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Prática Simulada - Mandado de Segurança - PROVA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA CÍVEL DA COMARCA DE X. 
VITÓRIO, brasileiro, estado civil xxxx, aposentado, portador do RG nº xxx e CPF nº xxx, residente e domiciliado no endereço, bairro, município, UF, CEP xxx, por meio de seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência impetrar 
MANDADO DE SEGURANÇA C/C PEDIDO LIMINAR, nos termos do artigo 5º, LXIX, da Constituição Federal de 1988, e artigo 1º da Lei 12.016/09, 
em face do ato emanado pelo Sr. SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE, nome, brasileiro, estado civil xxxx, cujas atividades são vinculadas a Secretaria Municipal de Saúde, com endereço profissional, bairro, Município, com sede Comarca X, CEP nº xxx, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
I - DOS FATOS
A pessoa do impetrante trata-se de pessoa idosa, aposentada por invalidez fazendo jus ao recebimento de 1 (um) salário mínimo mensal. Vitório em decorrência da atividade laboral que exerceu por mais de 3 três décadas, exposto a agentes nocivos a saúde, encontra-se acometido por doença, a qual faz jus a utilização de um medicamento controlado, cujo a falta ou a má administração deste poderá colocar sua vida em risco. 
O medicamento é fornecido pelo posto de saúde local, sendo que o ora, impetrante exerce o seu direito de ter o medicamento fornecido pela Secretária Municipal de Saúde comparecendo ao local no dia 05 de cada mês, lhe sendo garantido a quantidade de remédios necessária a utilização pelo prazo de 30 dias. 
Vitório, compareceu ao posto de saúde no último dia 08 é foi informado pelo Diretor do referido posto que o remédio em questão, não foi entregue pela central de distribuição, visto que, o município fundado no argumento de que havia sido acometido por grave crise financeira, não adimpliu com a obrigação junto aos fornecedores, na data do fato a inadimplência já se prolongava por 06 (seis) meses.
Sendo o cidadão ora, consciente de seus direitos, formulou no dia seguinte aos acontecimentos, requerimento ao Secretário Municipal de Saúde, com o intuito de questionar a autoridade responsável pela administração da dotação orçamentaria destinada a Saúde e responsável também pela aquisição de medicamentos encaminhados a central de distribuição, órgão por ele dirigido. O impetrante esclareceu que a falta do medicamento de uso continuo colocaria sua vida em risco. 
	Em resposta escrita, o Secretário reconheceu a necessidade do medicamento por parte de Vitório, visto que fatos já haviam sido documentados pelos médicos do posto de saúde, que adotou as providencias necessárias á solução da questão, mas que a solução depende de repasse de receitas á serem aplicadas na Saúde Municipal repasse este que será feito pelo Governador do Estado e que ocorria dali a 150 (cento e cinquenta dias). Nesse meio tempo, sugeriu que Vitório procurasse o serviço de emergência sempre que seu estado de saúde sofresse alguma piora em virtude da falta de medicação adequada. 
Dessa forma, diante do direito e da necessidade do fornecimento da medicação de uso continuo e o direito a saúde assegurado pela Constituição Federal, vem impetrar o presente mandado de segurança, contra os atos praticados pelo Secretário Municipal de Saúde do Município XXX. 
III - DO DIREITO 
Verifica-se que o direito á saúde configura-se como um dos direitos sociais, cabendo ao Estado sua promoção. O caso concreto, representa uma ofensa ao direito estabelecido na norma Constitucional e infraconstitucional como será demostrado. 
Os arts. 6º e 196º da Constituição federal: 
Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (EC no 26/2000, EC no 64/2010 e EC no 90/2015)
Direitos quem devem ser assegurados aos cidadãos pelos entes federados segundo a CF/88: 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: (EC no  53/2006 e EC no 85/2015)
II–cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
O acesso a saúde é direito de todos e dever do Estado garantir os meios para a implementação deste direito através de políticas sociais que busquem a redução dos riscos de doenças e outros agravos art. 196 CF/88. Conforme documentação anexa e relato do próprio impetrante, não restam dúvidas sobre o potencial agravo no quadro de saúde que o Vitório terá, pela falta da utilização do medicamento adequado a tratar sua enfermidade. Assim como reconhecido pelo próprio Secretário de Saúde. 
Corroborando este entendimento Lei nº 8.080/90: 
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
Importante ressaltar a obrigação do Município de agir em observância ao art. 198, inciso, II da CF/88, a falta de medicação adequada, constitui uma afronta aos direitos fundamentais em especial o art. 1º inciso, III da CF/88 a dignidade da pessoa humana. A situação a qual Vitório, está sendo exposto, além de agravar o quadro de sua enfermidade, ainda pode o levar a morte, o art. 5º §1º. 
Portanto, existe a necessidade de que seja assegurada a efetividade do direito social a saúde, motivo que justifica a escolha da ação constitucional em questão, visto trata-se de direito líquido e certo, baseado em prova pré-constituída, tendo em vista o reconhecimento do Secretário de Saúde a respeito do caso e da necessidade de Vitório e do direito de acesso ao medicamento. Art. 5º, inciso LXIX. 
IV - MEDIDA LIMINAR COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA
Nos termos do art. 300 do CPC, a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Frisa-se que, com objetivo de garantir a efetivação imediata do seu direito liquido e certo, já devidamente comprovado, mediante todos os documentos que acompanham está inicial, requer o impetrante que seja concedida a antecipação da tutela. 
Destarte, requer que seja determinado o imediato fornecimento do medicamento pleiteado, tendo em vista que a demora na entrega poderá resultar em graves complicações de saúde do impetrante podendo evoluir a óbito. Importa salientar que o deferimento da liminar resguarda não só o direito a vida do impetrante, mas também sua dignidade. 
V - DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer: 
A) Que seja concedida a Liminar, em sede de Mandado de Segurança, ordenando á autoridade coatora o imediato fornecimento do fármaco pleiteado; 
B) Que seja notificada a autoridade coatora, nos termos do art. 7º, inciso I, da Lei nº 12.019/09;
C) Requer que seja ouvido o Ilustre representante do Ministério Público, nos moldes do artigo 7º, inciso II, da Lei nº 12.016/09; 
D) Requer que seja julgado procedente o pleito, confirmando- se a liminar anteriormente concedida, e que seja, concedida a segurança em definitivo,enquanto perdurar a necessidade do uso do medicamento pelo impetrante. 
Dá-se à presente ação o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) 
Nestes termos, pede deferimento.
Município Alfa, 17 de março de 2021.
Advogada
OAB xxx.xxx

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