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Câncer no Sangue

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↳Tumores sólidos ou neoplasias solidas são identificados como
de crescimento anormal de células em um tecido, com exceção do
hematopoiético. A partir disso, esses tumores podem ser divididos
em benignos e malignos, sendo classificados de acordo com o
tecido de origem.
↳As neoplasias sólidas são restritas ao seu local de formação e
as barreiras teciduais, formando massas tumorais, nos seus
estágios iniciais. Entretanto, nos estágios mais avançados essas
massas tumorais adquirem a capacidade de ser invasivas
conseguindo romper as barreiras teciduais e se expandir para
órgãos vizinhos e colonizar novos sítios. Além disso, esse
conteúdo tumoral/ novas células se tornam mais heterogêneas,
com mais mutações, se tornando mais agressivas.
↳As neoplasias surgidas de células mesenquimais sanguíneas, se
originam na medula óssea ou em tecidos linfáticos. Essas células
anômalas se infiltram a medula óssea, impedindo a produção das
restantes células normais e invadem o sangue e outros órgãos,
sendo chamadas de leucemias ou linfomas. Dessa forma, os
tumores não sólidos/ neoplasias hematológicas (NH) são
canceres resultantes do crescimento anormal de células
hematopoiéticas, sendo classificados como leucemias, linfomas,
mieloma múltiplo (MM) e síndromes mielodisplásicas (SMD). As
neoplasias originadas a partir de células da medula óssea são
chamadas de neoplasias mieloides, sendo classificadas as
leucemias mieloides aguda (LMA) e crônica (LMC) e as SMD. As
neoplasias advindas do sistema linfático são denominadas
neoplasias linfoides, sendo elas o linfoma de Hodgkin (LH),
linfoma não-Hodgkin (LNH) e as leucemias linfocíticas aguda
(LLA) e crônica (LLC), além do mieloma múltiplo (MM).
 
Tumores Sólidos e não Sólidos
Linhagem HematopoiéticaLinhagem Hematopoiética
Introdução a Linhagem Hematopoiética
↳A hematopoiese (ou hemopoese) é processo pelo qual são
formadas as células do sangue. Ela abrange todos os fenômenos
relacionados com a origem, a multiplicação e a maturação de
células primordiais ou precursoras das células sanguíneas. A
porção celular do sangue é composta de eritrócitos, leucócitos e
plaquetas. Essas três linhagens celulares, apesar de serem
distintas umas das outras, são oriundas de uma célula-mãe única,
denominada célula pluripotente, toipotente, stem–cell ou célula-
tronco.
 
Hematopoiese no período intra-uterino
↳As diferentes células maduras do sangue apresentam algumas
características semelhantes, como a vida-média curta (horas a
dias) e a origem comum a partir de Células-Tronco
Hematopoéticas (CTHs) presentes na Medula Óssea (MO). Essas
células caracterizam-se por serem as mais imaturas na hierarquia
de diferenciação para células sanguíneas. As CTHs são aquelas
capazes de dar origem às mais diversas linhagens hematopoéticas,
como eritroides, mieloides e linfoides, além de apresentarem a
capacidade dè reconstituir a hematopoese, no longo prazo e de
forma completa, de um indivíduo (humano ou cobaia animal), após
terapias supressoras como radioterapia ou quimioterapia.
↳Em humanos, a hematopoese inicia-se trinta dias após a formação
do embrião. Nesta fase, chamada primitiva , as CTHs estão
localizadas no saco vitelínico e são capazes de dar origem apenas a
eritrócitos. A capacidade de gerar todas as linhagens hematopoéticas
e de autorrenovação das CTHs (fase d efinitiva ou adulta ) emerge na
quarta semana de gestação, quando o nicho hematopoético passa a
localizar-se na mesoderme (mais especificamente, nas regiões da
Aorta-Gônadas-Mesonefro (AGM). Ainda na vida intrauterina, a
hematopoese migra da AGM para a placenta e fígado fetal em torno
da quinta semana e, definitivamente, para a medula óssea na décima
segunda semana de gestação. 
Hematopoiese no período extra-uterino
↳Após o nascimento, a MO é a única responsável pela produção de
células hematopoéticas, salvo em alguns casos patológicos quando
pode ocorrer m etaplasia — expansão de tecido hematopoético para
regiões extramedulares, como baço e fígado. Nos primeiros anos da
infância, a atividade hematopoética pode ser detectada em todos os
ossos e em toda a medula óssea. Próximo da puberdade, há a
substituição gradual da medula hematopoética ativa (chamada
vermelha), por um tecido gorduroso (amarelo). Esse processo ocorre
principalmente em ossos longos e inicia-se nas diáfases, restringindo
gradualmente o tecido hematopoético ativo às epífises, além de ossos
chatos como pélvis, crânio, vértebras, costelas e esterno.
↳A medula hemopoética no adulto (fase adulta) é confinada ao
esqueleto central e às extremidades proximais do fêmur e do úmero
(convergência troncular da hematopoiese). Mesmo nessas regiões, 
 aproximadamente 50% da medula é composta de gordura. Após os
50 anos há a produção de medula cinza pela substituição do tecido
adiposo medular pela proliferação de fibroblastos nos ossos longos
(fase senil)
Formação de células do Sangue
↳A medula é muito vascularizada e consiste em tecido conjuntivo
contendo células livres, sendo, as mais primitivas chamadas de
células -tronco–ou células matrizes que são precursoras de duas
linhagens diferentes de células: a linhagem mielóide e a linhagem
linfoide.
• Linhagem mielóide- inclui eritrócitos, vários tipos de leucócitos e
as plaquetas;
• Linhagem linfóide- diferencia-se em linfócitos; As células tronco
se diferenciam e originam as células do sangue através da
diferenciação sanguínea. Nem todos os elementos figurados do
sangue se constituem em células.
↳As hemácias ou eritrócitos, ou glóbulos vermelhos são as únicas
células anucleadas, pois se originam de células embrionárias que
perdem por expulsão o seu núcleo inteiramente. Possuem vida
limitada, cerca de 100 dias e estão presentes em grande quantidade
no sangue (3 a 4 milhões/ cm3 de sangue). São células indivisíveis
e flexíveis que passam facilmente pelos capilares. Têm a
responsabilidade de transportar o O2 e o CO2 através da corrente
sanguinea.
 
↳ Possuem aspecto discóide com nítida depressão na região 
 mediana. Esse aspecto das hemácias tão importante para
execução do seu papel é devido à organização e a distribuição das
moléculas de proteínas e da hemoglobina no seu interior. Devido à
forma bicôncava das hemácias que a hemoglobina contida no seu
interior se mantém homogeneamente distribuída nas proximidades
da membrana plasmática, facilitando a hematose. A hemoglobina é
um pigmento avermelhado encontrado no interior das hemácias,
responsável por levar oxigênio aos tecidos e remover gás carbônico
das células para ser eliminado.
↳Para uma produção normal de eritrócitos, a medula óssea
requer ferro, vitamina B12, ácido fólico, vitamina B6(piridoxina) e
outros fatores. A deficiência desses fatores durante a eritropoiese
resulta na diminuição da produção de hemácias e
consequentemente o surgimento das anemias.
↳As hemácias velhas são removidas do corpo particularmente
pelo fígado e baço. A partir da hemoglobina liberada pelas
hemácias velhas é produzido um pigmento chamado bilirrubina;
esta é uma escória que é excretada na bile para ser liberada do
organismo junto com as fezes. O ferro liberado da hemoglobina
durante a formação da bilirrubina é carreada no plasma ligado a
uma proteína e segue para medula óssea a fim de formar nova
hemoglobina.
 
↳Os leucócitos ou glóbulos brancos são células nucleadas,
incolores que desempenham mecanismo de defesa do organismo
contra infecções. São células de vida curta, duram cerca de sete
dias e estão presentes no sangue em uma quantidade menor que as
hemácias, em torno de 5 a 9 mil leucócitos por milímetros de
sangue. Cada pessoa possui um número de leucócitos específicos
que permanece ao longo dos anos. Assim, uma diminuição na
contagem dos leucócitos(leucopenia) ou um aumento na
quantidade das células brancas(leucocitose) são o indicativo de
algum problema pode estar acontecendo._
↳Existem três grandes classes de leucócitos:
1. Granulócitos: Originam-se da linhagem mielóide e são células
que possuem grânulos em seu citoplasma. Os granulócitos são de
3 tipos: neutrófilo, eosinófilo e basófilo.• Neutrófilo- são os leucócitos mais numerosos. Desempenham
por fagocitose função essencial para luta contra invasões
microbianas.
• Eosinófilo- representam 2 a 4% do total de leucócitos e estão
geralmente aumentados nos estados de intoxicação e presença
de helmintos.
• Basófilo- existem na proporção de 0 a 1% do total de leucócitos.
Apresentam resposta imunitária com liberação de histamina e
outros mediadores químicos vasoativos.
2. Linfócitos: Representam no sangue do adulto de 20 a 30% do
total de leucócitos. Não possuem grânulos no seu citoplasma e são
originários da linhagem linfoide da medula óssea. Os linfócitos são
do tipo T e B.
Os linfócitos do tipo B saem maduros da medula óssea, mas os
linfócitos T precisam migrar para o timo para se tornarem
maduros.
• Linfócito T- responsável pela imunidade celular do tipo tardio.
Ex: defesa contra vírus, fungos e micobactérias;
 
 
• Linfócito B- responsável pela imunidade humoral, mediada por
anticorpos(imunoglobulinas), contra reações de hipersensibilidade
imediata.
3. Monócitos: representam de 4 a 8% do total de leucócitos e se
desenvolvem nos tecidos linfoides e migram facilmente pela parede
dos vasos e se transformam em células fagocitárias, passando a se
chamar macrófagos.
 
↳As plaquetas ou trombócitos são fragmentos de células
megacariócitos(células especiais nativas da medula óssea) e
liberados na circulação. Possuem papel fundamental no controle do
sangramento. Quando ocorre uma lesão as plaquetas se acumulam no
local, promovendo a adesão plaquetária entre si e a formação de um
trombo, fazendo o sangramento cessar temporariamente.
↳As plaquetas possuem um tempo de vida em torno de nove a dez
dias e seu quantitativo normal no sangue de um indivíduo varia de
150 mil a 450 mil por mililitro cúbico de sangue.
 
 
 
 
 
Observações
↳Estes três tipos de células formam os elementos figurados do
sangue,entretanto, toda a parte líquida do sangue forma o plasma
sanguíneo. Cerca de 90% do plasma é constituído de água e
dissolvidas nesta, numerosas substâncias existentes no sangue, tais
como: sódio, cloro, fósforo, potássio, magnésio, cálcio e outros. Além
das proteínas que também estão dissolvidas no plasma. Em cada litro
de sangue há cerca de 60 a 80gr. de proteínas, principalmente, em
maior quantidade, por albumina, e em menor proporção estão as
globulinas, relacionadas com a produção de anticorpos, e o
fibrinogênio, fundamental no processo de coagulação sanguínea. As
proteínas controlam a viscosidade do sangue, a osmose e outros.
Dissolvidos no plasma também encontramos: 02, CO2, uréia, ácido
úrico, creatinina, glicose e gorduras.
↳A hemocitopoese depende de microambiente adequado e de fatores
de crescimento fornecidos pelas células do estroma dos órgãos
hemocitopoéticos. Esses fatores, denominados fatores de
crescimento hemocitopoéticos, regulam a proliferação, a
diferenciação e a apoptose de células imaturas, assim como a
atividade funcional de células maduras. Dentre eles, encontram-se
pelo menos 18 diferentes interleucinas (IL), diversas citocinas (p.
ex., interferona) e fatores estimuladores de colônias (CSF, colony
stimulating factors). Embora um fator de crescimento em particular
possa mostrar especificidade para determinada linhagem, ele é
geralmente capaz de influenciar outras linhagens também, atuando
sinergicamente com outros fatores. Por exemplo, embora o fator
estimulador de colônias granulocíticas (G-CSF) estimule a
proliferação de progenitores de granulócitos, ele atua sinergicamente
com a IL-3 para aumentar a formação de megacariócitos.
↳De maneira geral, os fatores de crescimento hemocitopoéticos
podem ser divididos em fatores multipotentes, que atuam
precocemente, e fatores que atuam tardiamente, mais específicos
para cada linhagem.
↳Os diversos tipos de cânceres são classificados de acordo com
o tipo de tecido onde eles surgem; os principais tipos se dividem
em: Carcinomas (tecido epitelial), sarcomas (tecido conjuntivo),
linfomas (tecido linfático), gliomas (células da glia do SNC) e as
leucemias (órgãos hematopoiéticos). A classificação das
leucemias é dependente de marcadores celulares presentes na
membrana e no citoplasma de cada célula leucêmica. Desse modo,
elas podem ser classificadas em Leucemias Agudas (LA) e
Leucemias Crônicas (LC).
↳Dos cânceres do sangue, as leucemias são um dos mais
conhecidos. Tudo começa na medula óssea, líquido gelatinoso que
ocupa o interior dos ossos e que produz os componentes do
sangue: hemácias ou glóbulos vermelhos, responsáveis pela
oxigenação de nosso organismo; leucócitos ou glóbulos brancos,
que combatem as infecções; e as plaquetas, responsáveis pela
coagulação do sangue, evitando hemorragias.A leucemia acontece
quando certos tipos de glóbulos brancos perdem a função de
defesa e passam a se produzir de maneira descontrolada.São
várias as linhagens celulares que derivam da medula óssea, e
baseando-se nos tipos de glóbulos brancos que elas afetam, as
leucemias estão divididas em dois grandes grupos: mieloide e
linfoide. As que afetam as células linfoides são chamadas de
leucemia linfoide, linfocítica ou linfoblástica. Já as que afetam as
células mieloides são chamadas de leucemia mieloide ou
mieloblástica.Elas também podem ser agudas, quando há o
crescimento rápido de células imaturas, ou crônicas,
caracterizadas pelo aumento das células maduras, mas anormais.
 
↳As LA são neoplasias primárias da Medula Óssea (MO),
acontece a substituição de células medulares e sanguíneas
normais por células imaturas. Como as células leucêmicas tem
capacidade proliferativa exarcebada, o seu número cresce
rapidamente e a doença se agrava em um curto intervalo de tempo.
Divide-se em Leucemia Linfoide Aguda (LLA) e Leucemia Mieloide
Aguda (LMA).
↳Já nas LC, as células leucêmicas ainda conseguem fazer algum
trabalho das células normais. É uma doença que se agrava
lentamente e quando surgem, os sintomas são brandos. São
classificam em Leucemia Linfoide Crônica (LLC) e Leucemia
Mieloide Crônica.
↳Resumindo:A leucemia é uma neoplasia maligna derivada das
células hematopoiéticas. Esta doença inicia de uma célula
sanguínea que ainda não atingiu a maturidade e essa sofre uma
mutação genética e se transforma em uma célula anormal, que se
multiplica rápido, com proliferação exacerbada, sofre pouco
apoptose e não funciona de forma adequada. Dessa forma, essas
células cancerosas vão substituir as células sanguíneas saudáveis.
Entretanto, o local de produção das células sanguíneas é na
medula óssea, por isso essa neoplasia começa neste e
posteriormente invadem o sangue periférico, podendo atingir
vários órgãos do paciente afetado.
 
Principais Leucemias
↳As leucemias são conhecidas como tumores líquidos ou tumores
não sólidos. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer:
“Leucemia é uma doença maligna dosglóbulos brancos, geralmente, d
e origem desconhecida. Tem como principal característica o acúmulo
de células doentes na medula óssea, que substituem as células
sanguíneas normais.”
Segundo esse mesmo Instituto as leucemias são divididas em 4
grupos principais:
 Leucemia mieloide crônica (LMC);
 Leucemia mieloide aguda (LMA);
 Leucemia linfocítica aguda (LLA);
 Leucemia linfocítica crônica (CLL).
LeucemiaLeucemia
Fisiopatologia
Leucemia Mieloide Crônica
Destaques
A leucemia mieloide crônica é uma doença rara, com incidência
estimada de 1 a 2 casos para cada 100 mil pessoas por ano, com
mediana de idade ao diagnóstico de 55 anos.
A doença é causada pela translocação recíproca t(9;22)
(q34;q11.2) que resulta em um cromossomo 22 encurtado, chamado
de cromossomo Philadelphia (Ph), que codifica a proteína
citoplasmática de fusão BCR-ABL
 Existem três fases distintas da leucemia mieloide crônica: a fase
crônica, a fase acelerada e a crise blástica.
O imatinibe é o tratamento de primeira linha padrão para a leucemia
mieloide crônica em fase crônica.
Atualmente, com os excelentes resultados obtidos com os ITQ, o
TCPH tem sido reservado como terapia de segunda ou terceira linha
para pacientes bem selecionados.Fisiopatologia
A leucemia mieloide crônica (LMC) é uma doença mieloproliferativa
crônica decorrente de mutação adquirida da célula progenitora
hematopoética.
Resumo:A leucemia mieloide crônica (LMC) é uma doença
caracterizada pela perda progressiva da diferenciação celular. Essa
patologia está associada à anormalidade citogenética no
cromossomo Philadelphia (Ph), que resulta em uma translocação
recíproca entre os cromossomos 9-22, levando à formação de um
novo gene, que é detectável por exames inespecíficos de rotina,
como o hemograma e para diagnóstico confirmatório podese realizar
citogenética, ensaio de reação em cadeia polimerase (PCR, sigla em
inglês) ou o exame de hibridização in situ por fluorescência (FISH,
sigla em inglês). A fusão desses genes codifica uma proteína que
apresenta uma atividade tirosina-quinase elevada.
Sabe-se que a LMC está associada à presença do cromossomo Ph.
Embora ele seja observado em outras leucemias e até mesmo em
condições neoplásicas não hematopoiéticas, ele é reconhecido como
marcador da LMC.
 
A translocação recíproca t(9;22)(q34;q11.2) resulta em um
cromossomo 22 encurtado chamado de cromossomo Philadelphia
(Ph) que codifica a proteína citoplasmática de fusão BCR-ABL.
Essa proteína tem atividade tirosina-quinase constitucional que
estimula a transformação hematopoética.
Diferentes pontos de clivagem e processamentos de RNA
mensageiro resultam em diferentes isoformas de BCR-ABL,
associados a tipos específicos de leucemia. A isoforma
predominante de BCR-ABL é uma proteína de 210 kDa, presente
em mais de 90% dos pacientes com LMC13.
O produto do gene BCR-ABL é uma versão anormal da tirosina-
quinase ABL. Essa quinase regula alvos como o c-Myc, o Akt e o
Jun, todos de grande importância para a proliferação e sobrevida
das células normais. Entretanto, a hiperatividade da quinase
BCR-ABL rompe esse equilíbrio e induz as células a se
proliferarem e sobreviverem de modo descontrolado, levando o
clone maligno a ter vantagem proliferativa sobre as células
normais.
 
 
Embora a doença seja relacionada à presença de uma única
alteração genética, a progressão clínica apresenta-se
heterogênea em várias fases da doença classificando-se em fase
crônica (FC), fase acelerada (FA) e crise blástica (CB).
Fase Crônica (FC): a FC, benigna, é caracterizada por marcada
hiperplasia medular e capacidade de maturação das células
mielóides, e tem suas manifestações no sangue periférico
facilmente controladas pela terapia medicamentosa
convencional.essa fase ocorre de forma assintomática e de curta
duração, de 3 a 5 dias. Caso haja sintomas, como perda de peso,
febre e palidez, eles estarão associados a anemia;
Fase Acelerada ou de Transformação (FA): a LMC em FA é
resistente à terapia medicamentosa, tendo por características a
evolução clonal e, no sangue periférico, ≥ 15% de blastos, ≥
30% de blastos e pró-mielócitos, ≥ 20% de basófilos e, não
relacionado à quimioterapia, < 100.000 plaquetas/mm3. Nessa
etapa observa-se, a presença de sintomas com duração de alguns
meses;
Fase Blástica ou Aguda (FB): a LMC em FB, também resistente à
terapia convencional, é agressiva, com quadro clínico da leucemia
aguda e permitindo ao doente uma sobrevida muito curta. Essa
fase se caracteriza seja por ≥ 30% de blastos no sangue
periférico ou na medula óssea, seja por infiltrado extramedular de
células blásticas. Nota-se, nessa fase o comportamento de uma
doença aguda e caso não haja o tratamento correto pode ser fatal,
com o tempo de sobrevida de 3 a 6 meses.
 
 
Epidemiologia
A LMC é uma doença rara, com incidência estimada de 1 a 2 casos
para cada 100 mil pessoas por ano. Existe discreto predomínio do
sexo masculino (relação M:F de 1,4/1,3), e as mulheres parecem
apresentar vantagem na sobrevida. Representa 15% das leucemias
do adulto, ocorrendo em frequência semelhante no mundo todo.
Pode acometer indivíduos de qualquer idade, com mediana ao
diagnóstico de 55 anos. A incidência aumenta progressivamente
com a idade, sendo que menos de 10% dos casos ocorrem antes dos
20 anos. Entretanto, na maioria dos estudos clínicos, a mediana de
idade é mais baixa, mostrando que os pacientes mais idosos com
LMC estão mal representados na maioria dos estudos de
intervenção terapêutica.
Diagnóstico
Fases
O diagnóstico de LMC é geralmente simples e objetivo. Na maioria
dos casos, o diagnóstico é suspeitado por alterações características
do hemograma como leucocitose com intensa granulocitose
(neutrofilia) com desvio à esquerda da granulopoese. No diferencial
dessas condições, devem sempre ser consideradas outras doenças
mieloproliferativas como a mielofibrose em fase celular. A
confirmação do diagnóstico deve ser realizada pela identificação do
cromossomo Ph ou do transcrito BCR-ABL, podendo ser realizada
tanto em material de sangue periférico como de medula óssea.
Em cerca de 5% dos casos o Ph não pode ser detectado para o
diagnóstico. É obrigatória a confirmação da presença do transcrito
BCR-ABL por reação em cadeia da polimerase (polymerase chain
reaction - PCR) ou hibridização fluorescente in situ (fluorescent in
situ hybridisation - FISH).
Em alguns pacientes exclusivamente com alterações características
de outras doenças mieloproliferativas como trombocitose
(trombocitemia essencial) ou eritrocitose (policitemia vera), é
obrigatória a pesquisa do transcrito BCR-ABL, uma vez que a LMC
pode apresentar-se inicialmente de modo incaracterístico, como
outras doenças mieloproliferativas. E em alguns pacientes com
alterações típicas de LMC, nem o Ph nem o transcrito BCR-ABL são
identificados. Os pacientes são, então, classificados como LMC
atípica, representando possivelmente outra entidade patológica.
Leucemia Mieloide Aguda
 A leucemia mieloide aguda é a mais comum nos adultos e tem
incidência estimada de 3 a 5 casos para
100 mil, mas esse número sobe para 12,2 entre os idosos.
 Estão relacionadas à leucemogênese: a exposição ambiental ou
ocupacional a agentes carcinogênicos,
tabagismo, benzeno, derivados de petróleo, radiação ionizante.
O modelo patogênico atualmente aceito propõe que as mutações
responsáveis pela transformação leucêmica e progressão da doença
ocorram nas células-tronco primitivas multipotentes.
 
Destaques
A avaliação laboratorial inclui hemograma completo com análise
diferencial dos leucócitos. A grande maioria dos pacientes
apresenta citopenias ao diagnóstico e células blásticas no sangue
periférico.
Para o diagnóstico de leucemia mieloide aguda é necessária a
presença de mais de 20% de blastos na medula, exceto para os
casos com alterações cromossômicas recorrentes.
O cariótipo com banda-G é um componente obrigatório, ao
diagnóstico, na leucemia mieloide aguda.
As anormalidades cromossômicas são encontradas em
aproximadamente 55% dos pacientes e são
relacionadas ao prognóstico da doença e ao planejamento
terapêutico.
A terapia pós-remissão baseia-se na estratificação de risco
citogenético e molecular. Pacientes com cariótipo desfavorável e
intermediário e idade <60 anos são candidatos a transplante
alogênico de células precursoras hematopoéticas.
 
 
A fisiopatologia da LMA envolve “N” fatores, sendo eles: fator 
 genético, clonalidade e célula de origem, citogenética e biologia
molecular e morfologia.
A LMA possui oito subtipos que acabam facilitando o plano de
tratamento quando identificadas (M0, M1, M2, M3, M4 e M4
eos, M5, M6, M7). Esses subtipos levam em conta ao
desenvolvimento das células, por exemplo, M0 é a leucemia
mieloblástica aguda indiferenciada já a M2 é a leucemia
mieloblástica aguda com maturação, diferentemente a M5 é a
leucemia monocítica aguda.
A causa da leucemia mieloide aguda é uma série de aberrações
genéticas adquiridas. A malignização costuma ocorrer nas
células-tronco pluripotentes, embora, de vez em quando, ocorra
na célula-tronco diferenciada com capacidade mais limitada de
autorrenovação. Proliferação anormal, expansão clonal,
diferenciação aberrante e diminuição da apoptose (morte celular
programada) levam à substituição dos elementos sanguíneos
normaispor células malignas.
Leucemia mieloide aguda (LMA) é termo abrangente e que se
refere a um grupo de neoplasias que se originam em células
progenitoras hematopoéticas ou em células-tronco primitivas
com potencial de multilinhagem. A LMA é doença clonal
neoplásica heterogênea, caracterizada pela proliferação de
precursores mieloides, resultando no seu acúmulo na medula
óssea e no sangue periférico. As células doentes Leucemia
Mieloide Aguda na LMA são capazes de se dividirem e
proliferarem, mas não são capazes de se diferenciarem em células
hematopoéticas maduras (neutrófilos).
 
Clinico
A apresentação clínica da LMA pode ser dividida em dois grandes
grupos de síndromes: a síndrome da falência medular e a tumoral.
Habitualmente os sintomas que precedem a LMA são de curta
duração (semanas, raramente meses) e, muitas vezes, inespecíficos
(fraqueza, astenia e perda ponderal). No que tange à síndrome da
falência medular, o tecido hematopoético normal é rapidamente
substituído por células blásticas leucêmicas, o que leva à redução
dos constituintes normais do sangue (hemácias,leucócitos e 
 plaquetas). 
A anemia por diminuição da produção de hemácias leva a sintomas
constitucionais de palidez, astenia, escotomas, vertigem, dispneia.
A redução dos leucócitos manifesta-se clinicamente por infecções,
muitas vezes, sem foco definido. A redução das plaquetas cursa com
manifestações clínicas de sangramentos cutâneo-mucosos,
púrpuras, petéquias, equimoses, epistaxe, gengivorragia,
hemorragias oculares e de sistema nervoso central (SNC).
Pacientes com leucemia promielocítica aguda (LPA) costumam
apresentar sangramentos e coagulopatia associada, a coagulação
intravascular disseminada (CIVD).
A síndrome tumoral é representada por infiltração de órgãos (em
geral nas leucemias com componente monocítico), cursando com
hipertrofia gengival, adenomegalias, hepato e/ou esplenomegalia,
infiltração de pele e neuro-menínges (< 5% dos casos, meningite
leucêmica e paralisia de pares cranianos). Nas situações de
leucostase há elevação abrupta da leucometria (> 100 x 109/L) e
são detectados infiltrados pulmonares, dispneia, sangramento
pulmonar e de SNC, e cursam com alta mortalidade. O sarcoma
mieloide (ou sarcoma granulocítico ou tumor mieloide extramedular)
pode ocorrer em qualquer sítio fora da medula óssea, sendo mais
frequente na pele, linfonodos, trato disgestivo, partes moles e
testículos. Dor óssea é achado pouco comum, exceto nas leucemias
agudas da infância.
Fisiopatologia
Epidemiologia
A LMA é a leucemia mais comum nos adultos (80% das leucemias)
e tem incidência estimada de 3 a 5 casos para 100 mil habitantes
por ano, mas esse número sobe para 12,2 entre os idosos. De fato,
embora possa ocorrer em qualquer faixa etária, a idade média de
apresentação da LMA é em torno dos 65 anos. Os pacientes do
sexo masculino são mais frequentemente acometidos pela doença
quando comparados ao sexo feminino, na razão de cinco homens
para cada três mulheres. Entretanto, não se sabe a razão da maior
incidência entre os homens. A LMA acomete todos os grupos
étnicos, embora seja ligeiramente mais frequente nos caucasianos
do que nos negros e nos pacientes de origem hispânica, e menos
frequente em descendentes de índios norte- americanos e asiáticos.
No Brasil, dados do Ministério da Saúde demonstram que as
leucemias (agudas e crônicas) ocupam o 8º lugar entre as
neoplasias malignas mais prevalentes e foram estimados cerca de
3.300 casos novos para o ano de 20103.
.A leucemia linfoide crônica é responsável por cerca de um quarto
dos novos casos de leucemia. O risco de uma pessoa desenvolver
leucemia linfoide crônica é de 0,57%. Esse risco é um pouco maior
em homens do que em mulheres.A leucemia linfoide crônica afeta
principalmente adultos mais velhos. A idade média no momento do
diagnóstico é de 70 anos. Raramente é diagnosticada em pessoas
com menos de 40 anos e é extremamente rara em crianças.
Fisiopatologia
Leucemia Linfócitica Crônica
Destaques
A LLC se da por conta de um erro genético se desenvolvendo de
forma desordenada e parando de realizar suas funções. Essa se da
o crescimento desordenado de linfócitos B porem não impede a
produção de células normais. Portanto a LLC é uma doença
adquirida e não hereditária, atingindo em sua maioria pessoas
acima de 50 anos. As anomalias mais conhecidas são: deleção de
17p, deleção de 11p, trissomia do cromossomo 12 e deleção de 13q
sendo essa a mais comum.
Na leucemia linfocítica crônica, os linfócitos B CD5+ sofrem
transformação maligna. Os linfócitos B são continuamente
ativados pela aquisição de mutações que levam à linfocitose de
linfócitos B monoclonais (LBM). Acúmulo adicional de anomalias
genéticas e subsequente transformação oncogênica dos linfócitos
B monoclonais levam à LLC. Os linfócitos inicialmente se
acumulam na medula óssea e então se disseminam para os
linfonodos e outros tecidos linfoides, com o tempo induzindo à
esplenomegalia, hepatomegalia e sintomas sistêmicos como
fadiga, febre, sudorese noturna, saciedade precoce e perda
ponderal não intencional.Com o progresso da doença, a
hematopoese anormal resulta em anemia, neutropenia,
trombocitopenia e diminuição da produção de imunoglobulina. A
hipogamaglobulinemia pode se desenvolver em até dois terços dos
pacientes, aumentando o risco de complicações infecciosas. Os
pacientes têm maior suscetibilidade a anemias hemolíticas
autoimunes (com um teste de antiglobulina direto positivo) e
trombocitopenia autoimune.
Dados americanos mostram que no período de 2002-2006 a
incidência foi de 4,1 casos por 100 mil pessoas/ano, com mediana
de idade ao diagnóstico de 72 anos.
Os subtipos de leucemia linfoide crônica (LLC), com ou sem
mutação dos genes da IGVH, possuem comportamento biológico
distinto.
Cerca de 25% dos pacientes com diagnóstico de LLC são
assintomáticos, e são encaminhados para o hematologista após
detecção de linfocitose em hemograma de rotina.
As manifestações autoimunes são complicações frequentes em LLC.
Ocorrem em 10-25% dos casos e,usualmente, são dirigidas contra
células do sistema hematopoiético.
Na prática clínica, pacientes assintomáticos em estádio Rai “0” e
Binet “A” devem ser apenas observados, a menos que se tornem
sintomáticos ou evidenciem progressão de doença.
Epidemiologia
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do
triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 5.920 casos
novos de leucemia em homens e 4.890 em mulheres. Esses valores
correspondem a um risco estimado de 5,67 casos novos a cada 100
mil homens e 4,56 casos novos para cada 100 mil mulheres
Manifestações Clínicas
Os sintomas da leucemia linfoide crônica aparecem gradualmente e
podem incluir:Sensação de fraqueza.Sensação de cansaço.Perda
de peso.Febre.Sudorese noturna.Aumento dos
linfonodos.Sensação de saciedade.A maioria dos sinais e sintomas
da leucemia linfoide crônica ocorre porque as células leucêmicas
substituem as células normais produzidas pela medula óssea.
Como resultado, as pessoas não produzem glóbulos vermelhos,
glóbulos brancos e plaquetas suficientes:Anemia. A falta de
glóbulos vermelhos pode causar cansaço, fraqueza e falta de
ar.Leucopenia. 
A falta de glóbulos brancos normais aumenta o risco de
infecções.Trombocitopenia. 
A falta de plaquetas pode levar a sangramento nas gengivas e
hemorragias nasais frequentes.
Os pacientes com leucemia linfocítica crônica têm um risco
aumentado de desenvolver infecções, devido ao funcionamento
inadequado do sistema imunológico. A leucemia linfoide crônica é
um câncer dos linfócitos B, que normalmente produzem os
anticorpos que ajudam a combater as infecções.
A leucemia linfoide crônica também pode afetar o sistema
imunológico de outras maneiras. Em algumas pessoas as células do
sistema imunológico produzem anticorpos que atacam as células
sanguíneas normais, o que é conhecido como autoimunidade, que
pode levar à baixa importante do número de células sanguíneas.Os
sinais e sintomas descritos podem ser causados também por outras
doenças, dessa maneiraé importante sempre consultar um médico
se apresentar qualquer sintoma, para que a causa seja
diagnosticada e tratada.
Leucemia Linfócitica Aguda
Esse tipo de leucemia deriva da multiplicação desordenada das
células linfoides imaturas (linfoblastos). Essas células estão
comumente presentes na medula óssea, no timo e nos gânglios
linfáticos.
O linfoblasto, em condições normais, sofre processo de
multiplicação e amadurecimento diferenciando-se progressivamente
até o estágio de linfócito maduro. A perda dessa capacidade de
diferenciação e maturação associada a uma multiplicação
desordenada (em ordem geométrica) faz com que essas células
imaturas não só se acumulem na medula óssea, diminuindo
drasticamente a hematopoiese normal, como migrem e invadam
outros órgãos: linfonodos, baço, rins, sistema nervoso central,
gônadas etc.
Fisiopatologia
Com a invasão dessas células não existe mais a formação normal das
células brancas (série granulocítica) e vermelhas (série eritrocítica)
como também das plaquetas (série megacariocítica).
Os principais sintomas da leucemia decorrem do acúmulo dessas
células na medula óssea, assim como em outros órgãos: sistema
nervoso central e testículo, prejudicando ou impedindo a produção
dos glóbulos vermelhos (causando anemia), dos glóbulos brancos
(causando infecções) e das plaquetas (causando hemorragias).
Depois de instalada, a doença progride rapidamente, exigindo
urgência no tratamento logo após o seu diagnóstico
RESUMINDO: Em uma medula saudável, as células-tronco tornam-
se maduras e adultas por meio do processo chamado
“diferenciação”. Na leucemia linfoide aguda (LLA) surge um
linfócito imaturo e danificado na medula óssea, devido a um erro em
seu material genético (DNA). Esses erros genéticos podem dar
origem a uma célula blástica leucêmica (linfoblasto ou blasto
leucêmico) que fica parada nos primeiros estágios do
desenvolvimento celular. A célula blástica imatura não amadurece e
não se transforma em uma célula sanguínea funcional.Os erros
genéticos fazem com que a célula mutante cresça e se divida
continuamente, ao passo que uma célula saudável, cessa de se
dividir e acaba morrendo. Cada linfoblasto que surge, depois do
aparecimento da leucemia, tem o DNA mutante e se multiplica
incontrolavelmente. Os blastos leucêmicos rapidamente se
acumulam na medula óssea, suprimindo o desenvolvimento de
células sanguíneas normais e saudáveis. Como resultado, há um
acúmulo de linfoblastos que não funcionam e poucas células
sanguíneas maduras.
Epidemiologia
A LLA incide na população numa frequência de 1:25.000 indivíduos
do grupo etário de 0 a 14 anos. O risco de uma criança desenvolver
leucemia nos primeiros 10 anos de vida é de 1: 2.880 
No mundo são diagnosticados a cada ano cerca de 75.000 novos
casos de LLA em crianças. 
Nos Estados Unidos, a cada ano são diagnosticados
aproximadamente2. 500 a 3.000 crianças com LLA, com
incidência de 3 a 4 casos para 100.000 crianças brancas e incide
principalmente na faixa etária de 2 a 5 anos. O Brasil apresenta
estatística semelhante á dos Estados Unidos. 
Na América do Norte, Austrália e Oceania a LLA representa em
torno de75 a 80% dos casos de leucemias na infância. .
Na África as leucemias linfóides agudas, LLA, ocorrem
predominantes na Argélia 37% e no Zimbábue, 21%. Nos demais
países as leucemias são em torno de0 a 15% das neoplasias
malignas pediátricas Na Costa Rica, 42% no Equador 45%%, Hong
Kong 41% e nas Filipinas 48% Na Nigéria a LLA corresponde 4,5%
dos cânceres em crianças
Os sintomas da LLA podem ser agudos ou lentamente
progressivos. Resultam de uma insuficiência da medula óssea
pela invasão medular por linfoblastos ou do envolvimento extra-
medular pela invasão linfoblástica em outros órgãos. Os
sintomas mais comuns são: febre, dores ósseas, anemia,
sangramento, adinamia e infecções 
Achados físicos consistem principalmente de: palidez,
petéquias equimoses, sangramento das membranas mucosas e
viscero-megalias. Pode haver ainda envolvimento do sistema
nervoso central logo ao diagnóstico. Os lactentes apresentam
quadro clínico mais grave e pior resposta ao tratamento
Quadro Clínico
Exames Utilizados para Diagnóstico das
Leucemias
Leucemia Mieloide Crônica
Como muitas pessoas com LMC não apresentam sintomas, o
diagnóstico da Leucemia Mieloide Crônica muitas vezes acontece
apenas quando, em exames de rotina, um número muito alto de
glóbulos brancos são detectados no sangue.O diagnóstico definitivo
da LMC inclui estudos nas células do sangue e da medula óssea. O
hematologista e o patologista são os médicos especialistas
capacitados para identificar doenças, estudando as células do
sangue e da medula óssea com um microscópio.
 Hemograma Completo
O Hemograma completo com contagem diferencial é usado para
medir o número de glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas
em uma amostra de sangue. Também mede a quantidade de
hemoglobina dentro das células vermelhas e a porcentagem de
glóbulos vermelhos na amostra. O hemograma completo deve incluir
a contagem diferencial dos diferentes tipos de glóbulos brancos.
Pessoas com LMC costumam ter:
-Aumento na contagem dos glóbulos brancos, muitas vezes a níveis
muito altos
-Redução na contagem dos glóbulos vermelhos
-Possível redução ou aumento no número de plaquetas, dependendo
da gravidade da LMC
 
 
Exame PCR é o teste mais sensível para detectar e medir a
quantidade de genes BCR-ABL na amostra de sangue ou de
medula óssea. 
Pode detectar quantidades muito pequenas do gene BCR-ABL,
mesmo quando o cromossomo Ph não pode ser detectado pelo
teste de citogenética. 
O nível de sensibilidade deste exame é alto, uma vez que pode
detectar uma célula de LMC em uma quantidade de 100.000 a
1.000.000 de células normais. 
A contagem das células do sangue, exames de medula óssea,
FISH e PCR exame também podem ser usados para medir como
a pessoa está reagindo ao tratamento depois que ele já tiver
começado. É recomendado fazer o exame de sangue PCR a cada
3 meses durante os primeiros 2 anos de tratamento. Depois de
2 anos, se o paciente estiver reagindo bem, o teste deve ser
feito a cada 6 meses.
FISH é um exame laboratorial usado para examinar genes e
cromossomos nas células. O FISH é um método mais sensível para
detectar o cromossomo Ph do que testes normais de citogenética e
pode identificar a presença do gene BCR-ABL 
No caso da LMC, o FISH usa sondas de cor que se ligam a
segmentos específicos do DNA dos genes BCR e ABL nos
cromossomos. Os genes BCR e ABL são marcados com diferentes
substâncias químicas, cada uma das quais libera uma cor diferente,
permitindo sua identificação. 
A cor aparece no cromossomo que contém o gene, isto é, no
cromossomo 9 para ABL e no cromossomo 22 para BCR e, portanto,
pode detectar o pedaço do cromossomo 9 que se moveu para o
cromossomo 22 nas células de LMC. A fusão do gene BCR-ABL é
mostrada pela sobreposição de cores nas duas sondas. A figura
abaixo mostra o momento em que o Gene BCR-ABL está sendo
identificado nas células, usando o FISH.
 
 
Análise da mutação do gene BCR-ABL
Esses exames são usados para examinar as células da medula óssea
em busca de anormalidades. Normalmente a coleta dos dois exames
é feita ao mesmo tempo. O hematologista faz uma anestesia local no
osso do quadril do paciente para que ele não sinta dor. Para fazer a
aspiração da medula óssea (mielograma), uma agulha oca é inserida
no osso do quadril até a medula óssea e coleta-se uma amostra de
sangue com as células. Para a biópsia da medula óssea, uma agulha
mais larga é usada para remover um pequeno pedaço de osso que
contenha medula óssea. Ambas as amostras são examinadas em um
microscópio para procurar células doentes.
Análise Citogenética
Citogenética é o estudo dos cromossomos e suas possíveis
anormalidades. Amostras da medula óssea são examinados em um
microscópio para encontrar mutações cromossômicas como as do
cromossomo Philadelphia (Ph). A presença do cromossomo Ph na
medula óssea, juntamente com o aumento da contagem dos
glóbulos brancos e outros achados característicosdo hemograma e
da medula óssea confirmam o diagnóstico de LMC. Como já
comentado, uma pequena porcentagem das pessoas que tem LMC
não apresentam o cromossomo Ph detectável por citogenética, mas
quase sempre eles têm um teste positivo para a fusão do gene
BCR-ABL no cromossomo 22 por meio de outros tipos de exames.
Algumas vezes, ocorrem mutações no gene BCR-ABL que produz a
proteína BCR-ABL. Essas mutações alteram a forma da proteína
BCR-ABL, podendo afetar como os inibidores de tirosina quinase
ligam-se à proteína BCR-ABL para bloquear os sinais de
crescimento.A análise da mutação genética BCR-ABL é um teste
que procura por mutações nesse gene que podem fazer com que
certos inibidores de tirosina quinase parem de funcionar.
Deve ser feito quando:
-Resposta inadequada a terapia inicial com inibidores de tirosina
quinaseFalha em cumprir a meta do tratamento
-Perda de resposta hematológica, citogenética, aumento de 1 log
nos níveis de BCR-ABL ou a perda da resposta molecular maior
-Progressão para a fase acelerada ou blástica
-Uma análise de mutação não precisa ser feita em pacientes que
estejam trocando de medicamento devido a efeitos colaterais.
 
 
 
Esfregaço Periférico
As células do sangue são colocadas em uma lâmina, tingidas e
examinadas com um microscópio. Este exame mostra: 
-O número, tamanho, forma e tipo das células sanguíneas
- A forma específica dos glóbulos brancos 
-A proporção de células imaturas (blastos) comparadas com a
proporção de células amadurecendo e glóbulos brancos totalmente
maduros. Os blastos não devem estar presentes no sangue de
pessoas saudáveis.
 Aspirado e Biópsia da Medula Óssea
Exame Fish (HIBRIDIZAÇÃO IN SITU FLUORESCENTE)
PCR – Reação em Cadeia Da Polimerase Quantitativa
É um tipo de exame de sangue que identifica o tipo HLA de uma
pessoa. Os antígenos leucocitários são proteínas encontradas na
superfície da maior parte das células. Elas têm um importante papel
imune, ajudando o corpo a distinguir suas próprias células das
células doadas.
O exame de HLA não faz parte do diagnóstico da leucemia, mas é
necessário para identificar um doador compatível, caso o
transplante alogênico de medula óssea seja indicado.
Os achados para o sangue e medula óssea são usados para um
diagnóstico mais preciso. Amostras de sangue são geralmente
tiradas de uma veia no braço do paciente. Já na aspiração da
medula, uma agulha é inserida no quadril, até a medula, para aspirar
um líquido com amostras de células. No laboratório, o médico irá
examinar todo este material
O diagnóstico da Leucemia Mieloide Aguda, geralmente requere a
identificação de 20% ou mais de blastos no sangue periférico e/ou
medula óssea. A LMA não é uma doença única, e sim um conjunto
de doenças que são caracterizadas por muitos cromossomos e genes
anormais. A LMA é dividida em subtipos, que serão baseados nos
resultados do laboratório.
Amostra de Sangue e Medula Óssea
Tipo HLA
ImunofenotipagemLeucemia Mieloide Aguda
Leucemia Mieloide Aguda Hemograma Completo,
Com Diferencial
Este exame é usado para mensurar o número de glóbulos vermelhos,
brancos e plaquetas nas amostras de sangue.
 Ele também mostra a quantidade de hemoglobina nas células
vermelhas e a porcentagem destas células nas amostras. 
Este exame deve incluir um diferencial: os diversos tipos de células
brancas. 
Pessoas com LMA podem apresentar:
-Baixo número de células vermelhas
-Baixo número de plaquetas
-Um número elevado de glóbulos brancos (muitos imaturos que não
são encontrados normalmente no sangue periférico)
-Blastos, que são células doentes e aparecem em pacientes com
leucemias 
Estes achados podem sugerir leucemia, mas normalmente o
diagnóstico só será confirmado com outros exames complementares.
Mielograma
É um exame onde o médico analisará tamanho, formato, tipo e fará
contagem dessas células. Quando a porcentagem de blastos (célula
imatura e doente) é igual ou maior a 20%, temos o diagnóstico de
leucemia aguda.SangramentosOutros sintomas comunsPerda de
apetitePerda de peso sem motivo aparenteBaço e fígado aumentados
 É um exame é usado para classificar as células conforme o tipo de
antígeno em sua superfície. As células da leucemia podem ter
diferentes antígenos em sua superfície que irão depender de sua
linhagem, ou seja, se são mieloide ou linfoide, e também de seu
estágio de desenvolvimento. Existem certos antígenos mais
associados às células da LMA, como a CD13, CD14, CD33 ou
CD34. Este exame é realizado ao diagnóstico e também é usado para
analisar a doença residual mínima.
Análise Citogenética
 Um microscópio é utilizado para examinar os cromossomos dentro
das células. Para as pessoas com LMA, este exame é capaz de de
identificar mudanças anormais nos cromossomos das células
doentes. As células humanas normais contêm 23 pares de
cromossomos, e cada um deles tem um certo tamanho, formato e
estrutura. Em alguns casos de LMA, os cromossomos de células
doentes têm alterações que podem ser vistas pelo microscópio, como
as translocações cromossômicas, por exemplo. O teste de
citogenética é feito como uma amostra de sangue periférico ou
sangue de medula óssea.Tais informações podem ajudar a prever
como a doença irá responder ao tratamento. Por exemplo, uma
translocação entre os cromossomos 15 e 17 está associada com o
diagnóstico da leucemia promielocítica aguda (LPA), um subtipo da
LMA que é tratado de maneira diferente dos outros tipos e tem um
melhor prognóstico.
Exame Fish
Este é um exame bastante sensível, usado para procurar genes ou
cromossomos em células e tecidos. Nos casos de LMA, os médicos
usam o FISH para detectar certas anormalidades nos cromossomos e
genes das células doentes.
Teste Molecular
As mutações genéticas têm mostrado um importante papel para o
prognóstico da LMA. O teste molecular não substituí o exame de
citogenética, mas juntos conseguem definir o prognóstico e quais as
melhores opções de tratamento.
Leucemia Linfoide Crônica
Teste de Sangue
Também chamado de hemograma, este é o primeiro a ser pedido.
Com a LLC presente, já será possível notar importantes alterações
na contagem das células sanguíneas.
Mielograma e Biópsia da Medula
Solicita-se o mielograma para avaliação da porcentagem de
linfócitos na medula óssea. No mielograma é coletada uma pequena
quantidade de sangue da medula óssea, por meio de uma agulha
especial. Na presença de dúvida diagnóstica, solicita-se o exame de
biópsia de medula óssea e imuno histoquímica. Na biópsia de
medula óssea, por meio de uma agulha é retirado um pequeno
fragmento da região do osso da bacia.
É um tipo de exame de sangue que identifica o tipo HLA de uma
pessoa. Os antígenos leucocitários são proteínas encontradas na
superfície da maior parte das células. Elas têm um importante papel
imune, ajudando o corpo a distinguir suas próprias células das
células doadas.
O exame de HLA não faz parte do diagnóstico da leucemia, mas é
necessário para identificar um doador compatível, caso o
transplante alogênico de medula óssea seja indicado.
O FISH (hibridização por fluorescência in situ) também é utilizado
no diagnóstico. Coleta-se uma amostra da medula óssea ou do
sangue periférico (se tiver mais de 20% de células doentes no
sangue) e por meio dele podemos detectar alterações que o exame
de cariótipo não visualizou.Por meio das alterações encontradas na
imunofenotipagem e cariótipo/FISH analisaremos a presença de
prognóstico favorável ou não. Este exame deve vir seguido do
hemograma.
A imunofenotipagem de sangue periférico é o exame essencial para
diagnóstico de leucemia linfocítica crônica. O cariótipo coletado
juntamente com o mielograma analisa as células de maneira bem
específica, auxiliando na escolha de uma terapêutica mais dirigida.
Imunofenotipagem e Citogenética Imunofenotipagem
Biópsia de Gânglio
 O paciente pode apresentar aumento dos gânglios linfáticos
(carocinhos detectados mais facilmente na região da virilha,
pescoço e axilas) e na dúvida diagnóstica o médico poderá solicitar
biópsia deste gânglio.
Mielograma
É um exame onde o médicoanalisará tamanho, formato, tipo e fará
contagem dessas células. Quando a porcentagem de blastos (célula
imatura e doente) é igual ou maior a 20%, temos o diagnóstico de
leucemia aguda.SangramentosOutros sintomas comunsPerda de
apetitePerda de peso sem motivo aparenteBaço e fígado aumentados
 É um exame é usado para classificar as células conforme o tipo de
antígeno em sua superfície. As células da leucemia podem ter
diferentes antígenos em sua superfície que irão depender de sua
linhagem, ou seja, se são mieloide ou linfoide, e também de seu
estágio de desenvolvimento. Existem certos antígenos mais
associados às células da LMA, como a CD13, CD14, CD33 ou
CD34. Este exame é realizado ao diagnóstico e também é usado para
analisar a doença residual mínima.
Análise Citogenética
 Um microscópio é utilizado para examinar os cromossomos dentro
das células. Para as pessoas com LMA, este exame é capaz de de
identificar mudanças anormais nos cromossomos das células
doentes. As células humanas normais contêm 23 pares de
cromossomos, e cada um deles tem um certo tamanho, formato e
estrutura. Em alguns casos de LMA, os cromossomos de células
doentes têm alterações que podem ser vistas pelo microscópio, como
as translocações cromossômicas, por exemplo. O teste de
citogenética é feito como uma amostra de sangue periférico ou
sangue de medula óssea.Tais informações podem ajudar a prever
como a doença irá responder ao tratamento. Por exemplo, uma
translocação entre os cromossomos 15 e 17 está associada com o
diagnóstico da leucemia promielocítica aguda (LPA), um subtipo da
LMA que é tratado de maneira diferente dos outros tipos e tem um
melhor prognóstico.
Exame Fish
Este é um exame bastante sensível, usado para procurar genes ou
cromossomos em células e tecidos. Nos casos de LMA, os médicos
usam o FISH para detectar certas anormalidades nos cromossomos e
genes das células doentes.
Teste Molecular
As mutações genéticas têm mostrado um importante papel para o
prognóstico da LMA. O teste molecular não substituí o exame de
citogenética, mas juntos conseguem definir o prognóstico e quais as
melhores opções de tratamento.
Leucemia Linfoide Aguda
Teste de Sangue
Também chamado de hemograma, este é o primeiro a ser pedido.
Com a LLC presente, já será possível notar importantes alterações
na contagem das células sanguíneas.
Mielograma e Biópsia da Medula
Solicita-se o mielograma para avaliação da porcentagem de
linfócitos na medula óssea. No mielograma é coletada uma pequena
quantidade de sangue da medula óssea, por meio de uma agulha
especial. Na presença de dúvida diagnóstica, solicita-se o exame de
biópsia de medula óssea e imuno histoquímica. Na biópsia de
medula óssea, por meio de uma agulha é retirado um pequeno
fragmento da região do osso da bacia.
Fish

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