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Evolução do Pensamento Administrativo UNIDADE 1 2 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO PARA INícIO DE cONVERSA Querido(a) aluno(a), seja bem-vindo a nossa primeira unidade! Será uma experiência gratificante colaborar para seu aprendizado ao longo desta jornada de estudos. Conto com sua determinação, pois ela será a chave para seu sucesso! ORIENTAÇõES DA DIScIPLINA Nesta I unidade, iremos tratar de temas bastante pertinentes para a administração e que sempre estão presentes na pauta de discussão dos profissionais de negócios e acadêmicos. Esses temas são fundamentais para toda a organização, entretanto ainda precisam ser mais debatidos e estudados. Caro(a) estudante, a leitura do seu livro texto é primordial, pois ela irá nortear o estudo deste guia. Com o objetivo de facilitar seu aprendizado, temos vários recursos a sua disposição. Caso queira fazer novas pesquisas acesse a nossa biblioteca virtual, não deixe de assistir a nossa videoaula, pois ela foi elabo- rada especialmente para você. Ao final da nossa I unidade, acesse o ambiente virtual e responda as atividades. Surgindo quaisquer dúvidas, não deixe de perguntar ao seu tutor, ele está apto para quaisquer tipos de esclarecimentos. PALAVRAS DO PROfESSOR Prezado(a) aluno(a), no âmbito empresarial não causa surpresa grande parte dos gestores, atualmente, pagarem um alto montante em dinheiro a consultores empresariais em busca de aconselhamentos sobre temas, como: cultura organizacional, ambiente externo, ética empresarial, comportamento socialmente responsável, papéis gerenciais e planejamento. Iremos ver as características gerais dos ambientes externo e interno da empresa e como essa análise é importante para o processo de planejamento empresarial. Iremos analisar a cultura organizacional como um fator crítico para o sucesso das empresas. Além disto, serão discutidos os princípios gerais do planejamento, a ética e a responsabilidade social como um dos temas mais atuais e importantes para o desenvolvimento de novas soluções empresariais para a sociedade, levando em consideração aspectos sociais e éticos. E por fim, iremos identificar os tipos de gestores mais encontrados nas organizações. 3 Todos estes temas serão tratados nesta unidade e espero que você seja um(a) gestor(a) que irá pedir aconselhamento a sua vivência acadêmica e profissional e, saberá detalhes importantes a cerca dessas temáticas apontadas! Portanto, como já foi dito na apresentação da disciplina na videoaula, as nossas unidades sempre irão tratar de assuntos contemporâneos da gestão de negócios que tanto nos interes- sam. Vamos começar! AMBIENTES E cULTURAS Para o gestor é fundamental entender a dinâmica do ambiente onde a empresa opera. Você já sabe que a empresa é um sistema aberto, e por isso recebe influência direta das variáveis externas. Teoria dos Sistemas, Fundamentos da Administração I, lembra? Espero que sim! Caso não lembre, consulte o seu livro texto da disciplina de Fundamentos da Administração I. Nesta perspectiva, a análise ambiental é fundamental para o planejamento do negócio. Além disto, é importante entender as variáveis internas, no interior da organização, que podem tornar a empresa mais ou menos competitiva em um mercado. Iremos, portanto, discutir a cerca dos eventos externos e internos que afetam o desempenho da organi- zação. Esses eventos podem assumir características diferentes de acordo com cada conjuntura ambien- tal e organizacional. Entretanto, podemos, de maneira geral, identificar e analisar os principais fatos que interferem no gerenciamento de negócios. Inicialmente, vamos analisar o ambiente externo. Ambiente Externo O ambiente externo representa as forças e eventos externos que têm o poder de afetar e influenciar a empresa. Esse ambiente se modifica com o tempo. No início do século XX, você viu em Fundamentos da Administração I, quando estudou Teoria Clássica, que nesta época existiam poucas empresas, os produ- tos eram padronizados, os consumidores eram menos exigentes e a única preocupação das organizações era produzir em larga escala ao menor custo possível. Hoje, o cenário é totalmente diferente, concorda? As empresas são abundantes, os produtos e serviços variados, os consumidores cada vez mais exigentes e as organizações precisam inovar constantemente. Pois é, o ambiente mudou significativamente. Essa mudança reflete a transformação ambiental que é o ritmo em que o ambiente geral se modifica. Nos dias atuais, esse ritmo tende a ser mais intenso e diante disto o futuro se torna incerto. Incerto? Isso mesmo! O ritmo de mudança no ambiente coloca a empresa em posição de incerteza em relação ao futuro. 4 A grande questão é: como a empresa pode lidar com essa incerteza? Pode ser através de análises e busca de informações? Sim! Pode ser através do planejamento? Sim! Iremos responder com mais detal- hes quando tratarmos de planejamento e tomada de decisão. Nos ambientes externos dinâmicos o ritmo de transformação é acelerado. No setor de aplicativos para smartphones, por exemplo, a inovação é permanente já que a tecnologia muda com rapidez. Além disso, os consumidores esperam sempre ser surpreendidos com novas funcionalidades dos aplicativos que possam ser utilitárias no seu dia a dia. Já nos ambientes externos mais estáveis, o ritmo de mudança é mais lento. Por exemplo, por mais eficiente que seja o forno, o pão é embalado e entregue fresco aos clientes, nas padarias, diariamente, de maneira muito parecida como o que ocorria há décadas atrás. É importante salientar que o ambiente externo pode ser dividido em duas categorias: o ambiente geral e o ambiente específico. O ambiente geral, que também pode ser denominado de macroambiente, é formado pelas tendências de ordem política, econômica, tecnológica, social, cultural e legal que afetam indiretamente todas as organizações. Em contrapartida, cada empresa possui um ambiente específico, também conhecido como ambiente tarefa, do setor onde a empresa atua e que afeta diretamente seus negócios. VISITE A PágINA Ficou curioso para saber mais? Acesse o link abaixo: LINK Esse ambiente específico é formado por fornecedores, concorrentes, clientes e regulação do setor. As empresas lidam de maneira cotidiana com esses atores, por isso, é importante analisarmos com mais detalhes. Inicialmente, vamos abordar os clientes. Você deve imaginar que eles representam o principal propósito da empresa. As empresas existem para atendê-los não é verdade? Então, é muito importante entender o comportamento destes clientes; suas atitudes, expectativas, necessidades e desejos. Todo planejamento de negócio, seja planejamento comercial, planejamento operacional ou planejamen- to financeiro, todos dependem do grau de conhecimento que a empresa tem sobre os seus clientes. As empresas precisam ser especialistas nas necessidades dos seus clientes. Já em relação à atuação dos concorrentes, as empresas devem monitorar suas ações presentes e futuras. Os concorrentes diretos são aqueles que possuem produtos ou serviços iguais aos da empresa. Os concorrentes indiretos são os que disputam pelo seu consumidor mesmo sem oferecer um produto semelhante ou fazer parte do mesmo ambiente específico da empresa. 5 ExEMPLO Quando você vai ao shopping com pressa, muitas vezes você precisa priorizar suas ações, tendo que escolher se compra o presente de uma pessoa querida ou faz uma refeição de fast food. Nesta situação, duas empresas concorrem de maneira indireta disputando o mesmo consumidor. Outros casos comuns são as farmácias e lojas de conveniência que cada vez mais diversificam seus negócios, oferecendo uma grande gama de produtos, a fim que o consumidor não precise se deslocar para outra empresa, como supermercados ou lanchonetes, para encontrarem os produtos que desejam. Em relaçãoaos fornecedores podemos dizer que eles são estratégicos para qualquer organização. O de- sempenho organizacional frente aos clientes depende da performance do fornecedor. Muitas empresas entendem que a gestão de relacionamento com o fornecedor é o segredo do sucesso dos seus negócios. As empresas necessitam de fornecedores para produzir e vender seus produtos. Além disto, com o avanço da terceirização, as empresas contratam fornecedores para executarem determinadas etapas do processo produtivo, como transporte ou armazenagem, contratam também mão de obra terceirizada e dependem, cada vez mais, portanto, de uma cadeia de fornecimento de produtos e serviços para execu- tar seus principais objetivos de negócios. Você provavelmente já trabalhou em uma empresa terceiri- zada ou irá trabalhar um dia! Já a regulação do setor consiste em regulamentos e regras que disciplinam as práticas e os procedi- mentos das empresas. Os orgãos reguladores afetam as empresas criando e fiscalizando as regras para proteger consumidores, funcionários e a sociedade em termos gerais. AMBIENTE INTERNO E cULTURA ORgANIZAcIONAL Agora, vamos tratar dos eventos que ocorrem no interior da empresa. Recursos materiais, tecnologia, informação, recursos financeiros, cultura etc. Tudo isto pertence ao ambiente interno da empresa, mas um merece destaque especial: a cultura organizacional. De maneira simples, a cultura organizacional pode ser definida como o conjunto de valores, normas e crenças que são construídos ao longo do tempo em uma empresa. A cultura organizacional, ao mesmo tempo, que influencia o comportamento do funcionário, tam- bém, pode ser alterada por ele. Neste sentido, ela não é algo acabado e estará sempre em construção. Mas a grande questão é: como a cultura organizacional se relaciona com o sucesso da empresa? Os pesquisadores apontam que as culturas baseadas em adaptabilidade, envolvimento do funcionário e visão clara podem ajudar as empresas a obterem sucesso. 6 gUARDE ESSA IDEIA! Adaptabilidade é a capacidade para identificar e responder às mudanças. A cultura precisa ser flexível para ser ajustada quando necessário. Isso deve ser estimulado nos funcionários, à capacidade de acei- tar a mudança e reagir de maneira adequada. Os resistentes às mudanças dificilmente se identificam com esse traço da cultura organizacional. Mas, a empresa deve criar um ambiente favorável no sentido de desenvolver e estimular a flexibilidade no trabalho. E tornar a mudança algo rotineiro e cotidiano. Nas culturas que promovem níveis mais elevados de envolvimento dos funcionários, os colaboradores possuem o senso mais acurado de participação e responsabilidade. Com certeza, você se sentirá valori- zado pela empresa em um ambiente estimulante e agradável que cobre sua participação no processo decisório. E isso deve aumentar, também, seu senso de responsabilidade sobre o negócio da empresa. Nas culturas com a visão clara do negócio o direcionamento é visível para os funcionários. E isso é refletido nos valores compartilhados dentro da empresa. Isso permite aos funcionários saberem exata- mente quais são as propostas da empresa e os valores que realmente importam. Caro(a) estudante, após a discussão sobre os ambientes, é válido começar a análise do planejamento já que o estudo ambiental é a etapa fundamental para sua elaboração. Planejamento É consenso que o planejamento é uma função primordial para a gestão. Entender o problema, gerar soluções e planos potenciais e escolher o melhor, tudo isto faz parte do processo de planejamento e é fundamental para qualquer negócio. E todos sabem como é difícil criar bons planos e executá-los. O planejamento é discussão recorrente entre estudiosos e profissionais de negócios. Muitos acredita- vam que o planejamento, sozinho, garante o sucesso da empresa e intensificaram esforços no desen- volvimento de métodos sofisticados de planejamento estratégico, a fim de garantir os bons frutos. Mas a própria evolução dos negócios mostrou que o planejamento é importante, mas sozinho ele não irá garantir o sucesso, principalmente, em ambientes dinâmicos onde o ritmo de mudança é tão intenso. Por isso, precisamos observar os principais benefícios do planejamento e suas armadilhas de acordo com alguns autores como Williams (2010). O Planejamento é o processo administrativo que influencia todos os outros (direção, organização, con- trole). É o passo inicial – quando definiremos o que a organização quer fazer, quando e como ela fará. É um processo de estabelecer objetivos e definir a maneira como alcançá-los. Podemos entender também o planejamento como um processo desenvolvido para o alcance de uma situ- ação futura desejada, de um modo eficiente, eficaz e efetivo, com a melhor concentração de esforços e recursos pela empresa. Vamos ver o que significa eficiência, eficácia e efetividade agora. 7 Eficiência: significa fazer as coisas direito (fazer certo). É a relação entre recursos (financeiros, ma- teriais, humanos, tecnológicos, ambientais, etc.) e produtos. É a capacidade de realizar atividades ou tarefas com perdas mínimas, com o melhor aproveitamento possível de recursos. Eficácia: significa fazer a coisa certa. Está relacionado com o alcance das metas e objetivos estabeleci- dos. É o grau de coincidência dos resultados e os objetivos. Efetividade: 1. Pode-se considerar como a prática da junção dos conceitos de eficiência e eficácia. 2. Busca avaliar os resultados das ações implantadas, verificando os reais benefícios que as ações trarão. Verifica o impacto das ações. A seguir, você verá os passos do planejamento e os níveis de planejamento. Figura 1: passos do planejamento Fonte: o autor. (*) ou desenvolver premissas sobre o futuro. O objetivo é identificar oportunidades e ameaças aos nos- sos objetivos. 8 Figura 2: níveis de planejamento Fonte: o autor. O planejamento intensifica esforços, isto quer dizer que os funcionários tendem a se esforçarem mais quando seguem um plano claro. Analise, hipoteticamente, essas duas opções de instrução do seu chefe: “você precisa aumentar as vendas” ou “você precisa aumentar as vendas em 15%”. Qual das duas irá facilitar o seu trabalho? Você vai responder que é a segunda. Pois é, a segunda, provavelmente, foi oriunda de um plano específico para acelerar as vendas e vai te ajudar a desenvolver o trabalho de maneira intensa e adequada. O planejamento direciona e também contribui para a persistência do desenvolvimento do trabalho. Na realidade, o planejamento ajuda a persistência mesmo quando há um retorno reduzido de curto prazo. E os planos incentivam os gestores e funcionários a orientarem-se para atividades que realmente auxiliam no cumprimento das metas e os afastam daquelas que não auxiliam. PALAVRAS DO PROfESSOR Quando eu afirmei que o planejamento sozinho não garante o sucesso da empresa, estava-me refirindo aos planejamentos engessados, que durante muito tempo marcaram a gestão dos negócios. Um plane- jamento que pouco podia ser mudado e adaptado. Isso é uma armadilha do planejamento: quando ele impede a mudança. É necessário que o planejamento seja flexível e que possa ser modificado a qualquer momento. E a empresa precisa estar preparada para isto. 9 Além disso, o planejamento pode criar uma falsa sensação de segurança para a empresa. E é impor- tante sempre salientar que o planejamento é um processo em termos de probabilidade do que pode acontecer e nunca de certeza. É evidente que a empresa pode operar com uma probabilidade alta do que vai acontecer, mas nunca com 100% de certeza. O futuro sempre será incerto. O que a empresa pode fazer é tentar minimizar essa incerteza, através do planejamento. E tudo isso responde à questão anterior. DIcA Peço que você leia novamente a parte inicial de ambiente externo e principalmente o terceiroparágrafo. Peço também que você consulte seu livro texto no capítulo que ele trata sobre planejamento. Boa Leitura! ÉTIcA E RESPONSABILIDADE SOcIAL As empresas e a sociedade esperam que o gestor alcance os objetivos fazendo a coisa certa. Sabemos que a ação do gestor tem impacto em vários atores, funcionários, concorrentes, fornecedores, grupos de interesse e etc. Na prática, ele não irá conseguir satisfazer a todos ao mesmo tempo, entretanto, sua conduta deve ser pautada pelos valores e princípios considerados corretos. Você, com certeza, já ouviu falar em ética e responsabilidade social. E você deve saber que no âmbito dos negócios há uma cobrança intensa a cerca de soluções empresariais que envolvam ética e respon- sabilidade social. Ética Ética é um conjunto de princípios morais que define o que é certo e errado para uma pessoa ou para um grupo. A ética é uma regulação sobre o comportamento das pessoas que vivem em uma sociedade. Ela é de extrema importância para a convivência social. Imagine uma sociedade onde não há regras de conduta! Toda sociedade por mais liberal que pareça ser, possui certo grau de regulação para o convívio social. Agora, vamos aos que nos interessa – a ética no mundo dos negócios. É sabido que há constantes vio- lações dos princípios éticos nas organizações. Essas violações podem ser tanto por parte do funcionário, quanto por parte do empregador. O comportamento antiético além de ferir a moral, também pode custar milhões para a empresa. Pode ser um funcionário que vandaliza o patrimônio da empresa, sabota proje- tos, se afasta por motivos de doença sem estar doente, etc. Pode ser também um empresário que não cumpre com suas obrigacões trabalhistas e tributárias. 10 Ainda, existem os atos de desvio de conduta política, que é usar a influência pessoal para prejudicar outras pessoas nas empresas. Há, também, a agressão verbal que é o comportamento hostil e agressivo com outras pessoas, utilizando uma linguagem abusiva. Sabemos que para muitos desses atos existem punições legais que obrigam aos infratores pagarem pelos seus atos. Porém, existem outras questões éticas que fazem parte do dia a dia do gestor que não são reguladas por normas formais. Vamos imaginar a seguinte situação: pense em um funcionário honesto, dedicado, parceiro e que veste a camisa da empresa. Este funcionário acaba de descobrir que sua esposa está com uma doença grave e precisa de um tratamento que não é totalmente coberto pelo plano de saúde da empresa. Esse mesmo funcionário pede a você, gestor, uma doação mensal em dinheiro, para ajudar neste trata- mento. Qual seria sua reação? Provavelmente, você aceitaria ajudar em função do seu senso humani- tário. Porém, você poderia pensar: agora estou obrigado a ajudar todos os funcionários que passe por uma situação semelhante. É uma questão complexa. De qualquer maneira, você iria querer ajudar de alguma forma, mas vale a pena analisar o impacto que essa decisão exercerá em toda a empresa. Por isso, os dirigentes quando abordam um tema de grande intensidade ética, estão mais conscientes do impacto que sua decisão exercerá sobre outras pessoas. Responsabilidade social Responsabilidade social consiste no conjunto de obrigações sociais, econômicas e políticas que a empresa toma como diretriz para beneficiar a sociedade. Ela pode empreender ações que ajudem no desenvolvimento social. Na verdade, existe uma discussão intensa a cerca do que realmente seria um comportamento social- mente responsável por parte da empresa. Muitas acreditam que a empresa não é um agente público e, portanto não tem obrigação de empreender projetos e ações no sentido de melhorar a vida das pessoas e promover o desenvolvimento social. Críticos afirmam que a única obrigação da empresa é maximizar lucro e é importante considerar o fato de as empresas não poderem agradar a todos, acionistas, funcionários e a sociedade mesmo quando resolve agir de maneira socialmente responsável. Em contrapartida, há uma corrente muito forte que defende a tese de que a empresa deve sim tentar satisfazer os interesses sociais, já que a operação da empresa afeta vários grupos de interesses e sua sobrevivência em longo prazo dependem desses grupos. Os grupos de interesses são pessoas ou grupo de pessoas interessadas nas operações das organizações e que por elas possam ser afetados. Existem os grupos de interesse primários, que são os concorrentes, clientes, fornecedores e funcionários e os grupos de interesse secundários que podem ser: imprensa, governo, associação de classe e etc. 11 Antes, o julgamento de uma empresa socialmente responsável era baseado em aspectos legais e econômicos. Hoje, as questões de natureza ética e social tendem a ser mais importantes do que cos- tumavam ser. A responsabilidade social de auferir lucro a partir da manufatura de um produto era a responsabilidade básica da empresa, hoje, as organizações precisam considerar as expectativas de vários grupos de interesse a cerca de sua atuação. A Mc Donalds é um exemplo clássico de empresa, que se viu moralmente obrigado a realizar alterações no seu cardápio, oferecendo alimentos mais saudáveis e disponibilizando de maneira transparente todas as informações nutricionais de seus produtos, em função de uma forte campanha, nos Estados Unidos, que colocavam os seus produtos como principais causadores de doenças como obesidade e diabete na sociedade americana. gUARDE ESSA IDEIA! É importante salientar, que uma empresa socialmente responsável, antes de tudo, é uma empresa que se preocupa com a qualidade de vida de seus funcionários. Por isso, o ponto de partida para a construção de um comportamento socialmente responsável é a ciência de que a promoção de melhorias sociais deve começar na vida dos colaboradores. Tipos de gestores A gestão é uma função eminente a todo ser humano. Precisamos gerenciar situações a todo instante em nossas vidas. Seja planejando um orçamento doméstico, seja estabelecendo uma meta profissional, seja interferindo em um conflito familiar e etc. Enfim, estamos frequentemente exercendo o papel de gestor para resolver as problemáticas da nossa realidade. No âmbito dos negócios, pode-se definir gestor como sendo um membro organizacional que assume a posição de liderança. Nestes termos, a administração é a realização de um trabalho por meio de pes- soas. Os gestores, portanto, devem proporcionar condições favoráveis para que as pessoas realizem esse trabalho. De acordo com alguns autores, inclusive Williams (2010), o diretor da GM retrata muito bem isso: “Nunca produzi uma peça em minha vida e realmente não tenho planos de fabricar uma. Não é essa a minha função. Minha função consiste em criar um ambiente no qual as pessoas que as produzem pos- sam fabricá-las corretamente e produzi-las logo da primeira vez a um custo competitivo, fazendo-o com sendo de responsabilidade e sentindo orgulho por aquilo que estão realizando(...)”. A partir desta citação, você pode observar que o gestor deve se preocupar com os meios de realização do trabalho e com os resultados alcançados. Além disto, há uma atenção especial em relação à moti- vação do funcionário para a realização do trabalho. 12 Como podemos observar a vida do gestor não é nada fácil, eles desempenham vários papéis e os principais são: • Papéis interpessoais; • Papéis informacionais; • Papéis decisionais. O primeiro refere-se à capacidade de gerir pessoas, conduzir os relacionamentos interpessoais e habi- lidades de comunicação. Todo gestor, independente da área de atuação, é acima de tudo um gestor de pessoas que precisa diariamente conviver com colaboradores, com seus defeitos e qualidades. Como eu sempre falo: as pessoas são os pontos críticos da gestão. É muito mais fácil gerenciar recursos materiais e tecnológicos do que gerenciarpessoas e suas complexidades psicológicas e sociais, con- corda? Portanto, se você é o tipo de pessoa que prefere trabalhar sozinho e não tem paciência de escutar os outros, pode, então, ter problemas com as atividades gerenciais. Já os papéis informacionais estão relacionados às habilidades de busca, compartilhamento e análise de informações. O próprio processo de tomada de decisão depende do levantamento e estudo de todas as informações referentes à problemática em questão. E o último papel, o de decisão, reside na capacidade do gestor em mediar conflitos, negociar, alocar recursos e empreender. O gestor precisa mediar conflitos constantemente. O conflito, por si só, não é um problema para a empresa, mas a forma de conduzir o conflito é que pode trazer prejuízos para a organi- zação. O conflito, quando conduzido de maneira adequada, pode ser uma fonte importante de aprendizagem para o grupo, na medida em que estimula o confrontamento de ideias em busca de aprimoramento de processos e atividades. É importante salientar que uma estrutura organizacional horizontal, onde há maior participação das pessoas nos processos decisórios e as responsabilidades são compartilhadas, o conflito é uma situação natural e frequente, e deve sim ser estimulado na medida certa. Anteriormente, em ambientes organizacionais de estruturas verticais, com centralização de poder, nor- mas e regras impostas de cima para baixo, o confrontamento de ideias não existia. Já que as pessoas não participavam de decisões importantes nas empresas e eram pouco valorizadas. A negociação, portanto, é uma técnica de mediação de conflito. O gestor sempre será um negociador, já que ele é um interlocutor entre os interesses organizacionais e os interesses dos funcionários. 13 O gestor também é um empreendedor. Ele precisa empreender. A própria lógica competitiva impõe isto. É necessário fazer diferente. É fundamental utilizar uma estratégia que não pode ser copiada e imitada pela concorrência. Neste sentido, as empresas buscam, cada vez mais, gestores que possam inovar. Inovar nos seus papéis gerenciais em busca de melhorias contínuas dos processos e atividades e na superação das expectativas dos clientes. É importante lembrar que inovação leva à mudança e nesta perspectiva, o gestor deve promover as condições favoráveis para a implantação da mudança, quando necessário. Esta é uma tarefa difícil, principalmente, em estruturas organizacionais pouco flexíveis que têm dificuldades em se adaptarem as novas situações que são impostas pelo ambiente. Como podemos ver, os papéis gerenciais são desafiantes e complexos. Mas não se assustem! Muitas dessas habilidades podem ser desenvolvidas e aprimoradas. E a vivência profissional e acadêmica irão ser as referências para você buscar a construção das habilidades requeridas. E fique atento, o seu sucesso como gestor vai depender muito da sua motivação e persistência em estudar e buscar boas oportunidades profissionais. Vamos, agora, discutir especificamente a cerca da tipologia de gestores mais encontrada nas organizações! Executivos de alto escalão: são aqueles que têm uma grande importância estratégica para a em- presa. Eles têm maior responsabilidade sob os negócios. Os papéis decisionais são fundamentais para esses gestores. Eles precisam desenvolver contextos de mudança, quando necessário. Precisam con- struir uma cultura organizacional positiva, a fim de alinhar interesses competitivos com os interesses dos colaboradores e de outros grupos afetados pela operação da empresa. Além disto, estão constante- mente monitorando os ambientes interno e externo. Geralmente, o alto escalão abrange as posições de diretor, CEO, diretor de operações, diretor financeiro, diretor de marketing, diretor de finanças e etc. Média gerência: corresponde às funções de gerente de fábrica, gestor regional ou gestor de divisão. Esses gestores são responsáveis por fixar objetivos de médio prazo coerentes com os objetivos de longo prazo fixados pelo alto escalão e por planejar e executar as estratégias, a fim de alcançar estas metas. A média gerência será responsável por alocar os recursos para o alcance dos objetivos de médio prazo, coordenar equipes de trabalho e monitorar o desempenho de sua unidade. A média gerência tem um papel importante na medida em que transforma os objetivos estratégicos de longo prazo em ações e objetivos de médio prazo. É assim, imagine que você é um gerente da área de marketing e o alto escalão da empresa resolve diversificar o negócio. Isto, geralmente, é um processo de longo prazo e significa que a empresa irá explorar um novo mercado e atender a uma nova demanda. Você, neste caso, irá ter os recursos necessários para estudar esse novo mercado, identificar as características da nova demanda e a partir daí, desenvolver junto com o alto escalão um produto ou serviço que atenda às necessidades e expecta- tivas deste público alvo. Gestores de primeira linha: ocupam posições do tipo, supervisor de área e encarregado de setor. A principal responsabilidade desses gestores é monitorar o desempenho dos funcionários em nível opera- cional. É fazer com que as metas estabelecidas pela média gerência sejam cumpridas. Eles elaboram programações e planos operacionais de curto prazo baseados nos planos da média gerência. 14 VEjA O VíDEO! Sugiro que assista ao vídeo que trata da aula sobre Introdução ao Planejamento Estratégico: Acesse o LINK. PALAVRAS DO PROfESSOR Prezado(a) aluno, finalizamos a primeira unidade. Aqui foram discutidos os principais conceitos a cerca de análise ambiental, planejamento, ética e responsabilidade social e as características dos gestores mais encontrados nas organizações. É importante que você consulte o capítulo e o artigo recomendado na unidade. DIcA É válido salientar, também, que vale a pena você pesquisar sobre estes temas em plataformas acadêmicas online, tais como: LINK. AcESSE O AMBIENTE VIRTUAL Agora chegou a hora de acessar o ambiente virtual e responder a atividade e o fórum avaliativo. Em caso de dúvidas, não perca tempo e pergunte ao seu tutor! Bons estudos e até a próxima unidade!