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Comportamento do Consumidor Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Vagner Novaes Revisão Textual: Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira Compreendendo o Consumidor • Compreendendo o Consumidor; • O que é o Comportamento do Consumidor? • Conceito de Cultura e Consumo; • Grupos de Pertencimento; • O Processo Decisório de Consumo; • Necessidades e Desejos no Processo de Consumo. • Estudar algumas teorias que defi nem o comportamento do consumidor; • Discutir o conceito de cultura, suas formas de transmissão e infl uências no processo de consumo e conheceremos os grupos de pertencimento que infl uenciam a decisão de compra de um bem tangível ou intangível; • Apreender o conceito de necessidades e desejos sob a ótica da psicologia e do marketing. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Compreendendo o Consumidor Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Compreendendo o Consumidor Introdução A expressão “consumidor” é bastante antiga, mas com a evolução dos mercados, ganhou significados e conotações que não tinha em outros momentos. De acordo com Giacomini Filho (1991;16), consumidor designa “todo e qualquer ser humano, pois qualquer um tem possibilidade de consumir algo, seja oxigênio, sangue, água ou outros elementos e produtos”. A Lei Federal Nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, que dispõe sobre a pro- teção do consumidor, o define como “toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final” e completa em parágrafo único: “Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo”. Em outras palavras, podemos dizer que o termo “consumidor” compreende pro- dutores, empresários, instituições, grupos de pessoas, comerciantes e, até mesmo, um estado ou país que estabeleça algum tipo de relação de consumo. Segundo Giacomini Filho: Há quem faça distinção entre consumidor e comprador, uma vez que o primeiro teria apenas função de desgastador e o segundo, de pagador ou agente da aquisição. É claro que em termos específicos a diferenciação é precisa, mas em situações genéricas não se nota substância para uma contraposição, já que num contexto alguém é comprador, pode sê-lo, e fatalmente o é, consumidor em outro. (GIACOMINI FILHO, 1991;18) Apesar das diferenças dos termos e definições que possibilitam ampliar o nosso estudo, nesta unidade nos limitaremos a observar o ser humano enquanto consu- midor, procurando compreender os fatores e relações que influenciam em suas escolhas e no seu comportamento de compra diante de um mercado com inúmeras opções de consumo. Figura 1 – A busca pela satisfação do cliente é um dos principais objetivos do marketing Fonte: iStock/GettyImages 8 9 Ao final das quatro unidades da disciplina “Comportamento do Consumidor”, teremos condições de entender como as empresas utilizam os estudos da psicolo- gia em estratégias de marketing, com o intuito de propiciar experiências de consu- mo que satisfaçam plenamente às necessidades e desejos do público alvo. O que é o Comportamento do Consumidor? Há muito se discute a origem da humanidade, e sabe-se pela ciência que a es- pécie humana se desenvolveu ao longo de muitos bilhões de anos. Passou pelo processo de evolução até chegar aos homens modernos que reconhecemos hoje. É possível afirmar que cada espécie evoluiu em sua singularidade, e a partir des- sa evolução novas ciências passaram a estudar o gênero humano, aprofundando o conhecimento nas diversas transformações físicas e emocionais desses seres. Filósofos, sociólogos, antropólogos, dentre outros estudiosos, analisaram as vivên- cias sociais expressas pelo contexto histórico de cada época. Em especial, a área da psicologia atentou-se a estudar amplamente o comportamento humano, desde o seu jeito de pensar até a sua forma de agir, e é neste ponto que discutiremos alguns aspectos relevantes das observações sociais que nos envolvem, pois o fato de estarmos inseridos numa sociedade facilita a observação humana. Seguimos comportamentos de determinados grupos (escola, trabalho, família etc.) e assumimos nossas preferências desde muito pequenos, mas porque vivemos em grupo e trazemos ensinamentos culturais e religiosos, aprendemos a desenvol- ver um certo gosto pelas coisas, sejam objetos, marcas, pessoas etc. Todos esses hábitos observados e aprendidos pelos indivíduos, não somente na família, mas como parte da sociedade, são inseridos em algo bem mais amplo, e que conhece- mos pelo nome de cultura. E por que somos ensinados, a sociedade espera dos indivíduos comportamentos até certo modo previsíveis. Por esse motivo, a ciência da psicologia dedicou uma área para estudar somente o comportamento do consumidor. Karsaklian (2004;14) afirma que “o ser humano é um ser social e que vivendo em sociedade, ele se sub- mete a certas circunstâncias e pressões que vão influenciar seu comportamento”. É importante deixar claro que o comportamento esperado pelo indivíduo varia entre as classes sociais, pois se esse mesmo indivíduo estiver inserido numa camada social de baixa renda, com certeza o comportamento de consumo será diferente de um comportamento de outra pessoa com poder aquisitivo melhor. Há também que se levar em conta o estilo de vida e o fato de como o cidadão a conduz, certamente isso tudo gera um grande impacto em suas decisões de compra. Como evidenciado acima, vale ressaltar que tudo isso está inserido numa deter- minada cultura. Da mesma forma que valores culturais e religiosos diferem de uma sociedade para outra, os comportamentos de consumo também, pois as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelos indivíduos trarão diferenças de comportamento em relação ao mesmo produto. 9 UNIDADE Compreendendo o Consumidor Ao falarmos de consumo é preciso ter em mente que deve haver o “ato da com- pra” e é nesse ponto, em especial, que a área da psicologia, a partir de diversos estudos, estabeleceu alguns modelos de comportamento do consumidor que trata- remos com especificidade mais à frente. Você verá que o cliente percorre um longo trajeto até chegar a uma decisão final. A análisedesse percurso é um desafio, pois pesquisar o ser humano, bem como o seu processo de consumo não é tarefa fácil, mas sim uma ação desafiadora. Conceito de Cultura e Consumo Podemos definir cultura como a compreensão de normas, crenças, valores, ideias, conhecimento, linguagem, comportamentos e costumes que podem ser aprendidos ou compartilhados por pessoas que fazem parte de um mesmo grupo social. O conceito de cultura está associado aos processos de convívio em socieda- de e de aprendizagem a que o indivíduo está submetido. Merlo (2014) afirma que: A relação entre cultura e aprendizagem dá-se devido ao fato de que os no- vos membros de uma sociedade são expostos a um processo de socialização por meio do qual os indivíduos mais antigos compartilham crenças, valores e costumes com os novatos, que passam por um processo de aprendizado e internalização da cultura vigente naquela sociedade. (MERLO, 2014;13) Uma cultura pode ser aprendida a partir de dois conceitos essenciais: Figura 2 – Indígenas brasileiros da tribo Dessana mostram seu ritual durante uma expedição no Rio Negro na floresta amazônica Fonte: iStock/GettyImages • Endoculturação: É o reconhecimento e aprendizagem da cultura praticada no grupo em que o indivíduo se desenvolveu, adotando os valores e comporta- mentos que são tidos como apropriados ou necessários pelo grupo. 10 11 Figura 3 – Turista que visita a Igreja do Bonfi m, em Salvador, Bahia Fonte: iStock/GettyImages • Aculturação: É o processo de aquisição e adesão a uma outra cultura (Iden- tificação Cultural). Também pode acontecer pela adoção mútua de costumes pertencentes a culturas diferentes. A cultura é um elemento facilitador das relações interpessoais que ocorrem em um determinado grupo ou sociedade, gerando um padrão de comportamento acei- to pela maioria. A cultura é a base para a comunicação entre os indivíduos. Basi- camente ela é composta por sete elementos: • Valores: Crenças relacionadas à forma de agir, pensar e sentir em determinado contexto social. • Linguagem: Signos, significados e significantes que facilitam a comunicação. • Mitos: Contos que ilustram os valores partilhados pelos mem- bros de uma sociedade. • Costumes: Padrões comportamentais difundidos entre os membros de determinada sociedade. • Rituais: Padrões de comportamento que possuem um signifi- cado simbólico. • Artefatos materiais: Bens tangíveis compartilhado pelos membros de uma sociedade. • Leis: Normas formais que representam os valores centrais de uma sociedade. Adaptado de: MERLO, Edgard Monforte, CERIBELI, Harrison B. Comportamento do Consumidor. LTC, 2013, p.11 11 UNIDADE Compreendendo o Consumidor Podemos dizer que, em nossa sociedade, os meios mais habituais de transmissão da cultura são: Figura 4, 5 e 6 Fonte: iStock/GettyImages • A família: Através do processo de repasse dos valores, linguagem, costumes; • As instituições religiosas e educativas: Por meio dos ritos, mitos, regulação normativa; • Os meios de comunicação de massa: Diariamente emitem uma variedade de estímulos por meio da comunicação persuasiva sobre o que é bem visto e bem aceito pelos membros da sociedade. A cultura engloba-se dentro dos elementos ambientais que influenciam todo um coletivo de consumidores. Para comercializar com êxito um produto ou serviço é necessário compreender os fatores culturais que afetam o processo, já que a con- duta de compra das pessoas é influenciada pelos valores culturais que estão envol- vidos com as necessidades emocionais e racionais, isto é, os indivíduos realizam as compras no ambiente social da sua cultura, em que muitos grupos sociais podem influenciar essa conduta. Para realizar nossas escolhas, por vezes confiamos nas sugestões e opiniões de pessoas próximas, familiares, amigos. Seja de maneira intencional ou não, esta influência pessoal afeta a nossa forma de pensar e agir, simplesmente porque faze- mos parte do meio social. A publicidade, por vezes, faz uso deste conhecimento como estratégia comer- cial, e divulga produtos e serviços reproduzindo a forma de pensar e agir dos gru- pos sociais a que o consumidor se identifica. Um bom exemplo deste processo são as peças desenvolvidas para divulgar o Itaú, patrocinador oficial da seleção brasileira no período da copa do mundo de 2018. A campanha mostra o desejo de conquista e o clima de patriotismo que tomou conta de todo o país durante o mundial de futebol. As peças, que tinham como chamada a frase “Mostra tua força Brasil”, apresentavam, além dos elementos que identificam a marca, um público jovem composto por jovens cantores ou anôni- 12 13 mos que representam uma nova geração de brasileiros, que vibra, torce e luta pelo país, mesmo em um momento de crise, seja no futebol ou seja no cenário político e econômico. Figura 7 – Peça publicitária desenvolvida pela Agência África para o Banco Itaú Fonte: Divulgação Assista a íntegra da peça comercial da campanha “Mostra tua força Brasil desenvolvida pela agência África para o banco Itaú em: https://youtu.be/g1Ybv8EhlP4Ex pl or A campanha do banco Itaú utiliza a linguagem do futebol e a união do povo em torno do esporte para divulgar a sua marca para os públicos de interesse. Os estudos sobre o comportamento do consumidor indicam que o ser humano interage com o meio que está a sua volta. Ele se relaciona com os demais compo- nentes de seu grupo social que, por sua vez, pode evoluir com a integração de no- vos membros, ou diminuir, a partir do momento que o membro deixa de se identifi- car com a causa do grupo, ou outros motivos que ocasionem o seu distanciamento. Os grupos sociais compartilham opiniões e exercem funções de utilidade para os seus membros. No estabelecimento das estratégias de marketing, torna-se impres- cindível conhecer as características de cada um desses grupos, almejando aproxi- mar-se das suas necessidades e dar uma resposta mais eficaz. Grupos de Pertencimento Como vimos no tópico anterior, os indivíduos que fazem parte de um mes- mo grupo social, embora apresentem características diferentes umas das outras, possuem uma identidade comum, algo que possa ligar os seus interesses e suas ações. Os grupos sociais também apresentam normas interiorizadas que facilitam a convivência. 13 UNIDADE Compreendendo o Consumidor Devemos compreender a sociedade como uma estrutura heterogênea, na qual cada ser humano exerce um papel único e exclusivo. A sociedade é formada por grupos sociais que reúnem indivíduos que apresentam características similares e que realizam atividades e projetos habituais em conjunto. Os grupos sociais ou grupos de pertencimento melhoram a autoestima, agre- gam valores e ajudam na formação de sua identidade e cultura. Os grupos podem ser definidos como: • Grupos familiares: a sua importância provém dos valores disseminados desde a infância e à frequência do contato; • Grupos de amigos: são o grupo informal que cobre as necessidades de com- panhia e segurança do indivíduo fora da família; • Grupos formais sociais: tratam-se de grupos organizados com objetivos de- terminados, e que influem no consumo de certos produtos;. • Grupos laborais: pelo tempo de convivência com outras pessoas no ambiente de trabalho, criam-se grupos onde se trocam ideias e opiniões, e os compa- nheiros de trabalho podem se converter em influenciadores. Figura 8 – Grupos sociais ou de pertencimento Fonte: Adaptado de iStock/GettyImages De acordo com o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, o termo família pode ser definido como o “núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos, que geralmente compartilham o mesmo espaço e mantêm entre si uma relação solidária e estável”. Por mais que muitas pessoas criem polêmicas sobre o conceito, hoje não há como ter uma visão estagnada sobre família. O elemento primordial na sua constituição é a vontade, entre as partes, de se unirem pela afetividade. Qual a sua opinião sobre esta questão? Ex pl or 14 15 O Processo Decisóriode Consumo A decisão de consumo pode ser influenciada por diversos fatores: motivações inter- nas, motivações sociais ou até mesmo a propaganda, exercem influência na decisão do consumidor. Em geral, três elementos interagem a ponto de interferir no processo de com- pra, são eles: • Diferenças individuais; • Influências ambientais; • Processos psicológicos. As diferenças individuais são as próprias características do consumidor. O co- nhecimento, o estilo de vida, a motivação, os valores e a atitude fazem parte des- sas características. No que tange às influências ambientais, podemos relacionar o meio social em que o sujeito está inserido, a cultura praticada, a participação da família, trabalho etc. Os processos psicológicos incluem a aprendizagem, adaptação do comporta- mento diante das situações, mudança de atitudes. No momento da aquisição de um produto ou um serviço, todos esses elementos interagem e geram a decisão do consumidor, contudo, esta também recebe influên- cias do próprio produto e o local de consumo. Gióia explica que: As pessoas podem vir a consumir em diferentes locais e momentos, e isso altera, muitas vezes, o seu comportamento de compra. O produto pode ser consumido em casa ou em público, no trabalho, em restaurantes, na praia ou em qualquer outro lugar. No caso de produtos consumidos em casa, em geral, a decisão de compra é muito anterior ao consumo, en- quanto no caso de produtos consumidos em um restaurante, por exemplo, a decisão de compra é tomada no ato e influenciada pelas pessoas que acompanham o consumidor. O consumo é feito na presença de outras pessoas é diferente do realizado na privacidade do lar. (GIÓIA 2013, p.58) Em nossas casas, muitas vezes optamos por comprar produtos que atendam a todos os membros da família, por exemplo, um refrigerante de 2 litros. Ao sair- mos para um passeio ou frequentarmos uma festa em um local público achamos mais cômodo consumir o produto adquirido no local que visitamos. É claro que esta conveniência terá um preço: uma quantidade menor do produto gelado, e por vezes, terá o mesmo preço do produto que compramos para toda a família em outras ocasiões. Também julgamos a qualidade do produto pelos quesitos marca, qualidade e pre- ço. Os consumidores tendem a associar produtos mais caros com maior qualidade, porém, nem sempre esta regra representa a realidade. 15 UNIDADE Compreendendo o Consumidor O processo de decisão de compra passa por algumas etapas conforme indicado a seguir: Reconhecimento da Necessidade É quando o consumidor sente falta de alguma coisa. Gióia (2013;59) indica que este processo ocorre pela “percepção de que existe um estado de desconforto (físico ou psicológico) que pode ser ameniza- do para se voltar a um estado normal”. É a diferença entre como o indivíduo está se sentindo e como gostaria de se sentir. Esses estímulos podem ser internos e/ou externos, por exemplo: podemos sentir fome pelo fato de estarmos próximo do horário do almoço ou por sentirmos o cheiro do preparo de algum alimento próximo do local onde estamos. Busca de Informação Quando o consumidor reconhece a sua necessidade, parte em bus- ca das possibilidades para resolver o problema. A busca pode ser in- terna ou externa, por exemplo: podemos resgatar na memória alguns locais ou formas para saciar a fome ou buscar indicações de pessoas próximas sobre o melhor local para saborear certo tipo de alimento. Essa busca pode ser considerada rotineira, limitada ou estendida. Busca rotineira: toda busca interna realizada pelo consumidor, que descarta a coleta de novas informações; Busca limitada: O consumidor avalia algumas informações externas que o auxiliarão na tomada de decisão, contudo, esta análise não é determinante para a sua escolha; Busca estendida: Quando a decisão requer maior cuidado, o consumidor busca informa- ções externas e as avalia por maior tempo. Estas informações exercem maior influência em suas escolhas. Ex pl or Avaliação das alternativas Durante o processo de decisão, o consumidor pode se deparar com alternativas diferentes para satisfazer a mesma necessidade. De acordo com Gióia (2013), algumas dimensões específicas são utili- zadas para definição da compra, tais como preço, marca, origem e, em grande parte, sofrem com a influência situacional. O momento que antecipa a compra é definido pela chamada regra de decisão, que pode ser do modelo compensatório, ou não compensatório. Modelo Compensatório: as características do produto são avaliadas mentalmente. Um pon- to fraco avaliado no produto ou serviço pode ser facilmente substituído por um ponto forte. Modelo não compensatório: um ponto frágil do produto ou serviço não pode ser substitu- ído ou compensado por um ponto forte em outro quesito. Ex pl or 16 17 Compra Após identificar a melhor alternativa de consumo e decidir-se pelo produto ou serviço, a fase seguinte é a da compra propriamente dita. Apesar dessa definição, alguns fatores podem impedir a efetivação do processo. O consumidor pode não encontrar o produto ou a marca desejada, pode ter uma mudança em sua necessidade inicial ou ter novas informações que tornem a análise anterior insatisfatória. O desejo de almoçar em um restaurante pode ser frustrado pelo preço alto ou o cardápio que não agrada ao nosso paladar. Assim, optamos por um lanche em uma rede de fast food. O processo de compra pode ser dividido em quatro tipos: Totalmente planeja- da, Parcialmente Planejada, Não Planejada e Compra por Impulso. Compra Totalmente Planejada: o consumidor tem plena consciência daquilo que necessita e o que vai comprar. Tem plena convicção do preço, marca, qualidade e atributos do produto ou serviço; Compra Parcialmente Planejada: o consumidor tem consciência daquilo que necessita e o que vai comprar, mas tem dúvidas quanto ao preço e marca. Geralmente decide a aquisição no ato da compra; Compra Não Planejada: o consumidor não analisou os atributos do produto ou serviço, mas tem a intenção de compra, decidindo-a no ato da compra; Compra por Impulso: o consumidor não analisou os atributos do produto ou serviço, não apresentava intenção de compra, mas, ao ter contato com o artigo, cria o sentimento de ne- cessidade e urgência da aquisição. Ex pl or Pós-Compra O processo é encerrado com a avalição do ato de compra pelo consumidor. A continuidade da experiência com o produto, serviço ou a marca depende do grau de satisfação gerado pelo momento da com- pra atual. Outros fatores como desaprovação por parte dos membros do grupo de pertencimento e até mesmo o arrependimento do consumidor podem influenciar na continuidade do relacionamento do consumidor. Necessidades e Desejos no Processo de Consumo De acordo com Samara (2005), o propósito do marketing (incluímos aí a publi- cidade e propaganda) é satisfazer às necessidades e desejos dos consumidores por meio da produção de produtos e serviços. Conhecer as pessoas, suas necessidades, desejos e hábitos de consumo é tarefa primordial para a produção da comunicação persuasiva. Mas qual é a diferença entre as necessidades e desejos do consumidor? 17 UNIDADE Compreendendo o Consumidor Uma necessidade é uma condição insatisfatória do consumidor que o leva a uma ação de modificação. Essa ação é determinada pelo próprio indivíduo e o ambiente em que ele está inserido. Um desejo é querer, almejar e obter mais satisfação do que é absolutamente necessário para melhorar uma condição insatisfatória, os determinantes de desejos operam tanto em nível individual como no do ambiente. O reconhecimento da necessidade ocorre no momento que o consumidor sente falta de algo, um desconforto físico ou psicológico que pode ser suavizado a partir da ação que a satisfaça. Figura 9 - Abraham Harold Maslow Fonte: Wikimedia Commons Figura 10 – Pirâmide das necessidades de Maslow Fonte: Wikimedia Commons Abraham Maslow, um psicólogo norte-americano, destacou-se na década de 40 pelo lançamento de um estudorelacionado às necessidades humanas. Segundo Maslow, todo indivíduo é motivado segundo suas necessidades que se manifestam em graus de importância. As necessidades fisiológicas são as necessidades iniciais e as de realização pessoal são as necessidades finais, cada qual com sua influência na motivação e na realização do indivíduo. Na próxima unidade vamos conhecer um pouco mais sobre esta e outras teorias ligadas ao comportamento do consumidor. Até lá! 18 19 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos O que é Cultura? Os blogueiros Leonardo Cássio e Thais Polimeni apresentam algumas das muitas definições de cultura e alertam: cultura não é só o que você gosta. https://youtu.be/jsARoLo7m7E Leitura A Evolução da Ideia e do Conceito de Família Artigo do advogado Luis Fernando Augusto publicado no site Jusbrasil sobre o conceito de família na sociedade contemporânea. https://goo.gl/RZrURC Blog – Guia de Marketing O blog Guia de Marketing, desenvolvido por Julyana Dahan e Leonardo Lino Galucio, foi criado em 2016 com o objetivo de trazer conceitos, opiniões e conteúdo relevante sobre a área. No link a seguir você encontra uma complementação do tema Necessidades e Desejos no Processo de Consumo. https://goo.gl/yJ6SUx Lei Federal Nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 Íntegra da lei federal que dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. https://goo.gl/yCSxMW 19 UNIDADE Compreendendo o Consumidor Referências CHETOCHINE, Georges. O blues do consumidor: por que seu cliente não está satisfeito. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. GIGLIO, Ernesto Michelangelo. O comportamento do consumidor. 4.ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012. (livro eletrônico) GIOIA, Ricardo Marcelo. Fundamentos de marketing: conceitos básicos. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2013. (livro eletrônico) HELLER, Eva. A psicologia das cores: como as cores afetam a emoção e a razão. São Paulo: Gustavo Gili, 2013. HOYER, Wayne D. Comportamento do consumidor. São Paulo: Cengage Lear- ning, 2012. (livro eletrônico) KARSAKLIAN, E. Comportamento do Consumidor. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2004. MERLO, Edgard Monforte; CERIBELI, Harrison B. Comportamento do Consu- midor. São Paulo: LTC, 2013. SAMARA, B. S; MORSCH, M, A. Comportamento do Consumidor: conceitos e casos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. (livro eletrônico) SANT’ANNA, Armando. Propaganda: teoria, técnica e prática. 9. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2016. (livro eletrônico) SCHWERINER, Mário Ernesto Rene. Comportamento do consumidor: identifi- cando desejos e supérfluos essenciais. São Paulo: Saraiva, 2008. 20
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