. O paciente 
deve usar as duasmãos para dobrar a folha quantas vezes quiser. 
“Escrever uma frase ou sentença completa” implica a presença mínima do sujeito e do verbo, devendo ter 
sentido. O comando é “Escreva uma frase que tenha começo, meio e fim e faça sentido”. Grmática e 
pontuação corretas não são necessárias. Peça para escrever alguma frase bonita ou ditado conhecido. Não 
exemplifique. 
Mostre a frase “Feche os olhos” e peça-lhe para “fazer o que está escrito”. Se está testando a leitura, portanto 
não fale ao paciente. 
A copia dos dois pentágonos avalia a presença dos 5 lados ou 10 angulos e da intersecção. Tremor e rotação 
do desenho devem ser ignorados. 
 
Interpretação do teste 
Score mínimo normal: 24 pontos. Depende na escolaridade nos itens de atenção\cálculo, leitura e escrita. A 
presença de alta escolaridade diminui a sensibilidade do teste e a baixa escolaridade diminui a 
especificidade. Por isso considerar o ponto de corte 18 para analfabetos\baixa escolaridade e 26 para idosos 
com 8 anos ou mais de escolaridade.. Entretanto o valor do teste não esta na pontuação obtida e sim na 
dificuldade observada nas respostas dadas. Os itens de mairo complexidade são: memoria de evocação, 
atenção e cálculo, orientação, frase e desenho. 
 
Fluência verbal: Avalia a memoria semântica. 
 
Aplicação do teste: Solicita-se ao paciente que enumere o máximo de animais e frutas em um minuto 
cronometrado. Comando: “Você deve falar todos os nomes de animais de que se lembrar, em menos tempo 
possível. Qualquer animal vale: insetos, pássaros, peixes e animais de quatro patas. Quanto mais você façr 
melhor. Pode começar.” 
Considere boi e vaca como dois animais, mas gato e gata como um só. Se disser passarinho, cobra e lagarto 
conte como três animais, se disser passarinho, canário e peixe, conte como dois. Ou seja, a classe vale como 
nome, se não houver outros nomes dessa classe. 
Interpretação do teste: è útil na avaliação da linguagem, memoria semântica e função executiva; O teste 
depende do nível de escolaridade. 
 
Teste das figuras: Pouco depende do nível de escolaridade. 
 
 
 
 
Aplicação do teste: São apresentadas 10 figuras e perguntado “que figuras são essas”. O score é dado pelo 
numero de figuras corretamente identificadas, mesmo que não tenham sido adequadamente nomeadas. Se 
não tiver identificado alguma, explique o que representa. Em seguida escolha a folha e pergunte “que figuras 
eu lhe mostrei”. O tempo máximo de evocação é 60 segundos. O score é dado pelo número de respostas 
certas. Mostre novamente as figuras durante 30 segundo, dizendo “olhe bem e procure guardar na memória”. 
Pergunte novamente sobre as figuras e anote o score. E, seguida inclua qualquer distrator (outro teste) que 
demore no mínimo 5minutos e pergunte “quais as figuras desenhadas que eu lhe mostrei há cinco minutos” o 
score é dado pelo numero de respostas corretas. Finalmente, avalia-se o reconhecimento das figuras, 
mostrandos ao paciente 20, incluindo as 10 iniciais. Pergunte-lhe quais haviam sido mostradas. 
Interpretação do teste: A maioria dos indivíduos normais nomeia pelo menos 9 das 10 figuras, lembra-se 
de 5 ou mais no teste de memória incidental e pelo menos 6 no primeiro teste de memória imediata. Na 
evocação após 5 minutos, no teste de memoria, os indivíduos normais recordam-se de pelo menos 5 figuras. 
Indivíduos normais reconhecem no mínimo oito das figuras previamente vistas, dentre as 20. 
O teste avalia memória semântica e episódica, linguagem e gnosia. 
 
Teste do relógio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aplicação do teste: Solicitar ao paciente que desenhe os números do relógio, marcando determinada hora 
(11:10) sem mencionar a necessidade de ponteiros. O circulo pode ou não ser fornecido previamente (10-12 
cm). O teste é considerado completo quando o paciente desenha todos os números do relógio, especialmente 
bem distribuídos e os ponteiros marcando 11:10. Não é cronometrado e pode ser repetido quantas fezes 
quiser. Comando: Esse círculo é um relógio. Desenhe os números que tem no relógio, marcando 11 horas e 
10 minutos. 
Interpretação do teste: Sofre pouca influencia do grau de alfabetização, aumentando a fidegdignidade em 
caso de baixa escolaridade. Avalia memoria semântica, função executiva, linguagem, praxia e função 
visuoespacial. 
 
Lista de palavras CERAD 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aplicação do teste: O examinador explica ao pct que serão lidas 10 palavras não relacionadas, lentamente 
solicitando que ele repita, uma a uma. Ao final o examinador solicita ao pct a repetição das palavras, por um 
tempo máximo de 90segundos. Não é necessária a repetição na ordem. Todavia é importante anotar a 
sequencia para identificação do efeito recêcncia (repetição das ultimas palavras) e primazia (repetição das 
primeiras). É repetido com as palavras em outra ordem mais duas vezes. Em cada etapa é solicitado que o 
pact evoque aquelas de que se lembra, por no máximo 90 segundos. Ao final o examinador insere uma tarefa 
distratora. Após 5 minutos é feita evocação da lista por no máximo 90 segundos. Em seguida as 10 palavras 
são apresentadas misturadas a 10 distratores. O socre é calculado pela subtração de 10 do numero de 
respostas corretas. Como o numero máximo de resposta é 20 o score máximo é 10. 
Interpretação do teste: pontuação obtida pela soma das palavras evocadas nas três tentativas, com score 
máximo de 30. Avalia memoria episódica e capacidade de aprendizagem. Estão acometidas ambas as 
funções na DA. Normalmente observa-se curva ascendente de aprendizagem nas sucessivas tentaticas. Na 
evocação livre o paciente devera lembrar-se de 3-4 palavras. 
 
Síndromes geriátricas: iatrogenia, incapacidade cognitiva 
 
O desconhecimento das particularidades do processo de envelhecimento pode gerar intervenções 
capazes de piorar o estado de saúde da pessoa idosa - a iatrogenia, que representa todo o malefício causado 
pelos profissionais da área de saúde. 
Iatrogenia (iatros: médico, gignesthai: nascer, derivado de palavra gênesis: produzir): Significa 
qualquer alteração patogênica provocada pela prática médica. É fundamental evitar iatrogenia em idosos 
devido à sua natural vulnerabilidade mais acentuada às reações adversas associadas às drogas, às 
intervenções não-medicamentosas, decorrentes da senescência, do risco de polipatogenia e de polifarmácia, 
além de incapacidades. A iatrogenia resulta da presença de uma ou mais das seguintes situações: 
1. iatrofarmacogenia: decorrente do uso de medicamentos, de polifarmácia, da interação medicamentosa 
e do desconhecimento das alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas associadas ao 
envelhecimento; 
2. internação hospitalar: que pode potencializar os riscos decorrentes do declínio funcional, da 
subnutrição, da imobilidade, da úlcera de pressão e da infecção hospitalar; 
3. iatrogenia da palavra: associada ao desconhecimento de técnicas de comunicação de más notícias; 
4. iatrogenia do silêncio: que decorre da dificuldade de ouvir adequadamente o paciente e sua família; 
5. subdiagnóstico: pela tendência a atribuir todas as queixas apresentadas pelo idoso ao fenômeno “da 
idade”, o que pode resultar grave erro; 
6. cascata propedêutica: em que a solicitação de exames é feita de forma desnecessária, extensiva, sem 
indicação precisa; 
7. distanásia: caracterizada pelo prolonga mento artificial da vida sem perspectiva de reversibilidade, com 
sofrimento para o paciente e sua famí- lia; 
8. prescrição de intervenções fúteis e/ou sem comprovação científica: que impõem ao paciente risco 
desnecessário; 
9. iatrogenia do excesso de intervenções reabilitadoras: o excesso de “equipe interdisciplinar” pode 
trazer consequências desfavoráveis ao paciente, assim como o faz a polifarmácia. 
 
A maior parte da iatrogenia resulta do desconhecimento das alterações fisiológicas do envelhecimentoe 
das peculiaridades da abordagem ao idoso. Trata-se de síndrome geriátrica potencialmente reversível ou até 
curável, enfatizada pelos idosos comporem aproximadamente 13% da população dos Estados Unidos da 
América (EUA) e consumirem 32% de todos os medicamentos prescritos. Os idosos nos EUA fazem, em 
média, seis visitas médicas/ano e usam dois medicamentos novos prescritos por consulta, totalizando a média 
anual de 12 prescrições/idosos/ ano. A iatrogenia é a quinta causa de morte nos EUA. 
 
 
Incapacidade cognitiva 
 
Designa o comprometimento das funções encefálicas superiores capaz de prejudicar a funcionalidade 
da pessoa. As alterações nas funções superiores que não apresentam prejuízo na funcionalidade do paciente 
não podem ser classificadas como incapacidade cognitiva. Essas alterações constituem o transtorno cognitivo 
leve. Para o estabelecimento do diagnóstico de incapacidade cognitiva é fundamental a constatação do 
prejuízo na funcionalidade do indivíduo ou perda de AVDs. 
As principais etiologias da incapacidade cognitiva são: demência, depressão, delirium e doenças 
mentais, como esquizofrenia, oligofrenia e parafrenia. É recomendado o uso de normas padronizadas para 
detectar as alterações na funcionalidade dos idosos pelo desempenho em suas atividades básicas ou 
instrumentais de vida diária, por intermédio das escalas de Katz e de Lawton-Brody, respectivamente. O 
miniexame do estado mental (MEEM), descrito por Folstein, representa o principal teste de triagem das 
funções encefálicas superiores. 
O diagnóstico etiológico nem sempre é fácil, já que as causas de incapacidade podem coexistir no 
mesmo paciente. O delirium (estado confusional agudo) também pode simular ou associar-se à demência ou 
depressão. A história pregressa constitui-se em elemento dos mais importantes para a distinção entre a 
demência e as doenças psiquiátricas. O critério mais utilizado para o diagnóstico da demência encontra-se no 
Manual Estatístico e Diagnóstico de Desordens Mentais (DSM-IV), definido pela Associação Americana de 
Psiquiatria, em que o diagnóstico de demência é definido pelo desenvolvimento de múltiplos déficits 
cognitivos. 
 
 
É necessário estabelecer a etiologia da síndrome demencial após o estabelecimento do seu 
diagnóstico sindrômico. Devem ser excluídas, inicialmente, as causas de demência potencialmente 
reversíveis, que representam menos de 5% de todas elas. É recomendada, para isso, a realização de alguns 
exames complementares, como: hemograma, dosagem de TSH, de vitamina b12, de ácido fólico e a análise 
da função renal, que podem ser expandidos para a avaliação das provas de função hepática, pesquisa de anti-
HIV, VDRL e a realização de algum exame de imagem com especificidade para o diagnóstico aventado. 
Espera-se que a avaliação clínica e complementar do paciente seja capaz de afastar as seguintes causas de 
demência (agrupadas mnemonicamente pela palavra TIME): 
1. Tóxicas: uso de drogas, álcool, metais pesados, drogas psicoativas; 
2. Infecciosas: neurossífilis, infecção pelo HIV; 
3. Metabólicas: deficiência de vitamina B12 e de ácido fólico, hipotireoidismo, hiponatremia, 
insuficiência renal e hepática; 
4. Estruturais: hidrocefalia de pressão normal, hematoma subdural e tumores. 
 
O diagnóstico de demência, depois de afastadas as causas potencialmente reversíveis, são decorrentes de 
processos degenerativos primários, entre as quais 50-60% associam-se à demência de alzheimer (dA). Os 
demais grupos são constituídos, basicamente, pela demência: por corpos de Lewy, fronto-temporal, vascular 
e mista. É fundamental promover o diagnóstico diferencial entre elas, pois o tratamento e o prognóstico são 
diferentes. 
 
 
 
 
 
 
O delirium (estado confusional agudo) é uma 
síndrome neurocomportamental causada por 
comprometimento transitório da atividade cerebral, 
secundário a uma causa orgânica. É definido como 
distúrbio de início súbito que envolve a consciência, a 
atenção, a cognição e a percepção e que tende a variar 
(flutuar) ao longo do dia. Pode ser comparado à 
insuficiência cerebral aguda e, portanto, não deve ser 
confundido com delírio. Os idosos, devido à redução 
de sua reserva cerebral, são muito vulneráveis ao 
aparecimento de delirium, que pode se manifestar nas 
formas de delirium hiperativo, hipoativo e misto. 
Apenas o tipo hiperativo é frequentemente 
diagnosticado na prática clínica, apesar de 
corresponder a aproximadamente um terço dos casos. 
As principais causas de delirium são: infecções, 
medicamentos, intercorrências clínicas e 
hospitalizações. Sua prevalência em pacientes com 
síndrome demencial é muito elevada. O tratamento do 
delirium inclui as medidas gerais que visam a: corrigir 
os distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básicos, 
promover a nutrição adequada, retirar a contenção, 
estimular a mobilidade e a mudança de decúbito, 
proteger a via aérea e promover a reorientação espacial 
e temporal do paciente. O tratamento específico inclui 
a remoção da causa básica ou fator precipitante, além 
do controle da sintomatologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Medicamentos potencialmente inapropriados para o idoso 
 
 
 
 
 
Demências reversíveis 
Causas estruturais 
Hidrocefalia de pressão normal: Alteração do fluxo de liquido cefalorraquidiano fora do sistema 
ventricular, caracterizada como resistência aumentada sua absorção. Maioria dos casos idiopática, mas pode 
ser secundária a meningite, hemorragia subaracnóidea, trauma ou estenose crônica do arqueduto. 
Caracteriza-se pela tríade distúrbio de marcha, incontinência urinária e declínio cognitivo. Hidrocefalia ao 
exame de imagem sem atrofia cerebral significativa e liquido cefalorraquidiano com pressão normal 
<15mmHg. O distúrbio de marcha é o sintoma mais proeminente, a marcha se apresenta lenta, com base 
alargada, passos curtos e aderência dos pés ao chão. Há dificuldades com curvas e mudança na direção e para 
levantar e assentar. Na fase mais avançada são frequentes as quedas. Os sintomas urinários aparecem 
tardiamente, urgência, polaciúria evoluindo para incontinência. São proeminentes os distúrbios de atenção e 
das funções executivas frontais. Os pacientes apresentam perda da espontaneidade, apatia, falta de atenção, 
lentidão no pensamento, desorientação e transtornos de memória. Pode ocorrer resposta extensora plantar, 
decréscimo na coordenação motora fina dos MMSS e sinais extrapiramidais. 
Diagnóstico: TC e RNM. Teste de Miller Fisher: observação direta da marcha antes e após a retirada de 
30ml de liquor. A melhora da marcha ocorre em 30-60 minutos e tem correlação positiva com o tratamento 
cirúrgico (derivação ventrículo-peritoneal). Punção lombar contraindicada em casos de efeito de massa. 
Tratamento: cirúrgico com derivação do liquor (shunt ventrículo-peritoneal ou vetriculo-atrial) e a 
interposição da válvula de pressão (baixa, média ou regulável) 
Hematoma subdural: o evento inicial traumático é normalmente trivial e esquecido pelo paciente. Fatores 
predisponentes: atrofia cerebral, aterosclerose, convulsões, discrasias sanguíneas e alcoolismo. Pode ter 
origem espontânea. Na fase inicial, corresponde a uma pequena coleção sanguínea, geralmente de origem 
venosa, localizada sobre os hemisférios cerebrais. Pode resolver-se ou continuar a progredir. Se apresenta 
como quadro de demência progressiva, déficit de memoria, falhas na atenção e flutuações ao despertar. 
Deficits focais são menos frequentes mas sugerem o diagnóstico. Alguns pacientes podem ter somente 
alterações de personalidade e cefaleia. Dependendo do tamanho, leva a hipertensão intracraniana, implicando 
em urgência. 
Diagnóstico: TC e RM. 
Tratamento: drenagem cirúrgica. 
Tumores intracerebrais: podem ser de origem primária ou metastáticos. Déficit cognitivo e hipertensão 
intracraniana (cefaleia e papiledema). 
Traumatismocrânio-encefálico: Após TCE podem apresentar déficit cognitivo crônico gerando grande 
impacto nas AVDs. Déficit na memória, atenção e aprendizado. Trauma direto no lobo frontal e temporal 
anterior resulta em contusão, hematoma, e hemorragia e o contragolpe pode causar hemorragia intracraniana 
e hipoxemia. Forças rotacionais, de aceleração e desaceleração podem levar ao estiramento dos axônios com 
gliose e alteração das sinapses nervosas. Risco aumentado de DA. 
Causas metabólicas 
Hipotireoidismo: Achados inespecíficos, início abrupto ou insidioso, lentificação do pensamento ou ação, 
apatia, deterioração na personalidade, perda global da função intelectual e sonolência excessiva. 
Deficiência de B12: Prejuizo da atenção e abstração, lentificação do pensamento, alterações de memória, 
alucinações, delirium, depressão, paranoia, mania e demencia. Parestesias em extremidades, alterações na 
sensação vibratória, ataxia de marcha e fraqueza de membros. Pode mimetizar a DA, mas é mais frequente o 
aparecimento de desilusões e alucinações. 
Causas tóxicas 
Drogas: idosos possuem suscetibilidade de alteração da função cognitiva devido a polifarmacia, interações, 
comorbidades e alterações na farmacocinética e dinâmica. Principalmenet opioides, benzodiazepínicos, 
anticolinérgicos e antidepressivos tricíclicos. Utilização crônica: desinibição de conduta, alterações na 
coordenação visuoespacial, depressão do SNC, amnésia, confusão mental e demencia. 
Álcool: neurotoxicidade variável e individual. Lesão aguda que varia de excitação a coma ou crônica sendo 
dividida em síndrome de abstinência alcoolica (delirium tremens e convulsão), deficiências nutricionais 
(tiamina), lesão direta (degeneração cerebelar e demência alcoolica) e lesão indireta (encefalopatia 
alcoolica). Alterações sutis, personalidade vazia e perda da produtividade. Casos mais graves, amnesia, 
afasia, desorientação, alterações da personalidade, convulsões e ataxia. Wernicke-Korsakoff (deficiência 
de tiamina): alterações persistentes da memória e aprendizado associados a alterações oculares 
(oftalmoparesia, nistagmo), ataxia de marcha e estado confusional agudo apático. 
Causas infecciosas 
Neurossífilis: Casos de sífilis terciária 10-20 anos após primo-infecção. Transtornos de memóri, alteração do 
comportamento e da personalidade, lentificação mental e distúrbios da fala. Alterações de marcha, tremores, 
arreflexia ou hiperreflexia, espasticidade e pupilas irregulares e não reativas à luz. 
AIDS: decorrente de encefalite, em fases mais avançadas, abrange o desempenho motor, comportamento e 
cognição. 
Meningites crônicas: alteração cognitiva pode ser o primeiro sintoma. Mais frequente em imunodeprimidos. 
Criptococose evolução insidiosa. Tuberculosa associada a febre, cefaleia, sinais focais e convulsões. 
Toxoplasmose, confusão mental lenta e progressiva, desorientação, dificuldades de memória recente e 
obnubilação. Cisticercose, apatia, confusão, labilidade emocional, amnesia e demencia. 
Demências irreversíveis 
Demência vascular: Quadro clínico prévio de AVEs com evidencias radiológicas e infartos cerebrais, 
relação inquestionável entre demencia e AVE, disfunção motora, as vezes incluindo alteração de marcha, 
disfunção do controle urinário, incontinência ou urgência miccional. 
Demência por corpos de Lewy: Demencia ou comprometimento cognitivo que precedem ou instalam-se 
junto ao parkisonismo, flutuação da atenção e estado de alerta, alucinações visuais recorrentes, auditivas e 
delírios, historia sugestiva de transtornos do sono, sonhos vívidos, agressividade ou inquietação noturnas. 
Demência fronto-temporal: alterações proeminentes da personalidade e comportamento, afasia motora e 
sensitiva progressiva, perda do conhecimento semântico para objetos ambientais, disfunção frontal e 
temporal (comprometimento da personalidade, linguagem e memória) com preservação das funções do lobo 
parietal (habilidades visuoespaciais), atrofia, hipoperfusão ou hipometabolismo em RM ou PET em lobo 
frontal e temporal. 
 
Evolução de demência de Alzheimer e seu tratamento 
Patogênese: placas neuríticas (amiloides) e os novelos neurofibrilares. Clivagem anormal de uma proteína 
da membrana neuronal chamada proteína precursora amiloide e acumulo anormal de um fragmento chamado 
B-amiloide, que é depositado em placas. Foram identificados quatro genes relacionados. Os genes 
autossômicos dominantes causam DA de inicio precoce, antes dos 60 anos de idade. A causa da DA é 
multifatorial sendo resultado da interação mútua de genes de suscetibilidade e fatores ambientais. 
Fatores de risco: Doença vascular, estrógeno e progesterona aumentam o risco. 
Sintomas e sinais: Declínio gradual e progressivo da função intelectual, comprometimento da memoria, do 
julgamento, da capacidade de solucionar problemas e da percepção. O sintoma inicial mais comum é o 
comprometimento da memoria recente e esquecimento, progredindo para memoria de longo prazo. Sinais 
não cognitivos são: alterações de personalidade ou do comportamento. Sinais extrapiramidais sugerem 
declínio mais rápido.Anormalidades focais sugerem outros diagnósticos. 
Estágios: Escala de Avaliação clinica de demência divide a DA em três: leve, moderada e grave de acordo 
com o desempenho em 6 categorias (memória, orientação, julgamento, solução de problemas, assuntos da 
comunidade, lar e passatempos e cuidados pessoais). 
Leve: comprometimento das atividades laborais ou sociais, mas os pacientes mantêm a capacidade de viver 
independentemente, com julgamento e higiene adequados. 
Moderada: distingue-se pela necessidade de alguma supervisão, dado o comprometimento da memória 
recente, orientação e discernimento. Os pacientes necessitam de ajuda para AVDs e para escolher roupas e 
vestir-se. 
Grave: comprometimento significativo das atividades da vida diária AVDs, resultando em necessidade de 
supervisão e cuidados constantes. 
Diagnóstico: além de memoria, exige comprometimento de outra função cognitiva como julgamento, 
raciocínio abstrato, linguagem (anomia), orientação, praxia e atenção. 
Critérios diagnósticos: só é comprovado por biópsia. DA provável: entre 40-90 anos que não apresentam 
características atípicas da doença. DA possível: pode haver uma segunda etiologia contribuindo para 
demência. 
Avaliação da demência: Minimental (igual ou maior que 20 demência leve, entre 10-19 moderada e 0-9 
grave). Hemograma completo, eletrólitos, ureia, creatinina, provas de função hepática e tireoidiana e nível 
sérico de vitamina B12 para excluir causas metabólicas. VDRL\FTA, VHS, sorologia para doença de Lyme e 
HIV para excluir causas metabólicas. Punção lombar (opcional). TC e RM para detectar condições tratáveis 
como tumores, hematomas, hidrocefalia, a atrofia cortical constitui achado inespecífico ao envelhecimento. 
Redução do metabolismo da glicose regional nos lobos temporais e parietais podendo ser identificada na 
PET e redução do fluxo sanguíneo estão relacionadas a DA. 
Tratamento: 
Inibidores da acetilcolinesterase: aumentar a função colinérgica mediante bloqueio da queda da 
acetilcolina. 
1º escolha: Hidrocloro de donepezil: inibidor reversível altamente especifico da acetilcolinesterase que 
possui efeito mínimo na colinesterase periférica. Não produz toxicidade hepática. Dose inicial de 5mg\dia 1x 
ao dia aumentando para 10mg\dia em 4 semanas, se tolerado. Se provocar alterações do sono, tomar pela 
manha. 
Tartarato de rivastigmina: inibidor seletivo da acetilcolinesterase e butirilcolinesterase. Os efeitos 
adversos podem ser reduzidos se adm junto a refeição e aumento lento da dose. 
Galantamina: inibidor seletivo e competitivo da acetilcolinesterase, além de potencializar a 
neurotransmissão colinérgico-nicotínica. Quando junto as refeições sua absorção é reduzida diminuindo 
efeitos colaterais. 
Antagonistas dos receptores do N-metil-d-aspartato: 
O bloqueio desse receptorde glutamato pode proteger contra a toxicidade produzida pelos efeitos 
excitatórios excitatórios do AA, que pode levar a morte celular. 
Memantina: antagonista não competitivo do receptor NMDA com o qual possui afinidade baixa a 
moderada, e pode bloquear seletivamente os efeitos excitatórios tóxicos associados à transmissão anormal do 
glutamato. Usada no tratamento de formas moderadas e graves. 
 
Principais diferenças entre as incapacidades cognitivas 
Depressão 
 
A intensidade da depressão varia de leve a intensa, de agusa a crônica, de um ou dois episódios a vários, e de 
uma recuperação completa à ausência de qualquer melhora. 
 
Quadro clínico: A alteração do humor mais comum consiste no sentimento de tristeza, embora alguns pcts 
manifestem perda da vitalidade, sonolência e pobreza de pensamento e não pensamentos tristes. 
Nessa forma, a desesperança, mesmo que relativa apenas à condição do pct está presente. A desesperança 
entristecida e o desespero podem girar em torno de uma ideia central, que pode ou não ter conteúdo 
delirante, mas o transtorno do humor afeta todos os componentes da atividade mental, além do delírio. O 
paciente sempre tem sentimentos tristes e desesperadores sobre qualquer tema. 
 
 
Existem duas formas: ansiosa e melancólica. 
Ansiosa: intensa ansiedade. Ideia central depressiva pode predominar e a elaboração mental pode ser extensa 
O sono tende a ser perturbado, geralmente com insônia inicial, eventualmente com despertares frequentes e 
classicamente com despertar precoce, no inicio da manhã. A acordar os pacientes estão exaustos e ansiosos. 
Melancólica: pacientes se tornam hipoativos, algumas vezes sonolentos. O conteúdo ideacional pode ser 
esparso e elaboração mental é mínima. O sono tende a estar aumentado. 
Em ambas as formas os pacientes exibem tristeza. Os ansiosos, são chorosos ao passo que os melancólicos 
tendem a se mostrar sussurrantes e com tristeza mal definida. 
A depressão cronica leve tende a ser mais discreta e geralmente afeta durante muitos anos os 
relacionamentos interpessoais, a produtividade no trabalho e capacidade de se divertir. 
Como a depressão é frequentemente sentida no corpo a principal manifestação da doença pode ser um ou 
mais sintomas corporais ou funcional (transtorno somatoforme) que varia desde tremores e preocupações 
hipocondríacas até o delírio somático psicótico. 
 
Tratamento 
Mais eficaz quando se associa a terapia farmacológica a psicoterapia Se o paciente for muito agitado e 
ansioso pode se associar antidepressivos e ansioliticos leves. Pacientes com sintomas psicóticos a associação 
de um agente antipsicótico é fundamental. 
Eletroconvulsoterapia é rapidamente eficaz nos pacientes com delírios ou grande propensão ao suicídio. 
Terapia cognitivo-comportamental que se concentra nos pensamentos conscientes negativos, a terapia 
interpessoal, voltada para os pontos fortes e qualidade dos relacionamentos sociais ou a terapia 
psicodinâmica focada na experiencia emocional da doença e perdas precedentes podem ser eficazes. 
 
INIBIDORES DA CAPTURA DE MONOAMINAS 
Inibidores seletivos da captura de serotonina (5-HT): são os mais utilizados. Melhora o comportamento 
 Fluoxetina: proscrito para o idoso. Maior risco de interação medicamentosa. 
 Paroxetina: Maior risco de interação medicamentosa. Não é muito utilizado, afeta o citocromo P450. 
Melhora bastante a ansiedade, mas tem muitos efeitos adversos, principalmente gástricos. Induz 
parkisonismo. Reação de abstinência. 
 Sertralina: Menos potencial de interação medicamentosa. Antiagregante plaquetário. Diarréia. 
 Fluvoxamina: menos náuseas que os demais. 
 Citalopram: Menos potencial de interação medicamentosa. 
 Escitalopram: Isômero S ativo do citalopram, menos efeitos adversos. 
Efeitos adversos: náuseas, diarreia, agitação, distúrbios de sono, anorgasmia, hiponatremia, bradicardia, 
disfunção da PA. 
 
ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS: Inibição da captura de NE e 5-HT 
 Nortriptilina: Levemente seletivo para NE. Menos efeitos colaterais. Longa duração e menos sedativo. 
Bom efeito sobre dor. Usado na depressão e transtornos de ansiedade. 
 Imipramina: proscrito para o idosos. 
 Desipramina: Seletivo para NE. 
 Amitriptilina: proscrito para o idoso. 
 Clomipramina: proscrito para o idoso. 
Efeitos adversos: Sedação, efeitos anticolinérgicos (boca seca, constipação, retenção urinária, visão 
embaçada, hipotensão postural, crises convulsivas, impotência. 
 
ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS: 
Venlafaxina (DUAL): inibidor fraco e não seletivo da captura de NE e 5-HT. Ação mais rápida que os 
outros antidepressivos e de melhor eficácia em pacientes resistentes ao tratamento (depressões graves). 
Efeitos adversos: náuseas, diarreia, constipação, sudorese excessiva, disfunção sexual, HA, eventos 
cardiovasculares (arritmias), boca seca e retenção urinária. 
Duloxetina (DUAL): potente inibidor não seletivo de NE e 5-HT. Menos efeitos adversos agudos, mas com 
risco de interações medicamentosas importantes. Ação na dor neuropática. 
Efeitos adversos: náuseas, vômitos, perda ponderal, tontura, boca seca, diarreia, constipação, fadiga, insônia 
e sonolência. 
 
INIBIDORES SELETIVOS DA NE 
Bupropiona: inibidor seletivo da captura de NE, mas também inibe a captura de dopamina. Usado 
principalmente na depressão associada à ansiedade e em pcts mais jovens. Melhora a libido. Usado também 
para tratar a dependência de nicotina. Diminui o limiar de convulsão. Utilizado em caso de anorexia. 
Efeitos adversos: Cefaléia, boca seca, agitação e insônia. 
 
ANTAGONISTA DO RECEPTOR DE MONOAMINA 
Mirtazapina: Inicio de ação mais rápido que outros antidepressivos. Depressão e distúrbios do sono. Menos 
efeitos adversos. Possui ação sedativa. 
Efeitos adversos: boca seca, tontura, fadiga e ganho de peso. Contraindicação: em uso de inibidores da 
monoamino. 
Trazadona: Causa sonolência, importante para pcts que sofrem de insônia. 
Efeitos adversos: sedação, hipotensão, disritmias cardíacas, priapismo. 
 
 
Osteoporose 
Definição: Distúrbio osteometabólico carcterizado pela dimimuição da densidade mineral óssea e 
deterioração da sua microarquitetura, levando a um aumento da fragilidade óssea e do risco de fraturas. 
Epidemiologia: Prevalência e gravidade aumentam com a idade e as fraturas estão associadas à elevada taxa 
de morbimortalidade. A partir dos 50 anos 40% das mulheres e 13% dos homens poderão sofrer algum tipo 
de fratura por fragilidade. 
 
Classificação 
Primária 
 Tipo I: predomina em mulheres, associada à menopausa, perda acelerada de osso trabecular, 
ocorrências de fraturas vertebrais 
 Tipo II: acomete mulheres e homens idosos, compromete osso cortical e trabecular, ocorrência de 
fraturas vertebrais e de fêmur. 
Secundária: mais frequente no sexo masculino, principalmente uso de corticoides, hipogonadismo e 
alcoolismo. Associada à endocrinopatias, drogas, doenças genéticas, artrite reumatoide, doenças 
gastrointestinais, transplante de órgãos, imobilixação prolongada, tumores, anemias crônicas, mastocitose, 
tratamento prolongado com heparina. 
 
Quadro clínico: evolução silenciosa, pct assintomático até ocorrência de fratura. Fraturas mais comuns: 
vertebrais, terço distal do rádio (fratura de Colles), úmero, fêmur e pequenos ossos periféricos. 25% dos pcts 
que sofrem fratura de fêmur morrem após 1 ano. Fraturas e microfraturas vertebrais sucessivas evoluem com 
episódios de dor aguda. Com o tempo surgem deformidades esqueléticas características, como acentuação da 
cifose dorsal, da lordose cervical e retificação da coluna lombar. Dores e deformidades contribuem para 
restrição dos movimentos respiratórios, facilitando infecções e quadros de constipação crônica. 
Fatores de risco 
Maiores: 
 Sexo feminino 
 Baixa massa óssea 
 Fratura prévia 
 Raça asiática ou caucásica 
 Idade avançada em ambos os sexos 
 História materna defratura por fragilidade e ou osteoporose 
 Menopausa precoce não tratada (antes dos 40 anos) 
 Tratamento com corticóides 
Menores: 
 Amenorréia primária ou secundária 
 Hipogonadismo primário ou secundário em homens 
 Perda de peso após os 25 anos ou IMC< 29 (baixo) 
 Tabagismo, alcoolismo, sedentarismo 
 Tratamento com outras drogas que induzem perda de massa corpórea (heparina, varfarina, fenobarbital, 
fenitoina, carbamazepina, lítio e metrotexato) 
 Imobilização prolongada 
 Passado de dieta pobre em cálcio 
 Doenças que induzem a perda de massa óssea 
 
Exame físico 
Estatura: indivíduos com baixa estatura têm ossos mais finos e são mais propensos a osteoporose. A perda 
súbita de estatura é sinal de fratura vertebral. 
Peso: obesos apresentam menos perda óssea nas regiões de sustentação (coluna lombar e quadril). 
Hipercifose dorsal: sinal de múltiplas fraturas vertebrais, com colabamento das mesmas. Sugere fortemente 
osteoporose, dificuldade respiratória e maior propensão a infecções. 
Abdome protruso: deformidades de coluna. 
Outras deformidades esqueléticas: sugestivas de fraturas prévias, indicam risco aumentado de novas 
fraturas. 
 
Exames complementares 
Avaliação laboratorial: exclusão de doenças que causam perda óssea e para investigação do metabolismo 
ósseo. 
Hemograma, VHS, cálcio, fósforo, fosfatase alcalina, creatinina, calciúria de 24h, urina rotina. 
Marcadores de remodelação óssea (usado para identificar períodos de alta atividade): 
 Fosfatase alcalina ósseo-específica: marcador de formação óssea. 
 Telopeptídeos urinários: marcador de reabsorção. 
Avaliação radiológica: só mostrarão alterações quando perda óssea for igual ou superior a 30%. Não é 
utilizada para diagnóstico precoce, sendo solicitada para diagnóstico de fraturas, diagnóstico diferencial de 
outras doenças, avaliação radiológica de coluna dorsal e lombar em caso de redução inesperada da estatura. 
Avaliação densitométrica (padrão-ouro): Rápido e não invasivo, emite pequena quantidade de radiação e 
possibilita medir a quantidade de osso em uma área de volume definido. Medições realizadas em coluna 
lombar, fêmur proximal, colo do fêmur ou fêmur total, sendo o colo do fêmur o melhor preditor de fratura de 
quadril. Os resultados são apresentados em valores absolutos e valores relativos (desvio padrão) tendo como 
referencia o adulto jovem. 
Critérios de desvio padrão: 
 Até -1 DP: Normal 
 De -1,1 a -2,5 DP: Osteopenia 
 Abaixo de -2,5 DP: Osteoporose 
 Abaixo de -2,5 DP na presença de fratura: Osteoporose estabelecida 
Para cada diminuição em DP, o risco de fratura aumenta 1,5 a 2,5 vezes. 
Indicações para densitometria óssea: 
Todas as mulheres com idade > 65 anos e homens > 70 anos tem indicação para avaliação densitométrica. 
Deve ser feito também em mulheres de 60 a 64 anos com fatores de risco como baixo peso e ausência de 
reposição estrogênica. 
Fatores de risco que justificam a propedêutica em mulheres < 65 anos: história familiar de osteoporese, 
fratura por trauma mínimo após 45 anos, tabagismo e baixo peso. 
Em homens < 70 anos com fatores de risco como fratura, hipogonadismo, hiperparatireoidismo e uso 
prolongado de corticoide. 
O exame deve ser realizado a cada 2 anos em pcts com intervenção medicamentosa ou não. 
Indicações gerais: 
 Todas as mulheres com idade > ou igual a 65 anos e homens > ou igual a 70 anos. 
 Mulheres com deficiência estrogênica com menos de 45 anos 
 Mulheres na peri e pós-menopausa (com um fator de risco maior e dois menores) 
 Mulheres com amenorreia secundária prolongada (por mais de 1 ano) 
 Todos os indivíduos que tenham sofrido fratura pro trauma mínimo ou atraumática 
 Indivíduos com evidências radiográficas de osteopenia ou fraturas vertebrais 
 Indivíduos que apresentam perda de estatura >2,5cm ou hipercifose torácica 
 Indivíduos em uso de corticoide por 6 meses ou mais (prednisona > ou igual a 7,5mg\dia) 
 Mulheres com IMC baixo (<19) 
 
Tratamento 
Não farmacológico\prevenção 
Nutrição: Principal nutriente para um esqueleto saudável é o cálcio, presente no leite, derivados e folhas 
verdes. Consumo excessivo de proteínas e cálcio está relacionado ao aumento da excreção renal de cálcio. 
Aveia e espinafre, ricos em ácido fítico e ácido oxálico, bloqueiam a absorção de cálcio presente nesses 
alimentos e em outros ingeridos ao mesmo tempo. 
Vitamina D, papel importante na absorção e incorporação de cálcio e atuação positiva no trofismo muscular. 
A necessidade de cálcio está aumentada na infância, adolescência, gravidez e amamentação e em pessoas 
idosas quando absorção limitada. 
Recomenda-se ingestão de 1g de cálcio por dia para homesn e mulheres < 50 anos. Mulheres > 50 anos 
recomenda-se ingestão de 1,5g\dia. O ideal seria obter essa qualtidade através da dieta, mas muitas vezes é 
necessário a suplementação. 
Efeitos colaterais: náuseas, dispepsia e constipação. Para minimizar recomenda-se uso após refeição e maior 
aporte de alimentos laxantes. 
A vitamina D apesar de sintetizada na pele sob catalisação dos raios solares necessita ser suplementada em 
idosos. A síntese cutânea em idosos equivale a 1\3 da produção do indivíduo jovem, o idoso permanece 
maior parte do tempo em ambientes fechados e utiliza roupas mais pesadas. 
Dose diária: 400UI\dia para homens e mulheres entre 51 e 70 anos e 600UI\dia para mulheres >71 anos. 
Mulheres institucionalizadas e com baixa exposição solar devem receber 800UI\dia. 
Hábitos de vida 
Fumo: deve ser evitado. Mulheres fumantes apresentam níveis de estrogênio mais baixos que mulheres não 
fumantes e iniciam menopausa mais precoce. 
Álcool: consumo de altas doses relacionado a perda óssea aumentada, além disso são mais propensos a 
fraturas devido a ma-nutrição, risco maior de quedas e mutiplas ações do álcool sobre o metabolismo ósseo. 
Atividade física: prevenção e tratamento. São benéficos aqueles realizados contra a resistência da gravidade 
ou exercícios com carga como caminhadas e musculação leve. Além disso, melhora o trofismo, equilíbrio, 
mobilidade, qualidade do sono, auxilia no controle de doenças como HAS e DM. Deve ser recomendada a 
todo idoso dependendo das comorbidades durante período mínimo de 30 minutos diários, com intervalos de 
24-48 horas. 
Prevenção de quedas: principal causa de morte acidental em idividuos com >65 anos. Medida preventiva é 
a correção de fatores ambientais, atividade física e prescrição conscienciosa de medicamentos. 
Farmacológico 
Agentes anti-reabsortivos: 
Terapia de reposição hormonal: estrogênios previnem a perda de osso trabecular e cortical e aumentam a 
densidade óssea da coluna e quadril. O uso exclusivamente para prevenção e tratamento da osteoporose não é 
recomendado visto que aumenta o risco de desenvolvimento de demência. 
Moduladores seletivos dos receptores de estrogênio: Raloxifeno agonista estrogênico no perfil lipídico e 
na massa óssea, sem interferência na mama e no endométrio. Previne a perda de massa óssea e promove 
discreto aumento da densidade óssea da coluna e quadril. Diminui o risco de fraturas vertebrais sendo 
aprovado para prevenção e tratamento. Dose: 60mg por dia VO. Efeitos colaterais: fogachos, câimbras e 
fenômenos tromboembólicos venosos. 
Calcitonina: previne a perda óssea trabecular e apresenta pouca ação sobre o osso cortical, reduz as fraturas 
vertebrais e produz efeito analgésico. Dose: 100UI SC ou 200UI spray nasal. Efeitos colaterais: náuseas, 
reações inflamatórias locais, rubor facial, rinite e epistaxe. 
Bifosfonatos: derivados do ácido pirofosfônico, mecanismo de ação relacionado com a absorção do 
medicamento pelo osteoclasto, com alteração do metabolismo e apoptose celular. Previnem a perda de massa 
óssea e aumenta a DMO em coluna lombar e fêmur proximal e reduzem o risco de fratura. Alendronato, 
dose: 70mg\semana Risendronato, dose: 35mg\semana. Devem ser tomadas com agua,em jejum, 30 
minutos antes do cfé da manha e o paciente deve permanecer sentado ou em pé durante esse período pelo 
risco elevado de esofagite erosiva. Efeitos mais comuns, pirose, azia, indigestão. 
Agentes estimuladores da formação óssea: Paratormônio, utiliza-se molécula análoga contendos os 
primeiros 34 AA. Ganho de massa óssea na coluna e quadril. Redução do risco de fraturas vertebrais e não 
vertebrais. Indicado nos casos de osteoporose grave ou com fraturas. Dose: 20microgramas SC. Uso limitado 
a 24 meses nos EUA, devido ao desenvolvimento de osteosarcoma. Alto custo limita utilização.

Continue navegando